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Os procedimentos convencionais do crânio - ANTROPOLOGIA DO CRÂNIO

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❖ A Antropologia e ́ a biologia comparativa dos 
grupos humanos, encarados do ponto de vista do 
sexo, da idade, da constituição e da raça” (Froes 
da Fonseca e Roquette Pinto, 1929, 1953)
❖ Craniometria, à realização e exame das 
medições antropométricas apenas das diversas 
partes do crânio, sempre visando estabelecer 
identidade quanto à constituição, ao sexo, à
raça e à idade do individuo.
❖ São determinados locais do crânio ósseo que se tomam 
como pontos de referência para seu estudo e medição.
❖ Os pontos craniométricos dividem-se, pela sua posição 
anatômica, em: 
• Pontos medianos ou impares, totalizando 16 pontos, 
• Pontos laterais ou pares, totalizando 24 pontos (12 X 2 ou 
12 pares).
Mulher Homem
Fronte mais vertical Fronte mais inclinada para trás
Glabela: Não-saliente; continuação 
do perfil frontonasal
Glabela e arco superciliares 
salientes
Articulação frontonasal curva Articulação frontonasal angulosa
Rebordos supraorbitários cortantes Rebordos supraorbitários rombos
Apófises mastoides Menos 
desenvolvidas. Quando o crânio e ́
colocado sobre um plano, ele 
apoia-se no maxilar e no occipital, 
com menor estabilidade
Apófises mastoides Proeminentes, 
servindo de pontos de apoio, 
tornando o crânio mais estável 
quando colocado sobre um plano.
Peso do crânio mais leve Peso do crânio mais pesado
Mulher Homem
Mandíbula Menos 
robusta, cristas de 
inserções 
musculares menos 
pronunciadas. 
Muito mais 
achatada (peso 
médio 63 g).
Mandíbula Mais 
robusta, com 
cristas de 
inserções 
musculares mais 
acentuadas. 
Muito arqueada 
(peso médio 80 g
Côndilos 
occipitais Curtos e 
largos.
Côndilos 
occipitais Longos 
e estreitos.
Apófises 
mastoides e 
estiloides Menores
Apófises 
mastoides e 
estiloides Maiores.
Feminino
Masculino
Depois da bacia, que, sem duvida, e ́ a melhor estrutura para se 
fazer diagnostico diferencial de sexo, o crânio ocupa o segundo 
lugar. Utilizando dados objetivos:
❖ INDICE DE BAUDOIN - Utiliza as dimensões dos côndilos 
occipitais.
INDICE SEXO DO CRÂNIO
> 55 FEMININO
ENTRE 50 E 55 CRÂNIO DE DETERMINAÇÃO 
DUVIDOSA
< 50 MASCULINO
❖ O ÍNDICE DOS DIÂMETROS DO FORAME MAGNO - obtido pela 
relação entre a sua largura e o seu comprimento máximo
INDICE SEXO DO CRÂNIO 
> 35 MASCULINO
ENTRE 30,5 E 30,0 PROVAVELMENTE MASCULINO
ENTRE 28,5 E 30,5 DETERMINAÇÃO DUVIDOSA
ENTRE 25,0 E 28,5 PROVAVELMENTE FEMININO
< 25 FEMININO
Segundo Simonin, nossa atenção será́ centrada nos caracteres 
étnicos do crânio, que podem ser calculados através de:
• Índices cranianos (formatos das normas cranianas): 
1. horizontal, 
2. sagital (vertical lateral ou perfil),
3. transversal (vertical posterior).
• índice facial superior 
• índice nasal 
• índice de prognatismo (do perfil facial ou angulo facial)
Existe um método matemático que permite o calculo da altura 
do individuo a partir das dimensões dos dentes. A 
fundamentação do método reside no fato de que existe 
proporcionalidade entre os diâmetros dos dentes e a altura do 
individuo.
Esse procedimento possibilita o calculo da altura nos casos de 
fragmentação ou esquartejamento, acidental ou criminal, dos 
cadáveres ou naqueles casos em que o odontologista dispõe de 
restos humanos nos quais foram preservadas as pecas dentarias. 
Esse índice apenas avalia a altura mais provável do individuo e 
não guarda nenhuma relação com a causa medica ou jurídica 
da morte.
No individuo adulto, o estudo dos dentes permite verificar 
modificações que sofrem e que podem ser de utilidade para a 
determinação da idade do individuo. A referida involução dentá-
ria inicia-se por mudanças da cor, em que o esmalte, de branco, 
torna-se amarelado. O processo de reabsorção da borda 
alveolar, tanto da maxila quanto da mandíbula, vai, aos poucos, 
deixando em evidencia o colo dos dentes e, por vezes, ate ́ parte 
da raiz, o que faz com que os dentes pareçam mais compridos.
As modificações na mandíbula: 
O forame mentoniano, que se encontra equidistante das bordas 
superior e inferior da mandíbula, por efeito do processo de 
reabsorção, fica cada vez mais próximo da borda superior
Da mesma maneira, o 
angulo formado pela 
linha que com- panha 
a borda posterior do 
ramo ascendente da 
mandíbula coma linha 
que acompanha a 
borda inferior do ramo 
horizontal desse osso 
aumenta 
paulatinamente, sendo 
certo que dos valores 
entre 95o e 100o, 
próprios do homem 
adulto, o angulo 
aumenta grada-
ativamente, passando 
a medir entre 130o e 
140o.
“Na mastigação normal, ate ́ os 30 
anos, só́ o esmalte normal sofre 
desgaste. Aos 40 anos, a dentina 
fica descoberta, porem a própria 
mastigação estimula a formação 
de nova dentina – a dentina 
secundaria –, a qual protege a 
polpa. Esta dentina de reação da ́
um colorido mais escuro a ̀
superfície triturante. Ate ́ os 50 
anos, esse desgaste vai 
aumentando. Ao chegar aos 60 
anos, pode estar afetada toda a 
secção transversal dos dentes. 
Então, a cor da dentina 
secundaria muda de castanho-
claro a castanho-escuro. Estas 
indicações para a determinação 
da idade são sempre 
aproximadas.”
• Os relevos ou cristas aparecem no terceiro mês do período 
embrionário, permanecendo invariáveis durante a vida toda do 
individuo e persistindo vários dias após a morte.
• De fato, essas pregas são originarias do tecido conjuntivo denso 
da submucosa, fortemente fibroso, que reveste o osso, 
confundindo-se com o periósteo, sendo certo que essas pregas 
conjuntivas são apenas recobertas pelo epitélio estratificado.
• O processo de identificação, é a palatoscopia ou rugoscopia 
palatina realizando o exame comparativo dos registros 
odontológicos ante morte e pós morte das rugosidades palatinas 
que auxiliou na confirmação da identidade da vítima. 
• A colheita das amostras tanto pode ser feita através de 
moldagem de precisão, com alginato ou com silicone, ou por 
fotografia do palato.
• Carrea, na sua sistematização das rugosidades palatinas, 
considerou quatro categorias diferentes, a saber:
• Tipo I – com rugas 
direcionadas medialmente 
(dos lados para o centro) e 
discretamente de trás para a 
frente (convergindo na rafe 
palatina);
• Tipo II – com rugas 
direcionadas 
perpendicularmente à linha 
mediana;
• Tipo III – com rugas 
direcionadas medialmente 
(dos lados para o centro) e 
discretamente da frente para 
trás (convergindo na rafe 
palatina);
• Tipo IV – com rugas 
direcionadas em sentidos 
variados.
Livro de odontologia legal & 
antropologia Forense. Jorge 
Paulete Vanrell 2º edição. 
Guanabara Koorgan

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