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UNIMEP: Universidade Metodista de Piracicaba - Campus Lins Curso: Direito Disciplina: Direitos humanos (Exposição crítica em seminário sobre violação dos direitos humanos na série “Olhos que Condenam”) Nome: Ana Letícia Bortolasse, Ana Caroline Favoretto, Igor Milani Miazzo, Alan Gonçalves de Oliveira, Luiz Carlos Rosa da Silva, Roseli Augusto Luiz Coelho, Flávio Alessandro Batista, Lucilene Professor: Melrian Tabachini LINS - SP 2019 Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 1 RESUMO DA HISTORIA No dia 19 de abril de 1989; bairro Harlem, um grupo de mais ou menos 30 garotos saíram à noite para se divertir, muitos deles nem se conheciam entres si, sendo eles afrodescendentes e hispânico, muitos desses adolescentes cometeram delitos leves como causar tumulto e perturbar alguns ciclistas, alguns deles se meteram em uma briga enquanto a maioria apenas testemunhava a mesma, não muito longe dali era cometido um crime realmente grave e cruel contra uma moça norte-americana Patrícia Meili (Trisha) branca, ao sair à noite para correr no Central Park., ela foi espancada, estuprada e deixada para morrer. Após várias denúncias de garotos negros “arruaçando” no Central Park os policiais abordaram os garotos que estavam nas imediações, pegaram uns 10 rapazes levando-os ao Distrito Policial. Na delegacia, os policiais mantiveram os garotos durante toda noite, até que na manhã seguinte a promotora (Linda Fairstein) que comandava a investigação do estupro de Trisa associa os garotos ao crime, Linda então reuniu a equipe de investigadores do distrito e foi incisiva para que tirassem informações/confissões dos garotos a todo custo então, cada equipe policial, forçou um a um dos garotos a confessar o crime de estupro. Os meninos foram interrogados durantes muitas horas sem comida, sem dormir, ameaçados, sob forte pressão psicológica e sem a presença dos pais. Os policiais usaram a estratégia de colocar uns contra os outros, dizendo aos garotos que os outros durante a investigação o acusavam, a maioria dos meninos nem se conheciam antes desse acontecimento. Diante da ameaça e da promessa de barganha os meninos se acusaram entre si e confessaram estar na sena do crime. A princípio os meninos interrogados foram Antron McCray (no caso de Antron, ele confessou sua participação após pedido de seu pai, que também foi coagido e ameaçado por um policial a fazê-lo) os outros garotos eram Kevin Richardson, Raymond Santana, Yusef Salaam. O quinto garoto Korey Wise que apenas acompanhava seu amigo Yusef foi introduzido na investigação após promotora Linda procurar Elizabeth Lederer, e esta dizer que os depoimentos estavam com muita discrepância nos detalhas, então resolveram prender Korey que era o único garoto com 16 anos, tortura-lo e ameaça-lo para que fizesse o que eles mandavam, assim, fizeram um roteiro para confissão de Korey bater com o depoimento dos demais meninos. Todos os meninos foram levados sob custodia, apenas Korey por ter 16 foi detido com adultos para esperar o julgamento. Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 2 EXPOSIÇÃO, UMA OPORTUNIDADE DE ASCENÇÃO? Nesse momento o caso se torna completamente exposto, onde a opinião pública sobre a inocência ou não dos meninos fomentam os jornais da cidade, os garotos entre 14 e 16 anos são chamados de monstros, estupradores, animais e linchados publicamente pelos jornais e noticiários, uma minoria negra protesta nas ruas defendendo a inocência dos meninos e denunciando o abuso da polícia, mas isso é ofuscado pela mídia quase que completamente contra os adolescentes negros. A promotora Linda vê nesse caso uma oportunidade de ascensão de sua carreira e ignora completamente a ausência completa de indícios que colocam qualquer um dos meninos na cena do crime, a procuradora Lederer, em um dado momento das investigações, especialmente sobre a inconsistência de qualquer relação entre o DNA do sêmen encontrado em uma meia no local do crime e o de qualquer dos acusados. Chegou Lederer a pedir a Fairstein que desista da acusação, mas foi repreendida acaloradamente pela mesma que, como mostra a série , insiste em que uma “oportunidade” em que todo o país as estava acompanhando não devia ser perdida. Envolvida pela expressa ganância de Fairstein e pela sua própria e, ainda, colocando seu personalismo acima das noções mais elementares de justiça, Lederer vai adiante e prossegue com o caso mesmo com clara noção da ausência de elementos probatórios em mãos da promotoria. Na época, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, era um magnata do mercado imobiliário e, apenas duas semanas após o fato, Trump pagou 85 mil dólares para publicar nos principais jornais da cidade, incluindo o New York Times, que os 5 jovens deveriam ser condenados à pena de morte: “Eu quero odiar esses assaltantes e assassinos. Eles devem ser forçados a sofrer e, quando matam, devem ser executados por seus crimes. Eles devem servir como exemplos para que os outros pensem muito antes de cometer um crime ou um ato de violência”. O JULGAMENTO O julgamento dos meninos foi completamente baseado na opinião pública, que era manipulada e cega pelo racismo, e em confissões de crianças sob tortura. Mesmo após os meninos negarem a veridicidade dos depoimentos e denunciarem o comportamento abusivo da polícia em manipular fatos e provas, em agir violentamente e com base em preconceito racial, nada mudou a direção em que as coisas estavam indo. O julgamento dos jovens dividiu- se em dois: o primeiro aconteceu em agosto de 1990 e juntou Yusef Salaam, Antron McCray Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 3 e Raymond Santana; o segundo desenrolou-se em dezembro com Kevin Richardson e Korey Wise Análises mostraram que o cabelo e sêmen encontrados no corpo da vítima pertenciam a um só homem. O teste de DNA deu negativo para os cinco detidos. Ainda assim, foram condenados, com a justificativa para a falta de evidencias que colocavam os meninos no local do crime sendo justificada pela suposição de que houvesse um sexto criminoso em liberdade. Ninguém se lembrou de associar o episódio a uma série de estupros que aterrorizava o Norte de Manhattan na época que coincidentemente eram investigados pelos mesmos detetives encarregados do caso da corredora. Ainda em 1990 foram julgados, condenados e encarcerados. Wise, que já tinha 16 anos, pegou pena de adulto. Os jornais os trataram por termos como “matilha de lobos”. O neologismo wilding, derivado do adjetivo wild (selvagem), foi usado depois do caso para designar atos de violência grupal. A LIBERDADE? Quando recuperaram a liberdade, os cinco do Central Park tinham sintomas de estresse pós-traumático. Um deles mudou de nome e cidade para recomeçar a vida. Yusef quer ser professor, mas é proibido. Raymond não consegue um emprego e acaba recorrendo ao tráfico de drogas. Kevin e Antron também tem suas vidas destroçadas. Como o barbeiro de Yusef comenta numa cena: “Quando eles pegam você, eles ficam com você”. Estavam eles realmente livres? Um retrato denso e contundente que examina não só os efeitos do racismo sistêmico, mas os efeitos de todos os tipos de privação de direitos, em pessoas negras americanas isso ecoa até hoje. A falta de dinheiro, que leva a advogados inadequados e mães incapazes de visitar seus filhos encarcerados em lugares distantes. A vida de medo e a vulnerabilidade que faz com que o pai de Antron McCray o encoraje a assinar a confissão. A impotência diante de uma autoridade que não se preocupa com você e nem se importa com você: “eles te prendem, te espancam e te matam, eu quero meu filho vivo, faça o jogo deles e confesse, eu quero te levar para casa”. A VERDADE Em 1989, Matias Reyes, autor da sériede estupros que aterrorizavam a cidade, foi preso. Não ocorreu à polícia naquela época comparar seu DNA com o material biológico Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 4 encontrado no corpo da corredora; pois estavam eles tão determinados a dar a esse crime um culpado que o fizeram a qualquer custo sem olhar para os lados. Em 2002, treze anos depois, Reyes confessou ter sido ele o autor do crime contra a corredora, disse ter agido sozinho. Só então Wise, que ainda estava preso, foi solto. Em 2014, o estado de Nova York pagou uma indenização de 41 milhões de dólares (cerca de 160 milhões de reais), mas existem coisas que o dinheiro não paga e não recompensa. Os condenados tinham na época entre 14 e 16 anos de idade, entraram na cadeia adolescentes e saíram de lá homens, alguns deles, como mostra o seriado, sofreram violência física e psicológica dentro do sistema prisional. Em uma entrevista recente, Yusef Salaam disse que Donald Trump foi responsável por atiçar a ira pública contra eles, o número do telefone e os endereços de todos os 5 jovens foram publicados nos jornais, criando um clima de terror coletivo. Depois de descoberta a verdade, durante uma coletiva de imprensa, quando perguntado sobre o caso trazido de volta pela minissérie, Donald Trump duvidou da inocência dos 5 ex condenados e falou que não pediria desculpas pelos artigos na imprensa pedindo pena de morte. Em entrevista a apresentadora Oprah Winfrey, eles disseram que a minissérie trouxe alívio e dor também. É o caso de Antron McCray, que falou como a condenação destruiu a sua relação com o pai. Para quem já assistiu, o pai de Antron fez com que seu filho confessasse o crime, acreditando que a polícia o liberaria. Quando perguntado se havia perdoado o pai, Antron respondeu: “Eu o odeio. Minha vida está arruinada”. QUALQUER SEMELHANCA É MERA COINCIDENCIA Entre a cor da pele e das grades olhos que condenam não é apenas baseado em uma história real. É também baseado em dois contextos presentes tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O primeiro contexto é o do racismo, mais declarado nos EUA e mais velado em nossa nação tupiniquim – mas não por isso deixar de estar presente. O negro é marginalizado, coisificado e imputado a um contexto de criminalidade onde todos os negros são vistos como ameaças. Korey chora no julgamento em Olhos que condenam Nessa história é clara a visão racista que ligou o crime aos jovens negros, pois escravocrata entende que o negro pensa e age como animal, sem compreender que a cultura negra é ancestral. Para os cinco do Central Park, o Harlem era suas margens e para a Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 5 promotora Linda, a corredora foi estuprada por negros que quiseram ultrapassar os limites da margem. Um segundo contexto fortemente aplicado na minissérie é o das prisões injustas. Quantos casos existem de pessoas que são presas injustamente porque não se investiga de forma concreta e objetiva? Recentemente tivemos um caso na cidade do Rio de Janeiro. Uma jovem foi confundida com sua irmã, que havia cometido alguns crimes. Ela então foi presa injustamente no lugar de sua irmã, sem nenhuma prova da autoria dos crimes. Pessoas sendo presas injustamente é uma triste realidade. Mas a ânsia por culpados e a pressão popular e midiática fazem com que a nossa justiça muitas vezes se torne totalmente injusta. Com viés totalmente racista, intolerante e com base no ódio, a fala da personagem mãe de Antron McCray destaca bem essa situação quando vendo as declarações de Trump na tv questiona para a amiga “ o que é ser negro?”, amiga responde “eu não sei, mas quando os brancos vão ter paz nesse pais” se referindo a palavras de Trump ao caso. É nítido que houve graves violação e afronta aos direitos humanos tanto quando a DUDH como da própria constituição. Os efeitos da condenação ficam evidentes na tela onde é dito que as cores do mundo real parecem muito mais reais quando vistas no cinema, feito o desconforto produzido no espectador ao ser confrontado com cenas de violência. Vemos a dificuldade dos meninos – agora, adultos – para encontrar emprego, os olhares que os condenam, os estereótipos criados naquele contexto social, a perda dos vínculos familiares e afetivos, a sensação de inferioridade e não pertencimento, para além de toda a carga de preconceitos dirigidos aos seus corpos – todos negros e “ex presidiários”. É avassalador, não se pode negar. Acontece aqui e acolá. A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM NOME DE PRECONCEITOS ARCAICOS Qualquer pessoa que assista à série é capaz de perceber o tamanho da força que o Estado canaliza no cidadão suspeito de ter cometido um crime: um grupo de policiais, um de acusadores, os membros do júri e o judiciário. Sem contar, claro, com uma imprensa que cobria o caso e formava a opinião pública, diariamente. Força aumenta, é verdade, haja vista o racismo estrutural à época – mas tão presente nos dias de hoje, A favor dos jovens suspeitos: seus defensores, tão somente. São estruturas desiguais. A proteção dos direitos e garantias fundamentais é primordial, diferente do que muitos pensam, quando afirmam “proteger o bandido”. Protege os “bandidos” e todas as pessoas que precisam de proteção. Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 6 O que pode se extrair dos direitos humanos violados: Dignidade da pessoa humana, Liberdade de ir e vir, igualdade entre todos, direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, Direito a não sofrer tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Igualdade perante a lei e proteção contra discriminação, Direito a recorrer para as jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei, A vedação a prisão, exilio e detenção arbitrarias, direito de que sua causa seja julgada por tribunal imparcial e independente, Presunção de inocência asseguradas ampla defesa e contraditório, Liberdade de pensamento, expressão e opinião sem ser perseguido por isso. No primeiro episódio da série, por exemplo, há graves violações a esses direitos: forçaram a confissão dos meninos mediante tortura; forjaram seus depoimentos pessoais; não garantiram a presença de advogados ou representantes legais durante os depoimentos; não preservaram o direito ao silêncio, entre outras agressões. Provas contaminadas, portanto, serviram de fundamento para a condenação de cinco jovens inocentes. Não se pune um crime, se é que podemos dizer assim, sendo tirânico, atropelando direitos, dando tapa na cara do suspeito para coagir sua confissão. Se de um lado temos a percepção da impunidade, do outro temos o punitivíssimo, o abuso de poder, igualmente negativos, perigosos. Muito mais do que causar indignação, “Olhos que Condenam” gera reflexões fundamentais, que podem nos tirar de uma posição confortável e fazer com que sejamos mais atentos a problemas que atingem outras pessoas e que, muitas vezes, podem ser encarados com desconfiança e até desprezo. Olhar para o outro e se colocar naquele lugar, ainda que não consigamos sentir tudo da mesma forma que a vítima daquele preconceito ou injustiça, é algo esclarecedor e essencial. É impossível ficar indiferente a “Olhos que Condenam”, uma história intensa e necessária sobre como a injustiça e o preconceito podem provocar efeitos devastadores sobre a vida das pessoas. E se, depois da minissérie, você tentar justificar ou minimizar os acontecimentos e atitudes que condenaram aqueles jovens, sinto dizer, mas você faz parte do problema. Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 7 DIREITOS VIOLADOS Comparativo dos direitos violados em relação a Constituição de 1988 e oTratado Universal dos Direitos Humanos: Art.10 - Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito á vida, à liberdade, á segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) Art. 2º - Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Art. 5º - I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, (...) Art. 3º - Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito á vida, á liberdade, á segurança e á propriedade, nos termos seguintes: (...) Art. 4º - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Art. 5º - II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. XLVII - não haverá penas: c) de trabalhos forçados: e) cruéis. Art. 5º - Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Art. 5º - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante Art. 6º - Todo homem tem direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 8 Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, á liberdade, à segurança e á propriedade, nos termos seguintes: (...) Art. 7º - Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos Termos desta Constituição, Art. 8º - Todo homem tem direito de receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela Art. 5º - XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei (...); XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: d) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito Art. 9º - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Art. 5º - LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei: LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião Art. 10 - Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Art. 5º - XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe dera lei, assegurados: d) a plenitude de defesa: b) o sigilo das votações: c) a soberania das votações: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida Trabalho de direiTos humanos com base na série “olhos que condenam” 9 Art. 11 - Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido assegurados todas as garantias necessárias a sua defesa. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Art. 5º - XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem pré via cominação legal: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu: Art. 12- Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques á sua honra e reputação. Todo homem tem direito á proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Art. 5º - X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação: XI - a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial: XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, (...) Pactos internacionais violados: Pacto internacional dos direitos civis e políticos, Convenção interamericana contra o racismo e discriminação racial e outras formas correlatas de intolerância Convenção interamericana contra todas as formas de discriminação e intolerância Convenção americana sobre direitos humanos Convenção sobre a criança (Adoptada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas em 20 de novembro de 1989 e ratificada por Portugal em 21 de setembro de 1990.) Convenção contra a tortura e outro tratamento ou penas Cruéis desumanos ou degradantes (Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984.)
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