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Redaçao desenvolvimento sustentável

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Em “Ensaio sobre a Cegueira”, o escritor português José Saramago desenvolve uma narrativa trágica centrada na crítica ao estado de irreflexão da sociedade pós-moderna, por intermédio de uma epifânica cegueira que acomete os indivíduos do meio social. Ao considerar tal sintoma para fundamentar a discussão sobre a importância do desenvolvimento sustentável no Brasil, vê-se que o corpo social hodierno desenvolveu uma cegueira moral ao agir com indiferença frente às questões ambientais. Nesse sentido, cabe analisar de que forma o consumismo é um entrave, bem como esclarecer a negligência do poder público brasileiro.
Em primeiro plano, é preciso reconhecer que o consumismo exacerbado- implementado pela Revolução Industrial e intensificado pelo “American way of life”- é um fator que dificulta o desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva, atesta-se a percepção de Saramago, na medida em que a sociedade contemporânea torna-se cega acerca dos impactos ambientais gerados pelo hábito de consumir demasiadamente. Há, evidentemente, a partir disso, a influência midiática, tendo em vista o incentivo a compras desnecessárias, vinculando felicidade e bem estar ao consumo. Dessa forma, há o esgotamento de recursos naturais, interferindo diretamente na sustentabilidade, ao comprometer a garantia de recursos para as gerações futuras.
Outrossim, é válido ressaltar que o Brasil não investe de forma apropriada na educação sustentável. Sob essa ótica, ganha voz a percepção do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, ao discorrer sobre as chamadas “instituições zumbis”, organismos sociais que, embora importantes, perderam, com o tempo, a forma. À luz dessa ideia, torna-se notório que o Estado tornou-se uma instituição zumbi, posto que não há medidas curriculares eficazes que abordem a importância de ações individuais e coletivas para a manutenção dos recursos ambientais. Logo, vê-se a dificuldade no entendimento da preservação ambiental. 
Diante dos argumentos supracitados, é preciso concentrar esforços em solucionar esse impasse. Inicialmente, cabe à família o oferecimento de uma educação virtuosa acerca da questão financeira, por meio de diálogos, leitura de obras literárias, exibição de filmes e documentários, visando minimizar o consumismo. De modo complementar, o Ministério da Educação deve elaborar um plano nacional sobre educação sustentável para todas as escolas do país, a partir de palestras e distribuição de cartilhas, com o objetivo de formar cidadãos cientes da importância de preservar o meio ambiente. Espera-se que, com ações desse tipo, o desenvolvimento sustentável no Brasil seja garantido, de modo a findar a cegueira da razão.

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