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VOCÊ PRECISA INTERPRETRAR A BÍBLIA POR CONTA PRÓPRIA

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A Bíblia é a palavra de Deus e em todos os idiomas a sua mensagem
é clara e concisa, desde que saibamos lê-la e interpretar da maneira
certa. Não há mudanças doutrinárias, não há mudanças entre um
testamento e outro, mas se lermos ela de qualquer jeito estaremos
sujeitos a incluir doutrinas onde não há ou remover as doutrinas
que ela nos ensina, por isso é importante saber ler e interpretar
bem, para que sejamos abençoados com a leitura e exposição dos
textos bíblicos.
Devair S. Eduardo
Esse e-book precisa ser distribuído de graça para o máximo de
pessoas, indique e compartilhe aos seus irmãos mais próximos.
Mais temas no blog: http://palavrasemchamas.blogspot.com
O que mudou nessa edição?
Após perceber alguns problemas relacionados à uniformidade das escrituras e
da criação de pensamentos fundados apenas em um ou dois versos eu inclui
uma explicação breve de por que devemos evitar tal prática. Outras pequenas
correções aconteceram no texto a fim de deixar ele mais fluído e fácil de ler.
Recomendo ler novamente todo o estudo para não esquecer os princípios
básicos e após cada ponto faça um exercício usando um texto de sua
preferência.
Texto e revisão: Devair S. Eduardo (v.2.0)
Créditos da imagem da capa para Freepik
http://palavrasemchamas.blogspot.com/
Você precisa interpretar a Bíblia sozinho
Uma das perguntas que sempre ouço trata do uso de comentários
bíblicos. As pessoas que dizem estudar a palavra estão sempre
atrás de um comentário pronto e isso é para mim um atalho
perigoso, ainda que saiba da existência de bons comentários no
mercado.
Um dos maiores problemas da religião cristã sempre foi a
escravidão intelectual. Desde cedo os membros estiveram nas
mãos de outras pessoas em relação ao ensino. De Jesus aos
apóstolos os cristãos viveram um verdadeiro sonho em relação ao
ensino das doutrinas bíblicas, mas já naquela época alguns
“comentários” vinham recheados de heresias, estas foram
tratadas de forma direta pelos apóstolos, como por exemplo
Judas, quando escreve:
“[…] certos homens se infiltraram entre vós sem que fossem
notados; desde há muito tempo eles estavam destinados para o
juízo. São homens ímpios, que mudam a graça de nosso Deus em
libertinagem e negam o nosso único soberano e Senhor, Jesus
Cristo” (v.4).
Fica claro na carta de Judas que algumas pessoas estavam
ensinando coisas contrárias à palavra dentro das igrejas no
século 1; e se Judas teve de mudar o conteúdo da sua carta para
tratar o assunto então os membros estavam dando ouvidos às
heresias impostas naquela ocasião, caso contrário Judas não teria
conhecimento do problema.
Um dos problemas em buscar sempre um comentário pronto é
que muitas pessoas não sabem o que o autor está pensando ou
quanto a sua fé é verdadeira a ponto de dizer a verdade sobre um
texto e outro. E se não sabemos ler a Bíblia por conta própria nos
tornamos reféns de comentaristas mal intencionados. Então, o
que é necessário? Ler um comentário ou gerar um comentário?
Creio que as duas coisas são importantes, porém, o correto é
gerar o seu próprio comentário antes de consultar outros
escritores, mesmo que estes sejam mestres em interpretação
bíblica.
Quero deixar regras simples aqui que vão orientar melhor os
leitores da Bíblia a ponto de se sentirem estimulados a estudar
exegese bíblica, alguns livros serão indicados na parte final do
texto, acompanhe:
1 – É importante saber onde começa e termina o texto
Um dos maiores problemas está no fato de que religiosos tentam
criar doutrinas com base em um verso ou no máximo três. A
Bíblia, porém, não foi escrita em versos. A melhor forma de
compreender a Bíblia é ler em blocos. Somente quando
conhecemos o início e o fim de um texto podemos dizer o que
um dos versos está dizendo, pois cada verso está intimamente
ligada ao seu bloco ou contexto como muitos dizem. Um exemplo
curioso e que descobrimos recentemente está em Provérbios
1.32, lemos nas melhores traduções o seguinte:
“Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos
os destruirá” (ACF).
Porém, não é estranho afirmar que uma pessoa “simples” morre
por um erro? Como poderíamos dizer que alguém simples vai
morrer só porque errou? Para isso precisamos resolver duas
questões, o que a palavra “simples” significa e por que o texto
está dizendo que ele morre por um erro, não conseguiremos
fazer isso sem antes entender onde começa e termina o texto,
para isso precisamos ler mais texto, antes e depois do verso em
questão. Lendo um pouco mais descobrimos que ele começa no
v.22 e termina no v.33, estudando esse bloco de texto
descobrimos ainda que ele trata de pessoas que não dão
importância à sabedoria, veja como o texto aponta isso:
“Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão
e não houve quem desse atenção, Antes rejeitastes todo o meu
conselho, e não quisestes a minha repreensão” (v.24,25).
Fica claro que esse “simples” na verdade está ignorando a
sabedoria, ele não é alguém simples por ser humilde, mas uma
pessoa que ignora a verdadeira sabedoria e por isso perece no
final. Ainda assim a palavra “simples” ali não soou como o texto
quis dizer. O leitor precisa estar atento a essas mudanças de
palavras também, nesses casos uma consulta em outras versões
bíblicas pode ajudar muito, uma boa dica é consultar um
dicionário como fizemos abaixo. Fomos ao dicionário Strong,
aplicativo para celular disponível em inglês e gratuito, e
descobrimos o seguinte resultado:
Hebraico: ּפתי ּפתי ּפתאי
Transliteração: pethîy pethîy pethâ'îy
Pronúncia: {peth-ee '} {peh'-te} peth-aw-ee'
Definição: De H6601; bobo (que {é} sedutível): - {tolo} simples ({-
icidade} um).
KJV Uso: simples (15x), simples (2x), tolo (1x), simplicidade (1x).
Ocorre: 19
Nos versos: 18
Se lermos o texto com a palavra “tolo” fará mais sentido? Vamos
tentar:
“Porque o erro dos tolos os matará, e o desvario dos insensatos os
destruirá”.
Agora chegamos ao que o contexto está dizendo, todo o bloco de
texto está afirmando que os tolos ignoram a sabedoria e por isso
sofrem no final, numa dupla aplicação poderíamos dizer que tais
tolos vivem sem se preocupar com nada e amam as facilidades; e
ainda que as pessoas que ignoram a sabedoria de Deus
perecerão. Tal sabedoria foi manifestada na pessoa e obra de
Cristo o qual foi chamado de sabedoria de Deus.
Lendo agora parece bastante óbvio, mas como seria se
ignorarmos que este texto começa no verso 22 e não no 32? Saiba
identificar onde começa e termina o texto e você não será
enganado e provavelmente precisará bem menos de um
comentário pronto.
2 – Entenda historicamente onde o texto está posicionado
É importante saber onde o texto está e o que está acontecendo na
visão de quem escreve, isso evita muitos problemas na hora de
interpretar. 
Um bom exemplo são os textos que tratam da destruição dos
inimigos do povo de Deus, como em Isaías 31 sobre a Assíria,
leia:
“A Assíria cairá por uma espada, não de homem; e uma espada não
humana a consumirá; fugirá da espada, e os seus jovens serão
submetidos a trabalhos forçados” (v. 8).
Antes de tentar entender como esse texto deve mudar a nossa
vida ou numa aplicação maior sobre os pecadores é necessário
entender sobre qual Assíria o autor está falando, só depois fazer
uma aplicação pessoal. Para isso o leitor precisa fazer perguntas
ao texto, ex.: Quem era a Assíria? O que a Assíria fez? Onde
estava o povo de Deus nesse texto? Como Deus derrotou a
Assíria? A resposta a essas perguntas serão encontradas no
próprio texto, basta uma leitura atenta à Bíblia para descobrir,
caso a dificuldade seja muito grande cabe aí uma consulta de um
material exegético de preferência Histórico/Cultural, no fim
desse texto tem uma indicação para issotambém.
Uma aplicação desse texto para os dias de hoje vai apontar a
derrota dos inimigos do Senhor pelo próprio Deus. A Assíria para
nós simboliza todos os inimigos que serão derrotados na vinda
de Jesus, o mesmo acontece em diversos textos sobre a Babilônia
e numa aplicação do texto deve ser enfatizada a garantia de que
Deus vai cumprir o que está escrito. Essa certeza pode ser vista
no Antigo Testamento e constatada no Novo Testamento
também, para isso o leitor precisa conhecer a Bíblia como uma
única carta ao povo de Deus.
3 – Identifique o gênero literário em questão
Outro problema seríssimo em muitos leitores, principalmente
naqueles crentes literais. É muito importante saber que gênero
literário estamos lendo para não confundirmos as coisas.
Recentemente um irmão me contou que em algumas igrejas se
usa o Salmo 23 como pretexto para pregar a teologia da
prosperidade, isso é absurdamente ridículo uma vez que o texto
trata da plena confiança da ovelha no pastor mesmo em tempos
de dificuldades e nada fala sobre uma vida de bençãos materiais.
Isso acontece porque as pessoas não sabem identificar que este
texto é um poema e portanto não pode ser lido de forma literal.
Em resumo, poemas e visões constantemente trarão símbolos
que não podem ser lidos de forma literal, um ótimo exemplo é o
livro Apocalipse, repleto de símbolos que lidos de forma literal
acaba com a exegese de quem lê. Veja o exemplo mais clássico
quanto ao assunto:
“Vi subir do mar uma besta com dez chifres e sete cabeças, e sobre
os chifres havia dez coroas, e sobre as cabeças trazia nomes de
blasfêmia” (Ap 13.1)
Se todos os textos fossem literais teríamos como a besta do
Apocalipse nada mais nada menos que o personagem Godzilla
saindo do mar, mas João nunca teria acesso a esse filme…
portanto é preciso compreender o que a Bíblia fala sobre esses
símbolos. Aqui também se faz necessário um comentário
histórico/cultural como indicado anteriormente.
Como saber quando é literal então? Os textos literais são muito
claros e fazem mais sentido do que os símbolos na Bíblia, veja
por exemplo o que Jesus diz sobre aqueles que não o reconhecem
como Senhor em João 3.36:
“Quem crê no Filho tem a vida
eterna;
Aqui a palavra “crê” passa a
ideia de mudança de vida, é
algo mais do que acreditar e é
literal – ter a vida aqui é literal
também pois nós nascemos em
Cristo para a vida eterna com
Deus.
Quem, porém, mantém-se em
desobediência ao Filho não verá
a vida, mas sobre ele permanece
a ira de Deus”
Aqui Jesus trata do outro lado,
as pessoas que não creem são
justamente as que vivem em
desobediência, são aquelas que
Paulo chama de mortos em
seus pecados, por isso é literal,
eles não verão a vida que Cristo
nos dá, nem agora, nem na
eternidade. Estarão mortos em
seus pecados para sempre.
Um outro exemplo clássico é o texto de Isaías 61 onde lemos no
verso 7:
“Tereis honra dobrada em lugar da vossa desonra; e, em lugar de
vergonha, vos alegrareis na vossa porção; por isso possuirão o
dobro da sua terra e terão alegria para sempre”.
Muitos religiosos usam esse texto para pregar prosperidade
material e até mesmo vingança gospel, algo completamente fora
do padrão no evangelho, mas isso é causado por lerem de forma
literal uma profecia e não levarem em conta o contexto histórico
de Isaías. Fazendo os passos certos podemos com muito sucesso
compreender que o Reino de Deus inaugurado por Jesus é muito
superior ao reino de Israel que havia sofrido tanto nas mãos dos
seus inimigos, apenas nesse reino é possível ter “alegria para
sempre”. É um ótimo texto para se pregar o evangelho a partir do
Antigo Testamento, por não saberem ler textos com símbolos
muitas pessoas criam aberrações teológicas.
Um ponto que podemos tratar com mais enfase em outro
momento diz sobre como encontrar Cristo e o evangelho nos
textos bíblicos, para isso faça perguntas como: Quem é o pastor
em Salmo 23? olu Como posso evitar ser castigado por Deus
como descrito em Isaías 31.8? Pergunte-se sempre onde está o
evangelho e a obra de Cristo em todos os textos no Antigo
Testamento, vou deixar uma indicação quanto a isso no final
dessa postagem também.
Adição posterior 28/06/2019
4 – A Bíblia como a Palavra de Deus de Gênesis à Apocalipse
para todo o seu povo
Esse talvez seja o capítulo mais importante neste estudo, isso
porque pretendo tratar nele de forma breve o maior erro em
relação à leitura e interpretação das Escrituras. Para isso vou
trazer dois princípios básicos (de um total de 8) de interpretação
encontrados em um dos livros indicados no final do estudo, são
eles:
“O princípio calcedoniano (ou encarnacional): Esse princípio,
como um aspecto da convicção de que Deus se envolve na
autorrevelação (do contrário os humanos não poderiam conhecê-
lo), tem a ver com a natureza da Escritura como, ao mesmo
tempo, totalmente divina e plenamente humana. É a expressão
divina em vestes humanas […] Esse princípio afirma que a
Escritura é, antes de tudo, parte da autorrevelação de Deus. A
tradição cristã tem afirmado consistentemente, nas palavras de
Brevard Childs, um estudioso da Bíblia, de Yale, que a Bíblia é “o
meio usado por Deus para contar a história de Deus”. Assim, a
Escritura é uma palavra ou expressão divina para nós e convite
(de fato, uma convocação) para nos juntarmos à história divina,
ao divino drama”. [2]
Este princípio é particularmente importante porque nos informa
pelo menos duas coisas sobre leitura e interpretação: 1 – A Bíblia
não é um livro com textos aleatórios, ela é a expressão de Deus
ao homem a fim de comunicar unicamente a Sua verdade. Isso
deve ser suficiente para compreendermos a importância da
leitura e interpretação correta das Escrituras uma vez que o peso
dessa interpretação se encontra no fato de estarmos
transmitindo uma verdade de Deus e não nossa; 2 – A Bíblia “é a
palavra de Deus” e não “contém a palavra de Deus”. Isso é
importante pois, quando estamos lendo um texto precisamos
buscar nele a sua mensagem para nós. Veja que, se você
determina que apenas parte das Escrituras se encaixa nos dias de
hoje está dizendo que as demais não representam a palavra de
Deus para hoje, isso quebra a ideia de que ela é a palavra de Deus
ao seu povo. Nesse caso, a toda extensão do seu povo. Quando
lemos textos que se aplicam ao passado precisamos
compreender que os acontecimentos são cronológicos, mas há
uma mensagem para todos os crentes nele.
“O princípio da conversão (ou transformação) – Podemos
descrever esse princípio de interpretação teológica em termos de
sua função: a interpretação das Escrituras é o principal meio
pelo qual Deus efetua (em termos católicos tradicionais) a
conversão contínua da igreja, isto é, (em termos protestantes
tradicionais) a crescente participação da Igreja na vida do Deus
triúno […] Podemos também descrever esse princípio em termos
de seu telos: o objetivo final da interpretação bíblica é que o
indivíduo e especialmente a comunidade “compreendam
plenamente” o texto, tornando-se uma exegese viva”. [2]
Destaquei esse princípio porque descreve bem o objetivo de uma
interpretação. Não sei o que muitas pessoas tem feito com o que
leem, mas se consideramos a Bíblia como palavra de Deus ela
deve ter algum objetivo para a igreja. Segundo esse princípio é
através dela (de toda a Bíblia) que Deus nos ensina, ou nos
converte, para que consigamos compreender a vontade de Deus e
assim ser obedientes a ela e consequentemente a Ele. Portanto, a
interpretação bíblica é muito mais do que compreender,
devemos buscar nela a vontade de Deus. Vejo muitas pessoas
buscando fora dela a vontade de Deus, o que certamente é um
erro já que muitas vezes essas “respostas” divinas são contráriasà sua vontade ou, como na maioria, nem retratam algo que está
sendo revelado por ela; um bom exemplo disso são os usos de
“dons” para recepção de mensagem de anjos ou do próprio Deus
para o homem. Algo que não é ensinado ou defendido como uma
prática, mas que é claramente praticado em muitos cultos.
Se a Bíblia é de fato a vontade de Deus, devemos observar um
efeito que deve acontecer durante a nossa leitura. A Palavra de
Deus não pode ser diferente na mesma Bíblia, se for assim ela se
contradiz. Então devemos pensar nela com uma palavra e não
como diversos pensamentos diferentes de Deus. Digo isso pois,
muitos cristãos abandonaram o Antigo Testamento dizendo que
ele não serve para nós, porém muito do que lemos no Novo
Testamento está no Antigo, por isso os escritores do Novo estão
lendo o Antigo. É justamente quando abandonamos parte das
Escrituras que abrimos as portas para grandes heresias, vemos
isso hoje na igreja.
Vamos ver dois exemplos claros e simples para que você consiga
compreender como isso se aplica a uma boa leitura e
interpretação das escrituras:
A – João 3.16
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna” (NAA)
Muitos irmãos usam esse texto para ensinar que a salvação é
universal, ou seja, Deus mandou Jesus vir morrer por toda
humanidade. Cheguei a ver declarações dizendo que Deus enviou
Jesus até mesmo para os homossexuais (isso é uma evolução
desse pensamento) – claro, não posso discordar de que Jesus
tenha morrido pelo homossexual que se arrepende e é
transformado por Deus, afinal, isso o fará abandonar o seu
estado de pecado. Porém ao fazer esse tipo de leitura se
considera apenas a parte A do texto [Porque Deus amou o
mundo], o que de fato é uma verdade, ou seja, o texto realmente
está dizendo o que lemos nele. Mas, ao fazer uma interpretação
assim precisamos considerar não apenas esse trecho como
Palavra de Deus e é isso que muitas pessoas fazem, mas veja
essas pequenas questões:
A1 – Em João 3.16 lemos que Deus amou o mundo na parte A do
verso, porém na parte B temos a informação de Deus deu seu
filho amado “para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” - O próprio texto mostra que Jesus não veio salvar o
mundo, mas apenas aqueles que creem;
A2 – O apóstolo João não poderia ensinar uma salvação universal
de forma alguma pois em 1.12 ele ensina que a salvação pertence
àqueles que “o receberam” e não ao mundo inteiro; em 1.13 ele
mostra que essa salvação se aplica apenas àqueles que Deus quer
aplicar quando diz “os quais não nasceram do sangue […] mas de
Deus”; Também não poderia ser assim já que o evangelho de João
é o que faz mais menções ao Messias do Antigo Testamento, veja
que no capítulo 10 Jesus disse ser o bom pastor que viria ajuntar
o seu povo, um claro ensino sobre o Messias anunciado em Isaías
40 e Ezequiel 34, além de declarações de Jesus afirmando que
veio apenas para os seus;
A3 – Por fim João não poderia, como Apóstolo de Cristo, ensinar
que Ele viria por todo o mundo literal sendo que os profetas
ensinaram o contrário, Isaías usa 26 capítulos [40-66] para
descrever o socorro do povo de Deus e em muitos desses textos
ele fala claramente sobre Jesus; Ezequiel em pelo menos 2
capítulos importantes descreve o que Jesus veio fazer também,
confira os capítulos 34 e 36. Se a Bíblia em si ensina que Jesus é o
Messias enviado para o seu povo, como por exemplo Mateus
escreve em 1.21 qualquer ensino que fuja dessa aplicação está
fazendo uma leitura parcial das escrituras e portanto não deve
ser considerada correta. Sobre esse tema o Apóstolo Paulo
resolve a questão no capítulo 9 de Romanos.
B – Salmo 23.1
“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (NAA)
Texto bastante simples, mas ajuda em nossa conclusão. Davi está
em todo o texto falando claramente sobre ele, ele é a ovelha aqui.
Porém esse é um texto poético e pode (deve) ser aplicado a toda a
igreja, principalmente pelo fato de o autor se identificar como
uma ovelha sendo cuidada por um pastor, comparação feita em
muitos pontos das escrituras.
Sendo assim as palavras de Davi em Salmo 23 podem ser
aplicadas a nós, desde que observadas algumas questões
culturais, como por exemplo o fato de não usarmos mais azeite
ou de nos alimentarmos literalmente na mesa dos nossos
inimigos. Tudo isso precisa ser aplicado de forma espiritual e não
literal pois o crente não vive uma batalha contra o homem mais.
Então, como compreender e aplicar? Pelo sentido total do texto
pode ser uma boa opção. Em todo o Salmo percebemos que é o
pastor que cuida da ovelha enquanto uma das poucas ações da
mesma é caminhar pelo vale da sombra da morte. Isso mostra
que Deus cuida de nós mesmo em situações difíceis, nesse caso o
texto nos comunica a fé unicamente em Deus e a certeza de que
como ovelhas não estaremos mais sozinhos após sermos
encontrados pelo nosso bom pastor. Um ensino que fica nítido
no Novo Testamento pela voz do Apóstolo Paulo.
Outras aplicações podem ser feitas da mesma forma, como por
exemplo:
Salmo 1: A certeza da nossa vitória em Cristo e o castigo dos
ímpios;
Provérbios 7: O resultado da busca incessante ao pecado é a
morte;
Entre outros tantos textos espalhados pelas escrituras.
Enfim, é preciso que os próprios membros saibam ler e
interpretar os textos a partir de regras simples como essas. Não
são as únicas, mas são urgentes. Serve como um impulso à
pesquisa cristã, para que você leitor sinta o desejo de
compreender a partir da sua leitura o que a Bíblia ensina e assim
fazer uma exegese (mesmo que simples) correta do texto e uma
aplicação que busque a glória de Deus.
Após aprender a ler é aconselhável consultar comentários
prontos, apenas como fonte de pesquisa para que saibamos se
estamos indo bem na hora de interpretar o texto.
Indiquei nesse texto apenas três tipos de leitura: Comentário
Histórico/Cultural, um bom Manual de Exegese bíblica e um
livro sobre Pregação, abaixo você confere algumas das melhores
opções, dessas eu tenho usado constantemente e foram a fonte
de ensino que me ajudou a compreender melhor o que a Bíblia
está falando.
1 – Comentário bíblico Histórico/cultural: CLIQUE AQUI
2 – Introdução à exegese bíblica: CLIQUE AQUI
3 – Homilética – Da pesquisa ao púlpito: CLIQUE AQUI
4 – Pregação – Comunicando a fé na Era do Ceticismo: CLIQUE
AQUI
A leitura de todos os livros acima não é obrigatória, creio que o
leitor atento usando apenas as 3 dicas desse texto será capaz de
evoluir, porém, alguns leitores querem compreender mais a
fundo como funciona e como se aplica a exegese, a estes
recomendo que estudem os livros indicados acima. Boa leitura,
fiquem com Deus, amém.
Devair S. Eduardo
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