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Aula 04 - Formação do povo brasileiro

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Cidadania
O Povo brasileiro
A Formação e o Sentido do Brasil
Adaptado de Darcy Ribeiro (1955) e Nayele Macini (2016)
Povo novo: porque é um novo modelo de
estruturação societária, que inaugura uma forma
singular de organização socioeconômica, fundada
num tipo renovado de escravismo e numa servidão
continuada ao mercado mundial.
A unidade étnica básica não significa nenhuma
uniformidade, pois 3 forças atuaram sobre ela:
Ecológica Econômica Imigração
introduziu novos contingentes humanos,
dentre europeus, asiáticos, sulamericanos
e refugiados de vários países, em especial
Haiti e Venezuela.
Ecológica Econômica
Imigração
fazendo surgir paisagens humanas
distintas onde as condições de meio
ambiente obrigaram a adaptações
regionais.
criando formas diferenciadas de produção.
Os brasileiros se sentem e se comportam como uma só gente, pertencente a uma
mesma etnia. Uma entidade nacional distinta, que fala uma mesma língua, só
diferenciada por sotaques regionais.
Uniformidade cultural e a unidade nacional são a grande resultante do processo
de formação do povo brasileiro, porém não deve nos cegar para as disparidades,
contradições e antagonismos que subsistem debaixo delas.
Há o distanciamento social entre as classes dominantes e as subordinadas,
agravando as oposições para acumular, debaixo da uniformidade étnico-cultural e
da unidade nacional, tensões dissociativas de caráter traumático.
Assim, as elites dirigentes, primeiro lusitanas, depois luso-brasileiras, e afinal
brasileiras, viveram e vivem sob o pavor do alçamento das classes oprimidas.
Subjacente à uniformidade cultural brasileira, esconde-se uma profunda
distância social, gerada pelo tipo de estratificação que o próprio processo de
formação nacional produziu.
O povo-massa, sofrido e perplexo, vê a ordem social como um sistema sagrado
que privilegia uma minoria, à qual tudo é consentido e concedido.
MATRIZES ÉTNICAS
MATRIZ TUPI:
Na escala da evolução cultural, os povos Tupi davam os
primeiros passos da revolução agrícola;
Agricultura rudimentar e extrativismo;
A escravidão de índios prevaleceu no século XVI e os jesuítas
passaram a usá-los como soldados de um exército a lutar contra os
invasores protestantes aqui no Brasil;
Quando muito dizimados e incapazes de agredir ou de defender-
se, os sobreviventes fugiam para além das fronteiras da civilização.
MATRIZES ÉTNICAS
LUSITANIDADE:
 O enxame de invasores era a presença local avançada de uma
vasta civilização urbana e classista.
 Corte x Igreja Católica = ativa competição.
 Depois da reforma protestante a Igreja católica perdeu muitos
fiéis, por isso ela autorizou o processo colonizatório a partir de
missões evangelizadoras.
 A Igreja (O tribunal do Sto. Ofício) regulamentava as normas
básica da ação colonizadora.
O PROCESSO CIVILIZATÓRIO
 Os iberos expulsaram os árabes e os judeus ao atravessar os
oceanos Atlântico, no entanto conquistaram, saquearam e
evangelizaram os povos da África, Ásia e Américas.
 Organização da vida social econômica
– Estratificação das classes (patronato)
– Introdução da escravatura
 O colono enriquecia e os trabalhadores se salvavam para a vida
eterna
– Aplicação de complexos procedimentos agrícolas, químicos,
mecânicos para a produção de açúcar, mineração do ouro e do
diamante;
– Introdução do gado e outros animais como a galinha e o porco;
– Produção de tijolos, telhas
 Bases sobre as quais se edificou a sociedade e cultura brasileira
como uma implantação colonial européia.
GESTAÇÃO ÉTNICA
Uma nova forma de administrar tantas terras e tantos invasores:
capitanias hereditárias.
Embora tenha vigorado por pouco tempo, o sistema das Capitanias
Hereditárias deixou marcas profundas na divisão de terra do Brasil.
A distribuição desigual das terras gerou posteriormente os latifúndios,
causando uma desigualdade no campo. Na concepção de Darcy o
Brasil tem sido, ao longo dos séculos, um terrível moinho de gastar
gentes. O fato é que se gastaram milhões de índios, milhões de
africanos e milhões de europeus.
GESTAÇÃO ÉTNICA
 A condição de vida dos homens e mulheres em situação de
escravidão: espantosa.
 Relata a violência permanente pela qual foram obrigados a viver.
 Pergunta-se: como conseguiram permanecer humanos?
 Como sobreviver sobre tanta pressão, trabalhando dezoito horas por
dia todos os dias do ano?
 A triste conclusão é de que seu destino era morrer de estafa que era
sua morte natural.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 No processo de formação sociocultural do Brasil, Darcy vê a
organização = empresas.
 A empresa escravista, como a principal, latifundiária e
monocultora que foi sempre altamente especializada e
essencialmente mercantil.
 Outra, já como forma alternativa de colonização, foi a empresa
jesuítica. Esta estava fundada na mão-de-obra servil dos índios.
 Uma terceira, que tinha um alcance social bastante considerável,
foram as múltiplas microempresas de produção de gêneros de
subsistência e de criação de gado, baseada em diferentes formas
de aliciamento de mão-de-obra.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 Elabora uma visão de conjunto do processo de urbanização
brasileira. Segundo ele, o Brasil nasceu já como uma civilização
urbana, separada em conteúdos rurais e citadinos.
 Essas cidades e vilas, grandes e pequenas, constituíam agências de
uma civilização agrário-mercantil, cujo papel fundamental era gerir
a ordenação colonial da sociedade brasileira, integrando-a no corpo
de tradições religiosas e civis da Europa pré-indústrial e fazendo-a
render proventos à Coroa portuguesa.
 Como tal, eram centros de imposição das idéias e das crenças
oficiais e de defesa do velho corpo de tradições ocidentais, muito
mais que núcleos criadores de uma tradição própria.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 Relaciona o temível êxodo rural com o inchaço das cidades em
consequência causando a miserabilização da população urbana.
Para Darcy formou-se um modelo político-econômico que
estratifica a população brasileira;
 Esse caráter intencional do empreendimento faz do Brasil, ainda
hoje, menos uma sociedade do que uma feitoria, porque não
estrutura a população para o prenchimento de suas condições de
sobrevivência e de progresso, mas para enriquecer uma camada
senhorial voltada para atender às solicitações exógenas.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 A distância social entre ricos e pobres;
 Grande parte desses negros dirigiu-se às cidades, onde
encontra um ambiente de convivência social menos hostil.
 Constituíram, originalmente, os chamados bairros
africanos, que deram lugar às favelas.
 Desde então, elas vêm se multiplicando, como a solução
que o pobre encontra para morar e conviver. Sempre
debaixo da permanente ameaça de serem erradicados e
expulsos.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 Para Darcy a característica distintiva do racismo brasileiro
é que ele não incide sobre a origem racial das pessoas, mas
sobre a cor de sua pele.
 Para ele, a possibilidade de existência de uma democracia
racial está vinculada com a prática de uma democracia
social, onde negros e brancos partilhem das mesmas
oportunidades sem qualquer forma de desigualdade.
 Composta como uma constelação de áreas culturais, a
configuração histórico-cultural brasileira conforma uma
cultura nacional com alto grau de homogeneidade;
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 Milhões de brasileiros, através de gerações, nascem e vivem toda a
sua vida encontrando soluções para seus problemas vitais,
motivações e explicações que se lhes afiguram como o modo natural
e necessário de exprimir sua humanidade e sua brasilidade.
 Constituem partes integrantes de uma sociedade maior, dentro da
qual interagem como subculturas, atuando entre si de modo diverso
do que o fariam em relação a estrangeiros.
 Sua unidade fundamental decorre de serem todas elas produto do
mesmo processo civilizatório que as atingiu quase ao mesmo tempo;
de terem se formado pela multiplicação de uma mesma protocélulaétnica e de haverem estado sempre debaixo do domínio de um
mesmo centro reitor, o que não enseja definições étnicas conflitivas.
PROCESSO SOCIOCULTURAL
 Para Darcy, os brasileiros são hoje, um dos povos mais homogêneos
linguística e culturalmente. Fala-se, como diz, uma mesma língua,
sem dialetos.
 Como mestiços "na carne e no espírito" temos o desafio de firmar
nosso potencial, nossos modos distintos entre todos os povos.
Devemos forjar um verdadeiro conceito de povo que englobe a todos
sem distinção, em todos os direitos que devem assistir a cada
cidadão brasileiro.
 Nesse país mestiço, o povo brasileiro segundo Darcy, veio
formando-se como uma nova Roma. A maior presença neo-latina no
mundo, ainda em ser, forja-se como a grande presença do futuro.
PARA PENSAR…
 O autor propõe uma teoria
baseada na condição de
“ninguendade”, com perdão
do neologismo esquisito, do
fruto da miscigenação
processada inicialmente entre
o colonizador português e a
índia, mais tarde entre aquele
e a escrava negra. De onde afinal vem esse povo
tão sofridamente descrito no
livro de Darcy Ribeiro, de onde
procede sua identidade?
 Darcy afirma que os filhos brotados desses acasalamentos,
origem da miscigenação generalizada que passou a caracterizar a
etnia brasileira, eram ninguém, já que nem eram brancos, nem
índios, nem negros.
 Eram produto de uma mistura rejeitada por qualquer das etnias
individuais das quais eram formados.
 Foi portanto dessa condição de zé ninguém que se forjou a nossa
identidade cultural.
 Darcy Ribeiro ressalta o fato de que o Brasil se formou
economicamente como um apêndice da Europa, como colônia
produtora de bens primários subordinada à demanda do mercado
europeu.
Darcy Ribeiro usa repetidas vezes expressões cruas,
mas infelizmente verdadeiras, para denunciar os
processos brutais que ao longo da nossa formação
histórica oprimiram nosso povo.
Quando usa expressões como moinhos de gastar gente,
ou gente usada como carvão, denuncia a opressão
imposta pela classe dominante ao povo, particularmente
o povo escravizado, o povo castigado por um regime de
trabalho incompatível com o ideário humanista e cristão
nunca de fato estendido à maioria da população.

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