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Direitos Difusos e Coletivos na Jurisprudência dos Tribunais Superiores

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CEI
Círculo de Estudos pela Internet
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL. Todos os direitos reservados.
Direitos Difusos e Coletivos 
na jurisprudência dos 
Tribunais Superiores
50 DECISÕES RECENTES DO STF E DO STJ
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Direitos Difusos e Coletivos na 
jurisprudência dos Tribunais Superiores
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
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PROFESSORES
Júlio Camargo de Azevedo. Mestre em Direito Processual Civil pela Universidade de São 
Paulo (USP). Especialista em Direito Processual Civil e Bacharel pela Universidade Estadual 
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Defensor Público Estadual (SP). Coordenador do 
Grupo de Estudos de Direito Processual Civil da Defensoria Pública de São Paulo (GEDPC-
DPSP). Membro colaborador do Núcleo Especializado dos Direitos da Pessoa Idosa e da 
Pessoa com Deficiência (NUDIPED). Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual 
(IBDP) e do Centro de Estudos Avançados de Processo (CEAPRO). Autor do livro “Manual 
de Prática Cível para a Defensoria Pública” (Editora CEI). Vencedor do VII Prêmio “Justiça 
para Todas e Todos – Josephina Bacariça” na categoria Defensor Público. Pesquisador no 
Global Access to Justice Project.
Tiago Fensterseifer. Doutor e Mestre em Direito Público pela PUC/RS (Ex-Bolsista do 
CNPq), com pesquisa de doutorado-sanduíche junto ao Instituto Max-Planck de Direito 
Social e Política Social (MPISOC) de Munique, na Alemanha (Ex-Bolsista da CAPES). 
Estudos em nível de pós-doutorado junto ao MPISOC (2018-2019). Membro do Núcleo 
de Estudos e Pesquisa sobre Direitos Fundamentais da PUC/RS (CNPq). Autor das obras: 
Direitos Fundamentais e Proteção do Ambiente (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008), 
Defensoria Pública, Direitos Fundamentais e Ação Civil Pública (São Paulo: Saraiva, 2015) e 
Defensoria Pública na Constituição Federal (São Paulo: GEN/Forense, 2017); coautor com 
Ingo W. Sarlet das obras Curso de Direito Ambiental (Rio de Janeiro: GEN/Forense, 2020), 
Direito Constitucional Ecológico (6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019), Direito 
Ambiental: Introdução, Fundamentos e Teoria Geral (São Paulo: Saraiva, 2014), obra 
finalista do Prêmio Jabuti 2015 (Categoria Direito), e Princípios do Direito Ambiental (2.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017); e coautor com Ingo W. Sarlet e Paulo Affonso Leme Machado da 
obra Constituição e Legislação Ambiental Comentadas (São Paulo: Saraiva, 2015). Defensor 
Público Estadual (SP). @tiago_fensterseifer https://t.me/direito_ambiental.
https://t.me/direito_ambiental
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jurisprudência dos Tribunais Superiores
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
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SUMÁRIO
PROFESSORES ..........................................................................................................................................2
50 DECISÕES RECENTES DO STF E DO STJ ..................................................................................................5
PROCESSO COLETIVO ...............................................................................................................................5
1. Princípio da indisponibilidade das demandas coletivas ............................................................................... 5
2. Princípio do microssistema de processo coletivo ......................................................................................... 6
3. Princípio da ampla publicidade das demandas coletivas e novas tecnologias .............................................. 6
4. Direitos individuais homogêneos ................................................................................................................ 7
5. Termo de ajustamento de conduta .............................................................................................................. 9
6. Acordo coletivo por associação privada ....................................................................................................... 9
7. Ação civil pública que visa impedir acolhimento institucional de menor por período acima do teto legal .... 10
8. Controle jurisdicional de políticas públicas e superpopulação carcerária ..................................................... 12
9. Controle jurisdicional de políticas públicas e reformas em hospital público ................................................. 13
10. Competência, multiconflituosidade e eleição do foro adequado ................................................................. 14
11. Conexão e suspensão de ações individuais .................................................................................................. 16
12. Ministério Público ....................................................................................................................................... 17
13. Defensoria Pública ...................................................................................................................................... 19
14. Municípios .................................................................................................................................................. 22
15. Associações ................................................................................................................................................ 23
16. Representatividade adequada .................................................................................................................... 23
17. Despesas processuais .................................................................................................................................. 25
18. Honorários advocatícios .............................................................................................................................. 26
19. Coisa julgada ............................................................................................................................................... 27
20. Prazo prescricional da execução individual .................................................................................................. 28
21. Prescrições autônomas envolvendo obrigações de fazer e de pagar ............................................................ 29
22. Execução individual da sentença coletiva .................................................................................................... 29
23. Interrupção do prazo prescricional das ações individuais ............................................................................ 30
24. Prazo prescricional e ação de improbidade administrativa .......................................................................... 31
25. Legitimidade para ajuizamento de mandado de segurança coletivo ............................................................ 31
DIREITO AMBIENTAL .............................................................................................................................. 32
26. Princípio hermenêutico “in dubio pro natura”. ............................................................................................ 32
27. Proteção ecológica, princípio da solidariedade e direitos fundamentais de terceira dimensão (ou geração). 33
28. Dimensão ecológica do principio da dignidade da pessoa humana, princípio da solidariedade e mínimo 
existencial ecológico .......................................................................................................................................... 34
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29. Função ambiental ou ecológica da propriedade, reserva legal e área de preservação permanente. ............. 35
30. Controle judicial de politicas públicas ambientais, dignidade da pessoa humana, saúde pública e proteção 
ecológica. .......................................................................................................................................................... 36
31.Direitos ambientais adquiridos e irretroatividade da norma ambiental menos protetiva ............................. 37
32. Federalismo cooperativo ecológico ou ambiental e exercício da competência executiva ou administrativa em 
matéria ambiental (art. 23 da CF/1988 e LC 140/2011)....................................................................................... 38
33. Competência legislativa concorrente em matéria ambiental, norma suplementar mais protetiva e hierarquia 
supralegal dos tratados internacionais ambientais ............................................................................................. 38
34. Poder de polícia ambiental do IBAMA e autoexecutoriedade. ..................................................................... 42
35. Natureza subjetiva da responsabilidade administrativa ambiental. ............................................................. 43
36. Principio do poluidor-pagador, exigência de estudo prévio de impacto ambiental para a concessão de licença 
urbanístico-ambiental e responsabilidade objetiva pelo dano ecológico. ........................................................... 46
37. Responsabilidade objetiva pelo dano ecológico e princípios da reparação integral e da priorização da reparação 
“in natura”. ........................................................................................................................................................ 48
38. Responsabilidade objetiva do poluidor, adoção da “teoria do risco integral” e inadmissibilidade das 
excludentes de ilicitude e .................................................................................................................................. 50
39. Responsabilidade objetiva do Estado por omissão (responsável indireto), responsabilidade solidária e 
execução subsidiária. ......................................................................................................................................... 53
40. Imprescritibilidade da pretensão de reparação do dano ambiental ............................................................. 55
DIREITO DO CONSUMIDOR .................................................................................................................... 56
41. Direito do consumidor, superenvididamento, dignidade da pessoa humana e mínimo existencial. .............. 56
42. Hipervulnerabilidade do consumidor, direito à informação adequada e obrigação de informação do 
consumidor. ....................................................................................................................................................... 57
43. Responsabilidade civil do fornecedor pela perda do tempo livre ou desvio produtivo do consumidor. ........ 59
44. Responsabilidade objetiva do fornecedor pelo vício de quantidade e omissão ou deficiência quanto ao seu 
dever de informação em relação ao consumidor. ............................................................................................... 60
45. Direito do consumidor e teoria da perda de uma chance. ............................................................................ 62
46. Proteção pré-contratual do consumidor, vulnerabilidade e princípio da vinculação da oferta. ..................... 62
47. Propaganda enganosa, vulnerabilidade informacional e hipervulnerabilidade do consumidor. .................... 63
48. Publicidade abusiva e anúncio ou promoção de venda de alimentos direcionada, direta ou indiretamente, às 
crianças. ............................................................................................................................................................ 64
49. Banco de dados, direitos à intimidade e à proteção da vida privada e eficácia entre particulares dos 
direitos fundamentais........................................................................................................................................ 65
50. Bancos de dados, direitos de personalidade do consumidor e termo inicial do limite temporal de cinco anos 
em que a dívida pode ser inscrita no banco de dados de inadimplência. ........................................................... 66
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50 DECISÕES RECENTES DO STF E DO STJ
 🏳 PROCESSO COLETIVO
Princípios do Processo Coletivo
1. Princípio da indisponibilidade das demandas coletivas
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
RECONHECIMENTO DA ILEGITIMIDADE ATIVA DA ASSOCIAÇÃO. CONTINUIDADE DA AÇÃO PELO MINISTÉRIO 
PÚBLICO. POSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO DESTA CORTE SUPERIOR. AGRAVO INTERNO DA PARTICULAR A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(...) 2. Esta Corte Superior, pautada na continuidade da Ação Civil Pública e nos princípios da indisponibilidade 
da demanda coletiva e da obrigatoriedade, autoriza o Ministério Público a assumir a titularidade da ação, 
se declarada ilegítima a Associação autora - a não ser que o Parquet demonstre fundamentadamente a 
manifesta improcedência da ação ou que a lide é temerária. Julgados: REsp. 855.181/SC, Rel. Min. CASTRO 
MEIRA, DJe 18.9.2009; REsp. 1.651.472/MG, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 21.6.2017; REsp. 1.372.593/
SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 17.5.2013. 3. No presente caso, tem ainda mais razão a assunção 
do polo ativo pelo Ministério Público Estadual, que expressamente o requereu antes do julgamento da 
Apelação, para o caso de ser reconhecida a ilegitimidade da Associação (fls. 426/429).
STJ, AgInt no REsp 1.716.078/MG, Rel. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, j. 03/06/2019.
 ÿ Pontos de destaque: princípio da indisponibilidade da demanda coletiva; assunção de ação civil pública 
pelo Ministério Público inicialmente proposta por associação após a sentença.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. ADOÇÃO DE PREMISSA INSUBSISTENTE NO ACÓRDÃO 
EMBARGADO. RECONHECIMENTO. INAPLICABILIDADE DA TESE FIRMADA PELO STF NO RE N. 573.232/SC 
À HIPÓTESE. VERIFICAÇÃO. REJULGAMENTO DO RECURSO. NECESSIDADE. AÇÃO COLETIVA. ASSOCIAÇÃO. 
LEGITIMIDADE ATIVA. EXPRESSA AUTORIZAÇÃO ASSEMBLEAR. PRESCINDIBILIDADE. SUCESSÃO PROCESSUAL 
NO POLO ATIVO. ADMISSÃO. PRECEDENTES DESTA CORTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM 
EFEITOS INFRINGENTES PARA JULGAR IMPROVIDO O RECURSO ESPECIAL DA PARTE ADVERSA.
(...) 2. Não se aplica ao caso vertente o entendimento sedimentado pelo STF no RE n. 573.232/SC e no RE 
n. 612.043/PR, pois a tese firmada nos referidos precedentes vinculantes não se aplica às ações coletivas 
de consumo ou quaisquer outras demandas que versem sobre direitos individuais homogêneos. Ademais, a 
Suprema Corte acolheu os embargos de declaração no RE n. 612.043/PR para esclarecer que o entendimento 
nele firmado alcança tão somente as ações coletivas submetidas ao rito ordinário. 3. O microssistema de 
defesa dos interesses coletivos privilegia o aproveitamento do processo coletivo, possibilitando a sucessão 
da parte autora pelo Ministério Público ou por algum outro colegitimado, mormente em decorrência da 
importância dos interesses envolvidos em demandas coletivas. (...)
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STJ, EDcl no REsp 1.405.697-MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, j. 10/09/2019.
 ÿ Pontos de destaque: princípio da indisponibilidade da demanda coletiva; possibilidade de assunção do 
polo ativo de ação civil pública por outra associação no curso da demanda; desnecessidade de expressa 
autorização dos associados; embargos de declaração com efeitos infringentes (virada jurisprudencial).
2. Princípio do microssistema de processo coletivo
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. DECISÃO DECLINATÓRIA DA COMPETÊNCIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
CABIMENTO. MICROSSISTEMA DE DIREITO COLETIVO. PRESTÍGIO.
4. A despeito de inaplicável a tese fixada pela Corte Especial, sob a sistemática de recursos representativos,acerca da taxatividade mitigada do rol do art. 1.015 do CPC/2015 (REsps n. 1.696.396/MT e 1.704.520/MT - 
DJe 19/12/2018), posto que a decisão agravada na origem é anterior à publicação daquele paradigma, o caso 
guarda peculiaridade, porquanto o art. 19, § 1º, da Lei da Ação Popular traz previsão expressa de que “das 
decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento.” 5. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido 
que as disposições do Código de Processo Civil aplicam-se de forma subsidiária às normas insertas nos 
diplomas que compõem o microssistema de tutela dos interesses ou direitos coletivos (composto pela 
Lei da Ação Popular, Lei da Ação Civil Pública, Lei de Improbidade Administrativa, Mandado de Segurança 
Coletivo, Código de Defesa do Consumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente) e, em algumas situações, 
tem feito prevalecer a norma especial em detrimento da geral (REsp 1452660/ES, Rel. Ministro OG 
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 27/04/2018). 6. A norma específica inserida 
no microssistema de tutela coletiva, prevendo a impugnação de decisões interlocutórias mediante agravo 
de instrumento (art. 19 da Lei n. 4.717/65), não é afastada pelo rol taxativo do art. 1.015 do CPC/2015, 
notadamente porque o inciso XIII daquele preceito contempla o cabimento daquele recurso em “outros 
casos expressamente referidos em lei.”
STJ, AgInt no REsp 1.733.540/DF, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, j. 25/11/2019.
 ÿ Pontos de destaque: princípio do microssistema de processo coletivo; aplicação meramente subsidiária 
do CPC; afastamento do rol taxativo do art. 1.015 do CPC/2015 em sede de ação popular (art. 19, § 1º, da 
Lei da Ação Popular).
3. Princípio da ampla publicidade das demandas coletivas e novas tecnologias
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO COLETIVA DE CONSUMO. CONSÓRCIO. DESISTÊNCIA. 
DEVOLUÇÃO DE VALORES. CORREÇÃO PLENA. EMBARGOS DE DECLARÇÃO. NÍTIDO PROPÓSITO PROTELATÓRIO. 
INEXISTÊNCIA. SÚMULA 98/STJ. FASE DE LIQUIDAÇÃO. PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA. MEIOS. REDE MUNDIAL 
DE COMPUTADORES. EFETIVIDADE E PROPORCIONALIDADE. ART. 257, II, DO CPC/15.
(...) 5. A tutela coletiva de interesses individuais homogêneos se desdobra em duas etapas, sendo que a 
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efetivação do direito reconhecido na fase do conhecimento ocorre na liquidação e no cumprimento de 
sentença, em que são averiguadas as características individuais de cada relação jurídica particular e na qual 
predomina o princípio da primazia do cumprimento individual, com a legitimação, em regra, dos efetivos 
lesados pela prática ilegal reconhecida no conhecimento. 6. O juiz deve assegurar o resultado prático do 
direito reconhecido na sentença, determinando todas as providências legais que entender necessárias para 
a satisfação do direito dos beneficiários da demanda, entre as quais, a de prever instrumentos para que os 
interessados individuais tomem ciência da sentença e providenciem a execução do julgado. Precedentes. 
7. Sob a égide do CPC/15, foi estabelecida a regra de que a publicação de editais pela rede mundial 
de computadores é o meio mais eficaz da informação atingir um grande número de pessoas, devendo 
prevalecer, por aplicação da razoabilidade e da proporcionalidade, sobre a onerosa publicação em jornais 
impressos. (...)
STJ, REsp 1.821.688/RS, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, j. 24/09/2019.
 ÿ Pontos de destaque: princípio da ampla publicidade das demandas coletivas; novas tecnologias e 
o processo coletivo; primazia do cumprimento individual da sentença de procedência relativa a direitos 
individuais homogêneos; prevalência dos editais eletrônicos em detrimento dos jornais impressos; maior 
eficiência do processo coletivo.
4. Direitos individuais homogêneos
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL COLETIVA. DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS (DIFUSOS E 
COLETIVOS) E DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. DISTINÇÕES. LEGITIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
ARTS. 127 E 129, III, DA CF. LESÃO A DIREITOS INDIVIDUAIS DE DIMENSÃO AMPLIADA. COMPROMETIMENTO 
DE INTERESSES SOCIAIS QUALIFICADOS. SEGURO DPVAT. AFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA.
1. Os direitos difusos e coletivos são transindividuais, indivisíveis e sem titular determinado, sendo, por 
isso mesmo, tutelados em juízo invariavelmente em regime de substituição processual, por iniciativa dos 
órgãos e entidades indicados pelo sistema normativo, entre os quais o Ministério Público, que tem, nessa 
legitimação ativa, uma de suas relevantes funções institucionais (CF art. 129, III). 2. Já os direitos individuais 
homogêneos pertencem à categoria dos direitos subjetivos, são divisíveis, tem titular determinado ou 
determinável e em geral são de natureza disponível. Sua tutela jurisdicional pode se dar (a) por iniciativa do 
próprio titular, em regime processual comum, ou (b) pelo procedimento especial da ação civil coletiva, em 
regime de substituição processual, por iniciativa de qualquer dos órgãos ou entidades para tanto legitimados 
pelo sistema normativo. 3. Segundo o procedimento estabelecido nos artigos 91 a 100 da Lei 8.078/90, 
aplicável subsidiariamente aos direitos individuais homogêneos de um modo geral, a tutela coletiva desses 
direitos se dá em duas distintas fases: uma, a da ação coletiva propriamente dita, destinada a obter sentença 
genérica a respeito dos elementos que compõem o núcleo de homogeneidade dos direitos tutelados (an 
debeatur, quid debeatur e quis debeat); e outra, caso procedente o pedido na primeira fase, a da ação 
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de cumprimento da sentença genérica, destinada (a) a complementar a atividade cognitiva mediante juízo 
específico sobre as situações individuais de cada um dos lesados (= a margem de heterogeneidade dos 
direitos homogêneos, que compreende o cui debeatur e o quantum debeatur), bem como (b) a efetivar os 
correspondentes atos executórios. 4. O art. 127 da Constituição Federal atribui ao Ministério Público, entre 
outras, a incumbência de defender “interesses sociais”. Não se pode estabelecer sinonímia entre interesses 
sociais e interesses de entidades públicas, já que em relação a estes há vedação expressa de patrocínio pelos 
agentes ministeriais (CF, art. 129, IX). Também não se pode estabelecer sinonímia entre interesse social e 
interesse coletivo de particulares, ainda que decorrentes de lesão coletiva de direitos homogêneos. Direitos 
individuais disponíveis, ainda que homogêneos, estão, em princípio, excluídos do âmbito da tutela pelo 
Ministério Público (CF, art. 127). 5. No entanto, há certos interesses individuais que, quando visualizados em 
seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, têm a força de transcender a esfera de interesses puramente 
particulares, passando a representar, mais que a soma de interesses dos respectivos titulares, verdadeiros 
interesses da comunidade. Nessa perspectiva, a lesão desses interesses individuais acaba não apenas atingindo 
a esfera jurídica dos titulares do direito individualmente considerados, mas também comprometendo bens, 
institutos ou valores jurídicos superiores, cuja preservação é cara a uma comunidade maior de pessoas. Em 
casos tais, a tutela jurisdicional desses direitos se reveste de interesse social qualificado, o que legitima a 
propositura da ação pelo Ministério Público com base no art. 127 da Constituição Federal. Mesmo nessa 
hipótese, todavia, a legitimação ativa do Ministério Público se limita à ação civil coletiva destinada a obter 
sentença genérica sobre o núcleo de homogeneidade dos direitos individuais homogêneos. 6. Cumpre ao 
Ministério Público, no exercício de suas funções institucionais, identificar situações em que a ofensa a direitos 
individuais homogêneos compromete também interesses sociais qualificados, sem prejuízo do posterior 
controle jurisdicionala respeito. Cabe ao Judiciário, com efeito, a palavra final sobre a adequada legitimação 
para a causa, sendo que, por se tratar de matéria de ordem pública, dela pode o juiz conhecer até mesmo 
de ofício (CPC, art. 267, VI e § 3.º, e art. 301, VIII e § 4.º). 7. Considerada a natureza e a finalidade do seguro 
obrigatório DPVAT – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Lei 6.194/74, 
alterada pela Lei 8.441/92, Lei 11.482/07 e Lei 11.945/09), há interesse social qualificado na tutela coletiva 
dos direitos individuais homogêneos dos seus titulares, alegadamente lesados de forma semelhante pela 
Seguradora no pagamento das correspondentes indenizações. A hipótese guarda semelhança com outros 
direitos individuais homogêneos em relação aos quais - e não obstante sua natureza de direitos divisíveis, 
disponíveis e com titular determinado ou determinável -, o Supremo Tribunal Federal considerou que sua 
tutela se revestia de interesse social qualificado, autorizando, por isso mesmo, a iniciativa do Ministério 
Público de, com base no art. 127 da Constituição, defendê-los em juízo mediante ação coletiva (RE 163.231/
SP, AI 637.853 AgR/SP, AI 606.235 AgR/DF, RE 475.010 AgR/RS, RE 328.910 AgR/SP e RE 514.023 AgR/RJ).
STF, RE 631.111/GO, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, j. 07/08/2014.
 ÿ Pontos de destaque: distinção entre direitos essencialmente coletivos e acidentalmente coletivos; 
fases da tutela dos direitos individuais homogêneos: a) sentença genérica (núcleo de homogeneidade); 
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b) liquidação e cumprimento das sentenças individuais (margem de heterogeneidade); interesse social 
qualificado na tutela coletiva dos direitos individuais homogêneos dos titulares do seguro obrigatório DPVAT; 
legitimidade do Ministério Público.
Métodos Consensuais de Resolução de Conflitos Coletivos
5. Termo de ajustamento de conduta
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DECISÃO 
QUE NÃO ADMITE RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS 
DO DECISUM. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 182/STJ. RECURSO NÃO CONHECIDO. ANÁLISE DO MÉRITO DA 
INSURGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. 
HONORÁRIOS RECURSAIS. NÃO CABIMENTO.
(...) 4. Embora não tenha sido conhecido o agravo em recurso especial, incabível a condenação do recorrente 
em honorários recursais, tal como prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015. Isso porque, de acordo com a 
jurisprudência deste Sodalício, não há falar em pagamento de verba honorária sucumbencial nas ações 
civis públicas ou, como no caso presente, em ação de embargos à execução de Termo de Ajustamento de 
Conduta - TAC. 5. Agravo interno parcialmente provido.
STJ, AgInt no AREsp 1.488.730/SP, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, j. 17/12/2019.
 ÿ Pontos de destaque: não cabimento de honorários nos embargos à execução opostos contra termo de 
ajustamento de conduta; aplicação do regime de isenção da Lei de Ação Civil Pública.
6. Acordo coletivo por associação privada
ACORDO COLETIVO. PLANOS ECONÔMICOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. VIABILIDADE. LEGITIMADOS 
COLETIVOS PRIVADOS. NATUREZA DELIBATÓRIA DA HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS PRESENTES. 
REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. PUBLICIDADE AMPLA. AMICI CURIAE. PARECER FAVORÁVEL DO 
PARQUET. SALVAGUARDAS PROCESSUAIS PRESENTES. PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE 
DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO DE SUSPENSÃO PROCESSUAL 
NO ACORDO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTINGENTES DEVIDOS. REGRAS RELATIVAS AO CONTRATO 
DE MANDATO. INCENTIVOS FINANCEIROS PARA ATUAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL NA TUTELA DE DIREITOS 
COLETIVOS. JUSTA REMUNERAÇÃO DOS PATRONOS DE AÇÕES COLETIVAS. APRIMORAMENTO DO PROCESSO 
COLETIVO BRASILEIRO. NÃO VINCULAÇÃO DA SUPREMA CORTE ÀS TESES JURÍDICAS VEICULADAS NO 
ACORDO. INCIDENTE PROCESSUAL RESOLVIDO COM A HOMOLOGAÇÃO DA AVENÇA COLETIVA.
I – Homologação de Instrumento de Acordo Coletivo que prevê o pagamento das diferenças relativas aos 
Planos Econômicos Bresser, Verão e Collor II, bem como a não ressarcibilidade de diferenças referentes ao 
Plano Collor I. II – Viabilidade do acordo firmado por legitimados coletivos privados, em processo de índole 
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objetiva, dada a existência de notável conflito intersubjetivo subjacente e a necessidade de conferir-
se efetividade à prestação jurisdicional. III – Presença das formalidades extrínsecas e das salvaguardas 
necessárias para a chancela do acordo, notadamente de representatividade adequada, publicidade ampla 
dos atos processuais, admissão de amici curiae e complementação da atuação das partes pela fiscalização 
do Ministério Público. IV – Decisão do Supremo Tribunal Federal que assume o caráter de marco histórico 
na configuração do processo coletivo brasileiro, como forma de ampliação do acesso à Justiça, diante da 
disseminação das lides repetitivas no cenário jurídico nacional atual e da possibilidade de solução por meio 
de processos coletivos. V – Inocorrência de previsão de suspensão das ações durante o prazo de adesão dos 
poupadores. VI – Divergências entre a parte e seu advogado quanto à adesão do acordo solucionam-se por 
meio das regras relativas ao contrato de mandato. VII - Adoção de um sistema de honorários advocatícios 
contingentes que é de suma importância para fortalecer a posição do autor coletivo e, consequentemente, 
do próprio processo coletivo. VIII - Acordo que deve ser homologado tal como proposto, de maneira a 
pacificar a controvérsia espelhada nestes autos, que há décadas se arrasta irresolvida nos distintos foros do 
País, possibilitando-se aos interessados aderir ou não ao ajuste, conforme a conveniência de cada um. IX – 
Decisão que não implica qualquer comprometimento desta Suprema Corte com as teses jurídicas veiculadas 
na avença, especialmente aquelas que pretendam, explícita ou implicitamente, vincular terceiras pessoas ou 
futuras decisões do Poder Judiciário.
STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, j. 1/3/2018 (Info 892).
 ÿ Pontos de destaque: possibilidade de associações privadas firmarem transação em sede de ações 
coletivas; adoção de salvaguardas processuais para validade do acordo (representatividade adequada, 
publicidade ampla dos atos processuais, admissão de amici curiae e fiscalização do Ministério Público).
Processo estrutural
7. Ação civil pública que visa impedir acolhimento institucional de menor por período acima do teto legal
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE MENOR POR PERÍODO 
ACIMA DO TETO LEGAL. DANOS MORAIS. JULGAMENTO DE LIMINAR IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 
IMPOSSIBILIDADE. QUESTÃO REPETITIVA QUE NÃO FOI OBJETO DE PRECEDENTE VINCULANTE. EXISTÊNCIA DE 
INÚMERAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS NO JUÍZO ACERCA DO TEMA. IRRELEVÂNCIA. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA 
DAS HIPÓTESES AUTORIZADORAS DO JULGAMENTO PREMATURO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA QUE ENVOLVE LITÍGIO 
DE NATUREZA ESTRUTURAL. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. INCOMPATIBILIDADE, EM REGRA, COM 
O JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO OU COM O JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO. 
PROCESSO ESTRUTURAL. NATUREZA COMPLEXA, PLURIFATORIAL E POLICÊNTRICA. INSUSCETIBILIDADE DE 
RESOLUÇÃO PELO PROCESSO CIVIL ADVERSARIAL E INDIVIDUAL. INDISPENSABILIDADE DA COLABORAÇÃO 
E PARTICIPAÇÃO DO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NA CONSTRUÇÃO DE SOLUÇÕES PARA O LITÍGIO 
ESTRUTURAL, MEDIANTE AMPLO CONTRADITÓRIO E CONTRIBUIÇÃO DE TODOS OS POTENCIAIS ATINGIDOS 
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E BENEFICIÁRIOS DA MEDIDA ESTRUTURANTE. NECESSIDADE DE PRESTAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL 
DIFERENCIADA E ADERENTE ÀS ESPECIFICIDADES DO DIREITO MATERIALVERTIDO NA CAUSA, AINDA QUE 
INEXISTENTE, NO BRASIL, REGRAS PROCEDIMENTAIS ADEQUADAS PARA A RESOLUÇÃO DOS LITÍGIOS 
ESTRUTURAIS. ANULAÇÃO DO PROCESSO DESDE A CITAÇÃO, COM DETERMINAÇÃO DE INSTRUÇÃO E 
REJULGAMENTO DA CAUSA, PREJUDICADO O EXAME DAS DEMAIS QUESTÕES.
1- Ação ajuizada em 25/01/2016. Recurso especial interposto em 28/05/2018. Atribuído ao gabinete em 
09/12/2019. 2- O propósito recursal é definir se, em ação civil pública que versa sobre acolhimento 
institucional de menor por período acima daquele fixado em lei, é admissível o julgamento de improcedência 
liminar ou o julgamento antecipado do pedido, especialmente quando, a despeito da repetitividade da 
matéria, não há tese jurídica fixada em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de 
assunção de competência. 3- Diferentemente do tratamento dado à matéria no revogado CPC/73, não mais 
se admite, no novo CPC, o julgamento de improcedência liminar do pedido com base no entendimento 
firmado pelo juízo em que tramita o processo sobre a questão repetitiva, exigindo-se, ao revés, que tenha 
havido a prévia pacificação da questão jurídica controvertida no âmbito dos Tribunais, materializada em 
determinadas espécies de precedentes vinculantes, a saber: súmula do STF ou do STJ; súmula do TJ sobre 
direito local; tese firmada em recursos repetitivos, em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
em incidente de assunção de competência. 4- Por se tratar de regra que limita o pleno exercício de direitos 
fundamentais de índole processual, em especial o contraditório e a ampla defesa, as hipóteses autorizadoras 
do julgamento de improcedência liminar do pedido devem ser interpretadas restritivamente, não se podendo 
dar a elas amplitude maior do que aquela textualmente indicado pelo legislador no art. 332 do novo CPC. 
5- De igual modo, para que possa o juiz resolver o mérito liminarmente e em favor do réu, ou até mesmo 
para que haja o julgamento antecipado do mérito imediatamente após a citação do réu, é indispensável 
que a causa não demande ampla dilação probatória, o que não se coaduna com a ação civil pública em que 
se pretende discutir a ilegalidade de acolhimento institucional de menores por período acima do máximo 
legal e os eventuais danos morais que do acolhimento por longo período possam decorrer, pois se tratam 
de questões litigiosas de natureza estrutural. 6- Os litígios de natureza estrutural, de que é exemplo a 
ação civil pública que versa sobre acolhimento institucional de menor por período acima do teto previsto 
em lei, ordinariamente revelam conflitos de natureza complexa, plurifatorial e policêntrica, insuscetíveis 
de solução adequada pelo processo civil clássico e tradicional, de índole essencialmente adversarial e 
individual. 7- Para a adequada resolução dos litígios estruturais, é preciso que a decisão de mérito seja 
construída em ambiente colaborativo e democrático, mediante a efetiva compreensão, participação e 
consideração dos fatos, argumentos, possibilidades e limitações do Estado em relação aos anseios da 
sociedade civil adequadamente representada no processo, por exemplo, pelos amici curiae e pela 
Defensoria Pública na função de custos vulnerabilis, permitindo-se que processos judiciais dessa natureza, 
que revelam as mais profundas mazelas sociais e as mais sombrias faces dos excluídos, sejam utilizados 
para a construção de caminhos, pontes e soluções que tencionem a resolução definitiva do conflito 
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estrutural em sentido amplo. 8- Na hipótese, conquanto não haja, no Brasil, a cultura e o arcabouço jurídico 
adequado para lidar corretamente com as ações que demandam providências estruturantes e concertadas, 
não se pode negar a tutela jurisdicional minimamente adequada ao litígio de natureza estrutural, sendo 
inviável, em regra, que conflitos dessa magnitude social, política, jurídica e cultural, sejam resolvidos de 
modo liminar ou antecipado, sem exauriente instrução e sem participação coletiva, ao simples fundamento 
de que o Estado não reuniria as condições necessárias para a implementação de políticas públicas e ações 
destinadas a resolução, ou ao menos à minimização, dos danos decorrentes do acolhimento institucional de 
menores por período superior àquele estipulado pelo ECA. (...)
STJ, REsp 1.854.842/CE, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, j. 02/06/2020.
 ÿ Pontos de destaque: ação civil pública que versa sobre acolhimento institucional de menores por 
período superior ao fixado em lei; inadmissibilidade do julgamento de improcedência liminar do pedido; 
litígio de natureza estrutural que revela natureza complexa, plurifatorial e policêntrica; decisão estruturante 
que carece de construção em ambiente colaborativo, democrático e participativo; amici curiae e Defensoria 
Pública na função de custos vulnerabilis.
8. Controle jurisdicional de políticas públicas e superpopulação carcerária
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. 
SUPERPOPULAÇÃO CARCERÁRIA. CONTROLE JUDICIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS. PROCESSO ESTRUTURAL 
(ESTRUTURANTE). SEPARAÇÃO DE PODERES. PERDA DE OBJETO. ASTREINTES. EXORBITÂNCIA. OMISSÃO.
INSURGÊNCIA CONTRA O QUE NÃO SE DECIDIU. SÚMULAS 7, 126 e 182 DO STJ. SÚMULA 284/STF.
(...) 3. A discussão acerca da Súmula 126/STJ (“É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido 
assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para 
mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário”) não tem nenhuma utilidade, na medida 
em que a agravante não indica de que modo a lei impediria ao Judiciário o controle das políticas públicas, 
ademais em hipótese de ação coletiva com caráter de processo estrutural ou estruturante (...)
STJ, AgInt no REsp 1437344/SP, Rel. Min. OG FERNANDES, j. 05/03/2020.
CUSTODIADO – INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL – SISTEMA PENITENCIÁRIO – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO 
DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADEQUAÇÃO. Cabível é a arguição de descumprimento de preceito 
fundamental considerada a situação degradante das penitenciárias no Brasil. SISTEMA PENITENCIÁRIO 
NACIONAL – SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA – CONDIÇÕES DESUMANAS DE CUSTÓDIA – VIOLAÇÃO 
MASSIVA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS – FALHAS ESTRUTURAIS – ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL 
– CONFIGURAÇÃO. Presente quadro de violação massiva e persistente de direitos fundamentais, 
decorrente de falhas estruturais e falência de políticas públicas e cuja modificação depende de medidas 
abrangentes de natureza normativa, administrativa e orçamentária, deve o sistema penitenciário nacional 
ser caraterizado como “estado de coisas inconstitucional”. FUNDO PENITENCIÁRIO NACIONAL – VERBAS – 
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CONTINGENCIAMENTO. Ante a situação precária das penitenciárias, o interesse público direciona à liberação 
das verbas do Fundo Penitenciário Nacional. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA – OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. 
Estão obrigados juízes e tribunais, observados os artigos 9.3 do Pacto dos Direitos Civis e Políticos e 7.5 da 
Convenção Interamericana de Direitos Humanos, a realizarem, em até noventa dias, audiências de custódia, 
viabilizando o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária no prazo máximo de 24 horas, 
contado do momento da prisão.
STF, ADPF 347 MC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, j. 09/09/2015.
 ÿ Pontos de destaque: reconhecimento de um litígio estrutural envolvendo o sistema carcerários 
brasileiro; estado de coisas inconstitucional; violação massiva de direitos humanos; possibilidade de controle 
jurisdicional de políticas públicas.
9. Controle jurisdicional de políticas públicas e reformas em hospital público
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REFORMA E MELHORIAS 
EM HOSPITALPÚBLICO. CONTROLE JUDICIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS. IMPOSSIBILIDADE GENÉRICA. 
DESCABIMENTO. PROCESSO ESTRUTURAL. PEDIDOS DIVERSOS E COMPLEXOS. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO 
DE VIOLAÇÕES LEGAIS ESPECÍFICAS. OMISSÃO. NULIDADE.
1. O controle judicial de políticas públicas é possível, em tese, ainda que em circunstâncias excepcionais. 
Embora deva ser observada a primazia do administrador na sua consecução, a discricionariedade cede 
às opções antecipadas pelo legislador, que vinculam o executor e autorizam a apreciação judicial de sua 
implementação. 2. A existência de pedidos diversos e complexos não significa automática pretensão de 
substituição do administrador. Ao contrário, pressupõe cuidado do autor diante de uma atuação estruturante, 
que impõe também ao Judiciário a condução diferenciada do feito. 3. Nos processos estruturais, a pretensão 
deve ser considerada como de alteração do estado de coisas ensejador da violação dos direitos, em vez de 
se buscar solucionar pontualmente as infringências legais, cuja judicialização reiterada pode resultar em 
intervenção até mais grave na discricionariedade administrativa que se pretenderia evitar ao prestigiar as 
ações individuais. 4. No caso concreto, a consideração genérica de impossibilidade de intervenção judicial 
nas falhas de prestação do serviço de saúde configura efetiva omissão da instância ordinária quanto às 
disposições legais invocadas que, acaso mantida, pode inviabilizar o acesso das partes às instâncias superiores. 
5. Recurso especial provido, para determinar o retorno do feito à origem para afastamento do vício.
(REsp 1733412/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 
20/09/2019)
 ÿ Pontos de destaque: reconhecimento de um litígio estrutural envolvendo reforma e melhoria em hospital 
psiquiátrico; possibilidade de controle jurisdicional de políticas públicas; pretensão voltada à alteração do 
estado de coisas ensejador da violação dos direitos.
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10. Competência, multiconflituosidade e eleição do foro adequado
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÕES CIVIS PÚBLICAS AFORADAS NO JUÍZO 
ESTADUAL E NA JUSTIÇA FEDERAL DE GOVERNADOR VALADARES/MG. ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE 
FUNDÃO EM MARIANA/MG. FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL. DANOS SOCIOAMBIENTAIS. RIO DOCE. 
BEM PÚBLICO PERTENCENTE À UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. FORO COMPETENTE. SITUAÇÃO 
DE MULTICONFLITUOSIDADE. IMPACTOS REGIONAIS E NACIONAL. CONEXÃO ENTRE AS AÇÕES CIVIS 
PÚBLICAS OBJETO DO CONFLITO E OUTRAS QUE TRAMITAM NA 12ª VARA FEDERAL DE BELO HORIZONTE/
MG. PREVENÇÃO. APLICAÇÃO DA REGRA ESTABELECIDA NA LEI DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
1. Conflito de competência suscitado pela empresa Samarco Mineração S.A. em decorrência da tramitação 
de ações civis públicas aforadas na Justiça Estadual e na Justiça Federal de Governador Valadares/MG, 
com o objetivo de determinar a distribuição de água mineral à população valadarense, em virtude da 
poluição do Rio Doce ocasionada com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG. (...) 
FORO COMPETENTE (BELO HORIZONTE). 9. A problemática trazida nos autos deve ser analisada à luz do 
microssistema do processo coletivo, notadamente no que diz respeito à tutela de interesses difusos e 
metaindividuais, decorrentes todos eles de um único evento, qual seja, o desastre ambiental consistente 
no rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro de 2015, ocorrido na unidade industrial de 
Germano, entre os distritos de Mariana e Ouro Preto (cerca de 100 km de Belo Horizonte). 10. Nos termos do 
art. 2º da Lei 7.347/85, o legislador atrelou dois critérios fixadores ou determinativos de competência, sendo 
o primeiro o local do fato - que conduz à chamada competência “relativa”, prorrogável, porque fundada 
no critério território, estabelecida, geralmente, em função do interesse das partes; o outro - competência 
funcional - que leva à competência “absoluta”, improrrogável e inderrogável, porque firmada em razões 
de ordem pública, em que se prioriza a higidez do próprio processo. 11. A questão que se coloca como 
premente na hipótese, decorrente da tutela dos interesses difusos, caracterizados pela indeterminação 
dos sujeitos e indivisibilidade do objeto, é como se dará a fixação do foro competente quando o dano vai 
além de uma circunscrição judiciária. Outra resposta não há, senão pela prevenção. 12. Muito embora o 
conflito positivo de competência aqui erigido tenha se instaurado entre o Juízo estadual e o Juízo federal 
de Governador Valadares, há outras questões mais amplas a serem consideradas para que se possa 
definir, com a maior precisão possível, o foro federal em que devem ser julgadas as ações em comento. 
(...) 17. Dessas circunstâncias, observa-se que a 12ª Vara Federal da Secção Judiciária de Minas Gerais 
possui melhores condições de dirimir as controvérsias aqui postas, decorrentes do acidente ambiental 
de Mariana, pois além de ser a Capital de um dos Estados mais atingidos pela tragédia, já tem sob sua 
análise processos outros, visando não só a reparação ambiental stricto sensu, mas também a distribuição 
de água à população dos Municípios atingidos, entre outras providências, o que lhe propiciará, diante de 
uma visão macroscópica dos danos ocasionados pelo desastre ambiental do rompimento da barragem de 
Fundão e do conjunto de imposições judiciais já direcionadas à empresa Samarco, tomar medidas dotadas 
de mais efetividade, que não corram o risco de ser neutralizadas por outras decisões judiciais provenientes 
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de juízos distintos, além de contemplar o maior número de atingidos. EXCEÇÕES À REGRA GERAL. 18. Há 
que se ressalvar, no entanto, as situações que envolvam aspectos estritamente humanos e econômicos da 
tragédia (tais como o ressarcimento patrimonial e moral de vítimas e familiares, combate a abuso de preços 
etc) ou mesmo abastecimento de água potável que exija soluções peculiares ou locais, as quais poderão ser 
objeto de ações individuais ou coletivas, intentadas cada qual no foro de residência dos autores ou do dano. 
Nesses casos, devem ser levadas em conta as circunstâncias particulares e individualizadas, decorrentes do 
acidente ambiental, sempre com base na garantia de acesso facilitado ao Poder Judiciário e da tutela mais 
ampla e irrestrita possível. Em tais situações, o foro de Belo Horizonte não deverá prevalecer, pois significaria 
óbice à facilitação do acesso à justiça, marco fundante do microssistema da ação civil pública. 19. Saliento 
que em outras ocasiões esta Corte de Justiça, valendo-se do microssistema do processo coletivo, aplicou a 
regra específica de prevenção estabelecida na Lei de Ação Civil Pública para definir o foro em que deveriam 
ser julgadas as ações coletivas. Precedentes. DISPOSITIVO. (...)
STJ, CC 144.922/MG, Rel. Min. DIVA MALERBI, j. 22/06/2016.
 ÿ Pontos de destaque: conflito de competência envolvendo ações coletivas em caso de multiconflituosidade; 
rompimento da barragem de Fundão (em Mariana/MG); escolha do foro competente a partir do Juízo com 
melhores condições de dirimir as controvérsias decorrentes do acidente ambiental; visão macroscópica dos 
danos ocasionados pelo desastre ambiental.
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DIREITO AMBIENTAL. DESASTRE DE BRUMADINHO. ROMPIMENTO 
DE BARRAGEM DA EMPRESA VALE DO RIO DOCE. AÇÃO POPULAR. LEI 4.717/1965. COMPETÊNCIA PARA 
JULGAR A AÇÃO POPULAR QUANDO JÁ EM ANDAMENTO AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM OBJETO ASSEMELHADO.
DISTINGUISHING. TEMA AMBIENTAL. FORO DO LOCAL DO FATO. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI DE AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA. HISTÓRICO DA DEMANDA
(...) A JURISPRUDÊNCIA DO STJ À LUZ DAS CIRCUNSTÂNCIAS PECULIARES DO CASO CONCRETO 3. Não se 
desconhece a jurisprudência do STJ favorável a que, sendoigualmente competentes o juízo do domicílio 
do autor popular e o do local onde houver ocorrido o dano (local do fato), a competência para examinar o 
feito é daquele em que menor dificuldade haja para o exercício da Ação Popular. A propósito: CC 47.950/DF, 
Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 7/5/2007, p. 252; CC 107.109/RJ, Rel. Ministro Castro Meira, 
Primeira Seção, DJe 18/3/2010. 4. Malgrado isso, as circunstâncias do caso concreto devem ser analisadas de 
forma que se ajuste o Direito à realidade. Para tanto, mister recordar os percalços que envolveram a definição 
da competência jurisdicional no desastre de Mariana/MG, o que levou o STJ a eleger um único juízo para 
todas as ações, de maneira a evitar decisões conflitantes e possibilitar que a Justiça se realize de maneira mais 
objetiva, célere e harmônica. 5. A hipótese dos autos apresenta inegáveis peculiaridades que a distinguem 
dos casos anteriormente enfrentados pelo STJ, o que impõe adoção de solução mais consentânea com a 
imprescindibilidade de se evitar tumulto processual em demanda de tamanha magnitude social, econômica 
e ambiental. Assim, necessário superar, excepcionalmente, a regra geral contida nos precedentes invocados, 
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nos moldes do que dispõe o art. 489, § 1º, VI, do CPC/2015. De fato, a tragédia ocorrida em Brumadinho/
MG invoca solução prática diversa, a fim de entregar, da melhor forma possível, a prestação jurisdicional 
à população atingida. Impõe-se, pois, ao STJ adotar saída pragmática que viabilize resposta do Poder 
Judiciário aos que sofrem os efeitos da inominável tragédia. DISTINGUISHING: AÇÃO POPULAR ISOLADA 
E AÇÃO POPULAR EM COMPETIÇÃO COM AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM OBJETO ASSEMELHADO 6. A solução 
encontrada é de distinguishing à luz de peculiaridades do caso concreto e não de revogação universal do 
entendimento do STJ sobre a competência para a ação popular, precedentes que devem ser mantidos, já que 
lastreados em sólidos e atuais fundamentos legais e justificáveis argumentos políticos, éticos e processuais. 
9. Assim, a regra geral do STJ não será aplicada aqui, porque deve ser usada quando a Ação Popular for 
isolada. Contudo, na atual hipótese, tem-se que a Ação Popular estará competindo e concorrendo com 
várias outras Ações Populares e Ações Civis Públicas, bem como com centenas, talvez milhares, de ações 
individuais, razão pela qual, em se tratando de competência concorrente, deve ser eleito o foro do local do 
fato. (...) COMPETÊNCIA DO LOCAL DO FATO 12. Na presente hipótese, é mais razoável determinar que o foro 
competente para julgamento desta Ação Popular seja o do local do fato. Logo, como medida para assegurar 
a efetividade da prestação jurisdicional e a defesa do meio ambiente, entende-se que a competência para 
processamento e julgamento do presente feito é da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas 
Gerais. CONCLUSÃO 13. Conflito de Competência conhecido para declarar competente o Juízo suscitante.
STJ, CC 164.362/MG, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, j. 12/06/2019.
 ÿ Pontos de destaque: conflito de competência envolvendo ações coletivas em caso de multiconflituosidade; 
rompimento da barragem da empresa Vale do Rio Doce; desastre de Brumadinho; ação popular concorrendo 
com várias outras ações populares e ações civis públicas; eleição do foro mais adequado à defesa do meio 
ambiente; afastamento do foro do local do domicílio do autor da ação popular.
11. Conexão e suspensão de ações individuais
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. AÇÃO INDIVIDUAL DE INDENIZAÇÃO POR 
SUPOSTO DANO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ADRIANÓPOLIS. AÇÕES CIVIS PÚBLICAS. TUTELA DOS 
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. EVENTO FACTUAL GERADOR COMUM. PRETENSÕES INDENIZATÓRIAS 
MASSIFICADAS. EFEITOS DA COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À REPARAÇÃO DOS DANOS 
INDIVIDUAIS E AO AJUIZAMENTO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. CONVENIÊNCIA DA SUSPENSÃO DOS FEITOS 
INDIVIDUAIS. EXISTÊNCIA.
1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973), é a seguinte: Até 
o trânsito em julgado das Ações Civis Públicas n. 5004891-93. 2011.4004.7000 e n. 2001.70.00.019188-2, 
em tramitação na Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Curitiba, atinentes à macrolide geradora 
de processos multitudinários em razão de suposta exposição à contaminação ambiental decorrente 
da exploração de jazida de chumbo no Município de Adrianópolis-PR, deverão ficar suspensas as ações 
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individuais. 2. No caso concreto, recurso especial não provido.
STJ, REsp 1.525.327/PR, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, j. 12/12/2018.
 ÿ Pontos de destaque: reafirmação da possibilidade de suspensão das ações individuais multitudinárias 
diante do ajuizamento de ação coletiva; menção à Justiça Multiportas e a tutela adequada em litígios 
complexos, a qual propicia a chamada mending justice (justiça capaz de remendar o tecido social), focada 
na pacificação e na continuidade de convivência dos envolvidos.
Precedentes anteriores:
• STJ, AgRg nos EAREsp n. 693.242/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, j. 16/12/2015.
• STJ, REsp 1.353.801-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 14/8/2013.
• STJ, REsp 1.110.549-RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, j. 28/10/2009.
Entes legitimados
12. Ministério Público
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
PRETENSÃO DESTINADA À TUTELA DE DIREITOS INDIVIDUAIS DE ELEVADA CONOTAÇÃO SOCIAL. ADOÇÃO DE 
REGIME UNIFICADO OU UNIFICAÇÃO DE CONTAS DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS). 
MINISTÉRIO PÚBLICO. PARTE ATIVA LEGÍTIMA. DEFESA DE INTERESSES SOCIAIS QUALIFICADOS. ARTS. 127 E 
129, III, DA CF. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
1. No julgamento do RE 631.111 (Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, DJe de 30/10/2014), sob o regime da repercussão 
geral, o PLENÁRIO firmou entendimento no sentido de que certos interesses individuais, quando aferidos 
em seu conjunto, de modo coletivo e impessoal, têm o condão de transcender a esfera de interesses 
estritamente particulares, convolando-se em verdadeiros interesses da comunidade, emergindo daí a 
legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública, com amparo no art. 127 da Constituição 
Federal, o que não obsta o Poder Judiciário de sindicar e decidir acerca da adequada legitimação para a 
causa, inclusive de ofício. 2. No RE 576.155 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 1º/2/2011), também 
submetido ao rito da repercussão geral, o PLENÁRIO cuidou da questão envolvendo a vedação constante 
do parágrafo único do art. 1º da Lei 7.347/1985, incluído pela MP 2.180-35/2001, oportunidade em que 
se reconheceu a legitimidade do Ministério Público para dispor da ação civil pública com o fito de anular 
acordo de natureza tributária firmado entre empresa e o Distrito Federal, pois evidente a defesa ministerial 
em prol do patrimônio público. 3. A demanda intenta o resguardo de direitos individuais homogêneos cuja 
amplitude possua expressiva envergadura social, sendo inafastável a legitimidade do Ministério Público 
para ajuizar a correspondente ação civil pública. 4. É o que ocorre com as pretensões que envolvam 
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos 
de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados (parágrafo único 
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do art. 1º da Lei 7.347/1985). 5. Na hipótese, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, pautado na premissa 
de que o direito em questão guarda forte conotação social, concluiu que o Ministério Público Federal detém 
legitimidadeativa para ajuizar ação civil pública em face da Caixa Econômica Federal, uma vez que se litiga 
sobre o modelo organizacional dispensado ao FGTS, máxime no que se refere à unificação das contas 
fundiárias dos trabalhadores. 6. Recurso Extraordinário a que nega provimento. Tese de repercussão geral 
proposta: o Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de 
direitos sociais relacionados ao FGTS.
STF, RE 643.978, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, j. 09/10/2019.
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SOB A SISTEMÁTICA DOS REPETITIVOS. 
DEMANDAS DE SAÚDE COM BENEFICIÁRIOS INDIVIDUALIZADOS INTERPOSTAS CONTRA ENTES FEDERATIVOS. 
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. SUPOSTA AFRONTA AOS DISPOSITIVOS DOS ARTS.
1º, V, E 21 DA LEI N. 7.347/1985, BEM COMO AO ART. 6º DO CPC/1973. NÃO OCORRÊNCIA. DIREITO À SAÚDE. 
DIREITO INDIVIDUAL INDISPONÍVEL. ART. 1º DA LEI N. 8.625/1993 (LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO). APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. RECURSO JULGADO SOB A 
SISTEMÁTICA DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015, C/C O ART. 256-N E SEGUINTES DO REGIMENTO 
INTERNO DO STJ.
(...)3. A fronteira para se discernir a legitimidade do órgão ministerial diz respeito à disponibilidade, ou 
não, dos direitos individuais vindicados. É que, tratando-se de direitos individuais disponíveis e uma vez 
não havendo uma lei específica autorizando, de forma excepcional, a atuação do Ministério Público (como 
no caso da Lei n. 8.560/1992), não se pode falar em legitimidade de sua atuação. Todavia, se se tratar de 
direitos ou interesses indisponíveis, a legitimidade ministerial já decorreria da redação do próprio art. 1º 
da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). 4. Com efeito, a disciplina do direito à 
saúde encontra na jurisprudência pátria a correspondência com o próprio direito à vida, de forma que 
a característica da indisponibilidade do direito já decorreria dessa premissa firmada. 5. Assim, inexiste 
violação dos dispositivos dos arts. 1º, V, e 21 da Lei n. 7.347/1985, bem como do art. 6º do CPC/1973, uma 
vez que a atuação do Ministério Público, em demandas de saúde, assim como nas relativas à dignidade 
da pessoa humana, tem assento na indisponibilidade do direito individual, com fundamento no art. 1º 
da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). 6. Tese jurídica firmada: O Ministério 
Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas demandas de 
saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos contendo beneficiários 
individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 
8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). (...)
STJ, REsp 1.682.836/SP, Rel. Min. OG FERNANDES, j. 25/04/2018.
O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.
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STJ, Súmula 601, CORTE ESPECIAL, j. 07/02/2018
LEGITIMIDADE – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – FORNECIMENTO DE REMÉDIOS – MINISTÉRIO PÚBLICO – O Ministério 
Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública com objetivo de compelir entes federados a 
entregarem medicamentos a portadores de certa doença.
STF, RE 605.533, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, j. 15/08/2018.
 ÿ Pontos de destaque: legitimidade do Ministério Público para tutela de direitos individuais homogêneos; 
pretensões envolvendo direitos sociais relacionados ao FGTS; pretensões envolvendo direitos individuais 
indisponíveis nas demandas de saúde para tratamento médico ou entrega de medicamentos contra os entes 
federativos; pretensões envolvendo consumidores e a prestação do serviço público.
13. Defensoria Pública
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TUTELA DO 
CONSUMIDOR IDOSO. GRATUIDADE NO TRANSPORTE PÚBLICO. DIREITO À INFORMAÇÃO. INEXISTÊNCIA 
DE OFENSA AO ART. 535, II DO CPC/1973. LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA PROPOR 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM FAVOR DA POPULAÇÃO IDOSA. ACÓRDÃO PARADIGMA: ERESP 1.192.577/RS, 
REL. MIN. LAURITA VAZ, DJE 13.11.2015. ALEGADA AUSÊNCIA DE DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
DA CONCESSIONÁRIA. INVERSÃO DO JULGADO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
IMPOSSIBILIDADE. DEVER DE INFORMAÇÃO FIXADO COM BASE EM LEI ESTADUAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 
280/STF. AGRAVO INTERNO DA CONCESSIONÁRIA A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(...) 4. A Defensoria Pública possui legitimidade ativa para mover Ação Civil Pública em favor da população 
idosa, que se enquadra na categoria de hipervulnerável, mormente diante da hipossuficiência financeira 
constatada pela Corte de origem. Acórdão paradigma: EREsp. 1.192.577/RS, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJe 
13.11.2015. 5. Tal conclusão encontra fundamento, também, no diálogo das fontes entre o art. 81 da Lei 
10.741/2003 (o Estatuto do Idoso) e o art. 5o., II da Lei 7.347/1985, na formação de um microssistema de 
tutela coletiva em proteção da população idosa. (...)
STJ, AgInt no AREsp 1.220.572/SP, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, j. 18/03/2019.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO COLETIVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO 
CPC/1973. INEXISTÊNCIA. LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA. INTERESSES DE CONSUMIDORES 
COM RELEVÂNCIA E REPERCUSSÃO SOCIAL. SÚMULA 83 DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO 
DEMONSTRADO. COBRANÇA DA TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO OU CARNÊ. RECURSO ESPECIAL 
REPETITIVO Nº 1.251.331/RS. ABUSIVIDADE. AFERIÇÃO EM CADA CASO CONCRETO. AGRAVO INTERNO 
PARCIALMENTE PROVIDO.
(...) 2. “A Defensoria Pública possui legitimidade ativa ad causam para propor ação civil pública em 
nome próprio com o objetivo de defender interesses difusos, coletivos em sentido estrito e individuais 
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homogêneos de consumidores lesados em razão de relações firmadas com as instituições financeiras. 
Precedentes. STJ e STF” (AgRg no REsp 1.572.699/MT, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em 
17/05/2016, DJe 24/05/2016). 3. Em caso de direito individual homogêneo, é bastante para o manejo de 
ação civil pública a constatação da relevância social do interesse em jogo. Precedentes. (...) 6. Na espécie, 
considerando que se trata de ação coletiva com discussão, em caráter genérico, da taxa de emissão de 
boleto, é válida a cobrança da referida tarifa nos contratos anteriores a 30.4.2008, desde que previamente 
pactuada e especificada no contrato celebrado com cada consumidor, ressalvado o exame de abusividade no 
caso concreto, a ser verificada em ação de cumprimento individual de sentença.
STJ, AgInt no AREsp 282.741/RS, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, j. 17/12/2019.
 ÿ Pontos de destaque: legitimidade ativa da Defensoria Pública; defesa de necessitados e promoção dos 
direitos humanos que não se resume aos carentes de recursos econômicos; tutela da população idosa 
(hipervulneráveis); tutela de consumidores lesados em razão de relações firmadas com as instituições 
financeiras.
Precedentes anteriores:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA AJUIZAR 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ART. 5º, INC. II, DA LEI N. 7.347/1985, ALTERADO PELO ART. 2º DA LEI N. 11.448/2007). 
TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS (COLETIVOS STRITO SENSU E DIFUSOS) E INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS. DEFENSORIA PÚBLICA: INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À FUNÇÃO JURISDICIONAL. ACESSO À 
JUSTIÇA. NECESSITADO: DEFINIÇÃO SEGUNDO PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS GARANTIDORES DA FORÇA 
NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO E DA MÁXIMA EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: ART. 5º, INCS. 
XXXV, LXXIV, LXXVIII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INEXISTÊNCIA DENORMA DE EXCLUSIVIDAD DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO INSTITUCIONAL 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELO RECONHECIMENTO DA LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA. AÇÃO 
JULGADA IMPROCEDENTE.
STF, ADI 3943, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, j. 07/05/2015.
Direito Processual Civil e Constitucional. Ação civil pública. Legitimidade da Defensoria Pública para ajuizar 
ação civil pública em defesa de interesses difusos. Interpretação do art. 134 da Constituição Federal. Discussão 
acerca da constitucionalidade do art. 5º, inciso II, da Lei nº 7.347/1985, com a redação dada pela Lei nº 
11.448/07, e do art. 4º, incisos VII e VIII, da Lei Complementar nº 80/1994, com as modificações instituídas 
pela Lei Complementar nº 132/09. Repercussão geral reconhecida. Mantida a decisão objurgada, visto que 
comprovados os requisitos exigidos para a caracterização da legitimidade ativa. Negado provimento ao 
recurso extraordinário. Assentada a tese de que a Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura 
de ação civil pública que vise a promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos de que sejam 
titulares, em tese, pessoas necessitadas.
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STF, RE 733.433, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, j. 04/11/2015.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL NOS EMBARGOS INFRINGENTES. PROCESSUAL 
CIVIL. LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM 
FAVOR DE IDOSOS. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE EM RAZÃO DA IDADE TIDO POR ABUSIVO. TUTELA DE 
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. DEFESA DE NECESSITADOS, NÃO SÓ OS CARENTES DE RECURSOS 
ECONÔMICOS, MAS TAMBÉM OS HIPOSSUFICIENTES JURÍDICOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS.
(...) 2. A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos 
necessitados econômicos, entretanto, também exerce suas atividades em auxílio a necessitados jurídicos, 
não necessariamente carentes de recursos econômicos, como é o caso, por exemplo, quando exerce a 
função do curador especial, previsto no art. 9.º, inciso II, do Código de Processo Civil, e do defensor dativo no 
processo penal, conforme consta no art. 265 do Código de Processo Penal. 3. No caso, o direito fundamental 
tutelado está entre os mais importantes, qual seja, o direito à saúde. Ademais, o grupo de consumidores 
potencialmente lesado é formado por idosos, cuja condição de vulnerabilidade já é reconhecida na própria 
Constituição Federal, que dispõe no seu art. 230, sob o Capítulo VII do Título VIII (“Da Família, da Criança, do 
Adolescente, do Jovem e do Idoso”): “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas 
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-
lhes o direito à vida.” 4. “A expressão ‘necessitados’ (art. 134, caput, da Constituição), que qualifica, orienta 
e enobrece a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido 
amplo, de modo a incluir, ao lado dos estritamente carentes de recursos financeiros - os miseráveis e pobres -, 
os hipervulneráveis (isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os idosos, as gerações 
futuras), enfim todos aqueles que, como indivíduo ou classe, por conta de sua real debilidade perante 
abusos ou arbítrio dos detentores de poder econômico ou político, ‘necessitem’ da mão benevolente e 
solidarista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o próprio Estado. Vê-se, então, que a partir da 
ideia tradicional da instituição forma-se, no Welfare State, um novo e mais abrangente círculo de sujeitos 
salvaguardados processualmente, isto é, adota-se uma compreensão de minus habentes impregnada de 
significado social, organizacional e de dignificação da pessoa humana” (REsp 1.264.116/RS, Rel. Ministro 
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2011, DJe 13/04/2012).
STJ, EREsp 1.192.577/RS, Rel. Min. LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, j. 21/10/2015.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DEFENSORIA PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
TUTELA DE INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. MUTUÁRIOS. SISTEMA FINANCEIRO HABITACIONAL. 
PERTINÊNCIA SUBJETIVA. NECESSITADOS. SENTIDO AMPLO. PERSPECTIVA ECONÔMICA E ORGANIZACIONAL.
1.Cinge-se a controvérsia a saber se a Defensoria Pública da União detém legitimidade para propor ação civil 
pública em defesa de direitos individuais homogêneos, a exemplo dos mutuários do SFH. 2. A Defensoria 
Pública é um órgão voltado não somente à orientação jurídica dos necessitados, mas também à proteção 
do regime democrático e à promoção dos direitos humanos e dos direitos individuais e coletivos. 
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3. A pertinência subjetiva da Defensoria Pública para intentar ação civil pública na defesa de interesses 
transindividuais está atrelada à interpretação do que consiste a expressão “necessitados” (art. 134 da CF) 
por “insuficiência de recursos” (art. 5º, LXXXIV, da CF). 4. Deve ser conferido ao termo “necessitados” uma 
interpretação ampla no campo da ação civil pública para fins de atuação inicial da Defensoria Pública, de 
modo a incluir, para além do necessitado econômico (em sentido estrito), o necessitado organizacional, ou 
seja, o indivíduo ou grupo em situação especial de vulnerabilidade existencial. 5. O juízo prévio acerca da 
coletividade de pessoas necessitadas deve ser feito de forma abstrata, em tese, bastando que possa haver, 
para a extensão subjetiva da legitimidade, o favorecimento de grupo de indivíduos pertencentes à classe 
dos hipossuficientes, mesmo que, de forma indireta e eventual, venha a alcançar outros economicamente 
mais favorecidos. 6. A liquidação e a execução da sentença proferida nas ações civis públicas movidas pela 
Defensoria Pública somente poderá ser feita aos que comprovarem insuficiência de recursos, pois, nessa 
fase, a tutela de cada membro da coletividade ocorre de maneira individualizada. 7. Recurso especial provido.
STJ, REsp 1.449.416/SC. Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, j. 29/03/2016.
 ÿ Pontos de destaque: legitimidade ativa ampla da Defensoria Pública; alcance de direitos difusos, coletivos 
e individuais homogêneos; não adstrição à hipossuficiência econômica.
14. Municípios
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITO DO CONSUMIDOR. BANCÁRIO. 
COBRANÇA DE TARIFA DE RENOVAÇÃO DE CADASTRO. INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. 
LEGITIMIDADE ATIVA. MUNICÍPIO. PERTINÊNCIA TEMÁTICA. REPRESENTAÇÃO ADEQUADA.
1. O propósito do presente recurso especial é determinar se o Município de Brusque tem legitimidade ad 
causam para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos consumeristas, questionando a cobrança de 
tarifas bancárias de “renovação de cadastro”. (...) 7. Na hipótese dos autos, o Tribunal de origem recusou 
legitimidade ao ente político em virtude de ter considerado que o Município estaria defendendo unicamente 
os direitos do grupo de servidores públicos, por entender que a proteção de direitos individuais homogêneos 
não estaria incluída em sua função constitucional e por não vislumbrar sua representatividade adequada ou 
pertinência temática. 8. Ainda que tenha sido mencionada como causa de pedir e pedido a cobrança da 
tarifa de “renovação de cadastro” de servidores municipais, é certo que o direito vindicado possui dimensão 
que extrapola a esfera de interesses puramente particulares dos citados servidores, o que é suficiente para 
o reconhecimento da legitimidade do ente político para essa primeira fase da tutela coletiva de interesses 
individuais homogêneos. 9. Recurso especial conhecido e provido.
STJ, REsp 1.509.586/SC, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, j. 15/05/2018.
 ÿ Pontos de destaque: legitimidade ativa do ente municipal; tutela de direitos individuaishomogêneos de 
servidores públicos munícipes.
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15. Associações
Legitimidade para ajuizamento de ações coletivas
REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS – ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALCANCE.
O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando 
previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. TÍTULO 
EXECUTIVO JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO – BENEFICIÁRIOS. As balizas subjetivas do título judicial, formalizado 
em ação proposta por associação, é definida pela representação no processo de conhecimento, presente a 
autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial.
Tese fixada (tema 82): I – A previsão estatutária genérica não é suficiente para legitimar a atuação, em 
Juízo, de associações na defesa de direitos dos filiados, sendo indispensável autorização expressa, ainda 
que deliberada em assembleia, nos termos do artigo 5º, inciso XXI, da Constituição Federal; II – As balizas 
subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, são definidas pela representação 
no processo de conhecimento, limitada a execução aos associados apontados na inicial.
STF, RE 573.232, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, j. 14/05/2014.
EXECUÇÃO – AÇÃO COLETIVA – RITO ORDINÁRIO – ASSOCIAÇÃO – BENEFICIÁRIOS. Beneficiários do título 
executivo, no caso de ação proposta por associação, são aqueles que, residentes na área compreendida na 
jurisdição do órgão julgador, detinham, antes do ajuizamento, a condição de filiados e constaram da lista 
apresentada com a peça inicial.
Tese fixada (Tema 499): A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito 
ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, 
residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data 
da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento.
STF, RE 612.043, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, j. 10/05/2017.
 ÿ Pontos de destaque: legitimidade ativa das associações para ações coletivas depende de autorização 
expressa dos associados; eficácia subjetiva da coisa julgada formada para alcançar somente os filiados 
residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, até a data da propositura da demanda; execução só 
pode beneficiar os associados apontados na inicial.
16. Representatividade adequada
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASSOCIAÇÃO DEMANDANTE QUE TEM POR OBJETO A PROTEÇÃO 
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR. AÇÃO QUE TEM POR OBJETO A CONDENAÇÃO DAS DEMANDAS 
(SEGURADORAS) A INDENIZAR AS VÍTIMAS DE DANOS PESSOAIS OCORRIDOS COM VEÍCULOS AUTOMOTORES, 
BENEFICIÁRIAS DO DPVAT, NOS MONTANTES FIXADOS PELO ART. 3º DA LEI N. 6.194/1974. AUSÊNCIA DE 
PERTINÊNCIA TEMÁTICA. RECONHECIMENTO. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM JULGAMENTO DE MÉRITO, 
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ANTE A AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DA ASSOCIAÇÃO AUTORA. NECESSIDADE. RECURSO 
ESPECIAL PROVIDO.
1. O seguro DPVAT não tem por lastro uma relação jurídica contratual estabelecida entre o proprietário do 
veículo e as seguradoras que compõem o correlato consórcio. Trata-se, pois, de um seguro obrigatório por 
força de lei, que tem por escopo contemporizar os danos advindos da circulação de veículos automotores - 
cujos riscos são naturalmente admitidos pela sociedade moderna -, que impactam sobremaneira, econômica 
e socialmente, as pessoas envolvidas no acidente e, reflexamente, ao Estado e à sociedade como um todo, 
a quem incumbe financiar a Seguridade Social. A partir de sua finalidade precípua, já se pode antever, 
com segurança, que o funcionamento hígido do sistema de seguro DPVAT consubstancia interesse que, 
claramente, transcende ao do beneficiário, sendo, em verdade, de titularidade de toda a sociedade, 
considerada como um todo. 2. Em se tratando de uma obrigação imposta por lei, não há, por conseguinte, 
qualquer acordo de vontades e, principalmente, voluntariedade, entre o proprietário do veículo (a quem 
compete, providenciar o pagamento do “prêmio”) e as seguradoras componentes do consórcio seguro 
DPVAT (que devem efetivar o pagamento da indenização mínima pelos danos pessoais causados à vítima do 
acidente automobilístico), o que, por si, evidencia, de contrato, não se cuidar. Cuida-se, a toda evidência, de 
hipótese de responsabilidade legal objetiva, vinculada à teoria do risco, afigurando-se de todo desinfluente 
a demonstração, por parte do beneficiário (vítima do acidente automobilístico), de culpa do causador 
do acidente. 3. Diversamente do que se dá no âmbito da contratação de seguro facultativo (esta sim, de 
inequívoca incidência da legislação protetiva do consumidor), a atuação das seguradoras integrantes do 
consórcio do seguro DPVAT, adstrita à lei de regência, não é concorrencial, tampouco destinada à obtenção 
de lucro, na medida em que a respectiva arrecadação possui destinação legal específica. 4. Tampouco seria 
possível falar-se em vulnerabilidade, na acepção técnico-jurídica, das vítimas de acidente de trânsito - e 
muito menos do proprietário do veículo a quem é imposto o pagamento do “prêmio” do seguro DPVAT - 
perante a seguradoras, as quais não possuem qualquer margem discricionária para efetivação do pagamento 
da indenização securitária, sempre que presentes os requisitos estabelecidos na lei. Aliás, a Lei n. 6.194/74, 
em atendimento a sua finalidade social, é absolutamente protetiva à vítima do acidente, afigurando-se de 
todo impróprio invocar, para tal escopo, também o CDC, quando ausente relação de consumo. 5. Ausente, 
sequer tangencialmente, relação de consumo, não se afigura correto atribuir a uma associação, com fins 
específicos de proteção ao consumidor, legitimidade para tutelar interesses diversos, como é o caso dos 
que se referem ao seguro DPVAT, sob pena de desvirtuar a exigência da representatividade adequada, 
própria das ações coletivas. A ausência de pertinência temática é manifesta. Em se tratando do próprio 
objeto da lide, afinal, como visto, a causa de pedir encontra-se fundamentalmente lastreada na proteção do 
consumidor, cuja legislação não disciplina a relação jurídica subjacente, afigura-se absolutamente infrutífera 
qualquer discussão quanto à possibilidade de prosseguimento da presente ação por outros entes legitimados.
STJ, REsp 1.091.756/MG, Rel. Min. MARCO BUZZI, j. 13/12/2017.
 ÿ Pontos de destaque: ausência de representatividade adequada; associação constituída em defesa do 
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consumidor e tutela de beneficiários do seguro DPVAT.
17. Despesas processuais
PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DECORRENTE DE AÇÃO COLETIVA CONTRA A FAZENDA 
PÚBLICA. IMPUGNAÇÃO. AUSÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL. 
MUDANÇA NO ORDENAMENTO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA. SÚMULA 345 DO STJ. INCIDÊNCIA.
(...) 2. Sob a égide do CPC/1973, esta Corte de Justiça pacificou a orientação de que são devidos honorários 
advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, 
ainda que não embargadas (Súmula 345), afastando, portanto, a aplicação do art. 1º-D da Lei n. 9.494/1997. 
3. A exegese do art. 85, § 7º, do CPC/2015, se feita sem se ponderar o contexto que ensejou a instauração 
do procedimento de cumprimento de sentença, gerará as mesmas distorções então ocasionadas pela 
interpretação literal do art. 1º-D da Lei n. 9.494/1997 e que somente vieram a ser corrigidas com a edição 
da Súmula 345 do STJ. 4. A interpretação que deve ser dada ao referido

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