Buscar

APOSTILA COMPLETA DE ORTODONTIA


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

TAÍS ALBANO 
1 
 
ORTODONTIA 
Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV 
 
ORTODONTIA PREVENTIVA E INTERCEPTATIVA 
Se desenvolveu a partir da primeira metade do século XX no Brasil. É o ramo da Odontologia que preocupa 
com o estudo do crescimento do complexo craniofacial, o desenvolvimento da oclusão e o tratamento das 
anormalidades dentofaciais. É necessário conhecer o crescimento das estruturas faciais para observar se o paciente 
abordado está sofrendo de algum distúrbio da normalidade. A Ortodontia Preventiva é o conjunto de 
conhecimentos, atitudes e procedimentos necessários para evitar que se instale uma má oclusão. Já a Ortodontia 
Interceptativa é o conjunto de conhecimentos, atitude e procedimentos necessários para evitar o progresso de uma 
má oclusão. Quanto à Ortodontia Corretiva, é o conjunto de conhecimentos, atitudes e procedimentos necessários 
para a correção de uma má oclusão. 
 
OCLUSÃO NORMAL x OCLUSÃO IDEAL 
A oclusão normal está relacionada à ausência de sintomatologia ou desconforto naqueles pacientes que 
têm uma morfologia dentofacial aceitável. Já a oclusão ideal tem as mesmas características da normal, porém os 
pacientes que a possuem têm uma morfologia dentofacial impecável. 
 
MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA 
É o desvio morfológico do padrão normal dos arcos dentários. Esses desvios podem ser de tamanho, de 
número ou de posição nos três planos do espaço (anteroposterior, horizontal e vertical). Ex.: paciente com a face 
normal, porém os dentes se encaixam de uma forma que pode causar danos ao sistema estomatognático. 
 
DISPLASIAS ESQUELÉTICAS 
Desvio morfológico do padrão normal dos maxilares, podendo ser de tamanho e/ou posição. Ex.: paciente 
com terço médio da face se destacando mais; casos de classe II e III. 
 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO 
Reestabelecer a função normal, visando proporcionar ao paciente saúde periodontal. Assim, o paciente 
terá estabilidade (não haverá recidiva) e uma estética agradável. 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL 
 
O crescimento, o desenvolvimento e a 
maturação, embora conceituados 
separadamente, estão interligados. 
 As alterações fisiológicas ou 
morfológicas a curto prazo são 
adaptações biológicas às variações dos 
estímulos ambientais e são geralmente 
reversíveis. Não são capazes de 
interferir no potencial genético do 
indivíduo. 
Ex.1: pessoa se assusta ao 
passar pelo estresse de quase ser 
atropelada – descarga de adrenalina 
no organismo – organismo todo se 
 TAÍS ALBANO 
2 
 
altera – após poucos minutos, o 
organismo volta a seu estado normal. 
Ex.2: pessoa se exercitando – 
sofre um acidente – inicia-se um 
processo inflamatório – em poucos 
dias, o local lesionado volta ao normal. 
Já as mudanças genéticas e 
evolutivas a longo prazo são herdadas 
pelos descendentes e que contribuem 
para a evolução da espécie. 
Ex.: nos primórdios, os homens 
tinham muitos pelos pela necessidade 
de calor – com o passar do tempo, foi-
se diminuindo a quantidade de pelo no 
corpo humano, visto que foi possível 
alcançar novos meios de se obter 
calor. 
 
Eventos do desenvolvimento: 
são mudanças que ocorrem durante a 
evolução de um organismo. São 
irreversíveis, porém deixam o 
organismo inalterado. 
 
O conceito de crescimento está ligado à quantidade e tem um limite de acordo com o potencial genético. 
Ex.: cresce – aumenta quantidade de células. Ao crescer, o organismo se desenvolve, e o desenvolvimento se dá 
por toda a vida. Já o nível de maturação, que é o pleno desenvolvimento, gera a estabilização pelo crescimento e 
desenvolvimento. 
 
OSTEOGÊNESE 
A osteogênese é o processo que dá início à formação do osso. Existem dois tipos: 
➢ Endocondral: sua origem é cartilaginosa. A cartilagem é o molde para a formação do osso. A ossificação 
endocondral ocorrerá nas epífises dos ossos longos (ossos que sofrem algum tipo de compressão) e na 
cartilagem epifisária, que é diferente da cartilagem que está nas articulações (hialina). Quando o 
indivíduo está passando pelo surto de crescimento puberal, é aumentado o número de células 
(condrócitos – células cartilaginosas), e elas se hipertrofiam. Ao atingir o tamanho máximo, elas sofrem 
um processo de degeneração. Ou seja, ocorre uma grande proliferação celular que é seguida por uma 
hipertrofia celular e, posteriormente, ocorre a degeneração e morte dessas células. Ao morrerem, elas 
formam uma série de cavidades que são invadidas por capilares sanguíneos. Esses capilares trarão pela 
corrente sanguínea osteoblastos, que são as células que se transformarão em osteócitos. Entre os 
osteoblastos, existe uma substância intercelular, que é chamada de matriz óssea ou osteóide. Ao se 
transformarem em osteócito, a matriz óssea se calcifica, e como resultado final, há a formação do osso 
de origem endocondral, formando o osso. Ex.: cartilagem epifisária, cabeça do côndilo e sincondroses 
(articulações fixas que existem na base do crânio, e que são responsáveis pelo crescimento no sentido 
anteroposterior do crânio e que se calcificam muito precocemente – na infância). Na face, o 
adolescente passa pela ossificação endocondral na cabeça do côndilo. Os demais ossos da face passam 
pela ossificação intramembranosa. 
➢ Intramembranosa: o tecido intramembranoso é rico em células mesenquimais indiferenciadas, e de 
acordo com a necessidade de formação óssea do organismo naquela região, essas células 
mesenquimais indiferenciadas se transformarão em osteoblastos, principalmente aquelas que estão 
em torno dos capilares sanguíneos, pois se o indivíduo está crescendo, a superfície óssea está tendo 
um incremento de osso. As células mesenquimais indiferenciadas não são suficientes para atingir todo 
o potencial de crescimento, então elas se unem em torno dos capilares sanguíneos que nutrirão essa 
região com mais osteoblastos e, assim, haverá o crescimento ósseo de acordo com o potencial genético 
e de acordo com a característica específica do osso. Da mesma maneira, entre os osteoblastos existe 
uma matriz intercelular que é chamada de matriz osteoide, e à medida que esses osteoblastos se 
transformam em osteócito, ocorre a calcificação dessa matriz osteoide, tendo como resultado o osso 
de origem intramembranosa. Ex. de regiões com ossificação intramembranosa: periósteo, ligamento 
periodontal, suturas, superfície dos ossos chatos. 
 
 TAÍS ALBANO 
3 
 
CRESCIMENTOS DA MAXILA E COMPLEXO NASOMAXILAR 
VARIÁVEIS QUE AFETAM O CRESCIMENTO FISICO: 
➢ Hereditariedade; 
➢ Nutrição; 
➢ Raça; 
➢ Enfermidades; 
➢ Clima; 
➢ Exercícios; 
➢ Fatores 
socioeconômicos. 
 
Os tratamentos ortopédicos devem ser realizados durante a fase de surto puberal. 
 
MÉTODOS DE ESTUDO DO CRESCIMENTO ÓSSEO 
As classificações foram dadas, inicialmente, de acordo com a opinião e com as observações que levaram à 
classificação e ordenação. As medidas quantitativas podem ser feitas a partir de dados: 
➢ Diretos: são obtidos diretamente do indivíduo. 
➢ Indiretos: são obtidos através de radiografias, por ex. (reproduções dos indíviduos de forma geral). 
➢ Inferidos: é a diferença entre os dados diretos em certo período de tempo com os dados obtidos após 
um tempo. Nesse método, não se pode comparar dados indiretos com dados diretos. 
 
METODOS PARA REUNIR DADOS DO CRESCIMENTO 
Método longitudinal: são feitas observações através de um longo período de tempo. Tem como vantagens 
observação da variação individual, comparações com o próprio indivíduo e maior probabilidade de corrigir erros. 
Como desvantagens, observa-se o alto tempo gasto, custo e atrição (perda do número de amostras). 
Método transversal: estuda variação de crescimento de população. Ex.: observar as variações que 
ocorreram entre pessoas entre os 11 aos 21 anos. Vantagens: obtém amostra de pessoas de diversas idades, 
velocidade, baixo custo e tamanho da amostragem. Desvantagens: suposiçãode que os grupos são similares e 
obscurecimento das variações individuais. 
Dados superpostos ou semilongitudinal: mistura entre o método transversal e o método longitudinal. 
 
FORMAS DE SE OBTER ESSES DADOS: 
Coloração vital: usa a coloração de garança, alizarina S e alizarina ácida azul. Essas colorações são usadas 
em animais em laboratórios. Atuam como marcadores em determinadas áreas ósseas. É preciso sacrificar os 
animais e observar microscopicamente as alterações que ocorrem nas colorações. 
Radioisótopos: faz-se o uso de Ca, P e Prolina Triciada, a partir da impregnação em filmes radiográficos. 
Mostra em que área houve deposição óssea. Só pode ser realizado em laboratórios. 
Implantes: método de estudo de Bjork – implantes de Tântalo (titânio): colocou implantes em 
determinadas áreas que não se movimentam durante o crescimento ósseo. Esses implantes serviram como um 
ponto de referência para a observação das medidas e da direção para onde o osso crescia. 
Anatomia comparada: com outras espécies, fósseis e atuais. 
Cefalometria radiográfica: de acordo com a análise cefalométrica, é possível comparar os resultados do 
tratamento ortodôntico; observa a evolução do crescimento facial normal. 
 TAÍS ALBANO 
4 
 
Marcadores naturais: numa radiografia de mão e punho, de acordo com o comportamento da epífise em 
relação com a diáfise, é possível saber em que fase do crescimento o indivíduo está. Ex.: menarca nas meninas, 
mudança de tom de voz nos meninos. 
 
MECANISMOS DE CRESCIMENTO ÓSSEO 
Movimento de crescimento real: para que haja o crescimento ósseo, ocorrem processos de aposição e de 
reabsorção, que têm como objetivo moldar o osso. O osso vai aumentando de tamanho e mudando sua forma 
(crescimento por remodelação). O bordo posterior da mandíbula é uma área de aposição óssea. 
A remodelação é causada pela reabsorção e aposição que ocorrem nas diversas superfícies ósseas, 
diferenciando-as e dando a forma ideal. Já a recolocação é a mudança na posição relativa de uma área do osso 
causada pela remodelação. 
 
MOVIMENTOS DE CRESCIMENTO: 
➢ Deslizamento: acontece pela remodelação por reabsorções e aposições diretas no tecido ósseo e suas 
características combinações na superfície de aposição. 
➢ Deslocamento: movimento do osso como um todo. Resulta da tração ou pressão pelos diferentes ossos 
ou tecidos moles. 
o Primário: deslocamento que ocorre pelo crescimento do próprio osso. Ex.: maxila. Quantidade 
que um osso se desloca pelo seu crescimento. 
o Secundário: base do crânio empurra a maxila e mandíbula para frente e para baixo. Quantidade 
que um osso se desloca pelo movimento de outro osso. 
 
Direções de crescimento: as superfícies orientadas para a mesma direção sofrem aposição. 
Aquelas que se afastam sofrem reabsorção. 
 
TECIDOS MOLES ASSOCIADOS AO OSSO 
Influenciam grandemente o crescimento ósseo. Se o indivíduo tiver alguma lesão na musculatura 
precocemente, gerando atrofia, o osso perde o potencial genético por perder a função. 
Os campos ou sítios de crescimento correspondem às grandes áreas em que os tecidos moles influenciam 
o crescimento ósseo (superfícies). Ou seja, essas regiões estão sob influência dos tecidos moles. 
Já os centros de crescimentos são áreas mais limitadas que têm seu próprio potencial de crescimento – 
não necessariamente têm influência do tecido mole (ex.: côndilo mandibular, tuberosidade lingual, tuberosidade 
maxilar, processo alveolar, suturas, septo nasal). 
 
TEORIAS DE CRESCIMENTO ÓSSEO 
SICHER – controle genético intrínseco: determinava o tamanho dos ossos da face pela genética. Se a pessoa 
nasce com padrão esquelético pequeno, não conseguirá ter um padrão esquelético maior. 
SCOTT – cartilaginoso: observou que os fatores epigenéticos locais como os tecidos moles poderiam alterar 
o crescimento ósseo, além de hábitos deletérios como a deglutição errônea. 
 TAÍS ALBANO 
5 
 
MOSS – matriz funcional: elaborou a teoria de Moss, conseguiu comprovar cientificamente que as funções 
e o meio ambiente em que vivemos influencia e muito o crescimento crânio facial. Despertou a dúvida de muitas 
pessoas que começaram a aplicar dispositivos ortopédicos em animais em laboratórios para alterar o crescimento. 
A Teoria da Matriz Funcional diz que os tecidos moles e as funções influenciam e muito o crescimento ósseo. Porém, 
ele desprezou completamente as condições genéticas dos indivíduos. Até a década de oitenta, dificilmente 
acreditavam nos conceitos da ortopedia. Depois de Moss, essas ideias foram aceitas graças à investigação cientifica. 
VAN LIMBORG: fez uma coletânea dos escritos dos vários autores e elaborou uma teoria englobando todas 
as possíveis teorias. Atualmente, sua teoria é a mais aceita, associa os fatores genéticos, os centros cartilaginosos 
(na face tem o crescimento endocondral na cabeça do côndilo), sofre influência da matriz funcional e do meio 
ambiente. 
 
CRESCIMENTO ÓSSEO DA MANDÍBULA E MAXILA 
A mandíbula é um osso ímpar (existe apenas um). Pode ser considerado como um osso longo e curvo com 
características de um osso de crescimento endocondral na cabeça do côndilo. Se desenvolve em torno da cartilagem 
de Meckel – na vida intrauterina. Após o nascimento, na região da sínfise mandibular, ainda existe um resquício do 
crescimento endocondral que se fusiona entre um ano e meio aos dois anos de vida. Depois disso, o crescimento 
se dá por remodelação óssea intramembranosa no restante da mandíbula. Sofre grande influência da sua função. 
As diferenciações ocorrem de acordo com a função que ela exerce. 
 
1- Mandíbula do recém-nascido: apresenta um côndilo pouco desenvolvido em relação ao processo 
coronoide e também um corpo pouco desenvolvido, pois nesse momento a mandíbula realiza pouquíssimos 
movimentos, apenas abertura e fechamento para a realização da sucção. 
2- Época da erupção dos primeiros molares decíduos: côndilo mais arredondado, mas menos desenvolvido 
que o processo coronoide. 
3- Paciente com a dentição decídua completa: movimentos mandibulares mais complexos – lateralidade, 
protusão, mastigação, fala e respiração se desenvolvem. 
4- Paciente com toda a dentição permanente completa: côndilo completamente desenvolvido. Paciente 
exerce todas as funções mandibulares. As regiões mandibulares que são mais modificadas pelas inserções 
musculares são o processo coronoide e a porção do ângulo goníaco e a parte mais côncava do corpo da mandíbula. 
Sofrem influência do masseter e do bucinador. 
5- Indivíduo edêntulo: sobra a base óssea propriamente dita. Bases apicais é um termo que se refere ao 
osso mandibular propriamente dito, exceto dentes e processo alveolar – que são absorvidos após a perda dentária. 
 TAÍS ALBANO 
6 
 
CRESCIMENTO DA MANDÍBULA: 
➢ Cabeça do côndilo: se dá por crescimento endocondral. É considerado o principal centro de aumento 
da mandíbula em comprimento. O comprimento mandibular é medido através de uma telerradiografia 
em norma lateral, que vai do côndilo até certo ponto da sínfise. Sua direção de crescimento é para cima 
e para trás graças ao crescimento condilar e por vários outros fatores. Porém, a direção de 
deslocamento se dá para frente e para baixo. A base do crânio cresce para frente e para baixo e desloca 
para frente e para baixo, empurrando a cabeça do côndilo. Sofre crescimento por remodelação. 
 
 
➢ Colo do côndilo: é a área de maior constrição, onde se insere a cápsula articular e algumas 
musculaturas. Sofre uma alteração por remodelação óssea para permitir que as estruturas de tecidos 
moles se insiram ali para formar a cápsula articular. Região anterior sofre aposição e região posterior 
também. Fica mais estreito e alongado. 
 
➢ Bordo anterior e posterior do ramo: durante o crescimento ósseo, ocorre reabsorção no bordo anterior 
e aposição óssea no bordo posterior. Essa remodelação resulta no aumento do comprimentodo corpo 
da mandíbula, sendo importante pois fornece espaço para o aparecimento dos novos dentes 
permanentes. Promove alongamento no corpo da mandíbula a partir da necessidade (aparecimento da 
dentição permanente). 
 
 TAÍS ALBANO 
7 
 
 
➢ Processo coronoide: é grandemente influenciado pelas inserções musculares – tecido mole. Cresce 
para cima, para trás e em direção à linha média. Crescimento medial. 
 
 
➢ Forame mandibular: ocorre reabsorção no bordo anterior e aposição no bordo posterior. Na metade 
anterior do forame mandibular, para que ele não desapareça durante a remodelação da mandíbula, 
também acontece uma remodelação. 
 
 
➢ Tuberosidade lingual: existe em relação aos dentes e tem direção de crescimento aposicional em 
direção à linha média e para posterior. À medida que erupcionam os dentes posteriores, ela aumenta. 
Existe em função dos dentes da mandíbula. 
 4 
 
 TAÍS ALBANO 
8 
 
➢ Processo alveolar: tem um componente vertical de aumento da mandíbula e da maxila. 
 
 
➢ Corpo da mandíbula: dependendo da região, a remodelação que ocorre pode ser diferente. 
 
 
Na região A, que é a região mais posterior do 
corpo da mandíbula, internamente, apresenta-se uma 
concavidade. Então, a remodelação que ocorrerá se dá 
por reabsorção óssea na parte mais posterior inferior, 
por aposição na região anterior inferior e por reabsorção 
na parte superior anterior. Onde ocorre reabsorção, é 
porque há a necessidade de ter um maior espaço para as 
estruturas que ali ficarão. 
Já na região B, que se localiza na altura do último 
molar, haverá a necessidade de menor espaço e, por 
isso, essa região sofrerá menor reabsorção. 
Quanto à região C, em que se encontram os pré-
molares, prevalece a aposição óssea, tirando a parte que 
será para alojar a língua (essa região sofre reabsorção). 
 A região D sofrerá pequeníssima reabsorção, 
pois só a musculatura do assoalho bucal influenciará 
aqui. 
 Na região E está localizada toda a área lingual e, 
por isso, há a necessidade de aposição óssea apenas até 
a sínfise mentoniana. De acordo com a influência dos 
orbiculares dos lábios, que pressionam toda a mandíbula 
próximo à região do osso alveolar, ocorrerá reabsorção 
óssea. Quando o paciente tem falta de espaço para 
erupcionar os dentes na região anterior inferior, é 
porque essa região não se desenvolveu bem. Uso de 
aparelho ortodôntico nessa região para jogar os 
elementos dentários para vestibular é ruim, visto que 
aqui ocorre grande reabsorção óssea. 
 
 TAÍS ALBANO 
9 
 
 RESUMO: 
 
Lembrando que o resultado final desse crescimento é para cima e para trás e se desloca para frente e para baixo 
e a base do crânio influenciará crescendo e deslocando para frente e para baixo. 
 
CRESCIMENTO DA MAXILA OU COMPLEXO NASOMAXILAR 
Não apresenta um grande centro de crescimento endocondral, diferentemente da mandíbula. Cresce por 
remodelação óssea. Apresenta centros primários de crescimento importantes: 
➢ Suturas: as que interferem diretamente na direção de crescimento são: frontomaxilar, 
zigomaticotemporal, zigomaticomaxilar e pterigopalatina. Maxila cresce para cima e para trás e desloca 
para frente e para baixo. O que influencia em largura é a sutura palatina média. Deslocamento primário 
se dá pelo seu próprio crescimento; deslocamento secundário se dá pelo crescimento da base do 
crânio. 
 
 
➢ Septo nasal e órbita: sofrem grande influência da função e dos tecidos moles. Nas órbitas, que são 
cavidades ósseas em que se aloja o globo ocular, à medida que essa região cresce, sofre um processo 
de remodelação; lateralmente, sofre reabsorção e internamente, uma aposição na parede posterior. Já 
o septo nasal sofre influência do crescimento vertical do terço médio da face. A pressão exercida pelo 
ar faz com que o desenvolvimento seja normal. Apresenta uma característica de remodelação de 
reabsorção óssea. Caso o paciente comece a respirar pela boca, a área de aposição no palato passa a 
 TAÍS ALBANO 
10 
 
ser de reabsorção óssea. Já as vias aéreas superiores começam a sofrer aposição, deixando essa região 
obstruída. Ocorre um estreitamento dos arcos dentários e aprofundamento do palato. 
 
 
➢ Processo palatino: no desenho abaixo, a letra A representa o assoalho das fossas nasais externamente 
e internamente é a região do seio maxilar. Já a letra F representa o palato duro. O processo palatino 
tem característica de crescimento por reabsorção óssea, internamente de aposição e aposição na 
região do palato. Caso o paciente respire com a boca, essas situações se invertem. Palato “sobe” e gera 
atrofia palatina. A ponta proeminente na figura representa a espinha nasal anterior, que cresce por 
aposição óssea, semelhante à sínfise mentoniana. A letra D é referente ao processo alveolar. 
 
A reabsorção no bordo anterior da mandíbula e a aposição no bordo posterior causam um aumento no corpo 
da mandíbula e consequente aparecimento de um espaço para os dentes posteriores. 
 
➢ Tuberosidade: aposição na tuberosidade maxilar gera aumento de espaço para o surgimento dos 
dentes posteriores permanentes. 
 
 
➢ Arcos Zigomáticos: sua metade mais interna sofre um deslizamento semelhante ao forame mandibular. 
Então, em sua metade anterior acontecerá reabsorção e na metade interna aposição. Com isso, eles 
 TAÍS ALBANO 
11 
 
migram para posterior à medida que a maxila cresce. Também acompanham o crescimento em largura 
no sentido transversal devido ao crescimento da sutura palatina média. Nessa metade posterior, 
externamente, ocorre uma aposição e internamente reabsorção. Com isso, o processo zigomático da 
maxila desliza para trás e aumenta em largura, formando o arco zigomático. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DOS DENTES E DA OCLUSÃO 
Para esse estudo, é necessário observar quando ocorre o início da calcificação dos dentes decíduos, que é 
durante a gestação. A partir da sexta semana, ocorrem alterações no epitélio que determinam a formação dos 
primeiros dentes decíduos. Nessa época, a cavidade bucal propriamente dita já foi formada a partir da separação 
da língua do palato. A mandíbula já está começando a se formar em torno da cartilagem de Meckel. O tempo 
envolvido na formação de esmalte e dentina é extremamente longo. Ex.: o primeiro molar permanente começa a 
sua formação nas últimas semanas de vida intrauterina, aparecendo na cavidade bucal por volta dos cinco anos e 
meio de idade. Nessa fase, inda não está completo, pois falta formar o terço apical ou boa parte de sua raiz para 
ocorrer o fechamento de sua raiz. Já nos dentes decíduos, ocorre uma mineralização mais rápida, visto que com 
dois anos em média os indivíduos já têm toda a dentição decídua completa. Pelo fato deles terem sua formação 
mais rápida e começarem a esfoliar para dar local aos permanentes, a formação desses dentes ocorre um pouco 
desvinculada de qualquer evento do crescimento ósseo ou craniofacial. 
Outra característica é que no esmalte e na dentina há a ausência quase completa de processos naturais de 
reparação. As coroas dos dentes são formadas com seus tamanhos definitivos, ou seja, depois que aparecem na 
cavidade bucal, o dente não cresce mais. Em consequência, isso pode gerar desarmonias com estruturas 
circunjacentes (maxila e mandíbula). Quanto mais mineralizado o dente, mais amarelado ele é. Há uma diferença 
do nível de mineralização entre dentes decíduos e permanentes (esses últimos são mais mineralizados). 
O desenvolvimento de caninos e incisivos precede ao das estruturas que os contém, causando um 
apinhamento, mas isso não caracteriza uma má oclusão: 
 
 
 TAÍS ALBANO 
12 
 
 DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO DECÍDUA 
 A boca do recém-nascido, do ponto de vista oclusal, apresenta o arco superior com forma de ferradura e o 
inferior em forma de letra U. A mandíbula estará postaatrás da maxila. Nessa faixa etária, o côndilo é bastante 
plano e a cavidade glenóide também, já que a movimentação mandibular é pouco complexa. 
 
 
 SEQUÊNCIA DE CALCIFICAÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS: 
➢ Incisivos centrais: calcificação inicial na 14ª semana de vida intrauterina; 
➢ Primeiros molares: calcificação inicial na 15ª semana de vida intrauterina; 
➢ Incisivos laterais: calcificação inicial na 16ª semana de vida intrauterina; 
➢ Caninos: calcificação inicial na 17ª semana de vida intrauterina; 
➢ Segundos molares: calcificação inicial na 18ª semana de vida. 
 
As velocidades de término de desenvolvimento são diferentes. 
➢ Erupção: todo movimento dentário, seja ele fisiológico ou ortodôntico, é um fenômeno periodontal. 
Enquanto está formando a coroa, o dente está parado. Ao começar a formação radicular, inicia-se o 
movimento eruptivo. Essa é uma característica dos decíduos e dos permanentes. 
➢ Tamanho e forma: sofrem grande influência genética. 
➢ Reabsorção: característica fisiológica. Existe apenas nos dentes decíduos. Deve acontecer de forma 
harmoniosa para que o dente esfolie na época correta. Pode ser acelerada pela inflamação (cárie 
grande em dente decíduo afeta a polpa e é necessário fazer um tratamento endodôntico; a área de 
inflamação no ápice acelera a reabsorção). Trauma oclusal também acelera a esfoliação – talvez uma 
simples restauração que tenha ficado com excesso de restauração pode gerar um trauma oclusal. Pode 
ser retardada pela ausência do sucessor permanente e pela imobilização, que é quando se perde um 
dente decíduo precocemente e é necessário realizar a instalação de um aparelho mantedor de espaço 
(ancora no dente decíduo, imobiliza o dente decíduo e retarda sua reabsorção). Deve-se ter muito 
cuidado ao aplicar forças em dentes decíduos, porque isso pode acelerar o processo de reabsorção. 
➢ Anomalia de forma: são raras nos dentes decíduos. 
➢ Ausência congênita dos dentes decíduos: ocorre mais nos incisivos laterais superiores, incisivos 
centrais superiores e primeiros molares. Mais raro de ocorrer que na dentição permanente. 
➢ Anquilose dos dentes decíduos: ocorre quando a raiz está colada ao osso alveolar. O dente começa a 
erupcionar, mas some no periodonto – raiz cola no osso. Clinicamente, o dente está aquém da linha de 
oclusão. A causa mais comum desse ocorrido é o trauma. Aqui, há a ausência de contato com o dente 
antagonista. Deve-se fazer um preenchimento com material restaurador para realizar a exodontia no 
momento certo para sua extração. 
 TAÍS ALBANO 
13 
 
 
SEQUÊNCIA FAVORÁVEL DE ERUPÇÃO: 
1) Incisivos centrais 
inferiores; 
2) Incisivos centrais 
superiores; 
3) Incisivos laterais 
superiores; 
4) Primeiros molares 
inferiores e 
superiores; 
5) Caninos; 
6) Segundo molar 
inferior; 
7) Segundo molar 
superior. 
 
Essa sequência favorece o estabelecimento da oclusão normal. 
 
BIOGÊNESE DA DENTIÇÃO DECÍDUA 
Destacam-se quatro fases: 
1- Erupção dos incisivos: no começo desta fase, o indivíduo é edêntulo. O que gera um equilíbrio nesta 
região são os músculos; internamente é dado pela língua e externamente pelos lábios. Entre a língua e 
o lábio, os incisivos erupcionam e se posicionam corretamente. Nessa fase, a principal característica é 
o trespasse vertical acentuado – ponta do incisivo inferior bate no cíngulo do incisivo superior. 
 
2- Erupção dos primeiros molares decíduos: a situação de trespasse exagerado some nessa fase. Fica uma 
mordida topo a topo. O contato oclusal dos molares proporciona ao indivíduo o que é chamado de 
primeiro levantamento da mordida. Ocorre uma primeira sensação de dimensão vertical. A criança 
mastiga e isso faz com que aumente a complexidade dos movimentos mandibulares. Ocorre uma 
remodelação que altera a forma da ATM. 
 
 TAÍS ALBANO 
14 
 
3- Erupção dos caninos: os movimentos mandibulares ficam um pouco mais complexos por entrar o fator 
da guia canina nos movimentos mandibulares. Aumenta complexidade da ATM. Aparece um espaço na 
arcada superior, entre os caninos e os incisivos laterais, na mesial dos caninos, e na arcada inferior 
aparece entre os caninos e molares decíduos, na distal dos caninos. São os espaços primatas. 
 
4- Erupção dos segundos molares: o relacionamento das superfícies distais dos segundos molares pode 
acontecer de três formas: degrau pra mesial (exemplo na imagem), os dois no mesmo plano (plano 
terminal reto) e um degrau pra distal, que influenciarão no tipo de oclusão. 
 
Assim, tem-se a dentição completa do indivíduo. 
CARACTERÍSTICAS DA DENTIÇÃO DECÍDUA 
 
INCLINAÇÃO AXIAL DOS DENTES DECÍDUOS: 
Inclinação axial: longo eixo paralelo entre si e perpendicular ao plano oclusal. Ou seja, na dentição decídua, 
o plano oclusal é reto, pois os dentes decíduos são paralelos entre si e perpendiculares ao plano oclusal. 
 
A: dentição decídua B: dentição permanente 
 
 TAÍS ALBANO 
15 
 
DEGRAUS: 
 
A: plano terminal reto B: degrau mesial C: degrau distal 
 
ESPAÇO PRIMATA: 
 
 
ESPAÇO LIVRE DE NANCE OU LEE WAY SPACE: sobra de espaço que é observada durante a evolução da 
dentição e que é dada pela soma do diâmetro mésio-distal do segundo molar decíduo, primeiro molar decíduo e 
canino decíduo na dentição decídua. Esse espaço é maior do que se somar a largura mésio-distal do canino 
permanente, do primeiro pré-molar permanente e do segundo pré-molar permanente. É maior no arco inferior do 
que no arco superior. A soma do espaço de Nance dos decíduos é maior do que a soma do espaço livre de Nance 
dos permanentes. Cada paciente tem um tamanho do espaço livre de Nance. 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS ARCOS SEGUNDO BAUME: 
➢ Arco tipo I: existem diastemas generalizados, principalmente na região anterior, além dos espaços 
primatas, tanto no arco superior quanto no inferior. Ocorre em dentes decíduos. Tipo de arco mais 
favorável. Possibilidade menor de falta de espaço no momento da erupção dos dentes permanentes. 
 TAÍS ALBANO 
16 
 
 
➢ Arco tipo II: arco que só tem os espaços primatas, não tem espaços generalizados, principalmente na 
arcada superior. Pode ou não ter espaços primatas, mas não tem espaços generalizados. Sem espaço 
primata é muito desfavorável. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DOS DENTES PERMANENTES 
 A melhor maneira para se saber quando ocorrerá o desenvolvimento dos dentes permanentes é através dos exames 
radiográficos. Nolla foi um estudioso que propôs alguns estágios de desenvolvimento da dentição permanente. Os estágios 
que são considerados mais importantes são o 2 (aparecem pontos iniciais de calcificação, então, sabe-se que naquele local 
existirá um dente – calcificação inicial), 6 (coroa completa: início dos movimentos eruptivos) e 8 (quando dois terços da raiz 
estão completos). No desenvolvimento normal, é no estágio 8 em que o dente já tem uma capacidade para suportar as forças 
mastigatórias e, por isso, rompe a crista óssea. 
Para saber se a criança teve uma perda precoce por cárie, é necessário radiografar para saber em que estágio de Nolla 
esse dente se encontra. Se o sucessor permanente daquele dente decíduo estiver antes do estágio 8, a extração terá sido 
precoce. Para romper a gengiva, o dente deve estar no estágio 9. 
 
 TAÍS ALBANO 
17 
 
Existem duas categorias de dentes permanentes: os sucessores, que são aqueles que substituem os dentes 
que já existiam na cavidade (incisivos permanentes, caninos permanentes e pré molares) e os permanentes 
adicionais, que erupcionam na distal posteriormente aos dentes decíduos (primeiro, segundo e terceiro molar 
permanente). 
A coroa formada vai iniciar movimentos eruptivos, fazendo com que os dentes migrem no sentido do plano 
oclusal, sendo guiado pela superfície distal do dente que está em sua mesial. Quando o primeiro molar permanente 
erupciona, ele é guiadopela face distal do segundo molar decíduo (não existem pré-molares permanentes). O 
segundo molar permanente é guiado pela distal do primeiro molar permanente. 
 
A: formação radicular B: reabsorção C: trajeto do dente D: crescimento do osso alveolar em função dos dentes E: osso 
FATORES QUE REGULAM E AFETAM A ERUPÇÃO 
➢ Genéticos; 
➢ Diferenças raciais; 
➢ Influências nutricionais. 
 
FATORES QUE ACELERAM: 
➢ Processos patológicos; 
➢ Lesões periapicais e pulpotomias dos 
decíduos; 
➢ Exodontias de decíduos após o estágio 6 de 
Nolla.
FATORES QUE RETARDAM: 
➢ Perda precoce de dente decíduo quando o dente permanente ainda não chegou no estágio 6 de Nolla: isso faz com que 
entre a coroa do sucessor permanente e a crista óssea forme uma quantidade de osso – fibrose da gengiva, que dificulta o 
trajeto do dente em direção à oclusão. Deve-se instalar um mantedor de espaço. Caso na época de erupcionar não erupcione, 
deve-se realizar uma ulectomia. 
➢ Apinhamento dos dentes permanentes: migram para o espaço onde o decíduo esfoliou, não permitindo a erupção do 
permanente. 
 
CRONOLOGIA ESPERADA DE ERUPÇÃO: menos importante que a sequência favorável de erupção.
 
 TAÍS ALBANO 
18 
 
As meninas são mais precoces em aproximadamente cinco meses, exceto para terceiros molares, que apresentam uma grande variação. 
 Segundo Hurme, existe uma sequência mais favorável e mais frequente de erupção dos dentes 
permanentes. Essa sequência favorece uma melhor ocupação dos espaços no arco dentário. Maxila: primeiro molar 
permanente, incisivo central, incisivo lateral, primeiro pré, segundo pré, canino e segundo molar. Na mandíbula: 
primeiro molar permanente, incisivo central, incisivo lateral, canino, primeiro pré, segundo pré e segundo molar. 
Se os segundos molares erupcionarem antes de seus dentes anteriores, a possibilidade de eles provocarem uma 
mesialização e uma falta de espaço nos dentes anteriores é muito grande. 
A alteração na sequência entre a erupção do dente seis e um não tem significado clínico, ou seja, não altera 
a harmonia do desenvolvimento da oclusão, até porque o incisivo tem uma velocidade de erupção muito maior do 
que o primeiro molar permanente. 
 
ERUPÇÃO E CRESCIMENTO CORPORAL 
No primeiro momento, pode ser que não haja espaço para todos os dentes, mas com o passar do tempo, 
se harmoniza o tamanho ósseo com o tamanho dos dentes. A erupção dos dentes permanentes não está 
relacionada com o crescimento ósseo. 
 
DESENVOLVIMENTO ECTÓPICO 
São aqueles dentes que se desenvolvem fora de sua posição normal na arcada dentária. Ocorre, 
frequentemente, com primeiros molares permanentes e caninos superiores. Pode resultar em uma erupção 
ectópica ou numa dificuldade de erupção (não erupciona) daquele dente. Desenvolvimento ectópico ocorre mais 
nos primeiros molares permanentes e caninos superiores – saltado para vestibular. Causas: 
➢ Dentes decíduos e permanentes grandes: desarmonia do tamanho da base óssea com o tamanho 
dentário; 
➢ Comprimento do arco superior menor que a média; 
➢ Posicionamento posterior da maxila; 
➢ Ângulo de erupção atípico do primeiro molar permanente – deve ser para distal normalmente. 
 
Nem todo dente ectópico está impactado e nem todo dente impactado é ectópico. O dente pode estar impactado por 
causa de um odontoma, de um cisto ou de outros elementos que o impedem de erupcionar. 
 
FATORES QUE DETERMINAM A POSIÇÃO DOS DENTES DURANTE A ERUPÇÃO: 
➢ Posição do germe dentário (fase pré eruptiva – até estágio 5 de Nolla): a posição é determinada pelos 
mecanismos genéticos. 
 
➢ Intra alveolar: nessa fase, o que determina a posição desse dente são os dentes adjacentes durante 
esse processo de erupção, principalmente os que estão localizados mesialmente ao dente. A velocidade 
 TAÍS ALBANO 
19 
 
de reabsorção do dente decíduo interfere na velocidade de erupção. As perdas precoces de dentes decíduos e processos 
patológicos são processos que aceleram a erupção, alterando a posição do dente no período intra alveolar. Há uma tendência 
de deslocamento mesial apenas nos dentes permanentes, que acontece devido ao seu posicionamento com a curva de Spee 
e Wilson, enquanto os dentes decíduos se dispõem perpendicularmente ao plano oclusal e paralelemente entre si. 
 
➢ Intra bucal: equilíbrio neuro muscular – influência dos lábios, bochechas, língua e objetos estranhos (hábitos deletérios, 
respiração bucal). Continua tendencia de deslocamento para mesial pro resto da vida, contato proximal com dentes 
adjacentes. 
 
➢ Oclusal: se inicia quando o dente entra em contato com o antagonista. Aqui, há um sistema complexo de forças do ponto de 
vista oclusal. Ocorre, então, um equilíbrio, pois nesse período os dentes têm erupção contínua, já que os dentes não 
conseguirão mais erupcionar. Então, o organismo elimina células antigas e forma células novas no periodonto e nas estruturas 
ósseas. Caso haja a perda do dente adjacente, esse dente extruirá depois de um tempo. Além da tendência de deslocamento 
mesial, ocorre um contato proximal que promove um equilíbrio (dentes não inclinam). 
 
Há um equilíbrio neuromuscular na região anterior entre lábios e língua. De dentro para fora, age a língua, e a musculatura 
jugal da bochecha age de fora para dentro. 
A presença da Curva de Spee (fala-se Ispê) faz com que a resultante das forças mastigatórias seja para anterior (componente 
anterior de forças). Os dentes que estão distais têm a tendência de ir para a mesial. 
 
Wilson 
Spee Spee 
 TAÍS ALBANO 
20 
 
DENTIÇÃO PERMANENTE 
 O tamanho dos dentes é determinado pelo fator genético, pelas diferenças raciais e pelas diferenças 
sexuais. O tamanho dentário é associado ao cromossomo X, ou seja, o índice de correlação de tamanho dentário 
entre as mulheres da mesma família é grande. Os dentes e ossos estão sob controle genético distintos – pessoa 
pode herdar o tamanho ósseo pai e os dentes da mãe. 
 Os dentes mais comumente ausentes são: 
➢ Segundo pré-molar 
inferior; 
➢ Incisivo lateral superior; ➢ Segundo pré-molar 
superior. 
 
o ANODONTIA: ausência total dos dentes permanentes: 
o OLIGODONTIA: formação incompleta de toda a dentição (muito vista em pacientes portadores 
de displasia ectodérmica). 
o AGENESIA: ausência de um dente. 
o SUPRANUMERÁRIOS: ocorrem com menor frequência que os dentes ausentes e com maior 
frequência na pré-maxila (têm anomalia de forma – diferente do extras-numerários). São 
causados por restos epiteliais, hereditariedade e distúrbios no desenvolvimento (fissurados). 
São classificados em coroas coniformes, dentes com forma e tamanho normais e dentes com 
variação no tamanho e forma cuspídica. 
MEDIDAS 
 
A: largura intercanina. A1: largura inter-molares da dentição decídua. 
 
B: comprimento do arco, medido na linha media a partir do ponto médio entre os incisivos centrais a uma 
tangente que passa pelas superfícies mesiais dos primeiros molares permanentes. Esse comprimento diminui na 
passagem da dentição decídua para permanente e aumenta na dentadura mista. É menor no arco inferior. 
 
C: circunferência ou perímetro do arco, que começa da mesial do primeiro molar permanente, passa pelos 
pontos de contatos, bordos incisais, formando uma parábola até o hemiarco do lado oposto. Não confundir com as 
somas dos diâmetros mésio-distais do arco. Caso a soma dos diâmetros mésio-distais do arco dê maior que a 
 TAÍS ALBANO 
21 
 
circunferência, significa que o paciente apresenta falta de espaço para acomodar todos os dentes no arco. Essa 
circunferência é medida a partir da superfície mesial do primeiro molar permanente, seguindo o contorno do arco 
sobre os pontos de contato e bordas incisais em curva suave até a mesial do primeiro molar permanente oposto. 
 
 LARGURA INTERCANINA: quando os caninos decíduos erupcionam, aparecem os espaços primatas. No arco 
inferior, a largura intercaninaaumenta a partir da erupção dos incisivos permanentes, que tem as dimensões 
maiores que os decíduos (largura mésio-distal maior). Assim, eles deslocarão os caninos, invadindo o espaço 
primata e aumentando a largura intercanina, pois o arco dentário tem a forma de uma parábola, então, se os 
caninos estão em uma posição antes da erupção dos incisivos permanentes, a erupção dos incisivos “empurra” os 
caninos mesialmente. 
 
 No arco superior, o espaço primata se localiza na mesial do canino decíduo, e com a erupção dos incisivos 
já acaba o espaço primata. Não ocorre apinhamento por ter crescimento lateral pela sutura palatina média e 
inclinação maior para vestibular no momento da erupção dos dentes superiores. 
 É bem mais difícil corrigir problemas de espaço na mandíbula, pois a maxila apresenta a sutura palatina e, 
para aumentá-la lateralmente, basta implantar um dispositivo. Além disso, pode-se aumentar distalizando os 
molares superiores, pois o túber da maxila cresce por aposição óssea. Na mandíbula, não se tem a sutura palatina 
média para abrir em largura. Além disso, ao lado do segundo molar, tem-se o triângulo reto molar e o bordo anterior 
do ramo da mandíbula, que são estruturas extremamente rígidas. 
 
 LARGURA INTERMOLARES DECÍDUOS (PRÉ-MOLARES PERMANENTES): o aumento médio é menor que 
2mm, sendo pouco significante, pois na realidade as dimensões da coroa dos molares decíduos são maiores que os 
pré-molares, e isso determina que quase não ocorrerá alteração na largura. Os pré-molares permanentes 
erupcionam mais inclinados para vestibular, principalmente no arco superior. 
 
 LARGURA DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES: aumenta mais no arco superior do que no inferior. 
São os primeiros dentes permanentes a erupcionarem. Aqui, ocorre o deslocamento mesial tardio (deslocamento 
pois se deslocam invadindo o espaço primata – mesial pois o espaço primata fica mesial aos primeiros molares 
permanentes – tardio pois acontece no fim do período da dentadura mista). O deslocamento mesial tardio significa 
que nos dentes permanentes, desde o período intra alveolar, há uma tendência de deslocamento mesial, e quando 
entra em oclusão, aciona o componente anterior de força, que ajuda a migrar os dentes para a mesial. 
No momento da erupção do segundo pré-molar inferior e do canino superior na sequência favorável, o 
espaço livre de Nance será preenchido graças a esses fatores. Os molares permanentes migram para mesial, e isso 
é chamado de deslocamento mesial tardio. 
 
AS ALTERAÇÕES NO PERÍMETRO DO ARCO DURANTE O DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO OCORREM DE MANEIRA 
DIFERENTE NOS ARCOS SUPERIOR E INFERIOR. 
 TAÍS ALBANO 
22 
 
 Explicando essa diferença: o espaço livre de Nance é menor no arco superior do que no arco inferior. O 
deslocamento mesial tardio é menor no arco superior. A mandíbula não possui a sutura palatina média, então, não 
ganha tanto espaço quanto a maxila. Os incisivos superiores inclinam mais pra vestibular, diferentemente dos 
incisivos inferiores. 
 
 ARCO INFERIOR: redução média de 5mm devido ao deslocamento mesial tardio, tendencia de 
deslocamento mesial, desgaste interproximal, posicionamento lingual dos incisivos (erupcionam mais verticais). 
 ARCO SUPERIOR: embora os molares se desloquem para mesial, ocorre um ligeiro aumento, devido 
provavelmente pela angulação dos incisivos e nos grandes aumentos em largura da sutura palatina média. 
 
 SOBREMORDIDA – “overbite”: trespasse no sentido vertical (medido da ponta incisal do incisivo superior 
até a ponta incisal do incisivo inferior). 
 SOBRESSALIÊNCIA – “overget”: trespasse no sentido horizontal (medido da vestibular do incisivo inferior 
até a ponta incisal do incisivo superior). 
 
 
O PERÍODO DA DENTADURA MISTA 
 É nessa fase em que se está formando o padrão oclusal do indivíduo. Pode-se intervir para evitar problemas 
futuros no indivíduo. Aspectos importantes: 
➢ Utilização do perímetro do arco: a sequência favorável induz uma série de eventos que permitem a 
evolução para uma oclusão normal; 
➢ Mudanças de adaptação que ocorrem na oclusão: está ligada ao contato do primeiro molar permanente 
com o segundo molar permanente. 
 
UTILIZAÇÃO DO PERÍMETRO DO ARCO: 
Resumo do que acontece no período da dentadura mista. Ocorre, principalmente, no arco inferior: 
 
 TAÍS ALBANO 
23 
 
 ESTÁGIOS DO PERÍODO DA DENTADURA MISTA SEGUNDO MOYERS: 
 (Partindo do princípio de que o paciente tenha todos os elementos favoráveis): 
➢ Estágio I: parte da dentição temporária completa. 
 
 
➢ Estágio II: após a erupção dos ICP e do primeiro molar permanente, se o indivíduo for portador do arco 
tipo I de Baume, haverá o fechamento dos diastemas generalizados na região anterior. Caso tenha o 
arco tipo II de Baume com a presença dos espaços primatas, quando erupcionarem os incisivos centrais, 
ocorrerá o fechamento do espaço primata – deslocamento dos caninos decíduos. Se não tiver o espaço 
primata, paciente apresentará apinhamento já nessa fase. 
 
 
➢ Estágio III: 
o Primeira fase: já ocorreu o esfoliamento dos incisivos laterais decíduos e os incisivos laterais 
permanentes estão começando a erupcionar. Nesse momento, o paciente portador do arco 
tipo I de Baume sofrerá o fechamento dos espaços primatas. Já o paciente que tem o arco tipo 
II de Baume com presença de espaço primata pode sofrer um ligeiro apinhamento. Entretanto, 
paciente sem espaço primata com arco tipo II de Baume sofre um apinhamento mais 
acentuado. Aqui, já é possível saber se terá falta de espaço. Convém esperar a evolução para 
saber se com o aumento ósseo surgirá espaço suficiente para o posicionamento de todos os 
dentes permanentes. 
 
o Segunda divisão: após a perda dos dentes 73 e 83, o ligeiro apinhamento que tinha é corrigido 
pelo equilíbrio muscular entre lábio e língua, promovendo alinhamento dos incisivos. Como 
consequência, os incisivos ocupam o espaço que era para ser do canino. Nessa hora, o canino 
começa erupcionar e a distância não é suficiente. Assim, sua erupção vai até certo ponto e fica 
ali parado porque não tem espaço. 
 TAÍS ALBANO 
24 
 
 
 
o Terceira divisão: após a perda dos dentes 74 e 84, porém antes da perda dos 75 e 85, em um 
indivíduo favorável, haverá a promoção de um espaço para a erupção total dos caninos 
inferiores permanentes e sobrará espaço para a erupção do pré-molar permanente. Neste 
momento, o espaço livre de Nance já começa a ser ocupado em pacientes portadores do arco 
tipo I de Baume. 
 
o Quarta divisão: após a perda dos dentes 75 e 85, porém antes da erupção do dente 7, ocorre a 
formação de um espaço para a erupção dos segundos pré-molares e sobra espaço que permite 
o deslocamento mesial – fim do período da dentadura mista, pois está esfoliando o último 
dente decíduo e erupção do último dente permanente sucessor. 
 
 
 TAÍS ALBANO 
25 
 
➢ Estágio IV: acontece após erupção dos dentes 3, 4 e 5. 
 
Se o segundo molar permanente erupcionar antes dos pré-molares, ele se adianta no deslocamento mesial, 
ocupando o espaço dos pré-molares, deixando-os impactados ou semi-erupcionados. 
 
 
SEGUNDO VAN DER LINDEN: 
 
 FASE DO PATINHO FEIO (BROADBENT): 
normal, não necessita de tratamento. 
➢ Incisivos superiores: 
o Inclinação axial labial exagerada; 
o Inclinação axial distal; 
o Diastemas. 
➢ Sobremordida exagerada. 
Essa fase apresenta os incisivos abertos como 
se fosse um leque. Esse evento é provocado quando 
os incisivos estão erupcionados e os caninos 
permanentes iniciam seus movimentos eruptivos. 
Assim, eles provocam uma convergência das raízes 
dos incisivos, e as coroas divergem. Não deve ser 
tratado, pois caso os diastemas fiquem fechados, o 
que será dado a partir do deslocamento da raiz dos 
incisivos, elas irão de encontro à coroa dos caninos, 
causando uma reabsorção radicular.A sobremordida 
exagerada se corrige com a erupção dos segundos 
molares permanentes. 
 
PADRÃO DE ERUPÇÃO DOS CANINOS E PRÉ-
MOLARES 
➢ Caninos: 9 anos no arco inferior; 
➢ Primeiros pré-molares: 9 anos no arco 
inferior; 
➢ Segundos pré-molares: 12 anos no arco 
inferior; 
➢ Primeiros pré-molares: 10 anos no arco 
superior 
➢ Segundos pré-molares: 11 anos no arco 
superior; 
➢ Caninos: 12 anos no arco superior. 
 
ALTERAÇÕES OCLUSAIS NA DENTADURA 
MISTA: 
 
 
Com a erupção dos segundos pré-molares no arco inferior e dos caninos no arco superior, ocorrem 
mudanças de adaptação na oclusão. A alteração oclusal que existirá no final do período da dentadura é a relação 
molar. Quando o indivíduo tem a oclusão normal e está com os dentes em oclusão normal, a cúspide mésio-
vestibular do primeiro molar permanente superior oclui no sulco mésio-ocluso vestibular do primeiro molar 
permanente inferior. Essa situação é chamada de classe I. Essa relação molar de classe I é uma característica da 
oclusão normal. 
 TAÍS ALBANO 
26 
 
Outro tipo de relação molar existente é uma má-oclusão, onde a cúspide mésio-vestibular do primeiro 
molar permanente superior oclui à frente do sulco, sendo chamada de classe II (relação mesial ao sulco). 
Já a classe III é quando a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar permanente superior oclui atrás do 
sulco (relação distal ao sulco). 
 
O DESLOCAMENTO MESIAL TARDIO ESTÁ MUITO RELACIONADO COM A RELAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DISTAIS 
DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS (DEGRAUS E PLANO TERMINAL RETO). 
 
Primeiro molar inferior permanente com cinco cúspides: a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar 
superior permanente deverá ocluir no sulco mésio-ocluso-vestibular. Primeiro molar inferior permanente com 
quatro cúspides: o sulco em que ocorrerá a oclusão se chama sulco central. 
 
DEGRAUS E PLANO TERMINAL RETO: 
Degrau distal na dentição decídua evoluirá para uma classe II. Pode-se fazer algo para evitar ou prevenir o 
tratamento de uma má oclusão. Totalmente desfavorável pois fatalmente necessitará de tratamento ortodôntico 
Degrau mesial na dentição decídua: tem uma certa tendência de evoluir para classe I. Porém, pode evoluir 
para uma classe III, caso o paciente tenha um desenvolvimento braquifacial. 
Plano terminal reto: se estiver dentro de uma situação normal de evolução, em um primeiro momento, o 
paciente apresentará uma situação de mordida topo a topo, em que a ponta da cúspide mésio-vestibular encosta 
na ponta da cúspide do molar inferior. Esse tipo de inclinação nem sempre se transformará em classe II, pois na 
hora do deslocamento mesial tardio, há chances de entrar em uma classe I. Sendo assim, é uma das características 
da oclusão normal. É uma boa característica – favorável. Pode evoluir para uma classe II em pacientes com 
tendência de crescimento dólicofacial. 
➢ BRAQUIFACIAIS: tendência de crescimento horizontal; 
➢ MESIOFACIAIS: tendência de crescimento equilibrado; 
➢ DÓLICOFACIAS: tendência de crescimento vertical. 
 
ERUPÇÃO DO PRIMEIRO MOLAR PERMANENTE NA MANDÍBULA SERÁ GUIADA PELA GUIA DISTAL DO SEGUNDO MOLAR DECÍDUO. NA 
MAXILA, ELE SE ORIENTA MAIS PARA DORSAL (PARA TRÁS), DEVIDO AO CRESCIMENTO APOSICIONAL DO TÚBER. 
 
ERUPÇÃO DOS INCISIVOS 
Mandíbula: se erupcionam lingualmente, mais verticalizados, e depois se posicionam corretamente através 
da matriz funcional (equilíbrio neuromuscular da língua e dos orbiculares dos lábios). O tamanho dentário é que 
determinará se vai ocorrer ou não apinhamento dos dentes. Os incisivos ocupam o espaço primata. Eles podem 
erupcionar atrás dos incisivos decíduos, sem esfoliá-los. 
Maxila: inclinação mais para vestibular (labial). Aqui, o problema de falta de espaço é menor, dada as 
condições apresentadas pela maxila. Têm uma inclinação mais distal, o que gera a fase do patinho feio. Os incisivos 
superiores apresentam um diâmetro mésio-distal maior. 
 
 
 TAÍS ALBANO 
27 
 
CANINOS E PRÉ MOLARES 
Mandíbula: quando obedecem a sequência favorável de erupção (3, 4 e 5), erupcionam sem problemas e 
ainda sobra o espaço livre de Nance. 
Maxila: igualmente à mandíbula, obedecendo a sequência favorável de erupção (4, 5 e 3). 
 
ERUPÇÃO DO SEGUNGO MOLAR PERMANENTE 
Esse dente será guiado pela face mesial do primeiro molar permanente. Deve erupcionar somente depois 
que todos os dentes permanentes anteriores a ele tiverem erupcionados. Caso contrário, gera uma falta de espaço. 
No arco superior, há uma forte tendência de portadores de mordida classe II apresentarem uma falta de espaço 
para a erupção dos caninos. Caso isso ocorra, deve-se fazer uma ortodontia preventiva. 
 
DESENVOLVIMENTO DOS DENTES E DA OCLUSÃO NO ADULTO JOVEM 
DESENVOLVIMENTO DO TERCEIRO MOLAR 
Há uma grande discussão sobre se os terceiros molares provocam apinhamento dentário na região anterior. 
Estudos mostram que sua erupção não está tão ligada ao apinhamento, pois esse problema pode ocorrer mesmo 
em pessoas que não apresentam terceiros molares. Nesta fase de erupção desses dentes (18 a 20 anos), acontece, 
também, um crescimento residual rotacional transverso, que se dá para anterior e para os lados na mandíbula, não 
sendo acompanhado pela maxila. Então, os incisivos inferiores tocam na palatina dos superiores, gerando um 
apinhamento anterior. Coincide com a época de erupção dos terceiros molares. 
 
VARIAÇÕES DIMENSIONAIS 
Dentadura mista – perímetro e arco maiores. No decorrer da vida, essas medidas diminuem pelo 
deslocamento mesial tardio. Ao envelhecer, os pontos de contatos proximais são desgastados fisiologicamente, 
diminuindo, ainda mais, essas medidas. 
 
VARIAÇÕES OCLUSAIS 
Na fase da erupção dos primeiros molares, o paciente se encontra em uma sobremordida. Nessa época, 
ocorre o primeiro levantamento da mordida, apresentando uma mordida de quase topo a topo. Essa fase é 
chamada de fase do patinho feio, que aumenta a sobremordida. Ao erupcionarem os segundos molares, os 
permanentes voltam à situação de normalidade, que se dá por um trespasse vertical de até 3mm, ou então de 30% 
de cobertura dos incisivos superiores pelos inferiores. 
 
EXERCÍCIOS 
A ossificação endocondral acontece em 
qual parte de um osso? 
a) Diáfises dos ossos longos 
b) Epífises dos ossos longos 
c) Superfícies dos ossos longos 
d) Sincondroses de ossos longos 
 
Em qual dos locais citados acontece a 
ossificação intramembranosa? 
A) Cabeça do côndilo mandibular 
B) Cabeça do fêmur 
C) Sincondroses da base do sangue 
D) Superfícies dos ossos chatos 
 
Qual dos autores citados elaborou uma 
teoria da matriz funcional sobre 
crescimento ósseo? 
a) Moss 
b) Scott 
c) Sicher 
d) Van Limborg 
 
Quando ocorre a primeira levantada da 
mordida na dentição decídua? 
a) Com a erupção dos incisivos 
 TAÍS ALBANO 
28 
 
b) Com a erupção dos primeiros pré-
molares 
c) Com a erupção dos segundos pré-
molares 
d) Com a erupção dos primeiros 
molares 
 
Qual das afirmativas apresenta uma 
característica da dentição decídua 
completa? 
a) Espaços primatas 
b) Curva de Spee acentuada 
c) Sobremordida acentuada 
d) Longo eixo dos dentes divergentes 
 
Em qual dos estágios de Nolla os dentes 
permanentes iniciam os seus 
movimentos eruptivos? 
a) 8 
b) 6 
c) 9 
d) 2 
 
Em qual dos estágios de Nolla os dentes 
permanentes apresentam dois terços de 
raiz formada? 
a) 5 
b) 9 
c) 6 
d) 8 
 
Em qual sentido a sutura palatina média 
contribui para o crescimento da maxila? 
a) Antero posterior 
b) Em profundidade 
c) Vertical 
d) Lateral 
 
Em qual sentido ocorre o deslocamento 
do complexo nasomaxilar durante o seu 
crescimento? 
a) Para cima e para trás 
b) Transversal 
c) Para frente e para baixo 
d) Látero-lateral 
Qual a direção de crescimento da 
mandíbula? 
a) Para frente e para baixo 
b) Látero-lateral 
c) Transversal 
d) Para cima e para trás 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES(ANGLE) 
 FINALIDADE: 
➢ Facilidade de comunicação; 
➢ Facilidade de referência; 
➢ Felicidade de comparação; 
➢ Facilidade de conclusão referente à etiologia, prognóstico, contenção e prevenção; 
➢ Estudar os métodos sistemáticos para um adequado tratamento. 
 
A classificação de Lisher leva em consideração o mau posicionamento dentário individual. De Angle, leva 
em consideração o relacionamento entre a maxila e a mandíbula. Angle – patrono da ortodontia. 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
Acreditava-se que o primeiro molar superior invariavelmente estava bem posicionado. Hoje, sabe-se que o 
ponto de referência é a base do crânio, pois ela é estável, já que sofre pouca alteração durante o surto de 
crescimento. Buscava-se uma posição estável para a maxila em relação à anatomia 
 
➢ OVERJET: também chamado de sobressalência ou trespasse horizontal, é a distância entre o bordo 
incisal dos inferiores até a palatina dos superiores. Quando essa medica tem como resultado uma 
medida maior do que 2mm, quer dizer que ela está muito grande. Essa medida é observada no 
momento do movimento de protusão. Quando grande, ocorrem interferências oclusais nos posteriores. 
➢ OVERBITE: também chamado de sobremordida ou trespasse vertical, se dá pelo tanto que a vestibular 
do incisivo superior cobre o incisivo inferior. O normal é que tampe de 1 a 2mm. Cerca de trinta por 
cento coberto no sentido vertical é o ideal, mas até 50% ainda é normal. 
MORDIDA ABERTA É A AUSÊNCIA DA SOBREMORDIDA: QUANDO OS DENTES NÃO SE TOCAM MAIS 
 
 TAÍS ALBANO 
29 
 
 OCL NORMAL: 
 CHAVE DE OCLUSÃO CLASSE I CLASSE II CLASSE III 
 
CLASSE I 
Classe I não é sinônimo de oclusão normal. O paciente portador desse tipo de mordida pode ter uma 
sobremordida, mordida aberta, mordida cruzada e mesmo assim os dentes estão em chave molar de classe um. 
Isso quer dizer que o paciente tem uma má oclusão classe I. Ou seja: a relação molar de classe I é uma das 
características da oclusão normal, mas o indivíduo pode ser portador da má oclusão classe I, em que os molares 
estão na relação molar de classe I, porém tem alguma outra alteração entre os arcos dentários que caracteriza uma 
má oclusão. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
➢ Relação normal dos arcos dentários em relação à 
base craniana; 
➢ Cúspide MV do 1MS oclui no sulco central do 1MI; 
➢ Geralmente o paciente apresenta um perfil reto; 
➢ Problemas na região anterior; 
➢ Funções musculares periorais normais; 
➢ Falta ou excessos de espaços no arco; 
➢ Arcos constritos; 
➢ Posições dentárias individuais incorretas; 
➢ Mordida cruzada; 
➢ Mordida profunda; 
➢ Protusão dentária. 
 
CLASSE II 
Neste tipo de má oclusão, a cúspide MV do primeiro molar superior permanente oclui à frente do sulco, ou 
seja, o sulco está distal à ponta da cúspide. É por isso que o degrau distal é desfavorável. Antigamente, pensava-se 
que havia uma relação distal da mandíbula e do arco dentário inferior com a anatomia craniana. Essa classe é 
dividida em divisões: 
➢ DIVISÃO 1: paciente tem a cúspide do molar superior ocluindo à frente do sulco MOV do molar inferior, 
além de ter os incisivos superiores inclinados para a vestibular: 
o Inclinação axial vestibular do IS (tendência fisiológica de aumentar com a idade); 
o Trespasse horizontal acentuado (overjet); 
o Sobremordida exagerada; 
o Forma do arco superior em V, normalmente; 
o Arco superior atrésico (problemas de respiração) – estreito em relação à mandíbula. Assim, o 
paciente pode ser portador de mordida cruzada posterior; 
o Perfil convexo; 
o Musculatura facial em desequilíbrio; 
 TAÍS ALBANO 
30 
 
 
Esse tipo de oclusão é o caso da Mônica: paciente sorri e você só vê os incisivos. 
 SUBDIVISÃO DA DIVISÃO 1: é quando a relação molar de classe II acontece em apenas um dos lados. Então, 
em um paciente que a cúspide oclui à frente do sulco apenas do lado direito e seus incisivos estão inclinados para 
a vestibular, quer dizer que esse paciente apresenta uma classe dois, primeira divisão, subdivisão direita. 
 Então, se a cúspide oclui à frente do sulco apenas do lado esquerdo e os incisivos estão inclinados para a 
vestibular, esse paciente apresenta uma classe dois, divisão primeira, subdivisão esquerda. 
 Caso o paciente oclua à frente dos dois lados e apresente os incisivos inclinados para a vestibular, ele tem 
apenas uma classe II divisão primeira. 
 
➢ DIVISÃO DOIS: aqui, o paciente apresenta uma inclinação dos incisivos centrais superiores para a 
palatina e os laterais para a vestibular: 
o Retroinclinação dos ICS para palatina. Caso os quatro incisivos estejam retroinclinados para 
palatina, continua sendo divisão dois; 
o Inclinação vestibular dos ILS; 
o Overjet normal; 
o Sobremordida exagerada; 
o Arco superior amplo (normal); 
o Perfil reto ou levemente convexo; 
o Musculatura em equilíbrio. 
o 
Para nomear as subdivisões da divisão dois, faz-se da mesma forma da divisão 1 (observar se é esq. ou dir.). 
 
 CLASSE III 
Neste tipo de má oclusão, a cúspide MV do primeiro molar superior permanente oclui atrás do sulco, ou 
seja, o sulco está mesial à ponta da cúspide: 
➢ Relação mesial da mandíbula e do arco dentário em relação à anatomia craniana (classificação antiga 
de Angle); 
➢ Overjet negativo ou compensado (quando o dente faz compensação de inclinação dos incisivos – pode 
ficar em topo a topo); 
➢ Perfil côncavo; 
➢ Musculatura em desequilíbrio; 
➢ Pode estar associada à mordida cruzada anterior ou posterior; 
➢ Sua subdivisão é como às anteriores. Se não for muito acentuada de um lado, essa má oclusão é mais 
dentoalveolar, ocluindo atrás do sulco apenas de um lado. 
 
 TAÍS ALBANO 
31 
 
MORDIDA CRUZADA 
 
NA MORDIDA CRUZADA, SÃO INVERTIDAS AS CÚSPIDES DE CONTENÇÃO CÊNTRICA. 
 
 CLASSIFICAÇÃO INDIVIDUAL DE LISCHER 
 Usa o sufixo “versão” ou “gressão”. Dente inclinado para mesial: mésioversão e assim por diante 
(distoversão, linguoversão ou palatoversão, vestibuloversão...). Aquém da linha de oclusão: infraoclusão ou 
infraversão. Supraversão é quando o dente estiver extruído. Axiversão: dente que está inclinado fora do seu longo 
eixo normal, sendo um termo mais generalizado. Giroversão: dente gira em torno do seu longo eixo. Quando o 
dente troca de lugar com outro: transposição. 
 
 CARACTERÍSTICAS DE UMA OCLUSÃO NORMAL: 
➢ Trespasse vertical de até 30% 
ou de 1 a 3mm; 
➢ Curva de Spee e de Wilson 
suave; 
➢ Overjet entre 1 a 2mm; 
➢ Primeiros molares 
permanentes em chave de 
oclusão – relação molar de 
classe I; 
➢ Musculatura bucal e 
peribucal em equilíbrio. 
 
MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA 
Quando ocorrer uma classe I, II ou III que envolvem apenas o processo dentoalveolar, chama-se o paciente 
de portador de má oclusão dentária ou dentoalveolar. Isso é um desvio morfológico do padrão normal dos arcos 
dentários. Esses desvios podem ser de tamanho, número ou de posição nos três planos de espaço. 
 
DISPLASIAS ESQUELÉTICAS 
Ocorre quando as más oclusões envolvem as bases ósseas, além dos arcos dentários. Existem má oclusões 
ósseas ou esqueléticas que são causadas por displasias. Ocorre um desvio morfológico do padrão normal dos 
maxilares, podendo ser de tamanho e/ou posição. Sabe-se que isso ocorre através da análise cefalométrica. 
 
ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES 
Na Ortodontia, alguns fatores devem levados em conta ao se estudar a etiologia das más oclusões, visto 
que, muitas vezes, a etiologia é a própria nomenclatura do problema – fator etiológico com o mesmo nome para a 
sua consequência. Um mesmo tipo de má oclusão pode ser causado por fatores etiológicos diferentes, mudando o 
tratamento que deverá ser feito em cada caso. 
Em preto, mordida normal; 
Em vermelho, mordida cruzada. 
 TAÍS ALBANO 
32 
 
As causas atuam em determinados períodos sobre os tecidos, produzindoresultados. As causas podem ser 
fatores hereditários, displasias, distúrbios, influências do meio ambiente, entre outros. Elas podem ocorrer nos 
períodos pré-natal ou pós-natal, de maneira contínua ou de maneira intermitente. Elas podem ocorrer em várias 
regiões do corpo ou em regiões localizadas, produzindo algum resultado, como má disfunção, má oclusão ou algum 
distúrbio esquelético. Deve-se atuar sobre essas causas antes que elas tenham uma duração, frequência e 
intensidade suficientes para causarem um dano. 
 
FATORES CAUSADORES DAS MÁS OCLUSÕES 
➢ Hereditários: estão presentes antes do nascimento e são observados em várias gerações de uma 
mesma família. Aqui, vê-se a importância de uma boa anamnese. Dentre os fatores hereditários, se 
encontram: 
1) Desarmonias de bases ósseas (exceto dentes e processos alveolares): ocorre um mau relacionamento 
entre a maxila e a mandíbula, das duas entre si ou em relação à base do crânio. Para descobrir se esse 
mau relacionamento existe em um paciente, é necessário observar o ponto que fica na glabela, que é 
chamado de ponto N. Na maxila, existe o ponto A e na mandíbula o ponto B. Assim, têm-se um ângulo 
chamado de ponto ANB. Seu valor normal é de dois graus. Caso esse valor se encontre alterado, 
significa que há um mau relacionamento entre a maxila e a mandíbula. Há, também, um ponto SNA, 
que deve ser de 82 graus. Além disso, existe o ponto SNB, que deve apresentar como resultado 80 
graus (82 (SNA) – 80 (SNB) = 2 (ANB)). Caso a medida de SNA estiver menor que 82 graus, significa que 
a maxila está pequena e a mandíbula está normal (caso apresente 80 graus). Para corrigir isso, é 
necessário tentar estimular o crescimento dessa maxila para a frente, fazendo com que ela fique com 
uma relação fique normal. Se o SNA estiver normal e o SNB maior que 80, significa que a mandíbula 
está crescendo muito. Então, é necessário instalar um dispositivo para redirecionar a mandíbula para 
trás. Além disso, existem casos em que as duas medidas estão alteradas, o que significa que é preciso 
fazer um avanço da maxila e uma redução da mandíbula. Em todos esses casos, o paciente apresentará 
uma má oclusão de classe III. Essas desarmonias de bases ósseas causam mais más oclusões de classe 
II e classe III. Ortodontia preventiva durante o surto puberal pode atuar e corrigir esses problemas. 
Existem determinados tipos de más oclusões mais normais em pacientes dolicofaciais (mais comum classe 
II divisão primeira ou classe I por biprotusão), mésiofaciais (classe I - problemas dentários) e braquifaciais (classe 
III ou classe II divisão segunda). Pacientes leucodermas: mais normal ter classe II divisão primeira e classe I; 
melanodermas, classe II divisão primeira e xantodermas apresentam mais classe III. 
2) Dentes supranumerários: causam uma má oclusão menos severa do que a desarmonia das bases ósseas. 
Podem causar uma falta de espaço para a erupção dos permanentes, gerando uma erupção ectópica 
e/ou impacção dentária. Esses dentes supranumerários se dão graças a uma hiperatividade da lâmina 
dentária. São mais frequentes na maxila e na pré-maxila, sendo o dente mais comum o mésio-dens. 
Pode provocar falta de espaço para erupção do incisivo lateral, diastemas, impacção dentária, erupção 
ectópica, etc. É indicada a exodontia e tratamento ortodôntico para fechar os espaços, além de fazer o 
tracionamento dos dentes que não erupcionarem na posição adequada. Nesses casos, é preciso 
solicitar radiografias periapicais, panorâmicas e telerradiografia. Extranumerários não têm alteração 
de forma e supranumerários alteração de forma. 
3) Agenesia: é a ausência congênita do germe dentário. Geralmente é hereditária. Muitas vezes, o 
problema acontece apenas congênito, não sendo hereditário (não foi passado de pai para filho). É 
preciso fazer a diferenciação desses casos. Pode ser chamado de anodontia parcial (um dente ou 
poucos dentes inexistentes), total (quando todos os dentes faltam), ou quando ocorre em poucos 
dentes: agenesia. Mais comum em incisivos laterais e terceiros molares. Dependendo da faixa etária, 
como por exemplo, uma criança na fase de dentadura mista, é necessário fazer a condução da evolução 
da dentição para que esses espaços (em que era para ter nascido o dente) se fechem naturalmente. 
 TAÍS ALBANO 
33 
 
Isso é possível desde que a largura mésio-distal dos incisivos centrais permita que se transforme a 
anatomia dos caninos em incisivos laterais, colocando os primeiros pré-molares no lugar do canino, 
desgastando um pouco a cúspide dos pré-molares para que eles não gerem interferência oclusal neste 
novo local, atuando como um canino. Caso o paciente seja mais velho, é necessário o tratamento 
ortodôntico corretivo, ou para abrir espaço e colocar um implante, ou para fechar todos os espaços. 
4) Anomalia de forma: ocorre mais em incisivos laterais. São dentes geminados, fusionados e dentes com 
cúspide em garra (geram interferência oclusal). São problemas ortodônticos, mas mais de ordem 
estética. 
5) Anomalia de tamanho: pode ser uma macrodontia (gigantismo dentário – gera falta de espaço na 
arcada dentária, já que o indivíduo apresenta dentes muito grandes ou então distúrbios na glândula 
hipofisária – dentes não cabem na boca; bases ósseas normais com harmonia facial, mas com falta de 
espaço) e microdontia (nanismo dentário). No nanismo dentário, ao analisar o paciente, observa-se que 
ele possui diastemas generalizados na dentição permanente, e na análise cefalométrica é observado 
que a maxila e mandíbula têm um bom relacionamento. Além disso, o paciente apresenta uma boa 
harmonia facial. Isso significa que os dentes não muito pequenos. Muitas vezes, isso se dá porque o 
paciente tem um distúrbio na glândula hipofisária (hormônios descompensados). 
6) Discrepâncias ósseo-dentárias: clinicamente, a característica será a mesma de um gigantismo ou 
nanismo dentário. Discrepância positiva sobra espaço, discrepância negativa falta espaço. Aqui, é a 
base óssea que apresenta um tamanho desproporcional. 
 
➢ Fatores pré-natais: 
1) Fatores maternos: herdados da mãe. Podem ser problemas nutricionais (raros de acontecer, pois essa 
desnutrição deve ser por um longo período de tempo, mas a mãe pode ter Hipervitaminose A, que 
gera fissura labiopalatal), excesso de hábitos deletérios, como uso de droga, álcool e fumo, 
enfermidades no período de gravidez (rubéola e sífilis – dentes de Hutchinson) e trauma violento no 
período de gestação violento. 
2) Fatores embrionários: nutricionais e enfermidades se dão como os fatores maternos e estão 
diretamente relacionados. Porém, aqui, os traumas no bebê se dão principalmente no momento do 
parto, como o uso (que não é mais comum) de fórceps, que podia causar lesão na ATM e na mandíbula. 
Falta de coalescência: entre a quarta e a nona semana, não ocorre a fusão, gerando fissura labiopalatal. 
Má posição: bebê fica com a face apoiada sobre o joelho – a face fica com mau posicionamento, 
gerando um desvio da anatomia normal da maxila ou da mandíbula. 
 
➢ Fatores pós-natais: aqui, tem-se a oportunidade de atuar de maneira preventiva: 
FATORES INTRÍNSECOS: atuam nos arcos dentários. 
1) Cáries extensas: observar, principalmente, após o início do período da dentadura mista. Caso haja uma 
cárie ampla na face distal do segundo molar decíduo, no momento da erupção do primeiro molar 
permanente, ele irá inclinar, graças ao rompimento do ponto de contato, do componente anterior de 
força e da tendência de deslocamento mesial. Além disso, também atua a forma da curva de Spee, 
favorecendo a inclinação desse primeiro molar permanente para a mesial, ocupando o espaço que era 
para erupcionar o segundo pré-molar, o que gera, no fim do período da dentadura mista, o 
deslocamento mesial tardio, que favorece os molares a entrarem em chave de oclusão. Ou seja, é um 
grande problema, já que causará a diminuição do perímetrodo arco, não favorecendo o deslocamento 
mesial tardio, fazendo com que os molares não entrem em chave de oclusão. Deve-se optar, na maioria 
das vezes, por restaurar esse dente decíduo cariado. 
2) Hipoplasias: são dadas pela amelogênese imperfeita, por exemplo. Representam um problema 
ortodôntico quando grandes estruturas dentárias são destruídas. O correto tratamento são 
restaurações, pois caso elas não sejam feitas, pode-se perder espaço no arco. 
 TAÍS ALBANO 
34 
 
3) Perdas dentárias precoces de dentes decíduos: são dadas antes da formação de 2/3 da raiz do 
permanente sucessor – estágio 8 de Nolla. Caso essa perda se dê nos dentes anteriores, deve-se fazer 
um aparelho mantenedor de espaço com dentes acrilizados que são colocados no aparelho. O paciente 
deve usar esse aparelho até a época normal de erupção dos sucessores permanentes. Caso o dente 
decíduo natural do paciente caia, pode-se usá-lo no aparelho mantenedor de espaço. Em caso de queda 
dos dentes posteriores, deve-se ocupar o espaço que sobrou, visando manter o perímetro do arco. O 
aparelho usado nessas situações se chama mantenedor de espaço funcional. Existem aparelhos 
removíveis que são usados em pacientes colaboradores e aparelhos fixos para pacientes que não 
colaboram. O fixo só mantém o perímetro do arco, enquanto o removível atua fazendo contato com o 
dente adjacente. Em caso de perda do segundo molar decíduo sem a erupção do primeiro molar 
permanente, deve-se instalar um aparelho em que a extremidade distal fará a função da superfície 
distal do segundo molar decíduo, chamado de orientador de erupção. A função desse aparelho é fazer 
guia de erupção para o primeiro molar permanente. Nos casos em que o primeiro molar já está 
erupcionado, deve-se, apenas, instalar o mantenedor de espaço. 
4) Restaurações insatisfatórias: principalmente no diâmetro mésio-distal, pois geram o risco dos dentes 
adjacentes mesializarem. 
5) Retenção prolongada: quando passa da hora dos dentes esfoliarem (ficam retidos depois do estágio 
oito ou nove de Nolla). Isso pode causar uma impacção dentária, erupção ectópica e erupção parcial. 
Assim que esse caso for diagnosticado, deve-se fazer a extração do dente decíduo. Aqui, existe uma 
falta de sincronia entre a risólise e a rizogênese. Essa retenção prolongada do dente decíduo pode ser 
graças à rigidez das fibras periodontais – então, deve-se fazer uma ulectomia. Retenção prolongada 
devido à anquilose: dente fica aquém da linha de oclusão, não se enxerga radiograficamente a área 
radiolúcida que corresponde ao ligamento periodontal; deve-se fazer uma cirurgia de remoção. 
6) Perda precoce de dentes permanentes: em qualquer época da vida essa perda será precoce, pois 
subentende-se que esses dentes devem ficar para o resto da vida na cavidade oral. 
7) Impacção dentária: algum objeto está no trajeto de erupção, fazendo com que o dente não erupcione 
ou erupcione parcialmente. Pode ocorrer: 
A) Impacção do dente permanente no colo do decíduo: deve-se extrair o decíduo e verticalizar o 
permanente, instalando um mantenedor de espaço. Nesse caso, o ângulo de erupção do 
permanente estava muito inclinado para a mesial; 
B) Impacção do dente permanente por condensação da fibromucosa: perda do dente decíduo 
precocemente sem a posterior utilização da ortodontia preventiva; 
C) Impacção de dentes permanentes por falta de espaço; 
D) Impacção de dentes pela existência de supranumerários; 
E) Impacção de dentes por fatores patológicos (cistos dentígeros ou odontomas). 
8) Freio labial anormal: alguns pacientes apresentam um freio labial amplo bastante fibrosado na base. 
Isso pode gerar diastemas que comprometem a estética, além de desencadear problemas na fonação 
e na higienização. A interposição lingual pode aumentar cada vez mais o diastema existente 
a. FREIO LABIAL ANORMAL X DIASTEMA: diagnóstico diferencial para freio labial anormal se dá 
através de um procedimento que consiste em levantar o lábio do paciente para a vestibular; 
caso a inserção seja ampla e fibrosada, haverá uma isquemia entre a papila incisiva e a região 
anterior. O tratamento desse freio anormal é a remoção cirúrgica. Essa cirurgia deve ser feita 
depois da erupção dos caninos superiores, pois caso o paciente esteja passando pela fase do 
patinho feio, tende-se a pensar que o diastema é causado pelo freio, mas é apenas um processo 
fisiológico dessa fase. 
9) Fusão imperfeita na linha média: presença de tecido epitelial que impede a fusão normal da linha 
média. Nesses casos, o paciente apresenta um diastema recorrente. Deve-se remover o tecido 
cirurgicamente e fazer o fechamento desse espaço. 
 
 TAÍS ALBANO 
35 
 
FATORES EXTRÍNSECOS: não pertencem diretamente aos arcos dentários. 
1) Hábitos bucais deletérios: provocam disfunções da normalidade durante o desenvolvimento da 
dentição. Hábito é tudo aquilo que fazemos que nos dá prazer e, por isso, a ação fica repetitiva, e depois 
de um tempo se torna inconsciente. Para o hábito ser nocivo, é necessário que haja uma alta 
frequência, intensidade e duração. 
a) Hábito de sucção: é normal desde que seja feito na vida pós-natal apenas para fins nutritivos. A 
remoção desse hábito até a época da esfoliação dos incisivos decíduos apresenta uma grande 
possibilidade da autocorreção dessa dentição. O hábito de sucção deletério gera ausência de 
contato entre os dentes anteriores. Caso essa sucção seja feita no dedo polegar, o caso do paciente 
é pior do que se ele fizesse sucção em chupetas, visto que a posição que o polegar ocupa na 
cavidade bucal tem a capacidade de inclinar os incisivos superiores para a vestibular e os incisivos 
inferiores para a lingual. Além disso, caso esse hábito se dê por um longo tempo, haverá um 
tracionamento da maxila para a região anterior. A grade palatina fixa é um dispositivo implantado 
para impedir que o paciente faça a sucção do dedo ou da chupeta. Caso o paciente tenha apenas 
uma mordida aberta, o uso desse aparelho propicia a correção dessa mordida a partir da remoção 
da sucção deletéria. 
b) Hábito de respiração bucal: necessita de um tratamento multidisciplinar com um fonoaudiologista, 
pediatra, otorrinolaringologista e outros. Esses pacientes apresentam o terço facial inferior 
aumentado. Além disso, o selamento labial nesses casos é inexistente quando eles estão em 
repouso. A mandíbula cresce com o ângulo goníaco mais aberto. Ou seja, ocorre um distúrbio na 
oclusão e na harmonia facial. Esses pacientes podem apresentar problemas periodontais por 
ficarem com a boca aberta, causando um ressecamento da gengiva. A gengiva fica brilhante e não 
tem um aspecto de casca de laranja (ideal). 
c) Deglutição atípica: paciente engole de uma maneira incorreta. Geralmente, esses pacientes 
apresentam uma mordida aberta anterior desassociada das características de pacientes que 
possuem hábitos de sucção e de respiração bucal. Uma deglutição normal se dá: ao colocar um 
alimento na boca, a ponta da língua vai tocar na papila incisiva ou palatina; os dentes superiores 
entram em oclusão; os músculos periorais fazem somente o selamento dos lábios sem contraírem 
e, assim, começa uma sucção da língua contra o palato, que faz com que o alimento seja jogado 
para a região posterior até ser deglutido. Na deglutição normal, entra em ação o masseter, o 
bucinador e a língua. Já na deglutição atípica, o paciente pressiona a língua entre os incisivos, o 
masseter não se contrai e pra fechar a boca é necessário que os lábios se contraiam a partir dos 
músculos periorais (orbiculares dos lábios). Em vez de fazer um movimento ondular de deglutição, 
acontece um sopro. Esse paciente engasga com frequência. 
d) Hábitos de morder e/ou roer unhas (onicofagia): podem causar uma mordida aberta localizada no 
dente que o paciente tem o hábito de roer unhas. 
e) Hábitos de fonação: prestar atenção em sons sibilantes (SS). Esses hábitos provocam uma