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UNIDADE 4: EMPUXOS DE TERRA 4 – Empuxos de terra 4.1 – Introdução 4.2 – Teoria de Rankine 4.3 – Teoria de Coulumb 4.1 – Introdução QUAIS SÃO AS FORÇAS ENVOLVIDAS NUM MACIÇO DE TERRA ? σhτ σ - Sigma τ - Tal σv QUAIS SÃO AS FORÇAS ENVOLVIDAS NUM MACIÇO DE TERRA ? φ - Fi (Ângulo de atrito interno) c - Coesão QUAIS SÃO AS FORÇAS ENVOLVIDAS NUM MACIÇO DE TERRA ? 1 INTRODUÇÃO EMPUXOS DE TERRA As estruturas de contenção, como muros de arrimo, paredes de subsolos e cortinas, são comumente encontradas na engenharia de fundações, já que suportam taludes de terra. O planejamento e a construção dessas estruturas exigem um conhecimento amplo sobre forças laterais que atuam entre as estruturas de contenção e as massas de solo contidas. Essas forças laterais são provocadas pelo empuxo lateral da terra. A magnitude e a distribuição do empuxo lateral de terra dependem de muitos fatores, como: os parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo retido; a inclinação da superfície do aterro; a altura e a inclinação do muro de arrimo na interface muro-aterro; a natureza do movimento do muro sob o empuxo lateral; e a adesão do ângulo de atrito na interface parede-aterro. 1 INTRODUÇÃO As fotos acima demonstram ruína da estrutura devido a não consideração de empuxos de terra desequilibrados atuantes sobre a estrutura . Neste caso , pode ter ocorrido falha de execução e não falha de projeto. ABECE relata a importância da verificação dos esforços devidos aos empuxos desequilibrados, que podem chegar a valores significativos e necessitam de uma estrutura rígida para sua transferência aos elementos de fundação. 2 DEFINIÇÃO EMPUXOS DE TERRA Entende-se por empuxo de terra a ação horizontal produzida por um maciço de solo sobre as obras com ele em contato. A determinação do valor do empuxo de terra é fundamental para a análise e o projeto de obras como muros de arrimo, cortinas de estacas-prancha, construção de subsolos, encontro de pontes, etc. O valor do empuxo de terra, assim como a distribuição de tensões ao longo do elemento de contenção, depende da interação solo-elemento estrutural durante todas as fases da obra. O empuxo atuando sobre o elemento estrutural provoca deslocamentos horizontais que, por sua vez, alteram o valor e a distribuição do empuxo, ao longo das fases construtivas da obra. 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 1 - EMPUXO NO REPOUSO Se o muro AB for estático, ou seja, se ele não se movimentar nem para direita nem para a esquerda de sua posição inicial, a massa de solo apresentará um estado de erquilíbrio estático. Neste caso sh é chamado empuxo de terra em repouso. Figura 01 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 1 - EMPUXO NO REPOUSO O empuxo no repouso é definido pelas tensões horizontais, calculadas para condição de repouso. Neste caso para a condição de semi-espaço infinito horizontal, o empuxo é produto do coeficiente de empuxo lateral no repouso (ko) e da tensão efetiva vertical, acrescido da parcela da poropressão. ... Mecânica dos Solos 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 1 - EMPUXO NO REPOUSO O valor de k₀ depende de vários parâmetros geotécnicos do solo, dentre os quais pode-se citar: ângulo de atrito, índice de vazios, razão de pré-adensamento, etc.). A determinação do coeficiente de empuxo no repouso pode ser feita a partir ensaios de laboratório e ensaios de campo, teoria da elasticidade ou correlações empíricas. 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 1 - EMPUXO NO REPOUSO Para definir o coeficiente de empuxo de terra k₀ em repouso que mostra uma parede AB (figura 01) retendo um solo seco com peso específico de ɣ a uma profundidade ƶ. Tensão efetiva vertical:s₀ = ɣ.ƶ Tensão efetiva horizontal:sh = k₀.ɣ.ƶ Para solos granulares grossos, o coeficiente de empuxo de terra em repouso pode ser estimado usando a relação empírica:φ k₀ = 1 – sen φ Onde φ é o ângulo de atrito 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 2 - EMPUXO ATIVO Se o muro sem atrito rotacionar suficientemente sobre a base para uma posição de A´B uma massa de solo ABC´ adjacente ao muro atingirá um estado de equilíbrio plástico e se romperá deslizando para baixo sobre o plano BC´. Neste momento, a tensão efetiva horizontal, sh = sa será referido como empuxo ativo. Figura 02 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 2 - EMPUXO ATIVO Quando determinada estrutura é construída para suportar um maciço de solo, este exerce forças sobre as estruturas por isso são chamadas de natureza ativa. O solo “empurra’ a estrutura, que reage, tendendo a afastar-se do maciço. Figura 03 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 3 - EMPUXO PASSIVO Se o muro sem atrito rotacionar suficientemente sobre a base para uma posição de A”B uma massa de solo ABC” alcançará um estado de equilíbrio plástico e se romperá deslizando para baixo sobre o plano BC”. Neste momento, a tensão efetiva horizontal, sh = sp o chamado empuxo passivo. Figura 04 3 TIPOS DE EMPUXO Caso 3 - EMPUXO PASSIVO Ao contrário do caso anterior, é a estrutura que é empurrada contra o solo. A força exercida pela estrutura sobre o solo é de natureza passiva. Um caso típico deste tipo de interação solo-estrutura é o de fundações que transmitem ao maciço forças de elevada componente horizontal, como é o caso de pontes em arco. Figura 05 Em determinadas obras, a interação solo-estrutura pode englobar simultaneamente as duas categorias referidas. É o caso de representado por um muro-cais ancorado. As pressões do solo suportado imediatamente atrás da cortina são equilibradas pela força Ft de um tirante de aço amarrado em um ponto perto do topo da cortina e pelas pressões do solo em frente à cortina. 3 TIPOS DE EMPUXO Muro-cais ancorado – caso em que se desenvolvem pressões ativas e passivas. 3 TIPOS DE EMPUXO Figura 06 4 ESTADOS DE EQUILÍBRIO - ESTÁTICO Seja uma massa semi-infinita de solo seco, não coesivo, mostrada na Figura abaixo o elemento está sob condição geostática. e as tensões atuantes em uma parede vertical, imaginaria será calculada com base em: Figura 07 (1) 4 ESTADOS DE EQUILÍBRIO - ESTÁTICO Como não existem tensões cisalhantes, os planos vertical e horizontal são planos principais. Supondo que haja um deslocamento, haverá uma redução da tensão horizontal (sh), sem que a tensão vertical sofra qualquer variação. Se o deslocamento prosseguir, a tensão horizontal aumenta até que ocorra a condição de ruptura. Neste caso, diz-se que a região esta em equilíbrio plástico e sh atingirá seu limite inferior (condição ativa). 4 ESTADOS DE EQUILÍBRIO - PLÁSTICO O tipo de deslocamento afeta a forma da superfície de plastificação e conseqüentemente interfere na distribuição de tensões. A figura 10 (DISTRIBUIÇÃO DE EMPUXOS) mostra os diagramas de empuxo para o caso de solos não coesivos, para diferentes condições de deslocamento. Observa-se que sempre que a superfície for plana a distribuição também é linear. Para outros casos a distribuição de empuxos passa a ter a forma parabólica. 5 CONDIÇÕES DE DEFORMAÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE EMPUXOS: Deslocamento Figura 10 5 CONDIÇÕES DE DEFORMAÇÃO É importante observar, portanto, que para atingir os estados limites ativo e passivo é necessário haver deslocamento da estrutura. 5 CONDIÇÕES DE DEFORMAÇÃO o O que é empuxo? o Porque é importante a determinação do valor do empuxo? Empuxo passivo x Empuxo ativo 6 REVISÃO 4.2 – Teoria de Rankine 7.1. Hipóteses e Formulação Geral A expressão equilíbrio plástico no solo refere-se à condição na qual cada ponto na massa de solo está no limite de ruptura. De acordo com a teoria de Rankine, o deslocamento de uma parede irá desenvolver estados limites plásticos. No momento da ruptura surgem infinitos planos de ruptura e ocorre a plastificação de todo o maciço; 7 TEORIA DE RANKINE Em resumo, o método de Rankine (1857) considera o solo em estado de equilíbrio plástico e baseia-se nas seguintes hipóteses: - Solo isotrópico; - Solo homogêneo; - Superfície do terreno plana; - A ruptura ocorre em todos os pontos do maciço simultaneamente - A ruptura ocorre sob o estado planode deformação; - Muro perfeitamente liso (atrito solo-muro: (d = 0) os empuxos de terra atuam paralelamente à superfície do terreno -A parede da estrutura em contato com o solo é vertical. 7 TEORIA DE RANKINE No caso do afastamento da parede, haverá um acréscimo de sh, sem alteração de sv. Este processo tem um limite, que corresponde à situação para a qual o maciço entra em equilíbrio plástico. (s´ha). Neste caso, o solo terá atingido a de equilíbrio plástico. Nesta condição, a razão entre a tensão efetiva horizontal e a tensão efetiva vertical é definida pelo coeficiente de empuxo ativo, ka, ou seja: (1) 7 TEORIA DE RANKINE Com o deslocamento da parede de encontro ao maciço, se observará um acréscimo de tensão sh sem alteração de sv. Em determinado instante, a tensão horizontal se igualará a tensão vertical. Nos estágios seguintes, ocorre uma rotação das tensões principais. Com a continuidade do movimento, a tensão sh aumentará até que a razão sh/sv atinja o limite superior e, consequentemente, a ruptura. Neste caso, o solo terá a condição passiva de equilíbrio plástico. Nesta condição, a razão entre a tensão efetiva horizontal e a tensão efetiva vertical é definida pelo coeficiente de empuxo, Kp, ou seja: 7 TEORIA DE RANKINE (2) Equações da Teoria de Rankine 7 TEORIA DE RANKINE Tabela 2 Valores de K em função de φ A tabela acima indica valores de ka e kp para diferentes valores de ângulo de atrito. (kp = 1/ka). Observa-se que quanto maior o ângulo de atrito, maior o valor de kp e menor o valor de ka 7 TEORIA DE RANKINE a) Solo não coesivo (c = 0) 8 EMPUXO TOTAL Figura 12 Distribuição de empuxos (c = 0) Figura 12 8 EMPUXO TOTAL Admitindo-se agora, que a parede se desloque contra o terrapleno (Figura 12b). Para que se produza o deslizamento, o empuxo deverá ser maior do que o peso do terrapleno. Assim, a tensão principal maior será horizontal. Neste caso, valor do empuxo ativo Ep é igual a área do triângulo ABD e pode ser obtido pela expressão: Em ambos os casos, o ponto de aplicação do empuxo, caso o maciço seja homogêneo estará a uma profundidade de 2/3h. 8 EMPUXO TOTAL b) Solo coesivo (c ≠ 0) 8 EMPUXO TOTAL Distribuição de empuxos ativos (c 0) 8 EMPUXO TOTAL Figura 13 8 EMPUXO TOTAL Fig. 13 8 EMPUXO TOTAL Distribuição de Empuxos passivos (c 0) 2chKpc Figura 13 Figura 13 8 EMPUXO TOTAL 1) Um muro de arrimo tem 5,5m de altura, determine o empuxo em repouso por unidade de comprimento e a localização da resultante; (considere ɣ= 17,3kN/m³ , φ = 36° e c = 0) 2) Desenhe o diagrama para a parede de 6,5m de altura. Calcule o empuxo no estado ativo. Parâmetros do solo: φ = 10° , c´= 10,5kPa e ɣ= 17,52kN/m³. 9 EXERCÍCIOS 1) Dados: H = 5,5m ɣ= 17,3kN/m³ φ = 36° c = 0 9 EXERCÍCIOS 1) . 9 EXERCÍCIOS 1) . 9 EXERCÍCIOS 1) E se houvesse um aterro no pé do muro? 9 EXERCÍCIOS 1) . 9 EXERCÍCIOS 1) . 9 EXERCÍCIOS 33,3 1) . 9 EXERCÍCIOS 2) Desenhe o diagrama para a parede de 6,5m de altura. Calcule o empuxo no estado ativo. Parâmetros do solo: φ = 10° , c´= 10,5kPa e ɣ= 17,52kN/m³. 9 EXERCÍCIOS 2) Dados: H = 6,5m φ = 10° C = 10,5kPa e ɣ= 17,52kN/m³. 9 EXERCÍCIOS 2). 9 EXERCÍCIOS 2). 9 EXERCÍCIOS 2). 9 EXERCÍCIOS 2). 9 EXERCÍCIOS (c = 0) Se existe uma sobrecarga uniformemente distribuída, q, aplicada na superfície do terreno (Figura 14), a tensão vertical em qualquer ponto do maciço aumenta naturalmente de igual valor. Assim: 10 CASOS COM SOBRECARGA 10 CASOS COM SOBRECARGA Figura 14 – Aplicação do método de Rankine a casos com sobrecarga uniorme 10 CASOS COM SOBRECARGA a seguir 11 CASOS DE MACIÇOS ESTRATIFICADOS Aplicação do Método de Rankine a maciços estratificados Figura 15 Em muitos casos o aterro pode ser continuamente deslizante a um ângulo α com a horizontal. Em tais casos o empuxo ativo ou passivo de Rankine não são mais horizontais. Particularmente eles são inclinados a um ângulo α com a horizontal. Se o aterro está em um solo granular com ângulo de atrito de φ e c = 0. A linha de ação dos resultados age a uma distância de h/3 medida da parte inferior do muro. A tabela a seguir proporciona os valores de ka para diversas combinações de α e φ. 12 CASOS COM ATERRO INCLINADO 12 CASOS COM ATERRO INCLINADO c / ɣ.ƶ α φ = 15° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,5888 0,5504 0,5121 0,4353 -0,1785 -0,9459 0 kp 1,6984 1,7637 1,8287 1,959 3,0016 4,3048 5 ka 0,6069 0,5658 0,5252 0,4449 -0,1804 -0,9518 5 kp 1,6477 1,7156 1,7830 1,9169 2,9709 4,2782 10 ka 0,6738 0,6206 0,5707 0,4769 -0,1861 -0,9696 10 kp 1,4841 15641 1,6408 1,7882 2,8799 4,1993 15 ka 1,0000 0,7762 0,6834 0,5464 -0,1962 -1,0000 15 kp 1,0000 1,2506 1,3702 1,5608 2,7321 4,0718 α φ = 20° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,4903 0,4553 0,4203 0,3502 -0,2099 -0,9101 0 kp 2,0396 2,1110 2,1824 2,3252 3,4678 4,8959 5 ka 0,5015 0,465 0,4287 0,3565 -0,2119 -0,9155 5 kp 1,9940 2,0669 2,1396 2,2846 3,4353 4,8669 10 ka 0,5394 0,4974 0,4564 0,3767 -0,2180 -0,9320 10 kp 1,8539 1,9323 2,0097 2,1622 3,3392 4,7812 15 ka 0,6241 0,5666 0,5137 0,4165 -0,2287 -0,9599 15 kp 1,6024 1,6962 1,7856 1,9556 3,1831 4,6422 12 CASOS COM ATERRO INCLINADO c / ɣ.ƶ α φ = 25° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,4059 0,3740 0,3422 0,2784 -0,2312 -0,8683 0 kp 2,4639 2,5424 2,6209 2,7779 4,0336 5,6033 5 ka 0,4133 0,3805 0,3478 0,2826 -0,2332 -0,8733 5 kp 2,4195 2,4989 2,5782 2,7367 3,9986 5,5713 10 ka 0,4376 0,4015 0,3660 0,2960 -0,2394 -0,8884 10 kp 2,2854 2,368 2,4502 2,6135 3,8950 5,4765 15 ka 0,4860 0,4428 0,4011 0,3211 -0,2503 -0,9140 15 kp 2,0575 2,1474 2,2357 2,4090 3,7264 5,3228 α φ = 30° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,333 0,3045 0,2756 0,2179 -0,244 -0,8214 0 kp 3,0000 3,0866 3,1732 3,3464 4,7321 6,4641 5 ka 0,03385 0,3090 0,2795 0,2207 -0,2460 -0,8260 5 kp 2,9543 3,0416 3,1288 3,3030 4,6935 6,4282 10 ka 0,3549 0,3233 0,2919 0,2297 -0,2522 -0,8399 10 kp 2,8176 2,9370 2,9961 3,1737 4,5794 6,3218 15 ka 0,3861 0,3502 0,3150 0,2462 -0,2628 -0,8635 15 kp 2,5900 2,6836 2,7766 2,9608 4,3936 6,1489 1) Calcule pelo método de Rankine, o valor do empuxo sobre um muro de 6m de altura. Dados: Ø = 30° , ɣ= 1,6t/m³ e carga distribuida 2t/m². 13 EXERCÍCIOS 1) . 13 EXERCÍCIOS 1) . 13 EXERCÍCIOS 2) Plotar as distribuições de tensão horizontal, correspondentes a condição ativa e calcular o empuxo total. Considerar Ɣw = 9,81 kN/m³ 13 EXERCÍCIOS 2) . 13 EXERCÍCIOS 2) . 13 EXERCÍCIOS 3) Calcule o empuxo ativo de Rankine para o muro com talude inclinado. Dados: z = 6,1m, α = 5°, ɣ = 16,5kN/m³, φ = 20° e c´= 10 kN/m². 13 EXERCÍCIOS TABELA = 3) . 13 EXERCÍCIOS 3) tabela 13 EXERCÍCIOS c / ɣ.ƶ α φ = 15° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,5888 0,5504 0,5121 0,4353 -0,1785 -0,9459 0 kp 1,6984 1,7637 1,8287 1,959 3,0016 4,3048 5 ka 0,6069 0,5658 0,5252 0,4449 -0,1804 -0,9518 5 kp 1,6477 1,7156 1,7830 1,9169 2,9709 4,2782 10 ka 0,6738 0,6206 0,5707 0,4769 -0,1861 -0,9696 10 kp 1,4841 15641 1,6408 1,7882 2,8799 4,1993 15 ka 1,0000 0,7762 0,6834 0,5464 -0,1962 -1,0000 15 kp 1,0000 1,2506 1,3702 1,5608 2,7321 4,0718 α φ = 20° 0,0 0,025 0,05 0,1 0,5 1,0 0 ka 0,4903 0,4553 0,4203 0,3502 -0,2099 -0,9101 0 kp 2,0396 2,1110 2,1824 2,3252 3,4678 4,8959 5 ka 0,5015 0,465 0,4287 0,3565 -0,2119 -0,9155 5 kp 1,9940 2,0669 2,1396 2,2846 3,4353 4,8669 10 ka 0,5394 0,4974 0,4564 0,3767 -0,2180 -0,9320 10 kp 1,8539 1,9323 2,0097 2,1622 3,3392 4,7812 15 ka 0,6241 0,5666 0,5137 0,4165 -0,2287 -0,9599 15 kp 1,6024 1,6962 1,7856 1,9556 3,1831 4,6422 4.3 – Teoria de Coulumb Teoria de Coulumb (1776) 1.1 Influência do Atrito Solo-Muro A hipótese de não haver atrito entre o solo e o muro, adotada pela teoria de Rankine, raramente ocorre na pratica. Com o deslocamento do muro, a cunha de solo também se desloca, criando tensões cisalhantes entre o solo e o muro. No caso ativo, o peso da cunha de solo causa empuxo no muro e este será resistido pelo atrito ao longo do contato solo-muroe pela resistência do solo ao longo da superfície de ruptura. Com isso, ocorre uma redução no valor do empuxo se considerada a condição em repouso. No caso passivo, ocorre o processo inverso. 1 INTRODUÇÃO Tensões cisalhantes Haverá, portanto rotação das tensões principais, que antes atuavam nas direções vertical e horizontal (Figura 16A). Adicionalmente, a superfície de ruptura passa a ser curva, como mostra a Figura 16B. Nesta figura, observa-se que a curvatura é mais acentuada para situação passiva. 1 INTRODUÇÃO Figura 16 A Figura 16 B 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL A teoria de Coulomb de empuxo de terra baseia-se na teoria de equilíbrio limite; isto é, na existência de uma superfície de ruptura, e, ao contrário da teoria de Rankine, admite a existência de atrito solo – muro. Em resumo são consideradas as seguintes hipóteses: Solo homogêneo e isotrópico; A ruptura ocorre sob o estado plano de deformação; Pode existir atrito solo-muro, isto é, em qualquer ponto da parede haverá a mobilização de resistência ao cisalhamento por unidade de área. Isotropia é a propriedade que caracteriza as substâncias que possuem as mesmas propriedades físicas independentemente da direção considerada. 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL - Uma pequena deformação da parede é suficiente para mobilizar estado limite. - Adota condição de equilíbrio limite: *A resistência ao cisalhamento é mobilizada instantaneamente; * estado plástico desenvolve-se numa cunha (como um bloco rígido) O método de Coulomb envolve a consideração da estabilidade de cunha de solo adjacente à parede que tende a destacar-se da massa de solo restante. Esta consideração é feita somente a partir do equilíbrio das forças atuantes na cunha de solo. Com isso verifica-se que o método não é exato pois não considera equilíbrio de momentos. 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL A superfície que define a cunha de empuxo é, em princípio, desconhecida. Desta forma, é necessário determinar, por tentativas, qual a superfície que corresponde ao valor limite do empuxo. No caso da inexistência de atrito solo-muro, o método de Coulomb fornece resultado idêntico a teoria de Rankine, para o caso de parede vertical e superfície do terrapleno horizontal. 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL A Figura a seguir esquematiza a aplicação do método de Coulomb para a determinação do empuxo ativo de um maciço de ângulo de atrito f’ e coesão nula, atuando sobre a parede AB, sendo d ângulo de atrito solo-paramento. Na cunha de solo ABC, atuam 3 forças: W, P e R. Polígono de forças 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL A força W engloba o peso do solo e de eventuais sobrecargas no terreno. Calculo do peso da cunha A solução de um problema de previsão do empuxo de terra e de deformação deve considerar as condições iniciais de tensões, a relação tensão-deformação do solo e as condições de contorno que descrevem a interação solo-estrutura. A solução deste problema é extremamente complexa, sendo utilizados, na prática, métodos simplificados. 2 HIPÓTESES E FORMULAÇÃO GERAL Fig. 22 7.3.1 3 EMPUXO ATIVO DE COULOMB A tabela a seguir proporciona a variação de Ka para diversos valores de α, φ, θ e δ. θ(graus) θ(graus) α (graus) φ (graus) α α (graus) φ (graus) α 0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25 0 28 0,3264 0,3629 0,4034 0,4490 0,5011 0,5616 10 28 0,3743 0,4187 0,4688 0,5261 0,5928 0,6719 29 0,3137 0,3502 0,3907 0,4363 0,4886 0,5492 29 0,3584 0,4026 0,4525 0,5096 0,5761 0,6549 30 0,3014 0,3379 0,3784 0,4241 0,4764 0,5371 30 0,3432 0,3872 0,4368 0,4936 0,5599 0,6385 31 0,2896 0,3260 0,3665 0,4121 0,4645 0,5253 31 0,3286 0,3723 0,4217 0,4782 0,5442 0,6225 32 0,2782 0,3145 0,3549 0,4005 0,4529 0,5137 32 0,3145 0,3580 0,4071 0,4633 0,5290 0,6071 33 0,2671 0,3033 0,3436 0,3892 0,4415 0,5025 33 0,3011 0,3442 0,3930 0,4489 0,5143 0,5920 34 0,2564 0,2925 0,3327 0,3782 0,4305 0,4915 34 0,2881 0,3309 0,3793 0,4350 0,5000 0,5775 35 0,2461 0,2820 0,3221 0,3675 0,4197 0,4807 35 0,2757 0,3181 0,3662 0,4215 0,4862 0,5633 36 0,2362 0,2718 0,3118 0,3571 0,4092 0,4702 36 0,2637 0,3058 0,3534 0,4084 0,4727 0,5495 37 0,2265 0,2620 0,3017 0,3469 0,3990 0,4599 37 0,2522 0,2938 0,3411 0,3957 0,4597 0,5361 38 0,2172 0,2524 0,2920 0,3370 0,3890 0,4498 38 0,2412 0,2823 0,3292 0,3833 0,4470 0,5230 39 0,2081 0,2431 0,2825 0,3273 0,3792 0,4400 39 0,2305 0,2712 0,3176 0,3714 0,4346 0,5103 40 0,1994 0,2341 0,2732 0,3179 0,3696 0,4304 40 0,2202 0,2604 0,3064 0,3597 0,4226 0,4979 41 0,1909 0,2253 0,2642 0,3087 0,3602 0,4209 41 0,2103 0,2500 0,2956 0,3484 0,4109 0,4858 42 0,1828 0,2168 0,2554 0,2997 0,3511 0,4117 42 0,2007 0,2400 0,2850 0,3375 0,3995 0,4740 5 28 0,3477 0,3879 0,4327 0,4837 0,5425 0,6115 15 28 0,4095 0,4594 0,5159 0,5812 0,6579 0,7498 29 0,3337 0,3737 0,4185 0,4694 0,5282 0,5972 29 0,3908 0,4402 0,4964 0,5611 0,6373 0,7284 30 0,3202 0,3601 0,4048 0,4556 0,5144 0,5833 30 0,3730 0,4220 0,4777 0,5419 0,6175 0,7080 31 0,3072 0,3470 0,3915 0,4422 0,5009 0,5698 31 0,3560 0,4046 0,4598 0,5235 0,5985 0,6884 32 0,2946 0,3342 0,3787 0,4292 0,4878 0,5566 32 0,3398 0,3880 0,4427 0,5059 0,5803 0,6695 33 0,2825 0,3219 0,3662 0,4166 0,4750 0,5437 33 0,3244 0,3721 0,4262 0,4889 0,5627 0,6513 34 0,2709 0,3101 0,3541 0,4043 0,4626 0,5312 34 0,3097 0,3568 0,4105 0,4726 0,5458 0,6338 35 0,2596 0,2986 0,3424 0,3924 0,4505 0,5190 35 0,2956 0,3422 0,3953 0,4569 0,5295 0,6168 36 0,2488 0,2874 0,3310 0,3808 0,4387 0,5070 36 0,2821 0,3282 0,3807 0,4417 0,5138 0,6004 37 0,2383 0,2767 0,3199 0,3695 0,4272 0,4954 37 0,2692 0,3147 0,6667 0,4271 0,4985 0,5846 38 0,2282 0,2662 0,3092 0,3585 0,4160 0,4840 38 0,2569 0,3017 0,3401 0,4130 0,4838 0,5692 39 0,2185 0,2561 0,2988 0,3478 0,4050 0,4729 39 0,2450 0,2893 0,3275 0,3993 0,4695 0,5543 40 0,2090 0,2463 0,2887 0,3374 0,3944 0,4620 40 0,2336 0,2773 0,3153 0,3861 0,4557 0,5399 41 0,1999 0,2368 0,2788 0,3273 0,3840 0,4514 41 0,2227 0,2657 0,3035 0,3733 0,4423 0,5258 42 0,1911 0,2276 0,2693 0,3174 0,3738 0,4410 42 0,2122 0,2546 0,5844 0,3609 0,4293 0,5122 EXERCÍCIOS 1) Sobre um muro são dados: α = 10°, Ɵ = 5°, h = 4m e ɣ = 15kN/m³. O ângulo de atrito do solo é Ø = 30°. Estime o empuxo ativo por Coulomb por unidade de comprimento. EXERCÍCIOS 2) Um muro de arrimo de 4,6m de altura com um aterro solo de ɣ = 15,7kN/m³, ângulo de atrito do solo é Ø = 35°, Ɵ = 5° e α=0°. Determine o empuxo por unidade de comprimento do muro. EXERCÍCIOS EXTRA Plotar a distribuição de tensão horizontal, correspondentes a condição ativa e calcular o empuxo total de Rankine. Considerar Ɣw = 9,81 kN/m³. EXERCÍCIOS EXTRA EXERCÍCIOS EXTRA
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