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FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Ética e moral 2 . A dimensão ética da pessoa e conceituação de ética e de moralidade. 3. Principais concepções éticas. 4. Ética nas relações organizacionais. 5. As relações de comportamento e ética nas organizações 6 . A relação da ética com a responsabilidade social da organização. 7 . A Ética e o meio ambiente. 8 . A ética e o Gestor e as principais teorias motivacionais. 9 . Ética no comportamento dos grupos 10. Ética nas lideranças e Relacionamentos interpessoais 11 . Ética da Comunicação: linguagem verbal e não-verbal 12 . Ética profissional: O indivíduo e as organizações 13 . Ética do trabalho: direitos e responsabilidades das empresas e dos empregados. 14 . Perspectivas éticas sobre o conflito social e sindicalismo. 15 . Aspectos legais e o Código de Ética do Administrador. 16 . Aspectos Legais e o Código de Ético do Contador PLANO DE AULA INTEGRAL CONHECIMENTO 1: ÉTICA E MORAL QUAL A DIFERE ENTRE ÉTICA E MORAL? Gustavo Bernardo RESPONDE (http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=68 Podemos responder a esta pergunta com uma história árabe. Um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na beira do caminho, o profeta Maomé. Ajoelhando-se à frente do profeta, o homem pediu ajuda: essa quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me! O profeta manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos que o estão perseguindo. 1 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 2 Assim que o homem se afastou correndo, o profeta levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que o profeta só podia dizer a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar. O profeta pensou por um momento e respondeu: falo em nome daquele que detém em sua mão a minha alma de carne: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém. Os perseguidores se conformaram e se lançaram por um outro caminho. O fugitivo teve a sua vida salva. O leitor entendeu, não? Não? Explico. A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral. A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas. Se o profeta fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente. Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde que estava sentado ali”. Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 3 mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o são, para atinarem com a malandragem da frase do profeta e então elaborarem uma pergunta mais específica, do tipo: na última meia hora, sua santidade viu este homem passar, e para onde ele foi? Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo o profeta o foi, ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo, quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero- a equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada. O que é Ética: https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+etica&tbm=isch&imgil=STk8poc83lwt_M%253A%253BBF0M dSNGasxAoM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.selbe FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 4 Segundo OLIVEIRA (1996), Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de alguns profissionais tais como um: médico, jornalista, advogado, empresário, um político e até mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública. O autor afirma que a ética pode ser confundida com lei, embora, com certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Porém, diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela ética. A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem códigos de ética profissional que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos que constituem a base de uma sociedade próspera. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 5 O que é Ética: Segundo ARRUDA (2001), Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de alguns profissionais tais como um médico, jornalista, advogado, empresário, um político e até mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública. O autor esclarece que a ética pode ser confundida com lei, embora, com certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Porém, diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela ética. A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem códigos de ética profissional que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos que constituem a base de uma sociedade próspera. Ética e Moral https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+moral&tbm=isch&imgil=ClpyY-EKLDG0AM%253A%253Bp6MQyWxznxVFDM%253Bhttps%25253A%25252 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 6 SROUR (1998), define Ética e moral como temas relacionados, mas são diferentes, porque moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano. Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é entendida como costume, ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver; a busca do melhor estilo de vida. A ética abrange diversos campos, como antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, política, e até mesmo educação física e dietética. SROUR (1998), afirma que Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”. As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes. De acordo com o autor está associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia. Os princípios morais como a: honestidade, a bondade, o respeito, FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 7 a virtude, e etc, determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis Ética e Moral https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+etica+e+moral&tbm=isch&imgil=JalU_dzmwOFsUM%253A%253 Bc9-9JsVuwt7ISM%253Bhttp%25253A%252 De acordo com OLIVEIRA (1996), a moral orienta o comportamento do homem diante das normas instituídas pela sociedade ou por determinado grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social.. Moral, amoral e imoral Segundo OLIVEIRA (1996), as definições de amoral e imoral estão relacionadas com a moral, no entanto expressão significados distintos. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 8 A imoral é todo o tipo de comportamento ou situação que contraria os princípios estabelecidos pela moral. Por exemplo, a falta de puder, a indecência e etc. Já um comportamento ou situação amoral é a ausência do conhecimento ou noção do que seja a moral. As pessoas com comportamentos amorais não sabem quais os princípios morais de determinada sociedade, por isso não segue-os. https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+etica+e+moral&tbm=isch&imgil=JalU_dzmwOFsUM%253A%253 Bc9-9JsVuwt7ISM%253Bhttp%25253A%252 REFERÊNCIAS ARRUDA JÚNIOR, Edmundo L. de; GONÇALVES, Marcus Fabiano. Fundamentação ética e hermenêutica: alternativas para o direito. Florianópolis: CESUSC, 2002. OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e sociabilidade. São Paulo, Loyola, 1996. ARRUDA, M.C.C. et al. Fundamentos de ética empresarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001. SROUR, Robert, H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 9 CONHECIMENTO 2: A DIMENSÃO ÉTICA DA PESSOA E A CONCEITUAÇÃO DE ÉTICA E DE MORALIDADE De acordo com ARRUDA (2001), a etimologia dos termos Moral e Ética gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explica Moral, como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório. Já a palavra Ética, Motta (1984) define como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem- estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. De acordo com o autor, a Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgiu quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas. A Ética surgiu com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Nesse sentido, Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática.Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são inseparáveis. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral. 2 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 10 Na situação: Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. ARRUDA (2001) ressalta que tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. A diferença prática entre Moral e Ética, de acordo com OLIVEIRA(1996), é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: * explorar, * esclarecer ou * investigar uma determinada realidade. A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente. Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade. Importância da ética no trabalho A ética é indispensável ao profissional, pois, na ação humana, o "fazer" e o "agir" estão integrados. O "fazer" diz respeito à competência, à eficiência e eficácia que todo profissional deve possuir para desempenhar bem a sua profissão. O "agir" refere-se à FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 11 conduta deste profissional, ao conjunto de atitudes que deve este, assumir na execução de sua profissão.Ética Profissional Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Ex. ética médica, ética empresarial,ética jornalística, entre outros. Os códigos de ética orientam e fiscalizam o serviço profissional dos médicos,psicólogos, advogados, entre outros. QUANDO FALAMOS EM ÉTICA LOGO NOS VEM UMA DÚVIDA: CERTO ou ERRADO. Segundo OLIVEIRA (1996), PRECISAMOS LEMBRAR DE 3 PALAVRAS: http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 12 1ªTEMPERANÇA: Temperança significa ter moderação em suas atitudes, ter equilíbrio, e é um termo oriundo do latim. Temperança é uma das virtudes universais, e é a que faz com que as pessoas moderem seus desejos e vontades, como as paixões, alimentos, bebidas, e etc. 2ªCORAGEM: é a habilidade de confrontar o medo, a dor, o perigo, a incerteza ou a intimidação. Uma pessoa corajosa é uma pessoa que, mesmo com medo, faz o que tem a fazer. Pode ser dividida em física e moral. Coragem é a confiança que o homem tem em momentos de temor ou situações difíceis, é o que o faz viver lutando e enfrentando os problemas e as barreiras que colocam medo, é a força positiva para combater momentos tenebrosos da vida. 3ª VIRTUDE: é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação. Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. A explicitação do assédio moral: ( SROUR 1998): Assédio moral no trabalho é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. O assédio moral é mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações de semanas e as de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e http://pt.wikipedia.org/wiki/Dor http://pt.wikipedia.org/wiki/Perigo http://pt.wikipedia.org/wiki/Incerteza http://pt.wikipedia.org/wiki/Intimida%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 13 sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou até a morte. Constitui um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho: gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas relacionadas ao sexo, ser indiferente a presença do outro, estigmatizar os adoecidos pelo trabalho, colocá-los em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele que apresenta dificuldade, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público. Danos da humilhação à saúde: A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de trabalho e a saúde dos trabalhadores, revelando-se uma das formas mais poderosa FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 14 de violência sutil nas relações organizacionais, sendo mais frequente com as mulheres e adoecidos.A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no interior das empresas. O que a vítima deve fazer? Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano,hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário). Procurar ajuda a centros de saúde e verificar quais atitudes pode buscar. Todo cidadão tem direitos e deveres. Assédio Sexual O assédio sexual sempre fez parte da história do mundo, e foram vistas de formas distintas em diferentes culturas. O assédio sexual é conceituado como toda tentativa por parte do empregador ou de quem detenha poder hierárquico sobre o empregado, de obter dele favores sexuais, através de condutas reprováveis, indesejadas e rejeitadas, com o uso do poder que detém como forma de ameaça e condição de continuidade no emprego, ou quaisquer outras manifestações agressivas de índole sexual com o intuito de prejudicar a atividade laboral da vítima, por parte de qualquer pessoa que faça parte do quadro funcional, independentemente do uso do poder hierárquico. Desde maio de 2001 nossa legislação passou a tratar o assédio sexual como crime, previsto no artigo 216-A do Código Penal Brasileiro. O assédio por intimidação, caracteriza-se por incitações sexuais importunas, de uma solicitação sexual ou de outras manifestações da mesma índole, verbais ou físicas, com o efeito de prejudicar a atuação laboral de uma pessoa ou de criar uma situação ofensiva, hostil, de intimidação ou abuso no trabalho. O assédio sexual por chantagem: esta modalidade no ambiente de trabalho pressupõe, necessariamente, abuso de poder por parte do empregador ou de pressuposto seu. Envolve o uso ilegítimo do poder hierárquico, colocando a vítima em situação de grande constrangimento, uma vez que normalmente terá dificuldades de FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 15 reagir em legítima defesa, em virtude do perigo de consequências negativas, inclusive a perda do próprio emprego IMPORTANTE: Sob o Prisma do Direito do Trabalho, se o assédio é iniciativa de um empregado em relação a outro colega de trabalho, poderá o assediador ser dispensado por justa causa.Para o assediado o assédio sexual gera efeitos degradantes tanto no desempenho de sua função quanto nas relações com seus colegas. Onde denunciar: * Sindicato * Ministério Público do Trabalho - MPT * Justiça do Trabalho * Comissão de Direitos Humanos *DRT/ Delegacias Regionais do Trabalho Para refletir- Poesia No caminho com Maiakóvski Eduardo Alves da Costa Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, á não se escondem pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃOE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 16 PARA REFLETIR SOBRE A IMAGEM ABAIXO: ÉTICA E MORAL. http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg REFERÊNCIAS : ARRUDA JÚNIOR, Edmundo L. de; GONÇALVES, Marcus Fabiano. Fundamentação ética e hermenêutica: alternativas para o direito. Florianópolis: CESUSC, 2002. OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e sociabilidade. São Paulo, Loyola, 1996. HABERMAS, Jürgen. Mudança Estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003. ARRUDA, M.C.C. et al. Fundamentos de ética empresarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001. SROUR, Robert, H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998 http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 17 Conhecimento 3: PRINCIPAIS CONCEPÇÕES ÉTICAS Nos dias de hoje, autores como Michel Maffesoli se colocam, sem no entanto admitir, como herdeiros do pirronismo. Na visãoo maffesoliana, a proliferacan dos fanatismos religiosos, dos conflitos etnicos e raciais, dos movimentos neonazistas e tantas outras manifestações tribais é urn reflexo da falencia dos ideais democraticos da modernidade, cuja "onda de choque", iniciada pela Revolucao Francesa (Maffesoli, 1995, p. 25), esta em vias de esgotamento. Segundo o autor, o mundo contemporaneo experimenta uma autentica "mudanca de estilo", a qual ele insere no quadro de uma pos-modernidade, caracterizada fundamentalmente pela presentificação do existir. Dito de outro modo, as pessoas passam a dar mais importancia a esfera do passional, as banalidades do cotidiano, ao fazer politica no espaço do aqui e agora. Concepções Éticas (Segundo OLIVEIRA 1996): Moral Grega “O sábio é o único capaz de se soltar das amarras que o obrigam a ver apenas sombras e, dirigindo-se para fora, contempla o sol”.(Idéia do Bem) (Platão, A República) Alcançar o Bem; buscar o Bem –> Capacidade de compreender bem. Virtude: disposição permanente de querer o Bem. Virtude –> Vir –> Virtus: poder, potência, possibilidade de passar ao ato. (Aristóteles, Ética) Idade Média Teocentrismo –> os valores encontram-se em Deus. Concepção ética fundada nos valores religiosos e, por sua vez, fundados na esperança e na fé. Homem Moral = Homem temente a Deus. Iluminismo 3 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 18 Ser moral e ser religioso não são pólos inseparáveis –> um homem ateu pode ser um homem moral, já que os valores encontram-se no próprio homem. –> Antropocentrismo O homem deve agir à luz da razão. Não faz sentido agir bem para: ser feliz evitar a dor alcançar o céu ou escapar da punição divina Só faz sentido agir bem se a vontade humana for regida por um “imperativo categórico”. O imperativo categórico é incondicionado, portanto absoluto e livre. X A autonomia da razão para legislar supõe a liberdade e o dever. “Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta”. (Kant) (“A máxima é o princípio subjetivo, com base no qual um indivíduo orienta sua conduta”). Exemplo: não roubar Roubar = aceitar o enriquecimento ilícito elevando a máxima pessoal a nível universal, significa: todos podem roubar. Se todos podem roubar, não há como manter a posse daquilo que foi roubado. Conclusão: roubar é irracional. (Immanuel Kant, Crítica da Razão Prática) Materialismo Dialético Karl Marx O ser social determina a consciência; o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual. As expressões da consciência humana – inclusive a moral – são o reflexo das relações que os homens estabelecem na sociedade para produzir sua existência. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 19 Portanto, a moral muda conforme se alteram os modos de produção. –> não há valores universais. Ao contrário, onde existe sociedade dividida em classes com interesses antagônicos, a moral da classe dominante predomina e torna-se instrumento ideológico. Existencialismo Jean-Paul Sartre Cada homem é responsável por toda a humanidade –> solidariedade. O conteúdo da moral é sempre concreto e, por conseguinte, previsível; há sempre invenção. A única coisa que conta é saber se a invenção que se faz, se faz em nome da liberdade. ->não há moral universal. Não é possível a elaboração de uma ética que não sucumbisse ao individualismo e ao relativismo, já que cada homem é responsável por toda a humanidade. A essência precede a existência –> o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define. Não há natureza humana. Não há Deus para conceber. Psicanálise Sigmund Freud O Inconsciente: mundo oculto da vida das pulsões, dos desejos, da energia primária da sexualidade e agressividade. Raiz do comportamento humano. Concepção do homem concreto. Compreensão de que o reconhecimento e o controle (não a repressão) dos desejos é indispensável para a realização da vida moral num mundo adulto. Escola de Frankfurt Adorno, Horkheimer, Benjamin, Fromm, Marcuse, Habermas Premissa: a Razão não ilumina. Razão –> razão instrumental –> separa as coisas para poder dominá-las –> sujeito – objeto FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 20 corpo – alma eu – mundo natureza – cultura paixões, emoções, sentidos, imaginação X Pensamento Proposta: abordagem dialética Positivismo (Cientificismo) Levy-Bruhl Crítica: a idéia universal do homem é pobre e artificial, pois não abre ou favorece a evolução dos conhecimentos. Pressupor uma natureza humana falseia toda a reflexão sobre a moralidade. Conhecer o homem e suas culturas –> observar e comparar. A unidade mental (natureza humana) provavelmente vai aparecer e será definida a posteriori. Portanto, será diferente daquela definida a priori. a posteriori a priori o SER constatado X o dever SER (Sociologismo) (Metafísica) Diversas éticas ( ARRUDA, 2001) A ética não funciona através da imposição e da dogmatização de seus códigos. Desde seu início, a filosofia moral (ética) sempre se utilizou da argumentação racional, valendo-se de métodos que variavam, de acordo com o pensador ou a escola filosófica. Assim temos como metodologias de argumentação ética ao longo da história da filosofia: – o método empírico-racional, desenvolvido por Aristóteles; – o método empirista e racionalista, adotado pela maioria dos filósofos modernos a partir de Descartes; – o método transcendental, desenvolvido por Kant na Crítica da Razão Pura; FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 21 – o método dialético-absoluto, elaborado por Hegel em sua filosofia; – o método dialético-materialista, criado por Marx e utilizado por pensadores marxistas; – o método fenomenológico, elaborado por Husserl e desenvolvido por Scheler; – a análise da linguagem, utilizada pelos pensadores ingleses Moore, Stevenson e Ayer; – por final, o método neocontratualista, desenvolvido pelo filósofo americano John Rawls. O desenvolvimento das tecnologias e das sociedades humanas tem contribuído para a expansão do campo de aplicação da ética. A Declaração dosDireitos do Homem (1949), assinada por todos os países- membro da ONU; assim como diversas comissões criadas para proteção: às pessoas (crianças, idosos, deficientes, etc.), à biodiversidade, aos recursos naturais, etc., fizeram com que surgissem diversas novas áreas de preocupação e atuação para a ética: Bioética, ética empresarial, ética ambiental, ética médica, ética política, ética econômica, entre outras, são áreas onde a análise e a crítica filosófica se faz cada vez mais presente. ANÁLISE DE FILME QUE TRATA SOBRE ÉTICA FILME O SENHOR DAS MOSCAS – LORD OF THE FLIES. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 22 Realização: Harry Hook (1990 – 91 m.) APRESENTAÇÃO Trata – se um filme inspirado no livro " O Senhor das moscas", com o qual o seu autor, William Golding, ganhou o prémio Nobel da literatura. Um grupo de estudantes entre os 9 e os 12 anos de idade sofre um desastre de avião e cai numa ilha deserta. Pertenciam a uma academia militar, pelo que o comandante do grupo assume a liderança. No início a alegria é a nota dominante. Não há aulas, não há adultos... só há férias! Como se trata de uma ilha tropical, sentem-se no paraíso. No entanto, é preciso lutar pela sobrevivência para conseguir alimentos, para se protegerem das condições climatéricas e para avisar os possíveis socorristas de que estão vivos... Dividem-se tarefas, estabelecem-se objectivos, mas nem todos os elementos do grupo possuem a mesma motivação. Alguns não estão dispostos a aceitar as regras do jogo, mesmo que o que esteja em causa seja a sobrevivência... Um dos rapazes propõe que se dediquem apenas à caça e às brincadeiras, apresentando aos seus companheiros soluções fáceis e de satisfação imediata. Recusa participar nos trabalhos rotineiros que caberiam a todos os estudantes. Desfaz- se a união entre os colegas e alguns seguem o rebelde. Com o desenrolar da história, o comandante do grupo vai - se sentindo mais isolado, mas não cede nas suas convicções e no que ele considera mais adequado para o bem de todos. Mantém a sua estratégia, a única correcta a longo prazo. Mas a sua firmeza é insuportável para os insubmissos que, numa explosão de ódio, tentam matá-lo, depois de já terem morto um dos poucos colegas que o apoiava. É um homem só, o único que não se juntou aos do "outro grupo". No momento em que está quase a ser apanhado, chegam uns helicópteros salvadores, colocando um ponto final à história, que fica em aberto... a conclusão tem de ser tirada por todos os espectadores do filme ou leitores do livro. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 23 FILME SOBRE O PROBLEMA DA FUNDAMENTAÇÃO DA MORAL MEDIDAS EXTREMAS (Extreme Measures) SINOPSE Guy Luthan (Hugh Grant) é um jovem médico inglês que trabalha num hospital de Nova Iorque. Começa a ficar intrigado quando repara que o corpo de um homem que morreu na emergência desapareceu. Na verdade não há nem registos da sua entrada. Ao tentar descobrir a verdade, o médico encontra pistas relacionadas com um eminente cirurgião (Gene Hackman). A sua vida começa a ficar ameaçada porque há quem não queira que os segredos do hospital venham à tona. REFERÊNCIAS : OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e sociabilidade. São Paulo, Loyola, 1996. HABERMAS, Jürgen. Mudança Estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003. ARRUDA, M.C.C. et al. Fundamentos de ética empresarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001. SROUR, Robert, H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998 http://2.bp.blogspot.com/-VGQ3H7o_E58/TWPTG0xC_8I/AAAAAAAAADU/CeTrYnyS6bQ/s1600/Medidas+Extremas-ok.jpg FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 24 CONHECIMENTO 4: ÉTICA NAS RELAÇÕES ORGANIZACIONAIS A ética proporciona as razões para determinadas escolhas, exigindo uma reflexão a respeito dos princípios fundamentais que criticam ou legitimam o agir humano. Pode-se dizer que a ética “é um conjunto de normas, princípios e razões que um sujeito compreendeu e estabeleceu como diretriz de sua conduta” (CLAVO, 2008, p. 120). O estudo da ética define-se também como “um conjunto de referências, princípios e disposições voltados para a ação, para balizar as ações humanas entre o supostamente correto e o incorreto, o supostamente bom e o mau, o supostamente justo e o injusto” (CASALI, 2008, p. 53). Para Matos (2008, p. 28), a ética é “a ciência do bem comum. Implica preservar a dignidade humana, a liberdade, a igualdade de oportunidades, o respeito aos direitos humanos. Sem uma ética mínima não há grupo sustentável”. Não se pode cultivar uma ética decorrente de cerceamento, com o indivíduo adotando um comportamento ético apenas porque está sendo vigiado, ou porque precisa seguir as normas estipuladas. A ética é muito mais complexa e envolve a essência do agir humano em busca do entendimento das próprias atitudes do bem para si e para os outros. Passos (2006, p. 98) alerta para o cuidado com a redução da ética a aspectos normativos e justifica que “as normas e os códigos devem ser considerados apenas como meios, como orientadores, e não como um fim em si mesmos”. As normas servem para orientar o indivíduo a refletir a respeito das suas decisões. Na linguagem informal, os termos ética e moral são utilizados como sinônimos: abrangem as normas e princípios que ditam o comportamento humano e são expressos por meio de valores. 4 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 25 A moral pode ser descrita como o comportamento validado pelos costumes e pela sociedade; é expresso por meio de normas. A moral ou conjunto de morais é o objeto de estudo da ética. A diferenciação de ética e moral pela origem dos termos ficou prejudicada, porque foram utilizados na tradição filosófica como sinônimos (TUGENDHAT, 1996, p.35). “No latim, o termo grego éthicos foi então traduzido por moralis. Mores significa: usos e costumes”; porém, não é este o entendimento sobre ética ou moral. Segundo Tugendhat (1996, p. 35), a palavra ética foi traduzida de forma equivocada: “na ética aristotélica, não apenas ocorre o termo éthos (com e longo), que significa propriedade do caráter, mas também o termo éthos (com e curto) que significa costume, e é para este segundo termo que serve a tradução latina” (TUGENDHAT, 1996, p. 35- 36). Já o termo moralis, em latim, “veio então a ser quase que um termo técnico, que não permite mais pensar muito em costumes, mas que foi empregado exclusivamente em nosso sentido de ‘moral’” (TUGENDHAT, 1996, p. 36). Tugendhat (1996) refere-se ao emprego dos termos ética e moral como “intercambiáveis”. Para ele, a distinção é desnecessária, e a pergunta a respeito da diferenciação entre ética e moral não tem sentido. Entretanto, posteriormente, o autor refere-se a uma aceitável diferenciação: “uma outra definição terminológica possível dotermo ‘ético’ é, diferenciando-o do moral, compreendê-lo como a reflexão filosófica sobre a moral” (TUGENDHAT, 1996, p. 41). A moral está vinculada diretamente aos valores, costumes e normas, que num determinado contexto são válidas, definindo o que deve ser realizado e o modo de se agir em situações determinadas, de acordo com a liberdade de escolha de cada indivíduo. A moral é “um conjunto de normas que são transmitidas de geração a geração, evoluem ao longo do tempo e possuem fortes diferenças em relação às normas de outra sociedade e de outra época histórica”(CLAVO, 2008, p. 120). Essas normas direcionam o comportamento dos indivíduos dessa sociedade. “A moral é definida como conjunto de valores, de princípios, de regras que norteiam o FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 26 comportamento humano. [...] A ética é a reflexão crítica sobre a moralidade. Não tem a pretensão de definir normas, mas indicar princípios” (RIOS, 2008, p. 84). A moral engloba os valores presentes na sociedade e, a partir desses valores, classifica o comportamento como certo ou errado, enquanto que a ética se preocupa em refletir sobre os fundamentos das ações. Vázquez (2007, p. 19) também diferencia ética e moral, porém, ressalta que “os problemas teóricos e os problemas práticos, no terreno moral, se diferenciam, portanto, mas não estão separados por uma barreira intransponível”. É difícil efetuar essa separação, porque as questões morais e éticas estão relacionadas: uma sempre recorre à outra, seja por meio da prática ou da reflexão. Segundo Passos (2006, p. 22), Poder-se-ia dizer que a moral normatiza e direciona a prática das pessoas, e a ética teoriza sobre as condutas, estudando as concepções que dão suporte à moral. São, pois, dois caminhos diferentes que resultam em status também diferentes; o primeiro, de objeto, e o segundo, de ciência. Donde deduzimos que a Ética é a ciência da moral. A ética empresarial é definida por Moreira (1999, p. 28) como “o comportamento da empresa – entidade lucrativa – quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)”. Para Alonso et al. (2006, p.147), trata-se do “conjunto de princípios, valores e padrões que regula o comportamento das atividades da empresa do ponto de vista do bem ou do mal”. Humberg (2006, p. 82), por sua vez, salienta que: A ética empresarial (ou organizacional, num sentido mais amplo), envolve a definição clara de posturas adotadas pela empresa e por seus colaboradores, a partir dos dirigentes e, embora baseada em conceitos morais, distingue-se destes pela sua característica mais utilitária. Trata-se de estabelecer os procedimentos para o dia-a-dia da empresa e não conceitos filosóficos ideais. A ética organizacional é uma postura adotada por toda a organização de forma clara e responsável em todas as atividades organizacionais. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 27 Entretanto, pode-se afirmar que algumas organizações têm dado maior valor ao “Marketing da ética” ao estarem preocupadas em se mostrarem éticas. Com essa visão, implementam ações, criam códigos de conduta, inserem nos sites os links com os programas de ética, entre outros, sem se atentarem para o fato de que a ética deve estar vinculada à filosofia organizacional, e dela devem consistir todas as atividades organizacionais. Percebe-se que, um programa de ética envolve todos os integrantes da organização, principalmente a alta administração, na adoção de posturas éticas que atendam os objetivos organizacionais e também os interesses legítimos dos seus públicos na construção de uma sociedade mais justa e humana. A ética organizacional passa a integrar as atividades da organização quando os seus colaboradores se sentirem envolvidos nesse processo, por meio de um ambiente que lhes proporcionem condições favoráveis para manutenção de uma conduta ética. Decorre o posicionamento estratégico dos dirigentes em promover a ética organizacional “como uma experiência positiva, que pode proporcionar satisfação e realização por si mesma, e não como um conjunto de sanções que limitam e ameaçam pessoas em seus cargos” (AGUILAR, 1996, p. 53). A ética não pode ser utilizada como forma de coação, é oportunidade para valorização do indivíduo como sujeito autônomo e dotado de capacidade para fazer as suas escolhas. ÉTICA X RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL Srour (2003) ao discutir a responsabilidade social empresarial, suas vantagens e como essas atitudes contribuem para a construção da “empresa cidadã”, sustenta que o comportamento ético influencia diretamente na formação da reputação e no aumento do grau de confiança na empresa. É necessário ressaltar a responsabilidade de cada integrante da organização e a valorização do seu papel para a prática de um comportamento ético que contribuirá para a credibilidade do profissional e da organização à qual está vinculado. É preciso ressaltar que a busca pela “excelência ética” não pode limitar os programas ou a abordagem da ética somente aos aspectos instrumentais, às FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 28 transmissões de informações, de normas, de códigos de ética. “Ele deve ter como finalidade levar as pessoas a pensar. Mais do que isso, a refletir sobre seus atos, tomando por base o respeito à pessoa e à verdade” (PASSOS, 2006, p. 104). Humberg (2006) descreve, de forma resumida, cinco etapas principais da implantação de um programa de ética: identificação da cultura e dos valores da organização; b) definição e discussão com os envolvidos sobre o código de ética; c) orientação dos relacionamentos com os segmentos envolvidos; d) treinamento e reciclagem; e) criação de sistemáticas de acompanhamento. Em todas as etapas, está incluída uma série de procedimentos que determinarão o sucesso do programa de ética. É evidente, no entanto, que o diálogo é imprescindível, para que o programa seja baseado em necessidades da empresa e represente a sua singularidade. Além disso, percebe-se a oportunidade de atuação dos profissionais de comunicação organizacional e relações públicas em todas as etapas do programa proposto e, principalmente como articuladores e promotores do diálogo. Quando uma organização define, como sua política, a conduta ética, ela também poderá cobrar tal posicionamento dos seus gestores e dos seus colaboradores. Dessa forma, obterá maior comprometimento de seu público interno que perceberá que toda a organização está alinhada a esse propósito. As empresas que se preocupam com a imagem corporativa, com a valorização de suas marcas ou com a reputação de que desfrutam, acabam também compondo uma agenda em que a reflexão ética ganha estatuto de estratégia relevante; afinal, a reputação é uma das facetas mais vulneráveis que as empresas apresentam (SROUR, 2003, p. 348). O Processo Ético Organzacional se relaciona com diversos fatores conforme aparece na Figura 2 abaixo: Valores Culturais, Desenvolvimento Moral cognitivo, Estilo de Gestão, FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 29 Clima Ético Organizacional, Desempenho Social, Fatores Demográficos. ETICA X Combate à Discriminação no Trabalho O Ministério do Trabalho e Emprego, como órgão da Administração Pública Federal responsável pela regulamentação e fiscalização das relações de trabalho e emprego, na profissão, com o intuito de combater os vários tipos de discriminações, iniciou, em 1997, o Programa Brasil, Gênero e Raça. O Programa Brasil, Gênero e Raça é executado por meio dos Núcleos de Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Combate à Discriminação. O Ministério do Trabalho e Emprego tem buscado incorporar à sua missão institucional o princípio da igualdade de oportunidades e do combate a todas as formas de discriminação, considerando os seguintes pontos: a) transversalidade b) articulação de políticas c) desenvolvimento e inclusão social. O Governo Federalvem desenvolvendo ações na direção da promoção de igualdade de oportunidades a grupos e populações socialmente excluídas, por meio da disseminação, fortalecimento institucional e articulação de políticas públicas que promovam a diversidade e a eliminação de todas as formas de discriminação. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 30 O Ministério do Trabalho e Emprego tem impulsionado ações e apoios estratégicos a estas políticas, com a finalidade de contribuir para a consolidação de uma política nacional integrada de inclusão social e redução das desigualdades sociais com geração de trabalho, emprego e renda, promoção e expansão da cidadania. Essas políticas são desenvolvidas por meio de diversos programas do Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda, Economia Solidária, Relações do Trabalho, Fiscalização ao cumprimento das normas de proteção ao trabalhador e trabalhadora e de ampliação e aperfeiçoamento da rede de combate à discriminação no trabalho, além do Programa Brasil Gênero e Raça que incorpora a promoção da: igualdade de oportunidades no trabalho e o combate a discriminação, fundamentada na raça, cor, sexo, religião, opinião pública, ascendência nacional ou origem social, e outras discriminações: como: idade, orientação sexual, estado de saúde, deficiência, cidadania e obesidade, através de ações educativas de sensibilização. OBSERVE O QUADRO ABAIXO E REFLITA SOBRE O DIÁLOGO ENTRE AS DUAS PESSOAS. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 31 http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg DICA DE ESTUDO REFERÊNCIAS: OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e sociabilidade. São Paulo, Loyola, 1996. HUMBERG, Mario Ernesto. O profissional e a ética empresarial. In: KUNSCH, Margarida M. K. (Org.). Obtendo resultados com relações públicas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. p. 81-88. ____. Ética empresarial e relações públicas. Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas, São Paulo, n.8, p. 89-98, jan./jul. 2008. KUNSCH, Margarida. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 4. ed. São Paulo: Summus, 2003. MATOS, Francisco Gomes. Ética na gestão empresarial: da conscientização à ação. São Paulo: Saraiva, 2008. MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no Brasil. São Paulo: Pioneira, 1999. PASSOS, Elizete. Ética nas organizações. 2. reimp. São Paulo: Atlas, 2006. LER SOBRE A ÉTICA E DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO. LEMBRANDO QUE Os valores éticos são desenvolvidos ao longo do tempo e são influenciados pelos grupos dos quais ele faz parte, como a família, religião, amigos, escola etc. http://1.bp.blogspot.com/_yLOnKxk8g5o/SqZC7mT-T-I/AAAAAAAAEJc/fv0qnDCXoZ4/s1600/Hipocrisia.jpg FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 32 CONHECIMENTO 5: AS RELAÇÕES DE COMPORTAMENTO E ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES As relações éticas da empresa com seus stakeholders (acionistas, fornecedores, funcionários, comunidade e clientes). O termo stakeholder, conforme Freeman e Mc Vea (2010), apareceu em um memorando do Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI) nos anos 60 Donaldson e Preston (1995) . Nesse memorando discutiu-se a atuação do gestor de empresa como sendo de múltiplos objetivos, que deveriam atender aos stakeholders, ou seja, às necessidades de acionistas, empregados, clientes, fornecedores, financiadores e sociedade. Nessa ótica, a gestão empresarial deve ser desenvolvida para garantir o apoio de cada um desses interessados, o que garantiria o sucesso da empresa em longo prazo. Assim, segundo os autores, o gestor deve explorar as relações com os stakeholders para desenvolver as estratégias empresariais. Administrando stakeholders: a dimensão descritiva Uma das principais ideias defendidas por Donaldson e Preston (1995) para a construção de uma teoria de stakeholders é a de que ela é gerencial. O objetivo não é só descrever situações existentes ou predizer relações de causa e efeito, “… mas também recomendar atitudes, estruturas e práticas que juntas constituam a administração dos stakeholders” (p.66). O papel dos administradores, bem como sua percepção da importância, atributos e legitimidade de interesses dos stakeholders é um ponto importante e constitui a dimensão descritivo/empírica da teoria. A primeira questão de caráter descritivo a estabelecer se refere ao conceito de organizações. A teoria dos stakeholders e a dos shareholders comungam a visão econômica de que as organizações são “ nexos de contratos”. 5 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 33 A clássica visão da firma como uma caixa preta, na qual insumos são convertidos em produtos sem "... explicar como conflitantes objetivos de participantes individuais são trazidos para o equilíbrio, assim como os resultados são distribuídos”(Jensen e Meckling, 1996:317), dá lugar à contribuições em que o comportamento dos participantes afeta os resultados organizacionais, em especial dos administradores. Segundo Wagner III e Hollenbeck (2003, p. 06), “Comportamento Organizacional (CO) é um campo de estudo voltado a prever, explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas”. Já para Robbins (2002, p. 06): É um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para promover a melhoria da eficácia organizacional. Baseado na definição de Comportamento Organizacional, Wagner III e Hollenbeck (2003, p. 06), escreveram três importantes considerações: 1-O comportamento organizacional enfoca comportamentos observáveis, tais como conversar com colegas de trabalho,utilizar equipamentos ou preparar um relatório. Porém, também lida com as ações internas, como pensar perceber e decidir, as quais acompanham as ações externas. 2- O comportamento organizacional estuda o comportamento das pessoas tanto como indivíduos quanto como membros de unidades sociais maiores. 3- O comportamento organizacional também analisa o “comportamento” dessas unidades sociais maiores – grupos e organizações – por si. Nem os grupos nem as organizações se comportam do mesmo jeito que uma pessoa. Entretanto, certos eventos de unidades sociais maiores não podem ser explicados somente como resultado de comportamentos individuais. Esses eventos devem ser entendidos em termos de processos grupais ou organizacionais. Segundo Moscovici (1980), as pessoas pensam, sentem, percebem e agem de maneiras diferentes. Nessas percepções diferentes é que surge o conflito, e à medida que essas diferenças comportamentais precisam ser enfrentadas, elas não podem ser consideradas como boas ou más, pois forneceram riquezas de possibilidades e opções de maneiras para reagir a situações e problemas. Em relação aos conflitos, Bowditch (1992) complementa que conflito intergrupal é representado pelas diferentes maneiras de pensar dos indivíduos, quanto às FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 34 autoridades, metas, territórios ou recursos, que são inevitáveis dentro das organizações. Robbins (2002) registrou que o comportamento organizacional se focaliza em três níveis de comportamento dentrodas organizações. Sendo o primeiro nível o indivíduo; a forma como ele age perante as diversas situações do cotidiano, se ele está disposto no serviço, recepcionando bem, de forma calorosa a fim de cativar e atrair o cliente. O segundo nível seria o do grupo; onde sentam, analisam e discute sobre o trabalho, em busca de melhoras, soluções para a empresa ou até mesmo planejar futuros projetos. E o terceiro e último nível é o da estrutura; relacionado ao local onde se trabalha se é adequado ou não, para se obter um melhor desempenho. O administrador deve ter três grandes habilidades para trabalhar com as pessoas, para que possa atingir seus objetivos com sucesso: habilidade técnica, humana e conceitual. A habilidade técnica é aquela que tem a capacidade de aplicação de conhecimento especializado, adquirido no exercício de determinada função. A habilidade humana é aquela que é capaz de trabalhar com outras pessoas, que tem facilidade em se comunicar, motivar e delegar. A habilidade conceitual é a capacidade mental de analisar, interpretar racionalmente as informações e diagnosticar situações complexas. “Todos os princípios da administração cientifica refletem a ideia de que por meio de uma administração adequada uma empresa poderia alcançar rentabilidade e sobrevivência longa no mundo competitivo dos negócios. (WAGNER III E HOLLENBECH, 2003 p. 8 e 9”. Para Robbins (2002, p. 66) “Atitudes são afirmações avaliadoras ou julgamentos que dizem respeito a objetos, pessoas ou eventos”. Essas atitudes, segundo Robbins (2002), podem ser favoráveis ou desfavoráveis, pois elas transmitem como uma pessoa se sente em relação a alguma coisa. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 35 Por isso, a tamanha importância delas nas organizações, porque as atitudes podem afetar o comportamento no trabalho. É onde muitas pessoas ficam mal vistas perante os olhos da empresa; por expressar atos indevidos. Muitos desses ocorridos por causa da mistura feita pelas pessoas entre local de trabalho e lazer. Outro fator que também as deixam em situações desfavoráveis nas organizações é quando o indivíduo entra na empresa visando em obter lucro através do prejuízo da mesma. Como pessoas que são contratadas, mas o que elas querem mesmo é ter o seu próprio negócio encima dos danos da empresa, contudo, fazem o possível e o impossível para conseguir isso, como inventar lesões físicas providas do trabalho para que a firma responda judicialmente. Robbins (2002) escreveu que apesar dos valores não terem uma ligação direta com as atitudes, é fundamental conhecê-los por influenciar fortemente nelas. “Portanto, o conhecimento do sistema de valores de uma pessoa pode ajudar no entendimento de suas atitudes” (ROBBINS, 2002, p. 78). “Mudar a estrutura organizacional não é suficiente. A única maneira de mudar uma organização é mudar sua cultura, ou seja, os sistemas dentro dos 6 quais as pessoas vivem e trabalham”. (BECKHARD, 1972 apud CHIAVENATO, 1999, p.323) Entretanto, para finalizar; na percepção de Wagner III e Hollenbeck (2003), não só o indivíduo, mas também os grupos interferem diretamente nas organizações, pois a formação de grupos dentro das empresas contribui positivamente para elas, devido as suas distinções psicológicas que cada membro tem entre si. Desta forma, o trabalho flui. Mas para que isso ocorra é necessário que dentro do grupo haja lealdade e comprometimento, de maneira a trabalharem juntos, cooperando uns com os outros. Em geral, elas: a. Definem a si mesmas como membros; b. São definidas pelas outras como membros; c. Identificam-se umas com as outras; d. Envolvem-se em interação freqüente; e. Participam de um sistema de papéis interdependentes; f. Compartilham normas comuns; g. Buscam metas comuns, interdependentes; h. Sentem que sua percepção ao grupo é compensadora; i. Possuem uma percepção coletiva da unidade; FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 36 j. Unem-se em todo confronto com outros grupos ou indivíduos.(WAGNER III e HOLLENBECK,2003, p. 210- 211) As pessoas precisam, cada vez mais, se sentirem importantes, necessárias e reconhecidas em suas vidas. E é a partir do que a empresa apresenta como uma cultura, no que diz respeito ao trato dos seus profissionais, é que pode fazer com que todos percebam que são integrantes essenciais em sua equipe. De acordo com Chiavenato (2009, p. 66) Embora se possam ver as pessoas como recursos, isto é, portadoras de habilidades, capacidades, conhecimento, competências, motivação de trabalho etc., nunca se deve esquecer que as pessoas são pessoas, isto é, portadoras de características de personalidades, expectativas, objetivos pessoais, histórias particulares, etc. Convém, portanto, salientar algumas características genéricas das pessoas como pessoas, pois isso melhora a compreensão do comportamento humano nas organizações. Segundo Robbins (2005, p. 6), o comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como este comportamento afeta o desempenho das empresas. Na óptica da psicologia, o comportamento é tudo aquilo que faz um ser humano perante o seu meio envolvente. Cada interação de uma pessoa com o seu ambiente implicam um comportamento. De acordo com Tonnera (2013, p.2), pode-se considerar que três grandes grupos que responsáveis por determinar a percepção de um indivíduo: Valores: é o conjunto de todas as crenças do indivíduo no que se refere à relação com outras pessoas e o ambiente. É o grande responsável pela interface do indivíduo com a sociedade. Modelos Mentais: podem ser estórias ou imagens que existem na mente do indivíduo no seu mais íntimo e que o mesmo carrega consigo no que diz respeito a sua própria existência. É como se fosse o “retrato” que ele enxerga da sua própria realidade, da realidade alheia e o seu conceito de mundo ideal. Motivos: é interessante utilizar como base o conceito de Eric Maslow da teoria das necessidades para entender em que estágio de necessidade o indivíduo encontra-se e assim entender o seu grau de percepção em relação aos fatos. Segundo Chiavenato (2009, p.66-67), o comportamento das pessoas apresenta algumas características: FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 37 O homem proativo: o comportamento das pessoas é orientado para a satisfação de suas necessidades pessoais e para o alcance de seus objetivos e aspirações. De modo geral, o comportamento nas organizações é determinado tanto pelas práticas organizacionais como pelo comportamento proativo (orientado para objetivos pessoais) dos participantes da organização. O homem é social: a participação em organizações é importante na vida das pessoas porque as conduz ao envolvimento com outras pessoas ou grupos. Segundo Chiavenatto (2009), nos grupos ou nas organizações, os indivíduos procuram manter a identidade e seu bem-estar psicológicos e usam seus relacionamentos com outras pessoas para obterinformação sobre si mesma e sobre ambiente em que vivem. O homem tem diferentes necessidades: as pessoas são motivadas por uma diversidade de necessidades. Um fator pode motivar o comportamento de uma pessoa hoje e pode não ter potência suficiente para determinar seu comportamento no dia seguinte. Por outro lado, o comportamento das pessoas é simultaneamente influenciado por um grande número de necessidades que apresentam valências e quantidades diferentes. O homem percebe e avalia: a experiência da pessoa com o seu ambiente é um processo ativo porque seleciona os dadosdos diferentes aspectos do ambiente, avalia- os em termo de suas próprias experiências passadas em função daquilo que está experimentando em termos de suas próprias necessidades e valores. O homem pensa e escolhe: o comportamento humano é proposital, proativo e cognitivamente ativo. Pode ser analisado em termos de planos comportamentais que escolhe, desenvolve executa para lidar com estímulos com que se defronta e para alcançar seus objetivos pessoais. O homem tem limitada capacidade de resposta: a capacidade é limitada de acordo com o que pretende ou ambiciona. As pessoas não são capazes de se comportar de todas as formas, pois suas características pessoais são limitadas e restritas. As diferenças individuais fazem com que as pessoas tenham comportamentos variados. A capacidade de resposta é função das aptidões (inatas) e da aprendizagem FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 38 (aquisição). Tanto a capacidade mental como a capacidade física está sujeita a limitações. http://oobservadoradm.blogspot.com.br/2011/06/comportamento-dos-individuos-na.html Segundo ROBBINS (2005), entre as variáveis que afetam o comportamento dos indivíduos na organização estão as individuais e ambientais. Nas variáveis individuais estão a infância, a adolescência e a fase adulta de cada um. Nas ambientais estão o grupo social, cultura, fatores do ambiente físico etc. As pessoas apresentam diferenças individuais no desempenho do trabalho por dois motivos principais. O primeiro é por cada um nascer diferente do outro e o segundo é por terem tido experiências de vida diferentes. E a personalidade do ser humano é resultante disto. Ou seja, a vida das pessoas irá depender desde como nasceram e foram criadas. O autor também retrata que os profissionais de recursos humanos nas organizações verificam o comportamento no trabalho e tentam aumentar os comportamentos que estão contribuindo para o desempenho organizacional. Os comportamentos que não estão contribuindo são eliminados através de técnicas: treinamentos e dinâmicas de grupo. Penso que nos dias de hoje com as mudanças que aconteceram no mundo teríamos de ir mais além para estarmos julgando se um FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 39 comportamento é mau ou não. Não basta só isso, é necessário verificar porque os funcionários vêm apresentando tais comportamentos que afetam ou não o desempenho. Ou seja, é preciso verificar os fatores que vêm influenciando no desempenho. Se esses se devem a fatores pessoais, a tecnologia da empresa, as políticas da empresa ou aos estilos de liderança. O que não podemos é ficar de braços cruzados diante dos problemas e sim investigar a razão deles estarem ocorrendo. De acordo com ROBBINS (2005),quando os objetivos do indivíduo não são atingidos ocorre a frustração. Ela é representada por um incentivo negativo. Com ela o que o indivíduo pretende se torna impossível, não encontrando outra saída a não ser mudar as pretensões iniciais e adotar outro comportamento. Através da frustração o indivíduo não desempenha seu próprio papel estando desmotivado. Caso a frustração seja muito intensa coloca em perigo a personalidade do indivíduo podendo ocorrer inclusive o trauma. A pessoa procura fugir das consequências maléficas dela para não se desajustar. Quando os funcionários estão com problemas deve-se chegar perto deles conversando de maneira clara e habitual oferecendo idéias que possam ajudar a resolver seus próprios conflitos. Para ver se a frustração é anormal é preciso ver se o indivíduo é capaz de se livrar dela e de como é ajudado por outras pessoas a se livrar. Quando os conflitos e frustrações não se resolvem podem ocasionar comportamentos desajustados, infelicidade e improdutividade. A frustração pode ser uma situação de vida benéfica conforme ela impulsiona o indivíduo a agir na tentativa de resolvê-la. Existe uma motivação que leva o homem a agir, buscando diminuir as ansiedades e tensões que o atrapalham psicologicamente. Essas pessoas que agem mesmo frustradas são aquelas que não se deixam abater diante de qualquer problema. Eles refletem sobre seu estado e situação chegando no consenso que se desistirem e não tentarem de novo não chegarão a lugar algum. São pessoas que lutam pelo que querem, não desistindo fácil das coisas. Esses tipos de pessoas sempre atingem seus objetivos vencendo na vida e quando caem diante das dificuldades sempre levantam. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 40 Antes de fazermos julgamentos da maneira das pessoas se comportarem nas organizações é preciso levar em consideração as variáveis individuais e ambientais. E, caso apresentem comportamentos não esperados investir nos treinamentos. Dessa maneira estão valorizando as pessoas. O autor afirma que “Investir só em máquinas não é suficiente, porque o que vai fazer o resultado na produtividade e sucesso da empresa são as pessoas que irão comandá-las.” Para lembrar... REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. TONNERA, Anderson. O comportamento nas organizações. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2013. ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Peason Prentice Hall, 2005. ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Peason Prentice Hall, 2005. WAGNER III, John A. e HOLLENBECK, John R. Comportamento organizacional: criando vantagem competitiva. Tradução: Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2003. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 41 CONHECIMENTO: A RELAÇÃO DA ÉTICA COM A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA ORGANIZAÇÃO NORMA ISSO 26000 – DIRETRIZES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL A ISO 26000:2010 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fins de certificação. Qualquer oferta de certificação ou alegação de ser certificado pela ABNT NBR ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o propósito da norma. No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na Fiesp, em São Paulo. Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em 6 FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 42 conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas. A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte ou localização, sobre: conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social; histórico, tendências e características da responsabilidade social; princípios e práticas relativas à responsabilidade social; os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência; identificação e engajamento de partes interessadas; comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social. HISTÓRICO: A ISO 26000:2010 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fins de certificação. Qualquer oferta de certificação ou alegação de ser certificado pela ABNT NBR ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o propósito da norma. Após cinco anos de intenso trabalho, que envolveu cerca de 450 especialistas de 99 países, a Norma Internacional de Responsabilidade Social, ISO 26000 foi publicada no dia 1º de novembro de 2010. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 43 Em 2001, a ISO, Organização Internacional de Normalização, convidou o seu Comitê de Política do Consumidor – COPOLCO, a analisar a viabilidade e o interesse de uma norma internacional no tema. O COPOLCO foi absolutamente favorável à elaboração de uma norma internacional sobre o assunto, a fim de atender a uma demanda clara e urgente das organizações, dos consumidores e da sociedade como um todo. O COPOLCO recomendou que se estabelecesse um grupo para o aprofundamento no assunto e o estudo do estado da arte da Responsabilidade Social no mundo. Em 2002, a ISO constituiu um grupo estratégico para essa finalidade que, em 2004, por meio de um relatório técnico, recomendou que a ISO desenvolvesse uma norma internacional. Em junho de 2004, a ISO realizou em Estocolmo, na Suécia, uma conferência na qual se decidiu pela elaboração da norma.Em decisão histórica, o Brasil e a Suécia, por meio de seus organismos de Normalização, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto Sueco de Normalização (SIS), foram eleitos para presidir o grupo de trabalho encarregado de elaborar a Norma Internacional de Responsabilidade Social. A ISO 26000 continua a inovar e, nesse sentido, foi criado um grupo de acompanhamento de implementação da norma. A proposta de criação deste grupo surgiu na última reunião do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG-SR, em Copenhague. Na ocasião, foram eleitos representantes das seis categorias de stakeholders participantes, um representante de país desenvolvido e um de país em desenvolvimento e seus respectivos suplentes. O Inmetro participa desse grupo como suplente da categoria governo, representando os países em desenvolvimento. A ISO acatou a proposta de funcionamento desse grupo e conferiu à ABNT e ao Instituto Sueco de Normalização a liderança do mesmo, como reconhecimento da bem sucedida atuação na construção da norma. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 44 O grupo deve, entre outras tarefas, acompanhar casos de implementação, buscar as melhores práticas e identificar oportunidades e necessidades de melhorias da norma. Características É uma norma de diretrizes, sem o propósito de certificação. Título: ISO 26000 – Diretrizes em Responsabilidade Social É Aplicável a todos os tipos e portes de organizações (pequenas, médias e grandes) e de todos os setores (governo, ONG’s e empresas privadas) Estrutura e visão geral da norma Escopo – define a abrangência da norma e os limites de sua aplicabilidade; Termos e definições – identifica e fornece a definição de termos chave de importância fundamental para compreensão da responsabilidade social e o uso da norma; Compreensão da Responsabilidade Social – descreve os contextos históricos e contemporâneos relacionados ao tema e os fatores e condições importantes que afetam sua natureza e prática. Inclui orientações específicas para pequenas e médias empresas; Princípios de RS relevantes a todas as organizações – identifica e explica o conjunto de princípios da RS; Reconhecimento da Responsabilidade social e engajamento das partes interessadas – fornece orientações sobre a relação entre uma organização, suas partes interessadas e a sociedade, sobre o reconhecimento dos temas e questões centrais de responsabilidade social e sobre a esfera de influência da organização; Orientações sobre temas centrais da responsabilidade social – explica os temas centrais e as questões e expectativas a eles relacionadas; Orientações sobre a integração da responsabilidade FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 45 social em toda a organização – fornece orientações de como colocar a responsabilidade social em prática em uma organização; Anexo A- apresenta um cardápio de algumas iniciativas e ferramentas voluntárias relacionadas à RS, de caráter regional ou internacional, identificadas à época; Anexo B – contém abreviaturas usadas na norma; Bibliografia – inclui referências a instrumentos internacionais de reconhecida autoridade e Normas ISO mencionadas como fonte no corpo da norma. A norma contém 27 definições, veja abaixo algumas: Responsabilidade Social A norma define que responsabilidade social é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da sociedade; Leve em consideração as expectativas das partes interessadas: Esteja em conformidade com a legislação aplicável; Seja consistente com as normas internacionais de comportamento e Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. NOTA 1: Atividades incluem produtos, serviços e processos. NOTA 2: Relações referem-se às atividades da organização dentro de sua esfera de influência. Accountability: condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e prestar contas destas decisões e atividades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades legais e, de modo mais amplo, às partes interessadas da organização. FACULDADE DOM ALBERTO DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL CURSO : ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROF(as): Nadiesca Pohlmann 46 Cadeia de suprimentos: sequência de atividades ou partes que fornecem produtos ou serviços para a organização. Cadeia de valor: sequência completa de atividades ou partes que fornecem ou recebem valor na forma de produtos ou serviços. NOTA 1 Partes que fornecem valor incluem fornecedores, trabalhadores terceirizados, empresas contratadas e outros. NOTA 2 Partes que recebem valor incluem clientes, consumidores, conselheiros e outros usuários. Due dilligence: processo abrangente e pró-ativo de identificar os impactos sociais, ambientais e econômicos negativos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização ao longo de todo o ciclo de vida de um projeto ou atividade organizacional, visando evitar ou mitigar estes impactos. Diálogo social: negociação, consulta ou, simplesmente, troca de informações entre representantes de governos, empregadores e trabalhadores sobre assuntos de interesse comum relacionados a políticas econômicas e sociais. Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir suas próprias necessidades. NOTA - Desenvolvimento sustentável refere-se à integração de objetivos de alta qualidade
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