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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DE MEIO AMBIENTE
CURSO DE BIOMEDICINA 
DANIELE OLIVEIRA DE SOUZA
DANIELY REGINA DE FREITAS ALVES
O USO DO DESOXICOLATO DE SÓDIO NO TRATAMENTO DA GORDURA LOCALIZADA
RIO DE JANEIRO
2018
INTRODUÇÃO
A expectativa do corpo em relação aos padrões de beleza é o que interliga a maior incidência a tratamentos estéticos, que dispõe de técnicas que auxiliam a enquadrar a população nos padrões impostos pela mídia. Dentre as principais insatisfações físicas do público feminino, a principal é a gordura localizada (ALBUQUERQUE; MACEDO, 2009). Nesse sentido, várias técnicas promissoras vem sendo desenvolvidas, como as infiltrações subcutâneas de substâncias farmacológicas, popularmente conhecida como mesoterapia, que acabam correspondendo as expectativas esperadas clinicamente (ALBUQUERQUE; MACEDO, 2009; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; POLI NETO; CAPONI, 2007).
SISTEMA TEGUMENTAR 
A pele é o maior órgão do corpo humano, que tem suas estruturas, como pelos, unhas e glândulas, formando o sistema tegumentar. Sua principal função é proteção contra fatores nocivos ao organismo. O sistema tegumentar assume uma importância para o organismo interferindo em numerosos processos orgânicos. A pele é o cartão de visita, ela é responsável pela boa ou má aparência, além de as razões de ordem fisiológica, a estética tem a função de tratar deste sistema com atenção (LEITE, 2003). A pele é formada pela camada da epiderme, derme e hipoderme, elas têm espessuras diferentes umas das outras, cada uma tem sua função para o corpo (SANTOS; CARVALHO DE SÁ, 2013). A epiderme é formada por diversas camadas de células formando um epitélio estratificado pavimentoso, são elas, basal, espinhosa, granulosa, lúcida e a córnea. Sua extensão é de 0,12 mm na maior parte do corpo, são espessas nas áreas das solas dos pés e palmas das mãos, onde ocorre constante pressão e fricção (SPENCE, 1991). Segundo Leite (2003) as células de queratinas são envolvidas por uma camada de proteína que juntos contribuem para força estrutural. Os espaços intercelulares são preenchidos por lipídios que contribuem para impermeabilidade da pele em relação à água. A derme está abaixo da epiderme, tendo 90% de espessura da pele, ela contém receptores nervosos (sensíveis quando colocada sobre pressão, temperatura e dor), glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, folículos capilares e vasos sanguíneos. Tem a formação de duas proteínas, colágeno e elastina dando força e elasticidade à pele (SANTOS; CARVALHO DE SÁ, 2013). 
A camada subcutânea conhecida também como hipoderme, tela subcutânea, tecido subcutâneo ou fáscia superficial, é formada por um tecido conjuntivo adiposo ou denso localizado em vários lugares do corpo e variando de pessoa pra pessoa. A contração do músculo só é permitida porque a hipoderme se junta frouxamente à pele e a fáscia dos músculos subjacentes, não é uma camada da pele, mas é importante, pois tem a função de fixar as estruturas da pele, tendo uma camada variável de tecido adiposo, onde deposita a maior parte dos lipídios nas pessoas obesas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
TECIDO ADIPOSO
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo frouxo, tendo como principal componente celular o adipócito, uma célula derivada de fibroblastos, que é especializada em armazenar o excedente de calorias na forma de triacilglicerol. Além da importante função de ser o principal reservatório de energia do organismo, o tecido adiposo também sustenta e protege diversos órgãos, atua como isolante térmico e secreta muitas citocinas que modulam diversas funções (FONSECA-ALANIZ et al., 2006). A gordura localizada ou lipodistrofia localizada consiste em uma alteração das células adiposas caracterizada como um distúrbio no metabolismo de gordura ou crescimento anormal de gordura na hipoderme, acometendo principalmente quadris, oblíquo, abdome e coxas (GOMES; DAMAZIO, 2009).
A gordura localizada é comum entre as mulheres após a puberdade, cerca de 85% das mulheres são ocasionadas por essa alteração dermatológica (MENDONÇA et al., 2009).
De acordo com Bertoli (2015) a estrutura óssea, músculos e a gordura distribuída no corpo define o biotipo corporal de cada pessoa, e cada uma possui uma classificação diferente caracterizando tipos específicos, como: 
· Tipo Andróide, esse biotipo tem uma estrutura de acumulo na região do tórax e abdome, os quadris são estreitos e o peso corporal se concentra na parte superior, sua forma é de cone; 
· Tipo Atlético: apresenta pouca gordura corporal que é distribuída homogeneamente, tem corpo forte com músculos, medidas proporcionais do tronco e quadril, e sua curva na região da cintura é marcada, sua forma é de ampulheta; 
· Tipo Leptossômico: contém medidas proporcionais, apresentando curvas pouco acentuadas, não há muita presença de cintura e quadril sendo estreitos, é um corpo magro e possui uma tendência para obter flacidez, sua forma é de régua; 
· Tipo Ginóide: esses biotipos contém acúmulo de gordura na região glútea e quadril, possui cintura fina e quadris largo, apresenta diferença nas medidas de tórax e quadris, sua forma é de violão; 
· Tipo Pícnico, possui pernas e braços finos e apresenta gordura ao longo do corpo, sua forma é de quadrado.
Segundo Francischelli Neto (2006) o excesso de gordura pode ser isolado ou associado e se manifesta de quatro formas diferentes: 
· Excesso de peso, ou seja, peso acima do normal, tem maneiras diferentes na quantidade muscular. Pode ter excesso de peso, gordura com massa muscular aumentada ou normal, excesso de peso e de gordura com massa muscular diminuída, sendo uma situação ruim; 
· Excesso de gordura na composição corporal, nesta forma há uma proporção maior de gordura comparados com tecidos magros, como órgãos, ossos e músculos, isso pode acontecer com excesso de peso ou não. Mesmo pessoas magras podem ter excesso de gordura; 
· Gordura regional, aquela que localiza-se na região do quadril e coxa das mulheres. Ocorre em pessoas com peso normal, excesso de peso, e até com índice de peso baixo, em atletas também há gordura no corpo, a diferença é que a pouca gordura que tem está em um lugar determinado. Ela é diferente da gordura localizada porque ela não atua como proteção, é distribuída homogeneamente; 
· Gordura localizada, uma projeção de gordura que fica localizada em um determinado local, como barriga, culotes. A gordura localizada não deve ser confundida com os outros excessos de gordura.
Seu metabolismo é controlado por hormônios e pelo sistema nervoso (CURI et al., 2003). Os adipócitos possuem receptores β-adrenérgicos (agonistas) e α2- adrenérgicos (antagonistas) associados à proteína G estimulatória e inibidora, respectivamente (RIBEIRO, 2010). Quando o receptor adrenérgico β é estimulado, ocorre a ativação da enzima de membrana adenilciclase que transforma o ATP em AMPc, a proteína quinase inativa é ativada e, assim, também a triglicéride lipase que irá hidrolisar os triacilgliceróis. Os ácidos graxos liberados são metabolizados ou atravessam a membrana da célula e chegam à circulação sanguínea, se ligam à albumina sérica e são transportados até a célula que os utiliza. Já o glicerol, como é solúvel no plasma, é captado pelo fígado e reaproveitado (ZECHNER et al., 2009; BORGES, 2010; RIBEIRO, 2010). 
INTRADERMOTERAPIA
A intradermoterapia é uma técnica que foi desenvolvida por Pistor em 1958, baseado no sucesso empírico da mesma, após pacientes tratados com injeções locais de procaína apresentarem melhoras em diversas patologias como: surdez, vertigens, presbiopia, cefaleia e etc, em sua suposição para tal sucesso ele acreditava que os efeitos ocorriam pela estimulação neurossensorial oriunda da procaína, porém seus efeitos benéficos eram de curto prazo. Em 1976 a técnica de Pistor foi resumida pelo próprio da seguinte forma: “Pouco, poucas vezes e no local adequado”, pois ele observou que não havia diferença no resultado se a quantidade da dose ministrada fosse maior e por sua vez muitas punturas pareciam terresultados melhores que poucas injeções. 
A intradermoterapia ou mesoterapia para fins estéticos tem como objetivo tratar essa e outras disfunções. As infiltrações subcutâneas consistem na aplicação de injeções de substâncias farmacológicas diluídas e é um método capaz de estimular o tecido que recebe os medicamentos tanto pela ação da punção quanto pela ação dos fármacos (HERREROS; VELHO; MORAES, 2011).
Quanto à administração e a introdução da agulha na pele, varia de autor para autor, e descreve-se que pode ser perpendicular ou formando um ângulo de 30 a 60 graus (MEDIONE, 1980; De RIDDER et al., 1989; EINHOLTZ et al., 1990; MENKES et al., 1990; AUMJAUD, 1992; TENNSTEDT e LACHAPELLE, 1997; AMIN et al., 2006; MAYA, 2007). Há, contudo, concordância entre esses autores de que a agulha deve penetrar em uma profundidade máxima de 4 mm. Para conseguir esta profundidade, preconiza-se o uso da agulha de Lebel (bisel com 4 mm de comprimento). As injeções devem abranger só a área a ser tratada e a distância entre elas também é variável, podendo distar de 1 cm (no mínimo) até 4 cm (no máximo) entre si. As aplicações relatadas nos artigos são feitas com periodicidade semanal ou mensal e o número de sessões relatadas varia de quatro a dez (JEAN, 1989; TENNSTEDT e LACHAPELLE, 1997; AMIN et al., 2006; MAYA, 2007). Sugere-se aplicar pequenos volumes por punctura (PISTOR, 1976; DALLOZ-BOURGUIGNON, 1980; MEDIONE, 1980; GUAZZETTI et al., 1988; MENKES et al., 1990; AMIN et al., 2006).
Além do tradicional conjunto agulha e seringa, pode-se utilizar instrumentos considerados mais sofisticados e mais caros: as pistolas de mesoterapia. Essas pistolas são injetores eletrônicos de múltiplos pontos que permitem a quantificação do volume e da profundidade da aplicação (MAYA, 2007).
Pistor explicava o mecanismo de ação mesoterápico com sua “teoria reflexa”. De acordo com essa teoria, haveria na pele a projeção de órgãos profundos (a pele funcionaria como um mapa) e estímulos dérmicos bloqueariam terminações nervosas sensitivas, competindo com mensagens dolorosas pela via aferente sensorial.
A teoria da mesoderme de Dalloz-Bourguignon, 1980, explica a ação da intradermoterapia baseada na ação dos fármacos. Dividia a derme em três compartimentos, que estariam alterados na doença a se tratar: unidade microcirculatória, unidade neurovegetativa e unidade de competência imunológica (células hematológicas residentes). As substâncias injetadas deveriam ser próprias para a unidade a ser tratada.
Segundo Mrejen, 1992, foi com Multedo que teve início o conceito da terceira circulação. Haveria três circulações no corpo humano: sanguínea, linfática e a terceira circulação. A terceira circulação seria a que ocorreria entre o plasma e o líquido intersticial (na substância fundamental amorfa da derme). A mesoterapia agiria no espaço intersticial. Os medicamentos injetados ficariam no interstício dérmico e seriam absorvidos por unidades microcirculatórias, atravessariam a parede capilar e atingiriam a circulação linfática ou sanguínea, de acordo com a especificidade do produto.
Por meio de um estudo de cintilografia, sugeriu-se a teoria unificada da mesoterapia (KAPLAN e COUTRIS, 1992). Os autores estudaram 60 pacientes com neuralgias e injetaram radioisótopos junto com o produto a ser injetado. As injeções foram feitas manualmente, com profundidade de 1,5 a 2 mm. Eles concluíram que, nesse nível, a atividade local do produto permanece por longo tempo. Os autores afirmaram que há um reservatório persistente dérmico com débil difusão local, mas também perceberam que os produtos injetados na derme alcançam grandes distâncias (passam progressivamente para a grande circulação). A conclusão a que chegaram é que a difusão nesse nível é sempre lenta, variando de acordo com o produto e o local injetado, e que as moléculas de baixo peso molecular são drenadas por via circulatória sanguínea e as de maior peso por via linfática.
Quanto mais fragmentada a substância injetada (múltiplas puncturas com menor quantidade possível do produto), maior a interface meso e maior o número dos receptores dérmicos ativados. Os praticantes de mesoterapia afirmam que o produto útil é o que permanece mais tempo na derme e pode ativar os “receptores dérmicos” (KAPLAN e COUTRIS, 1992).
Porém, alguns trabalhos sobre intradermoterapia em revistas indexadas relata as suas complicações. A mais temida e freqüentemente relatada é a infecção por micobactérias, exigindo meses de tratamento com drogas múltiplas e geralmente resultando em cicatrizes inestéticas (GUILLAUME et al., 1984; FRIEDEL et al., 1987; PAUL et al., 1997; NAGORE et al., 2001; MARCO-BONNET et al., 2002; COOKSEY et al., 2004; HENRY et al., 2005; RIVERA-OLIVERO et al., 2006; SAÑUDO et al., 2007). Aparentemente, a infecção secundária descrita em tais trabalhos poderia ser explicada por uma assepsia inadequada pré-procedimento ou pela contaminação do produto utilizado. 
Outras complicações relatadas são: erupção liquenóide (VAILLANT et al., 1992), indução de psoríase (ROSINA et al. 2001), urticária (URBANI, 1994; BESSIS et al., 2004), necroses cutâneas (LEE e CHANG, 2005), lúpus eritematoso sistêmico (COLÓN-SOTO et al., 2006), paniculite (TAN e RAO, 2006), acromia e atrofia (TENNSTEDT e LACHAPELLE, 1997). Tais complicações são atribuídas à má técnica ou ao efeito do medicamento em si. 
Segundo Tennstedt e Lachapelle (1997) existem produtos injetáveis que são proscritos para o uso mesoterápico, pelo risco de necrose cutânea. São eles: as substâncias alcoólicas ou as oleosas.
Aliando a técnica da mesoterapia aos fármacos lipossolúveis chegou se ao tratamento capaz de gerar a lipólise dos adipócitos e com isso acabar com a lipodistrofia de um modo não cirúrgico
Assim, há relatos do uso da intradermoterapia com benefício no tratamento de tendinite (MENKES et al., 1990), cervicobraquialgia (PALERMO et al., 1991), doenças musculoesqueléticas (GUAZZETTI et al., 1988), dor oral e periodontal (VAILLANT, 1986; MEDIONE, 1980). Há relato de estudo randomizado, comparando a eficácia da mesoterapia em relação ao laser no tratamento da dor lombar subaguda com disfunção sacroilíaca, com resultado positivo das injeções (MONTICONE et al., 2004). Outro relato é sobre a substituição da prescrição de antiinflamatórios por uma única sessão de mesoterapia no pós-operatório de cirurgia odontológica, com aparente controle da dor (EINHOLTZ et al., 1990). Também existe um artigo de revisão, citando a mesoterapia como alternativa para tratamento de dores articulares (De RIDDER et al., 1989). Esses estudos têm em comum o fato de apresentarem a intradermoterapia como uma alternativa no arsenal terapêutico da dor, mas frisam que há necessidade de mais estudos para aumentar o conhecimento dessa terapêutica..
Nas últimas décadas a procura por esse tipo de tratamento aumentou devido a sua eficácia, porém inicialmente o fármaco usado para ação detergente era conhecido pelo seu nome comercial Lipostabil® (Artesan Pharma, Lüchow, Alemanha) essa formulação farmacêutica foi desenvolvida para o tratamento ou prevenção da embolia gordurosa. No ano de 2001, este medicamento começou a ser usado por via subcutânea, para a dissolução de gorduras (KLEIN et al., 2009; MATARASSO; PFEIFER, 2009; ATIYEH et al., 2008). 
 O Lipostabil por não ter sido desenvolvido para fins estéticos e por não ter comprovação e especificidade para tais fins não é um medicamento aprovado pela ANVISA portanto seu uso é proibido no Brasil. 
Já o fármaco conhecido por desoxicolato de sódio pode ser ministrado de forma subcutânea e tem estudos que comprovam sua eficácia e segurança, ele pode ser ministrado sozinho ou com outros princípios ativos que ajudam na diminuição do tecido adiposo.
 	Esta técnica de mesoterapia com desoxicolato de sódio tem aparecido na literatura médica como responsável pela lipólise química, por ser um detergente iônico, e tem se demonstrado potencial como tratamento minimamente invasivo na redução de gordura localizada (RONTUNDA et al., 2009). Conformedemonstrado, relatado e apontado em estudo, o desoxicolato de sódio, quando administrado isoladamente, por via subcutânea, tem o mesmo efeito que quando associado com fosfatidilcolina (ROTUNDA et al.,2004), de acordo com trabalho posterior, onde foi verificado a lise dos adipócitos e a consequente perda, considerada de leve a moderada, do tecido adiposo (ROTUNDA; KOLODNEY,2006).
Segundo Rotunda et al, a dissolução de gordura ocorre como uma ação detergente que lisa a membrana celular, e o deoxicolato, presente nas formulações habituais de fosfatidilcolina, seria o maior responsável por essa lise.
Matarasso e Pfeifer (2009) relataram que o desoxicolato de sódio poderia destruir os adipócitos por três formas: como agentes causadores de necrose; por causar mobilização dos ácidos graxos de dentro do adipócito; e, na forma cristalina, causar dano celular pela perfuração das membranas biológicas.
Além desses processo, existem três mecanismos de retração da pele que foram observadas: as inflamação difusa intradérmica na pele e angiogênese na região de tratamento, além de ablação focal das gorduras subcutâneas que se estende até a camada basal da derme (DUNCAN et al., 2009).
Nestes casos, não houveram relatos de alterações nas enzimas hepáticas ou danos sistêmicos além da região do tratamento imediatamente após a injeção (HEXSEL et al., 2005).
Segundo Rontunda et al. (2009), em contraste com tratamentos cosméticos injetáveis familiares como toxina botulínica e preenchimentos, a mesoterapia utilizando detergentes fisiológicas não é um procedimento ‘’hora do almoço’’, já que os pacientes devem antecipar reações localizadas e não esperar resultados de lipoaspiração, que produz um episódio de inatividade com um resultado eficaz. A quantidade administrada e a forma de aplicação da mesoterapia, podemos ocasionar alguns efeitos colaterais (DUNCAN; PALMER, 2008).
Rotunda et al. (2009) realizaram tratamentos com desoxicolato injetável em mais de 42 voluntários, e observaram principalmente: edema, eritema, dor, ardor ou sensibilidade no local de aplicação, outros efeitos foram dormência, sensação de aperto, prurido e equimoses. A grande maioria dos efeitos colaterais foram classificados de leves a moderados. Duncan e Chubaty (2006) realizaram estudo com 75 pessoas, e a partir dos efeitos colaterais analisados em parte dos voluntários, concluíram que estes foram transitórios e não afetaram o resultado final, não apresentando qualquer tipo de complicação, perdurando durante vários dias após as injeções e diminuindo gradualmente ao longo de 2 semanas. A redução na concentração de desoxicolato de sódio utilizada neste tipo de tratamento pode minimizar seus efeitos colaterais. Para a manutenção dos efeitos desejados surge a necessidade de associação com outros fármacos, como a luteolina que é um bioflavonóide com ação antiinflamatória, ou até mesmo a utilização de sistemas inteligentes para a liberação controlada do mesmo (DUNCAN; CHUBATY, 2006).
Contudo ainda há escassez de informações e estudos mais detalhados para definir a forma correta da administração do fármaco, a quantidade que pode ser administrada, sua toxicidade e efeitos colaterais a longo prazo, o desoxicolato tem mostrado desempenho promissor naquilo que é proposto quanto a sua atuação. A falta de um protocolo estético com base na área a ser tratada, definir a quantidade de sessões, os intervalos entre sessões e as associações no tratamento para que o objetivo desejado seja alcançado motiva a pesquisa e a busca por esses elementos que possam corroborar e embasar a utilização da técnica e dos fármacos. 
OBJETIVO
Este projeto tem como objetivo de estudo fazer uma revisão bibliográfica sobre o uso do desoxicolato de sódio no tratamento da gordura localizada utilizando a técnica da mesoterapia ou intradermoterapia.
MATERIAL E MÉTODOS
Para este estudo foi utilizada pesquisa nas bases do PubMed, LILACS e Google Acadêmico os artigos que abordavam os temas em questão utilizando as palavras: mesoterapia, intradermoterapia, gordura localizada, adipócitos, desoxicolato de sódio, tratamentos estéticos minimamente invasivos, os artigos que abordaram os temas foram publicados em língua portuguesa, inglesa e espanhola nos anos de 2004 a 2017.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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