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Exame Físico do Aparelho Respiratório - Resumo

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Exame Físico do Aparelho Respiratório
Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144
· Semiotécnica: inspeção, palpação, percussão e ausculta; paciente sentado (se não for possível, deitado – mas algumas informações não serão obtidas nesse caso)
· Inspeção Estática: forma do tórax, presença ou não de abaulamentos e depressões
· Forma do Tórax: varia entre os indivíduos por idade, sexo, biotipo. Em geral, diâmetro lateral > anteroposterior.
· Tórax chato: diâmetro anteroposterior reduzido; escápulas se sobressaem; + comum em longilíneos, não tem significado patológico.
· Tórax em tonel/barril: diâmetro anteroposterior praticamente se iguala ao transversal. Causa mais comum é o enfisema pulmonar (mas pode surgir em pessoas idosas s/ doença pulmonar).
· Tórax infundibuliforme (“pectus excavatum”): depressão +/- acentuada no terço inferior do esterno, pode ser congênito ou adquirido. O raquitismo é a causa mais importante. Pode causar distúrbio pulmonar restritivo.
· Tórax cariniforme (“pectus carinatum”): saliência à nível do esterno em forma de peito de pombo. Pode ser congênito ou adquirido. O raquitismo é a causa mais importante. Não compromete a ventilação pulmonar.
· Tórax em sino/piriforme: porção inferior alargada; surge nas hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa.
· Tórax cifótico: encurvamento posterior da coluna torácica, seja por defeito de postura ou lesão de vértebra torácica.
· Tórax escoliótico: assimetria decorrente de desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral.
· Tórax cifoescoliótico: combinação da cifose com escoliose.
OBS: no tórax instável traumático, há movimento paradoxal – deslocamento interior na inspiração e exterior na expiração.
· Abaulamentos/depressões: podem localizar-se em qualquer região do tórax; podem indicar lesões que aumentaram/diminuíram estruturas da parede ou órgãos intratorácicos.
· Aneurisma da aorta torácica: abaulamento arredondado e pulsátil na região anterossuperior do tórax
· Derrames pleurais: abaulamento na base do hemitórax correspondente
· Atelectasia/lesão fibrótica: retração do hemitórax correspondente
· Sulco de Harrison, Rosário raquítico: deformações nas costelas causadas pelo raquitismo
· Inspeção Dinâmica: tipo respiratório, ritmo e frequência da respiração, amplitude dos movimentos respiratórios, presença ou não de tiragem, expansibilidade dos pulmões
· Tipos respiratórios
· Respiração costal superior: principalmente em mulheres – predomínio da ação dos m. escaleno e esternocleidomastóideo, em que se desloca a parte superior do tórax para cima e para frente
· Respiração toracoabdominal: principalmente em homens – predomínio do m. diafragma; é o padrão observado, em ambos os sexos, na posição deitada e em crianças.
· Ritmo respiratório: observar por, no mínimo, 2 min. a sequência, forma e amplitude das incursões
· Normal: sucessão regular, profundidade +/- igual
· Dispneia: mov. respiratórios regulares, amplos e desconfortáveis (ICC, pneumotórax, atelectasia, bronquites, etc)
· Cheyne-Stokes (ou dispneia periódica): paciente apresenta incursões respiratórias cíclicas que vão se tornando cada vez mais profundas, até a amplitude máxima. 
· Os movimentos diminuem gradativamente, podendo ocorrer apneia (se isso acontece, ele não respira por alguns segundos e depois repete a sequência). 
· Ocorre na IC grave, AVC, TCE, intoxicação por barbitúricos ou morfina.
· Mecanismo: o excesso de CO2 durante a apneia estimula o centro respiratório a aumentar a amplitude dos movimentos. Aumentando-os, há maior perda de CO2 que, assim, deixa de estimular o centro respiratório, havendo diminuição da profundidade da respiração.
· Biot: períodos de apneia que interrompem a sequência das incursões respiratórias, além de haver variações na amplitude dos movimentos torácicos. 
· Sempre indica mau prognóstico, pode ser meningite, neoplasia, hematoma extradural; sempre há lesão no centro respiratório.
· Kussmaul: amplas e rápidas respirações interrompidas por curtos períodos de apneia. Após elas, ocorrem expirações profundas e ruidosas, que são sucedidas por pequenas pausas de apneia. (“peixe fora d’água”). Observada em acidose.
· Suspirosa: interrompe a sequência regular das incursões respiratórias, surge uma inspiração mais profunda seguida de uma mais demorada.
OBS: recém-nascidos podem ter respiração periódica por falta de maturação do centro respiratório.
OBS²: indivíduos saudáveis apresentam suspiros profundos, que têm relação com tensão emocional – se ocorrem com muita frequência, instala-se uma arritmia respiratória, a respiração suspirosa.
· Amplitude Respiratória: se é profunda (esforços/emoções) ou superficial.
· Frequência Respiratória: varia, principalmente, de acordo com a idade
· A taquipneia acima dos valores normais, é ou não acompanhada de dispneia. Pode ser fisiológica (esforços, emoções) ou patológica (febre, lesões pleuropulmonares); 
· a bradipneia (abaixo dos valores normais) fisiológica ocorre durante o sono e em atletas
· Eupneia é a frequência normal, sem dificuldade respiratória; apneia significa parada respiratória
· Valor normal: 16 – 24 irpm (adulto)
· Tiragem: depressão durante inspiração, mais visível em pessoas magras. 
· Em situação fisiológica, explicado pelo efeito da pressão atmosférica sobre os espaços intercostais no momento em que a pressão intratorácica é negativa
· Quando há obstáculo em via respiratória, a parte correspondente do pulmão não se expande, e a pressão atmosférica gera tiragem
· Se é unilateral (de um hemitórax todo), significa obstrução de um brônquio principal; 
· Se bilateral, a oclusão ou é acima da bifurcação da traqueia ou há um estreitamento generalizado dos pequenos brônquios, como no caso da asma e do enfisema
· Palpação: investiga-se a estrutura da parede torácica, a expansibilidade/mobilidade e o frêmito toracovocal
· Expansibilidade/Mobilidade: paciente deve respirar fundo e o examinador deve sentir a expansão e observar a mobilidade de suas mãos. 
· Para a exp. de bases, seus polegares devem estar no mesmo nível da 9ª/10ª vértebra torácica.
· Uma menor expansibilidade, dependendo da região e se é bilateral, pode identificar condições diferentes
· Ápice: processo infeccioso/cicatricial
· Base: derrame pleural, hepatomegalia, esplenomegalia (unilateral) ou gravidez, ascite (bilateral)
· Difusa: pneumotórax, hidrotórax, atelectasia (unilateral) ou enfisema pulmonar (bilateral)
· Frêmito Toracovocal: vibrações na parede torácica percebidas pela mão do examinador quando o paciente emite algum som
· Ocorre devido à transmissão da onda sonora pelo meio (normal: aéreo)
· Frêmito aumentado: numa consolidação pulmonar, devido à onda viajar em meio sólido (pneumonia, infarto pulmonar)
· Frêmito reduzido: derrame pleural, atelectasia, pneumotórax, enfisema
· À medida que o paciente fala “trinta e três”, o examinador desloca sua mão de modo a percorrer toda a extensão da parede torácica
· Variações: mais fraco nas mulheres (timbre de voz) e em pessoas com parede torácica espessa (hipertrofia muscular ou ↑ panículo adiposo)
· Percussão: face anterior/lateral* (mãos na cabeça) – sentado/deitado; face posterior – sentado
· Início: anterior → lateral → posterior (cima → baixo, analisando pontos simétricos)
· Fígado: som submaciço (4º EIC) e maciço (5º e 6º EIC)
· Coração: som maciço (3º EIC)
· Baço: som submaciço
· Fundo do Estômago: som timpânico (no Espaço de Traube)
· Demais regiões: som claro, timpânico
· Hipersonoridade: aumento de ar nos alvéolos, a causa mais comum é o enfisema pulmonar. Diferente de som timpânico.
· Ressonância skódica é a hipersonoridade que pode ser percebida nas áreas situadas ao redor de uma condensação ou acima de um derrame pleural
· Submacicez e macicez: diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar (redução ou inexistência de ar nos alvéolos). Causado por derrames, espessamentos, condensações (pneumonia, tuberculose, infarto pulmonar e neoplasias).
· Som timpânico: indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax) ou em uma grande cavidadeintrapulmonar (caverna tuberculosa). Mesmo som do espaço de Traube (fundo do estômago na parte inferior da face anterior do HTE)
· Ausculta: paciente sentado; jamais deve ser por cima da roupa; solicita-se para respirar mais profundamente.
· Sons normais são: som traqueal; respiração brônquica; respiração broncovesicular; murmúrio vesicular.
· Sons anormais podem ser contínuos (roncos, sibilos, estridor), descontínuos (estertores finos e grossos) e de origem pleural (atrito pleural)
· Murmúrio Vesicular: turbulência do ar ao chocar-se com as bifurcações dos brônquios. É fraco e suave, ocorre por quase todo o tórax (de forma heterogênea).
· Diminuição: presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax), sólido (espessamento pleural), enfisema pulmonar, obstrução das vias
· Respiração Broncovesicular: somam-se características da respiração brônquica com as do murmúrio vesicular. 
· Auscultada na região esternal superior, interescapulovertebral direita e a nível da 3ª/4ª vértebra dorsal.
· Se presente em outras regiões, indica condensação pulmonar, atelectasia ou presença de caverna
· Sons Anormais Contínuos
· Ronco: sons graves (baixa frequência), originam-se nas vibrações das paredes brônquicas. São fugazes, surgem e desaparecem em curto período de tempo.
· Sibilos: sons agudos (alta frequência), são vibrações, localizadas ou generalizadas, das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso; curta duração.
· Estridor: ruído basicamente inspiratório produzido pela obstrução da laringe/traqueia. Intensificado na respiração profunda.
· Sons Anormais Descontínuos
· Estertores finos: audíveis no final da inspiração; alta frequência, são de curta duração. São ouvidos, principalmente, nas bases pulmonares. Não se modificam com a tosse e seu som é similar ao atrito de um punhado de cabelo nos ouvidos ou fechar/abrir velcro.
· Estertores grossos: audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração; menor frequência e maior duração, sofrem alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax.
· Sons Anormais de Origem Pleural
· Atrito pleural: ruído irregular e descontínuo causado pelo deslizamento dos folhetos parietal e visceral da pleura com presença de exsudato (pleurite). 
· Mais intenso na inspiração; duração maior e frequência baixa (grave)
· Principal local de ausculta: região axilar inferior
· Ausculta da Voz: voz falada e voz cochichada
· Ressonância vocal é o som (audição) produzido pela voz e ouvido na parede torácica pelo estetoscópio. 
· Em condensação pulmonar, há aumento dela (broncofonia); na atelectasia e nos derrames, há redução dela. 
· Está sujeita às mesmas alterações do frêmito toracovocal (tato).
· Em condições normais, constitui-se de sons incompreensíveis;
· Em consolidação, os sons são compreensíveis devido à onda sonora viajar em meio sólido
· É aumentada nas regiões onde se ausculta a respiração broncovesicular
· Pectoriloquia é ouvir com nitidez a voz (fônica: falada e afônica: cochichada)
· Egofonia é um tipo de broncofonia que surge na condensação e na parte superior dos derrames pleurais 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 1308 p.

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