Buscar

Projetos Soiais Terceiro Setor uni 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

50
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
Unidade II
5 Responsabilidade social: conceitos, visões e dimensões
Os acontecimentos ocorridos na década de 1990 delinearam o atual panorama do Terceiro Setor na 
realidade brasileira. Conforme apontado pela Abong (2007, p. 1 apud SILVA, 2010), nessa época:
[...] os diversos fóruns de articulação de ONGs começam a discutir as 
mudanças globais, o avanço do neoliberalismo, o processo internacional de 
reestruturação do capitalismo, a flexibilização produtiva, a globalização da 
economia, as reformas do papel do Estado, a mundialização da cultura, e, 
particularmente, a conjuntura brasileira e a crise política.
Nesse debate, também estava em pauta a criação de uma associação nacional de ONGs que
[...] promovesse o intercâmbio entre as organizações e representasse um 
canal legítimo de expressão destas em torno de temáticas sociais relevantes. 
Reunindo organizações com atuação em diferentes áreas, em sua maioria 
situadas em espaços urbanos da região Sudeste (SILVA, 2010).
Em 1991, para atender a esses objetivos, foi criada a Associação Brasileira de ONGs (Abong) que 
priorizou entre suas primeiras ações:
[...] a realização de um cadastro de ONGs atuantes no país; o apoio aos 
processos regionais, estaduais e locais de articulação; o estímulo à reflexão 
acerca da relação entre a Associação e os movimentos sociais, bem como 
acerca da interlocução entre as ONGs de desenvolvimento e organizações 
ambientalistas; a participação na ECO‑92; a disseminação de informações de 
interesse para as organizações associadas [inicialmente eram 164 associadas] 
e a análise da legislação existente com relação à criação e funcionamento 
das ONGs (ABONG, 2007, p. 1 apud SILVA, 2010).
A proliferação e a diversificação das organizações se mantiveram por meio do movimento da 
Responsabilidade Social, onde o setor empresarial introduziu‑se de maneira organizada no Terceiro 
Setor, por meio da
[...] intensificação de doações de recursos e da firmação de parcerias com as 
ONGs, além da criação de suas próprias fundações e institutos empresarias, 
que passaram a implementar diretamente os programas e projetos 
(FALCONER, 1999; BNDES, 2001 apud SILVA, 2010).
51
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
De acordo com Melo Neto (1999), um estudo denominado “Parceria, pobreza e cidadania”, realizado 
pelo Banco Mundial (divulgado em março de 1999), constatou novas evidências sobre as recentes 
mudanças ocorridas na estrutura e funcionamento do Terceiro Setor.
O relatório dessa pesquisa, segundo o referido autor, destacou o tema da responsabilidade do Terceiro 
Setor em todo o mundo e revela a emergência de um novo modelo de atuação na área social, cujas 
principais características são:
• atuação conjunta envolvendo empresas, governos, ONGs e sociedade civil;
• predomínio de formas participativas de gestão;
• participação de múltiplos atores no desenvolvimento das ações sociais;
• foco nas ações de combate à pobreza;
• ênfase nos projetos e ações em caráter local;
• grande adesão de membros da comunidade como voluntários.
De acordo com estudo do Banco Mundial, “[...] a mais nova tendência de atuação no Terceiro Setor é 
a disseminação da estratégia de parceria envolvendo empresa, governo, ONGs e sociedade civil” (MELO 
NETO, 1999, p. 22‑25).
 lembrete
É na década de 1990 que a estratégia de parceria entre empresa, 
governo, ONGs e sociedade civil passa a ser disseminada.
O autor pontua ainda que a chamada parceria compreende a soma de esforços envolvendo a empresa 
privada, o governo, as ONGs e a sociedade civil, e pode ocorrer de diversas formas:
• a empresa privada fornece recursos para o governo desenvolver os seus projetos sociais, sob a 
forma de patrocínio, doações ou financiamento de campanhas sociais (parceria governo‑empresa);
• a empresa contrata os serviços de uma ONG para desenvolver os seus projetos sociais (parceria 
empresa – ONG);
• a empresa desenvolve seus projetos sociais com o apoio de uma ou mais ONGs e demais entidades 
da sociedade civil (parceria empresa‑ONG‑sociedade civil);
• o governo desenvolve seus projetos com recursos da empresa e com participação de uma ou mais 
ONGs e da sociedade civil (parceira governo‑empresa‑ONG‑sociedade civil);
52
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
• a empresa desenvolve seus projetos com a participação da sociedade civil (parceria 
empresa‑sociedade civil) (MELO NETO, 1999).
Ou seja, no contexto neoliberal em que se experimenta um “Estado mínimo” frente à questão social, 
as empresas, a partir da década de 1990, passam a assumir um papel mais claro frente aos chamados 
“problemas sociais”. Sendo importante destacar que nessa perspectiva não se cogita a possibilidade de 
distribuição de renda ou direitos dos cidadãos, visando acabar com esses “problemas”, pelo contrário, a 
lógica que se institui é a do “cliente‑cidadão”, objetivando‑se o fortalecimento do capital.
Menezes (2010) defende que a chamada responsabilidade social das empresas pauta‑se em um 
discurso de defesa da cidadania, da democracia, da participação social e etc. para o enfrentamento da 
questão social, o que na prática é estratégia ideológica, que objetiva facilitar o aumento de seus níveis 
de acumulação. Na realidade, ela exerce um papel segmentador e segue na contramão dos direitos 
sociais conquistados pela classe trabalhadora.
Contra esse argumento, Passos (2012) afirma que os objetivos e práticas sociais não podem ser 
confundidos com interesses comerciais e econômicos, embora na prática essa seja uma tendência. Isso 
porque “[...] é bem maior o número de empresas que fazem de conta que possuem uma ação responsável, 
quando, de fato, elas procuram em suas práticas um diferencial competitivo” (p. 166).
Nessa lógica de “fingir uma ação responsável”, é mais comum encontrar empresas que 
investem em ações para o público externo, esquecendo que “[...] seus colaboradores e familiares 
são explorados, recebem salários aviltantes, não possuem incentivos à sua capacitação, nem 
condições de trabalho dignas” (PASSOS, 2012, p. 167). Este é um exemplo (citado pelo autor) 
de “falso exercício da responsabilidade social”, que visa apenas vantagens econômicas para a 
empresa (PASSOS, 2012, p. 167).
A referida autora defende ainda que a verdadeira responsabilidade social deve efetivar‑se na 
promoção da cidadania e do bem‑estar para o público interno e externo. “As empresas precisam 
colocar seu conhecimento, seus instrumentos de gestão e seus recursos econômicos a serviço de seus 
colaboradores, dos membros da sociedade e da defesa do meio ambiente” (PASSOS, 2012, p. 166).
A partir do critério da responsabilidade social, o autor classifica as empresas em três grandes modelos. 
São eles:
• Empresas que visam apenas o lucro e são assumidamente negócios.
• Empresas que se colocam como organizações sociais e procuram satisfazer aos interesses de uma 
rede de pessoas.
• Empresas socialmente responsáveis, que não se preocupam apenas com o lucro econômico, mas 
também com o social, com a transformação social. Infelizmente, essas são em número bem menor 
do que as duas anteriores.
53
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Silva (2010) afirma que o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) foi o pioneiro na 
introdução da temática da “cidadania empresarial” e primeira associação da América do Sul a agrupar 
organizações de origem privada que financiam ou executam projetos sociais, ambientais e culturais de 
interesse público.
Já o conceito da responsabilidade social veio a seconcretizar com a fundação do Instituto Ethos, 
em 1999. Ele foi idealizado por empresários vindos do setor privado e tornou‑se referência nacional e 
internacional como:
[...] polo de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de 
ferramentas — notadamente os Indicadores Ethos de Responsabilidade 
Social — que auxiliam as empresas a analisar suas práticas de gestão e 
aprofundar seus compromissos com o a cidadania empresarial (INSTITUTO 
ETHOS, 2007 apud SILVA, 2010).
Esse modo de atuação empresarial e a introdução da visão de mercado no Terceiro Setor também 
reforçaram a tendência de modernização e multiplicação das organizações sem fins lucrativos como um 
todo (SILVA, 2010).
Como observa o BNDES (2001, p. 9 apud SILVA, 2010), as organizações,
[...] passaram a investir na aquisição de atributos que conferissem melhorias 
de qualidade, transparência de ação e resultados (inclusive auditorias 
externas), aumento da visibilidade e da credibilidade e identificação de novas 
estratégias de sustentabilidade e financiamentos. Destaca‑se, nessa década, 
a criação de vários cursos e instrumentos voltados para o planejamento, a 
gestão e o marketing de instituições do Terceiro Setor; para estratégias de 
captação de recursos; para sistematização de metodologias utilizadas nessas 
instituições; para a divulgação e avaliação das experiências (metodologias e 
instituição de prêmios), por exemplo.
Outro elemento que também estimulou a profissionalização do Terceiro Setor foi o aparecimento 
de prêmios de qualidade e eficiência, que na sua maioria concedem recursos financeiros para as 
organizações premiadas.
Entre esses, destacam‑se pelo pioneirismo o prêmio ECO (Amcham), Bem 
Eficiente (Kanitz e Associados), Empreendedor Social (Ashoka & Mckinsey), 
Tecnologia Social (Fundação Banco do Brasil) e o Prêmio Itaú‑Unicef, que 
remete ao nome de seus instituidores (SILVA, 2010).
Silva (2010) informa que o crescimento da responsabilidade social, assim como a institucionalização 
de prêmios ou práticas de gestão, deu‑se em parceria com a academia, que passou a criar seus “centros” 
voltados ao estudo do Terceiro Setor. Cita como exemplo o Centro de Estudos do Terceiro Setor (Cets) da 
Fundação Getulio Vargas (FGV), criado em 1994, que tem como missão:
54
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
[...] contribuir para o fortalecimento das organizações, formar 
especialistas em gestão social, produzir e disseminar conhecimentos, 
dar consciência a futuros dirigentes empresariais sobre a 
responsabilidade social do setor privado, colaborando para uma 
maior eficiência e eficácia do Terceiro Setor (CETS, 2008, p. 1 apud 
SILVA, 2010).
Mas não foram só as academias que se mobilizaram; o referido autor enfatiza que o governo, em 
âmbito federal, também seguiu essa tendência e criou em 1995 o referido Conselho da Comunidade 
Solidária, com o objetivo de estabelecer parcerias entre governo, sociedade civil, universidades e empresas 
“[...] visando otimizar os recursos empregados no combate à pobreza e à exclusão social” (COMUNITAS, 
2008, p. 1 apud SILVA, 2010).
Em 2002 esse conselho se institucionalizou na Comunitas, organização não governamental, que 
tinha como principal visão
[...] adaptar capacidades e técnicas de gestão de qualidade, inerentes ao 
mundo empresarial, às organizações do Terceiro Setor, sem desrespeitar 
a lógica dessas organizações que não atuam pelo lucro, mas sim pela 
causa. Ética e transparência, construção de parcerias entre múltiplos 
atores, gestão eficiente, mensuração e avaliação de resultados são 
valores direcionadores dos investimentos e ações sociais (COMUNITAS, 
2008, p. 1 apud SILVA, 2010).
Ainda em 1997, lembra o autor, o Conselho da Comunidade Solidária, “[...] iniciou um processo de 
interlocução entre [...] entidades sem fins lucrativos que tinham expressão e atuação nas mais variadas 
áreas sociais [...]” (FERRAREZI, 2001, p. 1 apud SILVA, 2010).
Esse processo de interlocução, segundo Silva (2010), resultou nas seguintes leis:
• Lei nº 9.608/1998, conhecida como Lei do Voluntariado, que reforça a tendência de 
profissionalização do setor.
• Lei nº 9.790/1999, conhecida como Lei das Oscips (Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público).
Outro ponto importante para a legislação pertinente ao Terceiro Setor, destacado pelo autor, foi a 
reforma do Código Civil, ocorrida em 2002. O novo Código (Lei nº 10.406/2002),
[...] além de estabelecer as associações e fundações como formas 
jurídicas representativas do setor, também excluiu das pessoas 
jurídicas de direito privado as sociedades civis sem fins econômicos, 
juridicamente reconhecidas pelo Código Civil de 1916. Contudo, na 
prática, as sociedades civis continuaram a coexistir com as fundações e 
55
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
associações, tendo sido determinado um prazo para que optassem por 
uma dessas formas, de modo a dar continuidade aos seus propósitos 
(BRASIL, 2002 apud SILVA, 2010).
A transparência das organizações do Terceiro Setor, perante a sociedade, também é um aspecto 
contemplado pela determinação legal. Conforme apontado por Ferrarezi (2001 apud SILVA).
[...] um dos pressupostos da Lei das Oscips foi o estabelecimento de 
mecanismos de transparência, em que a sociedade, através da internet, passou 
a ter acesso aos dados cadastrais e outras informações sobre as organizações 
que detinham esse título. Posteriormente, os demais títulos e certificações 
também disponibilizaram da mesma forma o acesso às informações das 
organizações certificadas. Diante dessa tendência à transparência das 
organizações, a FGV criou em 2003 o Mapa do Terceiro Setor, que consiste 
em uma base de dados eletrônica de organizações que espontaneamente 
se cadastram, “[...] facilitando a transparência, favorecendo a credibilidade, 
identificando, sistematizando e divulgando suas informações relevantes”. 
(CETS, 2008, p. 1 apud SILVA, 2010).
No entanto, como lembram Alves e Koga (2003, p. 14 apud SILVA, 2010), nessa dinâmica institucional 
ainda existe um processo inicial de
[...] profissionalização no Terceiro Setor, principalmente com a formação 
de profissionais “especialistas” no assunto, tais como administradores, 
advogados e, principalmente, de captadores de recursos, que são 
pessoas especializadas em levantar fundos para organizações sem fins 
lucrativos. Já existe até mesmo uma Associação Brasileira de Captadores 
de Recursos (ABCR), que até mesmo estabeleceu um código de ética 
para a atividade.
Silva (2010) elaborou uma figura na qual sistematiza o Terceiro Setor no século XXI, contemplando 
os diferentes atores que passaram a somar nesse cenário a partir da década 1990.
56
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
Configuração do Terceiro Setor no início do século XXI
Governo Indivíduos Lei do Voluntariado
Igreja
Prestação 
de Contas Finanças
Constituição 
1998
Código Cívil 
2002
Utilidade 
Pública
Entidade 
BeneficienteEmpresas
Recursos 
Próprios
Organizações 
Nacionais
Organizações 
Internacionais
Conselho de 
Políticas Pub.
Forma 
Jurídica
Avaliação de 
Atividades
Auditoria
Gestão de Pessoas e 
Voluntariado
Marketing
Captação de 
Recursos
Legenda:
Elementos surgidos no período
Terceiro 
Setor
Práticas de 
Gestão
Planejamento
Legislação
OSCIP
Fontes de 
Recursos
Figura 4
 observação
A proliferação e a diversificação das organizações que ocorreram na 
década de 1990 se mantiveram por meio do movimento da Responsabilidade 
Social das empresas, que passaram de maneira organizada a introduzir‑se no 
Terceiro Setor de diferentes maneiras: intensificando doações de recursos, 
firmando parcerias com as ONGs e criando suaspróprias fundações e 
institutos empresariais.
5.1 Responsabilidade social: refletindo sobre possibilidades e limites
De acordo com Duarte et al.(1986 apud PASSOS, 2012), os primeiros estudos sobre 
responsabilidade social no Brasil afirmavam que o termo era “controvertido e de difícil precisão”. 
Segundo os autores, havia quem a entendesse como obrigação legal, comportamento ético, ou 
filantropia e caridade.
Schommer et al. (1999 apud PASSOS, 2012, p. 165) “[...] asseguram que o termo continua sendo de 
difícil precisão, agora já envolvido com outros conceitos, tais como: filantropia empresarial, filantropia 
estratégica, cidadania empresarial e ética nos negócios”.
57
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Diferentes autores defendem que algumas empresas confundem responsabilidade social com 
filantropia, sendo esses conceitos distintos.
Toldo (2002) registra a diferença entre os dois conceitos:
Filantropia significa “amizade do homem para com outro homem” 
(ABBAGNANO, 1998 apud TOLDO, 2002, p. 1) [...]. Na linguagem moderna, 
filantropia restringe‑se à ajuda. Passando para a esfera empresarial, temos 
o seguinte entendimento: filantropia é o ato de a empresa distribuir uma 
parte de seu lucro a ocasionais pedintes. Acontece de maneira eventual. É 
uma ajuda (PASSOS, 2012, p. 84).
Já o conceito de Responsabilidade Social:
[...] são estratégias pensadas para orientar as ações das empresas em 
consonância com as necessidades sociais, de modo que a empresa 
garanta, além do lucro a da satisfação de seus clientes, o bem estar da 
sociedade. A empresa está inserida nela e seus negócios dependerão de seu 
desenvolvimento, e, portanto, esse envolvimento deverá ser duradouro. É 
um compromisso (TOLDO, 2002, p. 84).
Para Passos (2012), no Brasil há uma rejeição ao termo filantropia, “[...] porque o mesmo está 
impregnado de significados que o conduzem à ideia religiosa de caridade e doação”. Alguns preferem 
denominar de “cidadania empresarial”, por achar que este termo é mais amplo e pode incluir práticas 
filantrópicas e de responsabilidade social; entretanto, “[...] ele é mais apropriado a ações voltadas para a 
comunidade, realizadas por empresas a partir da criação de fundações e institutos” (p. 165).
No entanto, o autor defende que em nosso país é mais comum o uso da expressão responsabilidade 
social para as ações praticadas por empresas, estando relacionada à ação empresarial, lucrativa, podendo 
incluir ou não ações filantrópicas ou com a comunidade.
5.1.1 Responsabilidade social corporativa: algumas contribuições
Segundo Cavalcante (2009), as recentes transformações globais tecnológicas, econômicas e políticas 
que afetaram a vida social em todo o mundo geraram questionamentos novos acerca dos valores e da 
ética social. Nesse contexto, Fischer (2003 apud CAVALCANTE, 2009) afirma que ocorre o resgate do 
conceito e da prática da responsabilidade social, perdidos ao longo de décadas.
No Brasil, a concepção de responsabilidade social “[...] aparece com muita evidência sob a forma 
de responsabilidade social corporativa, associada a iniciativas empresarias de intervenção social, ou de 
apoio a projetos, programas e entidades voltados à ação social” (CAVALCANTE, 2009, p. 29).
De acordo com Kraemer (2005) o conceito responsabilidade social corporativa acompanha a noção 
de sustentabilidade, que busca “[...] conciliar as esferas econômica, ambiental e social na geração de 
58
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
um cenário compatível à continuidade e à expansão das atividades das empresas no presente e no 
futuro”. Ou seja, para ser considerada uma empresa socialmente responsável, torna‑se necessário que 
esta apresente ações que respeitem o ser humano e a natureza.
Nessa perspectiva, a responsabilidade social corporativa tem crescido nos últimos anos, em 
companhias de diferentes tamanhos e setores, o que influencia no desenvolvimento de estratégias nos 
seus programas, em áreas como ética de negócio, ambiente de trabalho, meio ambiente, marketing 
responsável e envolvimento comunitário.
Cavalcante (2009) afirma que foi na década de 1970 que a concepção de responsabilidade social 
coorporativa passou a ser utilizada para a elaboração do termo desempenho corporativo, sendo este, na 
época, pouco operacional.
Nessa década, Sethi (1975 apud PASSOS, 2012) definiu três estágios de desempenho baseado no 
comportamento das empresas: “[...] obrigação social, responsabilidade social e responsividade social” (p. 
24). Entretanto, apesar da sua contribuição ser importante, o autor não definiu clara e operacionalmente 
o termo desempenho social corporativo.
No final da década de 1970, Carroll (1979, p. 499 apud CAVALCANTE, 2009), definiu responsabilidade 
social corporativa como:
[...] desempenho corporativo em quatro diferentes categorias de 
responsabilidade: econômica, legal, ética e discricionária. [...] Sendo que 
estas quatro categorias não são mutuamente exclusivas, e nem pretendem 
retratar um contínuo com as preocupações econômicas de um lado e as 
preocupações sociais do outro. Além disso, elas não são nem cumulativas, 
nem aditivas (p. 25).
Carroll (1979, p. 500 apud CAVALCANTE, 2009) define essas quatro categorias:
— As responsabilidades econômicas como fundamentais e a base para 
todas as outras, já que antes de qualquer coisa, a instituição negócio 
é a unidade econômica básica da sociedade.
— As responsabilidades legais são definidas como parte integrante do 
contrato social entre empresa e sociedade, uma vez que a sociedade 
espera que os negócios cumpram sua missão econômica dentro da 
estrutura de requisitos legais.
— As éticas, em que, apesar de não serem necessariamente codificadas 
em leis e regulamentações, são esperadas pelos membros da sociedade 
em relação às empresas, já que a sociedade possui expectativas acima 
dos requisitos legais em relação aos negócios.
59
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
— As responsabilidades discricionárias, ou seja, aquela em que os 
negócios têm a liberdade de assumir ou não, uma vez que não há 
imposição legal ou ética, além de não haver uma mensagem clara 
da sociedade neste sentido. Dessa forma, esta categoria seria de 
natureza voluntária por parte das empresas (CARROLL, 1979, p. 500 
apud CAVALCANTE, 2009, p. 25).
A partir dessas colocações, a autora define que a responsabilidade social corporativa dos negócios 
“[...] abrange as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade possui em 
relação às organizações em determinado período de tempo” (CARROLL,1979, p. 500 apud CAVALCANTE, 
2009, p. 25).
Ou seja, a responsabilidade social corporativa constitui‑se das expectativas que a sociedade possui 
em relação às organizações em determinado momento histórico.
Porém, inúmeros autores, dentre eles Cavalcante (2009), defendem que esse conceito merece uma 
análise mais aprofundada, já que existe “[...] inconsistências conceituais e práticas mal elaboradas que 
geram um ambiente bastante confuso e teoricamente frágil” (p. 29).
Para Kraemer (2005), a concepção de responsabilidade social vem sendo amplamente difundida por 
parte das empresas, pois elas têm enfrentado novos e crescentes desafios impostos pelas
[...] exigências dos consumidores, pela pressão de grupos da sociedade 
organizada e por legislações e regras comerciais que demandam, por 
exemplo, proteção ambiental, produtos mais seguros e menos nocivos à 
natureza e o cumprimento de normas éticas e trabalhistas em todos os 
locais de produção e em toda a cadeia produtiva.
Na contramão desse argumento, Belisário e Ramos (2011) defendem que a responsabilidade social 
corporativatem sido usada como mercadoria para responder “[...] às constantes pressões de consumidores 
informados, atualizados e conscientes. Responsabilidade social e sustentabilidade passam então a ser 
palavras de ordem para conquistar um mercado extremamente competitivo” (p. 1).
Segundo Cavalcante (2009, p. 31), o tema responsabilidade social corporativa torna‑se cada vez mais 
comum nos espaço da mídia, na organização e no campo de atuação de diversas entidades da sociedade 
civil, tais como:
• O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), criado em 1981 e responsável pelo 
Balanço Social no Brasil entre as empresas, como instrumento de gerenciamento da atividade 
social das organizações.
• O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, criado em 1998 e responsável pela 
elaboração de manuais e indicadores para a autoavaliação das empresas em relação ao desempenho 
empresarial responsável.
60
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
• A Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES), que estimula iniciativas de 
responsabilidade social corporativa e empreendedorismo social.
• O Grupo de Instituto, Fundações e Empresas (Gife), que apoia as empresas a desenvolverem ações 
sociais com racionalidade econômica e eficiência administrativa, entre outros.
 lembrete
A responsabilidade social corporativa pressupõe o desenvolvimento 
sustentável pautado na harmonia entre as esferas econômica, ambiental e 
social que possibilite a expansão das atividades das empresas no presente 
e no futuro.
Feitas essas distinções, avancemos em nossa reflexão.
Rasquinha (2010) afirma que o Instituto Ethos é uma das instituições que mais se destacam na 
divulgação do conceito de responsabilidade social na sociedade brasileira. Oded Grajew, presidente do 
Instituto, assim define este conceito:
[...] a atitude ética da empresa em todas as suas atividades. Diz respeito às 
interações da empresa com funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, 
governo, concorrentes, meio ambiente e comunidade. Os preceitos da 
responsabilidade social podem balizar, inclusive, todas as atividades políticas 
empresariais (GRAJEW; INSTITUTO ETHOS, 2001 apud RASQUINHA, 2010).
A lógica da responsabilidade social exige uma nova postura dos atores envolvidos, pautada em 
valores éticos – os quais estudaremos a seguir – que visem ao desenvolvimento sustentado da sociedade 
em sua totalidade. Vai
[...] muito além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do 
apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de 
gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de 
valor para todos (RASQUINHA, 2010).
É importante destacar que as empresas socialmente responsáveis são vistas pelo consumidor com 
“bons olhos”, tornando‑se, como a própria autora defende, “[...] um diferencial competitivo e um 
indicador de rentabilidade e sustentabilidade no longo prazo” (RASQUINHA, 2010), o que explicita um 
contexto contraditório, permeados pela lógica neoliberal, em que o objetivo principal é criar condições 
para o acúmulo de capital.
No entanto, a responsabilidade social é uma realidade que está em crescimento no Brasil, sendo 
impossível negá‑la ou agir como se ela não existisse.
61
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Para Passos (2012), de fato, existe aceitação maior por parte dos clientes de serviços e produtos 
oferecidos por empresas consideradas socialmente responsáveis. Tendo como alvo esses clientes, o 
número de empresas que iniciam experiência nesse campo crescem a cada dia.
Porém, nem toda a ação praticada por essas empresas pode ser considerada responsabilidade social.
Não é socialmente responsável a empresa que age agora de uma forma 
correta e em outro momento de maneira inversa [...] a responsabilidade 
social pressupõe consciência e compromisso das empresas com as mudanças 
sociais (PASSOS, 2012, p. 166).
De acordo com Moysés (2001 apud PASSOS, 2012), esses compromissos são condições para que uma 
empresa possa ser considerada socialmente responsável, ou como defende, uma “empresa cidadã”:
[...] no estágio de empresa cidadã, a empresa passa na transformação do 
ambiente social, sem se ater apenas aos resultados financeiros do balanço 
econômico; busca avaliar a sua contribuição à sociedade e se posiciona de 
forma pró‑ativa nas suas contribuições com os problemas sociais (MOYSÉS, 
2001 apud PASSOS, 2012, p. 90).
O fato é que o envolvimento das empresas no Terceiro Setor – mesmo que dentro dessa lógica 
perversa do capital – tem encontrado ambiente propício para seu fortalecimento, resultando inclusive 
em algumas experiências expressivas no enfrentamento da questão social. Algumas dessas experiências 
foram apresentadas por Passos (2012), conforme abordaremos a seguir.
6 Responsabilidade social: algumas expeRiências
Programa Adolescentes Trabalhadores (PAT)
O Banco do Brasil S.A., entre outras ações, lançou em 2001 o Programa PAT, com o 
objetivo de promover no país a inclusão de jovens de baixa renda, por meio de um processo 
de qualificação para o trabalho.
O projeto de formação dura entre 18 e 24 meses e está dividido em quatro módulos, 
sendo dois referentes à teoria e prática bancária, ministrados pelos próprios empregados da 
instituição, após prévia preparação, e os dois seguintes versam sobre cidadania e educação 
básica, ministrados por instituições de ensino ou entidade filantrópica.
O banco, além de apoiar financeiramente o projeto, também o acompanha de perto, 
como se exige que seja a atuação da verdadeira prática responsável; não basta doar recursos 
econômicos, exige‑se que a instituição o desenvolva de forma consciente e comprometida.
Alguns resultados já são computados pela empresa como o atendimento a 3.430 jovens 
em todo país, cuja certificação está prevista para outubro do ano de 2004.
62
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
Samarco Mineração S.A.
A empresa também apresenta várias ações de responsabilidade social; entretanto, 
destacamos a redução do consumo de óleo lubrificante, desenvolvida no município 
de Mariana, em Minas Gerais, onde a Samarco atua na extração e concentração de 
minério de ferro.
Por meio de um levantamento das consequências da sua atividade sobre o meio 
ambiente, descobriu‑se a necessidade de monitorar o consumo do óleo lubrificante de 
seus moinhos, a fim evitar e controlar vazamento. Iniciou‑se um plano de ação no ano 
de 1998, por meio do monitoramento dos equipamentos, coleta e reutilização do óleo 
que vazasse.
Após uma ação cuidadosa e competente, registraram entre 1999 e 2001 a 
diminuição do consumo de óleo em cerca de 75% e uma maior conscientização 
e comprometimento dos membros da empresa com as questões ambientais e, 
especificamente, com o problema.
Essa é uma ação de responsabilidade social que visa à proteção do meio ambiente. Nessa 
e em todas as outras áreas, as empresas precisam começar por corrigir seus próprios erros, 
mesmo que as ações necessárias não demonstrem possibilidade de ganhos econômicos, e 
sim de despesas.
Nessa situação, a empresa registra que a ação não só beneficiou o meio ambiente, mas 
também as pessoas, e como foi útil para elas. Além de economizar com a diminuição da 
quantidade do produto lubrificante, afirma que seus equipamentos passaram a ter melhor 
desempenho.
Fonte: Passos (2012, p. 171‑172).
7 Ética empResaRial: apontamentos paRa o debate
Para muitos autores, pensar responsabilidade social das empresas está diretamente ligado a uma 
questão ética, dado que implica mudança de valores e atitudes. Para Moysés (2001 apud PASSOS, 2012) 
refletir a responsabilidade social como uma questão ética[...] pressupõe uma atuação eficaz da empresa com todos aqueles que são 
afetados por sua atividade, sejam diretas sejam indiretas, possuindo um 
alto grau de comprometimento com seus colaboradores internos e externos 
(MOYSÉS, 2001 apud PASSOS, 2012, p. 164).
Logo, refletir sobre ética empresarial significa pensar sobre os valores que imperam em nossa 
sociedade e que permeiam as relações sociais dentro e fora das empresas em um contexto no qual a 
chamada responsabilidade social vem ganhando força nas últimas décadas.
63
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
7.1 Ética e moral: existe diferença?
Segundo Passos (2012), etimologicamente ética e moral são palavras que possuem origens distintas, 
mas significados iguais. Moral vem do latim mores, que quer dizer costume, conduta, modo de agir; 
ética vem do grego ethos e, do mesmo modo, quer dizer costume, modo de agir. Contudo, alguns 
autores, entre eles Vázquez (apud PASSOS, 2012), defendem que, apesar da proximidade são termos 
distintos, como veremos a seguir:
• Moral: “[...] enquanto norma de conduta, refere‑se a situações 
particulares e quotidianas, não chegando à superação desse nível” 
(PASSOS, 2012, p. 22).
• Ética: “[...] destituída do papel normatizador, ao menos no que diz 
respeito aos atos isolados, torna‑se examinadora da moral. Exame que 
consiste em reflexão, em investigação, em teorização” (PASSOS, 2012, 
p. 22‑23).
Pode‑se assim dizer que “[...] a moral normatiza e direciona a prática das pessoas, e a ética teoriza 
sobre as condutas, estudando as concepções que dão suporte à moral” (PASSOS, 2012, p. 23).
Sánchez (1975, p. 12 apud PASSOS, 2012, p. 23) define que a Ética “[...] é a ciência que estuda o 
comportamento moral dos homens na sociedade”.
 saiba mais
O livro a seguir poderá contribuir para uma reflexão mais aprofundada, 
porém sucinta sobre ética:
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasilense, 2008. (Coleção 
Primeiros Passos, 177).
Nasch (1993, p. 6 apud PASSOS, 2012, p. 66) define ética nas organização como “[...] o estudo da 
forma pela qual normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa 
comercial”.
O que nos permite pensar que a ética nas organizações apresenta‑se como uma reflexão aprofundada 
da forma como os valores morais historicamente construídos são experimentados no ambiente 
empresarial.
De acordo com Passos (2012):
64
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
[...] a ética nas organizações não se caracteriza como valores abstratos 
nem alheios aos que vigoram na sociedade; ao contrário, as pessoas que as 
constituem, sendo sujeitos históricos e sociais, levam para elas as mesmas 
crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da sociedade [...]. 
Visa tornar inteligível a moral vigente nas empresas, através de estudos que 
contemplem também as questões de tempo e o espaço [...], pois os valores 
organizacionais mudam com as mudanças histórico‑sociais e as relações 
humanas seguem a mesma tendência (p. 66).
Apesar do crescimento do número de empresas que demonstram interesse pela ética, ainda é forte 
a tensão entre a busca do lucro e a possibilidade de agir com ética (PASSOS, 2012).
Como essa tensão não se resolveu, os problemas morais continuaram crescendo dentro das 
organizações, vividos desde situações corriqueiras, “[...] como prática do favoritismo, a obediência 
inquestionável às leis [...] até subornos, sonegação fiscal entre outros” (PASSOS, 2012, p. 67). Sendo que 
esses comportamentos antiéticos ferem não só os outros, como também o próprio indivíduo, pois são 
desumanos com todos.
Os valores vigorantes na sociedade transformam as pessoas em seres apenas produtivos, desprezando 
a consciência de sua dimensão humana, que implica tempo para a vida, para o lazer e para a família 
(PASSOS, 2012).
É importante destacar que os valores considerados como antiéticos, que colocam o lucro na frente 
do ser humano, são aqueles que fundamentam a sociedade capitalista, cujo objetivo é acumular capital. 
Sendo que – como vimos anteriormente – o capitalismo, na realidade brasileira, tem características 
próprias devido à forma como esse modo de reprodução foi implantado.
Passos (2012) defende que a ética “[...] nos ajuda a entender que um bom profissional não é aquele que 
age como uma máquina, cumprindo ordens inconscientes e deixando de impor limites entre os mundos 
profissional e pessoal” (p. 67). Logo, a ética nas organizações implica não somente mudanças, mas também 
uma revolução que transforme a relação capital x trabalho, o que não nos parece tarefa fácil.
A autora concorda que na prática, em uma organização, as ações humanas são orientadas 
por princípios morais que, na maioria das situações, não satisfazem, dado que objetivam apenas 
garantir a sobrevivência de alguns de seus membros e, no máximo, da empresa, visando manter o 
posto de trabalho.
Outro exemplo de ação moral dentro de uma organização, destacado pela autora, é a que se 
constitui pela imposição de leis e pela cobrança do seu cumprimento, seguida por processos punitivos, 
entre outros.
Porém, defende “[...] uma ética em que as empresas procurem e alcancem o lucro, que é imprescindível 
para sua continuidade, dede que seja o ‘lucro virtuoso’, aquele capaz de gerar valor e que é posto a 
serviço do desenvolvimento social” (PASSOS, 2012, p. 69).
65
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Exemplo de aplicação
Você acredita que o “lucro” pode ser “virtuoso” e priorizar qualidade de vida? Pesquise sobre esse 
tema e tire suas próprias conclusões. Afinal, a ética nos aponta esse caminho.
Na perspectiva de Passos (2012), a discussão sobre responsabilidade social como uma questão ética 
pressupõe:
a) [...] atuação eficaz da empresa com todos aqueles que são afetados por 
sua atividade, sejam diretas, sejam indiretas, possuindo um alto grau de 
comprometimento com seus colaboradores internos e externos (MOYSÉS, 
2001, p. 85 apud PASSOS, 2012); b) [...] reconhecer obrigação não só com 
acionista e clientes, mas também com os seres humanos, com a construção 
de uma sociedade mais justa, honesta e solidária, uma sociedade melhor 
para todos, assim, ela é uma prática moral. É uma prática orientada pela 
ética, que vai além das obrigações legais e econômicas, rumo às sociais, 
respeitando‑se a cultura e as necessidades e desejos das pessoas; c) [...] que 
as empresas precisam comportar‑se de forma justa com todas as pessoas 
com quem elas se relacionam direta ou indiretamente: colaboradores, 
clientes, fornecedores, consumidores, acionistas e comunidade. Precisam 
ficar atentas às necessidades das pessoas que são afetadas por elas, 
não como uma postura legal ou filantrópica, mas como compromisso e 
responsabilidade (PASSOS, 2012, p. 166‑ 167).
Ou seja, pensar em responsabilidade social nos obriga a pensar em ética. O que nos leva a colocar o 
ser humano em primeiro lugar, “[...] respeitando os direitos humanos, justiça, dignidade; e com o planeta, 
comportando‑se de forma responsável e comprometida com a sustentabilidade de toda a rede da vida” 
(PASSOS, 2012, p. 167).
Para ilustrar a nossa reflexão sobre ética nas organizações, apresentaremos a seguir o Código de 
Ética elaborado pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), que, como vimos, foi a primeira 
Associação da América do Sul a agrupar organizações de origem privada que financiam ou executam 
projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público.
7.1.1 Código de ética Gife: um exemplo para ilustrar
I) Compromissos dos associados do Gife
• Servir ao ideal do Gife, zelando pela aplicação profissional e ética dos conceitos e 
práticas de investimentosocial, conforme aqui descritas.
• Procurar disseminar esses conceitos e práticas, inspirando outros, principalmente 
por meio de seu próprio exemplo.
66
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
• Adotar sempre uma atitude transparente quanto aos procedimentos e reais 
motivações de suas práticas de investimento social.
II. A relação dos associados com seus mantenedores/doadores
• Zelar para que, na definição e implementação dos programas de desenvolvimento 
social patrocinados por terceiros, os ideais do Gife sejam observados, sem distorções.
• Gerenciar eticamente, com competência e eficácia, os recursos a si confiados, 
cumprindo fielmente as intenções dos doadores, mantendo‑os informados quanto 
aos resultados.
III. A relação dos associados com seus beneficiários/parceiros
• Proceder sempre de modo a privilegiar o benefício do parceiro sobre vantagens do 
próprio associado.
• Colaborar para manter uma relação produtiva entre as partes, tendo por base 
respeito, compromisso e confiança, privilegiando o processo de negociação em caso 
de conflitos.
• Não alimentar expectativas infundadas, nem avançar promessas que não possam ser 
cumpridas.
IV. A relação dos associados com outras entidades similares
• Proceder de modo cooperativo, buscando colaborar dentro das possibilidades, 
interesses e princípios éticos.
• Assumir na crítica, quando esta se fizer necessária, uma atitude construtiva.
• Assumir, em situação de conflitos, uma posição aberta à negociação e ao 
entendimento.
V. A relação dos associados com o Poder Público
• Ater‑se estritamente à legislação geral e específica.
• Não buscar relações que privilegiem interesses corporativos, em detrimento do bem 
comum.
• Agir de maneira clara, com transparência quanto aos objetivos e interesses envolvidos.
67
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
VI. A conduta dos profissionais pertencentes aos quadros das entidades associadas 
do Gife
• Trabalhar pela efetiva realização da missão do Gife, observando os valores éticos que 
o embasam.
• Conduzir todas as atividades pessoais e profissionais com honestidade e integridade 
de modo a refletir favoravelmente no setor de investimento social.
• Esforçar‑se por agir sempre com competência, definindo objetivos de 
autodesenvolvimento permanente.
• Afirmar com atitudes pessoais o compromisso com o desenvolvimento social e seu 
papel na sociedade.
• Respeitar o sigilo profissional, quando necessário.
Fonte: Gife (s.d.).
8 Responsabilidade social de empResas: um desafio paRa o seRviço 
social
Como estudamos, as organizações filantrópicas há muito tempo estão presentes na realidade 
brasileira, porém, é a partir da década de 1990 que o Terceiro Setor tem encontrado terreno propício 
para sua proliferação.
Isso porque, no contexto neoliberal, a sociedade civil, assim como a então “filantropia empresarial”, 
tem sido chamada a “contribuir” no enfrentamento da questão social, concretizando uma “[...] 
transferência de responsabilidade para a iniciativa privada no campo do investimento social, que, 
na verdade, seria uma atribuição constitucional do Estado brasileiro em todos os níveis do governo” 
(MENEZES, 2010, p. 505).
Desse modo, a atuação das empresas na área social tem se expandido por meio de financiamento 
de ONGs, parcerias com associações de moradores, criação e a manutenção de fundações sociais, 
em uma estratégia de gestão empresarial, conhecida atualmente como “responsabilidade social 
empresarial” (RSE), podendo, inclusive, contar com o auxilio governamental, via parcerias, tendo as 
ONGs como “pontes” e/ou via deduções de impostos devidos ao Estado, respaldadas por leis federais 
(MENEZES, 2010).
Nesse cenário, as organizações que compõem o Terceiro Setor “[...] têm se aprimorado para buscar 
financiamentos junto a essas empresas, firmando parcerias e até se adequando aos seus interesses 
para atraí‑las” (MENEZES, 2010, p. 505) e, com a ampliação das ações sociais empresariais, ascende um 
campo potencial para a atuação do assistente social na chamada responsabilidade social das empresas 
(MENEZES, 2010).
68
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
De acordo com Santos (2007, p. 129), em pesquisa recente sobre o mercado de trabalho do assistente 
social no Brasil,
[...] o Conselho Federal de Serviço Social apresentou que o setor estadual 
continua sendo o maior empregador de assistentes sociais (78,16%), mas há 
um crescimento nas organizações do chamado Terceiro Setor: cerca de 7% dos 
assistentes sociais apresentam inserção formal nesse espaço e pouco mais de 13% 
dos assistentes sociais respondentes têm no setor privado seu principal vínculo 
empregatício. Há também que se considerar o número de profissionais que 
pautam suas ações em atividades voluntárias, as quais têm crescido nos últimos 
anos, e que são, inclusive, utilizadas como mecanismos para subcontratação e 
precarização do trabalho dos profissionais do Serviço Social.
Ou seja, o Terceiro Setor – como estudamos – é composto por diferentes instituições e compreende a 
soma de esforços envolvendo a empresa privada, o governo, as ONGs e a sociedade civil. Tem se tornado 
em sua totalidade um campo de trabalho emergente para os profissionais do Serviço Social.
No entanto, conforme referida pesquisa, é no setor privado que o Serviço Social tem se inserido em 
maior número, isso, é claro, após a inserção no serviço público.
A atuação do assistente social na responsabilidade social das empresas pode ser considerada nova 
(ou renovada), dado que se diferencia das tradicionais demandas impostas à profissão no âmbito da 
empresa – onde a atuação profissional se voltava basicamente para o público interno – funcionários e 
suas famílias (MENEZES, 2010, p. 505).
No contexto da responsabilidade social, a empresa visa superar a postura assistencialista em que mantinham 
ações sociais caracterizadas como “[...] ajudas, doações esporádicas feitas diretamente às comunidades ou 
pessoas pobres que se localizavam no entorno das empresas” (BEHRING apud MENEZES, 2010, p. 508‑509).
Institui‑se então a chamada por alguns autores de “neofilantropia empresarial”, ou seja, retorno da 
filantropia, porém com características distintas, já que a empresa busca ações
[...] mais preventivas dos “problemas sociais”. É calçada por um discurso 
baseado em conceitos como ética e cidadania, participação e parceria, mas 
ainda representa uma modalidade de intervenção reguladora da “pobreza”. 
Estado e sociedade devem trabalhar em parceria para amenizar a “exclusão 
social” [...]. Tem como características/objetivos principais: o incentivo à 
educação como meio de aumentar “a competitividade econômica nacional” 
e facilitar as “condições de inserção do país na nova ordem mundial” (idem, 
p. 56) seguindo uma lógica de eficiência. Esse ativismo é divulgado pelo 
marketing social, onde ganha centralidade a figura do “cidadão consumidor” 
e suas preocupações com as desigualdades sociais e um desenvolvimento 
sustentável; o discurso da “parceria” e o comprometimento com uma causa 
(BEHRING apud MENEZES, 2010, p. 509).
69
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Porém, como ressalta Behring (apud MENEZES, 2010), a neofilantropia empresarial tem o mesmo 
objetivo moralizador da filantropia caritativa que busca controlar a miséria, baseado na “moral da 
responsabilidade”.
Para Menezes (2010), a chamada responsabilidade social das empresas pauta‑se em um discurso 
de defesa da cidadania, da democracia, da participação social etc. para o enfrentamento da “questão 
social” como uma estratégiaideológica, objetivando facilitar o aumento de seus níveis de acumulação. 
Mas na prática exerce um papel segmentador e segue na contramão dos direitos sociais conquistados 
pela classe trabalhadora.
No entanto, a referida autora afirma que isso não significa que o profissional deva recusar‑se a atuar 
nesse espaço, já que, como trabalhador, necessita vender sua força de trabalho. Porém, defende que ele 
não deve alimentar ilusões quanto à possibilidade de as práticas sociais das empresas tornarem‑se a 
solução para as expressões da questão social, muito menos enganar‑se, confiando que o mercado está 
de fato comprometido com a superação da desigualdade social.
Ou seja, o Terceiro Setor mostra‑se como um campo de atuação profissional contraditório, onde se 
expressam valores contrários aos defendidos pelo projeto ético‑político‑profissional. Porém, como nos 
fala Iamamoto (2005), é na realidade que as possibilidades estão postas, ou seja, negar a realidade não 
extinguirá esse campo de trabalho em ascensão. No entanto, é fundamental uma inserção crítica que 
norteie ações à luz do projeto em questão.
 saiba mais
O livro a seguir poderá contribuir para uma reflexão mais ampla sobre 
os desafios impostos ao assistente social na sociedade atual.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
Como nos alerta Sarachu (1999 apud Santos, 2007), é responsabilidade do profissional do serviço 
social refletir sobre essas transformações, compreendendo a ampliação do conceito de Estado e de 
sociedade civil, e a própria condição de uma profissão que atua nessa mediação.
Menezes (2010) defende que este é um contexto contraditório, em que as fundações sociais das 
empresas e seus projetos de cidadania empresarial não têm condições de substituir os postos de trabalho 
fechados no âmbito estatal e que o vínculo empregatício com esses projetos é precário, flexível e, muitas 
vezes, temporário.
Pontua ainda que a prática do assistente social nesse campo de atuação
70
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
[...] embora tenha um discurso de construção de cidadania, se restringe a uma 
prática assistencialista, que busca o consenso entre classes antagônicas, ou mesmo 
de enquadramento ou cooptação do usuário já que nesse campo não existe 
espaço para “sujeito de direito” – existem usuários de serviços privados. Nessas 
ações não existe nenhuma garantia de atendimento; o público alvo é escolhido 
de acordo com a imagem que a empresa pretende passar aos consumidores; suas 
ações são paliativas e superficiais, já que as empresas precisam mostrar resultados 
rápidos para ganhar visibilidade e garantir seus lucros. Seus atendimentos não se 
constituem em direitos sociais, ao contrário do que ocorre no Estado. Estão inscritas 
no campo “não direito”, contribuem para o paternalismo nos atendimentos e para 
a refilantropização da assistência social (MENEZES, 2010, p. 526).
O que só reforça o fato de que a inserção do assistente social nesse espaço deve ser crítica no 
sentido de identificar as forças presentes nessa arena de conflitos, visualizando limites, mas buscando 
possibilidades que potencialize a prática profissional.
Como afirma Santos (2007), o Serviço Social brasileiro tem elementos para que se realizem uma 
análise dessa realidade e se elaborarem respostas para as novas demandas impostas à profissão.
Para superar ações pautadas no senso comum, enfatiza a autora, faz‑se necessário que a atuação 
profissional no Terceiro Setor se fundamente em reflexões sobre a relação entre a dimensão do público 
e do privado, assim como sobre os conflitos na sociedade capitalista e sobre o compromisso histórico 
da profissão no Brasil.
O fato é que temos experimentado tempos difíceis, onde o capital mostra‑se cada vez mais valioso 
em relação ao homem. Nessa lógica, as expressões da questão social têm se aprofundado, tornando a 
vida da classe trabalhadora cada vez mais difícil.
Nesse cenário, o Estado apresenta‑se cada vez mais distante de concretizar a proteção social 
pautada nos princípios constitucionais que garantem a atendimento do ser humano em suas múltiplas 
necessidades. Na contramão, ele convoca a sociedade civil e o setor privado para exercer ações no 
enfrentamento da questão social que deveriam ser de sua responsabilidade.
Essa realidade implica que o profissional que tem como objeto de trabalho as expressões da questão 
social busque uma compreensão profunda dos elementos que se manifestam nas diferentes áreas de 
atuação profissional, seja ela pública ou privada, não sendo diferente no Terceiro Setor.
Apenas sabendo interpretar essa realidade é que o assistente social será capaz de pensar em ações 
profissionais comprometidas com seu projeto ético‑político e, para esse fim, é preciso instrumentalizar‑se, 
entender a lógica instituída no seu local de trabalho, preparando‑se para enfrentar os desafios impostos 
cotidianamente, superando o imediatismo e traçando uma trajetória norteada pelo projeto ético‑político 
da profissão. “O conformismo imperante em alguns profissionais determina, muitas vezes, a falta de 
análise e de resposta às novas questões que se colocam na atualidade” (SARACHU, 1999, p. 150 apud 
SANTOS, 2007, p. 130, tradução nossa).
71
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
 observação
O assistente social que atua Terceiro Setor deve ser crítico, no sentido de 
identificar as forças presentes nessa arena de conflitos, visualizando limites, 
mas buscando possibilidades que potencializem a prática profissional.
 Resumo
As organizações filantrópicas há muito tempo estão presentes na 
realidade brasileira, mas é a partir da década de 1990 que o Terceiro Setor 
tem encontrado terreno propício para sua proliferação, cuja composição 
tem se tornado cada vez mais complexa, contemplando diferentes atores 
e revelando a emergência de um novo modelo de atuação na área social, 
sendo ela a atuação envolvendo a chamada parceira entre empresa, 
governo, ONGs e sociedade civil.
A proliferação e a diversificação das organizações se mantiveram por 
meio do movimento da responsabilidade social, onde para ser considerada 
uma empresa socialmente responsável a organização necessita desenvolver 
ações que conciliem as esferas econômica, ambiental e social na geração 
de um ambiente compatível com a expansão das atividades das empresas, 
no presente e no futuro.
A introdução do setor empresarial no Terceiro Setor se deu de maneira 
organizada, por meio da intensificação de doações de recursos e da firmação 
de parcerias com as ONGs, além da criação de suas próprias fundações 
e institutos empresarias, que passaram a implementar diretamente os 
programas e projetos.
No debate acerca da responsabilidade social das empresas, alguns 
autores defendem que, embora paute‑se em um discurso de defesa da 
cidadania, da democracia, da participação social etc., para o enfrentamento 
da questão social, na prática, essa é mais uma estratégia ideológica do que 
objetiva para facilitar o aumento de seus níveis de acumulação.
Contra esse argumento, outros autores defendem que os objetivos e 
práticas sociais não podem ser confundidos com interesses comerciais e 
econômicos e que, embora na prática essa seja uma tendência, a verdadeira 
responsabilidade social deve efetivar‑se na promoção da cidadania e do 
bem‑estar para o público interno e externo, contemplado desde seus 
colaboradores até os membros da sociedade e o meio ambiente.
72
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
O fato é que a responsabilidade social é uma realidade que está em 
crescimento no Brasil. Esse modo de atuação empresarial e a introduçãoda visão de mercado no Terceiro Setor têm reforçado a tendência de 
modernização e multiplicação das organizações sem fins lucrativos como 
um todo.
As organizações que compõem o Terceiro Setor têm se aprimorado para 
buscar financiamentos junto a essas empresas, firmando parcerias e até se 
adequando aos seus interesses para atraí‑las. Elas têm buscado instrumentos 
para atuar com melhor qualificação técnica, visando à qualidade e resultados 
para atrair credibilidade e identificar novas estratégias de sustentabilidade 
e financiamento.
A lógica da responsabilidade social exige uma nova postura dos atores 
envolvidos, pautada em valores éticos que visem o desenvolvimento 
sustentado da sociedade em sua totalidade. Logo, pensar responsabilidade 
social das empresas está diretamente ligado à uma questão ética, já que 
implica mudança de valores e atitudes. O que não nos parece tarefa fácil!
Com a ampliação das ações sociais empresariais, ascende um campo 
potencial para a atuação do assistente social na chamada responsabilidade 
social, que coloca demandas diferenciadas das tradicionais impostas à 
profissão no âmbito da empresa – onde a atuação profissional voltava‑se 
basicamente para o público interno – funcionários e suas famílias.
Esse é um campo de atuação contraditório, em que se expressam 
valores opostos aos defendidos pelo projeto ético‑político‑profissional. 
Isso só reforça o fato de que a inserção do assistente social nesse espaço 
deve ser crítica, no sentido de identificar as forças presentes nesse campo 
de conflitos, visualizando limites, mas buscando possibilidades que 
potencializem práticas norteadas pelo projeto em questão.
Faz‑se necessária uma atuação profissional fundamentada na reflexão 
sobre a relação entre a dimensão do público e do privado, assim como sobre 
os conflitos na sociedade capitalista e sobre o compromisso histórico da 
profissão no Brasil.
Apenas sabendo interpretar essa realidade é que o assistente social 
será capaz de pensar ações profissionais comprometidas com seu projeto 
ético‑político e para esse fim é preciso instrumentalizar‑se, entender a 
lógica instituída no seu local de trabalho, preparando‑se para enfrentar 
os desafios impostos cotidianamente, superando o senso comum e o 
imediatismo, e traçando uma trajetória à luz desse projeto.
73
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
 exercícios
Questão 1. A empresa em que você atua como assistente social pediu a organização de um 
projeto social que levasse em conta aspectos referentes à sustentabilidade, solicitando que esses 
aspectos projetassem a marca da empresa como defensora do meio ambiente. Ao pesquisar sobre o 
assunto você detectou que a empresa é ré em um processo judicial movido pelo Estado em razão de 
poluir um rio próximo a uma de suas unidades, situada na Amazônia. Você levou o assunto à diretoria 
e argumentou que:
I – O projeto de sustentabilidade não pode ser desenvolvido neste momento, já que a empresa tem 
um comportamento incoerente com a essência do projeto, porque não age com respeito ao meio 
ambiente.
II – É preciso certificar‑se de que a imprensa não tem conhecimento do processo judicial para não 
prejudicar o projeto social de sustentabilidade.
III – A estratégia de marketing da empresa precisa ser melhorada, porque sua imagem está desgastada 
com o problema da poluição do rio, e essa estratégia deve ser desenvolvida junto com o projeto 
de sustentabilidade. Por isso, além do departamento de serviço social, deve ser envolvido também 
o departamento de marketing.
IV – O projeto social tem por objetivo melhorar a imagem da empresa, e isso não será possível se 
ele não for ancorado em princípios éticos. Assim, não é possível mentir sobre o processo judicial 
e nem ocultar sua existência. É necessário adotar uma postura transparente e efetivar esforços 
no sentido de não poluir mais e contribuir para minorar os males causados pela poluição já 
provocada.
V – Tratar o problema da poluição de forma objetiva e eficiente será uma boa maneira de dar 
credibilidade ao projeto social de sustentabilidade.
Está correto o que se afirma em:
A) I e V.
B) II e III.
C) III e IV.
D) II e V.
E) IV e V.
74
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Unidade II
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa I está incorreta porque o projeto social de sustentabilidade pode 
ser desenvolvido. O que não se poderá admitir é que a empresa negue que tem problemas com 
poluição ambiental e que precisa adotar medidas para sanar esses problemas. A afirmativa V está 
correta, porque a credibilidade do projeto social e da própria empresa depende fundamentalmente 
da forma como será tratada a questão da poluição: se será solucionada de forma satisfatória e se 
incorporará o quadro de erros que são cometidos, pois isso pode transformar‑se em oportunidade 
de aprendizagem e melhoria.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa II está incorreta porque o fato de a imprensa não ter conhecimento de que 
a empresa tem um problema judicial com poluição não minimiza o problema. Ter poluído um rio é um 
problema sério, independente de ele ter sido ou não divulgado. A afirmativa III está incorreta porque 
o problema não é de marketing: o que precisa ser melhorado é o sistema de produção da empresa, de 
modo que ela não seja mais um sistema poluente.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa III está incorreta, conforme explicado anteriormente. A afirmativa IV está 
correta porque o aspecto fundamental de um projeto social é o aspecto ético, que prioriza práticas 
que possam ser transparentes e coerentes com os propósitos de contribuir para a construção de uma 
sociedade melhor.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa II está incorreta, conforme já explicado. A afirmativa V está correta porque 
a empresa cometeu um erro ao poluir um rio próximo a sua unidade na Amazônia e, por isso, tem de 
rever seus métodos de produção, assumir o prejuízo causado, trabalhar para minimizá‑lo e atender às 
determinações legais aplicáveis ao caso. Só com essa atitude transparente é que a empresa poderá ser 
considerada coerente para organizar um projeto social de sustentabilidade.
E) Alternativa correta.
Justificativa: as afirmativas IV e V estão corretas, conforme o explicado.
75
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Projetos sociais no terceiro setor
Questão 2. Uma importante empresa de moda feminina de alto padrão, com preços muito caros e 
peças de grife, instalou sua principal loja em um bairro conceituado de uma grande cidade brasileira. 
Atrás da loja, no entanto, existe uma comunidade carente que construiu suas moradias no modelo que 
comumente denominamos de favela. A loja é alvo de inúmeras críticas em razão da situação contraditória 
em que se encontra, pois vende peças caríssimas ao lado de uma população que sequer tem condições 
básicas de moradia. A empresa resolveu, então, iniciar um projeto de responsabilidade social e chamou 
você para organizá‑lo. No seu projeto, a primeira medida a ser adotada é:
A) A distribuição de roupas e brinquedos para as crianças da comunidade carente.
B) A realização de um show com um cantor popular para agradar a população carente.
C) A realização de uma pesquisa para saber quais as necessidades daquela população e, a partir da 
sistematização dos dados, alcançar o direcionamento do projeto para desenvolver os objetivos 
específicos.
D) A contratação de funcionários que venham prioritariamente daquela comunidade para todos os 
cargos da empresa.
E) A reunião com a diretoria da empresa para saber quanto eles pretendem investir nesse projeto.
Resoluçãodesta questão na plataforma.
76
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
fIGuRAS e IluSTRAçõeS
figura 1
SILVA, C. E. G. Gestão, legislação e fontes de recurso no Terceiro Setor brasileiro: uma perspectiva 
histórica. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, nov./dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034‑76122010000600003>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
figura 2
SILVA, C. E. G. Gestão, legislação e fontes de recurso no Terceiro Setor brasileiro: uma perspectiva 
histórica. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, nov./dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034‑76122010000600003>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
figura 3
SILVA, C. E. G. Gestão, legislação e fontes de recurso no Terceiro Setor brasileiro: uma perspectiva 
histórica. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, nov./dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034‑76122010000600003>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
figura 4
SILVA, C. E. G. Gestão, legislação e fontes de recurso no Terceiro Setor brasileiro: uma perspectiva 
histórica. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, nov./dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034‑76122010000600003>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
RefeRÊNCIAS
Audiovisuais
DAENS – um grito de justiça. Dir. Stijn Coninx. Bélgica; França; Holanda: Dérives Productions; 
Favourite Films; Shooting Star Filmcompany BV, 1992. 138 minutos.
ILHA das Flores. Documentário. Dir. Jorge Furtado. Brasil: Casa de Cinema de Porto Alegre, 1989. 
13 minutos.
QUANTO vale ou e por quilo? Dir. Sergio Bianchi. Brasil: Agravo Produções Cinematográficas, 
2005. 110 minutos.
77
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Textuais
ANTUNES, R. Adeus ao trabalho. Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do 
trabalho. São Paulo: Cortez, 2005.
___. Uma esquerda fora do lugar: o governo Lula e os descaminhos do PT. Campinas: Armazém 
do Ipê, 2006.
BARROCO, M. L. S. Ética: fundamentos sócio‑históricos. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Biblioteca 
Básica de Serviço Social, v. 4).
BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. 4. ed. São Paulo: Cortez, 
2008. (Biblioteca Básica de Serviço Social, v. 2).
BELISÁRIO, K. M.; RAMOS, M. C. A mercadorização da responsabilidade social corporativa. Revista 
Brasileira de Políticas de Comunicação, Brasília, n. 1, p. 1‑19, 2011. Disponível em: <http://www.
rbpc.lapcom.unb.br/pdf/RBPC‑1‑3.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2014.
BRASIL. Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935. Determina regras pelas quaes são as sociedades 
declaradas de utilidade publica. Brasília, 1935. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/1930‑1949/L0091.htm>. Acesso em: 13 jun. 2014.
___. Lei nº 3.577, de 4 de julho de 1959. Isenta da taxa de contribuição de previdência dos 
institutos e caixas de aposentadoria e pensões as entidades de fins filantrópicos de reconhecidas 
de utilidade pública, cujos membros de suas diretorias não percebem remuneração. Brasília, 1959. 
Disponível em: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%20
3.577‑1959?OpenDocument>. Acesso em: 13 jun. 2014.
___. Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras 
providências. Brasília, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9608.
htm>. Acesso em: 16 jun. 2014.
___. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e 
disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Brasília, 1999. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm>. Acesso em: 17 jun. 2014.
___. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 17 jun. 2014.
CAVALCANTE, R. L. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social corporativa. 2009. 
Monografia (Finanças e Gestão Corporativa) – Universidade Cândido Mendes – UCAN, Rio de 
Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/t205549.
pdf>. Acesso em: 15 jan. 2014
78
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
COELHO, S. C. T. Terceiro setor: um estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos. 2. ed. São 
Paulo: SENAC, 2002.
COSTA, S. F. O serviço social e o Terceiro Setor. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 7, n. 2, jan./
jun. 2005. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v7n2_selma.htm>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
DRUCK, G.; BORGES, A. Terceirização: balanço de uma década. 2001. Caderno CRH, Salvador, n. 37, 
p. 111‑139, jul./dez. 2002. Disponível em: <http://www.flexibilizacao.ufba.br/RCRH‑2006‑132graca.
pdf> Acesso em: 10 jul. 2014.
FALEIROS, V. P. A política social do estado capitalista: as funções da previdência e assistência 
sociais. 12. ed. São Paulo:Cortez, 2009.
FERNANDES, R. C. Privado, porém público. O Terceiro Setor na América Latina. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Relume Dumará, 1996.
GIFE. Código de ética. [s.d.]. Disponível em: <http://site.gife.org.br/arquivos/geral/CodigoEtica/
codigoetica.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2014.
GOMES, D. G. P. Direito do trabalho e dignidade da pessoa humana: no contexto da globalização 
econômica: problemas e perspectivas. São Paulo: LTr, 2005.
IAMAMOTO, M. V. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação 
histórico‑metodológica. 6. ed. São Paulo: Cortez; Lima (Peru): CELATS, 2004.
___. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 9. ed. São Paulo: 
Cortez, 2005.
IVO, A. B. L. A reconversão da questão social e a retórica da pobreza nos anos 1990. In: CIMADAMORE, 
A.; HARTLEY, D.; SIQUEIRA, J. (Coord.). A pobreza do Estado: reconsiderando o papel do Estado na luta 
contra a pobreza global. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciências Sociales (Clacso), 2006.
KANITZ, S. Mas o que é Terceiro Setor? [s.d.]. Disponível em: <http://www.filantropia.org/
OqueeTerceiroSetor.htm>. Acesso em: 13 jun. 2014.
KISIL, R. Elaboração de projetos e propostas para organizações da sociedade civil. São Paulo: Global, 
2001. (Coleção Gestão e Sustentabilidade).
KRAEMER, M. E. P. Marco referencial da responsabilidade social corporativa. (2005). 
Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/artigos05/5_Marco%20Referencial%20da%20
Responsabilidade%20Social%20Corporativa.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2014.
LOPES, N. Terceiro setor: organizações civis sem fins lucrativos. [s.d.]. Disponível em: <http://www.
wooz.org.br/setor3monografia6.htm>. Acesso em: 20 jan. 2014.
79
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
MANUAL do Terceiro Setor. São Paulo: Instituto Pro Bono, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
probono.org.br/arquivos/file/manualterceirosetor.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2014.
MELO NETO, F. P. Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração do Terceiro Setor. 
Cesar Froes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
MENEZES, F. C. O serviço social e a “responsabilidade social das empresas”: o debate da categoria 
profissional na Revista Serviço Social e Sociedade e nos CBAS. Serviço Social e Sociedade, São Paulo: 
Cortez, n. 103, p. 503‑531, jul./set. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n103/
a06n103.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2014.
MONTAÑO, C. Terceiro setor e questão social. Crítica ao padrão emergente de intervenção social. 6. ed.São Paulo: Cortez, 2010.
NEGRÃO, J. J. O neoliberalismo na redemocratização brasileira. 1996. Dissertação (Mestrado em 
Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1996.
OLIVEIRA, P. B. M. A intersetorialidade das políticas sociais na urbanização de favelas: uma 
possibilidade para a concretização do direito à cidade? 2011. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) 
– Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.
PASSOS, E. Ética nas organizações. 8 ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2012.
PEREIRA, L. C. B. Notas introdutórias ao modo tecnoburocrático ou estatal de produção. Estudos 
Cebrap 20, p. 77‑109, abr./jun. 1977. Disponível em: <http://bresserpereira.org.br/papers/1977/77.
NotasIntrodutoriasModoTecnoburocratico.pdf>Acesso em: 1 dez. 2013.
POMPEO, J. N. Brasil e o Consenso de Washington: nos primeiro e segundo mandatos de FHC. Tese 
(Doutorado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003.
RAICHELIS, R. Gestão pública e cidade: notas sobre a questão social em São Paulo. Revista Serviço 
Social e Sociedade, São Paulo, n. 90, jun. 2007.
RASQUINHA, E. F. Mas o que é responsabilidade social. 2010. Disponível em: <http://www.ipea.
gov.br/acaosocial/articleaeba.html?id_article=632>. Acesso em: 20 jan. 2014.
RIZOTTI, M. L. A. A construção do sistema de proteção social no Brasil: avanços e retrocessos na 
legislação social. [s.d.]. Disponível em: <http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/doutrinas/arquivos/
construcao.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2010.
SANTOS, V. N. Terceiro setor no serviço social brasileiro: aproximações ao debate. Serviço Social & 
Sociedade: Projeto Profissional e Conjuntura (Especial), São Paulo: Cortez, n. 91, p. 123‑142, set. 2007. 
Trimestral.
80
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
SILVA, C. E. G. Gestão, legislação e fontes de recurso no Terceiro Setor brasileiro: uma perspectiva 
histórica. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, nov./dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034‑76122010000600003>. Acesso em: 
13 jun. 2014.
TOLDO, M. et al. Responsabilidade social das empresas. São Paulo: Peirópolis, 2002.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasilense, 2008. (Coleção Primeiros Passos, 177).
81
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
82
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
83
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
84
Re
vi
sã
o:
 C
ris
tin
a 
Z.
 F
ra
ra
ci
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: L
uc
as
 M
an
sin
i -
 d
at
a 
12
/0
7/
20
14
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Continue navegando