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Formas Democráticas de Participação Social e a Mediação Familiar, Escolar e Comunitária

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Formas Democráticas 
De ParticiPação social 
e a meDiação Familiar, 
escolar e comunitária
Prof.ª Cláudia Deitos Giongo
Prof.ª Ângela Martins Rorato 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Deitos Giongo
Prof.ª Ângela Martins Rorato
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
G496f
 Giongo, Cláudia Deitos
 Formas democráticas de participação social e a mediação familiar, 
escolar e comunitária. / Cláudia Deitos Giongo; Ângela Martins Rorato. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 222 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0426-0
1. Direito. - Brasil. 2. Legislação. – Brasil. 3. Família. – Brasil. I. Rorato, Ângela 
Martins. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 340 
III
aPresentação
Caro acadêmico, pronto para apreensão de novos conhecimentos? 
Esperamos que sim. Antes de iniciarmos os estudos da Disciplina Formas 
Democráticas de Participação Social e a Mediação Familiar, Escolar e 
Comunitária apresentamos um breve currículo das professoras autoras 
deste livro didático.
A prof.ª Cláudia Deitos Giongo é mestre em Serviço Social pela 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000). Possui 
graduação em Serviço Social pela Universidade Católica do Rio Grande do 
Sul (1984). Atua como professora universitária desde 1989 em diferentes 
instituições de ensino tanto na graduação, quanto pós-graduação. No 
momento, atua como professora e supervisora no DOMUS – Centro 
de terapia individual, casal e família – parceria com a Faculdade Mário 
Quintana. É coordenadora do Curso de Pós-Graduação Trabalho Social com 
Famílias e Comunidades. Atua como uma das coordenadoras do Curso de 
Extensão em Mediação com parceria da Defensoria Pública de Porto Alegre. 
É responsável técnica pelo Programa DOMUS/SUAS. Atua como Mediadora 
Judicial e Extrajudicial. Presta serviços de assessoria e capacitação a 
Prefeituras nas áreas de Gestão do SUAS, Modelo Assistencial e Gestão do 
Trabalho. Tem experiência em ensino, pesquisa, extensão universitária e 
consultoria nas áreas de política de assistência social, família, mediação e 
redes sociais. 
A professora e mediadora de conflitos Ângela Martins Rorato, é 
especialista em educação, formada em Estudos Sociais (UNIFRA – 1989), atua 
como professora em cursos de pós-graduação, em capacitação de mediadores 
de conflitos e facilitadores de círculos de construção de paz para profissionais 
das mais variadas áreas. Presta consultoria na área de comunicação para 
diversas empresas e órgãos públicos. Atua como formadora e supervisora 
do Curso de Extensão em Mediação em parceria com a defensoria Pública de 
Porto Alegre. Atualmente, é consultora e assessora de coordenação do Projeto 
de Implantação e Consolidação de Práticas Restaurativas na Socioeducação. 
Palestrante na área de comunicação com foco em Comunicação não violenta, 
capacitada pelo NY Center for Nonviolent Communication. Possui certificação 
internacional em mediação de conflitos pelo ICFML e pelo IMAP. 
Iniciaremos os estudos da disciplina apresentando, na Unidade 1, a 
confluência de temas como participação, conflitos e comunicação. O Tópico 
1 direciona o estudo para o tema participação social, buscando apresentar 
discussões conceituais e perspectiva histórica sobre como a população 
brasileira tem operado em termos de participação, considerando marcos 
IV
legais que impulsionam para isto, mesmo que correlações de forças, 
instituídas no país, possam representar resistências. O tema cidadania e 
autonomia estão correlacionados à ideia de participação da população 
em uma comunidade política, o que gera comprometimento autônomo e 
pertencimento social. O conteúdo apresenta discussões sobre a importância 
da internalização de normas partilhadas, para que diferenças podem ser 
superadas por meio de discussões públicas na ideia de bem comum. Disso 
advém a importância do Tópico 2, que discorre acerca de entendimentos 
sobre a relação entre conflito e comunicação assertiva. Apresenta a 
Moderna Teoria de Conflitos, que propõe superar ideias pré-concebidas 
de entendimento do conflito como algo a ser evitado. Neste mesmo tópico, 
é apresentada a teoria da Comunicação Humana e a importância da 
comunicação não violenta. A discussão perpassa a ideia da dificuldade em 
estabelecer processos comunicacionais, com compreensão genuína sobre o 
que é dito, mesmo em um mundo cujos meios de comunicação expandiram 
as fronteiras de forma inimaginável.
A Unidade 2 apresenta a Justiça Multiportas e suas especificidades 
como uma das formas encontradas de resolução dos conflitos, com o 
objetivo de oferecer possibilidades de conhecimento e análise para a 
busca de soluções mais adequadas, em um tempo histórico de excessiva 
litigiosidade e inseguranças jurídicas. No Tópico 1, o conteúdo apresenta, 
conceituação, legislação e defesa e dados que defendem a importância do 
entendimento da Justiça Multiportas no atual momento do país. No Tópico 
2, são apresentados os Meios Heterocompositivos com seus dois caminhos 
de solução de conflitos: a Jurisdição e a Arbitragem. O texto ressalta a 
importância do reconhecimento, semelhanças e diferenças entre eles e do 
entendimento que a resposta da escolha se materializa através de sentença 
ou de laudo arbitral. Já no Tópico 3, é apresentado informações sobre meios 
adequados para superação da cultura litigiosa e dados sobre os esforços, 
empreendidos em diferentes contextos, para que possa ser reconhecida a 
importância das pessoas em situação de conflito se reconhecer protagonistas 
na identificação de interesses e nos esforços para o seu alcance. O tópico 
oferece conteúdo sobre a Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de 
Justiça e o Código de Processo Civil de 2015 por representarem um marco no 
direito brasileiro por viabilizar a construção de um processo civil e sistema 
de justiça multiportas, bem como apresenta dados sobre Negociação, 
Conciliação e Mediação.
A Unidade 3 apresenta dados sobre contextos para utilização 
da mediação como meio para resolução adequada de conflitos. O Tópico 
1 se ocupa com a Mediação Familiar, oferecendo a oportunidade de 
entendimentos sobre a dinâmica relacional da família que podem indicar 
a necessidade da utilização da Mediação Familiar como método para a 
superação de conflitos. Os Tópicos 2 e 3 se dedicam a apresentar dados 
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenhode Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
sobre o espaço escolar e o espaço comunitário como espaços onde 
conflitos emergem cotidianamente, mas que podem ser espaços geradores 
de soluções. Desta forma, apresenta a Mediação Escolar e a Mediação 
Comunitária como espaço de construção de agentes para a solução de 
conflitos e fortalecimento de espaços de participação social. 
prof.ª Cláudia Deitos Giongo
prof.ª Ângela Martins Rorato
VI
VII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VIII
IX
UNIDADE 1 – PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS ..........................................1
TÓPICO 1 – CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR ...........................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 SOMOS TODOS LIVRES E IGUAIS... SERÁ? .....................................................................................3
3 DIREITOS POLÍTICOS, SOCIAIS E CIVIS ........................................................................................5
4 CIDADANIA NA ATUALIDADE: CIDADANIA FORMAL X CIDADANIA REAL ...................7
5 MOVIMENTOS SOCIAIS NA ATUALIDADE ...............................................................................10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................12
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................13
TÓPICO 2 – OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA .................................................................15
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................15
2 OS DIREITOS HUMANOS NA CONSULTA PÚBLICA ................................................................15
3 OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................17
4 COMO INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO PÚBLICA .....................................................................20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................24
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................25
TÓPICO 3 – SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO ..............................27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................27
2 EDUCAÇÃO: AUTONOMIA E EMANCIPAÇÃO DOS SUJEITOS ..............................................27
3 AMBIENTES EDUCATIVOS DEMOCRÁTICOS ...........................................................................32
4 REPENSANDO OS AMBIENTES EDUCATIVOS ..........................................................................35
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................40
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................41
TÓPICO 4 – OS MOVIMENTOS SOCIAIS ........................................................................................43
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................43
2 A FORMAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS .............................................................................43
3 O MOVIMENTO SOCIAL TRADICIONAL E OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS ..........46
4 MOVIMENTOS SOCIAIS, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS ..................................................48
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................52
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................53
TÓPICO 5 – TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL ....................................55
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................55
2 MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES ......................................................................................55
3 PARTICIPAÇÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS ...................59
4 HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL ..........................................................62
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................68
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................69
sumário
X
TÓPICO 6 – CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS..................................................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71
2 MOVIMENTOS SOCIAIS ...................................................................................................................72
3 PRIVAÇÃO RELATIVA ........................................................................................................................74
4 MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS ........................................................................................................75
5 O SEXO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS ........................................................................................76
6 NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS ..................................................................................................77
7 TEORIAS DE MUDANÇAS SOCIAIS ...............................................................................................78
8 TEORIA EVOLUCIONISTA ...............................................................................................................79
9 TEORIA FUNCIONALISTA ...............................................................................................................80
10 TEORIA DO CONFLITO ...................................................................................................................81
11 MUDANÇAS SOCIAIS MUNDIAIS ...............................................................................................82
12 RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS SOCIAIS ..................................................................................84
13 FATORES ECONÔMICOS E CULTURAIS .....................................................................................84
14 RESISTÊNCIA À TECNOLOGIA .....................................................................................................86
15 A TECNOLOGIA E O FUTURO ........................................................................................................88
15.1 INFORMÁTICA ..............................................................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 6........................................................................................................................89
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................90TÓPICO 7 – MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS ...............................................91
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................91
2 ESTADO, SOCIEDADE E DIREITOS HUMANOS .........................................................................91
2.1 ESTADO ............................................................................................................................................91
2.2 SOCIEDADE .....................................................................................................................................92
2.3 DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................................94
3 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL .......................................96
4 MOVIMENTOS SOCIAIS EM DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS......................................99
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 7......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
UNIDADE 2 – OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS ....107
TÓPICO 1 – JUSTIÇA MULTIPORTAS ............................................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 DEFINIÇÕES PRELIMINARES .......................................................................................................109
3 COMPREENSÃO HISTÓRICA .......................................................................................................110
4 LEGISLAÇÃO RELACIONADA .....................................................................................................112
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................116
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................117
TÓPICO 2 – MEIOS HETEROCOMPOSITIVOS ...........................................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 JURISDIÇÃO .......................................................................................................................................119
3 ARBITRAGEM – CONCEPÇÃO HISTÓRICA .............................................................................122
4 DEFINIÇÕES PRELIMINARES .......................................................................................................122
5 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTO ................................................................................................123
6 ARBITRO ..............................................................................................................................................124
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................126
XI
TÓPICO 3 – MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS ................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 LEGISLAÇÃO RELACIONADA .....................................................................................................130
2.1 RESOLUÇÃO 125/2010 CNJ .........................................................................................................130
2.2 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 2015 .........................................................................................131
3 NEGOCIAÇÃO ..................................................................................................................................131
3.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES ...................................................................................................132
3.2 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS ............................................................................................134
3.3 FASES DA NEGOCIAÇÃO .........................................................................................................136
3.4 O NEGOCIADOR ..........................................................................................................................137
4 CONCILIAÇÃO ..................................................................................................................................137
4.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES ...................................................................................................138
4.2 PROCEDIMENTO .........................................................................................................................139
4.3 TÉCNICAS .....................................................................................................................................141
5 MEDIAÇÃO .........................................................................................................................................144
5.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES ...................................................................................................144
5.2 A PESSOA DO MEDIADOR ........................................................................................................145
5.3 FUNÇÕES DO MEDIADOR ........................................................................................................147
5.4 REGRAS E PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO ................................................................................147
5.5 ESCOLAS OU MODELOS DA MEDIAÇÃO .............................................................................148
5.6 PROCEDIMENTOS .......................................................................................................................149
5.7 TÉCNICAS PARA A CONDUÇÃO DE UMA MEDIAÇÃO ..................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................153
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................156
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................157
UNIDADE 3 – PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR 
 E COMUNITÁRIA ......................................................................................................159
TÓPICO 1 – MEDIAÇÃO FAMÍLIAR ..............................................................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA DA MEDIAÇÃO FAMILIAR ......................................................161
3 FAMÍLIAS E FAMÍLIAS CONTEMPORÂNEAS .........................................................................163
3.1 DINÂMICA RELACIONAL DA FAMÍLIA ...............................................................................165
4 DIVÓRCIO E SUAS FASES ..............................................................................................................168
5 TEMAS PARA MEDIAÇÃO .............................................................................................................1695.1 DIVÓRCIO ......................................................................................................................................170
 5.2 GUARDA E PARENTALIDADE FUTURA DOS FILHOS .......................................................170
5.3 PENSÃO ALIMENTÍCIA DOS FILHOS, TAMBÉM CHAMADA DE ALIMENTOS 
 AOS FILHOS ...................................................................................................................................171
5.4 CUIDADO DE IDOSOS/DOENTES ...........................................................................................172
5.5 RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE ..............................................................................172
6 ÂMBITO DE ATUAÇÃO DA MEDIÇÃO FAMILIAR ................................................................173
7 PARTICULARIDADES DA MEDIAÇÃO FAMILIAR ...............................................................173
8 TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO FAMILIAR ......................................................................................175
9 MEDIABILIDADE ..............................................................................................................................176
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................178
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................179
TÓPICO 2 – MEDIAÇÃO ESCOLAR ...............................................................................................181
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................181
2 ESPACO ESCOLAR ............................................................................................................................181
3 CONFLITOS NO AMBIENTE ESCOLAR .....................................................................................183
4 DIMENSÕES E FINALIDADES DA MEDIAÇÃO ESCOLAR .................................................184
XII
4.1 TÉCNICA DE INTERVENÇÃO NA GESTÃO E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS ..........186
4.2 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL .....................................187
4.3 ESTRATÉGIA INTEGRADA DE PREVENÇÃO ......................................................................188
5 A ESTRUTURA DE UM PROJETO DE MEDIAÇÃO ESCOLAR ............................................189
 5.1 DIAGNÓSTICO – LEVANTAMENTO DE DADOS .................................................................189
5.2 PLANO DE AÇÃO ........................................................................................................................190
5.3 SENSIBILIZAÇÃO .........................................................................................................................190
5.4 FORMAÇÃO: CAPACITAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA .........................................................190
5.5 INSTITUCIONALIZAÇÃO ..........................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................194
TÓPICO 3 – MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA ...................................................................................195
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................195
2 RELAÇÕES DE PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ......195
3 PERSPECTIVA CONCEITUAL ........................................................................................................197
4 BREVE HISTÓRICO DA MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA ........................................................197
5 CARACTERÍSTICAS DA MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA .......................................................199
6 FUNÇÕES DA MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA ............................................................................200
7 FASES DA MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA ...................................................................................202
8 O PAPEL DO MEDIADOR COMUNITÁRIO .............................................................................202
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................204
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................207
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................208
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................209
1
UNIDADE 1
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E 
MOVIMENTOS SOCIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o significado de participação social, cidadania e autonomia 
na sociedade brasileira em uma perspectiva histórica;
• compreender a relação entre participação, cidadania, autonomia e 
relações de conflito;
• identificar e reconhecer conceitos relacionados à comunicação e 
comunicação não violenta;
• reconhecer a importância da comunicação humana no tratamento 
positivo do conflito;
• identificar as questões relacionadas à cidadania em suas variadas formas 
de participação;
• reconhecer como se dão os processos de participação no âmbito político, 
social e popular;
• analisar as evoluções históricas dos movimentos sociais na contempora-
neidade;
• entender a representatividade do conceito de direitos humanos nas con-
sultas públicas;
• identificar os distintos graus de participação pública;
• compreender as formas para incentivar a participação pública nas con-
sultas;
• relacionar a prática educadora com os conceitos de autonomia e de eman-
cipação dos sujeitos;
• identificar os diversos ambientes educativos como espaços democráticos 
que possibilitam uma troca de saberes e um mútuo enriquecimento;
• repensar a organização dos ambientes educativos para o favorecimento 
da coletividade, da democracia e da participação;
• descrever a mobilização social em torno de um problema social específico 
na formação dos movimentos sociais;
• identificar as demandas sociais de um movimento social tradicional e dos 
novos movimentos sociais;
• relacionar movimentos sociais, Estado e políticas públicas;
• definir movimentos sociais populares;
• relacionar participação social, educação popular e movimentos sociais;
• reconhecer a trajetória dos movimentos sociais no Brasil;
• explicar a importância dos movimentos sociais em nossa sociedade;
• reconhecer a dimensão do conceito de democracia nas sociedades atuais;
• identificar os motivos que fizeram surgir os movimentos negros, 
sindicais, socialistas, educacionais e liberais;
• descrever Estado, sociedade e Direitos Humanos;
• reconhecer a história e a evolução dos Direitos Humanos no Brasil;
• discutir sobre o papel dos movimentos sociais em defesa dos Direitos Hu-
manos.
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e 
vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim 
absorverá melhor as informações.
CHAMADA
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em sete tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL 
 E POPULAR
TÓPICO 2 – OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
TÓPICO 3 – SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A
 PARTICIPAÇÃO
TÓPICO 4 – OS MOVIMENTOS SOCIAIS
TÓPICO 5 – TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
TÓPICO 6 – CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
TÓPICO 7 – MOVIMENTOSSOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
1 INTRODUÇÃO
Direitos, cidadania, participação popular e movimentos sociais se 
tornaram temas frequentes nos pronunciamentos de governantes, políticos 
de diferentes partidos, empresários brasileiros ou estrangeiros, estudantes, 
trabalhadores e membros das camadas da sociedade que enfrentam as piores 
condições de vida. Qual o significado de tais temas para indivíduos pertencentes 
a grupos tão distintos?
A cidadania está relacionada ao surgimento do Estado moderno e 
à expectativa de que este garanta aos cidadãos a conquista, manutenção e 
ampliação dos direitos sociais por meio da ação dos indivíduos e de grupos que 
lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.
2 SOMOS TODOS LIVRES E IGUAIS... SERÁ?
Ao longo dos séculos, muitos foram os pensadores que afirmaram a ideia 
de que os seres humanos nascem livres e iguais e têm garantidos determinados 
direitos inalienáveis. Vejamos os mais expressivos.
O pensador inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em seu livro Leviatã, 
afirma que os seres humanos são naturalmente iguais e, devido ao excesso de 
liberdade, lutam uns com os outros em defesa de seus interesses individuais, 
sendo assim necessário um acordo (o qual ele denominava de contrato) entre 
as pessoas. Ainda de acordo com o autor, para evitar a autodestruição, todos os 
membros da sociedade devem renunciar à liberdade e dar ao Estado o direito de 
agir em seu nome limitando os excessos.
Ainda seguindo uma linha contratualista, temos o pensador inglês 
Jonh Locke (1632-1704), que afirma em sua obra Dois tratados sobre o governo, 
que apenas os homens livres e iguais podem fazer um pacto com o objetivo 
de estabelecer uma sociedade política. Vale ressaltar que esses homens livres e 
iguais eram apenas os que tinham alguma propriedade a zelar.
Já para o pensador francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), no livro 
Contrato social, publicado em 1762, a igualdade só faz sentido se for baseada na 
liberdade. Segundo suas afirmações, a igualdade só pode ser jurídica: “todos 
devem ser iguais perante a lei”.
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
4
Contratualismo é um conjunto de correntes filosóficas que tenta explicar 
a origem e a importância da construção das sociedades e das ordens sociais para o ser 
humano. De um modo geral, o contrato social ou contratualismo consiste na ideia de 
um acordo firmado entre os diferentes membros de uma sociedade, que se unem com o 
intuito de obter as vantagens garantidas a partir da ordem social.
DICAS
Vimos o cenário de final do século XVIII na Europa, onde as diferenças 
entre camadas sociais eram evidentes e ao se propor a igualdade de todos perante 
a lei, criava-se um direito igual para desiguais, ou seja, as pessoas não eram iguais 
porque nasciam livres e iguais, e sim porque tinham os mesmos direitos perante a 
lei, feita por quem dominava a sociedade. Será que algo mudou até o século XXI? 
Continuemos com o nosso dètour desse breve contexto histórico! Colocando o 
trabalhador como membro de uma classe e não como cidadão, temos o pensador 
Karl Marx (1818-1883), afirmando que uma concepção de cidadania/cidadão 
corresponderia a uma representação burguesa do indivíduo. Sua ideia de 
democracia está baseada no critério de igualdade social, que só poderia se tornar 
realidade através de uma revolução. Em seus escritos diferencia a emancipação 
política da emancipação humana, destacando que apenas no século XIX é que se 
reconheceu a ideia de direitos humanos, uma conquista dos trabalhadores em 
contraponto às tradições históricas vigentes até então.
 
Apresentando cidadania vinculada à ideia de coesão social estabelecida 
com base na solidariedade orgânica, temos o pensador Émile Durkheim (1858-
1917), afirmando que quando o indivíduo desempenha diferentes funções 
sociais, este faz parte de uma sociedade que se apresenta como um organismo 
estruturado. Cabe ao cidadão cumprir suas obrigações e desenvolver uma prática 
social que vise a maior integração possível, pois ao participar da solidariedade 
social, levando em conta as leis e a moral vigente em uma sociedade, o indivíduo 
desenvolve plenamente sua cidadania.
Valendo-me das palavras de Marshall (1967), a cidadania é um status con- 
cedido àqueles que são membros integrais de uma comunidade. Todos aqueles 
que possuem o status são iguais com respeito aos direitos e obrigações perti- 
nentes. Não há nenhum princípio universal que determine o que estes direitos e 
obrigações serão, mas as sociedades nas quais a cidadania é uma instituição em 
desenvolvimento criam uma imagem de uma cidadania ideal em relação a qual o 
sucesso pode ser medido e em relação a qual aspiração pode ser dirigida. Há que 
se ressaltar que a classe social, por outro lado, é um sistema de desigualdade. E 
como a cidadania, pode estar baseada num conjunto de ideais, crenças e valores. 
É, portanto, compreensível que se espere que o impacto da cidadania sobre a 
classe social tomasse a forma de um conflito entre princípios opostos. 
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
5
Esse breve détour nos permite afirmar que a cidadania tem sido uma ins- 
tituição em desenvolvimento ao longo dos tempos. Desde a segunda metade 
do século XVII, tal fato coincide com o desenvolvimento do capitalismo, que 
é um sistema desigual. Como é possível que tais princípios opostos possam 
crescer e florescer, lado a lado, em um mesmo lugar, cidade ou país? A questão 
é pertinente, pois não há dúvida de que, no século XX, a cidadania e o sistema 
de classe capitalista estão em guerra (MARSHALL, 1967). O contexto histórico 
analisado por Marshall (1967), da relação entre cidadania e diretos, teve início na 
década de 1960, o que será que mudou até o século XXI?
3 DIREITOS POLÍTICOS, SOCIAIS E CIVIS
Em seu livro Cidadania, classe social e status, Marshall (1967) deixa claro 
que o conceito de cidadania só começa a aparecer nos séculos XVII e XVIII, 
apresentando, de forma sutil, algumas formulações dos chamados direitos 
civis. Na época em que escreve, suas preocupações estavam voltadas para a 
garantia da liberdade religiosa e de pensamento, o direito de ir e vir, o direito 
à propriedade, a liberdade contratual, a escolha do trabalho, e, finalmente, a 
justiça, que devia salvaguardar todos os direitos citados anteriormente. Ainda 
nessa época, não significava que os direitos civis eram de fácil acesso a todas as 
pessoas, o cidadão que gozava de seus direitos era o indivíduo proprietário de 
terras, o que demostra uma cidadania ainda restrita.
E os direitos políticos? Estes estão relacionados ao Estado democrático 
representativo e envolvem os direitos eleitorais (a possibilidade de eleger 
representantes e ser eleito). Inobstante os desdobramentos dos direitos civis, os 
direitos políticos começaram a ser reivindicados por movimentos populares já 
no século XVIII, mas, na maioria dos países, só se efetivou no século XX, com a 
extensão do direito ao voto às mulheres. Assim, podemos afirmar que os diretos 
políticos são, para o cidadão, o reconhecimento da lei quanto a sua capacidade 
de participação na formação do governo e na tomada de decisões estatais. Se 
de um lado a Constituição possibilita ao cidadão a participação na vida pública 
estatal; do outro prevê normas que impedem o cidadão de exercer seus direitos 
políticos, estamos falando, respectivamente, dos direitos políticos positivos e 
negativos (Figura 1).
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
6
FIGURA 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
FONTE: Adaptado de Marshall (1967)
E vamos chegando ao século XX dando vez aos direitos sociais, o que 
possibilita aos indivíduos direito à educação básica e à assistência à saúde, 
bem como a programas habitacionais, transporte coletivo, programas de lazer, 
sistema previdenciário, acesso ao sistema judiciário, entre outros.
Assentados nos princípios da igualdade,os direitos civis, políticos e 
sociais não podem ser considerados universais devido às variações existentes 
em cada Estado e em determinada época. Vale aqui lembrar a diversidade de 
sociedades que se estruturam de modo diferente e nas quais os valores, regras e 
costumes diferem daqueles que predominam no ocidente. Inobstante toda essa 
diferença, os países integrantes dos organismos mundiais que se propõem a 
defender os direitos humanos devem assumir responsabilidade e assegurar esses 
direitos a todos os seus cidadãos.
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
7
4 CIDADANIA NA ATUALIDADE: CIDADANIA FORMAL X 
CIDADANIA REAL
Agora você já sabe que cidadania é o exercício dos direitos e deveres 
civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. Também 
podemos defini-la como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo 
com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente 
e socialmente articulada. Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres 
estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma 
sociedade mais equilibrada e justa.
Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos podemos 
citar:
Deveres do cidadão
• Votar para escolher os governantes.
• Cumprir as leis.
• Educar e proteger seus semelhantes.
• Proteger a natureza.
• Proteger o patrimônio público e social do país.
Direitos do cidadão
• Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre 
outros.
• O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que 
disse e escreveu.
• Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na sociedade.
• O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei 
pode pedir estudo e diploma para isso.
• Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse 
direito passa para os seus herdeiros.
• Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros.
• Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou 
sair do país, obedecendo a lei feita para isso.
Gerado a partir de lutas que ocorreram para estruturar os direitos 
universais do cidadão, desde o século XVIII, muitas ações e movimentos 
ocorreram para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania. O que 
nos leva a afirmar que defender a cidadania é lutar por direitos e, portanto, 
pelo exercício da democracia, que é uma constante criação de direitos. As 
transformações ocorridas na sociedade atual são tão complexas e de tamanha 
desigualdade que a divisão dos direitos do cidadão em civis, políticos e sociais já 
não conseguem explicar por si só a dinâmica existente nesse processo, para tal, 
podemos pensar em dois tipos de cidadania: a formal e a real (ou substantiva).
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
8
Cidadania formal refere-se à maneira como a cidadania está descrita 
formalmente na lei, nas constituições nacionais, é a garantia que o indivíduo tem 
para lutar legalmente por seus direitos, ou seja, é a que está na Constituição e em 
outras leis mais específicas de cada país. Se não houvessem leis para determinar 
nossos direitos, estaríamos nas mãos de uma minoria, por exemplo, a situação 
vivida por escravos que não tinham direito algum.
Já a cidadania real ou substantiva, refere-se à maneira como a cidadania é 
vivida na prática, no dia a dia. Através dela podemos ver que nem todos os seres 
humanos são iguais socialmente, que a sociedade se estrutura desigualmente 
e alguns grupos sofrem os mais diversos tipos de necessidades e preconceitos. 
Por exemplo: um aluno de uma escola pública que não consegue competir em 
condições de igualdade com um aluno de escola particular tem sua cidadania 
“formal” conquistada, pois a lei lhe garante acesso à educação, contudo, a 
cidadania “real” está bem longe de ser atingida. A mesma situação dos pobres, 
dos negros, dos deficientes etc, que, em maior ou menor grau, conseguiram 
reconhecimento “formal”, mas ainda tem um longo caminho para conquistar a 
cidadania “real”. 
O que isso infere? Ao analisarmos a cidadania substantiva percebemos 
que, apesar das leis existentes, ainda não há igualdade entre todos os seres 
humanos – entre homens e mulheres, negros e brancos, entre crianças, jovens e 
idosos. Se tomarmos como exemplo um direito previsto em nossa Constituição, o 
direito à vida e o direito de ir e vir, uma breve reflexão da realidade já nos permite 
afirmar que não temos tais garantias, pois milhares de pessoas, principalmente 
crianças, morrem de fome a todo instante, ou seja, essas pessoas não conseguiram 
ter o seu direito à vida garantidos, o direito real e substantivo à cidadania.
E o tão falado direito de ir e vir, que é reconhecido desde o século XVII? 
É atendido atualmente? Vemos constantemente nos meios de comunicação 
o impedimento à livre circulação dos cidadãos em alguns lugares (ruas, vias 
públicas) devido à violência ou porque são fechados por seguranças particulares. 
Temos praias lindas, todas públicas, cujo acesso é vetado por pessoas que se 
comportam como se fossem suas propriedades, nesses, como em tantos outros 
casos que você deve estar imaginado, o direito de ir e vir não é respeitado.
Em uma análise mais detalhada dos direitos humanos na atualidade, 
com o advento do mundo globalizado, as colocações do sociólogo Boaventura 
de Souza Santos (2000) se tornam pertinentes e enriquecedoras para nossas 
reflexões finais.
Em suas colocações, Santos nos aponta uma outra possibilidade para 
a liberdade do conhecimento. Para que este se produza no interior da crítica, 
sem abstrações alienantes e reconhecimentos incompletos, que levam à falsa 
compreensão e encobrem os dramas vividos na sociedade. Nesse sentido, aponta 
o início de uma outra cognoscibilidade do planeta, que conta com a possibilidade 
de ser desvendado. A globalização é um todo sistêmico, desigual e combinado, 
mas a mídia nos passa essa concepção como uma fábula.
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
9
Cognoscibilidade do planeta, segundo Santos (2000), é a possibilidade de 
utilizarmos a unicidade das técnicas (as técnicas pensadas como família) e a convergência 
dos momentos (unicidade dos tempos) para uma compreensão do mundo. Acessar 
informação de diferentes lugares para um melhor entendimento do mundo.
DICAS
Nesse sentido, a contradição se refaz na impossibilidade de produzir 
uma informação libertadora e a alienação surge devido à globalização 
financeira, a globalização do dinheiro, uma exacerbação dos processos de 
exploração e alienação e de todas as formas de exclusão e violência. O que fica 
para o ser comum é a burlesca do consumo, o fetiche se realiza na ocultação do 
valor de troca e no falso evidenciamento do valor de uso.
Alienação: atribuir ao fenômeno uma força que ele não tem, não revela o que 
o real é, de fato.
ATENCAO
A globalização está associada a vários termos, além dos inúmeros neo-, 
pós- e –ismos, assim como os neologismos que procuram destruir a perspectiva 
histórica, dando novos nomes a velhos processos, surgindo o pós-moderno, o pós-
industrial, o desenvolvimento sustentável, a exclusão social, conceitos estes que 
procuram encobrir ao invés de revelar a natureza do capitalismo contemporâneo. 
São velhos conceitos cultivados como novos.
Com o processo de globalização em aceleração intensa, os processos de 
internacionalização e mundialização inerentes ao capitalismo, o desbloqueio 
dos limites sociais impostos ao capital pelas políticas do Estado de bem-estar 
social, cumprem um papel ideológico de encobrir os processos de dominação 
e de desregulamentação do capital, instaurando o senso comum de que a 
mundialização do capital favorece a todos. O que ocorre na verdade é mais 
desigualdade entre as nações e os diversos grupos sociais, pois colocar todos no 
mesmo plano constitui um erro teórico e histórico.
Para compreender essenovo contexto globalizado, são necessários dois 
elementos fundamentais: a formação técnica e a formação política. Uma per- 
mite a compreensão dos elementos tecnológicos que formam as composições 
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
10
necessárias à produção, e a outra indica quais setores serão privilegiados com 
a organização possível da produção. A partir dessa compreensão, a sociedade 
pode abrir um novo paradigma social que pode se opor com superação da nação 
ativa pela nação passiva.
De acordo com Santos (2000), a nação ativa está ligada aos interesses da 
globalização perversa, nada cria e nem contribui para uma melhor formação de 
mundo, ao contrário da nação dita passiva, que a cada momento cria e recria 
uma nova forma de produzir o espaço social, mostrando que a atual forma 
de globalização não é irreversível e a utopia é pertinente. Com base nessa 
contestação, fundada na história real de nosso tempo, é que desejamos uma outra 
globalização acessível a todos.
5 MOVIMENTOS SOCIAIS NA ATUALIDADE
Vamos iniciar conceituando o que são movimentos sociais. Segundo 
Gohn (2007), são ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que 
viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas de- 
mandas. Na ação concreta, tais formas adotam diversas estratégias que variam 
de simples denúncias, passando pela pressão direta (mobilização, marchas, 
concentrações, atos de desobediência civil, negociações etc.) até as pressões 
indiretas. Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de 
redes sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais, utilizando-se muito 
dos meios de comunicação e informação como a internet. Exercitam assim o que 
Habermas denominou de agir comunicativo. A criação e o desenvolvimento de 
novos saberes são produtos dessa comunicabilidade (GOHN, 2007).
Aos movimentos sociais que acabamos de descrever anteriormente, é 
preciso acrescentar alguns outros que poderíamos denominar de conjunturais, 
que são os que duram alguns dias e desaparecem, retornando como uma fênix 
em outros momentos com novas formas de expressão. Diferença e mobilidade se 
fazem necessárias, pois é preciso analisar cada tipo de movimento para entender 
as ideias que os motivam e sustentam suas ações, bem como seus objetivos. 
Temos também os movimentos sociais atemporais, que se mantêm durante 
longos anos e tendem a criar uma estrutura de sustentação e uma organização 
burocrática. Os riscos dessa institucionalização podem resultar em uma “perda 
de eficiência”, pois para continuar suas ações, precisam obter recursos e assumir 
compromissos como gastos com funcionários e aluguel de sede, contas fixas 
por mês, pessoal de apoio. A preocupação que doravante era organizar ações 
efetivas, divide-se com a burocracia e preocupação de manter uma estrutura fixa, 
mudando um pouco o foco de suas ações.
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
11
Há os movimentos cujo objetivo é desenvolver ações que resultem em 
mudanças que favoreçam a sociedade com base no princípio fundamental do 
reconhecimento do outro, do “diferente”. Tais movimentos procuram dis- 
seminar visões de mundo, ideias e valores que possibilitem a diminuição do 
preconceito e discriminações que prejudicam as relações sociais. Podemos citar, 
como exemplo os movimentos: étnico-raciais, minorias sexuais, feministas, 
vegetarianos, pela paz e contra a violência.
 
Valendo-nos das palavras do sociólogo alemão Axel Honneth (2003, p. 
256-257),
[...] as lutas sociais estão para além da defesa de interesses ou 
necessidades, tendo como objetivo também o reconhecimento 
individual e social. Quando um indivíduo se engaja em um 
movimento social, procura fazer com que suas experiências com 
os sentimentos desrespeito, vergonha e injustiça inspirem outros 
indivíduos, de modo que sua luta se transforme em uma ação coletiva, 
de reconhecimento pessoal e social, pois [...] uma luta só pode ser 
caracterizada de “social” na medida em que seus objetivos se deixam 
generalizar para além dos horizontes das intenções individuais, 
chegando a um ponto em que eles podem se tornar uma base de 
movimento coletivo.
12
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Ao longo dos séculos, muitos foram os pensadores que afirmaram a ideia de 
que os seres humanos nascem livres e iguais e têm garantidos determinados 
direitos inalienáveis, tais como: Thomas Hobbes, Jonh Locke, Jean-Jacques 
Rousseau, Karl Marx, Émile Durkheim e Marshall.
• Thomas Hobbes afirma que os seres humanos são naturalmente iguais e, 
devido ao excesso de liberdade, lutam uns com os outros em defesa de 
seus interesses individuais, sendo assim necessário um acordo (o qual ele 
denominava de contrato) entre as pessoas. 
• Jonh Locke afirmava que apenas os homens livres e iguais podem fazer um 
pacto com o objetivo de estabelecer uma sociedade política. 
• Jean-Jacques Rousseau expõe que a igualdade só faz sentido se for baseada na 
liberdade. Segundo suas afirmações, a igualdade só pode ser jurídica: “todos 
devem ser iguais perante a lei”.
• Para Karl Marx a concepção de cidadania/cidadão corresponderia a uma 
representação burguesa do indivíduo. Sua ideia de democracia está baseada 
no critério de igualdade social, que só poderia se tornar realidade através de 
uma revolução.
• Para Émile Durkheim quando o indivíduo desempenha diferentes funções 
sociais, este faz parte de uma sociedade que se apresenta como um organismo 
estruturado.
• Para Marshall a cidadania é um status concedido àqueles que são membros 
integrais de uma comunidade. Todos aqueles que possuem o status são iguais 
com respeito aos direitos e obrigações pertinentes.
• O conceito de cidadania só começa a aparecer nos séculos XVII e XVIII.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Leia o trecho a seguir, da autoria de Maria da Glória Gohn:
"Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes 
tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano 
da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas 
da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim 
do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos 
para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela 
redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam 
diretamente com a população e com o Estado". FONTE: GOHN, M. G. M. Os 
sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).
Podemos afirmar que, no processo da redemocratização brasileira, os novos 
movimentos sociais contribuíram para:
a) ( ) Diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.
b) ( ) Tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos 
eleitorais.
c) ( ) Difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da 
luta política.
d) ( ) Ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de trabalhadores 
com os sindicatos.
e) ( ) Fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao 
Estado.
2 Da sequência de pensadores apresentados a seguir, está correta a opção na 
qual todos partem do princípio contratualista (Contrato Social) em:
a) ( ) Marx, Thomas Hobbes e Rousseau.
b) ( ) Lênin, Rousseau e John Locke.
c) ( ) Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau.
d) ( ) Marx, Rousseau e Bauman.
e) ( ) Simone de Beauvoir, Marx e Lenin.
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, você vai aprender sobre o direito que todo cidadão tem a 
um meio ambiente saudável e que possibilite a sua manutenção para as gerações 
futuras. Você vai estudar como a participação pública pode ser fundamental nas 
ações decisórias das atividades que possam causar impacto ambiental. Apesar 
de muito ter evoluído nesse sentido, a participação pública ainda é restrita. O 
que é possível fazer para reverter esse quadro?
2 OS DIREITOS HUMANOS NA CONSULTAPÚBLICA
Entre as características de todo o processo de avaliação do impacto 
ambiental, está a participação pública. Essa característica é muito compreensível 
se considerarmos que as atividades podem gerar, além dos impactos, riscos 
à vida. Assim, é muito diferente quando tratamos da viabilidade técnica e 
econômica de um projeto, que pode ser analisada exclusivamente pela empresa 
responsável pela atividade, em relação à viabilidade ambiental.
Uma atividade pode causar impactos ambientais potenciais, afetando, 
degradando e consumindo recursos naturais. Se isso ocorre, pode atingir, por exemplo, 
uma comunidade que esteja instalada em determinado local e utilize as reservas naturais 
para sua sobrevivência.
ATENCAO
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
16
Dessa forma, o direito do ser humano a um ambiente sadio, atual e 
futuro, é um direito reconhecido por lei, mas isso não significa que é garantido 
e facilmente obtido. Esse direito passou a existir em meados do século XX, por 
meio de leis nacionais e acordos internacionais. Dentre esses tratados, podemos 
exemplificar as declarações de Estocolmo e do Rio de Janeiro, promovidas pela 
ONU. Ambas garantem que exista um ambiente saudável e equilibrado ao ser 
humano. Esses importantes marcos podem ser representados pelo princípio 10 
da Declaração do Rio de Janeiro (1992):
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a 
participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. 
No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às 
informações relativas ao meio ambiente de que disponham as 
autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais 
e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a 
oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados 
irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, 
colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado 
o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive 
no que se refere à com- pensação e reparação de danos.
Outra convenção muito importante no marco dos direitos humanos 
ao meio ambiente foi a Convenção Internacional de Aarhus, entre os países 
europeus e os da Ásia Central, cujas características são descritas conforme segue:
• acesso à informação;
• participação no processo decisório;
• acesso à informação ambiental (trâmites judiciais).
Apesar de ter sido um acordo entre os países europeus e da Ásia Central, 
as suas premissas são de alcance global, sendo um excelente instrumento para 
tratativas de questões ambientais e participação pública. Cabe ressaltar que, 
quando essa declaração foi assinada, muitos países já tinham leis e regimentos 
semelhantes aos princípios da declaração, o que proporcionou, inclusive, o 
fortalecimento e a difusão dos mesmos. Assim, houve um passo significativo no 
âmbito internacional do reconhecimento dos direitos humanos a um ambiente 
saudável.
A Convenção de Aarhus, em seu artigo 4º, aborda que os governos devem 
divulgar espontaneamente o acesso à informação ambiental para a sociedade, sem que a 
mesma expresse o seu desejo. Já no Brasil, essa abordagem é difundida pela Lei Federal n° 
10.650 (BRASIL, 2003).
DICAS
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
17
No artigo 6° da Convenção de Aarhus, trata-se da decisão do público 
sobre algumas atividades, principalmente quando elas afetam o meio ambiente. 
Em seu Anexo I, são listadas uma série delas, sobre as quais serecomenda que 
a população opine antes que os órgãos responsáveis decidam sobre a execução 
ou não de uma atividade. Assim, deve-se informar, por exemplo, qual atividade 
interessa realizar, que procedimentos que serão utilizados como objeto de decisão, 
quanto representa a participação da população, qual seria o órgão responsável 
por fornecer as informações à população, além dos prazos relacionados à 
atividade. Parece simples, mas, na prática, existe alguma limitação.
Em relação ao conteúdo que o público, veja a seguir um resumo do que se 
pode consultar:
• Descrição do local e das características físicas e técnicas das atividades.
• Síntese das principais soluções e alternativas estudadas.
• Descrição dos efeitos importantes da atividade sobre o meio ambiente.
• Resumo não técnico dos itens precedentes.
• Descrição das medidas para precisão e prevenção/redução de efeitos.
Note que todas essas prerrogativas lembram muito o conteúdo de um 
estudo de impacto ambiental. Outro detalhe interessante sobre a Convenção de 
Aarhus se refere ao artigo 9°, que trata do direito legal ao acesso à informação.
Para isso, ela deve seguir prazos acessíveis e ter custos acessíveis, 
garantindo não só a informação aos dados ambientais, como também a 
participação pública no processo decisório. Você sabia que o Brasil apresenta 
um grande avanço nesse sentido? A Lei Federal n° 7.347 de 1985 (BRASIL, 1985) 
fortaleceu os preceitos de aplicação da lei ambiental e ganhou mais força quando 
se integrou à Constituição de 1988 e ao Ministério Público.
3 OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Você sabia que é fundamental que exista a participação pública 
conjuntamente aos órgãos competentes na decisão sobre os estudos ambientais? 
Além de muito importante, ela pode ser motivada por três grandes aspectos. 
O primeiro deles seria um caráter mais ético, o segundo por princípios de 
igualdade e justiça e o terceiro se relaciona com motivos puramente funcionais, 
tendo em vista que a participação pública garante que o processo de decisão seja 
mais eficiente, verdadeiro, garantindo a sua rápida implementação.
Quando pensamos em consulta pública, participações ou mesmo na 
necessidade do envolvimento público em um processo decisório de matéria 
ambiental, é possível construir um pensamento crítico da seguinte forma:
• Que tipo de participação seria?
• Quais os limites da participação popular?
• Até que ponto o governo poderia ceder seu poder em prol de um prebiscito?
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
18
Cabe ressaltar que, muitas vezes, a participação pública se limita a ouvir 
a opinão da população sobre determinada atividade, permitindo que a mesma 
acesse dados antes restritos e possa opiniar sobre os mesmos. Existe, na ver- 
dade, uma esperança de que a vontade popular seja respeitada por parte dos 
órgãos responsáveis por decidir sobre uma atividade. A participação pública, 
na realidade, representa mais uma maneira formal de ordenar as discussões, 
por meio de canais de expressão da voz popular. Apesar de ser prevista em lei, 
qual seria a sua real efetividade no processo de decisão? A Figura 2 expressa as 
diferentes formas de participação da população emuma democracia e, da mesma 
forma, pode ser aplicada aos processos ambientais.
FIGURA 2 – AS FORMAS DE EXPRESSÃO DO CIDADÃO EM UMA DEMOCRACIA
Possibilidade 
de expressão
cidadã em uma 
democracia
Participação
Representação
(Eleições, Plebicitos
e Conselhos)
Ação sob convite
(Planejamento 
Participativo,
Consulta Pública
 e Mediação)
Ação autônoma
(Lobby, Petições,
Manifestações, 
Campanhas na
imprensa etc.)
FONTE: Adaptada de Sánchez (2013)
Assim, a participação pública pode apresentar uma manifestação 
tipicamente tradicional (eleições e plebiscitos) ou alternativas (passeatas, 
abaixo-assinados, campanhas de mídia e outras ações). Se não existirem meios 
formais para que ocorra, ela acaba por ser caracterizada por manifestações 
autônomas e espontâneas. Da mesma forma, a ausência de canais de consulta 
pública torna menos transparentes as decisões tomadas, permitindo, inclusive, 
que grupos de interesse (político e econômico) se aproveitem das situações em 
seu favor, ou seja, aprovar um projeto mesmo com a possibilidade de impacto 
ambiental significativo. E como você acha que isso pode impactar na imagem 
dos governantes?
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
19
A participação pública não deve ser encarada como tentativa de criar um 
mecanismo justificado por uma lei,mascomo uma maneira da democracia ser 
expressa pelas parcelas da populaçãocom sua opinião a respeito de determinada 
atividade. A audiência pública, um dentre muitos graus de participação pública, 
busca integrar nichos da sociedade que não têm fácil acesso a determinadas 
estâncias de discussão, complementando o direito de liberdade e expressão dos 
cidadãos.
Observando a Figura 2, vemos que a participação pública é iniciada 
quando é feito um “convite”; as pessoas são capazes de se expressar em 
determinado momento do processo, a partir da liberação das informações da 
atividade, para que possam formular seus questionamentos. Como se trata 
de um regime democrático, não significa que a participação se limite apenas 
a canais formais. Na verdade, ela pode ocorrer durante todo o momento 
informalmente. Com base nos tratados internacionais, há uma imposição 
aos governos para que permitam a participação dapopulação dentro de um 
processo de AIA, ficando apenas sob responsabilidade desses governos definir 
os mecanismos e regras para que ela ocorra.
Como a participação pública envolve pessoas com graus de formação 
e níveis culturais diferentes, o diálogo pode variar bastante, ainda mais se 
considerarmos que muitas empresas responsáveis pela atividade solicitam 
que seus representantes sejam suas vozes nessas participações. Para isso, é 
fundamental que esses profissionais, que serão a voz das empresas junto à 
população, saibam entender e transmitir corretamente as informações.
Os graus de participação pública são apresentados na Figura 3, 
representada pela Escala de Arnstein, na qual são atribuídos graus.
FIGURA 3– ESCALA DE GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NAS DECISÕES
Graus de poder
do cidadão
Graus de
deferência
Graus de não 
participação
8º - Controle
7º - Delegação
6º - Parceria
5º - Conciliação
4º - Consulta
3º - Informação
2º - Terapia
1º - Manipulação
FONTE: Adaptada de Arnstein (1969)
Segundo a escala de Arnstein, a participação pública pode conter certo 
grau de manipulação, muitas vezes mascarada sob os nomes de educação 
e informação. Em especial, os graus 3 e 4 (informação e consulta) não 
representariam uma real participação, já que o público não tem nenhum grau 
sobre a decisão tomada.
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
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Até mesmo o grau 5 (conciliação), que não passaria de uma formalidade 
para apaziguar as opiniões, não permitiria à população expressar a sua opinião. 
Apenas os graus de 6 a 9 constituiriam uma verdadeira participação, ou seja, 
a parceria seria uma verdadeira negociação e, na delegação, as decisões 
seriam tomadas pelos representantes públicos. Cabe ressaltar que esse estudo 
mencionado surgiu nos EUA antes da participação pública em AIA e que o termo 
se refere mais a outros tipos de questões de natureza não ambiental.
Outro tipo de participação pública é expresso no modelo de Eidsvik 
(Figura 4), no qual, a partir de sete estágios de participação, a consulta pública é 
posicionada no meio do processo. Assim, a decisão partilhada e o planejamento 
conjunto são posicionados diretamente abaixo. Nesse modelo, o envolvimento 
público é muito mais focado na consulta eseria estimulado pelas organizações 
por evitar problemas, impedir confrontos, com grande possibilidade de obter, 
inclusive, o apoio e a colaboração dos envolvidos. Dessa forma, a participação 
pública seria mais fortemente concentrada na etapa de consulta. Cabe ressaltar 
que, mesmo com uma grande pressão popular e com a opinião da grande 
maioria sobre um tema, a autoridade pode vir a decidir contrariamente à decisão 
popular; entretanto, essa decisão pode inviabilizar politicamente um projeto. 
Você lembra de quando questionamos o impacto sobre os governantes no caso 
de não existir tanto espaço para a participação pública?
FIGURA 4– PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROCESSO DECISÓRIO
Informação Persuasão Consulta Parceria Controle
Participação do público
nas decisões
Poder decisório da 
organização
FONTE: Adaptada de Sánchez (2013)
4 COMO INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Um dos grandes desafios na participação pública está em como estimulá-
la. Como vimos, a Constituição da República de 1988 (BRASIL, 1988) definiu meio 
ambiente, em seu artigo 225°, como “bem de uso comum do povo e es sencial à 
sadia qualidade de vida” e impôs ao “Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Assim, foi definida 
a democratização do direito ao acesso aos recursos ambientais, com a qual todos 
devem cuidar pela manutenção qualidade ambiental. Especificamente em seu 
artigo 5°, garante que a informação aos processos ambientais seja garantida ao 
cidadão, mas será que na prática ela é?
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
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Vimos diversos mecanismos de participação popular, tanto formais 
quanto informais. Se está garantido em lei e existem muitos caminhos para que 
a população exerça seu direito de ser ouvida, por que na prática ainda parece 
que essa participação é tão pequena? A participação pública tem sua origem 
na sociologia política e reflete, resumidamente, a ideia de atuação da sociedade 
civil, esperando que o poder público corresponda eticamente, socialmente 
e comprometidamente com os valores e atribuições a serem respeitados e 
valorizados.
Cada um de nós é responsável por sua parte em relação aos valores 
ambientais, devendo, inclusive, exigir não apenas dos governos, mas das 
próprias parcelas da sociedade, que cada um exerça sua parte na preservação do 
meio ambiente.
Você, como cidadão, deve esperar que a sociedade assuma um papel 
ativo, sem interesses e solidário, com muita ética, pelo fato de lidarmos com 
bens que são fundamentais à preservação da vida. O espírito de coletividade 
deve prevalecer com um único objetivo: preserver o patrimônio ambiental de 
nosso país.
A participação pública bem organizada é capaz de opinar na organização 
do espaço urbano, na construção de equipamentos públicos, além de poder se 
envolver em aspectos administrativos e na prestação de serviços públicos.
Vale lembrar que a participação não é uma decisão exclusiva dos cidadãos. 
Ela envolve, também, a participação de autoridades governamentais e técnicas. Assim, 
por mais que a participação pública se intensifique, não será em todas as esferas que 
ela conseguirá o mesmo efeito, justamente porque muitas decisões não dependem da 
população.
ATENCAO
O passo inicial para que a voz da população ganhe força é obter as 
informações da atividade potencial causadora do impacto. A Lei n° 6.938/1981 
(BRASIL, 1981), que institui a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, 
decretou que o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente, o Re- 
latóriode Qualidade do Meio Ambiente (divulgado anualmente pelo IBAMA) 
e a garantia da prestação de informações acerca do meio ambiente fossem 
divulgados pelo poder público. A Lei Federal n° 10.650, de 2003, determina o 
acesso público aos dados e às informações existentes nos órgãos e nas entidades 
integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente). Os docu- 
mentos a serem divulgados à população devem ser escritos, visuais, sonoros ou 
mesmo eletrônicos e devem se referir aos temas apresentados na Figura 5.
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
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FIGURA 5 – INFORMAÇÕES A SEREM DIVULGADAS À POPULAÇÃO.
Apesar de valiosa, a Lei de Informação ao Cidadão ainda não consegue 
obrigar que os governos entreguem a informação dentro de prazos razoáveis 
e sem subjetividade. Muitas vezes, esses fatores limitam que a população 
se manifeste em tempo. O Estado é responsável não apenas por produzir a 
informação, mas também por atualizá-la e divulgá-la de forma pró-ativa, como já 
mencionamos anteriormente.
A informação que deve chegar à população por parte do poder público pode 
abranger, por exemplo, pedidos de licenciamento e emissão dessas licenças, documentos 
que solicitem a supressão vegetal, autos de infração, Termos de Compromisso e 
Ajustamentode Conduta, registros de apresentação do EIA, bem como aprovação e 
rejeição do mesmo. Apesar dessa quantidade de informação, o que será que ainda falta 
para que a participação popular seja mais efetiva?
UNI
Qualidade do 
meio ambiente
Organismos
geneticamente 
modificados
Diversidade
biológica
Substâncias tóxicas
e perigosas
Políticas, Planos e 
Programas causadores
de impacto
Resultados de
monitoramento e
auditoria, além de 
planos de 
recuperação
Acidentes,
situações de risco
ou emergências
ambientais
Emissão de
efluentes líquidos
e gasosos, produção
de resíduos sólidos.
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
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Uma das formas é que a população saiba onde procurar as informações 
necessárias e consiga elaborar um pensamento crítico sobre as mesmas. O SINIMA 
disponibiliza ao público todas as informações, os documentos e processos 
administrativos que estejam relacionados à gestão ambiental. Podemos, assim, 
dizer que esse é um instrumento que busca o fortalecimento da cidadania 
ambiental. Esse Sistema está formatado sobre três eixos principais, conforme 
apresentado a seguir:
• Eixo 1: Ferramentas de acesso à informação.
• Eixo 2: Integração e compartilhamento das bases de informação ambiental.
• Eixo 3: Sistematizações do processo de produção, coleta e análise estatística 
para elaboração de indicadores ambientais e de desenvolvimento sustentável.
O SINIMA foi desenvolvido para que fosse utilizado por meio de softwares 
livres, coma integração das bases de dadoscom recursos tecnológicos. Dentro do 
SINIMA, existem vários sistemas governamentais, não governamentais.
Outro recurso a favor da divulgação de informação para a população é 
o PNLA (Portal Nacional de Licenciamento Ambiental), que objetiva divulgar 
informações mais voltadas a licenciamentos ambientais em âmbito nacional. 
Ele integra o SINIMA e foi desenvolvido para compor e sistematizar todas as 
informações acerca do licenciamento ambiental nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal. Essa ferramenta está em constante adaptação e sua 
versão atual permite que o usuário acesse as licenças emitidas, as legislações 
relacionadas, além de dispor gratuitamente publicações e contatos dos órgãos 
licenciadores. Uma nova versão do PNLA está em discussão pelo CONAMA 
ebusca facilitar ainda mais o acesso do cidadão comum, contribuindo com a 
democratização do acesso à informação.
Vimos que a informação existe, então o que realmente falta? Falta que 
a população aprenda a utilizá-la. Nesse quesito, o Governo poderia estimular 
ainda mais, ensinando a correta forma de buscar o pensamento crítico sobre 
o tema, facilitando a linguagem cada vez mais e promovendo ações de edu- 
cação ambiental, por exemplo. Além disso, a participação popular precisa ser 
organizada, legítima e integrada aos meios formais e informais. Dessa maneira, 
estaremos caminhando em direção a uma sociedade que, além de cobrar o seu 
direito, saberá fazê-lo corretamente.
Você pode obter mais informações sobre o SINIMA e o PNLA acessando os 
links a seguir.
• SINIMA (Ministério do Meio Ambiente): https://goo.gl/xX9ayj
• PNLA: https://goo.gl/nvEpof
UNI
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RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• O direito do ser humano a um ambiente sadio, atual e futuro, é um direito 
reconhecido por lei, mas isso não significa que é garantido e facilmente obtido.
• Outra convenção muito importante no marco dos direitos humanos ao meio 
ambiente foi a Convenção Internacional de Aarhus, entre os países europeus e 
os da Ásia Central.
• São características da Convenção Internacional de Aarhus: 
o acesso à informação;
o participação no processo decisório; 
o acesso à informação ambiental (trâmites judiciais).
• Quando pensamos em consulta pública, participações ou mesmo na 
necessidade do envolvimento público em um processo decisório de matéria 
ambiental, é possível construir um pensamento crítico da seguinte forma:
o Que tipo de participação seria?
o Quais os limites da participação popular?
o Até que ponto o governo poderia ceder seu poder em prol de um plebiscito?
• Um dos grandes desafios na participação pública está em como estimulá-la, 
ou seja, como incentivar a participação pública da população brasileira.
25
1 Durante a implantação de uma atividade extrativista do solo, a empresa 
se preocupa com possíveis manifestações de comunidades da região. Para 
isso, ela busca uma forma de minimizar possíveis discórdias.
Com base nas alternativas a seguir, qual delas você sugeriria?
a) ( ) Divulgar a informação formalmente por meio do órgão ambiental.
b) ( ) Apresentar os relatórios técnicos com base em laudos e certificados de 
profissionais renomados.
c) ( ) Solicitar que seja feita uma audiência pública em que o representante 
do órgão ambiental poderá expor a situação.
d) ( ) Apresentar informações corretas por meio de linguagem de fácil 
assimilação.
e) ( ) Tratar diretamente com o representante do governo para evitar conflitos 
diretos.
2 A participação pública na AIA parece ser incipiente em vários lugares 
do mundo. Um dos aspectos que ainda precisa ser melhorado está 
relacionado em como promover uma participação pública eficaz, na qual os 
empreendedores, as comunidades, os órgãos ambientais e as ONGs possam 
atuar para que os benefícios da participação pública sejam plenamente 
alcançados.
Assim, como a participação social torna o processo de AIA mais efetivo?
a) ( ) Quando ela ocorre apenas em momentos necessários do processo, não 
gerando ruídos desnecessários.
b) ( ) Quando são utilizados meios que envolvam a população desde o 
processo de AIA.
c) ( ) Quando são identificados os papéis dos atores envolvidos no processo.
d) ( ) Quando há um envolvimento total da população, mesmo que não seja 
de forma organizada.
e) ( ) Quando a lei que garante a participação pública é cumprida.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3
SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o Brasil tem um sistema de governo democrático, que se 
baseia nos princípios da participação e do envolvimento coletivo nos assuntos 
de interesse dos cidadãos. Para o sistema educacional brasileiro, os princípios 
democráticos também são norteadores das ações educativas.
A escola é a instituição encarregada de promover as aprendizagens 
necessárias para que os estudantes desenvolvam sua cidadania, percebam a 
importância da manutenção de um ambiente democrático e sejam capazes de 
agir por si próprios com criticidade e responsabilidade. Para que se possam 
atingir os objetivos de uma prática educacional voltada à participação de todos 
da comunidade escolar, é necessário que os ambientes educacionais sejam 
repensados e preparados para essas finalidades.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de autonomia e eman- 
cipação dos sujeitos a partir das práticas educacionais. Também vai identificar 
os ambientes educativos presentes na escola, associando-os com espaços 
democráticos estruturados para a troca de conhecimentos e o enriquecimento 
mútuo dos profissionais da educação e seus alunos.
Além disso, vai ver como os ambientes da escola podem ser repensados 
e organizados para favorecer a participação da coletividade e reafirmar os 
princípios democráticos.
2 EDUCAÇÃO: AUTONOMIA E EMANCIPAÇÃO DOS SUJEITOS
Reconhecer que a sociedade passou por inúmeras mudanças nas últimas 
décadas ajuda você a entender o conceito de autonomia. Afinal, sem autonomia 
você não seria capaz de perceber que hoje as pessoas são conduzidas a viver 
de acordo com o estilo de vida produzido por uma sociedade organizada pela 
lógica do capital, do consumo e da concorrência.
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UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
O conceito de autonomia está ligado à independência, à capacidade 
que as pessoas têm de determinar e conduzir suas vidas. Essa tarefa se torna 
muito complexa na sociedade contemporânea, porém ela faz toda a diferença 
na tomada de decisões conscientes e na análise

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