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Economia 25

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Leticia Da Silva Forte
Resumo 
Em tempos de juros na mínima histórica, os brasileiros despertaram para a busca do “santo graal” dos investimentos, conforme definição de Ray Dalio, fundador do Bridgewater, o maior “hedge fund” do mundo. 
 Em 12 meses até julho, nada menos que R$ 62,8 bilhões em recursos migraram para fundos de investimento com alocação em ativos fora do Brasil, ou seja, 34,8% acima dos R$ 46 bilhões de captação líquida que esses fundos alcançaram em dois anos, de 2018 a 2019. 
 Com a Selic em 2% ao ano, a maior parte dos investimentos tradicionais de renda fixa pós-fixada mal cobre a perda com a inflação — no relatório Focus do Banco Central, que reúne o consenso do mercado sobre indicadores macroeconômicos, a previsão para o IPCA no fim de 2020 está em 1,63%. 
 Desse modo, mesmo com restrições regulatórias — que determinam que as carteiras classificadas como investimento no exterior sejam dirigidas ao público qualificado, com mais de R$ 1 milhão em patrimônio financeiro —, o segmento vem ganhando novos nomes e mais diversidade. 
 Segundo o diretor de vendas internacionais do banco, Marcos Pimentel, os ativos sob gestão dos portfólios internacionais cresceram duas vezes e meia em julho comparado ao que o banco tinha no fim de 2019. 
 Segundo a entidade, a categoria “renda fixa investimento no exterior”, na qual os portfólios aplicam acima de 40% em ativos estrangeiros, exibia um patrimônio líquido de R$ 684,7 milhões no fim de julho de 2019. 
Maior categoria da indústria de fundos, a “renda fixa duração baixa grau de investimento”, em que pelo menos 80% da carteira está aplicada em títulos públicos no Brasil, registrou uma queda de 22,6% no patrimônio líquido. 
 Ainda em sua manifestação, a Anbima pedia urgência para uma revisão mais ampla das regras relacionadas ao acesso pelos investidores brasileiros aos mercados internacionais, o que envolve a discussão do novo arcabouço regulatório de ofertas públicas, os limites previstos na instrução no 555 para investimento no exterior e a equiparação entre os fundos de índice locais e o tratamento conferido aos fundos estrangeiros. 
 CVM, no relatório da audiência pública, respondeu à Anbima que os meios disponíveis para investidores alcançarem maior exposição a ativos no exterior vêm sendo ampliados de modo gradativo ao longo do tempo. início das discussões de reforma da 555, a CVM informou que “está permanentemente modernizando a regulamentação, em função de fatores diversos, tais como estruturas inovadoras, experiência da supervisão, demandas de agentes de mercado, entre outros”. 
Mas a regra saiu num momento em que o mercado debate o aumento da participação da pessoa física na bolsa e até que ponto ela está investindo de forma informada ou fazendo “day trade” e seguindo recomendações de Twitter, sem um cuidado maior. 
 Mas olhando a demanda, de como o mercado tem se desenvolvido, tem que aumentar o alcance disso, até porque, num contexto de juros a 2%, acaba se dando um tratamento para o investidor de varejo pior, com menos acesso para diversificar de fato”, diz Marcus Vinícius Gonçalves, presidente da Franklin Templeton no Brasil. 
Ocorra por uma gradação feita pelas instituições financeiras que leve em conta não só a disposição de risco, como também o grau de conhecimento, momento de vida e objetivos do investidor.

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