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Fabiano Wallace e outros autores • 1 1ª Edição Poesia na escola FABIANO WALLACE e outros autores 2020 Fabiano Wallace e outros autores • 32 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola “Grato pela vida, por ter recebido do Senhor o dom de observar, de experimentar, de falhar, de aprender com os erros e de ter tempo e coragem para corrigir. Obrigado a você, caro leitor pela paciência de cor- rer os olhos por estas letras combinadas, procurando en- tender a mente confusa de um poeta, neste tempo atroz, por estas folhas vorazes. Obrigado a professora Anália e ao genial profes- sor Gilberto Martins por esta oportunidade. Contem co- migo sempre que precisarem.” Fabiano Wallace EDITORA PALAVRA É ARTE RUA MARIA DO CARMO MACIEL POSSOS, Nº 100A, MÁRIO A F II, BRODOWSKI-SP CEP: 14340-000 ________________________________________ Dados para catalogação Wallace, Fabiano e outros autores Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Brodowski, SP - Editora Palavra é Arte, 2020 1. Literatura ISBN: 978-65-00-03974-0 ________________________________________ Projeto Gráfico: Lucy Dolácio e Lara Caxico Diagramação: Lucas Caxico Capa: Jonathas Levy Contato: editorapalavraearte@gmail.com Telefone: FIXO: 16 3664-0020 Fabiano Wallace e outros autores • 54 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola A ARTE DA POESIA A arte de compor poesias é algo que vai muito além de nossa imaginação. Enquanto os autores comuns lançam mão de um punhado de palavras, cujo objetivo é muitas vezes preen- cher apenas algumas páginas, os poetas precisam de algo mais para nos dizer o que querem. Precisam dar cadência aos textos, imaginar o ini- maginável, fazer-nos compreender o quase incompreensí- vel. Falam-nos com a alma e o coração, entregam-nos suas vidas, seus sonhos e suas verdades. Os poetas são generosos com seus leitores, pois sempre os presenteiam com seus segredos, com seus amores e muitas vezes com suas dores e angústias. Para os grandes poetas basta um verso, uma ora- ção... uma palavra apenas e tudo será dito. Tudo é possí- vel aos olhos e ao coração daqueles que se dedicam à arte da síntese em se tratando de estrutura e da amplitude no campo dos sentimentos e das ideias. Ao lermos os textos de alguns poetas temos a certe- za de que recebemos deles um presente inestimável: parte de suas visões de mundo e de suas experiências como no- táveis observadores que são do universo à volta de cada um deles. Gilberto Martins Fabiano Wallace e outros autores • 76 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Fabiano Wallace Cabelos brancos......................................................... O leito de folhas verdes.............................................. Chuva, a metáfora da vida.......................................... Anália Maria A extensão do amor.................................................... Tempo, destino e futuro.............................................. Te amarei até o ponto final........................................ Manuel Almeida Algo a impede............................................................. Perspicácia................................................................... Coração de ferro......................................................... Méry Zilli Turbulência.................................................................. Fé................................................................................ Destino....................................................................... 15 16 18 23 24 25 29 30 31 35 36 37 Sumário Fabiano Wallace e outros autores • 98 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Edimilson Eufrásio Funeral........................................................................ Quero um amor.......................................................... A dor da despedida................................................... Lucineide dos Reis Amo-te....................................................................... Feche a porta............................................................. Venha.......................................................................... Aurélio Leal Calado......................................................................... Carta ao amor que foi............................................... Sentenças................................................................... Leandro Pedrosa Oposição..................................................................... Como pequenas histórias......................................... Cegos por instinto...................................................... Mara Lamounier Solidão........................................................................ Dias nublados............................................................ Em busca de sentidos................................................. 41 42 44 49 50 51 55 56 57 61 62 64 67 68 69 Sandra Corrêa Nunes Covid-19, vencido!..................................................... Mineirice.................................................................... Eu e ele...................................................................... Carlos Souza Sereia......................................................................... E o tempo levou......................................................... Me disseram.............................................................. Edson Nascimento Amei.......................................................................... Ela!............................................................................. Quando o choro passar............................................... Élio Moreira Para ser um escritor.................................................... A magia da vida......................................................... Vibrações poéticas..................................................... Arthur Bezerra Monteiro Torrente de amor....................................................... Amor, amar, no mar................................................... A flecha do cupido..................................................... 73 74 75 79 80 81 85 86 88 91 92 93 97 98 99 Fabiano Wallace e outros autores • 1110 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Irene Fonseca Delonga..................................................................... O tempo.................................................................... Poesia........................................................................ Dylla Vicente Abandono.................................................................. Ciano......................................................................... Saudade.................................................................... Gisele da Hora Confissão................................................................... Reticências................................................................ Maldição.................................................................... Jéssica Flores Transmutar................................................................. Utopia........................................................................ Fragmentos............................................................... Lucília Reale Sobre o tempo.......................................................... Ilusão........................................................................ A espera da esperança............................................. 103 105 106 109 110 111 115 116 117 121 122 123 127 128 129 Pedro Lino Amor......................................................................... “Esquecer”................................................................ Aqueles olhos azuis................................................... Volnei Campos A vida......................................................................... Peitovazio................................................................. Resistindo.................................................................. 133 134 135 139 140 141 Fabiano Wallace e outros autores • 1312 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Fabiano Wallace Fabiano Wallace e outros autores • 1514 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CABELOS BRANCOS Respeita esses fios brancos Resultado de muitos luares São serpentes platinadas de bravura, tiras de sabedoria É o que eu encontrei e é o que eu não achei Nasci em um tempo que jaz, mas moribundo não estou O tempo, no corpo deixa as suas marcas como a prensa vai cunhando o livro que sou Num barco improvisado, vagamos Esperando chegar a um destino o qual não conhecemos Então eu guardo meus brancos cabelos Eles são o meu passaporte e meu certificado No fim é o que levamos da vida: vivência, nada mais Fabiano Wallace e outros autores • 1716 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola O LEITO DE FOLHAS VERDES Para meu deleite, acreditem, encontrei tal lugar. O influxo artístico aqui se encontra. O vento moroso meus cabelos sacode e faz prosa com a saia da menina. Nas suas vinhas trabalha a confeiteira que fabrica os beijos doces que transformam meu antes amargurado paladar. Na cama verde de folhas, o cheiro inventivo da hortelã que me faz de novo menino. Sonhando ao enxergar formas em nuvens. Quando eu procuro uma manta, acho sempre meu galho macio e querido que, indefeso como a romântica mulher pode se desmanchar com carinho. De vez em quando procuro soletrar meu nome Por que senão me torno árvore e solitárias são elas. Por isso elas gostam de falar comigo. Eu prefiro estar aqui do que na insalubridade das aparências. Nessa ilha que é só minha. Só eu sei chegar nela. Ah, meu Deus! Que bom é ser poeta, como tu e merecer tudo isso. Se poeta eu não fosse, no leito de folhas verdes eu não estaria. Fabiano Wallace e outros autores • 1918 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CHUVA, A METÁFORA DA VIDA Hoje eu saí na chuva. Desculpe os respingos nesse papel Fiquei ansioso para contar A ponta do lápis está solta, mesmo assim ele escreve. Devagar, o lápis desenha o que se passou Ansioso para contar... O lápis No papel Foi assim: Eu saí de casa e vi que caíam ... pingos... do céu. Caíam silenciosos Como num chuveiro Chuva, mas sem trovoadas Daquelas que não me metem medo Pessoas, preocupadas em não se molhar, Se entretinham com a minha figura Eu, encharcado e aparentemente desatento, Porém os percebia Um homem, sentado na calçada, fez um convite à refle- xão: “Que chuva boa!” Eu lhe devolvi um sorriso. “Sim! Está boa para se molhar.” Chuva ensolarada Daquelas que não me metem medo Pensei nas chuvaradas da vida Em quantas delas temos a oportunidade de ver a luz? Abaixamos a cabeça, nos permitimos molhar Poucas vezes percebemos A camisa colava em meu corpo Na terceira, décima ou vigésima quadra vi um amigo Ele não se espantou com minha aparência As moças, que passaram logo a seguir, sim Mas nos cumprimentaram mesmo assim Segui o meu caminho Voltei à caminhada Lembrei-me do resultado de chuva mais sol. Onde está o arco-íris? O encontrei Ele se formava vagarosamente Porém eu tinha pressa, não o admirei Quadras depois senti a falta da chuva Percebi que ali não chovera nem antes, nem ontem, nem nunca Ou ninguém se lembrava Fabiano Wallace e outros autores • 2120 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Anália Maria Assim, me senti envergonhado de minha situação Vergonha de meus estigmas Neguei a chuva que caíra em meu rosto A calça ensopada e a camisa colada. Reparei agora que molhado não mais estou Agora escrevo sentado à mesa Chuva não há, se já houve Esquecemos de tudo Uma cadelinha dorme aos meus pés. Esticada, ela lembra um tapete de pelos. Eu olho para ela. Ela me devolve o olhar. Fabiano Wallace e outros autores • 2322 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola A EXTENSÃO DO AMOR O amor, Este que talvez seja a maior invenção de Deus Pode-se medir pela longevidade da convivência? Pela cortesia entre os pares? Pela camaradagem entre os amantes? Pela harmoniosa convivência? A verdade é que a maioria das pessoas vive ou viveu seus amores de forma linear ao longo de suas vidas e por isto mesmo não precisou transpor grandes barrei- ras, pois grandes percalços jamais lhes foram impostos Mas talvez o maior de todos os males ou angústias Aquele que consome lenta e sorrateiramente Até mesmo os grandes amores Seja a ausência. A esta nada escapa. E diante dela – se prolongada – tudo aos poucos ador- mece, ou se despedaça. A contagem infindável do tempo torna-se martírio E a ausência, uma dor infinda como infinita tem sido a régua que tenho usado para mensurar o amor que tenho por ti. Fabiano Wallace e outros autores • 2524 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola TEMPO, DESTINO e FUTURO Durante anos a fio vivi meus lentos dias com meus os olhos e o pensamento no meu imaginável futuro e assim levei boa parte da vida tentando alcançar o tem- po que se impunha impiedoso à minha frente. Quando o alcançava, procurava, com uma pressa quase desumana, deixá-lo para trás. Queria avançar, caminhar ligeiro, andar a passos largos em busca do desconhecido e tão almejado “lá adiante”. Mal sabia eu que o meu futuro sempre estivera ali bem perto, no meu dia seguinte, na minha próxima hora... Nas avenidas pelas quais caminhava, nas próximas esqui- nas por onde eu sempre viraria em poucos segundos... E o meu destino, este que sempre acreditei ser uma ver- dadeira cadeia de inevitáveis acontecimentos, estaria ali bem perto. Foi então que descobri que ele depende muitas vezes da velocidade que imprimimos aos nossos passos para che- garmos ao futuro. E que tudo terá seu tempo certo; basta que não fique- mos parados! O certo é que o futuro vai empurrar o tempo de forma mágica contra nossas próprias existências, criando o nos- so próprio destino. TE AMAREI ATÉ O PONTO FINAL Te amarei até o ponto final... Esta foi a promessa que lhe fiz, lá se vão sei lá quantos anos; Mas já faz décadas, tenho certeza Sei apenas que o texto começou a ser escrito em uma tarde de domingo E, semelhante à comprida história de Robson Crusoé que não “acabava” mais, citada no poema “Infância” de Drummond, esta minha história, espero, também não terá fim; não por enquanto... Vai-se arrastando dias afora, semelhante à lentidão das palavras lançadas manualmente no papel; Uso vírgulas, exclamações, interrogações e tantos outros marcadores de cadência, ritmo, entoação ou pausa da escrita, entretanto, jamais usarei, de livre e espontânea vontade, o ponto fi- nal... deixarei que Deus no futuro, lá adiante, faça isto por mim Fabiano Wallace e outros autores • 2726 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Manuel Almeida Fabiano Wallace e outros autores • 2928 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola ALGO A IMPEDE Toda vez que te permito ir Vem Encosta do lado... Faz remexer o que me vem Toda vez que admito-me ir Vem e me segura com tua voz Me deixa sem chão Com tua quase inocência Nonsense Mas me completa Me deserda dessa pena... Sofrer longe de ti Que bom que me segura Que me deixa sem pé, sem cabeça... É outono de água fresca De pés de pêssego sem folhas De vento que faz curva na nossa estrada Trazendo teu perfume... Toda vez que permito que vá... Fabiano Wallace e outros autores • 3130 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola PERSPICÁCIA No cais O que transborda é o mar O que segura é a madeira Teus ombros Tuas cores Teus ais CORAÇÃO DE FERRO Às vezes eu lembro e conto: Na cama, deitado, com olhos abertos no escuro Esperava o trem se anunciar lá longe Lá pelas bandas de Miraí Quanto mais perto, Mais trêmula ficava a cristaleira Tilintavam os apetrechos davovó Era o sinal para tudo parar A respiração, tremuras do corpo, o tempo Quando aquele monstro de ferro passava Tudo após se normalizava Principalmente A respiração, o coração Daí então, um sorriso de canto de boca Pura emoção Fabiano Wallace e outros autores • 3332 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Méry Zilli Fabiano Wallace e outros autores • 3534 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola TURBULÊNCIA Vento venta forte Ouço passar o vento Turbilhão em minha vida Turbulência vem de dentro Em rajadas tira tudo do lugar Fico sem teto, sem chão Tufão por mim a passar Tempestade, um furacão Tornado, minha natureza Em vão a buscar calmaria Segue o apito do vento Desestabiliza o dia a dia E se tudo parasse, paz haveria? Há algum lugar em mim onde tudo silencia? Sem resposta certa, o que vejo Marasmo seria, monotonia. Prefiro o barulho do vento Traz em si o sentimento Mar ora calmo, ora revolto A vida segue em movimento. Fabiano Wallace e outros autores • 3736 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola FÉ Quando dificuldades surgem Tudo o que faz o coração sangrar Peço forças para a alma Para a dor aliviar Dizem que a vida nem sempre Um mar de rosas é Tem vezes que o mar é revolto Nessas horas a prova é da fé Crer em tempos melhores Que nem tudo perdido está Que após a noite vem o dia Que a arte a nossa fome sacie Que a justiça sobreviva Que haja paz e harmonia. DESTINO Da catedral ouço soar o sino Sem pressa anuncia o meio-dia Blém, blém, blém, blém, blém, blém Sigo a contar lentamente Cenas de um pequeno menino, A cada badalada, surgem em minha mente Cumpre a tarefa diária de tocar o sino Pendurado na pesada corda João, Manuel, José, Marcelino Para o que faz pra tocar o sino Na cidade apressada, motores barulhentos Da altiva catedral o som vai além da praça Penso em Deus e em Sua graça A cada badalar do sino Um filme antigo passa em minha mente Pessoas sem pressa seguem a chamada Vão à igreja ao ouvirem o sino Hoje, cidade grande, nada para pra ouvir o sino Blém, blém, blém, blém, blém, blém Pessoas agitadas, cada uma em sua lida, a cumprir o seu destino. Fabiano Wallace e outros autores • 3938 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Edimilson Eufrásio Fabiano Wallace e outros autores • 4140 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola FUNERAL Nem a dor que deverá perfurar a minha alma Sangrando um coração que jaz, não bate mais Nem a lágrima que cai em tom de despedida, jamais Poderá me devolver a paz e a minha alegria Que vai sumindo no silêncio que segue o funeral E a tristeza deixando marcas pelo caminho, que jaz Um dia, você pisou digna e divinamente, com sua beleza sem igual. Nem a saudade que me partiu ao meio Nem as lembranças que habitam o vazio Que deixou martirizando o meu destino Nem nada poderá me devolver o seu sorriso O seu olhar que era minha luz, se apagou E agora habita entre as estrelas do céu A minha vida, qual vida? Se desfez em prantos Diz que não é verdade, que você não morreu. E que tudo foi um sonho, um pesadelo talvez! O que foi que aconteceu? Me explique, por que o amor emudeceu? De repente, me sinto só... tão só quanto uma lágrima que se perdeu Pela correnteza que se juntou à minha dor, minha sau- dade E agora? O que deveria sentir, não sinto mais Nada é para sempre, nem as alegrias e nem as tristezas E agora quem morre a cada dia, sou eu. Fabiano Wallace e outros autores • 4342 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola QUERO UM AMOR Quero acordar pela manhã Olhar-te com os olhos preguiçosos Acarinhar-te com as mãos macias E tão logo abra os olhos, lhe roubar um beijo E ao sorrir meu primeiro sorriso da madrugada Abraçar-te, afagar seus cabelos, fazer ondas como as do mar E sentir seu coração colado ao meu, batendo forte É um sonho que nasce comigo todos os dias Eu quero um amor que seja todo e só para mim Que me ame loucamente, entregue-se totalmente Que sussurre no meu ouvido constantemente Que sinta o seu toque suave na minha face Que feche os olhos e, juntos, viajemos sem direção Sem pudor, sem cobranças, sem regras, na contramão Que andemos descalços pela chuva, de mãos dadas De braços abertos, em voo rumo à imensidão Quero um amor romântico e verdadeiro A quem se mande flores e bilhetinhos de amor o tempo inteiro Que me surpreenda quando estou distante Que acenda meus desejos até mesmo ofegantes Que me tire o ar, que me deixe fora de mim Que me faça suar, chorar de alegria, que me leve, enfim, ao êxtase, Quero um amor que seja todo meu, só meu É um sonho que nasce comigo todos os dias Quero um amor que me ame como sempre sonhei E me faça correr, pular, gritar e mirar uma estrela A nossa estrela, o nosso céu, o nosso mundo comparti- lhar Dividir alegrias e tristezas, beijos e abraços e suspiros Quero sentir o amor, como se não houvesse o amanhã Quero rir de tanta felicidade, confessar meus segredos, anseios e medos Me abrir, expor o que tem dentro e a receber em todo e qualquer momento Quero um amor só para mim... Isso, talvez, seja um sonho? Sonho que nasce comigo em todos os dias Busco, incansavelmente, esse amor Sinto, paulatinamente, que estou morrendo por esse amor Talvez esteja condenado ou talvez, e ainda, meu amor esteja por nascer Será que tenho que morrer para meu amor conhecer? Dizem que ninguém morre, As pessoas se encantam. Mas onde está o meu amor? É sonho que nasce comigo em todos os dias. Fabiano Wallace e outros autores • 4544 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola A DOR DA DESPEDIDA Eu te amo mais que tudo nessa vida. Nada vai nos separar, não importa o que tenhamos que suportar. Sem você minha vida é órfã de essência; perde o seu brilho e se transforma num grande vazio. Eu te amo de verdade e você sabe disso. Embora muitas vezes cheguemos a divergir, mas isto acontece porque nos preocupamos um com o outro e porque sofremos um pelo outro. Você sempre foi tudo para mim, mesmo que em alguns momentos não tenha demonstrado. Foi porque tentei disfarçar, prevendo no futuro, uma separação dolorosa, mesmo compreendendo ser tem- porária. Lamento tanto a chegada desse momento, talvez por- que não tenha me preparado a contento. Parece que essas coisas nunca vão acontecer com a gente e quando acontecem, a realidade é muito dura. Jamais imaginei conseguir viver em sua ausência. É evi- dente que por entender as razões da vida, continuarei a viver, mas, por você; sabendo que em algum lugar, ora e olha por mim. Que daqui pra frente, minhas lutas e conquistas serão pra você, orgulho, honra, a alegria que não pude lhe dar nesta vida. Como súplica lhe peço: onde estiver não me abandone, jamais me recuse o carinho, o afeto, o colo que me confortava nas horas de dor. Não me deixe sem o beijo que muitas vezes me ilumi- nou e que era a esperança pra seguir. Não me deixe sem a palavra que docemente saía de seus lábios pra me confortar. Finalmente, prometa-me voltar, mesmo na rapidez de uma estrela cadente para comprovar que estarei aqui, tentando fazer por merecer e receber um abraço, que não somente matará a saudade, mas que nos fará revi- ver nossos laços de amizade. Uma amizade tão pura e tão sincera, que se transfor- mou em amor, amor verdadeiro e sem limites. Juntos contemplamos tantas primaveras, trocamos energia e calor, vivemos uma vida digna e tão feliz. Perdoe-me por não ter feito mais. Acredite, tentei, mas não fui capaz. Reconheço que fracassei, mas lutei... como lutei. Sei o que diria se estivesse do meu lado, se visse que deixei algo a fazer. Me cobraria e como incentivo ironiza- ria: “A vida é dura para quem é mole!” Nesta despedida prefiro não dizer adeus, mas até logo, até breve. Que os anjos do Senhor nos abençoem. Meu coração está partido, chorando baixinho, na verdade. Sentindo uma tristeza ferver e algo que não consigo explicar, to- cando fundo minh’alma pecadora, que está de luto, que está sofrendo. Ah, Senhor, criador de todas as coisas! Dai-mecompre- ensão e amor. Fabiano Wallace e outros autores • 4746 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Fazei-me suportar e ser digno de Tua bondade. Dai- me paz e esperança, que um dia, sagrado dia, poderei alcançar a Tua graça. Luz que me fará enxergar que sempre amei e me dará a oportunidade de ser feliz, realmente feliz. Lucineide dos Reis Fabiano Wallace e outros autores • 4948 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola AMO-TE Amo-te desde a primeira vez que eu te vi Desde que a flor ficou encantada pelo colibri Amo-te desde o primeiro beijo. Desde que me deixou alucinada de desejo. Amo-te desde a primeira vez quando andamos de Mãos dadas. Desde que por beijos nossas vozes foram caladas. Amo-te e não nego. Desde que tua autoestima amortizou o meu ego. Fabiano Wallace e outros autores • 5150 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola FECHE A PORTA Feche a porta Sinto um calor Jogue-me na cama Me possua sem pudor. Feche a porta Não me censure Paixão, tensão e calma, Almejo que dure. Feche a porta. Envolva-me com tuas mãos Deleite-se sobre meu corpo Entregue teu coração Feche a porta Apague a luz Beije meus lábios. Vem e me seduz. VENHA Eu preciso de você Venha até meu quarto À meia-noite, à meia-luz Venha até meu quarto Seus olhos que me encantaram Sua boca que me atraiu Venha até meu quarto Promessas serão cumpridas Eu te digo mais Vou vendar seus olhos Deitá-lo na cama Falar dos meus desejos. Venha até meu quarto. Fabiano Wallace e outros autores • 5352 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Aurélio Leal Fabiano Wallace e outros autores • 5554 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CALADO É o vazio insano, O caos que consome Até os absurdos, É queda livre, cadente, Em murmúrios, O silêncio da liberdade é um tumulto. O silêncio, da liberdade e tumulto, O conflito das gaiolas, confronto, Entre o querer e o não saber ser, Medonho. É o medo do nada É tudo. Fabiano Wallace e outros autores • 5756 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CARTA AO AMOR QUE FOI É sobre esse fim que me despedaça, Sobre o gosto da sua boca que ficou na minha, Seu cheiro como fantasma A passear pelo meu corpo como se eu fosse rua. É sobre essa lua, Esse som, esses suspiros, esses medos, Sobre o nós que nunca fomos E as canções de amor que não cantamos. Sinto sua ausência E me é quase uma companhia, Sei... isso tudo ia dar merda um dia, Mas como evitar sua existência? Era como estar nas estrelas, Sem querer vê-las, Apenas sentindo seu gosto em seu gosto. Aposto, Que não caminhas por outro corpo, E nem suspiras como se tudo fosse eterno, Como suspirastes ao caminhar em mim. Mas tudo um dia tem seu fim, Mesmo o amor ou a paixão... enfim, Tudo se acaba. Eu, como tolo apaixonado, Insisto em querer coisas eternas, E sorrir depois para o passado Nos passos, Do chão que me fizeste, Apenas. SENTENÇAS O melhor da vida é o agora, então nade, Nesse mar caótico, nesse escuro breu. Sabe qual é o segredo da felicidade? É saber que nem um só instante é seu. É não tentar reter o vento, Mas aprender a aproveitá-lo a seu favor. Pois mesmo o tempo sendo lento, Ele come tudo e todos ao seu redor. Então não lute contra o tempo, É uma luta sempre perdida. Ao contrário, corra ao seu lado e eu lhe garanto, Que viverás o melhor da vida. A vida não é fazer tudo que se tem em mente Mas sim, no pouco que der ter a mente inteira. Mesmo que lhe custe as riquezas que estão à frente, Seja sempre profunda e sincera consigo mesma. Pois no seu travesseiro cabe uma só cabeça, E é a solidão que acende a luz da consciência, Não leve nem mágoa e nem culpa para a cama, não ado- eça, Nunca se abandone, pois é a pior ausência. Caso encontre o amor, encontraste vida, Mas também, o ódio, o ciúme e a inveja, Segredo: A gratidão é a arma e a defesa, Contra esses três males e também o tédio. Fabiano Wallace e outros autores • 5958 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Ouça sempre a voz de Deus, ele grita, Então, não faça de conta ao pisar na estrada. E nunca acredite em regras escritas Porque és livre se por si mesma fores amada. Leandro Pedrosa Fabiano Wallace e outros autores • 6160 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola OPOSIÇÃO Desejo um dia sair às ruas pelado E fazer com que os outros tenham Vergonha de andar vestidos. (Malvestidos, diga-se de passagem). Uniformes que disfarçam as formas disformes, Reforçando a igualdade dos iguais, Não servem no meu corpo extraterrestre, Que se recusa a ser colonizado por robôs. Eu busco o contrário do contrário, A dúvida que ninguém quer tirar, A palavra que ninguém quer escrever Ou tem medo de pronunciar. Quero ser o cata-vento que gira Na direção contrária dos costumes, O pingo de chuva que se nega a cair Numa tempestade que não molha. Um cérebro mais sensual que um corpo E mais desejado que uma parte deste, O antônimo de qualquer sinônimo de esperado, A moda tomada como ridícula Sob o pensamento jamais refutado. Eu quero, caro leitor, viajar pra onde Não há caminho, nem destino a se fotografar. Levar na mala o que ninguém usa; A minha visão e meu jeito incerto de caminhar. Fabiano Wallace e outros autores • 6362 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola COMO PEQUENAS HISTÓRIAS Me sinto deslocado aqui Sem saber se faço parte De alguma categoria que não existe E que quando, talvez, existir Eu não exista mais. Então essa categoria será qualquer coisa Menos eu. Inacabada. Categorias inacabadas tendem a virar Histórias que inspiram a busca Pela completude, que não chega Porque eu não estarei aqui, nem você Nem nossos nomes, nem nossos pensamentos Pois nossa ausência será notada. Não “nossa” ausência de fato, mas Essa alguma coisa que nós somos E nunca descobrimos em vida, Já que estamos ocupados tentando ser algo, De algum lugar, para alguém E de qualquer maneira buscamos Definições pra depois cuspi-las dizendo “Sou assim mesmo, um ser incompleto” Que se define como indefinível, Não compreensível, inacabado Igual à categoria que procura Assim entrando nas histórias Mas não pra história, pois esta requer Inícios, meios e fins E estamos sempre no meio Não começamos nada, nem terminamos. Nem criações, nem legados, Nem revoluções, nem guerras, Nem metamorfoses, nem ditaduras. A gente sempre chega quando já começou E sempre sai antes de terminar. Nem pra trás, nem pra frente Um crescimento estático, reverso talvez? Pois então somos todos assintomáticos E ninguém aparenta nada aos olhos de ninguém. Todos suspeitos de carregar o verme mais Nocivo à saúde da roda que gira e gira E gira até que chega nossa vez de subir e Descer e subir e descer e subir e tentar Ficar lá no alto e cair com um chute. Mas até quem já está embaixo é empurrado Porque a roda precisa girar e girar e girar De novo, com outros ocupantes, também Não cabíveis, incompletos e sedentos Por um lugarzinho mínimo na História Numa categoriazinha qualquer, porém A roda raramente permitirá isso Fazendo com que sejamos sempre um monte De inspirações que levam nada a lugar nenhum, Um monte de histórias inacabadas. Fabiano Wallace e outros autores • 6564 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CEGOS POR INSTINTO Meus olhos me traem Fazendo-me pular do penhasco Sem que antes tenha visto Que havia um ali, à espreita E então caio culpadamente Ainda no êxtase da busca Por um horizonte inexistente. Preferia estar cego, de fato Sem ver o que me machuca E sentiria através do tato A clareza dessa vida obscura. Pois é melhor sentir o belo Do que apreciar aquilo Que chamamos beleza, mas que Tão somente agrada-nos o embrulho. Enganados pela visão, somos tolos Todos se esbarrando sem se tocarem Num desespero que nos faz esquecer Que temos outros sentidos. Mara Lamounier Fabiano Wallace e outros autores • 6766 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola SOLIDÃO É necessário atravessar os escombros da solidão, desco- brir nela o que de mais belo ela pode oferecer, às vezes só ela consegue te entender DESfazer REfazerDizer Compreender Responder Aquilo que há dentro de você É uma descoberta dolorosa Mas talvez só através dela você obtém algumas respostas Fabiano Wallace e outros autores • 6968 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola DIAS NUBLADOS E quando tá nublado por dentro? Quando não parece ter um chão, um sustento? As bases se foram com o vento A angústia se instalou O coração que disse que não mais ia adoecer se aventu- rou E se lascou Mas é que a gente tem essa mania De achar que todos os dias tem que ser só alegria Os dias ruins fazem parte da travessia Necessário é aprender a contemplar também nosso inte- rior quando está nublado Bagunçado Acinzentado Afetado Angustiado EM BUSCA DE SENTIDOS Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o paladar Quando nas coisas simples o belo eu não consigo con- templar Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o tato Quando me pego pensando em algo que quero e não po- nho a mão na massa pra alcançar Às vezes eu sinto como se tivesse perdido o olfato Quando amo, mas fujo com medo do que eu possa en- frentar Às vezes eu sinto como se tivesse perdido a visão É quando me dizem que tenho inúmeras potencialida- des, mas eu não consigo enxergar Às vezes sinto como se tivesse perdido a audição Que é quando Deus fala ao meu coração, mas eu não si- lencio pra escutar Algumas vezes eu sinto como se tivesse perdido todos os sentidos Que é quando eu me perco de mim mesma por não me aceitar Saio pra vários lugares pra tentar me achar Mas mal sei eu, que todos os sentidos eu só consigo en- contrar, quando eu entendo que eu sou o lugar Fabiano Wallace e outros autores • 7170 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Sandra Corrêa Nunes Fabiano Wallace e outros autores • 7372 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola COVID-19, VENCIDO! A morte descobriu a multiplicação Está em todo lugar, em tudo, em todos Em você, em mim, nele! Espada pronta a decepar! Imponderável. Muitas lágrimas, infinita dor Não sem luta! Já sabemos o vencedor... Noite escura a nos tomar. O dia vem para mostrar Que a luz brilhará A maior riqueza a todos pertencerá Vida abundante, o pulmão encherá O dinheiro de joelhos cairá A justiça, o ar para todos Nos olhos da morte olhará Vitória Será! Fabiano Wallace e outros autores • 7574 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola MINEIRICE Respira-se cultura nos quatro cantos nos acordes Nas pedras Paralelepípedos No sorriso tímido Desconfiado Bordado, tecido, vivido No cheirinho de convite Do café ou do galinho No quintal Couve, cebolinha Sem limite Tudo cabe! No “logo ali” No dedo de prosa Do sino pra rezá “Ora-pro-nobis” Na roupa na cerca Guardando suntuosa Fé No pé de moleque no chão Brinca sem cisma Pipa colorida Alça voo Alma livre Sonho! EU E ELE Sou a palavra ritmada Em versos pronunciada Ele é o som e a harmonia Ora em tempestades, ora orvalho Brisa leve, momentos de tufão Assim compomos nossa música Eu sou voz Ele é canção Fabiano Wallace e outros autores • 7776 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Carlos Souza Fabiano Wallace e outros autores • 7978 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola SEREIA Por que me enfeitiçaste com seus cantos e encantos? Por que me encorajaste a navegar em seus mares bra- vios, Se hoje me tornas um náufrago de seus rochedos? Por que me deixaste à deriva na imensidão azul de minha vida Sem ao menos poder ter a companhia de uma leve brisa Que assopre com ela a desilusão de meu peito? O que te fiz para ser merecedor de tamanho castigo, Se fielmente velejei pelas curvas de suas marés? Serei a alma que procuras para quebrar tua maldição? Que continuem os prantos e encantos! Fabiano Wallace e outros autores • 8180 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola E O TEMPO LEVOU... Levou a infância e a inocência, Levou as brincadeiras e traquinagens, Levou a tranquilidade e a serenidade, Levou a leveza da vida. Levou a adolescência e a juventude, Levou o primeiro amor e amizades, Levou esperanças e desejos, Levou sonhos e promessas. Mas também trouxe... Trouxe maturidade e sabedoria, Trouxe responsabilidades e conquistas, Trouxe novos amores e amizades, Trouxe novos sonhos e desejos. Trouxe promessas realizadas, Trouxe sentimentos verdadeiros, Trouxe a satisfação de dar certo, Trouxe uma vida de emoções. E no meio de tantos leva e traz, Ficamos nós, nos reinventando Até o fim dos tempos. ME DISSERAM Me disseram que sou diferente e ser diferente é feio Me disseram que minha pele é suja e por isso não sirvo Me disseram que sonhar é utopia, então melhor não ter esperança Me disseram que minha condição é inferior e por isso não mereço Me disseram que sou menos e por ser menos eu não consigo Me disseram que eu não posso e eu quase acreditei! Mas alguém foi além... Alguém me mostrou que a diferença amplia as possibili- dades Que a minha pele é presença Que os sonhos são reais e possíveis Que a esperança existe e não morre se estou vivo Que a minha condição é momento Que o menos também pode ser mais Que a minha conquista é por mérito E não por subjugar o próximo! Fabiano Wallace e outros autores • 8382 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Edson Nascimento Fabiano Wallace e outros autores • 8584 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola AMEI Amei teus olhos antes mesmo de para dentro deles olhar Amei tua voz antes mesmo de meu nome chamar Amei tua pele antes mesmo de nela tocar Amei tua mão antes mesmo dela me acariciar Amei teu cheiro antes mesmo dele inalar Amei teus conselhos antes mesmo do despertar Amei tua inteligência antes mesmo de contigo dialogar Amei tua essência antes mesmo de te desnudar Amei tua companhia antes mesmo de ao teu lado estar Amei, amei antes mesmo de amar Foi amando que aprendi a estar E contigo quero tudo partilhar Podendo assim recuperar O tempo que demorei a te encontrar. Fabiano Wallace e outros autores • 8786 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola ELA! Eu nada procurava Ao te ver passar, algo mudou Um sorriso que encantava O ar em mim faltou Havia uma magia no ar Algo estranho aconteceu Me pus a te observar Foi ali que nasceu Parecia premeditado Sua energia eu sentia Como um ser encantado Da minha mente não saía Uma doida parecia Desse jeito não resisto Em seus olhos eu via Um brilho nunca visto A chama esquecida Aquela que dormia Outrora esquecida Dessa vez renascia A voz se escondeu Os sonhos voltaram Um sentimento cresceu Meus olhos brilharam Ela ali estava Na minha frente a olhar Minha mente viajava Sua voz a me chamar Vindo de dentro, eu sabia Uma pintura como aquela O silêncio já não mais havia Pois tudo se resumia a Ela! Fabiano Wallace e outros autores • 8988 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola QUANDO O CHORO PASSAR Quando o choro passar E ao céu exclamar Gratidão ao aprendizado E ao Pai, obrigado Quando o choro passar E minh’alma acalmar Para trás olharei E muita coisa entenderei Quando o choro passar E no espelho olhar Ao meu eu apresentarei A renovação que passei Quando o choro passar E o sorriso brilhar A luz entrará E nenhuma sombra restará Novos caminhos a conhecer Uma vida para viver E ao teu lado quero estar Quando o choro passar! Élio Moreira Fabiano Wallace e outros autores • 9190 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola PARA SER UM ESCRITOR Força de vontade e adaptação aos voos pretendidos São na realidade grandes desafios, Mas que com garra e persistência Precisam ser pelo escritor enfrentados. Vontades e objetivos culturais voam lado a lado, Por eles vale aquentar o cansado batido das asas, Importante neste adejo é suportar as críticas Que sem aviso prévio certamente partirão Dos próprios colegas irmanados. Planeje o percurso para seus caminhos literários Escreva, publique livros e se torne um escritor, Tencione sempre para as alturas se projetar, Mas não almeje a busca por famas e glórias. Lute para crescer respeitando as leis divinas Ouça a voz e a vontade de seu sapiente espírito, Pois é ele queem você desencadeará o dom Que por certo o tornará um amigo das letras Mesmo sem altas escolas ter frequentado. Escreva por gostar, evite confrontos e justificativas Agindo assim naturalmente para o alto se elevarás. De seu tempo procure estar um passo à frente Olhe para o mundo com uma visão futurista Seja autêntico, moderado e leal a seus escritos. Dificuldades encontrarás, mas tenha em mente que, Valor, consideração e respeito não se compra, Mas com qualidade se adquire. Fabiano Wallace e outros autores • 9392 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola A MAGIA DA VIDA Magia em poesia é o que encontrei em minha vida, Eu não a procurei, mas a evidenciei a cada passo. Em todos estes anos ela esteve presente ao meu lado, Às vezes em sutilezas, em outras vezes atrevidamente. A Magia poética tecendo fios para que eu conseguisse Fazer várias Mágicas para me superar, vencer e ser feliz. Magia que completou a minha vida na excelência do amor. Ao escolher o caminho da escrita, a Magia de aprender. No Mágico e real de ser diferente a chave do sucesso, Sucesso da Magia ligando a vida ao meu crescimento. Na Magia física a ampliação do saber obtendo no escre- ver, A satisfação moral de fazer, o comprovar e convencer. Na Magia, a presença da felicidade produzindo Sereni- dades, Gerando Harmonias e na Intimidade a Segurança em Amizades, Pela Mágica da vida sou bem quisto e estimado pela Co- munidade Alcançando pelas trilhas percorridas, objetivos e Prospe- ridades. VIBRAÇÕES POÉTICAS As vibrações de forças mentais Buscando na frequência transmitir As belezas que se propagam. Seguindo nesta jornada Criando um outro modo de vida, Mas preservando a personalidade Escrevendo na história a própria passagem Em perfeita harmonia com o restante da humanidade. Vibrações que refletem no semblante do poeta A clara e pura serenidade. Manifestações de sentimentos Alicerçados pelo respeito, A moral e a bondade. Fabiano Wallace e outros autores • 9594 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Arthur Bezerra Monteiro Fabiano Wallace e outros autores • 9796 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola TORRENTE DE AMOR Queria que este momento se tornasse um eterno pre- sente deste sorriso ardente e o seu amor em que me prende! Na luz do brilho da sua pele cálida, os feixes escapam le- vando emoção num frenesi de paixão e que me toca e me esquenta a alma! Amo-te como jamais amei! Amo-te como jamais pensei! Um amor que não pode ser medido; basta apenas ser sentido, um amor tão vivo que transborda os meus sen- tidos como uma torrente de desejos desencadeados no seu jeito de afagar, que é esse seu amor Nesse grande versejar de amar! Fabiano Wallace e outros autores • 9998 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola AMOR, AMAR, NO MAR Tão bonita! Eu a conheci muitas luas atrás! A sua beleza encantou-me, eu era filho de um mercador, por causa da sua canção eu abandonei o navio e o capi- tão, peço desculpa ao meu senhor! Me perdi dos ventos e das marés, nas águas turvas e torvelinhos no carregar das suas cantigas a sua voz me guiou, hoje sou tritão, amanhã sou pescador! Na minha vida de pirata, convés e caravelas, pouca coisa foi-me atribuída nessa vida de tormento e miséria! Mas por Deus, meus amigos, de uma coisa eu sei: das criaturas que não conseguiram se refugiar na arca, das mais belas me encantei! Tão bonita! Eu a conheci muitas luas atrás! Na baía da espuma, um lugar de mariscos e corais! Amaldiçoado por Deus, por terra e por mar, como cemi- tério de homens, no baú de Davy Jones do qual tesouros vários piratas tentaram roubar! Tracem o curso para Tortuga sem mim, marujos, pois en- tre pilhagens e rapinas, lá jamais vão me encontrar! Porque tracei minha morada, entre o amor da minha amada, lá no fundo do mar! A FLECHA DO CUPIDO Não vou mais sofrer, não vai mais doer! Ouçam-me, ó, deusas Diana, Afrodite e Vênus! Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só vieram a consolar-me, porque tiraram as amarras do meu pobre coração! Não vou ficar mais sem porto seguro. Não vou navegar mais às cegas sem faroleiro. Não vou ficar mais sem um observador no cesto da gávea, porque não vou mais correr atrás de quem não me amava! Estão me ouvindo, deusa Diana, Afrodite e Vênus? Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só vieram a consolar-me, porque a angústia e a insegurança agora tarde se vão! Venham todas, belas damas, tentarem meu coração es- poliar, agora sou eu quem dou as cartas, não terão a op- ção de não querer me amar! Pois tenho a flecha do cupido, a tristeza e a ilusão, e só vieram a consolar-me, porque agora eu tomo as rédeas do meu coração! Fabiano Wallace e outros autores • 101100 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Irene Fonseca Fabiano Wallace e outros autores • 103102 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola DELONGA Delonga na madrugada, Delonga na alvorada, Delonga na esperança, De um dia encontrar. Procura inconformado, Revive o passado, Revira o presente, Revive o futuro. Mesmo enquanto delonga na caminhada, Sem acreditar na busca incessante desenfreada, Procura e não encontra, Não sabe o que buscar! Repensa num momento, Grita de esperança, Espera o tempo presente, Entrega ao futuro. Delonga a esperança, Nesse desperdiçar, Abraça o que tem. Delonga infinitamente, Revive a caminhada Buscando o ser ausente. Perde a perseverança, Esquece que procura, Esmera no presente. Procura o ser ausente. Fabiano Wallace e outros autores • 105104 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola E nesta busca infinita, Esquece o passado, desnuda o futuro, E conscientemente abraça o ser presente, Mesmo quando suas mãos, Não conseguem alcançar! O caminho é de fé, luz e amor, E já não podes delongar. Repensa um momento, Firma no presente, E já sabe pra onde Caminhar! Enquanto delongava, Reviveu o momento presente, E entregou-se sem medo, Nas mãos misericordiosas de Deus! O TEMPO Pequenos minutos, Horas em vão. Correndo estamos, Fazendo de tudo, Pensando no tempo. Descobrimos que temos um companheiro inseparável... De forma discreta, Sem querer, nos reflete. E sua interferência, Às vezes perturba, Outra nos orienta, Outra cria neuroses... Perdidos no tempo, Esquecemos o mundo Lutando contra a hora, Contra nós mesmos. Passam dias, Passam anos, O tempo não parou... E de alguma forma, Permanecemos controlando os impulsos Porque não deu tempo... Mas o tempo esquecido, perdido, Nem sempre esconde desafetos, Emoções desmedidas, Anseios desenfreados Desgastados ao meio, Onde turbilhões de sentimentos Perdem-se no tempo, E sem desculpas, Precisam de mais tempo Para limpar o percurso, Que se perdeu no tempo! Fabiano Wallace e outros autores • 107106 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola POESIA A poesia é a expressão mais sublime do ato de pensar, Ela enobrece a alma, Que transborda, desnuda, Atravessando o Universo, Traz palavras, Inspiradas no verbo do passado, Do presente e do futuro. Que remetem para uma realidade progressiva do tempo, Do espaço, e daquilo que sintetiza o mundo interior De quem pode se comunicar! Ela é uma ponte para o entrelaçamento das almas. Cuja expressão mais grandiosa, Está no que o coração revelou, E a inspiração é fonte de harmonia, Que supõe um recomeçar! Dylla Vicente Fabiano Wallace e outros autores • 109108 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola ABANDONO Fere-me um instante nesta vaga hora, palpita o peito num silêncio singelo, a voz faz-se pranto num canto quimérico e o choro desata a tocar as notas deste mísero abandono... Quiser’ainda amar-te por entre lírios, enaltecer-te pela mítica noite de frio sobre o rubro funeral de nossos corações... Feliz fora teu coração quando o tempo fazia-se presente em cores e estação! Ah, este imenso rascunho de céu; de juras, de risíveis lembranças que se vão... Quais lágrimas descrevem o que sinto se uma de minhas lágrimas é parte da imensidão?! outra, gota de inverno, dor em solidão. Parte destas lágrimasciciam ao vento significados chorosos das mil lágrimas que tenho derramado pelo chão. Que lágrimas falham na prece? Quando tuas lágrimas me afogam nesta ingratidão e as lágrimas não mais dizem significados que logo o tempo lutou por sua exatidão. Lágrimas que te deixaram morar na estância de Deus fazendo-te estar em meu coração, escondendo-me dentro de teu coração... Fabiano Wallace e outros autores • 111110 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CIANO Alguns creem na ordem dos fatos jogados na memória, outros creem na sensação instável das horas... Não seria o retorno da lembrança um colo inato para a memória, nem seria o toque intocado; a música já ces- sada, o retorno do ontem num hoje sempre tocado... Abstenho-me de interrogações, grito nas exclamações e deito-me nas respostas... Pergunto-me sobre o senti- do atribuído para os teus dias; como em noites insones pode tua ausência ser presença sem sintonia... Toco. Toco essas folhas que nada podem dizer sobre ti, toco este percurso de dentro para dentro, por dentro de ti... Para um tempo presente, cheio de recortes quebra- diços sem um “Mim”. Trouxeste os fragmentos, declaraste amor ao coração, e numa nuvem d’algodão ressurgiste nas palavras. Desta vez fiz uma dedicatória, de contraste ao além... Pus-me sempre ao nunca... Vero esquecimento dos fatos. Eu sei. Tu sabes. Rememorar-te em espaços, gestos, ilustrações daquilo que seria um hoje, um amanhã, um futuro sempre, ou ao menos incerto... Será essa a sustentável tolerância das letras? Querê-las tanto não foi o bastante... já que a morte me soterrou na falsa esperança. Sou em ti a vida que se fez partida, sou também a mesma que morre e renasce como estas palavras que o recons- trói, eu fujo com aqueles que creem no estimado azul turquesa, com aqueles que creem no retorno das pala- vras, que para mim é um mundo em significância... SAUDADE Assim como o orvalho que afoga uma rosa pura Vê em tuas pétalas resquício de amargura. Toca e sente essa pétala que se afoga... Afoga e enflora outras rosas que agora... Fenecem... Sem ao menos morrer outrora! Assim como a chuva que recai sobre o mundo de Deus Vê em teu mundo pedaços de sonhos, Pequeninos pedaços de tempo, de si... Se vão... Como tu afogas essas pétalas e agora Queres um pequeno coração? Assim como o sol que reluz os olhos do cético Vê, pois, não duvidas deste sentir... que era e foi... Foi e volta para outros olhos que irão amar-te e vão... Toca e sente essa pétala que se afoga... És em canção o ritmo e som daqueles que também se afogarão. Assim como o frio que congela uma rosa pura, Vê em todas as pétalas um pouco de azul... Que azul sentes falta e sim, és falta! Saudade que nomeia as rotas, Saudade é uma pétala, viva, morta... Morta. És como o orvalho que afoga um corpo, que preenche em saudades, Ah, afoga-me... Fabiano Wallace e outros autores • 113112 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Gisele da Hora Fabiano Wallace e outros autores • 115114 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola CONFISSÃO De todas as nossas conversas, acredito ter sido esta a mais cruel e dolorosa, embora não tenha esboçado qualquer remorso, senti De todos os conselhos, este de certo foi o mais bem elaborado, preparado e assertivo. E assim como se faz necessária a remoção de um curativo, que mesmo doendo deve ser arrancado, ele se fez inevitável De todos os desejos de bem cuidar-se, este foi o mais implorado, suplicado, pois tenho a certeza de que não estarei aqui para olhar-te, nem tampouco lembrar-te De todos os adeus que verbalizei, este, que foi dito em silêncio, foi o que mais doeu. Não pela ausência de palavras, mas pelo peso dos sentimentos De todas as lágrimas que derramei, estas foram as mais carregadas de amor, afeto, tristeza e dor; não apenas por ser uma noite atípica, mas pelos gritos que emanam do meu coração De todos os meus escritos, este foi o mais real e verídico. Não que nos demais haja ausência de sentimentos sinceros, mas por este momento em que expurgo de mim o mais sublime dos meus sentimentos Fabiano Wallace e outros autores • 117116 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola RETICÊNCIAS Um susto Surpresa Tensão Não esperava estar aqui paralisada, imaginando uma reação. Tento ser mais discreta então; esta é a única solução, e de repente toda esta confusão, Deveria sentir tal sensação? Não, não devo viver esta ilusão... Dói Dói sim, dói dentro de mim. Não era pra ser assim. Fico perdida, e sem saber o que fazer, vem a falta de ar. Sinto como se mamutes pousassem sobre meu peito, esmagando-me com ferocidade. O que posso fazer? Fugir Para bem ao fundo, pois não quero sentir, não quero sentir, por favor Tire de mim, tire de mim. Suplico-lhe! Tire de mim esta dor que inunda, me invade, e que de mim agora faz parte Pouso sobre chão gélido, banhado pelas lágrimas que transbordam do meu ser, e agora paira sobre mim o manto da solidão O silêncio perpetua-se em meio à imensidão, decido viver de saudade então MALDIÇÃO Choveu Gota a gota Choveu Mas passou... o que resiste é o vento álgido sem pudor, sensação que as tuas palavras deixarão sobre meu coração Cada lágrima que fora sugada enquanto seus olhos me fitavam, agora já não resiste, rola livremente em minha face, deixando por onde passa um rastro de devastação Coração destroçado, debate-se em vão, lutando para sobreviver; penso então: “malditas palavras” Que ferozmente afogou meus olhos e dizimou meu sorriso; malditas palavras Que após anos, trazem à tona o sofrimento de outrora; malditas palavras Quisera eu voltar no tempo, a tempo de selar teus lábios e conter a tua voz Impedindo assim que jamais proferisse aquelas malditas palavras Fabiano Wallace e outros autores • 119118 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Jéssica Flores Fabiano Wallace e outros autores • 121120 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola TRANSMUTAR Se o corpo fatigado Já caminha ofegante E a alma assim persiste Em querer lamuriar Assim sendo, então caminho Sinuosa e vacilante Quão improfícuo, enfastiado Urgir em transmutar Fabiano Wallace e outros autores • 123122 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola UTOPIA E se ainda me Suscita o espanto Outrora me comprazem Os delírios da utopia Me faço surdo e mudo Então assim eu canto Em melódica e Taciturna agonia FRAGMENTOS Fragmentos da alma Exalam estado de poesia Outros interpelam Contencioso fundamento Se seria presunçosa Felicidade em demasia Mesmo em face Do maior contentamento Fabiano Wallace e outros autores • 125124 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Lucília Reale Fabiano Wallace e outros autores • 127126 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola SOBRE O TEMPO Tempo que corre... Leva e traz Hora demora Hora é fugaz! És dono das horas De tudo que faz Da bela Aurora Do vento da paz! Mas... Instável é o tempo Natureza abstrata Quando é desalento Tua fúria maltrata! Oh, Senhor desta roda Quero ser teu amigo Gira-gira e não volta Eita! Tempo corrido... Fabiano Wallace e outros autores • 129128 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola ILUSÃO O que é conhecimento neste mundo mutante, de raízes rasas? Pouco se sabe desta terra de afirmações equivocadas..., tão pouco se sabe, pela loucura, quimera, conveniente- mente instalada. E o que são verdades neste mundo de interesses rodan- tes, inconstantes e arrogantes? A mentira é um veneno espumante e fervente que, ou você bebe ou cospe quente. Ora! Quantos equívocos intrínsecos estão nos grandes vincos? Explico: Hora são feitas descobertas incríveis, hora as mesmas não são mais cabíveis! Instabilidades terríveis para os mais susceptíveis. Nem o certo do mais coerente pode ser vertente consis- tente pra um saber crente, onde todo interesse é depen- dente, e pensar livremente é ser louco solto, perigoso e inconveniente. E que tragam as correntes! Sem falar nos enganos de mentes, que acreditam pia- mente naquilo que veem e sentem, inquestionavelmen-te. Porque a ganância envolvente que agarra essa gen- te, seja ela dolente, indolente, fanática ou descrente, eloquente ou dormente, medíocre geralmente, é como entorpecente. E acrescente que é crescente na íntima essência humana mormente, camuflada intenção de im- posição, decreto de pensamento e ação que ignora acei- tação, gerando e nutrindo a semente que engana e men- te desde antigamente, sucessivamente... Ilusão. A ESPERA DA ESPERANÇA Cansada deste mundo! Do despropósito profundo, De cada grito mudo, Do surto do absurdo. Cansada desta jornada... Dos que veem sem enxergar nada. De tantas verdades caladas, Das muitas mentiras faladas. Tô cansada da rejeição, Do rejeito, lixo no chão, De almas sem coração, De ação sem reação. Cansada desta gente... De sentimentos ausentes, Certezas que não convencem, Da ignorância latente. Tô cansada deste cansaço... Do tempo destemperado, Dos nós não desatados, Dos laços esgarçados. Cansada do que me cansa... Desta lança que se lança, Da balança que não balança Da assegurada insegurança Cansada desta constância... Da falta em abundância, Do mundo sem mudança De esperar a esperança. Fabiano Wallace e outros autores • 131130 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Pedro Lino Fabiano Wallace e outros autores • 133132 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola AMOR O amor é a bênção e a maldição, A vida e a morte, A paz e a tentação; Amar é querer, mas não poder, É a coisa bela; mais horrível que existe, O amor é bom, mas ruim É a forma mais pura da loucura, É determinado, porém tímido, É viajar totalmente estático; É indescritível. Fabiano Wallace e outros autores • 135134 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola “ESQUECER” Quando você ama, mas não tem este amor correspondido, você tenta “esquecer” a pessoa amada. Você pode “esquecê-la”, mas sempre que se “lembrar”, sentirá o vazio que há em seu peito. AQUELES OLHOS AZUIS Tenho saudades de quando me olhavam, De quando reluziam sob o sol amarelo, De quando sorriam para mim, inocentemente, De quando me ajudavam Tenho saudades de quando conversávamos, Mas não por palavras, e sim por pensamentos, Palavras são poucas e vazias, Mas pensamentos são vastos e cheios Tenho saudades de quando seus cabelos eram meu lar E suas palavras, minha alegria, De quando nos abríamos um para o outro, De quando riamos até não mais poder Tenho saudades de quando nos beijávamos, De quando nós virávamos um só, De quando brincávamos, De quando nos amávamos Tenho saudades de tudo, Mas não me arrependo de nada, E espero que estejam bem, Meus queridos olhos azuis. Fabiano Wallace e outros autores • 137136 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola Volnei Campos Fabiano Wallace e outros autores • 139138 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola A VIDA A Vida é passageira O Tempo curto, Mas nos prendemos no raso E esquecemos o profundo. Num instante são Peles esticadas como... Pétalas de rosa Macias e bonitas, mas que Partem-se com o tempo. Tempo cruel Tempo carrasco Nos leva a beleza Nunca faltaste. Nu como a rosa Cheia de espinhos Cheiro que o vento, Leva de mansinho. Fabiano Wallace e outros autores • 141140 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola PEITO VAZIO Lugar sem nome, Vazio com angústia Hoje ouve-se choro, Amanhã, pleno silêncio. Onde brota a esperança, Por instantes sufocada Reergue-se com êxito, Uma luta diária. No fim, quase contente, Mais uma luta vencida, A guerra continua Nesta jornada sem fim. RESISTINDO Noite, tarde, dia Estamos seguindo a vida, Mas o que estamos fazendo? Vida boa, ligeira Vida louca, passageira De um lado amores, Do outro, desamores. Como podemos, AMOR, Se os embates são tantos. Como podemos viver sem AMAR, Se as paranoias são irracionais, Tudo que temos é um coração de pedra Sendo o que aprendeu com amor. Coração trevoso não confia em ninguém, Foi engano! Reergue-se, motivado a vencer Sem pensar no passado, almeja o futuro. Almejando o futuro, tenta seguir firme. Difícil! Os abalos sofridos deixaram-no ferido, Cicatrizes feitas a ferro quente, Não deixam esquecer o presente. 142 • Editora Palavra é Arte - Poesia na escola
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