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Resenha o Federalista

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O Federalista 
Extraído de HAMILTON, Alexander; MADISON, James; JAY, John. The federalist 
papers. Fifth printing. New York, Mentor Book/ The New American Library Inc., 1961. 
Tradução de Cid Knipell Moreira. 
 
Alexander Hamilton, James Madison e John Jay são alguns dos Pais 
Fundadores dos Estados Unidos, foram líderes políticos que participaram da redação 
da Constituição dos Estados Unidos. Para promover a ideia de Federação em todas 
as 13 colônias, para tanto, reuniram 85 artigos – em sua maioria feitos por Hamilton – 
sobre a nova Constituição e do porquê deveria ser aderida pelas colônias que 
acabavam de conquistar sua Independência da Inglaterra. Portanto, O Federalista foi 
criado, sendo a junção dos 85 artigos, destarte, o livro tem um teor político que 
pretende influenciar o leitor do século XVIII a considerar o Federalismo como a forma 
de governo mais apropriada. O Livro se atém a defender o Federalismo para evitar 
rivalidades comerciais causadas pela militarização e fortalecimento do Executivo, 
visando favorecer o desenvolvimento comercial de todos os Estados. 
1. Hamilton - Introdução. 
Hamilton introduz o livro buscando o futuro da política nacional, passa a 
questionar se a sociedade está apta para criar um governo justo ou está determinada 
a se sujeitar à força e ao esmo de suas instituições políticas. Apresenta a ideia de que 
o livro será utilizado para convencer seus compatriotas a aderirem a nova Constituição 
dos EUA, sendo essa o caminho para a liberdade, dignidade e felicidade do povo 
estadunidense. 
2. Jay – As vantagens naturais da União. 
Nesse capítulo Jay reflete acerca da necessidade e benefícios de formar uma 
União, define o Federalismo como uma forma de governo capaz de reconhecer as 
diferenças individuais e regionais, porém também capaz de manter a unidade 
federativa. Demonstra que a União necessita de um governo em que o povo transmita 
seus direitos nacionais, para que se tornem os poderes políticos, no caso, um governo 
popular. Por fim retoma a ideia de vários contratualistas que o objetivo do governo é 
preserva e perpetuar a União. 
9. Hamilton – A União como barreira contra facções e insurreições. 
Hamilton reflete acerca da necessidade da União para manter a paz nos 
Estados. Para tal, relembra histórias de pequenas repúblicas greco-itálicas que 
enfrentaram continuas revoluções, que, ora tornavam a república uma tirania, ora o 
extremo da anarquia. Todavia, ressalta que o modelo republicano da antiguidade não 
continha as institutas do republicanismo moderno, como: a divisão equilibrada dos três 
poderes, a não demissão de juízes senão em quando houvesse de justa causa, a 
representação do povo no Poder Legislativo. Por fim, apontas essas como causas da 
falência das antigas repúblicas. 
10. Madison – O tamanho e as diversidades da União como um obstáculo as 
facções. 
Madison cita a capacidade da União de estancar e controlar a violências das 
facções como sua vantagem mais esperada e desenvolvida. Contudo, para Madison, 
o destino da União depende de não eliminar as facções, porém de controlar seus 
efeitos violentos. Uma vez que a criação de facções está atrelada ao direito de 
autodeterminação, ou liberdade, do homem. Para controlar as facções, o método é o 
próprio cerne do republicanismo, uma vez que a facção se não obtiver maioria no 
congresso, seria derrotada pela maioria. Entretanto, quando uma facção consegue 
maioria, a forma de governo popular a habilita a sacrificar à sua paixão por poder ou 
seus interesses pelo bem público. Deste modo, Madison aponta o veneno e o antídoto 
dos governos populares. 
15. Hamilton – Defeitos da Confederação 
Segundo Hamilton, os defeitos da Confederação demonstram a necessidade 
de estabelecer um poder central, para a correção as falhas desse modelo. Hamilton 
alude às circunstâncias da formação do governo, declarando as paixões humanas 
como um norte no procedimento de organização, combinando com a razão e a justiça, 
também questiona se instituições atuariam de maneira mais séria ou desinteressada 
que indivíduos isolados. Assumia-se que os Direitos da liberdade inseridos na 
Declaração de Independência estariam em posição de maior prioridade se atendo aos 
modelos de governos estaduais pequenos e locais. O autor também argumenta sobre 
à natureza do poder soberano: “uma avidez de controle que dispõe os que estão 
investidos de seu exercício a ver com maus olhos todas as tentativas externas de 
limitar ou dirigir suas ações”. Portanto, toda coligação política que fosse fundada com 
o intuito de se unir por um interesse comum de soberanias menores, encontrar-se-ia 
nas esferas inferiores de poder. 
51. Madison – Freios e Contrapesos 
Madison, neste capítulo reflete acerca do sistema de controle do Poder pelos 
demais Poderes, idealizado pelo Montesquieu. Madison retoma a ideia de 
Montesquieu de quem detém o poder tende a abusar dele, dada a natureza humana, 
onde a política de jogar com interesses opostos e rivais se encontra em praticamente 
todas relações. Para Madison, no governo republicano o Poder Legislativo predomina, 
portanto, precauções são necessárias para evitar os abusos do poder. Aponta como 
precaução a divisão do poder em diversas instâncias e pouca ligação entre si, 
ademais, aponta a necessidade de reforçar o Poder Executivo, como com o poder de 
veto sobre decisões do Legislativo. 
78. Hamilton – Os juízes como guardiões da Constituição. 
Hamilton aponta o Poder Judiciário como o de menor risco a cometer abusos, 
resume-o como sem força ou vontade, atendo-se ao ato de julgar e dependendo do 
Poder Executivo para o cumprimento de suas sentenças. Ressalta, todavia, que 
embora o Judiciário seja mais fraco de os demais Poderes e não seja uma ameaça à 
liberdade enquanto sozinho, deve-se precaver e evitar e a união do Judiciários com o 
Legislativo ou Executivo. Para garantir isso, Hamilton, portanto, propõe a 
independência das cortes de justiça, assegurando a estabilidade cargos judiciais, e 
classificando assim os juízes como baluartes da Constituição. 
57. Madison – As bases populares da Câmara dos Deputados. 
Madison responde às críticas feitas adesão da Constituição, neste capítulo se 
atém à objeção de que os representantes eleitos farão parte de uma oligarquia e 
estarão propensos considerar o sacrifício de muitos em prol de poucos. Neste 
momento, Madison se refere ao leitor e questiona quais elementos da Constituição 
favorece a ascensão de poucos em detrimento de muitos. Para rebater as críticas, 
Madison demonstra que o eleitorado será montado por toda a massa dos Estados 
Unidos da América, deste modo não há como poucos se beneficiarem no lugar de 
muitos. Portanto, para Madison, não há lógica na objeção proposta. 
62. Madison – A natureza e a influência estabilizadora do Congresso. 
Madison aponta as questões de representação no Congresso, relatando que 
cada Distrito e Estado devem ser igualmente representados para que não haja 
desvantagens, portanto, para deliberar sobre esses conflitos de interesse, é preciso 
que os Poderes optem pelo mal menor. Destarte, Madison aponta as necessidades 
do Senado na Confederação, as necessidades em sua maioria são correções de 
defeitos da Confederação, que são estabilizados pela natureza do Legislativo 
63. Madison – A necessidade de um Senado. 
Madison aponta o Senado como instituição imprescindível para proteger o povo 
de eventuais erros e enganos cometidos, para motivo de comparação, retoma a queda 
de Atenas por suas paixões e como poderia ser evitado caso houvessem uma 
salvaguarda. Madison define essas paixões como os desejos de indivíduos ou grupos 
de interferirem nas questões públicas. Para evitar isso é necessária uma instituição 
capaz de equilibrar liberdade com a estabilidade. Destarte, coloca a diferença da 
república americana e das demais como a forma de como é feita a representação naAmérica. 
85. Hamilton – Conclusões 
Hamilton encerra O Federalista, com o sentimento de dever cumprindo – 
segundo o mesmo –, enfim, se dirige ao próprio leitor afirmando ter defendido a ideia 
da constituição de todas suas críticas e ataques. Resume-se o último capítulo como 
um desabafo do autor. 
Comentário crítico sobre O Federalista. 
Inicialmente, reconhece-se O Federalista como um livro político panfletário, 
embora, de fato, aborde questões de cunho filosófico acerca da formação da 
Federação, o Livro foi criado em um conceito histórico para levar a persuasão do povo 
estadunidense a aderirem à Constituição e o pacto entre os 13 Estados. 
Posto isso, reconhece-se algumas críticas; quando Madison reflete no Artigo 
57 sobre as bases populares da Câmara dos Deputados; ele afirma que não há o 
benefício de uma oligarquia em detrimento dos populares, ora, a história recente dos 
EUA demonstra que houve o benefício de, o próprio Madison – que foi o 4º Presidente 
dos EUA - era membro de uma oligarquia. Madison, ao considerar a massa como 
eleitorado, ignora o processo de eleição, o investimento em campanhas, os contatos 
que uma família oligárquica política possui, embora de fato haja uma igualdade por 
condados nos EUA, não houve uma equidade da democracia pela renda de seus 
cidadãos. 
Outra crítica plausível, embora considerada por alguns como anacronismo 
histórico, é o fato de os Pais Fundadores quando reconhecem os cidadãos, não 
reconhecerem os negros como parte constituinte dessa nação. Aponto o fato como 
algo não anacrônico, uma vez que a desigualdade racial de negros, respaldada por 
força da Lei, perdurou até 1970 em alguns Estados norte-americanos, porém que 
continua de facto até hoje, que pode ser observado nos últimos dias, por decorrência 
da morte de George Floyd, fazendo vários atos e atitudes racistas “saírem do armário” 
Todavia, mesmo que haja diversas críticas ao O Federalista, é pertinente 
reconhecer a importância do seu papel na história, uma vez que o livro atingiu seu 
objetivo, de convencer a população a aderirem ao Pacto dos 13 Estados, e a 
Constituição fora implantada. Ademais, de atingir seus objetivos, é elementar 
reconhecer o pensamento e análise do funcionamento de uma Federação, realizado 
pelos Pais Fundadores. Apontando os possíveis problemas que viriam atingir a 
Confederação e a forma de solução, destarte, sendo uma incrível obra a ser analisada 
pela ciência política. 
Por fim, é também fundamental reconhecer que a Constituição ratificada pelos 
pais fundadores vigora até, sendo uma das Constituições - senão a mais – que mais 
perdurou na história mundial. 
Victor Leonard Caratin 
NºUSP: 11848802 T23

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