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DIREITO INTERNACIONAL – 2° unidade 
HEMILLY SUZART 
· DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
Tutela relações de caráter privado, envolvendo pessoas naturais e jurídicas, que perpassam as fronteiras nacionais, e que possuem, desse modo, a chamada “conexão internacional”. 
É ramo do Direito que visa a regular os conflitos de leis no espaço em relação de caráter privado que tenham conexão internacional, determinando qual a norma jurídica nacional que se aplica a esses vínculos, que poderá tanto ser um preceito nacional como estrangeiro. É ramo de direito interno.
Sua existência se dá pela diversidade legislativa e pela existência de uma “sociedade transnacional”.
Pelas normas de Direito Internacional Privado, o próprio legislador pátrio, no exercício do poder soberano do Estado, admite a aplicação do Direito estrangeiro em território nacional.
A autoridade só pode aplicar o Direito estrangeiro quando autorizado pela própria ordem jurídica pátria, ou seja, lex fori.
A norma nacional a ser aplicada deve ser ordem jurídica do Estado com a qual a relação com conexão internacional esteja mais estreitamente ligada. A determinação dessa norma dependerá da verificação dos chamados “elementos de conexão”. Ramo voltado à regulamentação dos conflitos de leis no espaço. 
O objeto do DIPri não é regular a situação conflituosa em si, mas apenas indicar qual a norma, nacional ou estrangeira, que deve ser aplicada ao caso.
· FONTES 
As fontes do Direito Internacional Privado têm origem no Direito interno ou no Direito Internacional.
As fontes internas emergem dos processos de produção normativa nacionais e são encontradas dentro do ordenamento interno de cada estatal.
Intuito de harmonizar o tratamento de determinados casos em que não se saiba qual ordenamento nacional seria aplicável a uma relação jurídica qualquer.
São fontes: as leis, os tratados, o costume, a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais de direito, os princípios gerais do Direito Internacional Privado, os atos de organizações internacionais e o soft law.
Conferência da Haia de Direito Internacional Privado (deliberações para diminuir os conflitos de lei no espaço).
· OBJETOS DE CONEXÃO E ELEMENTOS DE CONEXÃO
O objeto de conexão refere-se à matéria tratada pela norma, como por exemplo, direitos de família, obrigações etc.
Já os elementos de conexão são critérios que determinam o direito aplicável à matéria, como o domicílio, a nacionalidade, lex fori etc.
· INSTITUTOS BÁSICOS DO DIpri
Qualificação: operação pela qual o juiz, antes de decidir, verifica, mediante a prova, a qual instituição jurídica correspondem os fatos realmente provados. É o ato pelo qual é delimitado o objeto de conexão.
Ordem pública: refere-se aos aspectos fundamentais de um ordenamento jurídico. Impede que uma norma estrangeira seja aplicada se esta é incompatível com a ordem pública.
Reenvio: ocorre quando o Direito Internacional Privado de um Estado remete às normas jurídicas de outro Estado, e as regras de Direito Internacional Privado deste indicam que uma situação deve ser regulada ou pelas normas de um terceiro Estado ou pelo próprio ordenamento do primeiro Estado. O Brasil não permite o reenvio.
Direito adquirido: pode ser reconhecido em outro Estado se não chocar com a ordem pública deste.
· NACIONALIDADE
A nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une uma pessoa física a um Estado, do qual decorre uma série de direitos e obrigações recíprocas.
Ao atribuir nacionalidade a alguém o Estado fica apto à condução de assuntos de interesses do indivíduo.
É a dimensão pessoal do fenômeno estatal, refere-se à formação do Estado.
A nacionalidade não necessariamente se relaciona com a naturalidade, ou seja, com o local onde nasceu o indivíduo, que pode ou não ser decisivo para a sua atribuição.
A nacionalidade é objeto de estudo de direito interno, porque é ato soberano de Estado, visto que os mesmos decidem discricionariamente acerca de sua obtenção pelos indivíduos. Cabe a cada Estado determinar por sua legislação quais são seus nacionais.
Segundo a Convenção de Haia, “Toda questão relativa ao ponto de se um indivíduo possui a nacionalidade de um Estado será resolvida de acordo com a legislação desse Estado”.
O caráter soberano advém do fato de que os nacionais constituem o elemento humano do ente estatal.
Em síntese, somente o Estado pode definir quem são seus nacionais. Nesse sentido, o indivíduo que pretender obter nacionalidade estrangeira deverá consultar a legislação e as autoridades competentes do ente estatal em cuja nacionalidade esteja interessado.
A nacionalidade é galgada em patamar de direito humano. Essa é a norma consagrada na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, que determina que “Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade” (art. XV, §1º).
No âmbito americano, acrescente-se ainda a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que estabelece que “Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra”.
O Direito Internacional veda a retirada da nacionalidade por motivos políticos, raciais, religiosos ou a partir de considerações de caráter meramente discricionário.
A nacionalidade deve ser efetiva, ou seja, fundamentada em laços consistentes entre o indivíduo e o Estado.
Os filhos de agentes de Estado estrangeiros terão a nacionalidade dos pais onde quer que nasçam. 
É direito do nacional de entrar e permanecer no território do estado cuja nacionalidade detém.
· CONFLITOS DE NACIONALIDADE: POLIPATRIDIA E APATRIDIA
A polipatridia: é o fenômeno pelo qual um indivíduo tem duas ou mais nacionalidades. É decorrência da coincidência de critérios de atribuição de nacionalidade diferentes sobre uma mesma pessoa. A Convenção de Haia consagra o princípio de que a pessoa só deve ter uma nacionalidade.
Em todo caso, a Convenção de Haia determina que um Estado não pode exercer a sua proteção diplomática em proveito de um seu nacional contra outro Estado de que o mesmo seja também nacional.
Um terceiro Estado deve tratar o indivíduo que tenha várias nacionalidades como nacional daquele em que este tenha a nacionalidade mais efetiva, ou seja, que pareça mais ligado.
A apatridia: pode ocorrer ou pela perda arbitrária da nacionalidade, normalmente por motivos políticos, ou pela incidência de nenhum critério de atribuição de nacionalidade sobre uma pessoa.
A apatridia fere o direito humano à nacionalidade, mas ainda ocorre. Por isso foi criado o Protocolo relativo aos casos de apatridia, em 1930 e a Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954.
· TIPOS DE NACIONALIDADE E CRITÉRIOS DE AQUISIÇÃO
Primária ou originária: a nacionalidade primária ou originária é aquela atribuída em decorrência do nascimento, tendo pouca ou nenhuma relevância a vontade humana. Vincula-se a dois critérios:
· Jus solis: o indivíduo adquire a nacionalidade em função do Estado em cujo território nasce, independentemente da nacionalidade dos ascendentes.
· Jus sanguinis: a nacionalidade é atribuída de acordo com a nacionalidade dos pais ou de outros ascendentes, independentemente do local onde nasça o indivíduo.
Não é correto afirmar que o Brasil adota somente o jus solis.
Secundária ou adquirida: é aquela atribuída por fato posterior ao nascimento, normalmente em decorrência da manifestação de vontade do estado em conceder sua nacionalidade e, em regra, da vontade do indivíduo em adquiri-la, tudo à luz de certos requisitos legais. O elemento vontade tem papel fundamental na aquisição de nacionalidade secundária.
A regra geral é a de que a pessoa que preenche os requisitos para a naturalização tem apenas a expectativa do direito de adquirir nova nacionalidade, o que dependerá, em última instancia, da anuência do Estado que confere a nova nacionalidade.
O Brasil não adota o casamento como critério de atribuição da nacionalidade secundária brasileira.
Outro meio de obtenção de nacionalidade adquirida é o de vínculo funcional com o Estado. Exemplo: Vaticano que concede sua nacionalidade àqueles que sejam seusservidores. O Brasil não adota esse critério.
A anexação de um Estado por outro e unificação: nacionalidade do que anexou e do que unificou.
Art. 12. São brasileiros:
I - Natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
O pedido de opção pela nacionalidade brasileira deve ser feito à justiça Federal;
Os juízes federais são competentes para processar e julgar as causas referentes à nacionalidade e à respectiva opção (art. 109, X, CF). Eventuais recursos deverão ser apreciados pelo TRF (art. 108, II, CF).
As regras gerais para a naturalização encontram-se no Estatuto do Estrangeiro (arts. 111 a 124).
A concessão da naturalização é faculdade exclusiva do Executivo, ou seja, é ato discricionário, que deve obedecer a requisitos legais, mas que depende de vinculação a interesses nacionais.
Art 112. São condições para a concessão da naturalização:
I - Capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - Ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território brasileiro, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - Bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a um ano; e
VIII - boa saúde.
Art 113. O prazo de residência fixado no artigo 111, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
I - Ter filho ou cônjuge brasileiro – 1 ano
II - Ser filho de brasileiro – 1 ano
III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça – 1 ano
IV - Recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística – 2 anos
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o maior valor de referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola – 3 anos
A formulação de pedido de naturalização impede a deportação do estrangeiro com visto de permanência vencido quando o exame do pedido de obtenção da nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado. No caso, a eventual deportação caracterizaria constrangimento ilegal.
II – Naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
A condição jurídica do naturalizado: A naturalização confere ao naturalizado o gozo de todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a Constituição Federal atribui exclusivamente a brasileiros natos . Desta forma pode-se afirmar com veemência que o brasileiro naturalizado é brasileiro para todos os feitos, não sendo cabível qualquer distinção, exceto aquelas definidas pela própria Carta Magna.
Art. 12:
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - De Presidente e Vice-Presidente da República;
II - De Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - Da carreira diplomática;
VI - De oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Mudança, perda e reaquisição
O Brasil não proíbe a mudança de nacionalidade do brasileiro.
 No art. 12, § 4º, II, da CF preleciona que:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
II - Adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
A perda da nacionalidade decorre de Decreto do Presidente da República ou, por delegação, do Ministro da Justiça.
A princípio não pode haver perda de nacionalidade brasileira originária nem por sentença judicial. Entretanto pode o naturalizado perder por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
A nacionalidade da pessoa jurídica é assunto controvertido na doutrina. 
No Brasil a nacionalidade da PJ é definida de acordo com o local de sua constituição, com fulcro no critério da incorporação.
· COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
Via de regra o poder do Estado pode ser exercido apenas dentro de seu território (Princípio da territorialidade). Porém em caráter excepcional, o Estado poderá exercer poder fora de seu território, em hipóteses reguladas pelo Direito Internacional Público e Privado.
Com isso surge a necessidade da cooperação jurídica internacional, que é o meio pelo qual os entes estatais se articulam para colaborar com a solução de processos judiciais que ocorrem em outros Estados.
Podendo oferecer aporte para a solução de problemas internacionais e para promover relações amistosas entre os povos.
Essa possibilidade de cooperação é regulada pelos ordenamentos internos dos Estados e por tratados.
Em regra, são objeto de cooperação internacional os atos de comunicação e as diligências de instrução dos processos em curso, como citações, intimações, interrogatórios, perícias, coleta de provas etc.
Os principais instrumentos de cooperação jurídica são as cartas rogatórias, a homologação de sentenças estrangeiras, a extradição, o auxílio direto e a cooperação estabelecida por meio de tratados sobre temas específicos.
Nas iniciativas de cooperação internacional é comum o envolvimento direto de órgão judiciais ou de membros dos poderes executivos nacionais, por meio das chamadas “autoridades centrais” ou “pontos de contato”, atuando como intermediários dos atos de cooperação jurídica entre os entes estatais.
O Brasil regulamenta a matéria através do seu direito interno e também por vários tratados, dentre os quais destacam-se: a Convenção de Repressão ao Tráfico de Pessoas e do Lenocínio, a Convenção sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro, a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças e da Convenção de UNIDROIT sobre bens culturais furtados ou ilicitamente exportados e demais outros no plano interamericano.
No Mercosul o principal ato internacional na matéria é o Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa de 1992.
A União é a unidade da federação competente para manter relações com estados estrangeiros, poder exercido por meio do Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado e contando com a participação direta dos órgãos governamentais competentes, e em caráter excepcional e restrito, os órgãos do Poder Judiciário. E ainda conta com as autoridades centraise os pontos de contato.
· CARTAS ROGATÓRIAS
São um dos principais instrumentos de cooperação jurídica internacional. Trata-se de pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro ente estatal, com vistas a obter a colaboração destes para a prática de certos atos processuais, como citações, intimações, coleta de provas etc.
No geral o ente estatal não é obrigado a prestar a cooperação solicitada, salvo quando o pedido atenda a requisitos estabelecidos em seu próprio ordenamento interno ou nos tratados referentes à matéria de que forem parte o Estado que solicita a colaboração das autoridades de outro Estado (rogante) e o que é solicitado a cooperar (rogado). 
As rogatórias, quanto ao conteúdo, subordinam-se à norma do Estado rogante, e quanto à forma de execução, subordinam-se à lei do Estado rogado.
A rogatória deve estar escrita na língua do Estado rogado, exceto quando a lei interna dispuser de maneira distinta.
O processamento das rogatórias no Brasil é regulado por tratados, pela CF, pela LINDB, pelo CPC, pelo regimento interno do STJ e pela Resolução nº 9 do STJ.
Na doutrina brasileira há dois tipos de rogatórias: as ativas (expedidas por autoridades judiciárias do Brasil) e as passivas (recebidas de Estados estrangeiros).
Rogatórias ativas: Obedecerá quanto a admissibilidade e ao modo de cumprimento ao disposto em tratado.
Do ponto de vista do direito interno obedecerá ao disposto nos artigos 202, 203 e 338 do CPC, que incluem:
A indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; O inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento de mandato conferido ao advogado; A menção do ato processual que constitui seu objeto; E o encerramento, com assinatura do juiz.
Deverá ainda conter as peças e originais dos documentos necessários ao cumprimento da demanda, bem como a indicação do prazo para atendimento do pedido.
A partir da lei 11.419, admitiu-se a rogatória por meio eletrônico, com assinatura eletrônica do juiz.
A indicação do juízo é imprescindível, ainda que tratado a dispense.
O informativo nº 496 do STF preleciona que “a rogatória é instrumento próprio à cooperação entre Judiciários, devendo o subscritor estar integrado a esse Poder. Não há possibilidade de Procuradoria da república de estado estrangeiro requerer à autoridade judiciária brasileira o cumprimento de carta rogatória por si expedida”.
O objeto da rogatória deve ser lícito à luz da legislação brasileira.
As rogatórias suspenderão o processo, se a sentença não puder ser proferida antes de realizada certa diligência.
Demais regras sobre rogatória nos arts. 241, IV;338, § único e 231, § 1º, todos do CPC.
Rogatórias passivas: A LINDB ( art. 12, § 2º) determina que “ A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur (documento autorizador para o cumprimento de cartas rogatórias no Brasil) e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências”.
A competência para conceder o exequatur às cartas rogatórias é do Presidente do STJ, ou da Corte Especial, no caso de impugnação às rogatórias decisórias. O exame da rogatória configura mero juízo de delibação (não há análise do mérito). O STJ não concederá o exequatur à carta rogatória que ofenda a soberania nacional ou a ordem pública.
Não serão cumpridas as rogatórias que impliquem em ato executório ou que dependem da homologação da sentença que os determina. Como atos executórios podem ser apontados o arresto, o sequestro, a penhora etc.
As cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios como a citação.
A execução de cartas rogatórias após o exequatur é competência dos juízes federais de 1º grau. 
Do cumprimento da carta rogatória pelo Juízo Federal competente cabem embargos, a serem opostos no prazo máximo de dez dias por qualquer interessado ou pelo Ministério Público a serem julgados pelo presidente do STJ. Da decisão ainda cabe agravo regimental.
A carta tem caráter itinerante, pois poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta a fim de se praticar o ato.
Após cumprimento deve ser entregue ao Presidente do STJ no prazo de 10 dias após sua execução e será remetida, em igual prazo, por meio do Ministério da justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, ao Estado rogante.
A ordem de cumprimento das rogatórias ou a denegação do pleito não produzem coisa julgada formal, podendo os pedidos serem renovados, ou o acolhimento da solicitação de cooperação ser revogado.
Os documentos que comprovem o cumprimento da carta rogatória serão transmitidos por intermédio das autoridades centrais.
Regime das provas: A produção e coleta de provas no exterior é um dos problemas comuns tratados no âmbito de iniciativas de cooperação judiciária internacional. Há diferenças quando a prova pertencer a direito material da que pertencer a direito processual.
Em regra, quando o problema for de direito material, aplicar-se-á a norma nacional ou estrangeira dependo da situação, do caso concreto. Mas se o problema for de direito processual, são sempre aplicáveis a lei interna e a sua força probante. 
A principal regra a respeito está no artigo 13 da LINDB que determina que “a prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”.
· CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
Devido a noção de universalidade dos direitos humanos, há uma forte tendência em uniformizar o tratamento de estrangeiros com o de nacionais.
O Brasil vem adotando esse entendimento, inclusive já consagrado no artigo 5º, caput, da Constituição da República, que determina que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, á liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
As principais normas brasileiras referentes a condição jurídica do estrangeiro no Brasil constam da Constituição da República e do Estatuto do Estrangeiro lei 6.815/80).
A entrada e permanência de estrangeiros aqui no Brasil é feita mediante certo controle.
Em geral, a entrada e a permanência de um estrangeiro em outro país estão condicionadas à posse de um documento de viagem válido, expedido pelo Estado de origem, e de uma autorização emitida pelas autoridades do Estado que o recebe.
O documento de viagem por excelência é o passaporte válido, normalmente emitido pelo Estado do qual o indivíduo é nacional.
O passaporte é propriedade do Estado, estando apenas na posse da pessoa.
Outro documento de viagem é o laissez-passer, emitido pelo Estado que recebe o estrangeiro em circunstâncias excepcionais.
Por fim, o documento de identidade pode servir como documento de viagem, dependendo da existência de tratados que regulem a matéria e que poderão limitar seu emprego a determinados tipos de viagem.
O VISTO é um documento emitido pelo Estado ao qual pretende se dirigir o estrangeiro que confere a este a expectativa de direito de admissão no território daquele.
A concessão do visto é ato discricionário das autoridades do Estado de destino do estrangeiro, observados também os requisitos legais estabelecidos em sua legislação interna e/ou tratados concernentes, bem como o interesse público. 
As espécies de visto concedidas pelo Brasil encontram-se listadas no estatuto do estrangeiro, sendo eles:
Visto de trânsito: conferido a estrangeiros que, para chegar a outro país, tenham que passar pelo Brasil, sendo válido por até dez dias, improrrogáveis, e para uma só entrada.
Visto de turista: concedido para viagens recreativas ou de visita, válido por cinco anos, com múltiplas entradas, com permanência não superior a 90 dias, prorrogáveis por igual período, permitindo estada total de 180 dias por ano.
Visto temporário: concedido para viagem cultural ou em missão de estudos; em viagem e negócios, na condição de artista oudesportista, por até 90 dias; na condição de estudante, por até um ano, prorrogável; na condição de cientista ou técnico, sob o regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro, pelo tempo de duração do serviço; na condição de correspondente de jornal, pelo tempo do contrato; na condição de ministro religioso, por até um ano, prorrogável. 
Visto oficial: concedido a autoridades de outros Estados.
Visto diplomático: conferido aos agentes diplomáticos, consulares e suas famílias.
Visto de cortesia: visa a atender os casos omissos.
Não se exigirá visto de saída do estrangeiro no Brasil.
O visto pode ser dispensado em viagens de turismo, dependendo do Estado de origem do viajante.
O estrangeiro pode ser impedido de entrar ou de continuar em território estrangeiro, caso sua documentação não esteja em conformidade com a legislação cabível.
· DEPORTAÇÃO
É o ato pelo qual o Estado retira compulsoriamente de seu território um estrangeiro que ali entrou ou permanece de forma irregular.
Tal irregularidade consiste no descumprimento dos requisitos exigidos para a entrada e a permanência do estrangeiro. A deportação é de competência do Departamento de Polícia Federal. A responsabilidade pela deportação, em geral, é da empresa transportadora, mas pode ser às custas do Estado deportante.
· EXPULSÃO
É o ato pelo qual o Estado retira do território nacional o estrangeiro considerado nocivo ou inconveniente aos interesses nacionais.
Além da nocividade e inconveniência, o Estatuto ainda prevê hipóteses específicas de expulsão: prática de fraude para obter entrada ou permanência no Brasil; não recomendação da deportação do ilegal; prática de vadiagem ou mendicância; e o desrespeito de proibição especialmente prevista para o estrangeiro.
Todas as hipóteses deverão ser apuradas em processo administrativo, levado a cabo dentro do Ministério da Justiça, mas, nos casos de lesão ou ameaça de lesão a direito, pode o Poder Judiciário intervir.
Da decisão de expulsão cabe, na via administrativa, pedido de reconsideração, no prazo de dez dias.
A expulsão é materializada através de decreto e sua revogação deve ser feita também mediante decreto.
O expulso só poderá retornar se o decreto for revogado e seu retorno sem essa condição, configura crime previsto no artigo 338 do Código Penal.
Atualmente não é permitida a expulsão de nacionais, conhecida como banimento; não é permitida a expulsão quando configurar extradição inadmitida pela lei brasileira; Não permitida a expulsão de refugiado; Não é permitida a expulsão de estrangeiro casado há mais de cinco anos com cônjuge brasileiro ou com filho brasileiro sob sua guarda e dependência econômica.
· EXTRADIÇÃO
É o ato pelo qual um Estado entrega a outro Estado um indivíduo acusado de ter violado as leis penais deste outro ente estatal, ou que tenha sido condenado por descumpri-las, para que neste seja submetido a julgamento ou cumpra a pena que lhe foi aplicada, respondendo, assim, pelo ilícito que praticou.
A extradição deverá ser objeto de pedido do ente estatal interessado em punir determinado indivíduo. Entretanto, o Estado ao qual é solicita da extradição só deverá atender o pleito se este se enquadrar nos requisitos consagrados nas normas pertinentes.
A extradição visa evitar que um indivíduo em conflito com a lei escape de responder pelos atos cometidos por se refugiar no território de outro Estado.
A extradição é aplicável apenas a ilícitos penais de certa gravidade.
A legitimidade para pedir a extradição define-se não pelo local onde foi cometido o ato, mas pelo ordenamento que foi violado.
É possível tanto na fase processual, como após a condenação.
A extradição é ativa quando o Estado pede, ou passiva quando é solicitado a conceder a extradição.
Requer pedido, não é ato de ofício, como a deportação e a expulsão.
A extradição deve fundamentar-se, inicialmente, na existência de tratado entre o Estado solicitante e o solicitado.
Não havendo tratado, o Estado que solicita pode ainda apresentar ao Estado solicitado a chamada “promessa de reciprocidade”, pela qual se compromete a examinar eventual pedido de extradição futuro que lhe for apresentado por este.
Em síntese, é inviável o exame ou de promessa de reciprocidade, o que também implica indeferimento sumário da demanda de extradição apresentada.
De acordo com o princípio da identidade, o ato delituoso em que se baseia o pedido extraditório deve ser considerado ilícito no Estado solicitante ou no solicitado. Também é utilizado no que tange às penas.
O Brasil não concederá extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (CR, art. 5º, LII).
Essa vedação se deve ao fato de ser imprecisa a definição de crime político, contrariando a necessidade de que crimes devem ser definidos com a maior clareza e precisão possíveis.
A regra geral no mundo é a de que o nacional não pode ser extraditado.
No Brasil a Carta Magna em seu artigo 5º, LI, veda expressamente tal ato, permitindo em casos específicos, a extradição de naturalizados.
A indicação do extraditando de que teria um filho brasileiro não é óbice ao deferimento da extradição.
A competência para a concessão de extradição no Brasil permeia entre o Executivo e o Judiciário.
Cabe ao STF analisar a legalidade do pedido de extradição, sem a análise do mérito.
Há uma grande divergência doutrinária acerca dessa análise, tendo em vista que parte da doutrina defende que a decisão do STF quanto a extradição, é vinculante; e a outra parte acredita que tal análise não vincula decisão do Presidente da República em conceder ou não a extradição. No caso Cesare Battisti predominou o segundo entendimento.
· ENTREGA
Diferentemente da extradição, a entrega é o ato realizado por um Estado de colocar uma pessoa à disposição do Tribunal Penal Internacional, conforme previsto em um tratado ou convenção ou direito interno, para ser julgada pela prática de crime internacional.
· ASILO E REFÚGIO
Asilo: é a proteção dada por um Estado a um indivíduo cuja vida, liberdade ou dignidade estejam ameaçadas pelas autoridades de outro Estado, normalmente por conta de perseguições de ordem política.
Pode ser territorial (quando o beneficiário é acolhido no território de um Estado) ou diplomático (acolhida na missão diplomática, navios de guerra, aeronaves e acampamentos militares).
O refúgio: é a acolhida a estrangeiro vítima de perseguições de caráter racial, religioso, social etc., onde não há relevância os motivos políticos .
Perseguição a grupos maiores. O tema é tratado no âmbito internacional pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados ( ACNUR).
· Estatuto da Igualdade Brasil-Portugal
Nasce com a assinatura da Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses, firmada em 1971. Mas já foi substituída pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre o Brasil e Portugal em 2001.
Fundamenta-se nas notórias afinidades históricas e culturais existentes entre os dois países.
Prevê que uma série de direitos e obrigações entre eles direitos políticos, ingresso no serviço público, proteção diplomática, direito de não ser extraditado, salvo a pedido do Estado de origem etc. 
· HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Uma decisão judicial pode gerar efeitos em outros Estados.
A eficácia dessa decisão em território estrangeiro está condicionada, fundamentalmente, ao consentimento do Estado em cujo território a sentença deva ser executada, que normalmente é materializado por meio da homologação.
A homologação de sentença estrangeira é o ato que permite que uma decisão judicial proferida em um Estado possa ser executada no território de outro ente estatal.
É conhecida também como “reconhecimento”, “ratificação” ou “execução” de sentença estrangeira.
Homologar a sentença estrangeira significa, torná-la semelhante a uma sentença aqui proferida.
Por meio dela a sentença passa a estar apta a gerar efeitos no país que a homologou, a homologação não cria eficácia interna para as sentenças estrangeiras, mas faz com que ela tenha os seus efeitos estendidos ao territóriodo Estado onde se pretende que ela opere, isso é importação de eficácia.
Com a possibilidade de homologação das sentenças estrangeiras as relações internacionais são facilitadas, pois dessa forma não é necessário ter de iniciar aqui um novo processo.
Mas essa homologação não é automática, dependendo essencialmente do cumprimento de exigências estabelecidas no ordenamento interno do estado ao qual é solicitada a homologação, se não houver tratado a respeito.
A homologação de sentenças estrangeiras obedece a critérios vinculados a métodos doutrinários, a exemplo dos seguintes:
Revisão do mérito da sentença; Revisão parcial do mérito; Reciprocidade diplomática; Reciprocidade de fato; Delibação (Brasil)
O órgão compete para homologar a sentença estrangeira é o Superior Tribunal de Justiça;
A execução da sentença estrangeira homologada pelo STJ é dos Juízes federais e far-se-á por carta de sentença extraída dos autos da homologação e obedecerá às regras estabelecidas para a execução da sentença nacional da mesma natureza.
Todas as decisões judiciais estrangeiras dependem de homologação para gerar efeitos no Brasil, inclusive aquelas de natureza cautelar. As decisões interlocutórias e os despachos de mero expediente não são homologáveis.
Caberá ao STJ verificar se a sentença estrangeira se coaduna com os princípios básicos do nosso ordenamento, não se detendo ao exame de seu mérito, salvo para demonstração de eventual afronta à ordem pública, à soberania nacional e aos bons costumes.
O artigo 15 da LINDB apresenta alguns dos requisitos para a homologação de sentença estrangeira, que são os seguintes: 
haver sido proferida por juiz competente; terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; ter passado em julgado; estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; Estar traduzida por intérprete autorizado; e Ter sido homologada pelo STJ.
A resolução nº 9 do STJ também acrescenta que a sentença estrangeira também deve estar autenticada pela autoridade consular brasileira e acompanhada de introdução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil.
A citação deve ser por carta rogatória, se a sentença deve ser homologada aqui e aqui estiver o brasileiro.
Só é permitida a citação por edital quando o requerido se encontra em local ignorado, incerto ou inacessível.
A súmula 420 do STF, enfatiza que se pode homologar sentença estrangeira sem a prova que esta já transitou em julgado, mas há decisões do STJ que dispensam tal requisito.
Sentenças relativas a imóveis situados aqui no Brasil não são passíveis de homologação, nem que digam respeito a partilha, inventário de bens também aqui situados.
Não se homologa sentença estrangeira de formalização em consulado estrangeiro, no Brasil, de divórcio consensual de cônjuges estrangeiros, domiciliados no Brasil, pois a competência para tal é das autoridades brasileiras.
Com alteração feita pela lei 12.036, a LINDB, entendeu que o divórcio realizado no estrangeiro , se um ou ambos os cônjuges forme brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de um ano da data da sentença, salvo se, houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras.
Os laudos arbitrais estrangeiros também se incluem entre as decisões que deverão ser homologadas para produzir efeitos no Brasil, nos termos do artigo 35 da Lei 9.307/96.
Uma vez homologada a sentença estrangeira é considerada título executivo judicial.
As condições da ação de homologação, como matéria de natureza processual, obedecem à norma brasileira.
Admite-se tutela de urgência
A parte interessada tem 15 dias para contestar o pedido de homologação podendo a defesa alegar apenas a autenticidade dos documentos, a inteligência da decisão e observância dos requisitos estatuídos pela Resolução nº 9 do STJ.
Caso haja contestação, o processo será julgado pela Corte Especial, cabendo ao Relator os demais atos relativos ao andamento e à instrução do processo. O MP terá vistas dos autos pelo prazo de 10 dias, podendo impugnar a homologação.
Das decisões do Presidente sobre a homologação cabe agravo regimental.
O STF vem admitindo recurso extraordinário contra homologação de sentença estrangeira, quando existe interpretação de preceito constitucional em debate e à luz da permissão do artigo 102, III, da CF.
Em regra, só se homologam sentenças cíveis, mas uma sentença penal pode ser homologada para surtir efeitos civis.
A homologação também é regulada por tratados, com vistas a impedir que marcos legais muito diferentes na matéria acabem por criar entraves às relações internacionais.
No que tange aos tribunais internacionais, não há necessidade que as sentenças emanadas por eles sejam homologadas, pois sua natureza jurídica já é fundada no direito internacional.

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