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LIBÂNEO, José Carlos [2000] Cap_13 - Prática de organização e gestão como práticas socioculturais e institucionais

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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. São Paulo: Heccus Editora, 2015. [6ª Ed., Orig. 2000]
Capítulo 13 – “Prática de organização e gestão como práticas socioculturais e institucionais – sua atuação no processo de ensino-aprendizagem”, pp. 215-230.
1. A escola como ambiente educativo. (p. 217)
1.1. Objetivo do capítulo: mostrar como práticas de organização e gestão impactam na formação e aprendizagem de professores e alunos, usando a teoria histórico-cultural (Vygotsky).
1.1.1. Essa tradição fornece elementos para identificar a natureza e as características da atividade pedagógica, considerando o contexto sociocultural e institucional em transformação, e, ao mesmo tempo, a atuação dos sujeitos na transformação desse contexto.
1.2. Isso deve servir para reavaliar o papel das práticas de gestão e organização na motivação e desenvolvimento de professores e alunos.
2. O objetivo das escolas e as práticas de organização e gestão. (pp. 217-219)
2.1. Posição deste livro: é a escola como um todo que responde pela educação e aprendizagem de alunos e professores.
2.1.1. Função da escola: promover a formação científico-cultural dos alunos para a vida profissional, cultural e cidadã
2.1.2. E, para atingir este objetivo, elas devem ter procedimentos e meios organizacionais para isso.
2.1.2.1. Apesar dos dissensos, as pesquisas apontam que o modo como uma escola funciona (em seu quadro docente, estrutura organizacional, condições de autonomia, estrutura física, estrutura curricular e nível de participação da comunidade) faz diferença. (Antonio Nóvoa, As organizações escolares em análise, 1996; J. Barroso, O estudo da escola, 1996; Heloisa Luck et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar, 1998; J. Casassus, A escola e a desigualdade, 2008).
2.1.2.2. Além de garantir o bom funcionamento da escola, essas evidências mostram que a escola é um ambiente social e cultural portador de uma dimensão educacional em suas próprias práticas cotidianas.
2.2. Assumida essa posição, algumas perguntas surgem:
	2.2.1. Como as pessoas aprendem no contexto sociocultural e institucional em que a escola está inserida?
	2.2.2. Como as práticas de gestão organização influenciam na motivação para aprender e na formação da personalidade?
	2.2.3. Que tipos de práticas transformam a escola no seu todo?
	2.2.4. De que modo as práticas de gestão e organização são práticas educativas, superando uma visão burocrática? 
3. A ampliação do conceito de organização e gestão. (pp. 219-220)
3.1. Em cap. anteriores, contrapôs-se uma visão técnico-racional a uma visão democrática-participativa das práticas de gestão e organização.
3.1.1. Mero cumprimento de normas burocráticas, separando o pedagógico do administrativo X unidade social formada por pessoas que atuam em torno de objetivos comuns, por meio de relações interpessoais democráticas.
3.2. Mas têm-se desenvolvido uma terceira concepção, baseada na teoria histórico-cultural: caráter transformador da atividade humana.
3.2.1. Y. Engestreöm, Los estudios evolutivos del trabajo como punto de referencia de la teoria de la actividad, 2001; J. Lave e E. Wengler, Prática, pessoa, mundo social, 2002; J. Lave, “Cognition in pratice: mind, mathematics and culture in everyday life”, 1998): mostram como ações humanas podem alterar o comportamento das pessoas nas organizações.
3.2.1.1. Não desprezam o peso da instituição sobre as pessoas, mas acrescentam uma compreensão mais ampla da função educativa das formas de organização e gestão, em dois sentidos:
	3.2.1.1.(1). O ambiente escolar é considerado em sua dimensão educativa, como uma prática educativa.
	3.2.1.1.(2). As escolas são tidas como espaço de formação e aprendizagem, pois participação é aprendizagem.
4. O ensino como atividade situada. (pp. 220-224)
4.1. Ressaltar o papel dos aspectos sociais, culturais e institucionais da escola ajuda a superar a visão de senso comum que continua a associar a organização escolar a uma mera tarefa burocrática e administrativa.
4.2. É nesse sentido que ganha destaque a teoria histórico-cultural (Vygotsky, Luria, Leontiev, Elkonin, Davydov).
4.2.1. Traz uma teoria da atividade humana: atividade como um processo mediador da relação do ser humano com o meio físico e social.
4.2.1.1. Relação que é sociocultural e histórica: cada atividade humana depende das práticas sociais anteriores, e, ao agir sobre objetos e fenômenos, modifica a realidade e transforma a si mesmo.
4.2.2. Acentua as origens sociais do desenvolvimento mental individual (passagem do interpsicológico para o intrapsicológico).
	4.2.2.1. Os contextos socioculturais e institucionais atuam na formação do pensamento conceitual e do modo de agir da pessoa.
	4.2.2.2. Sendo que tais contextos podem se referir tanto a esferas mais amplas da sociedade como ao contexto mais próximo.
4.2.2.2.1. O mundo como um todo é constituído socialmente, pois as práticas socioculturais e institucionais afetam o significado que as pessoas atribuem às coisas, processos, acontecimentos.
4.2.3. Portanto, o ensino surge como atividade situada: prática social que se realiza num contexto de culturas, relações e conhecimentos histórica e socialmente construídos.
4.3. A noção de cultura organizacional (anteriormente desenvolvido neste livro) dialoga com essa concepção, ao compreender o papel educativo das práticas de organização e gestão.
4.3.1. Conceber a cultura organizacional do ponto de vista da teoria histórico-cultural põe em evidência:
4.3.1.(1). A participação dos indivíduos na construção das características do ambiente de trabalho: comunidade de aprendizagem.
4.3.1.(2). A reflexividade compartilhada: compromisso moral para decidir o valor e significado das ações da escola.
5. Uma perspectiva prática das práticas de organização e gestão. (pp. 224-229)
5.1. Sendo o a aprendizagem uma atividade situada, as práticas sociais de organização e gestão da escola afetam-na decisivamente.
5.2. E, se a escola como um todo assume essa responsabilidade pela aprendizagem dos alunos, é preciso rever as práticas vigentes.
	5.2.1. Seis aspectos dessa revisão:
		5.2.1.(1). As práticas de organização e gestão devem estar voltadas à aprendizagem dos alunos.
5.2.1.1.1. Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria as condições que permitem o bom desempenho dos professores em sala de aula.
		5.2.1.(2). A qualidade do ensino depende do exercício eficaz da direção e da coordenação pedagógica.
5.2.1.2.1. Tomar ações concretas para garantir o funcionamento da escola faz parte da primeira competência de diretores e coordenadores pedagógicos.
5.2.1.2.2. Mas elas também precisam ser bem organizadas em seu ambiente social: justiça, igualdade, transparência.
		5.2.1.(3). A organização e gestão implicam na gestão com participação.
5.2.1.3.1. Por um lado, participação na gestão: criar um sistema de práticas interativas e colaborativas para troca de ideias, busca de consensos e superação de conflitos.
5.2.1.3.2. Por outro, gestão da participação: coordenar, acompanhar e avaliar o trabalho, para assegurar a continuidade do funcionamento do sistema de participação.
		5.2.1.(4). Projeto pedagógico-curricular bem concebido e executado de forma eficaz.
			5.2.1.4.1. Inicialmente, ter sensibilidade para as necessidades e demandas da comunidade local.
			5.2.1.4.2. Então, levantamento de dados da realidade da escola.
5.2.1.4.3. Daí se devem dar as respostas ao questionamento de quais comportamentos cognitivos, afetivos, físicos, morais, estéticos se quere intervir, para produzir mudanças na aprendizagem dos alunos.
5.2.1.4.3.1. Defesa de uma escolarização igual, para sujeitos diferentes (Sacristán, 1999): sólida formação científico-cultural assentada em princípios de solidariedade e justiça, alteridade, respeito, viver junto.
		5.2.1.(5). A atividade conjunta dos professores na elaboração e avaliação das atividades de ensino.
			5.2.1.5.1. Entender a formação continuada como modo habitual de funcionamento do cotidiano escolar.
5.2.1.5.1.1. M.O. Moura, “O educadormatemático na coletividade de formação”, 2003: organização da atividade como processo de negociação de projetos individuais que se redimensionam em função do projeto coletivo.
		5.2.1.(6). Gestão da escola e ações de formação continuada.
			5.2.1.6.1. Compreender que práticas de gestão e de formação continuada se dependem mutuamente.
				5.2.1.6.1.1. A formação continuada faz parte das atribuições da gestão da escola.
5.2.1.6.1.2. Mas, mais do que isso, a gestão democrática da escola é processo de formação de professores, ao mesmo tempo que essa formação dá condições para que os professores participem e reflitam sobre sua articulação com a coletividade.
5.2.1.6.1.3. Além disso, a formação continuada está ligada ao desenvolvimento de competências e habilidades dos professores para participar da elaboração do projeto pedagógico-curricular e dos planos de ensino e compreender seu trabalho nessa organização.
6. Conclusão. (p. 230)
6.1. Resumo do argumento.
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