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como a diferença entre o preço de venda e o custo e despesas variáveis de cada produto ou serviço, ou seja, é o valor com que cada unidade colabora para o pagamento dos custos e despesas fixas e também para formar o lucro. Ao tratar-se de margem de contribuição, ela pode ser: Unitária: quando a contribuição é advinda de uma só unidade de produto; Total: quando provém de um montante ou conjunto de produto e indica quantitativamente a importância do produto no desempenho global da empresa Para esclarecer tais conceitos, vamos supor que a empresa deseja produzir e vender uma unidade a mais de seu produto. Logo, a receita será acrescida de um valor equivalente ao preço de venda do produto, enquanto que os custos aumentarão em um montante igual aos custos variáveis unitários. Esta diferença é definida como margem de contribuição unitária. É possível resumir a Margem de Contribuição Unitária através da igualdade entre o preço de venda unitário do produto (PVu) subtraindo seus custos variáveis unitários (CVu) e despesas variáveis unitárias (DVu). MCu = PVu – CVu – DVu 158 UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS Quando falamos de margem de contribuição total, ela representa a parcela do preço que está disponível para a cobertura dos custos fixos e para a obtenção do lucro. MC Total = MCu x Quantidade Vendida TABELA 1 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE FONTE: Vieira (2008, p. 82) Na tabela anterior, é possível identificar que cada unidade vendida do produto A contribui para a empresa em R$ 480,00, mas não podemos afirmar que este valor é o lucro final, pois ainda é necessário subtrair os custos fixos. Desta forma, trata-se de uma margem de contribuição, para que multiplicada pelas quantidades vendidas e somada às demais, forme a Margem de Contribuição Total. Com este montante, chegaremos ao resultado, que pode ser chamado de lucro. Além disso, é possível analisar que o produto B contribui mais por unidade vendida que os demais produtos; em seguida o produto C e por último o A. A diferença está entre a receita e o custo variável. 3 PONTO DE EQUILÍBRIO Para se formar o ponto de equilíbrio é preciso levar em consideração as despesas e as receitas, chegando assim aos parâmetros que indicam a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não obter prejuízo, sendo necessário conhecer a margem de contribuição em percentual ou em quantidades unitárias, que é provocada pela ocorrência de custos e despesas variáveis na produção e comercialização de produtos. O ponto de equilíbrio pode ser definido como o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro é igual a zero, conforme Horngren, Foster e Datar (1999). TÓPICO 2 | ANÁLISES GERENCIAIS 159 Segundo Leone (2000), ao realizar a separação das despesas e dos custos fixos e variáveis e o conceito do custeamento variável destinam-se a desenvolver informações que possibilitam aos gerentes desempenhar seu planejamento e tomada de decisões baseada em informações concretas. Embora tanto o planejamento, como a tomada de decisões sejam baseados no curto prazo, o conceito do custeio variável fornece meios para que a Contabilidade de Custos e as gerências de qualquer nível e de qualquer segmento possam visualizar as interações existentes entre alguns fatores significativos, presentes nas atividades que influenciam os resultados, ou seja, receitas, volumes de produção e de vendas e despesas e custos variáveis e fixos. O instrumento que os gestores usam corretamente para obter essas interações e sua influência nos resultados é a análise das relações custo, volume e lucro. De forma geral, o ponto de equilíbrio é o ponto de produção e vendas em que os custos se igualam às receitas. Neste momento ela não possui lucro nem prejuízo, neste ponto, há um equilíbrio entre as receitas totais e as despesas e custos totais. Através desta análise encontra-se a quantidade de unidades que serão necessárias para suprir os gastos fixos. Se a empresa operar acima desse nível, passa a ter um resultado positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado é negativo (prejuízo). 3.1 CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO De acordo com Berti (2006), aplicar o ponto de equilíbrio depende de algumas hipóteses básicas, conforme demonstrado a seguir: • terminologia empregada na contabilidade de custos – Os parâmetros de Custos fixos e custos variáveis, o método de custeio para o cálculo é o custeio variável ou direto; • os custos variáveis unitários assumem a posição de fixos, já que o consumo dos fatores produtivos por unidade não altera; • o preço de venda não altera em função de modificações do volume físico de vendas; • indiferente ao volume de atividades da empresa se há um produto ou vários produtos sua distribuição relativa é constante; • as políticas administrativas básicas em relação às operações permanecem essencialmente uniformes; • o nível geral de preço, tanto na compra de fatores de produção, como na venda de produtos, permanece constante em curto prazo; • há uma sincronização entre vendas e produção, ou seja, os estoques permanecem constantes ou dependendo da política da empresa, nulos. 160 UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS 3.2 ESQUEMA BÁSICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO Para que os gestores identifiquem o ponto de equilíbrio é necessário conhecer as três principais variáveis: receita da empresa, custo variável e custo fixo total. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/17>. Acesso em: 24 nov. 2015. FIGURA 21 – FLUXOGRAMA PARA ENCONTRAR O PONTO DE EQUILÍBRIO FONTE: Berti (2006) 3.3 TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO Ainda Berti (2006) esclarece que durante a gestão de custos como subsídio para a tomada de decisões empresariais, alguns fatores e teorias são importantes a serem avaliadas para que as informações sejam seguras e auxiliem a empresa a alcançar os objetivos essenciais. Existem três formas de calcular o Ponto de Equilíbrio em unidades (Contábil, Econômico e Financeiro), mas normalmente são atribuídos a um produto ou mercadoria. a) Ponto de Equilíbrio Contábil: Custos Fixos + Despesas fixas/margem de Contribuição unitária. b) Ponto de Equilíbrio Financeiro: Custos Fixos + Despesas Fixas – Depreciações/margem de Contribuição unitária. TÓPICO 2 | ANÁLISES GERENCIAIS 161 c) Ponto de Equilíbrio Econômico: Custos Fixos + Despesas Fixas + Lucro desejado/margem de Contribuição unitária. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/17>. Acesso em: 24 nov. 2015. Exemplo: Dados situação inicial: Preço de venda: R$ 8,00 por unidade Custos variáveis: R$ 6,00 por unidade Custos fixos: R$ 4.000,00 por ano Depreciação: R$ 800,00 por ano Patrimônio Líquido: R$ 10.000,00 Taxa anual de juros: 10% ao ano Vendas: 3.500 unidades MCu = Preço de venda unitário (PVu) - Custo variável unitário (CVu) – Despesas variáveis unitárias (DVu) MCu = 8 – 6 – 0 MCu = R$ 2,00 por unidade FIGURA 22 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO FONTE: Bruni e Famá (2004) Ponto de Equilíbrio Contábil = CF + DF / MCu Ponto de Equilíbrio Econômico = CF + DF + remuneração do capital / MCu Ponto de Equilíbrio Financeiro – CF + DF – custos não desembolsáveis / MCu 162 UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS Logo temos: Ponto de equilíbrio contábil igual a 2.000 unidades por ano, 2.000 unidades multiplicados por R$ 2,00 chegaremos então em R$ 4.000,00 cobrindo assim os custos fixos e as despesas fixas. Já para se obter o ponto de equilíbrio econômico, basta utilizar o resultado encontrado de 2.500 unidades e multiplicar por R$ 2,00 vamos encontrar o valor necessário para cobrir