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Fabiano Wallace e outros - Poesia na escola

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Fabiano Wallace e outros autores • 1
1ª Edição
Poesia na escola
FABIANO WALLACE 
e 
outros autores
2020
Fabiano Wallace e outros autores • 32 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
 
 “Grato pela vida, por ter recebido do Senhor o dom 
de observar, de experimentar, de falhar, de aprender com 
os erros e de ter tempo e coragem para corrigir. 
 Obrigado a você, caro leitor pela paciência de cor-
rer os olhos por estas letras combinadas, procurando en-
tender a mente confusa de um poeta, neste tempo atroz, 
por estas folhas vorazes. 
 Obrigado a professora Anália e ao genial profes-
sor Gilberto Martins por esta oportunidade. Contem co-
migo sempre que precisarem.”
Fabiano Wallace
EDITORA PALAVRA É ARTE
 RUA MARIA DO CARMO MACIEL POSSOS, Nº 100A,
MÁRIO A F II, BRODOWSKI-SP 
CEP: 14340-000 
________________________________________ 
Dados para catalogação 
Wallace, Fabiano 
e
 outros autores
Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Brodowski, SP - Editora Palavra é Arte, 2020
1. Literatura
ISBN: 978-65-00-03974-0
________________________________________
Projeto Gráfico:
Lucy Dolácio e Lara Caxico
Diagramação: Lucas Caxico
Capa:
Jonathas Levy
Contato:
editorapalavraearte@gmail.com
Telefone:
FIXO: 16 3664-0020
Fabiano Wallace e outros autores • 54 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
A ARTE DA POESIA
 A arte de compor poesias é algo que vai muito além 
de nossa imaginação.
 Enquanto os autores comuns lançam mão de um 
punhado de palavras, cujo objetivo é muitas vezes preen-
cher apenas algumas páginas, os poetas precisam de algo 
mais para nos dizer o que querem.
 Precisam dar cadência aos textos, imaginar o ini-
maginável, fazer-nos compreender o quase incompreensí-
vel.
 Falam-nos com a alma e o coração, entregam-nos 
suas vidas, seus sonhos e suas verdades.
 Os poetas são generosos com seus leitores, pois 
sempre os presenteiam com seus segredos, com seus 
amores e muitas vezes com suas dores e angústias.
 Para os grandes poetas basta um verso, uma ora-
ção... uma palavra apenas e tudo será dito. Tudo é possí-
vel aos olhos e ao coração daqueles que se dedicam à arte 
da síntese em se tratando de estrutura e da amplitude no 
campo dos sentimentos e das ideias.
 Ao lermos os textos de alguns poetas temos a certe-
za de que recebemos deles um presente inestimável: parte 
de suas visões de mundo e de suas experiências como no-
táveis observadores que são do universo à volta de cada 
um deles. 
 
 Gilberto Martins
Fabiano Wallace e outros autores • 76 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Fabiano Wallace 
Cabelos brancos.........................................................
O leito de folhas verdes..............................................
Chuva, a metáfora da vida..........................................
Anália Maria
A extensão do amor....................................................
Tempo, destino e futuro..............................................
Te amarei até o ponto final........................................
Manuel Almeida
Algo a impede.............................................................
Perspicácia...................................................................
Coração de ferro.........................................................
Méry Zilli
Turbulência..................................................................
Fé................................................................................
Destino.......................................................................
15 
16 
18 
 23 
24 
25 
 29 
30 
31 
 35 
36 
37 
Sumário
Fabiano Wallace e outros autores • 98 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Edimilson Eufrásio
Funeral........................................................................
Quero um amor..........................................................
A dor da despedida...................................................
Lucineide dos Reis
Amo-te.......................................................................
Feche a porta.............................................................
Venha..........................................................................
Aurélio Leal
Calado.........................................................................
Carta ao amor que foi...............................................
Sentenças...................................................................
Leandro Pedrosa
Oposição.....................................................................
Como pequenas histórias.........................................
Cegos por instinto......................................................
Mara Lamounier
Solidão........................................................................
Dias nublados............................................................
Em busca de sentidos.................................................
 41 
42 
44 
 49 
50 
51 
 55 
56 
57 
 61 
62 
64 
 67 
68 
69 
Sandra Corrêa Nunes
Covid-19, vencido!.....................................................
Mineirice....................................................................
Eu e ele......................................................................
Carlos Souza
Sereia.........................................................................
E o tempo levou.........................................................
Me disseram..............................................................
Edson Nascimento
Amei..........................................................................
Ela!.............................................................................
Quando o choro passar...............................................
Élio Moreira
Para ser um escritor....................................................
A magia da vida.........................................................
Vibrações poéticas.....................................................
Arthur Bezerra Monteiro
Torrente de amor.......................................................
Amor, amar, no mar...................................................
A flecha do cupido.....................................................
73 
74 
75 
 79 
80 
81 
 85 
86 
88 
 91 
92 
93 
 97 
98 
99 
Fabiano Wallace e outros autores • 1110 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Irene Fonseca
Delonga.....................................................................
O tempo....................................................................
Poesia........................................................................
Dylla Vicente
Abandono..................................................................
Ciano.........................................................................
Saudade....................................................................
Gisele da Hora
Confissão...................................................................
Reticências................................................................
Maldição....................................................................
Jéssica Flores
Transmutar.................................................................
Utopia........................................................................
Fragmentos...............................................................
Lucília Reale
Sobre o tempo..........................................................
Ilusão........................................................................
A espera da esperança.............................................
 103 
105 
106 
 109 
110 
111 
 115 
116 
117 
 121 
122 
123 
 127 
128 
129 
Pedro Lino
Amor.........................................................................
“Esquecer”................................................................
Aqueles olhos azuis...................................................
Volnei Campos
A vida.........................................................................
Peitovazio.................................................................
Resistindo..................................................................
 133 
134 
135 
139
140
141 
Fabiano Wallace e outros autores • 1312 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Fabiano Wallace 
Fabiano Wallace e outros autores • 1514 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CABELOS BRANCOS
Respeita esses fios brancos
Resultado de muitos luares
São serpentes platinadas de bravura, tiras de sabedoria
É o que eu encontrei e é o que eu não achei
Nasci em um tempo que jaz, mas moribundo não estou
O tempo, no corpo deixa as suas marcas como a prensa 
vai cunhando o livro que sou
Num barco improvisado, vagamos
Esperando chegar a um destino o qual não conhecemos
Então eu guardo meus brancos cabelos
Eles são o meu passaporte e meu certificado
No fim é o que levamos da vida: vivência, nada mais
Fabiano Wallace e outros autores • 1716 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
O LEITO DE FOLHAS VERDES
Para meu deleite, acreditem,
encontrei tal lugar.
O influxo artístico aqui se encontra.
O vento moroso
meus cabelos sacode
e faz prosa com a saia da menina.
Nas suas vinhas
trabalha a confeiteira que fabrica os beijos doces
que transformam meu antes amargurado paladar.
Na cama verde de folhas,
o cheiro inventivo da hortelã
que me faz de novo menino.
Sonhando ao enxergar formas em nuvens.
Quando eu procuro uma manta,
acho sempre meu galho macio e querido que, indefeso 
como a romântica mulher
pode se desmanchar com carinho.
De vez em quando procuro soletrar meu nome
Por que senão me torno árvore
e solitárias são elas.
Por isso elas gostam de falar comigo.
Eu prefiro estar aqui
do que na insalubridade das aparências.
Nessa ilha que é só minha.
Só eu sei chegar nela.
Ah, meu Deus!
Que bom é ser poeta, como tu
e merecer tudo isso.
Se poeta eu não fosse,
no leito de folhas verdes eu não estaria.
Fabiano Wallace e outros autores • 1918 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CHUVA, A METÁFORA DA VIDA
Hoje eu saí na chuva.
Desculpe os respingos nesse papel
Fiquei ansioso para contar
A ponta do lápis está solta, mesmo assim ele escreve.
Devagar, o lápis desenha o que se passou
Ansioso para contar...
O lápis
No papel
Foi assim:
Eu saí de casa e vi que caíam
 ... pingos...
 do céu.
Caíam silenciosos
Como num chuveiro
Chuva, mas sem trovoadas
Daquelas que não me metem medo
Pessoas, preocupadas em não se molhar,
Se entretinham com a minha figura
Eu, encharcado e aparentemente desatento,
Porém os percebia
Um homem, sentado na calçada, fez um convite à refle-
xão:
 “Que chuva boa!”
Eu lhe devolvi um sorriso.
 “Sim! Está boa para se molhar.”
Chuva ensolarada
Daquelas que não me metem medo
Pensei nas chuvaradas da vida
Em quantas delas temos a oportunidade de ver a luz?
Abaixamos a cabeça, nos permitimos molhar
Poucas vezes percebemos
A camisa colava em meu corpo
Na terceira, décima ou vigésima quadra vi um amigo
Ele não se espantou com minha aparência
As moças, que passaram logo a seguir, sim
Mas nos cumprimentaram mesmo assim
 
Segui o meu caminho
Voltei à caminhada
Lembrei-me do resultado de chuva mais sol.
Onde está o arco-íris?
O encontrei
Ele se formava vagarosamente
Porém eu tinha pressa, não o admirei
Quadras depois senti a falta da chuva
Percebi que ali não chovera nem antes, nem ontem, nem 
nunca
Ou ninguém se lembrava
Fabiano Wallace e outros autores • 2120 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Anália Maria
Assim, me senti envergonhado de minha situação
Vergonha de meus estigmas
Neguei a chuva que caíra em meu rosto
A calça ensopada e a camisa colada.
Reparei agora que molhado não mais estou
Agora escrevo sentado à mesa
Chuva não há, se já houve
Esquecemos de tudo
 
Uma cadelinha dorme aos meus pés.
Esticada, ela lembra um tapete de pelos.
Eu olho para ela.
Ela me devolve o olhar.
Fabiano Wallace e outros autores • 2322 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
A EXTENSÃO DO AMOR
O amor, 
Este que talvez seja a maior invenção de Deus
Pode-se medir pela longevidade da convivência?
Pela cortesia entre os pares? 
Pela camaradagem entre os amantes?
Pela harmoniosa convivência?
A verdade é que a maioria das pessoas vive 
ou viveu seus amores de forma linear ao longo de suas 
vidas
e por isto mesmo não precisou transpor grandes barrei-
ras,
pois grandes percalços jamais lhes foram impostos
Mas talvez o maior de todos os males ou angústias
Aquele que consome lenta e sorrateiramente
Até mesmo os grandes amores 
Seja a ausência.
A esta nada escapa.
E diante dela – se prolongada – tudo aos poucos ador-
mece,
ou se despedaça.
A contagem infindável do tempo torna-se martírio
E a ausência, uma dor infinda 
como infinita tem sido a régua 
que tenho usado para mensurar o amor que tenho por ti.
Fabiano Wallace e outros autores • 2524 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
TEMPO, DESTINO e FUTURO
Durante anos a fio vivi meus lentos dias 
com meus os olhos e o pensamento
no meu imaginável futuro
e assim levei boa parte da vida tentando alcançar o tem-
po
que se impunha impiedoso à minha frente.
Quando o alcançava, procurava, com uma pressa quase 
desumana, deixá-lo para trás.
Queria avançar, caminhar ligeiro, andar a passos largos 
em busca do desconhecido e tão almejado “lá adiante”.
Mal sabia eu que o meu futuro sempre estivera ali bem 
perto, no meu dia seguinte, na minha próxima hora... 
Nas avenidas pelas quais caminhava, nas próximas esqui-
nas por onde eu sempre viraria em poucos segundos...
E o meu destino, este que sempre acreditei ser uma ver-
dadeira cadeia de inevitáveis acontecimentos, estaria ali 
bem perto.
Foi então que descobri que ele depende muitas vezes da 
velocidade que imprimimos aos nossos passos para che-
garmos ao futuro. 
E que tudo terá seu tempo certo; basta que não fique-
mos parados!
O certo é que o futuro vai empurrar o tempo de forma 
mágica contra nossas próprias existências, criando o nos-
so próprio destino.
TE AMAREI ATÉ O PONTO FINAL
Te amarei até o ponto final...
Esta foi a promessa que lhe fiz, lá se vão sei lá quantos 
anos; 
Mas já faz décadas, tenho certeza
Sei apenas que o texto começou a ser escrito em uma 
tarde de domingo
E, semelhante à comprida história de Robson Crusoé que 
não “acabava” mais, 
citada no poema “Infância” de Drummond, esta minha 
história, 
espero, 
também não terá fim; não por enquanto...
Vai-se arrastando dias afora, semelhante à lentidão das 
palavras 
lançadas manualmente no papel;
Uso vírgulas, exclamações, interrogações 
e tantos outros marcadores de cadência, ritmo, entoação 
ou pausa da escrita, 
entretanto, 
jamais usarei, de livre e espontânea vontade, o ponto fi-
nal...
deixarei que Deus
no futuro, lá adiante, faça isto por mim
Fabiano Wallace e outros autores • 2726 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Manuel Almeida
Fabiano Wallace e outros autores • 2928 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
ALGO A IMPEDE
Toda vez que te permito ir
Vem
Encosta do lado...
Faz remexer o que me vem
Toda vez que admito-me ir
Vem e me segura com tua voz
Me deixa sem chão
Com tua quase inocência
Nonsense
Mas me completa
Me deserda dessa pena...
Sofrer longe de ti
Que bom que me segura
Que me deixa sem pé, sem cabeça...
É outono de água fresca
De pés de pêssego sem folhas
De vento que faz curva na nossa estrada
Trazendo teu perfume...
Toda vez que permito que vá...
Fabiano Wallace e outros autores • 3130 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
PERSPICÁCIA
No cais
O que transborda é o mar
O que segura é a madeira
Teus ombros
Tuas cores
Teus ais
CORAÇÃO DE FERRO
 
Às vezes eu lembro e conto:
Na cama, deitado, com olhos abertos no escuro
Esperava o trem se anunciar lá longe
Lá pelas bandas de Miraí
Quanto mais perto,
Mais trêmula ficava a cristaleira
Tilintavam os apetrechos davovó
Era o sinal para tudo parar
A respiração, tremuras do corpo, o tempo
Quando aquele monstro de ferro passava
Tudo após se normalizava
Principalmente
A respiração, o coração
Daí então, um sorriso de canto de boca
Pura emoção
Fabiano Wallace e outros autores • 3332 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Méry Zilli
Fabiano Wallace e outros autores • 3534 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
TURBULÊNCIA
Vento venta forte
Ouço passar o vento
Turbilhão em minha vida
Turbulência vem de dentro
Em rajadas tira tudo do lugar
Fico sem teto, sem chão
Tufão por mim a passar
Tempestade, um furacão
Tornado, minha natureza
Em vão a buscar calmaria
Segue o apito do vento
Desestabiliza o dia a dia
E se tudo parasse, paz haveria?
Há algum lugar em mim onde tudo silencia?
Sem resposta certa, o que vejo
Marasmo seria, monotonia.
Prefiro o barulho do vento
Traz em si o sentimento
Mar ora calmo, ora revolto
A vida segue em movimento.
Fabiano Wallace e outros autores • 3736 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
FÉ
Quando dificuldades surgem
Tudo o que faz o coração sangrar
Peço forças para a alma
Para a dor aliviar
Dizem que a vida nem sempre
Um mar de rosas é
Tem vezes que o mar é revolto
Nessas horas a prova é da fé
Crer em tempos melhores
Que nem tudo perdido está
Que após a noite vem o dia
Que a arte a nossa fome sacie
Que a justiça sobreviva
Que haja paz e harmonia.
DESTINO
Da catedral ouço soar o sino
Sem pressa anuncia o meio-dia
Blém, blém, blém, blém, blém, blém
Sigo a contar lentamente
Cenas de um pequeno menino,
A cada badalada, surgem em minha mente 
Cumpre a tarefa diária de tocar o sino
Pendurado na pesada corda
João, Manuel, José, Marcelino
Para o que faz pra tocar o sino
Na cidade apressada, motores barulhentos
Da altiva catedral o som vai além da praça
Penso em Deus e em Sua graça
A cada badalar do sino
Um filme antigo passa em minha mente
Pessoas sem pressa seguem a chamada
Vão à igreja ao ouvirem o sino
Hoje, cidade grande, nada para pra ouvir o sino
Blém, blém, blém, blém, blém, blém
Pessoas agitadas, cada uma em sua lida,
a cumprir o seu destino. 
Fabiano Wallace e outros autores • 3938 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Edimilson Eufrásio
Fabiano Wallace e outros autores • 4140 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
FUNERAL
Nem a dor que deverá perfurar a minha alma
Sangrando um coração que jaz, não bate mais
Nem a lágrima que cai em tom de despedida, jamais
Poderá me devolver a paz e a minha alegria
Que vai sumindo no silêncio que segue o funeral
E a tristeza deixando marcas pelo caminho, que jaz
Um dia, você pisou digna e divinamente, com sua beleza 
sem igual.
Nem a saudade que me partiu ao meio
Nem as lembranças que habitam o vazio
Que deixou martirizando o meu destino
Nem nada poderá me devolver o seu sorriso
O seu olhar que era minha luz, se apagou
E agora habita entre as estrelas do céu
A minha vida, qual vida? Se desfez em prantos
Diz que não é verdade, que você não morreu.
E que tudo foi um sonho, um pesadelo talvez!
O que foi que aconteceu? Me explique, por que o amor 
emudeceu?
De repente, me sinto só... tão só quanto uma lágrima 
que se perdeu
Pela correnteza que se juntou à minha dor, minha sau-
dade
E agora? O que deveria sentir, não sinto mais
Nada é para sempre, nem as alegrias e nem as tristezas
E agora quem morre a cada dia, sou eu.
Fabiano Wallace e outros autores • 4342 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
QUERO UM AMOR
Quero acordar pela manhã
Olhar-te com os olhos preguiçosos
Acarinhar-te com as mãos macias
E tão logo abra os olhos, lhe roubar um beijo
E ao sorrir meu primeiro sorriso da madrugada
Abraçar-te, afagar seus cabelos, fazer ondas como as do 
mar
E sentir seu coração colado ao meu, batendo forte
É um sonho que nasce comigo todos os dias
Eu quero um amor que seja todo e só para mim
Que me ame loucamente, entregue-se totalmente
Que sussurre no meu ouvido constantemente
Que sinta o seu toque suave na minha face
Que feche os olhos e, juntos, viajemos sem direção
Sem pudor, sem cobranças, sem regras, na contramão
Que andemos descalços pela chuva, de mãos dadas
De braços abertos, em voo rumo à imensidão
Quero um amor romântico e verdadeiro
A quem se mande flores e bilhetinhos de amor o tempo 
inteiro
Que me surpreenda quando estou distante
Que acenda meus desejos até mesmo ofegantes
Que me tire o ar, que me deixe fora de mim
Que me faça suar, chorar de alegria, que me leve, enfim, 
ao êxtase,
Quero um amor que seja todo meu, só meu
É um sonho que nasce comigo todos os dias
Quero um amor que me ame como sempre sonhei
E me faça correr, pular, gritar e mirar uma estrela
A nossa estrela, o nosso céu, o nosso mundo comparti-
lhar
Dividir alegrias e tristezas, beijos e abraços e suspiros
Quero sentir o amor, como se não houvesse o amanhã
Quero rir de tanta felicidade, confessar meus segredos, 
anseios e medos
Me abrir, expor o que tem dentro e a receber em todo e 
qualquer momento
Quero um amor só para mim... Isso, talvez, seja um 
sonho?
Sonho que nasce comigo em todos os dias
Busco, incansavelmente, esse amor
Sinto, paulatinamente, que estou morrendo por esse 
amor
Talvez esteja condenado ou talvez, e ainda, meu amor 
esteja por nascer
Será que tenho que morrer para meu amor conhecer?
Dizem que ninguém morre,
As pessoas se encantam.
Mas onde está o meu amor?
É sonho que nasce comigo em todos os dias.
Fabiano Wallace e outros autores • 4544 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
A DOR DA DESPEDIDA
Eu te amo mais que tudo nessa vida.
Nada vai nos separar, não importa o que tenhamos que 
suportar. 
Sem você minha vida é órfã de essência; perde o seu 
brilho e se transforma num grande vazio. Eu te amo de 
verdade e você sabe disso.
Embora muitas vezes cheguemos a divergir, mas isto 
acontece porque nos preocupamos um com o outro e 
porque sofremos um pelo outro.
Você sempre foi tudo para mim, mesmo que em alguns 
momentos não tenha demonstrado. 
Foi porque tentei disfarçar, prevendo no futuro, uma 
separação dolorosa, mesmo compreendendo ser tem-
porária.
Lamento tanto a chegada desse momento, talvez por-
que não tenha me preparado a contento. Parece que 
essas coisas nunca vão acontecer com a gente e quando 
acontecem, a realidade é muito dura.
Jamais imaginei conseguir viver em sua ausência. É evi-
dente que por entender as razões da vida, continuarei a 
viver, mas, por você; sabendo que em algum lugar, ora e 
olha por mim.
Que daqui pra frente, minhas lutas e conquistas serão 
pra você, orgulho, honra, a alegria que não pude lhe dar 
nesta vida. Como súplica lhe peço: onde estiver não me 
abandone, jamais me recuse o carinho, o afeto, o colo 
que me confortava nas horas de dor.
Não me deixe sem o beijo que muitas vezes me ilumi-
nou e que era a esperança pra seguir. Não me deixe sem 
a palavra que docemente saía de seus lábios pra me 
confortar.
Finalmente, prometa-me voltar, mesmo na rapidez de 
uma estrela cadente para comprovar que estarei aqui, 
tentando fazer por merecer e receber um abraço, que 
não somente matará a saudade, mas que nos fará revi-
ver nossos laços de amizade.
Uma amizade tão pura e tão sincera, que se transfor-
mou em amor, amor verdadeiro e sem limites. Juntos 
contemplamos tantas primaveras, trocamos energia e 
calor, vivemos uma vida digna e tão feliz. Perdoe-me por 
não ter feito mais. Acredite, tentei, mas não fui capaz. 
Reconheço que fracassei, mas lutei... como lutei.
Sei o que diria se estivesse do meu lado, se visse que 
deixei algo a fazer. Me cobraria e como incentivo ironiza-
ria: “A vida é dura para quem é mole!” Nesta despedida 
prefiro não dizer adeus, mas até logo, até breve.
Que os anjos do Senhor nos abençoem. Meu coração 
está partido, chorando baixinho, na verdade. Sentindo 
uma tristeza ferver e algo que não consigo explicar, to-
cando fundo minh’alma pecadora, que está de luto, que 
está sofrendo.
Ah, Senhor, criador de todas as coisas! Dai-mecompre-
ensão e amor.
Fabiano Wallace e outros autores • 4746 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Fazei-me suportar e ser digno de Tua bondade. Dai-
me paz e esperança, que um dia, sagrado dia, poderei 
alcançar a Tua graça. Luz que me fará enxergar que 
sempre amei e me dará a oportunidade de ser feliz, 
realmente feliz.
Lucineide dos Reis
Fabiano Wallace e outros autores • 4948 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
AMO-TE
Amo-te desde a primeira vez que eu te vi
Desde que a flor ficou encantada pelo colibri
Amo-te desde o primeiro beijo.
Desde que me deixou alucinada de desejo.
Amo-te desde a primeira vez quando andamos de 
Mãos dadas.
Desde que por beijos nossas vozes foram caladas.
Amo-te e não nego.
Desde que tua autoestima amortizou o meu ego.
Fabiano Wallace e outros autores • 5150 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
FECHE A PORTA
Feche a porta
Sinto um calor
Jogue-me na cama
Me possua sem pudor.
Feche a porta
Não me censure
Paixão, tensão e calma,
Almejo que dure.
Feche a porta.
Envolva-me com tuas mãos 
Deleite-se sobre meu corpo
Entregue teu coração
Feche a porta 
Apague a luz
Beije meus lábios.
Vem e me seduz.
VENHA
Eu preciso de você
Venha até meu quarto
À meia-noite, à meia-luz
Venha até meu quarto
Seus olhos que me encantaram 
Sua boca que me atraiu
Venha até meu quarto
Promessas serão cumpridas
Eu te digo mais
Vou vendar seus olhos
Deitá-lo na cama
Falar dos meus desejos.
Venha até meu quarto.
Fabiano Wallace e outros autores • 5352 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Aurélio Leal
Fabiano Wallace e outros autores • 5554 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CALADO
É o vazio insano,
O caos que consome
Até os absurdos,
É queda livre, cadente,
Em murmúrios,
O silêncio da liberdade é um tumulto.
O silêncio, da liberdade e tumulto,
O conflito das gaiolas, confronto,
Entre o querer e o não saber ser,
Medonho.
É o medo do nada
É tudo.
Fabiano Wallace e outros autores • 5756 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CARTA AO AMOR QUE FOI
É sobre esse fim que me despedaça,
Sobre o gosto da sua boca que ficou na minha,
Seu cheiro como fantasma
A passear pelo meu corpo como se eu fosse rua.
É sobre essa lua,
Esse som, esses suspiros, esses medos,
Sobre o nós que nunca fomos 
E as canções de amor que não cantamos.
Sinto sua ausência
E me é quase uma companhia,
Sei... isso tudo ia dar merda um dia,
Mas como evitar sua existência?
Era como estar nas estrelas,
Sem querer vê-las,
Apenas sentindo seu gosto em seu gosto.
Aposto,
Que não caminhas por outro corpo,
E nem suspiras como se tudo fosse eterno,
Como suspirastes ao caminhar em mim.
Mas tudo um dia tem seu fim,
Mesmo o amor ou a paixão... enfim,
Tudo se acaba.
Eu, como tolo apaixonado,
Insisto em querer coisas eternas,
E sorrir depois para o passado
Nos passos,
Do chão que me fizeste,
Apenas.
SENTENÇAS
O melhor da vida é o agora, então nade,
Nesse mar caótico, nesse escuro breu.
Sabe qual é o segredo da felicidade?
É saber que nem um só instante é seu.
É não tentar reter o vento,
Mas aprender a aproveitá-lo a seu favor.
Pois mesmo o tempo sendo lento,
Ele come tudo e todos ao seu redor.
Então não lute contra o tempo,
É uma luta sempre perdida.
Ao contrário, corra ao seu lado e eu lhe garanto,
Que viverás o melhor da vida.
A vida não é fazer tudo que se tem em mente
Mas sim, no pouco que der ter a mente inteira.
Mesmo que lhe custe as riquezas que estão à frente,
Seja sempre profunda e sincera consigo mesma.
Pois no seu travesseiro cabe uma só cabeça,
E é a solidão que acende a luz da consciência,
Não leve nem mágoa e nem culpa para a cama, não ado-
eça,
Nunca se abandone, pois é a pior ausência.
Caso encontre o amor, encontraste vida,
Mas também, o ódio, o ciúme e a inveja,
Segredo: A gratidão é a arma e a defesa,
Contra esses três males e também o tédio.
Fabiano Wallace e outros autores • 5958 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Ouça sempre a voz de Deus, ele grita,
Então, não faça de conta ao pisar na estrada.
E nunca acredite em regras escritas
Porque és livre se por si mesma fores amada.
Leandro Pedrosa 
Fabiano Wallace e outros autores • 6160 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
OPOSIÇÃO
Desejo um dia sair às ruas pelado
E fazer com que os outros tenham
Vergonha de andar vestidos.
(Malvestidos, diga-se de passagem).
Uniformes que disfarçam as formas disformes,
Reforçando a igualdade dos iguais,
Não servem no meu corpo extraterrestre,
Que se recusa a ser colonizado por robôs.
Eu busco o contrário do contrário,
A dúvida que ninguém quer tirar,
A palavra que ninguém quer escrever
Ou tem medo de pronunciar.
Quero ser o cata-vento que gira
Na direção contrária dos costumes,
O pingo de chuva que se nega a cair
Numa tempestade que não molha.
Um cérebro mais sensual que um corpo
E mais desejado que uma parte deste,
O antônimo de qualquer sinônimo de esperado,
A moda tomada como ridícula
Sob o pensamento jamais refutado.
Eu quero, caro leitor, viajar pra onde
Não há caminho, nem destino a se fotografar.
Levar na mala o que ninguém usa;
A minha visão e meu jeito incerto de caminhar.
Fabiano Wallace e outros autores • 6362 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
COMO PEQUENAS HISTÓRIAS
Me sinto deslocado aqui
Sem saber se faço parte
De alguma categoria que não existe
E que quando, talvez, existir
Eu não exista mais.
Então essa categoria será qualquer coisa
Menos eu. Inacabada.
Categorias inacabadas tendem a virar
Histórias que inspiram a busca
Pela completude, que não chega
Porque eu não estarei aqui, nem você
Nem nossos nomes, nem nossos pensamentos
Pois nossa ausência será notada.
Não “nossa” ausência de fato, mas
Essa alguma coisa que nós somos
E nunca descobrimos em vida,
Já que estamos ocupados tentando ser algo,
De algum lugar, para alguém
E de qualquer maneira buscamos
Definições pra depois cuspi-las dizendo
“Sou assim mesmo, um ser incompleto”
Que se define como indefinível,
Não compreensível, inacabado
Igual à categoria que procura
Assim entrando nas histórias
Mas não pra história, pois esta requer
Inícios, meios e fins
E estamos sempre no meio
Não começamos nada, nem terminamos.
Nem criações, nem legados,
Nem revoluções, nem guerras,
Nem metamorfoses, nem ditaduras.
A gente sempre chega quando já começou
E sempre sai antes de terminar.
Nem pra trás, nem pra frente
Um crescimento estático, reverso talvez?
Pois então somos todos assintomáticos
E ninguém aparenta nada aos olhos de ninguém.
Todos suspeitos de carregar o verme mais
Nocivo à saúde da roda que gira e gira
E gira até que chega nossa vez de subir e
Descer e subir e descer e subir e tentar
Ficar lá no alto e cair com um chute.
Mas até quem já está embaixo é empurrado
Porque a roda precisa girar e girar e girar
De novo, com outros ocupantes, também
Não cabíveis, incompletos e sedentos
Por um lugarzinho mínimo na História
Numa categoriazinha qualquer, porém
A roda raramente permitirá isso
Fazendo com que sejamos sempre um monte
De inspirações que levam nada a lugar nenhum,
Um monte de histórias inacabadas.
Fabiano Wallace e outros autores • 6564 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CEGOS POR INSTINTO
Meus olhos me traem
Fazendo-me pular do penhasco
Sem que antes tenha visto
Que havia um ali, à espreita
E então caio culpadamente
Ainda no êxtase da busca
Por um horizonte inexistente.
Preferia estar cego, de fato
Sem ver o que me machuca
E sentiria através do tato
A clareza dessa vida obscura.
Pois é melhor sentir o belo
Do que apreciar aquilo
Que chamamos beleza, mas que
Tão somente agrada-nos o embrulho.
Enganados pela visão, somos tolos
Todos se esbarrando sem se tocarem
Num desespero que nos faz esquecer
Que temos outros sentidos.
Mara Lamounier 
Fabiano Wallace e outros autores • 6766 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
SOLIDÃO
É necessário atravessar os escombros da solidão, desco-
brir nela o que de mais belo ela pode oferecer, às vezes 
só ela consegue te entender
DESfazer
REfazerDizer
Compreender
Responder
Aquilo que há dentro de você
É uma descoberta dolorosa
Mas talvez só através dela você obtém algumas respostas
Fabiano Wallace e outros autores • 6968 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
DIAS NUBLADOS
E quando tá nublado por dentro? 
Quando não parece ter um chão, um sustento? 
As bases se foram com o vento 
A angústia se instalou
O coração que disse que não mais ia adoecer se aventu-
rou 
E se lascou
Mas é que a gente tem essa mania
De achar que todos os dias tem que ser só alegria
Os dias ruins fazem parte da travessia 
Necessário é aprender a contemplar também nosso inte-
rior quando está nublado 
Bagunçado 
Acinzentado 
Afetado
Angustiado
EM BUSCA DE SENTIDOS 
Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o paladar
Quando nas coisas simples o belo eu não consigo con-
templar
Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o tato
Quando me pego pensando em algo que quero e não po-
nho a mão na massa pra alcançar 
Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o olfato
Quando amo, mas fujo com medo do que eu possa en-
frentar 
Às vezes eu sinto como se tivesse perdido a visão
É quando me dizem que tenho inúmeras potencialida-
des, mas eu não consigo enxergar 
Às vezes sinto como se tivesse perdido a audição
Que é quando Deus fala ao meu coração, mas eu não si-
lencio pra escutar 
Algumas vezes eu sinto como se tivesse perdido todos os 
sentidos
Que é quando eu me perco de mim mesma por não me 
aceitar 
Saio pra vários lugares pra tentar me achar 
Mas mal sei eu, que todos os sentidos eu só consigo en-
contrar, quando eu entendo que eu sou o lugar
Fabiano Wallace e outros autores • 7170 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Sandra Corrêa Nunes
Fabiano Wallace e outros autores • 7372 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
COVID-19, VENCIDO!
A morte descobriu a multiplicação
Está em todo lugar, em tudo, em todos
Em você, em mim, nele!
Espada pronta a decepar!
Imponderável.
Muitas lágrimas, infinita dor
Não sem luta!
Já sabemos o vencedor...
Noite escura a nos tomar.
O dia vem para mostrar
Que a luz brilhará
A maior riqueza a todos pertencerá
Vida abundante, o pulmão encherá
O dinheiro de joelhos cairá
A justiça, o ar para todos
Nos olhos da morte olhará
Vitória
Será!
Fabiano Wallace e outros autores • 7574 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
MINEIRICE
Respira-se cultura
nos quatro cantos
nos acordes
Nas pedras
Paralelepípedos
No sorriso tímido
Desconfiado
Bordado, tecido, vivido
No cheirinho de convite
Do café ou do galinho
No quintal
Couve, cebolinha
Sem limite
Tudo cabe!
No “logo ali”
No dedo de prosa
Do sino pra rezá
“Ora-pro-nobis”
Na roupa na cerca
Guardando suntuosa Fé
No pé de moleque no chão
Brinca sem cisma
Pipa colorida
Alça voo
Alma livre
Sonho!
EU E ELE
Sou a palavra ritmada
Em versos pronunciada
Ele é o som e a harmonia
Ora em tempestades, ora orvalho
Brisa leve, momentos de tufão
Assim compomos nossa música
Eu sou voz
Ele é canção
Fabiano Wallace e outros autores • 7776 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Carlos Souza
Fabiano Wallace e outros autores • 7978 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
SEREIA
Por que me enfeitiçaste com seus cantos e encantos?
Por que me encorajaste a navegar em seus mares bra-
vios,
Se hoje me tornas um náufrago de seus rochedos?
Por que me deixaste à deriva na imensidão azul de minha 
vida
Sem ao menos poder ter a companhia de uma leve brisa
Que assopre com ela a desilusão de meu peito?
O que te fiz para ser merecedor de tamanho castigo,
Se fielmente velejei pelas curvas de suas marés?
Serei a alma que procuras para quebrar tua maldição?
Que continuem os prantos e encantos!
Fabiano Wallace e outros autores • 8180 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
E O TEMPO LEVOU...
Levou a infância e a inocência,
Levou as brincadeiras e traquinagens,
Levou a tranquilidade e a serenidade,
Levou a leveza da vida.
Levou a adolescência e a juventude,
Levou o primeiro amor e amizades,
Levou esperanças e desejos,
Levou sonhos e promessas.
Mas também trouxe...
Trouxe maturidade e sabedoria,
Trouxe responsabilidades e conquistas,
Trouxe novos amores e amizades,
Trouxe novos sonhos e desejos.
Trouxe promessas realizadas,
Trouxe sentimentos verdadeiros,
Trouxe a satisfação de dar certo,
Trouxe uma vida de emoções.
E no meio de tantos leva e traz,
Ficamos nós, nos reinventando
Até o fim dos tempos.
ME DISSERAM
Me disseram que sou diferente e ser diferente é feio
Me disseram que minha pele é suja e por isso não sirvo
Me disseram que sonhar é utopia, então melhor não ter 
esperança
Me disseram que minha condição é inferior e por isso 
não mereço
Me disseram que sou menos e por ser menos eu não 
consigo
Me disseram que eu não posso e eu quase acreditei!
Mas alguém foi além...
Alguém me mostrou que a diferença amplia as possibili-
dades
Que a minha pele é presença
Que os sonhos são reais e possíveis
Que a esperança existe e não morre se estou vivo
Que a minha condição é momento
Que o menos também pode ser mais
Que a minha conquista é por mérito
E não por subjugar o próximo!
Fabiano Wallace e outros autores • 8382 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Edson Nascimento
Fabiano Wallace e outros autores • 8584 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
AMEI
Amei teus olhos antes mesmo de para dentro deles olhar
Amei tua voz antes mesmo de meu nome chamar
Amei tua pele antes mesmo de nela tocar
Amei tua mão antes mesmo dela me acariciar
Amei teu cheiro antes mesmo dele inalar
Amei teus conselhos antes mesmo do despertar
Amei tua inteligência antes mesmo de contigo dialogar
Amei tua essência antes mesmo de te desnudar
Amei tua companhia antes mesmo de ao teu lado estar
Amei, amei antes mesmo de amar
Foi amando que aprendi a estar
E contigo quero tudo partilhar
Podendo assim recuperar
O tempo que demorei a te encontrar.
Fabiano Wallace e outros autores • 8786 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
ELA!
Eu nada procurava
Ao te ver passar, algo mudou
Um sorriso que encantava
O ar em mim faltou
Havia uma magia no ar
Algo estranho aconteceu
Me pus a te observar
Foi ali que nasceu
Parecia premeditado
Sua energia eu sentia
Como um ser encantado
Da minha mente não saía
Uma doida parecia
Desse jeito não resisto
Em seus olhos eu via
Um brilho nunca visto
A chama esquecida
Aquela que dormia
Outrora esquecida
Dessa vez renascia
A voz se escondeu
Os sonhos voltaram
Um sentimento cresceu
Meus olhos brilharam
Ela ali estava
Na minha frente a olhar
Minha mente viajava
Sua voz a me chamar
Vindo de dentro, eu sabia
Uma pintura como aquela
O silêncio já não mais havia
Pois tudo se resumia a Ela!
Fabiano Wallace e outros autores • 8988 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
QUANDO O CHORO PASSAR
Quando o choro passar
E ao céu exclamar
Gratidão ao aprendizado
E ao Pai, obrigado
Quando o choro passar
E minh’alma acalmar
Para trás olharei
E muita coisa entenderei
Quando o choro passar
E no espelho olhar
Ao meu eu apresentarei
A renovação que passei
Quando o choro passar
E o sorriso brilhar
A luz entrará
E nenhuma sombra restará
Novos caminhos a conhecer
Uma vida para viver
E ao teu lado quero estar
Quando o choro passar!
Élio Moreira
Fabiano Wallace e outros autores • 9190 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
PARA SER UM ESCRITOR
Força de vontade e adaptação aos voos pretendidos
São na realidade grandes desafios,
Mas que com garra e persistência 
Precisam ser pelo escritor enfrentados.
Vontades e objetivos culturais voam lado a lado, 
Por eles vale aquentar o cansado batido das asas, 
Importante neste adejo é suportar as críticas 
Que sem aviso prévio certamente partirão 
Dos próprios colegas irmanados.
Planeje o percurso para seus caminhos literários 
Escreva, publique livros e se torne um escritor, 
Tencione sempre para as alturas se projetar,
Mas não almeje a busca por famas e glórias.
Lute para crescer respeitando as leis divinas
Ouça a voz e a vontade de seu sapiente espírito,
Pois é ele queem você desencadeará o dom 
Que por certo o tornará um amigo das letras
Mesmo sem altas escolas ter frequentado.
Escreva por gostar, evite confrontos e justificativas 
Agindo assim naturalmente para o alto se elevarás.
De seu tempo procure estar um passo à frente 
Olhe para o mundo com uma visão futurista
Seja autêntico, moderado e leal a seus escritos.
Dificuldades encontrarás, mas tenha em mente que, 
Valor, consideração e respeito não se compra,
Mas com qualidade se adquire.
Fabiano Wallace e outros autores • 9392 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
A MAGIA DA VIDA
Magia em poesia é o que encontrei em minha vida,
Eu não a procurei, mas a evidenciei a cada passo.
Em todos estes anos ela esteve presente ao meu lado,
Às vezes em sutilezas, em outras vezes atrevidamente.
A Magia poética tecendo fios para que eu conseguisse
Fazer várias Mágicas para me superar, vencer e ser feliz.
Magia que completou a minha vida na excelência do 
amor.
Ao escolher o caminho da escrita, a Magia de aprender.
No Mágico e real de ser diferente a chave do sucesso,
Sucesso da Magia ligando a vida ao meu crescimento.
Na Magia física a ampliação do saber obtendo no escre-
ver,
A satisfação moral de fazer, o comprovar e convencer.
Na Magia, a presença da felicidade produzindo Sereni-
dades,
Gerando Harmonias e na Intimidade a Segurança em 
Amizades,
Pela Mágica da vida sou bem quisto e estimado pela Co-
munidade
Alcançando pelas trilhas percorridas, objetivos e Prospe-
ridades.
VIBRAÇÕES POÉTICAS
As vibrações de forças mentais
Buscando na frequência transmitir
As belezas que se propagam.
Seguindo nesta jornada
Criando um outro modo de vida,
Mas preservando a personalidade
Escrevendo na história a própria passagem
Em perfeita harmonia com o restante da humanidade.
Vibrações que refletem no semblante do poeta
A clara e pura serenidade.
Manifestações de sentimentos
Alicerçados pelo respeito,
A moral e a bondade.
Fabiano Wallace e outros autores • 9594 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Arthur Bezerra Monteiro 
Fabiano Wallace e outros autores • 9796 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
TORRENTE DE AMOR
Queria que este momento se tornasse um eterno pre-
sente deste sorriso ardente e o seu amor em que me 
prende!
Na luz do brilho da sua pele cálida, os feixes escapam le-
vando emoção num frenesi de paixão e que me toca e 
me esquenta a alma!
Amo-te como jamais amei!
Amo-te como jamais pensei!
Um amor que não pode ser medido; basta apenas ser 
sentido, um amor tão vivo que transborda os meus sen-
tidos como uma torrente de desejos desencadeados no 
seu jeito de afagar, que é esse seu amor
Nesse grande versejar de amar!
Fabiano Wallace e outros autores • 9998 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
AMOR, AMAR, NO MAR
Tão bonita!
Eu a conheci muitas luas atrás!
A sua beleza encantou-me, eu era filho de um mercador, 
por causa da sua canção eu abandonei o navio e o capi-
tão, peço desculpa ao meu senhor!
Me perdi dos ventos e das marés, nas águas turvas e 
torvelinhos no carregar das suas cantigas a sua voz me 
guiou, hoje sou tritão, amanhã sou pescador!
Na minha vida de pirata, convés e caravelas, pouca coisa 
foi-me atribuída nessa vida de tormento e miséria!
Mas por Deus, meus amigos, de uma coisa eu sei: das 
criaturas que não conseguiram se refugiar na arca, das 
mais belas me encantei!
Tão bonita!
Eu a conheci muitas luas atrás!
Na baía da espuma, um lugar de mariscos e corais!
Amaldiçoado por Deus, por terra e por mar, como cemi-
tério de homens, no baú de Davy Jones do qual tesouros 
vários piratas tentaram roubar!
Tracem o curso para Tortuga sem mim, marujos, pois en-
tre pilhagens e rapinas, lá jamais vão me encontrar!
Porque tracei minha morada, entre o amor da minha 
amada, lá no fundo do mar!
A FLECHA DO CUPIDO
Não vou mais sofrer, não vai mais doer!
Ouçam-me, ó, deusas Diana, Afrodite e Vênus!
Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só 
vieram a consolar-me, porque tiraram as amarras do meu 
pobre coração!
Não vou ficar mais sem porto seguro.
Não vou navegar mais às cegas sem faroleiro. Não vou 
ficar mais sem um observador no cesto da gávea, porque 
não vou mais correr atrás de quem não me amava!
Estão me ouvindo, deusa Diana, Afrodite e Vênus?
Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só 
vieram a consolar-me, porque a angústia e a insegurança 
agora tarde se vão!
Venham todas, belas damas, tentarem meu coração es-
poliar, agora sou eu quem dou as cartas, não terão a op-
ção de não querer me amar!
Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só 
vieram a consolar-me, porque agora eu tomo as rédeas 
do meu coração!
Fabiano Wallace e outros autores • 101100 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Irene Fonseca
Fabiano Wallace e outros autores • 103102 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
DELONGA
Delonga na madrugada,
Delonga na alvorada,
Delonga na esperança,
De um dia encontrar.
Procura inconformado,
Revive o passado,
Revira o presente,
Revive o futuro.
Mesmo enquanto delonga na caminhada,
Sem acreditar na busca incessante desenfreada,
Procura e não encontra,
Não sabe o que buscar!
Repensa num momento,
Grita de esperança,
Espera o tempo presente,
Entrega ao futuro.
Delonga a esperança,
Nesse desperdiçar,
Abraça o que tem.
Delonga infinitamente,
Revive a caminhada
Buscando o ser ausente.
Perde a perseverança,
Esquece que procura,
Esmera no presente.
Procura o ser ausente.
Fabiano Wallace e outros autores • 105104 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
E nesta busca infinita,
Esquece o passado, desnuda o futuro,
E conscientemente abraça o ser presente,
Mesmo quando suas mãos,
Não conseguem alcançar!
O caminho é de fé, luz e amor,
E já não podes delongar.
Repensa um momento,
Firma no presente,
E já sabe pra onde Caminhar!
Enquanto delongava,
Reviveu o momento presente,
E entregou-se sem medo,
Nas mãos misericordiosas de Deus!
O TEMPO
Pequenos minutos,
Horas em vão.
Correndo estamos,
Fazendo de tudo,
Pensando no tempo.
Descobrimos que temos um companheiro inseparável...
De forma discreta,
Sem querer, nos reflete.
E sua interferência,
Às vezes perturba,
Outra nos orienta,
Outra cria neuroses...
Perdidos no tempo,
Esquecemos o mundo 
Lutando contra a hora,
Contra nós mesmos.
Passam dias,
Passam anos,
O tempo não parou...
E de alguma forma,
Permanecemos controlando os impulsos 
Porque não deu tempo...
Mas o tempo esquecido, perdido,
Nem sempre esconde desafetos,
Emoções desmedidas,
Anseios desenfreados
Desgastados ao meio,
Onde turbilhões de sentimentos
Perdem-se no tempo,
E sem desculpas,
Precisam de mais tempo
Para limpar o percurso,
Que se perdeu no tempo!
Fabiano Wallace e outros autores • 107106 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
POESIA
A poesia é a expressão mais sublime do ato de pensar,
Ela enobrece a alma,
Que transborda, desnuda,
Atravessando o Universo,
Traz palavras,
Inspiradas no verbo do passado,
Do presente e do futuro.
Que remetem para uma realidade progressiva do tempo,
Do espaço, e daquilo que sintetiza o mundo interior
De quem pode se comunicar!
Ela é uma ponte para o entrelaçamento das almas.
Cuja expressão mais grandiosa,
Está no que o coração revelou,
E a inspiração é fonte de harmonia,
Que supõe um recomeçar!
Dylla Vicente
Fabiano Wallace e outros autores • 109108 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
ABANDONO
Fere-me um instante nesta vaga hora,
palpita o peito num silêncio singelo,
a voz faz-se pranto num canto quimérico
e o choro desata a tocar as notas deste
mísero abandono...
Quiser’ainda amar-te por entre lírios,
enaltecer-te pela mítica noite de frio
sobre o rubro funeral de nossos corações...
Feliz fora teu coração quando o tempo
fazia-se presente em cores e estação!
Ah, este imenso rascunho de céu; de juras,
de risíveis lembranças que se vão...
Quais lágrimas descrevem o que sinto
se uma de minhas lágrimas é parte da imensidão?!
outra, gota de inverno, dor em solidão.
Parte destas lágrimasciciam ao vento significados
chorosos das mil lágrimas que tenho derramado pelo 
chão.
Que lágrimas falham na prece?
Quando tuas lágrimas me afogam nesta ingratidão
e as lágrimas não mais dizem significados
que logo o tempo lutou por sua exatidão.
Lágrimas que te deixaram morar na estância de Deus
fazendo-te estar em meu coração,
escondendo-me dentro de teu coração...
Fabiano Wallace e outros autores • 111110 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CIANO
Alguns creem na ordem dos fatos jogados na memória, 
outros creem na sensação instável das horas...
Não seria o retorno da lembrança um colo inato para a 
memória, nem seria o toque intocado; a música já ces-
sada, o retorno do ontem num hoje sempre tocado... 
Abstenho-me de interrogações, grito nas exclamações 
e deito-me nas respostas... Pergunto-me sobre o senti-
do atribuído para os teus dias; como em noites insones 
pode tua ausência ser presença sem sintonia...
Toco. Toco essas folhas que nada podem dizer sobre ti, 
toco este percurso de dentro para dentro, por dentro de 
ti... Para um tempo presente, cheio de recortes quebra-
diços sem um “Mim”.
Trouxeste os fragmentos, declaraste amor ao coração, e 
numa nuvem d’algodão ressurgiste nas palavras. Desta 
vez fiz uma dedicatória, de contraste ao além... Pus-me 
sempre ao nunca... Vero esquecimento dos fatos. Eu sei. 
Tu sabes.
Rememorar-te em espaços, gestos, ilustrações daquilo 
que seria um hoje, um amanhã, um futuro sempre, ou ao 
menos incerto... Será essa a sustentável tolerância das 
letras?
Querê-las tanto não foi o bastante... já que a morte me 
soterrou na falsa esperança.
Sou em ti a vida que se fez partida, sou também a mesma 
que morre e renasce como estas palavras que o recons-
trói, eu fujo com aqueles que creem no estimado azul 
turquesa, com aqueles que creem no retorno das pala-
vras, que para mim é um mundo em significância...
SAUDADE
Assim como o orvalho
que afoga uma rosa pura
Vê em tuas pétalas resquício de amargura.
Toca e sente essa pétala que se afoga...
Afoga e enflora outras rosas que agora...
Fenecem... Sem ao menos morrer outrora!
Assim como a chuva que recai sobre o mundo de Deus
Vê em teu mundo pedaços de sonhos,
Pequeninos pedaços de tempo, de si...
Se vão... Como tu afogas essas pétalas e agora
Queres um pequeno coração?
Assim como o sol que reluz os olhos do cético
Vê, pois, não duvidas deste sentir... que era e foi...
Foi e volta para outros olhos que irão amar-te e vão...
Toca e sente essa pétala que se afoga...
És em canção o ritmo e som daqueles que
também se afogarão.
Assim como o frio que congela uma rosa pura,
Vê em todas as pétalas um pouco de azul...
Que azul sentes falta e sim, és falta!
Saudade que nomeia as rotas,
Saudade é uma pétala, viva, morta...
Morta.
És como o orvalho que afoga um corpo,
que preenche em saudades,
Ah, afoga-me...
Fabiano Wallace e outros autores • 113112 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Gisele da Hora
Fabiano Wallace e outros autores • 115114 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
CONFISSÃO
De todas as nossas conversas, acredito ter sido esta a
mais cruel e dolorosa, embora não tenha esboçado
qualquer remorso, senti
De todos os conselhos, este de certo foi o mais bem
elaborado, preparado e assertivo. E assim como se faz
necessária a remoção de um curativo, que mesmo
doendo deve ser arrancado, ele se fez inevitável
De todos os desejos de bem cuidar-se, este foi o mais
implorado, suplicado, pois tenho a certeza de que não
estarei aqui para olhar-te, nem tampouco lembrar-te
De todos os adeus que verbalizei, este, que foi dito em
silêncio, foi o que mais doeu. Não pela ausência de
palavras, mas pelo peso dos sentimentos
De todas as lágrimas que derramei, estas foram as mais
carregadas de amor, afeto, tristeza e dor; não apenas por
ser uma noite atípica, mas pelos gritos que emanam do
meu coração
De todos os meus escritos, este foi o mais real e verídico.
Não que nos demais haja ausência de sentimentos
sinceros, mas por este momento em que expurgo de mim
o mais sublime dos meus sentimentos
Fabiano Wallace e outros autores • 117116 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
RETICÊNCIAS
Um susto
Surpresa
Tensão
Não esperava estar aqui paralisada, imaginando uma reação.
Tento ser mais discreta então; esta é a única solução, e de
repente toda esta confusão,
Deveria sentir tal sensação?
Não, não devo viver esta ilusão... Dói
Dói sim, dói dentro de mim. Não era pra ser assim. Fico
perdida, e sem saber o que fazer, vem a falta de ar.
Sinto como se mamutes pousassem sobre meu peito,
esmagando-me com ferocidade. O que posso fazer?
Fugir
Para bem ao fundo, pois não quero sentir, não quero sentir, 
por favor
Tire de mim, tire de mim. Suplico-lhe! Tire de mim esta 
dor que inunda, me invade, e que de mim agora faz parte
Pouso sobre chão gélido, banhado pelas lágrimas que
transbordam do meu ser, e agora paira sobre mim o manto 
da solidão
O silêncio perpetua-se em meio à imensidão,
decido viver de saudade então
MALDIÇÃO
Choveu
Gota a gota
Choveu
Mas passou... o que resiste é o vento álgido sem pudor,
sensação que as tuas palavras deixarão sobre meu
coração
Cada lágrima que fora sugada enquanto seus olhos me
fitavam, agora já não resiste, rola livremente em
minha face, deixando por onde passa um rastro de
devastação
Coração destroçado, debate-se em vão, lutando para
sobreviver; penso então: “malditas palavras”
Que ferozmente afogou meus olhos e dizimou meu
sorriso; malditas palavras
Que após anos, trazem à tona o sofrimento de outrora;
malditas palavras
Quisera eu voltar no tempo, a tempo de selar teus lábios
e conter a tua voz
Impedindo assim que jamais proferisse aquelas malditas
palavras
Fabiano Wallace e outros autores • 119118 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Jéssica Flores
Fabiano Wallace e outros autores • 121120 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
TRANSMUTAR
Se o corpo fatigado
Já caminha ofegante 
E a alma assim persiste 
Em querer lamuriar 
Assim sendo, então caminho 
Sinuosa e vacilante 
Quão improfícuo, enfastiado
Urgir em transmutar
Fabiano Wallace e outros autores • 123122 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
UTOPIA
E se ainda me
Suscita o espanto
Outrora me comprazem
Os delírios da utopia
Me faço surdo e mudo
Então assim eu canto
Em melódica e
Taciturna agonia
FRAGMENTOS
Fragmentos da alma 
Exalam estado de poesia
Outros interpelam 
Contencioso fundamento 
Se seria presunçosa
Felicidade em demasia
Mesmo em face 
Do maior contentamento
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Lucília Reale
Fabiano Wallace e outros autores • 127126 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
SOBRE O TEMPO
Tempo que corre...
Leva e traz
Hora demora
Hora é fugaz!
És dono das horas
De tudo que faz
Da bela Aurora
Do vento da paz!
Mas...
Instável é o tempo
Natureza abstrata
Quando é desalento
Tua fúria maltrata!
Oh, Senhor desta roda
Quero ser teu amigo
Gira-gira e não volta
Eita! Tempo corrido...
Fabiano Wallace e outros autores • 129128 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
ILUSÃO
O que é conhecimento neste mundo mutante, de raízes 
rasas?
Pouco se sabe desta terra de afirmações equivocadas..., 
tão pouco se sabe, pela loucura, quimera, conveniente-
mente instalada. 
E o que são verdades neste mundo de interesses rodan-
tes, inconstantes e arrogantes?
A mentira é um veneno espumante e fervente que, ou 
você bebe ou cospe quente. 
Ora! Quantos equívocos intrínsecos estão nos grandes 
vincos? Explico:
Hora são feitas descobertas incríveis, hora as mesmas 
não são mais cabíveis! Instabilidades terríveis para os 
mais susceptíveis.
Nem o certo do mais coerente pode ser vertente consis-
tente pra um saber crente, onde todo interesse é depen-
dente, e pensar livremente é ser louco solto, perigoso e 
inconveniente.
E que tragam as correntes!
Sem falar nos enganos de mentes, que acreditam pia-
mente naquilo que veem e sentem, inquestionavelmen-te. Porque a ganância envolvente que agarra essa gen-
te, seja ela dolente, indolente, fanática ou descrente, 
eloquente ou dormente, medíocre geralmente, é como 
entorpecente. E acrescente que é crescente na íntima 
essência humana mormente, camuflada intenção de im-
posição, decreto de pensamento e ação que ignora acei-
tação, gerando e nutrindo a semente que engana e men-
te desde antigamente, sucessivamente...
Ilusão.
A ESPERA DA ESPERANÇA
Cansada deste mundo!
Do despropósito profundo,
De cada grito mudo,
Do surto do absurdo.
Cansada desta jornada...
Dos que veem sem enxergar nada.
De tantas verdades caladas,
Das muitas mentiras faladas.
Tô cansada da rejeição,
Do rejeito, lixo no chão,
De almas sem coração,
De ação sem reação.
Cansada desta gente...
De sentimentos ausentes,
Certezas que não convencem,
Da ignorância latente.
Tô cansada deste cansaço...
Do tempo destemperado,
Dos nós não desatados,
Dos laços esgarçados.
Cansada do que me cansa...
Desta lança que se lança,
Da balança que não balança
Da assegurada insegurança
Cansada desta constância...
Da falta em abundância,
Do mundo sem mudança
De esperar a esperança.
Fabiano Wallace e outros autores • 131130 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Pedro Lino
Fabiano Wallace e outros autores • 133132 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
AMOR
O amor é a bênção e a maldição,
A vida e a morte,
A paz e a tentação;
Amar é querer, mas não poder,
É a coisa bela; mais horrível que existe,
O amor é bom, mas ruim
É a forma mais pura da loucura,
É determinado, porém tímido,
É viajar totalmente estático;
É indescritível.
Fabiano Wallace e outros autores • 135134 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
“ESQUECER”
Quando você ama, mas não tem este amor correspondido, 
você tenta “esquecer” a pessoa amada.
Você pode “esquecê-la”, mas sempre que se “lembrar”, 
sentirá o vazio que há em seu peito.
AQUELES OLHOS AZUIS
Tenho saudades de quando me olhavam,
De quando reluziam sob o sol amarelo,
De quando sorriam para mim, inocentemente,
De quando me ajudavam
Tenho saudades de quando conversávamos,
Mas não por palavras, e sim por pensamentos,
Palavras são poucas e vazias,
Mas pensamentos são vastos e cheios
Tenho saudades de quando seus cabelos eram meu lar
E suas palavras, minha alegria,
De quando nos abríamos um para o outro,
De quando riamos até não mais poder
Tenho saudades de quando nos beijávamos,
De quando nós virávamos um só,
De quando brincávamos,
De quando nos amávamos
Tenho saudades de tudo,
Mas não me arrependo de nada,
E espero que estejam bem,
Meus queridos olhos azuis.
Fabiano Wallace e outros autores • 137136 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
Volnei Campos
Fabiano Wallace e outros autores • 139138 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
A VIDA 
A Vida é passageira 
O Tempo curto,
Mas nos prendemos no raso 
E esquecemos o profundo.
Num instante são
Peles esticadas como...
Pétalas de rosa
Macias e bonitas, mas que 
Partem-se com o tempo.
Tempo cruel
Tempo carrasco
Nos leva a beleza 
Nunca faltaste.
 
Nu como a rosa 
Cheia de espinhos
Cheiro que o vento,
Leva de mansinho. 
Fabiano Wallace e outros autores • 141140 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
PEITO VAZIO
Lugar sem nome,
Vazio com angústia 
Hoje ouve-se choro,
Amanhã, pleno silêncio.
Onde brota a esperança, 
Por instantes sufocada
Reergue-se com êxito,
Uma luta diária.
No fim, quase contente,
Mais uma luta vencida, 
A guerra continua
Nesta jornada sem fim. 
RESISTINDO 
Noite, tarde, dia 
Estamos seguindo a vida, 
Mas o que estamos fazendo?
Vida boa, ligeira
Vida louca, passageira
De um lado amores,
Do outro, desamores.
Como podemos, AMOR, 
Se os embates são tantos.
Como podemos viver sem AMAR,
Se as paranoias são irracionais,
Tudo que temos é um coração de pedra
Sendo o que aprendeu com amor.
Coração trevoso não confia em ninguém,
Foi engano!
Reergue-se, motivado a vencer 
Sem pensar no passado, almeja o futuro.
Almejando o futuro, tenta seguir firme.
Difícil!
Os abalos sofridos deixaram-no ferido,
Cicatrizes feitas a ferro quente,
Não deixam esquecer o presente. 
142 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola

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