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CONTABILIDADE 
BÁSICA
Fabiana Tramontin Bonho
Contabilidade e 
campo de atuação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir o que é contabilidade.
  Reconhecer os principais grupos de usuários da contabilidade.
  Identificar usos da contabilidade.
Introdução
A ciência contábil é tão antiga quanto a própria humanidade. Com o 
desenvolvimento cultural, social e econômico, foi que a contabilidade 
passou a evoluir e as regras e prática da contabilidade se desenvolveram 
de acordo com as necessidades e tendências mundiais com o passar 
dos anos. 
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de contabilidade e re-
conhecer os principais grupos de usuários desta. Ainda, vai aprender a 
identificar os usos da contabilidade.
O que é a contabilidade
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. 
Sua maneira rudimentar de contar já era um modo de inventário, pois tinha 
como objetivo o controle do patrimônio, como rebanhos, fardos de alimentos, 
instrumentos de caça e pesca e outros bens quantitativos. O que mostra que o 
homem da antiguidade já tinha a preocupação com a riqueza e a propriedade 
(como acontece atualmente). 
Desde os primórdios, o homem teve que ir aperfeiçoando sua maneira 
de contabilizar, na medida em que as atividades se tornavam mais com-
plexas. Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura 
e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo 
acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo 
divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza 
individual. Nesse contexto, o homem observou que era preciso controlar, 
administrar e preservar seus bens e que poderia, por meio desse controle, 
obter e identificar se houve lucros. Foi por meio dessa necessidade que 
surgiu a contabilidade.
Assim, a origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do 
comércio, como forma de avaliar a riqueza do homem, bem como os acréscimos 
ou decréscimos de sua riqueza (MARION, 2011).
A contabilidade, ao contrário do que muitas pessoas pensam, é uma ciên-
cia social, e não exata, a qual, apesar de se utilizar de registros numéricos e 
cálculos matemáticos, sua essência não são os números propriamente ditos.
Ela é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e modifica o 
fenômeno patrimonial, sendo que tudo que fizemos na vida necessitamos 
de métodos quantitativos (MARION, 2011). Assim, apesar da utilização de 
ferramentas matemáticas para o desenvolvimento das técnicas contábeis, a 
contabilidade estuda o comportamento das entidades jurídicas (empresas) ou 
físicas (pessoas) e suas variações ao longo do tempo, sendo que utiliza também 
técnicas de administração, finanças e modelos comportamentais. 
A contabilidade moderna nasceu no Norte da Itália, provavelmente durante os séculos 
XII e XIV. 
Ela consolidou-se pelo método desenvolvido pelo frade franciscano, matemático, 
teólogo e contabilista Frei Luca Pacioli, que publicou na Itália, em 1494, um tratado 
sobre contabilidade, no qual sistematizou o método das partidas dobradas, já existente 
a pelo menos um século e ainda hoje de grande utilidade no meio contábil. 
A importância da obra do Frei Luca está no reconhecimento do método como ideal 
para a escrituração, além da sistematização dos conceitos e instrumental contábil para 
o registro e controle patrimonial.
Fonte: Tessari (2010).
Contabilidade e campo de atuação2
A contabilidade segundo Franco (2009):
[...] é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante 
o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos ocorridos, 
com o fim de oferecer informações sobre a sua composição e suas variações, 
bem como sobre o resultado econômico da gestão da riqueza patrimonial.
Ribeiro (2005, p. 2) destaca outros conceitos desenvolvidos sobre a 
contabilidade:
a) É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e 
de registro relativas à administração econômica (conceito oficial for-
mulado no primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado 
no Rio de Janeiro, em 1924).
b) É o sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com 
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de 
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização (estudo sobre 
a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, elaborado pelo Instituto 
Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras — IPECAFI, 
e aprovado pelo Instituto Brasileiro de Contadores — IBRACON, 1986).
c) É a ciência que estuda, controla ou interpreta os fatos ocorridos no pa-
trimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva 
e a revelação desses fatos com o fim de oferecer informações sobre a 
composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico da 
gestão da riqueza patrimonial (FRANCO, 2009).
O foco da contabilidade se dá mais especificamente no estudo da evolução 
patrimonial que uma entidade tem, demonstrando como as alterações realizadas 
por meio das ações de seus administradores e colaboradores afetam as suas 
diversas contas patrimoniais e, consequentemente, influenciam as variações 
no total de patrimônio da entidade.
Patrimônio, objeto da Contabilidade, é, conforme Franco (2009): 
[...] o estudo do patrimônio definido como o conjunto de bens, direitos e obriga-
ções pertencentes a uma ou mais pessoas, em seus aspectos estático (econômico 
e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial) e nos seus 
aspectos qualitativos e quantitativos, visando desnudá-lo e mostrar-lhe como 
está sua situação, no intuito de propiciar condições de intervenção no mesmo.
3Contabilidade e campo de atuação
Assim, a contabilidade tem sido utilizada como ferramenta para o registro, 
a interpretação e o estudo dos eventos que modificam o total de bens, direitos 
e obrigações das sociedades ao longo do tempo. 
Os principais grupos de usuários da contabilidade
O objetivo principal da contabilidade é o de permitir a cada grupo de usu-
ários a avaliação da situação econômica e fi nanceira da entidade, num 
sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras 
(MARION, 2009).
Os usuários da contabilidade são aquelas pessoas que utilizam das infor-
mações fornecidas pela contabilidade para alguma finalidade. Cada usuário 
terá um interesse específico nessa utilização, visto que a ciência contábil 
serve a várias finalidades. Assim, os usuários de contabilidade também 
são chamados de stakeholders, que significa, em tradução livre, as “partes 
interessadas”. 
Para o IBRACON, considera-se um usuário toda pessoa física ou jurídica 
que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada 
entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou 
mesmo patrimônio familiar (INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTADO-
RES, 1992).
Nesse sentido, as demonstrações financeiras produzidas por meio da 
contabilidade podem servir a diversos tipos de usuários, dentre eles vamos 
citar alguns explicando seu principal objetivo na análise das demonstrações 
produzidas.
Por meio do pronunciamento da estrutura conceitual para elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis, o comitê de pronunciamentos 
contábeis — CPC cita entre os usuários das demonstrações contábeis os 
investidores atuais e potenciais, empregados, governos e suas agências e o 
público. Esses usuários utilizariam os relatórios contábeis para satisfazer 
algumas, dentre as diversas, de suas necessidades de informações.
Dessa forma é possível destacar que o empresário precisa tomar conhe-
cimento da evolução dos bens, dos valores que tem a receber e a pagar, bem 
como qual o seu lucro, etc. Os empregados precisam saber se a empresa está 
em condições financeiras de honrar compromissos, pagar os seus salários 
Contabilidade e campo de atuação4
e garantir seusbenefícios previdenciários e trabalhistas. O governo, por 
sua vez, precisa saber se os tributos devidos pelas empresas estão sendo 
pagos em dia, além de ser o responsável por regulamentar as atividades 
das entidades, bem como utiliza a informação como base para determinar 
a renda nacional e as estatísticas (MARION, 2011). Os bancos e credores 
de empréstimos precisam avaliar se essas empresas apresentam capacidade 
de pagamento para quitarem seus empréstimos, bem como os seus juros, ou 
se podem ainda liberar créditos com o objetivo de antecipar suas receitas, 
por exemplo. Além disso, os fornecedores precisam saber se podem vender 
a prazo, ou seja, se há capacidade de solvência. O cliente da empresa, por 
fim, precisa saber se esta atende as suas necessidades e cumpre com suas 
obrigações financeiras, além da saber da sua continuidade operacional 
(MARION, 2011), e assim por diante.
Segundo Franco (2009), pode-se dividir esses usuários em dois grandes 
grupos, quais sejam os usuários internos e os usuários externos. Os usuá-
rios internos são pessoas que trabalham na entidade, tais como diretores, 
gerentes e administradores, nos diversos níveis. Esses usuários utilizam 
as informações contábeis para ajudar no processo de decisão. Segundo a 
autora, um gerente de uma empresa, por exemplo, necessita da informação 
sobre determinado produto, como se seu atual preço de venda gera um 
resultado positivo ou negativo, para então decidir pela continuidade ou não 
da produção. Da mesma forma, uma empresa que tem lojas em diferen-
tes cidades pode verificar em qual delas o desempenho é melhor. Assim, 
quando a contabilidade é utilizada por usuários internos, ela é chamada de 
contabilidade gerencial. 
Os usuários externos são aqueles que utilizam as informações sobre a 
entidade para a tomada de suas decisões em relação a investir ou não em 
determinada empresa. É possível destacar: acionistas, clientes, fornecedores, 
bancos, governo, sindicato, etc. Segundo Franco (2009), esses usuários se dife-
renciam dos internos por não estarem envolvidos diretamente com a entidade. 
Em decorrência disso, o nível de informação recebida desses usuários é mais 
limitado do que o daqueles. 
Os usuários externos têm acesso à informação preparada pela adminis-
tração da entidade, sendo que essa contabilidade é denominada contabilidade 
financeira. Veja a seguir o Quadro 1.
5Contabilidade e campo de atuação
Fonte: Adaptado de Padoveze (2012)
Fatores 
Contabilidade 
financeira
Contabilidade 
gerencial
Usuários Externos Internos 
Estrutura dos relatórios Formatados Não formatados
Relatórios principais Balanço patrimonial, de-
monstração do resultado 
e fluxo de caixa
Quaisquer relatórios ne-
cessários para a tomada 
de decisão
Custos ou valores 
utilizados 
Primariamente históricos 
(passados)
Históricos e previstos 
(esperados)
Restrição nas 
informações
Princípios contábeis 
geralmente aceitos
Nenhuma restrição
Característica da 
informação
Objetiva e verificável Oportuna relevante
Perspectiva dos 
relatórios 
Orientação histórica Orientação para o futuro
Quadro 1. Comparação entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial, que 
devem ser trabalhadas dentro da organização
Essas são as estratégias que se contrapõem aos ataques da concorrência. 
Segundo Marion (2011), embora nem todas as necessidades de informações 
desses usuários possam ser satisfeitas pelas demonstrações contábeis, há 
necessidades que são comuns a todos os usuários. Entretanto, o fornecimento 
de demonstrações contábeis para investidores atenderá a maior parte das 
necessidades de informações dos demais usuários, isso decorre do fato de 
que estes contribuem com o capital de risco para a entidade, detendo uma 
atenção maior dos gestores.
Os usos da contabilidade
A ciência contábil se ramifi ca em diversos setores de atuação, tornando-se 
cada vez mais especializada. Conforme o art. 1º da Resolução nº. 1.494 do 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), de 20 de novembro de 2015, 
[...] somente poderá exercer a profi ssão contábil, em qualquer modalidade 
Contabilidade e campo de atuação6
de serviço ou atividade, segundo normas vigentes, o Contador ou o Técnico 
em Contabilidade registrado em CRC”. (CONSELHO FEDERAL DE CON-
TABILIDADE, 2015, documento on-line).
A Resolução nº. 560 do CFC, no seu capítulo I, define as atribuições pri-
vativas dos contabilistas. O art. 2º dessa Resolução define as condições nas 
quais os contabilistas podem exercer suas atividades: 
Art. 2º O contabilista pode exercer as suas atividades na condição de pro-
fissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor 
público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de 
conselheiro de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra situação jurídica 
definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de função. Essas funções 
poderão ser as de analista, assessor, assistente, auditor, interno e externo, con-
selheiro, consultor, controlador de arrecadação, controller, educador, escritor 
ou articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executor subordinado, 
fiscal de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, 
professor ou conferencista, redator, revisor. [...] (CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE, 1983, documento on-line).
O papel do contador na sociedade é a cada dia mais relevante. A contabilidade 
não é somente registrar e controlar fatos administrativos, gerar guias e escriturar 
livros, pois, ao conhecer profundamente a empresa, o profissional contábil é 
chamado constantemente a evidenciar o que já aconteceu, mas também orientar 
qual o melhor caminho seguir, subsidiando as tomadas de decisões.
Relacionando o campo de atuação da contabilidade, Marques (2004) sin-
tetiza que a contabilidade atua de maneira ampla, porque possui qualidade de 
metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir 
e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras 
e econômicas de qualquer entidade. Sua aplicação se dá em entidades com 
finalidades lucrativas ou não, que tenham necessidade de exercer atividades 
econômicas para cumprir com seu objetivo social. A atuação da contabilidade 
sobre o patrimônio das entidades possibilita respostas às necessidades informa-
cionais dos sócios ou acionistas das organizações, respondendo-lhes perguntas 
como: qual a taxa de lucratividade proporcionada ao investimento em ações 
ou quotas da sociedade? Será que a empresa continuará a oferecer, no médio e 
longo prazo, perspectivas de rentabilidade e segurança para seu investimento? 
Existe alguma alternativa mais adequada para seus investimentos?
Nesse sentido, a contabilidade torna-se uma atividade vital para qualquer 
tipo de organização. Sua importância ultrapassa a fronteira dos negócios 
com fins lucrativos, abarcando, inclusive, organizações sem fins lucrativos 
7Contabilidade e campo de atuação
e pessoas físicas. Afinal, a economia percorre qualquer relação de troca e o 
controle efetivo de recursos só pode ser atingido quando se pratica a filosofia 
contábil que oferece as ferramentas necessárias para o alcance da efetividade. 
Franco (2009) afirma que a sociedade espera que o profissional contábil 
conheça muito bem sua área de atuação e todas as técnicas que permeiam 
a profissão e seja apto a enxergar as diversas interligações da sua área de 
conhecimento com outras. 
O estudante que escolheu o curso superior de Ciências Contábeis poderá 
escolher sua profissão entre várias alternativas. Marion (2009) cita algumas.
Contador
É o profi ssional que exerce as funções contábeis, com formação superior 
como Bacharel em Ciências Contábeis. Pode atuar nas mais diversas áreas 
da contabilidade, como será descrito a seguir.
Contabilidade tributária é a área que associa contabilidade com adminis-
tração tributária e o próprio direito tributário. Por isso, ela representa muito 
mais do que a simples contabilização de impostos.Isso porque contempla 
a aplicação do direito tributário como norma sobre fatos ou atividades e 
operações das empresas.
Conforme Fabretti (2006), a contabilidade tributária é o ramo da contabilidade 
que tem por objetivo aplicar, na prática, conceitos, princípios e normas básicas 
da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.
Contabilidade fiscal é diferente do planejamento tributário, no sentido 
de que a contabilidade, como principal foco de fiscalização do fisco, e com a 
implementação do SPED, prestará a “auditoria on-line” da empresa. Portanto, 
erros, inconsistências e inexatidões terão que ser eliminados para que haja 
redução das contingências fiscais.
Contabilidade financeira é a contabilidade geral, obrigatória a todas as 
empresas. Segundo Eldenburg e Wolcott (2007), a contabilidade financeira 
“[...] é o processo que trata da preparação e do fornecimento das informações 
financeiras que os tomadores de decisão externos à empresa — como os 
acionistas e os credores — utilizam com bastante frequência”. 
Segundo Stair e Reynolds (2011), a contabilidade financeira “[...] consiste 
em captar e registrar todas as transações que afetam o estado financeiro de 
uma empresa e, depois, usar essas transações documentadas para preparar 
declarações financeiras para tomadores de decisões externos, como investi-
dores, fornecedores, bancos e agências governamentais”.
Contabilidade e campo de atuação8
Contabilidade gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles 
contábeis com objetivo de gerir uma entidade. Ela proporciona informações 
para tomadas de decisões dos gestores, podendo beneficiar clientes (redução 
de custos e preços), fornecedores (incremento de pedidos e serviços advindo de 
decisões de expansão), governo (apuração e recolhimento dos tributos devidos), 
acionistas, sócios e trabalhadores (distribuição de resultados e elevação dos 
rendimentos advindos da produtividade e rentabilidade) e a sociedade como 
um todo (manutenção e geração de empregos e renda).
Contabilidade de custos é voltada ao cálculo e à interpretação dos custos 
dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela em-
presa. Os custos industriais são detalhados, departamentalizados e computados, 
permitindo saber o custo unitário de cada produto, o custo total da fábrica, 
o preço de venda e o ponto de equilíbrio. A emissão de relatórios é feita por 
produto, por setor, por filiais e por unidades de negócios. 
Contabilidade pública tem como principal objetivo fornecer aos gestores 
informações precisas que subsidiem as tomadas de decisões de forma a cumprir 
aquilo que é estabelecido pela legislação. De acordo com a Resolução do CFC 
nº. 1.128, de 21 de novembro de 2008 — NBC T 16.1/2008, 
[...] a contabilidade aplicada ao setor público é o ramo da ciência contábil que 
aplica, no processo gerador de informações, os princípios fundamentais de 
contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial 
de entidades do setor público. O objetivo da contabilidade aplicada ao setor 
público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados 
e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do 
patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo 
de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte 
para a instrumentalização do controle social [...] (CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE, 2008, documento on-line).
De acordo com a visão de Padoveze (2010), a contabilidade gerencial apresenta subdivisões 
que irão compor o sistema de informações gerenciais. Essas serão apresentadas a seguir.
Controle da folha: a folha de pagamento serve à contabilidade gerencial para obter 
dados referente aos custos de pessoal, para compor a contabilidade de custos e para 
simulações de evolução por reajustes, por tempo de serviço, acordos de dissídios com 
sindicatos, modificações no INSS, imposto de renda e outros. 
9Contabilidade e campo de atuação
Auditor 
A auditoria é a verifi cação da exatidão dos procedimentos contábeis. Sá (2007, 
p. 25) defi ne auditoria como: 
[...] uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, 
demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração 
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações 
sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou 
privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.
O auditor pode ser tanto independente quanto interno:
  Auditor independente: é um profissional liberal, que pode ou não estar 
ligado a uma empresa de auditoria, mas não é empregado da empresa 
em que está realizando o trabalho de auditoria. 
  Auditor interno: é o auditor que é empregado, ou dependente econômico, 
da empresa em que faz o exame da contabilidade e cuida dos contratos 
internos. 
Controle de estoques: controle unitário dos custos de aquisição ou custo de 
fabricação dos produtos em estoque. 
Controle de gastos gerais: divisão e distribuição das despesas ou investimentos 
por unidade, setor ou departamento, visando a obter a evolução dos gastos por local 
e geral da empresa. 
Contas a pagar e contas a receber: as duplicatas a pagar, por compras a prazo, 
são controladas por data de vencimento, permitindo simulações futuras de de-
sembolsos de caixa. As duplicatas a receber, por vendas a prazo, são controladas 
por volume, valores e prazos, para cobrança bancária ou local, e informam ao caixa 
sobre futuros ingressos.
Sistema orçamentário: as informações passadas e previsões futuras são utilizadas 
para a orçamentação. O sistema compreende a previsão, o controle e a avaliação. 
Fluxos de caixa: previsões de ingressos e desembolsos de curto prazo. 
Análise financeira: a checagem e o feedback servem para obter cálculos 
comparativos dos resultados alcançados em determinado período, para toda a 
empresa.
Contabilidade e campo de atuação10
Analista financeiro
Analisa a situação econômico-fi nanceira da empresa por meio dos relató-
rios fornecidos pela contabilidade. A análise pode ter diversos objetivos, 
entre os quais podem estar: medida de desempenho, concessão de crédito e 
investimentos. 
Perito contábil
A perícia judicial é solicitada pela justiça, motivada por uma questão judicial. 
O contador verifi ca a exatidão dos registros contábeis e outros aspectos. 
No âmbito do CFC, em 1992, por meio da Resolução nº. 731, foi aprovada a 
primeira norma sobre perícia contábil (NBC.T.13), cuja conceituação foi transcrita 
em seu item 13.1.1: “A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnicos que 
tem por objetivo a emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, 
vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação”. 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1992, documento on-line).
Essa norma foi reformulada em 1999, por meio da Resolução nº. 858, 
passando o conceito de perícia contábil a ter a seguinte redação: 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos 
destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a sub-
sidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer 
pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, 
e a legislação específica no que for pertinente (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, 1999, documento on-line).
Consultor contábil
A consultoria não se restringe especifi camente à parte contábil e fi nanceira, 
mas também à consultoria fi scal (Imposto de Renda, IPI, ICMS e outros), à 
consultoria na área de informática e exportação, etc.
Com base na conceituação de Oliveira (2012, p. 21): 
[...] consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de mu-
danças externas à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os 
executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não 
tendo, entretanto, ocontrole direto da situação.
11Contabilidade e campo de atuação
Professor de contabilidade
Pode exercer o magistério de segundo grau ou de faculdade (nesse caso há 
necessidade de pós-graduação), não somente na área contábil, mas também 
em cursos de Ciências Econômicas, Administração, Direito, etc. 
Pesquisador contábil
Um campo pouco explorado no Brasil é a investigação científi ca na contabili-
dade. Essa é uma oportunidade principalmente àqueles que optam pela carreira 
universitária e normalmente dedicam-se em período integral à universidade.
Cargos públicos
Em muitos concursos, como para fi scal de renda, tanto na área federal quanto 
nas áreas estadual e municipal, tem havido um grande número de contadores 
aprovados. 
Cargos administrativos
Existem contadores que exercem cargos de assessoria, elevados postos de 
chefi a, gerência e, até mesmo, diretoria, com relativo sucesso. O contador é 
um elemento gabaritado para tais cargos, pois, ao exercer sua profi ssão, entra 
em contato com todos os setores da empresa.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 1.121/08. Brasília: CFC, 2008. 
Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1121.pdf>. Acesso em: 
15 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 1.494, de 20 de novembro 
de 2015. Brasília: CFC, 2015. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/
Res_1494.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 560/83. Brasília: CFC, 1983. Dispo-
nível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_560.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.
Contabilidade e campo de atuação12
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 731/92. Brasília: CFC, 1992. 
Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_731.pdf>. Acesso em: 
15 dez. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 858/99. Brasília: CFC, 1999. 
Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_858.pdf>. Acesso em: 
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RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2005. 
SÁ, A. L. Curso de auditoria. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. 9. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2011.
TESSARI, O. A. Contabilidade básica. Indaial: Grupo Uniasselvi, 2010.
Leitura recomendada
OLIVEIRA, A. S. M. Informações: a busca da evidenciação ideal. Caderno de Estudos, São 
Paulo, v.10, n.19, p.16-22, set./dez. 1998.
13Contabilidade e campo de atuação
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