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Pratica simulada 3 caso 8

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Caso Concreto 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA XX DO ESTADO XX. 
 
 
 
 Processo nº
MATEUS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe movido pelo MINISTÉRIO PÚBLICO vem, por seu advogado constituído conforme procuração em anexo, vem à presença de Vossa Excelência respeitosamente apresentar : 
 
RESPOSTA DO RÉU 
 Com base no artigo 396 do CPP pelos fatos expostos: 
 
 DOS FATOS
 Ministério Público ofereceu denúncia em face do acusado, 
imputando-lhe o crime de ESTUPRO disposto no artigo 213, do Código Penal, Por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. 
 
 Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi 
narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2010, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol.
 Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com 
Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. 
 
 Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de 
grave ameaça para constranger a vítima com ele manter conjunção carnal, o 
Denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
 É importante ressaltar que o Denunciado informou que a vítima era sua namorada e que já namoravam a algum tempo, sendo de conhecimento de seus familiares e que não há prova alguma de que sua namorada tinha alguma debilidade mental. 
 
 Ademais, as provas constantes no inquérito, não são suficientes para ensejar a persecução penal e a defesa apresentará as provas de inocência do acusado.
 DO DIREITO 
 
 Os fatos acima narrados revelam sem qualquer sombra de dúvidas 
que o Acusado é inocente. 
 
 Eis que a conduta descrita no artigo 213 do CP, constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça a ter conjunção carnal ou praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro ao libidinoso não foi praticado pelo 
Acusado, uma vez que este é namorado da vítima.
 Entende-se por erro de tipo aquele que recai sobre algum elemento constitutivo do Tipo Penal. Quando o agente está em falsa representação da realidade, não é possível imputar-lhe dolo de tipo – vonta de livre e consciente de praticar a infração – já que o autor do delito não tem consciência parcial ou nula das características e efeitos dos seus atos.
 No caso em tela o erro é inevitável, levando em consideração as circunstâncias em que se encontravam os sujeitos ao tempo da
ação, afasta -se dolo e culpa. 
 
 Não há outra solução se não a absolvição do réu com base no artigo 386 inciso 3 CPP. 
1. Conforme a Doutrina 
Crime complexo: o estupro é crime complexo, ou seja, ele é formado pela fusão de mais de um delito. Contudo, aquele que, mediante violência ou grave ameaça, força alguém à prática de ato sexual, pratica um único crime: o de estupro (art. 213 do CP). Nos crimes complexos, há a pluralidade de bens jurídicos tutelados, o que não ocorre nos crimes simples, que protegem um único bem (ex.: no homicídio, o bem jurídico é a vida). Nesse sentido, Cleber Masson, em seu “CP Comentado”:
“O estupro constitui-se um crime complexo em sentido amplo. Nada mais é do que o constrangimento ilegal voltado para uma finalidade específica, consistente em conjunção carnal ou outro ato libidinoso”.
2. Segundo a Jurisprudência 
0000367-43.2017.8.19.0060 – APELAÇÃO
	1ª Ementa
	Des(a). LUIZ FERNANDO DE ANDRADE PINTO - Julgamento: 05/02/2020 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ALEGAÇÃO DE FALSA IMPUTAÇÃO DE CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL. ABSOLVIÇÃO DO AUTOR NO PROCESSO CRIMINAL POR AUSÊNCIA DE PROVA SUFICIENTE PARA A CONDENAÇÃO. ABSOLVIÇÃO NA ESFERA PENAL QUE, POR SI SÓ, NÃO INDUZ O RECONHECIMENTO DA IMPROPRIEDADE DA REPRESENTAÇÃO OU ACUSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO DOLO OU MÁ-FÉ DA INFORMANTE. AUSÊNCIA DE PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO ALEGADO. ART. 373, I DO CPC/2015. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. AUSENTE PROVA DA CONDUTA ILÍCITA, NÃO HÁ QUE SE FALAR NO DEVER DE INDENIZAR. IMPROCEDÊNCIA QUE SE IMPÕE. 1. "(...) O STJ pacificou entendimento de que a apresentação de notícia-crime constitui, em regra, exercício regular de direito e, portanto, não sujeita o denunciante à responsabilização por danos materiais e morais sofridos pelo acusado, exceto nas hipóteses em que a má-fé ou culpa grave do delator contribuir para a imputação de crime não praticado pelo acusado. (...)". (EDcl no REsp 914.336/MS, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, julgado em 16/03/2010, DJe 29/03/2010); 2. "Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (...)" (Código de Processo Civil); 3. In casu, alega o autor a falsa imputação de crime de estupro de vulnerável pela ré, que resultou em processo criminal, tendo sido absolvido por falta de provas; 4. Eventual responsabilidade que, no caso em tela, é subjetiva, ou seja, exige a comprovação de conduta ilícita (ação ou omissão), culpa do agente, existência de dano, além do nexo de causalidade entre a conduta e o dano; 5. Conjunto probatório dos autos que não comprova a má-fé, propósito prejudicial ou notório conhecimento do fato ser infundado por parte da ré. Improcedência que se impõe; 6. Recurso provido.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 05/02/2020 - Data de Publicação: 06/02/2020 (*)
 DOS PEDIDOS 
 
Consoante o exposto, a defesa pleiteia: 
1- A absolvição sumária do acusado. 
2- A oitiva das testemunhas abaixo, sob pena das cominações 
Legais
 Rol de testemunhas. 
 Ficam indicadas as seguintes testemunhas a serem notificadas 
para prestarem depoimentos na audiência de instrução e julgamento: 
1- Qualificação da testemunha; 
2- Qualificação da testemunha. 
 Nestes Termos 
 Pede Deferimento 
 Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2015. 
 Advogado 
 OAB/RJ 
Caso Concreto 4
EXCELENTÍS SIM O SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA
CRIMINAL DA COMARCA CURITIBA - PR. 
 
 P R OC Nº: __________
 JORGE, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., nos 
autos do processo-crime, que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL com fulcro no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS pelos motivos de fato e de Direito a seguir expostos:
 I - DOS FATOS 
 
 Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos,conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação.
 Realizadas as diligências requeridas conforme possibilita
o art. 404, parágrafo único do CPP, concedeu-se às partes
prazo para apresentar alegações finais, por memoriais.
Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a
condenação do réu nos termos propostos na exordial.
Contudo, esta tese não deve prevalecer. Senão, vejamos:
 II – DO DIREITO 
 
 Das Preliminares: 
 O REU, conheceu a autora num bar, onde se pressupõe que Apenas adultos poderia frequentar, de qualquer forma a 
Aparênciada autora, em nada se compara com uma menor, com Auxílio de maquiagem e roupas que não condizem com pessoas da idade da autora, e também por conta do horário
a que se deu os fatos, ou seja, passou a noite entrando no outro dia, nada mais que justo, o réu confundir-se com pessoa adulta, pois até sua atitude firme e consciente em manter tal relação com o acusado afastaria qualquer viés de 
Vulnerabilidade possível por parte da autora.
 Neste sentido temos a teoria do erro de tipo, o agente não sabe o que faz, mas sabe que a conduta é tida como crime, e, se conhecesse a realidade, não praticaria o ato. Ainda temos a relativização da vulnerabilidade da autora que na doutrina sustenta que a vulnerabilidade pode ser relativizada, quando as circunstâncias do caso concreto indicarem que não houve violação (ou ameaça de lesão) ao bem jurídico tutelado – a dignidade sexual da vítima, aplicando -se, portanto, o princípio da ofensividade e da lesividade.
 Para essa doutrina, circunstâncias como a maturidade
da vítima, seu consentimento, sua experiência sexual anterior ou mesmo sua promiscuidade ou prostituição poderiam relativizar a vulnerabilidade. Como também poderia relativizar a vulnerabilidade a prática de relações sexuais ou atos libidinosos decorrentes de relacionamentos amorosos entre o agente e a vítima, aqui se valendo do princípio da adequação social, pois no mundo atual os jovens iniciam seus relacionamentos de forma cada vez mais precoce. Defensor da possibilidade de relativização:
 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, 4: parte especial, 7. ed., São Paulo: Saraiva, 2013, p. 100.
 1. Conforme a Jurisprudência 
 0034087-16.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO
	1ª Ementa
	Des(a). ALCIDES DA FONSECA NETO - Julgamento: 05/02/2020 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. MUNICÍPIO DE MACAÉ. ADOLESCENTE EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. OBRIGAÇÃO DO ENTE MUNICIPAL DE INCLUSÃO DO MENOR EM PROGRAMA OFICIAL DE APOIO. APLICAÇÃO DE MEDIDA PROTETIVA. ARTIGO 101 DA LEI 8.069/90. APROVAÇÃO NO PROCESSO SELETIVO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS OFERECIDAS. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. Irresignação manifestada pelo Município de Macaé contra a decisão de primeiro grau que o obrigou a incluir o adolescente Marcelo no projeto social Nova Vida, com a finalidade de promover a melhoria de suas condições sociais e prevenir violações de seus direitos, que não comporta acolhimento. Artigo 227 da Constituição da República que prevê, como dever da família, da sociedade e do Estado, com absoluta prioridade, a garantia a crianças, adolescentes e jovens do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Estatuto da Criança e do Adolescente, a seu turno, que estabelece medidas de proteção a serem aplicadas a crianças e adolescentes que tenham seus direitos ameaçados ou efetivamente violados em decorrência de ação ou omissão da sociedade ou do Estado e, ainda, por falta, omissão ou abuso por parte dos pais ou responsáveis. E, ainda, que a plena efetivação dos direitos assegurados às crianças e a adolescentes é de responsabilidade primária e solidária das três esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais. In casu, verifica-se que o adolescente Marcelo enfrentou, desde a infância, grandes dificuldades para o seu pleno desenvolvimento, já que sempre viveu em condições precárias, de extrema pobreza, de modo que lhe falta até mesmo, em alguns momentos, alimentação, além do que o pai é dependente químico, a mãe demonstra pouca assiduidade nos cuidados com a casa e com os filhos, e, como se tudo não bastasse, tem um irmão envolvido com o tráfico de drogas na região. No entanto, a despeito de todas as condições adversas, o adolescente busca um caminho diferente daquele trilhado por sua família, de modo que está devidamente matriculado em instituição de ensino e atua até mesmo como voluntário em atividades sociais promovidas pelo tio. Adolescente, na situação em que se encontra, que, efetivamente, tem seus direitos ameaçados e violados, de maneira que faz jus às medidas de proteção à criança e ao adolescente. Município de Macaé que, a seu turno, criou o programa social Nova Vida que tem por base o atendimento de 500 adolescentes na faixa etária de 14 a 17 anos de idade, oriundos de família de baixa renda, de modo a integrá-los em atividades de trabalho educativo, de modo que, por processo seletivo, convocou 386 adolescentes. Importante frisar que Marcelo classificou-se dentro do número de vagas oferecidas; contudo não foi convocado. Nesse contexto, ainda que o agravante tenha criado o processo seletivo para incluir os adolescentes no Projeto Nova Vida, tendo em conta a impossibilidade de fornecer a todos, indistintamente, a oportunidade, é importante registrar que é sua obrigação adotar medidas como a do projeto aqui mencionado a fim de promover e efetivar os direitos de todas as crianças e dos adolescentes residentes no município, sobretudo àqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade, como é o caso do agravado, de modo que não há como ser acolhido o seu argumento de violação do princípio da isonomia. Presença inequívoca dos pressupostos do artigo 300 do Código de Processo Civil de 2015, de forma que inviável o afastamento do dever do município de incluir o adolescente no programa Nova Vida, como determinado pelo magistrado de primeiro grau, razão por que a decisão agravada deve ser integralmente mantida. CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DO RECURSO.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 05/02/2020 - Data de Publicação: 07/02/2020 (*)
 2. segundo a Doutrina 
 Agravo Interno na Apelação Cível – Preliminar de não conhecimento do recurso em razão da ausência de dialeticidade – Rejeitada – Código de Defesa do Consumidor - Inaplicabilidade – Critério do Consumidor Final – Recurso a que se nega provimento. […] 2 - A priori, não somente as pessoas físicas, como também as jurídicas, podem figurar como consumidoras em uma relação comercial e, portanto, desfrutar da proteção regulamentada pela Lei n. 8.078⁄90, devendo o intérprete, ao proceder a tal identificação, atentarse à dicção do artigo 2º do mencionado diploma, que nos mostra como aspecto caracterizador de consumidor a sua posição como destinatário final do objeto negocial. 3 - Deste modo, tem-se que para que o consumidor seja considerado destinatário econômico final, o produto ou o serviço não pode guardar qualquer relação, direta ou indireta, com a atividade econômica por ele exercida, devendo, assim, ser utilizado para o atendimento de uma necessidade própria, pessoal do consumidor, o que não fora demonstrado no caso em comento. 4 - Importante ressaltar ainda que a doutrina tem convergido no sentido de que há a possibilidade de a pessoa jurídica, mesmo não sendo a destinatária final do produto ou serviço adquirido, receber a proteção das normas inseridas no CDC quando provar, no concretude do caso, a sua situação de vulnerabilidade frente ao fornecedor. 5 - Assim, percebe-se que a agravante não demonstrou a existência do estado de vulnerabilidade que pudesse ensejar à aplicação do Código de Defesa do Consumidor. 6 - Recurso a que se rejeita a preliminar e no mérito, nega-se provimento. (grifo nosso) (ESPÍRITO SANTO, 2010).
 Do mérito 
Caso a preliminar seja vencida, no mérito não merece igual 
apreciação pois, na compulsão dos autos, verificasse que a 
autora desejava a relação tanto que foi consentida e o réu 
não dispunha de meio suficiente para ter certeza da idade 
da autora, neste caso devendo ser suscitado o erro de 
tipo,que afasta a tipicidade, pois este e um caso atípico, devendo o reu ser absolvido sumariamente.
Pro cesso 
APR 10 456060 4 96 985001 MG 
Org ão Julg ado r 
Câmaras Criminais / 5 ª CÂMARA CRIMINAL 
Pu b licação 
10/03/2014 
Julgament o 
25 de Fevereiro de 2014 
Relat o r 
Pedro Vergara 
Ement a 
Ementa Oficial: PENAL - ESTUPRO - ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE - DESCONHECIMENTO DA IDADEDA 
VÍTIMA - ERRO DE TIPO - ARTIGO 20 DO CÓDIGO PENAL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO . 
1 . Impõe-se a absolvição quando o apelante pratica a ação típica incorrendo em erro sobre circunstância elementar, o que afasta a tipicidade da conduta. 
2 . O error aetatis afasta o dolo e consequente mente a adequação típica da conduta. 
3 . Recurso próvido
 DO PEDIDO
1. Preliminarmente que se já acolhida, e de clara a inocência do réu.
2. Na hipótese de rejeição da preliminar, quanto ao mérito se requer
absolvição sumaria com fundamento legal no artigo 386 do CPP;
 Local e data.
 _________________
 
 OAB
	
	 
	
	 
Caso concreto 5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO …
 Processo nro. …
 Autor: Ministério Público Estadual
 Denunciado: Tício
 TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor.
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
 I - DO FATO
            Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite.
            Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo.
 II - DO DIREITO
           
            Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado.
           
            Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência:
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
(TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008)
            Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP.
 1.Conforme a Doutrina 
Aborto Qualificado
 Rogério Grecco ressalta que há no Código Penal uma impropriedade técnica, constante do artigo 127, quando anuncia: forma qualificada. Na verdade, percebe-se que no mencionado artigo não existem qualificadoras, mas, sim, causas especiais de aumento de pena, ou, majorantes. Dessa forma, somente no terceiro momento do critério trifásico de aplicação da pena, é que o julgador, verificada as lesões graves ou a morte da gestante, fará incidir o aumento de 1/3 ou mesmo duplicará a pena até então encontrada. Greco (2015)
 A majorante acima só se aplica ao terceiro que praticou o delito, não se estendendo à mulher, ainda que tenha consentido. A justificativa para tanto está em que se a mulher morre inexistirá o delito assim como se lhe acarreta lesões de natureza grave, vez que, a legislação penal brasileira não pune a autolesão. No caso de autoaborto, o partícipe, se houver, será punido a título de lesões corporais culposas ou homicídio culposo, segundo alguns doutrinadores, como Nelson Hungria e Heleno Fragoso, outros doutrinadores, como Magalhães Noronha e Julio Fabbrini Mirabete, entendem que o partícipe não responderá pela qualificadora, uma vez que não participou do ato da execução. Logo este preceito só se aplica aos artigos 125 e 126.
2. De acordo com a Jurisprudência 
0036499-59.2013.8.19.0054 – APELAÇÃO
	1ª Ementa
	Des(a). GABRIEL DE OLIVEIRA ZEFIRO - Julgamento: 10/02/2020 - DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ERRO MÉDICO. AUTORA QUE, APÓS SOFRER ABORTO RETIDO, PROCUROU O HOSPITAL RÉU PARA PROCEDIMENTO DE CURETAGEM, NO CURSO DO QUAL TEVE SEU ÚTERO PERFURADO, O QUE DEMANDOU NOVA INTERVENÇÃO CIRÚRGICA COM ABERTURA DO ABDÓMEN (LAPAROTOMIA EXPLORADORA). SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA QUE DEVE SER MANTIDA. PROVA PERICIAL ESCLARECEDORA A CONCLUIR QUE A COMPLICAÇÃO OCORRIDA É PREVISÍVEL E INDEPENDE DA CAPACIDADE TÉCNICA DO MÉDICO. PROVA ORAL A CORROBORAR AS CONCLUSÕES DO LAUDO NO SENTIDO DE QUE A PERFURAÇÃO DO ÚTERO DURANTE O PROCEDIMENTO DE CURETAGEM É UM DESDOBRAMENTO POSSÍVEL EM CERCA DE 16% DOS CASOS E NÃO SE TRADUZ EM IMPERÍCIA DO PROFISSIONAL QUE O REALIZA. QUESTÕES ACERCA DA INFERTILIDADE E ALTERAÇÕES MENSTRUAIS DA AUTORA QUE INDEPENDEM DA COMPLICAÇÃO HAVIDA E DA SEGUNDA CIRURGIA REALIZADA, PODENDO OCORRER COMO CONSEQUÊNCIA TARDIA EM QUALQUER PROCEDIMENTO DE CURETAGEM, MESMO SEM QUE TENHA HAVIDO PERFURAÇÃO UTERINA. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS QUE APONTEM PARA A FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES. PRECEDENTES DESTA CORTE A ABALIZAR O ENTENDIMENTO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS EM SEDE RECURSAL.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 10/02/2020 - Data de Publicação: 17/02/2020 (*)
 III - DO PEDIDO
    Ante o exposto, requer-se:
 A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP.
   Nestes termos, pede deferimento.Loca, data
 
 Nome advogado
 OAB/UF
 Caso concreto 6
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de _______ da Capital do Estado de ____.
 Processo nº: _________.
 ALBERTO, já qualificado nos autos às folhas (  ), vem por meio de seu advogado e procurador que a este subscreve, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de 
 LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
com fulcro no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal cumulado com artigo 310,inciso III, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:
 I- DOS FATOS
 O acusado encontra-se preso à disposição da justiça em virtude de prisão em flagrante pelos suposta pratica do delito previsto no artigo 155, § 4º do Código Penal, por supostamente ter participado do furto de um  automóvel, Fiat, tipo Uno. 
 Em razão da qualificadora de concurso de pessoa, a autoridade policial entendeu por bem não arbitrar fiança, determinando o recolhimento do acusado ao carcere e entregando-lhe nota de culpa, sendo a cópia dos autos de prisão em flagrante remetida para este juízo. 
 Ocorre que o acusado é pessoa de boa índole e mantém o sustento de sua família através de seu trabalho, possuindo residência fixa e não apresentando antecedentes criminais, sendo a primeira vez que se depara com uma situação como está. Ademais, o veículo foi encontrado em perfeito estado de conservação e devidamente estacionado na garagem, conforme autos de apreensão (  ), não tendo a vítima qualquer prejuízo financeiro.
 II - DO DIREITO
 A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser decretada quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o que não ocorreu no presente caso. 
 O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, conforme comprova documentos de folhas (  ), logo não há risco à ordem pública se posto em liberdade.
 Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.
Por fim, o requerente tem residência fixa na  __, nº___, bairro___, nesta comarca, e trabalhadora, conforme documentos em anexo (  ), portanto, não há risco à aplicação da lei penal.
 Assim, conforme lesiona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o parágrafo único, do artigo 321, do Código de  Processo Penal.
 Devendo ser concedido o pedido de liberdade provisória, pela ausência dos requisitos elencados no artigo 312 do Código Processo Penal, como forma de direito e de justiça. 
1. Conforme a doutrina 
 O furto simples, ou em seu tipo fundamental, encontra-se definido pelo artigo 155: subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Assim, o agente retira da vítima coisa qualquer. JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI afirma que na doutrina há três correntes sobre a tutela jurídica no delito de furto [02]. A primeira defende que a tutela é apenas em relação à propriedade da coisa. A segunda, que a tutela é apenas em relação à posse da coisa. E a terceira: a tutela jurídica se refere tanto à posse como à propriedade. Há ainda, a nosso ver, uma quarta corrente, a qual admite que a tutela jurídica abarca a posse, a propriedade e a detenção da coisa. BITENCOURT escreve que, além da posse e da propriedade da coisa, admite-se também "a própria detenção como objeto da tutela penal, na medida em que usá-lo, portá-lo ou simplesmente retê-lo representa um bem para o possuidor ou detentor da coisa [03]". A adoção de cada tese implicará principalmente no entendimento acerca da consumação do crime em estudo.
 Acolhemos a quarta corrente, e entendemos que o crime se consumará mediante a subtração e conseqüente posse, direta ou indireta, propriedade ou detenção da coisa. Há doutrina que afirma que a consumação se dará mediante a presença de dois elementos: subtração e posse mansa e tranqüila da coisa. Data maxima venia, discordamos integralmente da necessidade da tal posse mansa e tranqüila da coisa, o legislador foi bem claro ao dizer que o crime de furto se dá com a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel [04]. Note bem que as elementares estão bem claras: subtrair, coisa móvel alheia, para si ou para outrem; não faz o tipo penal qualquer outra exigência.
2. De acordo com a Jurisprudência 
0007947-21.2012.8.19.0054 – APELAÇÃO
	1ª Ementa
	Des(a). MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 04/02/2020 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	 APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DETRAN-RJ. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. VEÍCULO DE PROPRIEDADE DO AUTOR QUE FOI OBJETO DE FURTO, COM REGISTRO DE BOLETIM DE OCORRÊNCIA, TENDO SIDO LEILOADO PELO RÉU, SEM A SUA ANUÊNCIA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO INTERPOSTO PELA AUTARQUIA RÉ. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. REDUÇÃO DA QUANTIA INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS, EXCLUSÃO DA CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS À DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. DE OFÍCIO, DEVE SER MODIFICADA A FORMA DE INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA E DA CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE AS VERBAS INDENIZATÓRIAS DEVIDAS, CONFORME ENTENDIMENTO DA CORTE SUPERIOR EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. - Ausência da efetiva notificação prévia do Apelado acerca do leilão do veículo de sua propriedade, que lhe fora furtado dois anos antes, sendo lavrado o boletim de registro de ocorrência pela autoridade policial competente. Notificação enviada para o endereço errado do Recorrido. Não observância ao disposto no artigo 271 § 5º do CTB. - Redução da quantia indenizatória por danos materiais fixada pelo Juízo, considerando a prova documental produzida nos autos que indica o preço de mercado do automóvel Chevette, ano 1987, pela tabela FIPE. - Danos morais configurados. Transtornos que superam aqueles diários, frustrando o Apelado de reaver o seu automóvel. Quantia indenizatória fixada de forma razoável e proporcional às especificidades do caso, sem importar em enriquecimento ilícito da vítima. - Exclusão da condenação da Autarquia Estadual Apelante ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais à Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Confusão entre as figuras da Apelante e do Apelado, estando a matéria já pacificada pela compreensão da Súmula 421 do Superior Tribunal de Justiça. - De ofício, deve ser estabelecida a forma de incidência dos juros de mora e da correção monetária sobre a verba indenizatória por danos morais e materiais, considerando o determinado pela Corte Superior em sede de recurso repetitivo. - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DE OFÍCIO FICA ALTERADA A FORMA DE INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA SOBRE AS VERBAS INDENIZATÓRIAS.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 04/02/2020 - Data de Publicação: 05/02/2020 (*)
 III - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferida liberdade provisória sem fiança ao Requerente,  com a expedição de alvará de soltura. Assim, como a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, nos termos da lei.
 Nesses Termos, Pede Deferimento.
 Local, dia de mês de ano.
 ____________________
 
 Advogado
 OAB/UF nº 
Caso concreto 7
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA___ VARA DA 
 COMARCA DA CAPITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 MATHIAS, já qualificado nos autos do procedimento em epígrafe, vem, na 
presença de V. EX ª, através de seu advogado abaixo assinado na forma do 
artigo 5º LXV da Constituição Federal, o ferecer pedido de 
 
 
 RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE,
 
 
 I – DOS FATOS
 
 No dia 15/11 /2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo
automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX 0611, pela Av. Brasil,
na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por uma 
guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais constataram que o 
Matias dirigia veículo produto de crime. Desta maneira, Matias foi preso em 
flagrante delito pelos PM´s como incurso nas penas do art.180, do CP. 
 
 Já em sede policial, a Sra. Miranda, proprietária do veículo, 
reconheceu, em conformidade com o art. 226 do CPP, Matias como o autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13 /11 /2016 . 
 
 
 II – DO DIREITO 
 
 Todavia, a prisão deve ser imediatamente relaxada, tendo em vista que o 
CPP, em seu artigo 302, expressamente define quem se encontra em flagrante 
delito : 
 
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem : 
I - está cometendo a infração penal ;
II - acaba de cometê-la ;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração .
 
 
 
 Também dispõe art.5º, LXV, da Constituição Federal: 
 “A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária ”. 
 
 
 No caso em tela se faz mister o relaxamento da prisão em flagrante, pois 
nenhuma das quatro hip ó teses legais do artigo 302, do Código de Processo 
Penal se encontram presentes nesse caso, quais sejam: estar cometendo 
infração penal, acabá-la de cometê-la, ser perseguido, logo após, pela 
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer do povo, em situação que faça
presumir ser autor da infração, ou ser encontrado, logo após, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da 
infração penal. 
 
 A carta magna, em seu artigo 5º, inciso LVII, afirma que: “ ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.” 
 Somado a isso há o fato de que não foram cumpridas as formalidades 
essenciais elencadas no artigo 306, §1º do Código de Processo Penal, ou seja,
não foi remetida a lavratura e remessa do auto de prisão em flagrante ao juiz
competente no prazo de 24 horas. 
 
 Diante de todo o exposto, pede-se, o imediato relaxamento, pois é 
De notadamente ilegal a prisão, nos termos do art. 310, I, do Código de 
Processo Penal, uma vez que não se caracterizou a situação de flagrância nos 
termos do artigo 302, incisos I,II,III e IV,do Código de Processo Penal. 
 5. Segundo a Doutrina 
 O Supremo Tribunal Federal(RTJ 155/194) já entendeu que se a coisa subtraída saiu da esfera de vigilância da vítima, está consumado o roubo próprio, pois este fato e a posse tranquila do objeto roubado, ainda que por breve tempo, dão a tônica entre o roubo consumado e o roubo tentado. Para tanto, dizia Nelson Hungria8 que a doutrina clássica considerava que se após o emprego da violência pessoal não puder o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, executar a subtração, mesmo o ato de apreensão da coisa é simples tentativa. A consumação se dava com o deslocamento da coisa, mas de modo que esta se transfira para a posse exclusiva do ladrão.   Para Heleno Claudio Fraogos9 , a consumação do crime de roubo se daria, sempre, com a efetiva subtração. Haveria tentativa se a vítima resiste, impedindo a
subtração(RT 405/140). Para essa corrente, exige‐se a retirada da coisa da esfera de vigilância do proprietário ou possuidor. Nessa linha de pensar, veja‐se: Damásio de Jesus10, Magalhães Noronha,11 dentre outros.   Mas, corretamente, o mesmo Supremo Tribunal Federal bem entendeu que não é necessário que a coisa roubada haja saído da esfera de vigilância da vitima, bastando a fuga com o bem subtraído para caracterizar a existência de posse, pelo criminoso(RE 102.490, DJU de 16 de agosto de 1991, pág. 10.787; HC 69.292, DJU de 19 de junho de 1992, pág. 9.521).
6. De acordo com a Jurisprudência 
0031808-58.2018.8.19.0205 – APELAÇÃO
	1ª Ementa
	Des(a). CLEBER GHELFENSTEIN - Julgamento: 04/03/2020 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA DE SEGURO POR INVALIDEZ PERMANENTE E DANOS MORAIS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. APELO DA PARTE AUTORA. RELAÇÃO DE CONSUMO. AUTORA QUE ALEGA TER SOFRIDO UM ATROPELAMENTO, QUE TERIA CAUSADO A SUA INVALIDEZ PERMANENTE, ESTANDO TAL EVENTO SEGURADO PELA PARTE RÉ. COMPULSANDO OS AUTOS, EM ESPECIAL O CERTIFICADO DO SEGURO, OBSERVA-SE QUE A AUTORA PACTUOU COM A RÉ, SEGURO CONTRA ACIDENTES PESSOAIS, ONDE CONSTA A COBERTURA DE "INVALIDEZ DECORRENTE DE CRIME". SEGURADORA RÉ QUE JUNTOU AOS AUTOS O CERTIFICADO INDIVIDUAL DE SEGUROS E AS CONDIÇÕES GERAIS DO SEGURO, ONDE SE VERIFICA, NO ITEM 3.2, A ABRANGÊNCIA DA CLÁUSULA DE SEGURO POR INVALIDEZ PERMANENTE. BASTA UMA SIMPLES, PORÉM ACURADA LEITURA DA REFERIDA CLÁUSULA, PARA SE VERIFICAR QUE A INDENIZAÇÃO SOMENTE SERÁ DEVIDA EM CASO DE ACIDENTE PESSOAL DECORRENTE DE ROUBO, COAÇÃO OU SEQUESTRO PARA A UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE CRÉDITO. NA PRESENTE HIPÓTESE, A LESÃO DA AUTORA FOI DECORRENTE DE ATROPELAMENTO, QUANDO ATRAVESSAVA A RUA, NÃO HAVENDO QUALQUER RELAÇÃO COM O CARTÃO DE CRÉDITO. AUTORA QUE NÃO PRODUZIU PROVA DE QUE SUA SUPOSTA INVALIDEZ TERIA SIDO CAUSADA POR LESÃO DECORRENTE DE ROUBO, COAÇÃO OU SEQUESTRO PARA A UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE CRÉDITO, ÔNUS QUE LHE COMPETIA, NA FORMA DO DISPOSTO NO ARTIGO 373, INCISO I, DO CPC. ENTENDIMENTO DESTE E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA ACERCA DO TEMA. DESPROVIMENTO.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 04/03/2020 - Data de Publicação: 05/03/2020 (*)
 
 
 
 
 
 III – DO PEDIDO
 Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, uma vez provada a 
ilegalidade da prisão em flagrante, de terminar: 
 
 
 a) relaxamento da prisão expedindo-se o competente alvará de soltura 
em favor do requerente, por ser medida da mais salutar justiça; 
 
 b) Subsidiariamente, caso não seja este o entendimento deste Douto
Juízo, o que só se admite para argumentar, requer seja concedida liberdade 
provisória nos termos do artigo 350, caput, do CPP, por ser tratar de pessoa 
pobre nos termos da lei. 
 
 
 Por último, o Requerente se compromete a comparecer a todos os atos de 
persecução penal, ocasião que provará sua inocência.
Nesses termos, Pede deferimento. 
 Local e Data. 
 Nome do Advogado. 
 Número da OAB .
Caso 8
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DA ____ VARA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
 
 NOME DO ADVOGADO, nacionalidade, estado civil, profissão, OAB nº ______, com escritório no endereço ___________, nº _____, bairro _________, CEP: ___________, vem, com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e nos artigos 647 e 667 do Código de Processo Penal, perante Vossa Excelência, impetrar o presente 
 HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO
 Em favor do paciente MICHAEL DA SILVA, brasileiro, indicado como autoridade coatora o MM. JUIZ DA 22ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL, alegando o seguinte:
 I –DOS FATOS
 1. Michael da Silva foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no artigo 16, § único, inciso IV da Lei 10.826/03 e artigo 28 da lei 11.343/06.No auto de prisão em flagrante constavam os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão. 
 2. Michael fora preso em razão de uma notícia criminis realizada por sua mulher Angelina afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e isso a assustava.
 3. Diante da informação e com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram 3 (três) revólveres calibre 38 (trinta e oito) com a numeração raspada, em um armário dento do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína.
 4. Perguntado sobre a posse do material encontrado, Michael afirmou que adquiria as armas em Angra dos Reis, de um amigo, e quanto a maconha, disse que era para seu uso pessoal.
 5. O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negado pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, haja vista o preso possuir 03 revólveres com remuneração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirmou ser ele um homem agressivo.
 6. Não há anotações na folha de antecedentes de Michael.
 II – DO DIREITO
 7. Saliente-se que, conforme orientação doutrinária e jurisprudencial pacífica, não é fundamento suficiente para decretação de prisão preventiva o simples "clamor público" ou a "credibilidade da justiça"[23], nem a "repercussão nacional de certo episódio", nem o "sentimento de indignação da sociedade"[24]. Entretanto, quando essas circunstâncias estiverem conciliadas com o fumus comissi delicti e com o periculum libertatis, não há de se ter dúvida na decretação da prisão preventiva.
É o que se verifica, por exemplo, no voto do desembargador Canguçi de Almeida, relativamente ao “Caso Nardoni”, no julgamento do HC 993.08.044.581-8, de onde se extrai o seguinte trecho:
Trata-se de acontecimento que alcançou altíssima repercussão, até mesmo no âmbito internacional, não apenas da hediondez absurda do delito, como pelo fato de envolver membros de uma mesma família de boa condição social, que teriam dado trágico fim à vida de uma doce menina de cinco anos. Em razão de tudo isso, revoltou-se a população de toda uma cidade, que em manifestação coletiva [de] quase histerismo determinante até de interdições de ruas ou quarteirões, apenas não alcançou atingir fisicamente os pacientes porque oportunamente impedida pela eficiente atuação policial. A justiça penal, por isso, não pode ficar indiferente na prestação que lhe cobra o reclamo de toda uma nação.
8. Segundo a JURISPRUDÊNCIA:
0000682-29.2015.8.19.0032 – APELAÇÃO
	1ª Ementa
	Des(a). SÉRGIO NOGUEIRA DE AZEREDO - Julgamento: 02/03/2020 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	Apelação Cível. Ação Reparatória por Danos Morais. Direito Civil. Postulante que objetiva a compensação por lesões imateriais em razão de alegado erro judiciário na decretação de sua prisão preventiva, diante de posterior absolvição. Sentença de improcedência. Irresignação do Demandante. Art. 37, §6º, da Constituição da República, que viabiliza a responsabilização do Estado diante da prática de atos lesivos por seus agentes. Absolvição posterior do acusado que não caracteriza erro judiciário quando, no momento da aplicação da prisão cautelar, os requisitos para a determinação da medida estavam presentes. Prisão preventiva do Autor que foi decretada com base em depoimentos e diligências realizadas pela autoridade policial, por meio de decisão fundamentada proferida pelo Juízo competente, que apontou o preenchimento dos requisitos previstos pelo art. 312 do Código de Processo Penal (periculum in libertatis e fumus boni iuris). Ausência de qualquer elemento que indicasse a ocorrência de ilegalidade na prisão do Postulante. Atuação do Estado e de seus agentes que ocorreu dentro do estrito cumprimento do dever legal e no exercício regular de um direito, não ensejando a reparação pleiteada pelo Requerente. Precedentes desta Colenda Corte de Justiça. Incidência do disposto no art. 85, §11, do CPC, com observância do art. 98, §3º, do CPC. Conhecimento e desprovimento do recurso.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 02/03/2020 - Data de Publicação: 05/03/2020 (*)
 III –PEDIDO 
 Ante ao exposto espera respeitosamente de Vossa Excelência: 
 -O recebimento do presente ordem de Habeas Corpus.
II -A concessão da ordem em caráter liminar, uma vez que presentes seus requisitos restituindo imediatamente a liberdade de locomoção do paciente com a expedição do alvará de soltura.
III -No mérito a confirmação da liminar, sendo concedida a ordem mantendo-se em definitivo a liberdade do paciente.
 
 Nestes termos,
 
 Espera concessão da ordem.
 
 Rio de Janeiro, 10 de julho de 2016.
 IMPETRANTE

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