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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
FUNDAMENTOS DA 
CONTABILIDADE
Olá! Meu nome é Mateus Colabone Neto. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis, graduado pelas Faculdades Integradas Claretianas de Rio 
Claro/SP. Minha especialização é em Gestão Contábil e Tecnologia 
da Informação, também pela mesma instituição. Desenvolvi nesta 
especialização um estudo direcionado à formação de Clusters 
Empresariais, com o qual tive a oportunidade de conhecer um pouco 
mais sobre esse tipo de formação de empresas. No momento atuo 
como professor universitário no Claretiano Faculdade de Rio Claro e 
também como Tutor a Distância no Claretiano – Centro Universitário.
E-mail: mateusneto@claretiano.edu.br.
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
Mateus Colabone Neto 
Stefan Vasilev Krastanov 
Antonio Carlos Zambon
Batatais
Claretiano
2019
FUNDAMENTOS DA 
CONTABILIDADE
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini 
• Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel 
Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo 
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa 
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 657 C641f 
 
 Colabone Neto, Mateus 
 Fundamentos da contabilidade / Mateus Colabone Neto, Stefan Vasilev Krastanov, 
 Antonio Carlos Zambon – Batatais, SP : Claretiano, 2019. 
 327 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-597-3 
 
 1. Contabilidade. 2. Patrimônio. 3. Variação Patrimonial. 4. Débito. 5. Crédito. I. Krastanov, 
 Stefan Vasilev. II. Zambon, Antonio Carlos. III. Fundamentos da contabilidade. 
 
 
 
 
 
 CDD 657 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Fundamentos da Contabilidade
Versão: ago./2019
Formato: 15x21 cm
Páginas: 327 páginas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 16
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 30
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 31
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO 
REGULAMENTADA
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 35
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 37
2.1. DOUTRINA CONTÁBIL ............................................................................. 37
2.2. ESCOLA ITALIANA .................................................................................... 39
2.3. ESCOLA NORTE-AMERICANA: LANÇAMENTOS OU RELATÓRIOS? ...... 41
2.4. ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS: O PARADIGMA MECANICISTA E A 
NECESSIDADE DE GERIR A INFORMAÇÃO A NÍVEL OPERACIONAL ..... 42
2.5. EMPRESAS BRASILEIRAS E SUAS NECESSIDADES FISCAIS ................... 43
2.6. NECESSIDADE DOS SISTEMAS CONTÁBEIS ............................................ 48
2.7. REGIMES TRIBUTÁRIOS ........................................................................... 51
2.8. CONTABILIDADE COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA ..................... 53
2.9. CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTABILISTA .................................................... 55
2.10. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE E SEUS USUÁRIOS ............................. 58
2.11. CONTABILIDADE APLICADA ÀS DIVERSAS NECESSIDADES 
ADMINISTRATIVAS ................................................................................... 63
2.12. INFORMAÇÃO CONTÁBIL A NÍVEL INTERNACIONAL .......................... 67
2.13. INSTITUTOS INTERNACIONAIS DE PESQUISA EM CONTABILIDADE.. 75
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 78
3.1. TIPOS DE EMPRESAS ............................................................................... 78
3.2. CONTABILIDADE A NÍVEL INTERNACIONAL .......................................... 79
3.3. ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL ............................................................ 81
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 82
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 83
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 84
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 84
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA 
CONTABILIDADE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 88
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 89
2.1. TRANSAÇÕES ECONÔMICO-FINANCEIRAS REPRESENTADAS NA 
CONTABILIDADE ....................................................................................... 90
2.2. MECÂNICA CONTÁBIL ............................................................................. 101
2.3. PLANIFICAÇÃO CONTÁBIL ...................................................................... 105
2.4. CONTAS PATRIMONIAIS .......................................................................... 117
2.5. CONTAS DE RESULTADO .......................................................................... 125
2.6. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL OU MECÂNICA CONTÁBIL ......................... 128
2.7. LIVROS CONTÁBEIS, FISCAIS E SOCIETÁRIOS ........................................ 129
2.8. LANÇAMENTO ......................................................................................... 129
2.9. ERROS DE ESCRITURAÇÃO ...................................................................... 137
2.10. EXERCÍCIO ECONÔMICO ....................................................................... 140
2.11. BALANCETES DE VERIFICAÇÃO ............................................................ 141
2.12. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................ 143
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 157
3.1. PATRIMÔNIO ............................................................................................158
3.2. MECÂNICA CONTÁBIL ............................................................................. 159
3.3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................. 160
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 162
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 163
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 164
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 165
UNIDADE 3 – TRANSAÇÕES MERCANTIS E CONTROLES APLICADOS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 169
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 169
2.1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ......................................................... 169
2.2. PERDAS ESTIMADAS COM CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA .... 179
2.3. CONTROLE FINANCEIRO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS ............ 183
2.4. DEPRECIAÇÃO .......................................................................................... 185
2.5. AMORTIZAÇÃO ........................................................................................ 189
2.6. EXAUSTÃO ................................................................................................ 191
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 193
3.1. PERDAS ESTIMADAS COM CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA .... 193
3.2. CONTROLE FINANCEIRO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS ............. 195
3.3. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO ........................................ 196
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 197
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 198
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 198
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 199
UNIDADE 4 – ÉTICA PROFISSIONAL
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 204
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 205
2.1. O QUE É ÉTICA? ....................................................................................... 205
2.2. BREVE HISTÓRICO DA ÉTICA .................................................................. 208
2.3. AS TEORIAS ATUANTES NO UNIVERSO DOS VALORES ......................... 241
2.4. ORIGENS DA ÉTICA PROFISSIONAL........................................................ 244
2.5. CONCEITOS PRINCIPAIS: MORAL, ÉTICA E COSTUMES ........................ 248
2.6. PRINCÍPIOS ÉTICOS NO ÂMBITO PROFISSIONAL ................................. 251
2.7. O UTILITARISMO E O FORMALISMO NA ÉTICA PROFISSIONAL ........... 265
2.8. VIRTUDES UNIVERSAIS DA ÉTICA PROFISSIONAL ................................ 271
2.9. PRINCIPAIS VÍCIOS NO ÂMBITO PROFISSIONAL ................................... 280
2.10. OS CÓDIGOS DE ÉTICA .......................................................................... 281
2.11. ASPECTOS PRINCIPAIS DA PROFISSÃO CONTÁBIL .............................. 286
2.12. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ....................................................................... 298
2.13. HONORÁRIOS PROFISSIONAIS ............................................................. 306
2.14. INFRAÇÕES E PENALIDADES ................................................................. 307
2.15. CONCORRÊNCIA E ÉTICA PROFISSIONAL ............................................ 316
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 320
3.1. MORAL, ÉTICA E COSTUME .................................................................... 320
3.2. ÉTICA PROFISSIONAL .............................................................................. 321
3.3. ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL ............................................................ 322
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 323
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 325
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 325
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 327
9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
Noções básicas de Contabilidade: conceito, origem, 
finalidade, objeto. Campo de atuação da Contabilidade. Estudo 
do Patrimônio: Conceito, Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido. 
Aspectos qualitativos e quantitativos do Patrimônio. Estudo 
das variações patrimoniais: atos e fatos contábeis, Registro de 
mutações patrimoniais. Apuração do Resultado. Elenco de contas. 
Introdução à estrutura conceitual básica. Procedimentos básicos 
de escrituração: Mecanismos de débito e crédito, lançamentos, 
Balancete de Verificação, Livros. Operações Mercantis: compras 
e vendas, devoluções, fretes, seguros, apuração do custo da 
mercadoria, inventários, receitas, despesas. Ativo Imobilizado 
e suas variações: depreciação, venda de bens. Conceitos de 
ética, moral e costumes. Ética profissional. Código de Ética do 
Contabilista.
Bibliografia Básica
BARBOSA, A. C. Contabilidade básica. Curitiba: Juruá, 2005.
FORTES, J. C. Ética e responsabilidade profissional do contabilista. Fortaleza: Fortes, 
2002.
IUDÍCIBUS, S. et al. (Coord.). Contabilidade introdutória: livro de exercícios. 10. ed. São 
Paulo: Atlas, 2007.
10 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Bibliografia Complementar
MARTINS, E. et al. Manual de Contabilidade das sociedades por ações: aplicável às 
demais sociedades. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARION, J. C. Contabilidade básica: livro texto. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
NALINI, J. R. Ética geral e profissional. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
SÁ, A. L. Planos de contas. São Paulo: Atlas, 1998.
SILVA, C. A. T.; TRISTÃO, G. Contabilidade básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Palavras-chave ––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Contabilidade. Patrimônio. Variação Patrimonial. Débito. Crédito.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É importante saber –––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que 
deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes 
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os 
principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os 
procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua 
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente 
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou 
disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos 
Digitais Integradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do 
Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência 
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), 
como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos 
temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito 
de avaliação. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
11© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Ao iniciar os estudos desta obra é comum que você 
tenha algumas dúvidas, tais como: No que consiste o ensino da 
Contabilidade? Qual sua importância no contexto corporativo?É possível entender os mecanismos do mercado e fundamentar 
decisões administrativas sem o prévio conhecimento da 
Contabilidade?
Pois bem! Essas serão algumas questões a serem 
respondidas a partir de agora no estudo desta obra.
Sabemos que todas as transações econômico-financeiras 
geradas pelas empresas, devem ser registradas pela 
Contabilidade. Desse modo, analistas e administradores se 
valem desse poderoso instrumento de informação gerencial no 
seu processo decisório.
Assim, para um melhor entendimento, estruturamos os 
conteúdos desta obra em quatro unidades.
Na Unidade 1 apresentaremos como se dá o 
desenvolvimento das empresas, bem como as dificuldades em 
se manter os registros contábeis num universo corporativo, 
onde as transações se ampliam em virtude do crescimento das 
organizações industriais observadas a partir do início do século 
20.
Isto porque, foi nesse período que a industrialização 
promoveu um considerável aumento em relação a eventos de 
transformação patrimonial, o que desencadeou a necessidade 
de controle sobre esse patrimônio.
12 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Assim, a Contabilidade fixa-se como o principal e mais 
confiável instrumento de informação e controle, garantindo um 
processo transparente e consolidado.
Por conta disso e para continuar garantindo a confiabilidade 
de seus métodos, que a carreira de contabilista é regulamentada.
É importante você saber, portanto, que a informação 
contábil antes de chegar até você, passa por uma série de crivos 
que têm como princípio dar a ela fé pública. Exatamente por isso 
que devemos encará-la com seriedade, onde quer que ela se 
faça presente.
Na Unidade 2 ampliaremos a discussão sobre a utilização 
da Contabilidade.
A forma ética e transparente com a qual a Contabilidade 
precisa ser tratada deve ser proporcional à responsabilidade de 
zelar pela saúde financeira das empresas.
Portanto, sem ética, nenhuma profissão pode ser 
desenvolvida na sua plenitude.
Neste sentido, é necessário apresentar um estudo acerca 
da escrituração contábil, dando subsídios para que entenda como 
os fatos administrativos são registrados, e como esse registro 
demonstra, qualitativa e quantitativamente, as mudanças que o 
patrimônio sofre durante um exercício.
Você vai entender a importância do registro, considerando 
que não apenas os administradores se valem das informações, 
mas também o fisco ao buscar nos livros de registros, as 
evidências do cumprimento das obrigações tributárias.
13© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
A mecânica dos lançamentos será apresentada de maneira 
que você seja capaz de buscar neles, subsídios que suportem 
suas atividades profissionais.
Com isso, entenderá como o patrimônio é representado 
pela Contabilidade.
E mais, verá que ele é formado por bens, direitos e 
obrigações, o que fica bem claro ao analisar criteriosamente um 
Plano de Contas.
Sabemos que a sistematização dos lançamentos não está 
livre de erros, e é por isso que verá como eles são tratados pela 
Contabilidade.
Na Unidade 3, tomaremos contato com a metodologia 
da qual se vale a Contabilidade para reconhecer, organizar, 
interpretar e registrar informações, pois é a partir desses 
procedimentos que geramos informações que subsidiam os 
relatórios utilizados no processo de gestão contábil, fiscal e 
gerencial.
Nessa unidade, a organização empresarial será apresentada 
por meio de fluxos tratados e convertidos em informação 
mediante vários processos.
Logo, saberemos como as empresas nascem, estruturam-
se, ganham potência e transformam-se em empresas sólidas 
com o passar dos anos. 
Ou então o contrário, por que muitas não conseguem se 
consolidar e encerram suas atividades tão rapidamente.
Isso pode ser percebido por meio das transações de compra 
e venda registradas pela Contabilidade.
14 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Os haveres para com o Governo estão representados pela 
sistemática de apuração e recolhimento de tributos.
Além da sistemática de lançamentos, também estudaremos 
questões básicas vinculadas à atividade mercantil, ou seja, 
vendas não recebidas, provisões para perdas, controle financeiro 
dos estoques e perda de valor do investimento em ativos por 
conta do desgaste dos ativos.
Promoveremos uma avaliação mais detalhada do 
Patrimônio, visando proporcionar condições indispensáveis à 
interpretação da estrutura e da dinâmica de seus componentes.
Conhecendo a estrutura patrimonial, você ganhará mais 
confiança em tomar decisões administrativas.
Os dispositivos de controle mais significativos, básicos e 
importantes refletem a real competência da Contabilidade em 
controlar o patrimônio, dando confiança ao gestor para utilizar 
os valores obtidos em análises estratégicas.
Desse modo, apresentaremos os principais relatórios 
extraídos da Contabilidade, os quais são utilizados pela 
administração para a tomada de decisão e estratégias.
Esses relatórios são utilizados por bancos, agências de 
fomento mercantil, entre outros grupos de usuários.
Por essa razão, é importante estudar e compreender a 
estrutura desses relatórios, visto que é através deles que a 
Contabilidade revela a real situação da empresa em termos 
operacionais, financeiros e fiscais.
Não podemos nos esquecer que todo trabalho deve ser 
executado considerando uma postura ética.
15© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Por conta disso, é que na Unidade 4 veremos os problemas 
que envolvem a ética e a moral no mundo contemporâneo.
A crise de valores que domina por completo o cenário 
mundial em todos os seus aspectos impõe, cada vez mais, uma 
revisão e também uma ampla discussão sobre esses temas.
Evidentemente, em um mundo globalizado no qual os 
critérios comportamentais se dissolvem na diversidade social 
e política, torna-se extremamente difícil a possibilidade de 
encontrar soluções adequadas, capazes de harmonizar essa 
diversidade de raças, culturas religiões e modos de conduta.
No campo profissional também existe essa crise axiológica. 
Todavia, por ser um campo limitado, unido por um objetivo 
comum, é possível, com mais eficiência, solucionar problemas 
axiológicos que dizem respeito à cultura comportamental no 
âmbito profissional.
Essas normas e, respectivamente, os códigos que as 
expressam não tomam como referência o que o ser humano é 
fora do seu trabalho.
Portanto, são válidas apenas no âmbito profissional 
espacial.
Em outras palavras, não se trata de ensinar ao homem 
uma cultura comportamental fora do âmbito profissional, mas 
apenas dentro dele, onde existem objetivos comuns e fins que a 
instituição à qual pertence persegue.
Nesse sentido, podemos dizer que a Ética Profissional 
visa, antes de tudo, um acordo entre os membros da instituição 
sem se importar com o modo como o indivíduo age fora de seu 
âmbito profissional.
16 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Dessa forma, esta obra pretende oferecer a você os 
conhecimentos básicos da área contábil, visando dotá-lo de 
instrumentos para que possa interagir com a gestão empresarial 
de forma mais eficiente e segura, compreendendo a complexidade 
das transações mercantis e a influência que exercem sobre o 
patrimônio.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida 
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados.
1) Abacus ou Ábaco: “[...] era um contador para registrar 
o cálculo da aritmética. Foi variando de material, forma 
e escala convencional, conforme os povos e culturas. 
A forma preferida pelos romanos, e aperfeiçoada na 
Idade Média, era a de uma mesa gravada com sulcos 
ou riscos, onde se colocavam fichas ou contadores 
com letras de referência” (Enciclopédia Luso Brasileira 
de Cultura, Vol. 1, p. 16). 
2) Axiologia: doutrina dos valores; literalmente, significa 
valioso, desejável, estimado.3) Ajustes: acertos que a empresa realiza na apuração 
do resultado (normalmente, em final de período) para 
adequar-se ao regime de competência.
4) Alfaia: é uma joia ou adorno de valor.
5) Amortização: corresponde à perda de valor do capital 
aplicado em Ativos Intangíveis.
17© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
6) Ativo: conjunto de bens e direitos controlados pela 
empresa. Parte positiva do patrimônio.
7) Ativo Circulante: composto pelo Disponível e por 
valores que serão transformados em dinheiro, 
consumidos ou vendidos a curto prazo. Exemplos: 
contas a receber e estoques.
8) Ativo Fixo: corresponde, normalmente, ao antigo Ativo 
Permanente. Bens e Direitos que não são comprados 
ou vendidos frequentemente. Itens utilizados como 
meio de produção ou de renda. Atualmente, estão 
presentes no Ativo Não Circulante.
9) Balancete de Verificação: instrumento contábil 
levantado periodicamente para examinar a exatidão 
dos lançamentos contábeis.
10) Balanço Patrimonial: é um dos principais relatórios que 
indicam a saúde financeira e econômica da empresa 
em um determinado momento.
11) Balanços Sucessivos: elaboração de um novo balanço 
para cada nova operação empresarial.
12) Bem: valor positivo da ação humana. Na ética, o bem é 
a meta suprema da ação humana.
13) Bens: coisas úteis de que dispõe uma pessoa ou uma 
empresa para atingir seus fins. Os bens dividem-se em: 
tangíveis, intangíveis, móveis e imóveis.
14) Capital: poupança aplicada nas empresas. Recursos 
materiais ou financeiros investidos pelos proprietários 
em suas empresas.
15) Capital a integralizar: capital a ser entregue à empresa 
na forma de bens ou dinheiro. Capital a receber pela 
empresa.
18 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
16) Capital de Giro: corresponde ao Ativo Circulante. São 
os recursos correntes, em movimentação.
17) Capital de terceiros: dívidas exigíveis. Dívidas com 
diversas pessoas ou entidades. Exemplos: Governo, 
fornecedores, funcionários, bancos, financeiras.
18) Capital próprio: recursos dos proprietários aplicados 
na empresa que não podem ser resgatados. São 
considerados como se fossem da própria empresa. São 
conhecidos, também, como Patrimônio Líquido.
19) Capital subscrito: capital comprometido pelos 
proprietários.
20) Ciclo Operacional: decurso de tempo necessário para 
a empresa realizar uma operação do seu ramo de 
negócio.
21) Circulante: são os recursos em giro da empresa, 
aqueles recursos de curto prazo, que a entidade tem a 
receber ou a pagar.
22) Codificação do Plano de Contas: atribui número aos 
grupos e às contas do Balanço Patrimonial e DRE, 
facilitando a Contabilidade mecanizada e eletrônica.
23) Conhecimento a posteriori: conhecimento que se 
adquire por meio da experiência.
24) Conhecimento a priori: conhecimento que se adquire 
sem a necessidade de recorrer à experiência.
25) Contas de Resultado: registram as variações 
patrimoniais e demonstram o resultado do exercício 
(receitas e despesas).
26) Contas Patrimoniais: representam os elementos ativos 
e passivos (bens, direitos e obrigações).
19© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
27) Continuidade: refere-se à entidade que está 
funcionando com prazo indeterminado. Algo em 
andamento, ou seja, não está em fase de extinção ou 
liquidação.
28) Contrato Social: contrato que estabelece as regras 
para uma sociedade por quotas de responsabilidade 
limitada.
29) Crédito: lado direito do razonete. São representados 
todos os lançamentos que serão feitos no lado direito 
de uma conta.
30) Curto prazo: normalmente, período de até um ano 
(365 dias).
31) Custo: é todo sacrifício (gasto) relativo a bens ou a 
serviços que serão utilizados na produção de outros 
bens ou serviços.
32) Deduções: ajustes à Receita Bruta. As principais 
deduções são: Impostos sobre Vendas (IPI, ICMS, 
ISS), contribuições que variam proporcionalmente às 
vendas (PIS, Cofins), devoluções (vendas canceladas) 
e abatimentos.
33) Demonstração do Resultado do Exercício: 
demonstração financeira exigida pela legislação 
brasileira. Ela indica o resultado (lucro ou prejuízo) do 
exercício (do ano ou período contábil).
34) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados: 
evidencia a distribuição do lucro do período somado 
com saldos de lucros anteriores. Quando há prejuízos 
sucessivos, esses também são acumulados, surgindo, 
então, a expressão prejuízos acumulados.
20 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
35) Demonstrações financeiras: relatórios contábeis 
exigidos por lei e pela legislação do Imposto de Renda.
36) Depreciação: diminuição do valor dos bens do Ativo 
Imobilizado resultante dos desgastes pelo uso, ação da 
natureza ou obsolescência, sendo está tudo aquilo que 
se tornou antiquado, que perdeu a competitividade.
37) Despesa: todo sacrifício (esforço) realizado pela 
empresa no sentido de obter receita. Pode ser vista, 
também, como o consumo parcial ou total do ativo, 
ou seja, um ativo que já não traz benefícios à empresa.
38) Despesas Operacionais: são aquelas necessárias para 
vender produtos ou serviços, administrar a empresa e 
financiar as operações.
39) Dever: obrigação interna de agir conforme uma lei 
moral.
40) Devido do dever: expressão filosófica segundo a qual 
o devido compreende o conteúdo do dever, aquilo que 
deve ser realizado.
41) Débito: lado esquerdo do razonete. Todos os 
lançamentos são feitos no lado esquerdo de uma 
conta.
42) DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa: mostra 
as variações no disponível representado pelo caixa 
e pelos bancos da entidade, sendo exigida para as 
Cias. Abertas e Grandes Sociedades, o qual mostra o 
Resultado do Fluxo Financeiro.
43) DFC – Modelos Direto e Indireto: formas diferentes 
de apresentar a DFC. A primeira é mais simples de ser 
entendida, mostrando a origem e o uso do dinheiro. 
A segunda é mais complexa, parte do lucro da DRE 
21© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
ajustado e mostra as variações do Capital de Giro que 
afetam o Caixa.
44) DFC – Modelo Operacional: analisa a apuração do 
resultado dos negócios.
45) DFC – Modelo Completo: abrange todas as 
movimentações do Caixa, inclusive de Financiamento 
e Investimento.
46) Dividendos: distribuição do lucro em dinheiro. 
47) Duplicatas a Receber: direito a receber em decorrência 
de vendas a prazo.
48) Diário: livro ou conjunto de fichas, obrigatório por lei, 
em que se faz uma descrição sucinta, o histórico de 
cada operação, evidenciando a data, a conta de débito 
e de crédito e seu valor em ordem cronológica.
49) Diversos: termo utilizado no Diário quando há mais 
de um débito ou de um crédito para um mesmo 
lançamento, com o objetivo de simplificar ou reduzir 
o número de lançamentos. O termo “diversos” pode 
significar diferentes contas de débitos ou, com a 
preposição a precedendo-o, diversas contas de crédito.
50) Economia de Guerra: o ambiente que se caracteriza 
pela produção exclusiva de itens essenciais ao consumo, 
como alimentos e armas. Um país em economia de 
guerra não pode se dar ao luxo de consumir artigos 
supérfluos. Todo o planejamento econômico gira 
em torno das necessidades militares do Estado e da 
população.
51) Empirismo: doutrina filosófica que considera 
a experiência como a única fonte e critério de 
conhecimento.
22 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1) Empresas coligadas: quando uma empresa participa com 
10% ou mais de outra, tais empresas são denominadas 
coligadas, ou seja, ligadas entre si.
52) Entidade Contábil: pessoa para quem é mantida a 
Contabilidade, podendo ser pessoa jurídica ou física.
53) Equação contábil: igualdade dos dois lados do balanço, 
equilíbrio. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.
54) Equivalentes de Caixa: são aplicações financeiras 
realizáveis num prazo curtíssimo, feitas por meio de 
fundos de liquidez imediata ou títulos com remuneração 
imediata. Podem ser tratados como Caixa.
55) Escola ContábilAmericana: de acordo com a evolução 
histórica da Contabilidade, parte dos relatórios 
contábeis para se chegar aos lançamentos contábeis.
56) Escola Contábil Italiana: metodologia que parte dos 
lançamentos contábeis para chegar às Demonstrações 
Financeiras.
57) Escrituração mercantil: escrituração contábil realizada 
no Diário. Essa expressão é usada pela legislação 
comercial brasileira que dispõe sobre a forma da 
adequada escrituração.
58) Estatuto: contrato que estabelece as regras para uma 
Sociedade Anônima.
59) Ética Profissional: estuda a postura comportamental 
diante da profissão e de outros profissionais.
60) Ética: estudo filosófico que se ocupa com o estudo 
do valor da conduta humana. Investiga o sentido 
que o ser humano imprime à sua conduta para ser 
verdadeiramente feliz.
23© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
61) Exaustão: corresponde à perda de valor decorrente da 
exploração de direitos podendo ser recursos materiais, 
florestais ou bens aplicados nessa exploração.
62) Exercício Financeiro: ano ou período do pagamento.
63) Exercício Social: período social. Período de um ano ao 
qual se referem as demonstrações financeiras.
64) Exigível a Longo Prazo: são obrigações que vencerão 
a longo prazo. Exemplos: financiamentos e títulos a 
pagar. Faz parte do Passivo Não Circulante.
65) Falência: quebra da empresa provocada pela falta 
de recursos para pagar suas dívidas. Liquidação da 
empresa. Atualmente, há uma lei para essa finalidade 
chamada “Lei de Recuperação de Empresas”.
66) Fornecedores: conta em que se registram as obrigações 
decorrentes de compras a prazo. Esta conta também 
pode ser denominada Duplicatas a Pagar.
67) ICMS: Imposto sobre circulação de mercadoria e 
prestação de serviços.
68) Impostos a recolher: impostos a pagar. Na verdade, 
quem paga é o consumidor, e a empresa apenas 
canaliza o imposto ao Governo, daí surge a expressão 
Imposto a Recolher e não a Pagar.
69) Intangível: bens incorpóreos, sem corpo.
70) IPI: Imposto sobre Produto Industrializado.
71) Juros de mora: taxa adicional cobrada daqueles que 
pagam com atrasos.
72) Justiça: agir conforme os princípios da igualdade. 
Expressa a vontade de distribuir a cada um aquilo que 
lhe é merecido.
24 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
73) Lançamentos contábeis: escrituração contábil, 
registros contábeis.
74) LALUR: Livro de Apuração do Lucro Real, é um livro 
fiscal, sendo obrigatório somente para as empresas 
tributadas pelo imposto de renda na modalidade Lucro 
Real, conforme previsão contida no Regulamento do 
Imposto de Renda.
75) Leasing: arrendamento mercantil. Aluguel de bens 
móveis. A sociedade de leasing concede um bem à 
empresa, e essa lhe paga um aluguel mensal.
76) Lei Moral: uma lei moral é uma norma que sujeita 
todas as pessoas em uma determinada cultura, seja 
ela derivada desta cultura, seja por assimilação de 
elementos de outra cultura.
77) Liberdade: faculdade de agir sem qualquer coação 
exterior.
78) Livros auxiliares: livros que detalham a escrituração 
mercantil. São constituídos de acordo com a quantidade 
de lançamentos: quanto maior for a repetição de 
determinados registros, mais interessante é adequá-
los a um único livro, o que facilita o controle e a 
anotação de dados esclarecedores. Os livros auxiliares 
podem ser do Diário e do Razão.
79) Longo Prazo: normalmente, período superior a um 
ano.
80) Lucros Acumulados: também chamado de prejuízo 
acumulado, é a conta de Patrimônio Líquido em que 
transita o resultado do período, somando-se com os 
saldos anteriores. Pela Lei nº 11.638/07, é uma conta 
25© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
transitória, devendo ter saldo zero no final do exercício 
social.
81) Lucro Presumido: lucro fiscal tributário, calculado 
multiplicando-se um percentual sobre as vendas, 
servindo de base de cálculo de Imposto de Renda e 
Contribuição Social para algumas empresas permitido 
pelo Fisco.
82) Lucro Real: lucro fiscal tributário. Lucro que serve de 
base para cálculo do Imposto de Renda. É calculado no 
Livro de Apuração do Lucro Real.
83) Maiêutica: método utilizado por Sócrates, por meio 
do qual se procura induzir o interlocutor a descobrir 
ideias e verdades por si mesmo, por meio de perguntas 
e respostas. Trata-se de um método pedagógico que 
coloca o mestre na posição de mediador e condutor 
para a aprendizagem dos alunos.
84) Método das partidas dobradas: cada operação 
contábil dá origem a um lançamento duplo: débito e 
crédito. Não há, portanto, débito sem crédito.
85) Moral: postura comportamental do indivíduo em uma 
sociedade; estudo que tende a nortear o agir humano 
de acordo com o dever e com o bem; conjunto de 
normas livre e conscientemente aceitas que visam 
organizar as relações interpessoais na sociedade.
86) Não Circulante: são os recursos de longo prazo, a 
receber ou a pagar.
87) Notas Explicativas: Também conhecidas como “Notas 
de Rodapé”, são complementos às Demonstrações 
Financeiras, incluindo os critérios na avaliação 
(estoques, depreciação), desdobramento de contas 
26 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
ou grupos (permanente, dívidas, ações), eventos 
subsequentes à data do encerramento do exercício 
social etc.
88) Obrigações exigíveis: obrigações reclamáveis. No 
momento em que a dívida vence, sua liquidação é 
exigida.
89) Obrigações sociais: são dívidas que a empresa contrai.
90) Pater famílias: era o chefe da família, isto é, o seu 
patriarca. É de referir que também os tutores e outros 
guardiães tinham de preparar inventários, ter registros 
exatos de todas as propriedades, rendimentos, 
investimentos e despesas dos pupilos ou menores a 
seu cuidado.
91) Padronização dos registros contábeis: uniformização 
dos nomes das contas a serem movimentadas pela 
Contabilidade.
92) Parecer de Auditoria: opinião dos auditores externos 
ou independentes que examinam as Demonstrações 
Financeiras. Normalmente, essa opinião é destacada na 
parte inferior, após os destaques das demonstrações.
93) Partidas: lançamento, registro.
94) Partidas de Encerramento: lançamentos das 
contas de resultados (Receita/Despesa) para apurar 
contabilmente se a empresa teve lucro ou prejuízo no 
período.
95) Partidas Simples: processo de lançamento em que 
apenas se debita sem que haja crédito correspondente 
ou apenas se credita sem que haja débito 
correspondente.
27© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
96) Passivo Circulante: compreende obrigações que, 
normalmente, serão liquidadas a curto prazo. 
Exemplos: contas a pagar, fornecedores, impostos a 
recolher, empréstimos.
97) Patrimônio: expressa o conjunto de bens, direitos 
a receber e obrigações a pagar pertencentes a uma 
pessoa ou a uma empresa.
98) Patrimônio Líquido: parte do patrimônio que 
efetivamente sobra para seu proprietário após somar 
bens e direitos e subtrair do total as obrigações. 
Situação líquida. Riqueza líquida.
99) Prazo Fixo: aplicações financeiras por um período fixo, 
também conhecido como depósito a prazo fixo.
100) Pessoa Física: ser natural, indivíduo considerado como 
tal a partir do seu nascimento.
101) Pessoa Jurídica: ser abstrato, constituído legalmente 
por meio de um contrato, formado por duas ou mais 
pessoas.
102) Plano de Contas: elenco das contas que serão 
movimentadas pela Contabilidade em virtude das 
operações realizadas pela empresa.
103) Processos Eletrônicos: utilizam o computador para a 
elaboração da Contabilidade.
104) Processos Mecânicos: utilizam equipamentos 
(máquinas) contábeis para a elaboração da 
Contabilidade (hoje praticamente extinto).
105) Prejuízos Acumulados: conta subtrativa do Patrimônio 
Líquido.
28 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
106) Razão: livro ou conjunto de fichas em que se registram 
valores, conta por conta, permitindo o controle 
individual.
107) Razonete: simboliza uma conta. Representação gráfica 
em forma de T.
108)Realizável a Longo Prazo: ativos que serão 
transformados em dinheiro a longo prazo. Exemplos: 
empréstimos concedidos a coligadas ou controladas, 
a diretores.
109) Receita: venda de bens ou serviços, ou o resultado 
positivo dos investimentos realizados pela empresa. A 
receita aumenta o ativo.
110) Regime de Caixa: regime de Contabilidade em que 
apenas se considera, para apurar o resultado, a receita 
recebida e a despesa paga.
111) Regime de Competência: regime de Contabilidade 
recomendado pela teoria contábil e pela legislação 
brasileira; nele, para se apurar o resultado do exercício, 
consideram-se a receita gerada (ganha) no período 
– mesmo que não tenha sido recebida – e a despesa 
consumida (utilizada, incorrida) no período – mesmo 
que não tenha sido paga.
112) Risco do negócio: perigo de perder o dinheiro aplicado.
113) Reservas de Lucros: conforme a Lei nº 11.638/07, art. 
182, § 4º, serão classificadas como reservas de lucros 
as contas constituídas pela apropriação de lucros da 
empresa ou companhia.
114) Responsabilidade Solidária: indicará que todos os 
devedores responderão pelo total da dívida.
29© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
115) Saldos contábeis: diferença entre o total do débito e o 
total do crédito, denominada saldo.
116) Saldo credor: se o total do crédito é maior que o total 
do débito, o saldo irá figurar no lado do crédito.
117) Saldo devedor: se o total do débito é maior que o total 
do crédito, o saldo irá figurar no lado do débito.
118) Sociedade Anônima: empresa que tem o capital 
dividido em ações, com a responsabilidade de seus 
acionistas limitada proporcionalmente ao valor de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas.
119) Sociedade Civil: normalmente, é uma empresa 
prestadora de serviços ou uma empresa sem fins 
lucrativos. Difere das sociedades comerciais que 
operam com mercadorias ou produtos.
120) Tangível: bens corpóreos, físicos.
121) Utilitarismo: doutrina que prescreve a ação de acordo 
com o bem-estar de todos e estima tal ação conforme 
a máxima: “máximo bem para máximo número 
de pessoas”. Portanto, o utilitarismo avalia a ação 
conforme suas consequências e não por si mesmo, 
como no caso do formalismo.
122) Usuários da Contabilidade: pessoas ou entidades 
interessadas em conhecer a situação da empresa para 
a tomada de decisões. Exemplos: administradores, 
gerentes, Governo, bancos, fornecedores. São 
chamados, também, de stackeholders.
123) Virtude: perfeição ou excelência da ação humana.
30 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos 
conceitos mais importantes deste estudo. 
Patrimônio
Escrituração
Usuários
Internos
Contabilidade
Funcionários
Usuários
Externos
Regulamentação
da
Atividade
Fatos
Administrativos
Padronização
das
Informações
Demonstrações
Contábeis
Proprietários
Acionista Banco Fornecedor Cliente Governo
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Fundamentos da Contabilidade. 
31© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, A. C. Contabilidade básica. Curitiba: Juruá, 2005.
Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura. Verbo Enciclopédia Luso Brasil, 1972. 16 p. V. 1
IUDÍCIBUS, S. de et al. (Coord.). Contabilidade introdutória: livro de exercícios. 10. ed. 
São Paulo: Atlas, 2007.
MARION, J. C. Contabilidade básica: livro texto. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MARTINS, E. et al. Manual de Contabilidade das sociedades por ações: aplicável às 
demais sociedades. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2005.
SÁ, A. L. Planos de contas. São Paulo: Atlas, 1998.
SCHMIDT, P. História do pensamento contábil. São Paulo: Bookman, 2000.
SILVA, C. A. T.; TRISTÃO, G. Contabilidade básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
32 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
33
UNIDADE 1
CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO 
PROFISSÃO REGULAMENTADA
Objetivos
• Compreender e inteirar-se da estrutura da Contabilidade no Brasil.
• Identificar como a Contabilidade é utilizada pelas modernas organizações 
quanto ao controle da informação e apoio à decisão.
• Compreender os dispositivos de controle da profissão contábil.
• Conhecer a atuação dos órgãos regulamentadores da profissão.
Conteúdos 
• Organizações empresariais: o paradigma mecanicista e a necessidade de 
gerir a informação a nível operacional.
• Contabilidade, uma profissão regulamentada.
• Informação contábil a nível internacional.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste material didático, busque outras 
informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas 
apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que na modalidade 
EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu 
crescimento intelectual.
34 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos apresentados no Glossário 
e suas relações com o Esquema dos Conceitos-Chave para o estudo de 
todas as unidades deste material. Isso poderá facilitar sua aprendizagem 
e seu desempenho.
3) Leia as informações práticas para facilitar seu estudo. Lembre-se que sua 
participação pode significar a diferença entre ler conteúdo ou transformar 
conhecimentos em ferramentas de trabalho importantes para sua vida 
profissional.
4) Tenha sempre em mente que nenhuma empresa pode dispensar o uso 
da Contabilidade. Desde uma microempresa até grandes corporações 
necessitam dela.
5) Não se esqueça de que conhecer Contabilidade significa poder controlar 
com eficiência os fluxos operacionais da empresa.
35© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
1. INTRODUÇÃO 
Para iniciar nossos estudos, faremos uma breve análise 
histórica da Contabilidade.
O estudo desta trajetória possibilitará a você entender 
como ela surgiu e o quanto se tornou importante na história das 
organizações.
A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos da 
humanidade.
Com o passar do tempo e com o advento do comércio, 
o homem, preocupado em elaborar um instrumento que 
lhe permitisse conhecer, controlar, medir resultados, obter 
informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e 
analisar a evolução de seu patrimônio, passou a criar rudimentos 
de escrituração.
Muitas formas de administração e controle do patrimônio 
foram elaboradas ao longo dos séculos, até que o Método das 
Partidas Dobradas mostrou-se o mais adequado, produzindo 
informações úteis e capazes de atender consideravelmente, 
usuários interessados em gerir o patrimônio.
Com a formação das grandes corporações, a Contabilidade 
passou a interessar a grupos cada vez maiores de usuários, 
como por exemplo: acionistas, financiadores, banqueiros, 
fornecedores, órgãos públicos, empregados, além da sociedade 
como um todo.
A Contabilidade adapta-se ao ambiente no qual opera. 
Neste sentido, e sabendo que as nações têm histórias, valores 
e sistemas políticos diferentes, necessitam de padrões distintos 
quando do seu desenvolvimento econômico.
36 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Assim, a Contabilidade no Brasil, tem seu foco e segue 
características próprias.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a informação financeira 
é dirigida a atender às necessidades dos investidores e credores.
Em alguns países, é designada a assegurar que o montante 
apropriado ao Imposto de Renda seja efetivamente arrecadado 
pelo governo.
É o caso de muitos países sul-americanos, cuja Contabilidade 
está carregada de elementos exclusivamente de controle fiscal.
Em países da Europa Continental e Japão, ela é designada 
para auxiliar no cumprimento das políticas macroeconômicas.
No Brasil,a Lei nº 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas 
– seguida pela Lei nº 11.638/07, é quem dá as dimensões de 
negócios no mercado de capitais e as características de demais 
sociedades onde o patrimônio é objeto de estudo.
Genericamente, podemos afirmar que o patrimônio das 
empresas é composto por fragmentos denominados “contas”, as 
quais apresentam em si, características específicas.
Com o objetivo de obter Lucro, a empresa envolve-se em 
diversas atividades mercantis.
Essa diversidade de transações faz, direta ou indiretamente, 
que o patrimônio adquira forma.
Para que a Contabilidade seja eficiente em reproduzir as 
transações e o resultado obtido pelas empresas, é necessário dar 
atenção ao que conhecemos como Ciclo Operacional.
37© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
O Ciclo Operacional tem início com a produção ou venda 
de um bem/serviço e estende-se até o efetivo recebimento do 
recurso financeiro proveniente dessas operações.
Os Ciclos determinam a duração do exercício social da 
empresa, que usualmente é de 12 meses, podendo apresentar 
Ciclos Operacionais com duração diferente.
A Contabilidade deve reproduzir efetivamente as 
circunstâncias que definem um Ciclo Operacional.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de 
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua 
compreensão integral, é necessário um estudo criterioso dos 
conteúdos apresentados no Conteúdo Digital Integrador.
2.1. DOUTRINA CONTÁBIL
A Contabilidade é uma ciência milenar cuja tônica é o 
estudo do patrimônio que, periodicamente, sofre alterações 
provenientes das mudanças dos processos econômicos e sociais.
Dessa forma, dentro das grandes áreas do saber, essa 
ciência encontra-se posicionada nas Ciências Sociais Aplicadas, 
assim como a Economia e a Administração.
Nascida com os primeiros agrupamentos humanos, a pré-
história da Contabilidade vai de 8.000 a.C. até 1.202 d.C., época 
em que o conhecimento empírico dava forma a rudimentos 
contábeis, suficientes para que o homem administrasse sua vida.
38 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Entretanto, até mesmo essas práticas rudimentares eram 
cultivadas pelos povos mais desenvolvidos, como ilustram alguns 
documentos que tratam de experiências e práticas vividas pelas 
civilizações suméria, babilônica, egípcia, chinesa e romana.
Durante a idade Média (1.202 d.C.), destaca-se 
particularmente, a obra Leibe Abaci e de Leonardo Fibonacci, 
onde se evidenciava o início do período de sistematização dos 
registros mercantis. 
Já, na idade Moderna (1494), com a publicação da obra 
Tratatus Particularis de Computis et Scripturis (Tratado Particular 
de Conta e Escrituração) do frei e matemático Luca Paccioli, 
observa-se o estudo sobre o Método das Partidas Dobradas, que 
se tornou um marco na evolução contábil.
Na idade Contemporânea (século 18), inicia-se o período 
científico da Contabilidade. É quando ela deixa de ser mera 
“arte” para tornar-se “ciência”.
A partir daí, surgiram várias escolas da Contabilidade, como a 
Contista, Controlista, Personalista, Aziendalista, a Patrimonialista 
e a Neopatrimonalista, cada uma com sua especificidade.
O saber contábil divide-se em duas vertentes, sendo, o 
saber obtido pelo raciocínio investigativo de fatos, e o saber 
obtido pela experimentação prática que atesta a aplicabilidade 
da teoria.
A doutrina contábil foi desenvolvida pelas escolas acima 
citadas, sendo conceituada sob vertentes ideológicas.
Vejamos:
1) Escola Contista: define a Contabilidade como a ciência 
das contas, menor fração do Patrimônio.
39© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
2) Escola Controlista: limita a Contabilidade em função 
do controle das entidades.
3) Escola Personalista: enfatiza a relação jurídica entre as 
pessoas integrantes da sociedade, como objetivo da 
Contabilidade.
4) Escola Aziendalista: define a Contabilidade como a 
ciência da administração da entidade.
5) Escola Patrimonialista: define a Contabilidade como a 
ciência que estuda o patrimônio.
6) Escola Neopatrimonialista: consiste em uma nova 
corrente científica que se aplicou no sentido de clas-
sificar e reconhecer especialmente as relações lógicas 
que determinam a essência do fenômeno patrimonial, 
concentrando-se no estudo da verdadeira influência 
dos fatores que produzem a transformação da riqueza, 
por ações internas e externas.
A partir do entendimento acerca da doutrina contábil, 
veremos como se compartam as diversas escolas que 
fundamentaram e embasaram o desenvolvimento da Ciência 
Contábil através dos tempos.
2.2. ESCOLA ITALIANA
Deve-se a Fábio Besta a mais significativa revolução no 
estudo contábil, tornando-a respeitável como Ciência.
No início do século 20, o grande avanço da teoria da 
Contabilidade fez com que os problemas contábeis passassem a 
ser tratados como um conjunto de elementos de natureza prática 
e teórica, sob uma avaliação notadamente científica, e adotando 
40 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
o positivismo clássico, Besta conseguiu nivelar a Contabilidade às 
outras ciências.
O centro dessa corrente filosófica concentra-se na 
importância dos fatos e da experiência para o progresso do 
saber, ou seja, o positivismo procura as leis e não as causas dos 
fenômenos.
As teorias desenvolvidas por Fábio Besta tiveram sua 
origem e desenvolvimento no período que vai do final do século 
19 até a II Grande Guerra, sendo perpetuada por Gino Zappa, um 
dos mais brilhantes alunos de Besta, que incluiu nos estudos da 
Contabilidade o positivismo crítico.
Zappa concluiu que os estudos das atividades econômicas 
de uma empresa são independentes e representam uma 
combinação sistêmica e complexa de fatores de produção.
Assim, a teoria contábil devia incluir essa ótica de 
interpretação da interdependência provocada pela abordagem 
sistêmica, relacionando atos e fatos do passado com os do 
presente, tentando, de forma determinística, prever o futuro.
Os pontos característicos da abordagem de Zappa são:
•	 Tentativa de integrar em uma única disciplina todos os 
conhecimentos da vida econômica da entidade.
•	 Desenvolvimento de uma teoria para a Contabilidade 
a partir do resultado, sendo que este representa o 
produto algébrico dos custos e proveitos (receitas) 
resultantes das operações da entidade.
O Brasil, originalmente, recebeu grande influência dessa 
escola, justamente pela coincidência da promulgação do 
Código Comercial Brasileiro em 1850, e também, pelo início 
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UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
do desenvolvimento da Escola Italiana, em razão da criação da 
primeira cátedra de Contabilidade na Itália na cidade de Pavia.
2.3. ESCOLA NORTE-AMERICANA: LANÇAMENTOS OU RELA-
TÓRIOS?
O desenvolvimento da Escola Norte-americana de 
Contabilidade reporta-se à qualificação da informação contábil 
com o objetivo final da tomada de decisão.
Em contrapartida, a Escola Italiana prima pelo estudo 
e pela explicação matemática dos fenômenos patrimoniais, 
da mensuração de custos, de gestão financeira e controle 
orçamentário que são, notadamente, muito mais importantes 
para a gestão organizacional, ditando as diretrizes do pensamento 
desta escola.
A primeira fase do desenvolvimento do pensamento da 
escola norte-americana tem o período de 1887 a 1905, e coincide 
com o aumento da demanda por serviços contábeis, ocasionada 
pela expansão das empresas do setor financeiro e ferroviário.
Dominada desde o início por associações de classe, 
essa escola desenvolveu inúmeros órgãos capacitadores e 
regulamentadores, dando origem aos princípios contábeis que 
norteiam o trabalho contábil em boa parte do mundo.
A Contabilidade Gerencial e aControladoria são 
expressões máximas do pensamento desta escola, e originaram-
se do crescimento dos negócios ocasionados pelo processo 
expansionista das grandes linhas produtivas, particularmente no 
pós-guerra, quando os administradores demandavam melhores 
níveis de controle de processos financeiros e fabris.
42 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Um dos grandes nomes que contribuíram para o 
pensamento desta escola contábil foi Charles Ezra Sprague.
Sprague defendeu, a proposta de uma nova classificação 
para as contas contábeis, que eram divididas em pessoais e 
impessoais.
Com sua proposta, as contas passariam a ser divididas em 
dois grupos: um que incluiria os ativos e passivos e outro que 
incluiria as contas de capital e de lucro ou prejuízo, dando origem 
à equação de igualdade, utilizada até hoje:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
2.4. ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS: O PARADIGMA MECANI-
CISTA E A NECESSIDADE DE GERIR A INFORMAÇÃO A NÍVEL 
OPERACIONAL
A quebra de um paradigma provoca uma ação destruidora 
e profunda no ser humano.
A sociedade moderna sofreu uma revolução quando foi 
exposta ao Mercantilismo e, novamente, quando incorporou a 
Revolução Industrial e a produção em massa.
Em menos de 200 anos, o homem foi forçado a se adaptar 
a inúmeras modificações sociais antes inacessíveis.
Para melhor compreender as principais características das 
organizações empresarias ao longo do tempo, dividiremos o seu 
desenvolvimento em três fases:
•	 Fase 1: Sociedade Comercial – capital, terra e trabalho 
eram os responsáveis pelo crescimento das organizações 
nesta fase.
43© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
•	 Fase 2: Sociedade Industrial – a capacitação tecnológica 
que proporcionou a alavancagem das primeiras 
indústrias, o desenvolvimento científico proporcionado 
ainda pela utilização do capital, da terra e do 
trabalho, foram os responsáveis pelo crescimento das 
organizações nesta fase.
•	 Fase 3: Sociedade do Conhecimento – o capital 
intelectual é o grande fator responsável pela 
alavancagem das organizações nesta fase. O uso das 
máquinas transformou radicalmente a natureza da 
atividade produtiva, deixando sua marca nos costumes 
sociais através do último século.
A velocidade e intensidade com que algumas situações se 
apresentam é de causar espanto.
Quem poderia afirmar com segurança que em tão pouco 
tempo o sistema bancário seria totalmente informatizado?
Quem poderia admitir há alguns anos, que um computador 
poderia ser levado no bolso?
Vale a pena refletir! 
2.5. EMPRESAS BRASILEIRAS E SUAS NECESSIDADES FISCAIS
De maneira bem simples, dizemos que as empresas são 
organizadas basicamente sob duas formas.
A empresa individual, sendo aquela que possui um único 
proprietário ou as sociedades, que de modo geral possuem dois 
ou mais proprietários.
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UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Nossos estudos estão fundamentados nas normas 
atualmente vigentes sendo estas, estabelecidas pelo Código 
Comercial e pela Lei das Sociedades Anônimas.
Empresário
É aquele que exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.
Não se considera empresário, todavia, quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística 
ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se 
o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
É obrigatório ao empresário inscrever-se no Registro Público 
de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua 
atividade.
Podem exercer atividades de empresário os que estiverem 
em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente 
impedidos.
Empresa Individual e Sociedade
De acordo com conceitos gerais acerca do tema, o Código 
Civil, Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, estabelece que:
1) Celebram contrato de sociedade as pessoas que re-
ciprocamente obrigam-se a contribuir, com bens ou 
serviços, para o exercício de atividade econômica e a 
partilha, entre si, dos resultados, observando-se que a 
atividade pode restringir-se à realização de um ou mais 
negócios determinados.
45© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
2) Salvas as exceções expressas, considera-se empre-
sária, a sociedade que tem por objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito a registro; e 
simples, as demais.
3) Independentemente de seu objeto, considera-
-se empresária a sociedade por ações; e simples, a 
cooperativa.
4) A sociedade empresária deve constituir-se, segun-
do um dos tipos regulados no Código Civil, conforme 
apresenta-se a seguir:
Sociedade Limitada
A Sociedade Limitada é constituída por um ou mais sócios 
e seu contrato social deve ser registrado na Junta Comercial do 
Estado de atuação. Ela é uma das mais comuns no país.
A responsabilidade do sócio é limitada, ou seja, ele só 
responde pelo quanto investiu, sendo sua participação limitada 
a isso.
Portanto, caso a sociedade contraia dívidas, o patrimônio 
dos sócios não deve ser atingido, respondendo apenas pelo 
capital social investido.
A administração da sociedade pode ser feita por terceiros, 
isto é, por alguma pessoa que não precisa ser sócia da empresa, 
mas é escolhida pela maioria dos sócios (ou pode ser feita por um 
grupo de pessoas, se previsto dessa forma em contrato social).
46 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Sociedade Anônima
Também comum no Brasil, a Sociedade Anônima é 
tradicionalmente indicada para empresas maiores e mais 
complexas.
Nessa sociedade, o capital não está relacionado aos sócios, 
mas sim às ações, devendo esse tipo de sociedade ter no mínimo 
7 acionistas.
A responsabilidade do acionista será limitada ao preço de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas.
O documento básico que regula a Sociedade Anônima é 
o estatuto. Nele estão previstos os direitos e obrigações dos 
acionistas.
O Capital Social pode ser classificado como aberto, quando 
as ações são negociadas na Bolsa de Valores, ou como fechado, 
quando não há oferta para negociação.
Sociedade em Nome Coletivo
Na Sociedade em Nome Coletivo, os sócios respondem 
de forma igualitária entre si. Porém, é possível limitar essa 
responsabilidade quando da elaboração do Contrato Social.
Também não pode haver denominação social, isto é, um 
nome empresarial abstrato, pois deve constar o nome dos sócios 
ou suas iniciais, seguido pela expressão “& Cia” ou Companhia.
Somente os sócios podem ser os administradores da 
empresa.
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UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Sociedade em Comandita Simples
Na Sociedade em Comandita Simples, os sócios são 
divididos em duas categorias, os Comanditados (pessoas 
físicas responsáveis pelas obrigações fiscais e financeiras) e os 
Comanditários (responsáveis e obrigados somente em relação à 
sua quota).
É considerada um tipo misto de sociedade, pois parte 
dos sócios tem responsabilidade limitada, enquanto o restante 
responde integralmente.
Por isso, deve constar a discriminação de cada sócio no 
Contrato Social.
Nessa sociedade é necessária a anuência de todos os sócios 
para a entrada de um novo sócio.
Sua administração é feita pelos Comanditados, ou conforme 
especificado no contrato.
Sociedade em Comandita por Ações
Assim como na Sociedade Anônima, está comandita terá 
seu capital dividido em ações. Mas difere porque opera por firma 
ou denominação, e não em conjunto com seus acionistas.
Quem exerce os atos deliberativos e responsabilidades 
sociais é um diretor nomeado.
Pode-se nomear mais de um diretor, desde que isso seja 
feito no ato de constituição da sociedade.
Caso seja necessário destituir um diretor,isso pode ser 
feito por votação dos acionistas, com representação mínima de 
2/3 do capital da Sociedade em Comandita por Ações.
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UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
2.6. NECESSIDADE DOS SISTEMAS CONTÁBEIS
Tanto o empresário quanto a sociedade empresária são 
obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado 
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração de 
Resultados.
Escrituração Comercial e Fiscal Obrigatórias
A escrituração contábil de uma empresa é, em primeiro 
lugar, uma exigência da legislação comercial, tendo em vista 
os interesses societários e creditícios envolvidos na atividade 
empresarial.
A Legislação do Imposto de Renda dispõe que a pessoa 
jurídica sujeita à tributação com base no Lucro Real, deve manter 
escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, a qual 
deve abranger todas as operações realizadas pela empresa, os 
resultados apurados em atividades no território nacional, bem 
como os lucros, os rendimentos e os ganhos de capital auferidos 
no exterior.
Livros Contábeis obrigatórios 
Livro Diário
Ele registra todas as movimentações de valores da empresa, 
mesmo as que não geram alterações nas finanças.
O início e o final são marcados por termos de abertura e 
encerramento assinados e que devem levar a autenticação da 
Junta Comercial.
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UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Neles são colocados os dados empresariais e o período 
compreendido pelo livro.
Os registros são elencados em ordem cronológica e de 
lançamento, do primeiro ao último dia de cada ano, mostrados 
em partidas dobradas, como lançados, com data, valor e breve 
histórico escrito.
E é exatamente esta a sua função: documentar toda a 
movimentação da escrituração em débito e crédito.
Livro Razão
Apesar de ser um dos livros obrigatórios, não são exigidos 
termos para abri-lo e encerrá-lo, nem que seja autenticado na 
Junta Comercial.
O Livro Razão controla os saldos de contas registradas 
no diário de forma individualizada, resumindo-as e revelando 
o fechamento correto, dados em aberto ou contas a pagar ou 
receber não honradas.
Mesmo abrangendo também os lançamentos do grupo 
de resultados, o foco são as contas que afetam o resultado do 
patrimônio.
Livros Fiscais obrigatórios
Registro de Entradas
Livro destinado à escrituração dos documentos ficais 
atinentes às entradas de bens, mercadorias e serviços pelas 
empresas contribuintes do ICMS.
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Registro de Saídas
Livro destinado à escrituração da saída de mercadorias do 
estabelecimento.
Registro de Impressão de Documentos Fiscais
Escrituração para registro de todos os documentos fiscais 
impressos pela empresa.
Registro de Inventário
Livro destinado para o registro das mercadorias em estoque 
quando da realização do levantamento da empresa.
Registro de Apuração de ICMS
Destinado ao registro dos valores contábeis e fiscais, nas 
operações de entrada e saída, relativo ao Imposto de Circulação 
de Mercadorias e Serviços.
Registro de Apuração de IPI
Destinado ao registro dos valores contábeis e fiscais, nas 
operações de entrada e saída, relativo ao Imposto sobre Produtos 
Industrializados.
Livro de Movimentação de Combustíveis
Destinado especificamente aos postos de combustível. É o 
livro que registra a entra e saída dos combustíveis comercializados 
no posto.
51© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Também é utilizado para o controle de arrecadação do 
ICMS.
Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)
Livro obrigatório para as empresas optantes pelo Lucro 
Real, sendo utilizado para registrar o lucro da empresa.
2.7. REGIMES TRIBUTÁRIOS
As empresas brasileiras têm, garantida por lei, a 
possibilidade de estruturar suas atividades da maneira que 
julgarem mais adequada para reduzir os gastos com impostos.
Entre as medidas legais que podem ser adotadas está 
a escolha do Regime Tributário (procedimento que acontece 
anualmente e com o qual é possível apurar e recolher impostos 
de maneira mais eficiente).
Simples Nacional
O regime do Simples Nacional foi desenvolvido 
especialmente para Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte.
Portanto, para aderir a essa opção é preciso observar os 
limites de faturamento.
Essa limitação é justificável, pois a intenção da legislação foi 
facilitar a sobrevivência desses pequenos negócios, fomentando 
a sua abertura e funcionamento.
Mas qual a vantagem real desse Regime?
52 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
De maneira resumida, quem opta pelo Simples Nacional 
faz o recolhimento de vários tributos (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, 
ICMS, ISS e INSS) por meio de um recolhimento único.
Assim, todos esses tributos são pagos de maneira unificada 
e com alíquota diferenciada.
É importante ressaltar que a simplicidade com que esses 
tributos são recolhidos e a redução nas alíquotas são grandes 
incentivos e facilitam a gestão tributária desses negócios, dando 
a eles condições de crescer e disputar mercado com as grandes 
empresas.
Lucro Real
É um Regime de Tributação que segue uma lógica bem 
diferente do Simples Nacional.
Ele é utilizado em grande parte, por multinacionais e 
empresas de grande porte, sendo que a sua tributação é calculada 
conforme o Lucro Líquido obtido durante o ano.
Frisa-se que todas as empresas que atuam no mercado 
financeiro e possuam lucros e rendimentos no exterior devem 
aderir a esse Regime.
Por ter a tributação calculada com base em seu Lucro 
Real, esse é o Regime mais complexo dos três e traz inúmeras 
responsabilidades aos gestores e administradores das empresas.
É preciso ter um controle muito eficiente das finanças, 
já que erros e fraudes podem acarretar multas e juros que 
prejudicam o negócio.
Assim, a tributação nesses casos fica em torno de 34% do 
lucro obtido pela empresa.
53© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Um detalhe interessante desse modelo é que, caso a 
empresa feche o ano com prejuízo, não há tributação nesse 
período.
O prejuízo será utilizado como crédito para compensar nos 
próximos exercícios.
Lucro Presumido
A tributação não é calculada tendo como referência o 
Lucro verdadeiro da empresa, mas um lucro presumido que varia 
conforme a atividade desenvolvida ela empresa.
Podem aderir a esse Regime, todas as empresas que não 
são obrigadas a contribuir com base no Lucro Real, ou seja, 
aquelas cujo faturamento anual tenha sido igual ou inferior ao 
mínimo definido por lei.
As alíquotas aplicadas nesse Regime são as mesmas 
utilizadas no Regime de Lucro Real.
É essencial que, antes de optar pelo Lucro Presumido, a 
empresa avalie, dentre outros aspectos, a sua lucratividade 
porque, se o percentual de lucratividade for superior ao do Lucro 
Real, talvez essa escolha não seja tão interessante.
Fica a dica!
2.8. CONTABILIDADE COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Apresentaremos nesse item as normas de conduta que 
regulamentam a profissão do Contabilista.
54 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi instituído 
por um Decreto-Lei e é uma Autarquia Especial de Caráter 
Corporativista sem vínculo com a Administração Pública Federal.
Sua estrutura, organização e funcionamento estão 
definidos através do mesmo Decreto-Lei e normatizado pela 
Resolução CFC nº 960/03 que aprova o Regulamento Geral dos 
Conselhos de Contabilidade.
O CFC tem por finalidade, nos termos da legislação em 
vigor:
•	 Orientar, normatizar e fiscalizar o exercícioda profissão 
contábil por intermédio dos Conselhos Regionais de 
Contabilidade, cada um em sua base jurisdicional nos 
Estados e no Distrito Federal.
•	 Representar os CRCs e sob a forma de Conselho Especial 
de Tomada de Contas, examinar e julgar as contas do 
CFC, organizadas e prestadas por seu Presidente.
O bacharel em Ciências Contábeis tem sua profissão 
devidamente regulamentada e suas atribuições definidas por 
uma Resolução do Conselho Federal de Contabilidade.
O perfil do profissional contabilista divide-se em duas 
vertentes básicas, ou seja, duas categorias profissionais distintas:
•	 Técnico em Contabilidade: trata-se do profissional 
de nível médio, formado com foco centrado na 
Contabilidade tecnicista, cuja ênfase é a interpretação 
dos atos e fatos administrativos e seu registro em livros 
específicos, com posterior elaboração dos respectivos 
demonstrativos.
55© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Não é concedido ao técnico em Contabilidade, formado 
após 2003, o direito de assinar balanços, ou seja, assumir a 
responsabilidade técnica pela Contabilidade de empresas.
Entretanto, esse técnico é de extrema importância no auxílio 
direto ao Contador, que demanda os serviços técnicos desse 
profissional em praticamente todas as áreas administrativas, 
inclusive de administração da produção.
•	 Contador: trata-se do profissional de nível superior 
formado em Ciências Contábeis (Bacharelado) e detentor 
de registro no Conselho Regional de Contabilidade.
Esse profissional responsabiliza-se tecnicamente pelos 
relatórios contábeis expedidos pelas organizações.
Além disso, está habilitado a prestar serviços de auditoria 
e perícia contábil.
Entretanto, esses direitos são concedidos apenas aos 
contadores portadores do registro profissional concedido pelo 
Conselho Regional de Contabilidade do seu estado.
É importante salientar que a obrigatoriedade em seguir as 
etapas no aprendizado da Contabilidade auxilia o aluno quando 
da absorção do conhecimento necessário ao bom andamento 
dos nossos estudos, uma vez que, sem seguir essas etapas, é 
impossível desenvolver a ciência contábil em sua plenitude.
2.9. CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTABILISTA
O Código de Ética do Contabilista, como fonte orientadora 
da conduta dos profissionais da classe contábil brasileira, tem por 
objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os profissionais 
56 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
da Contabilidade, sobretudo no exercício das suas atividades e 
prerrogativas profissionais estabelecidas na legislação vigente.
O Código de Ética, assim entendido, deve fixar as normas 
de conduta que norteiam o exercício profissional do contabilista.
Essas normas de conduta expressam-se em deveres e em 
obrigações. Deveres para com os colegas e para com a classe.
O art. 9º do código não deixa dúvida a respeito:
A conduta do contabilista com relação aos colegas deve ser 
pautada nos princípios de consideração, respeito, apreço e 
solidariedade, em consonância com os postulados de harmonia 
da classe.
Temos de ressaltar que o Código de Ética do Contabilista 
se configura a partir dos seguintes pressupostos básicos: 
responsabilidade social, fidelidade com os clientes e 
responsabilidade profissional.
Para tanto, cada profissional da área, além de possuir 
capacidades teóricas e práticas necessárias para a execução da 
profissão, deve desenvolver uma consciência ética.
O contabilista precisa acreditar em valores, ter vocação 
para convivência coletiva e, também, senso crítico e capacidade 
de reflexão.
A formação da consciência ética implica diretamente o 
comportamento ético manifestado pelas virtudes de honestidade, 
zelo, sigilo, competência, prudência, imparcialidade, entre 
outras.
Os exercícios de tais virtudes autorregulam a conduta ética 
dentro dos limites que o código descreve.
57© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
O surto de fraude e corrupção nas grandes empresas 
impõe, diante dos profissionais contábeis, a necessidade de 
aprofundar a discussão ética.
Existem muitos casos de fraude e corrupção que não foram 
considerados pelo Código de Ética. Tais casos, inevitavelmente, 
seguem o mesmo destino, ou seja, fracasso, perda de 
credibilidade, nome manchado e outros tipos de prejuízos.
Uma vez fixado o Código de Ética, o profissional em 
Contabilidade deve obedecer às suas normas. Caso contrário, 
ele fere os princípios da conduta ética no âmbito da profissão, 
o que, por sua vez, o torna sujeito à pena pelo órgão instituído 
para fiscalizar a conduta profissional.
Seria, portanto, de grande valia que os profissionais 
contábeis agissem de acordo com os princípios éticos que regem 
a atuação profissional em Contabilidade.
São muitas as razões para a recente promoção da ética no 
pensamento empresarial.
Os administradores percebem os altos custos impostos 
pelos escândalos nas empresas: multas pesadas, quebra da rotina 
normal, aumento da rotatividade, dificuldades de recrutamento, 
fraude interna e perda de confiança pública na reputação da 
empresa.
Temos de deixar bem claro que o agir de acordo com os 
princípios éticos ultrapassa as simples normas de não prejudicar, 
não enganar, não roubar etc.
Tais princípios apresentam um arcabouço de valores 
fundamentais que regem, na íntegra, a conduta profissional.
58 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA E COMO PROFISSÃO REGULAMENTADA
Nesse sentido, o contabilista deve desenvolver na sua 
profissão a consciência ética, capaz de nortear a conduta 
profissional e atribuir a ela um caráter inquestionável.
Somente assim, o sucesso profissional terá importância de 
mérito pessoal, caso contrário, falhamos.
2.10. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE E SEUS USUÁRIOS
A Contabilidade traduz em relatórios todas as transações 
econômico-financeiras ocorridas na empresa durante um 
exercício social, ou seja, em um período de 12 meses que, na 
maioria das empresas, vai de janeiro a dezembro de cada ano.
Para tomar uma decisão, os gestores precisam lançar mão 
do histórico de transações realizadas em um período.
Tome-se por exemplo, uma empresa que gastou no período 
de janeiro a dezembro de 2000 R$ 1.000.000,00 em materiais 
produzindo 5.000 peças do produto Y e vendendo-as logo após 
por R$ 1.500.000,00.
Caso note-se que no exercício social seguinte, ou seja, 
em 2001 haja a possibilidade de ampliação de vendas em 10%, 
torna-se possível orçar o valor de gastos do exercício seguinte 
conforme informações a seguir, ou seja, R$ 1.000.000,00 + 10% 
= R$ 1.100.000,00.
Dessa forma, arquivando os dados históricos, a 
Contabilidade, por meio de estratégias quantitativas ou 
estatísticas, tenta dar indícios de como será o futuro.
Por outro lado, se a Contabilidade registra vendas efetivas 
de 1.000 peças de produto acabado, deve também registrar o 
recebimento do valor corresponde à venda dessas 1.000 peças.
59© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
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Caso o valor recebido referente às vendas, seja diferente 
da quantidade de peças efetivamente vendidas, significa que 
houve perda, extravio ou furto, de peças ou dinheiro.
Essas duas finalidades da informação contábil 
respectivamente, planejamento e controle, são de extrema 
importância para os gestores que as utilizam para tomar decisão 
e produzir resultados de forma segura.
A segurança na produção de resultados positivos que 
chamamos de lucro é o que interessa aos sócios da empresa.
Os sócios são pessoas que introduzem recursos de capital 
em uma sociedade mercantil.
Naturalmente, em um país capitalista, as sociedades 
mercantis têm como objetivo a acumulação de capital.
Nesse caso, se um sócio encaminha recursos para uma 
empresa, é natural que ele deseje que esses recursos contribuam, 
a partir das

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