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Características do Direito Empresarial

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Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL 
1) COSMOPOLITISMO 
Essa característica cosmopolita do D. Empresarial se refere à necessidade que 
as regras de D. Empresarial tem de serem uniformes de uns países, até mesmo porque 
nosso comércio avança algumas fronteiras, dessa maneira nosso comércio não seria 
justo para as partes que os ordenamentos jurídicos fossem completamente distintos 
assim como não seria nada prático. 
Visando garantir que as negociações possam avançar fronteiras e sejam 
possíveis de serem realizadas é que existe esse reconhecimento da necessidade de 
uniformização das regras de D. Empresarial. Isso ocorre em diversas 
circunstâncias/diversos momento, são realizados Tratados Internacionais visando 
uniformizar tais regras e até mesmo garantir que o comércio avance aos territórios dos 
países. 
A título de exemplo temos duas negociações internacionais, dois tratados/duas 
convenções das quais o Brasil foi signatário e em razão de participar dessas convenções 
o Brasil se comprometeu ao plano interno estabelecer regras uniformes. Tais tratados 
são: 
 Convenção de Genebra: tratou a respeito dos Títulos de Crédito (Nota 
Promissória e Letra de Câmbio). O Brasil enviou um representante, 
participou dessas negociações e, em razão dessas negociações nossa lei 
é uniforme, ou seja, é comum aos países que também fizeram parte dessa 
Convenção de Genebra. 
 Convenção da União de Paris: ocorreu na déc. de 90, que estabelece 
regras relacionadas à Propriedade Industrial, e essas regras dizem 
respeitos às marcas, às patentes, que são bens imateriais de um 
empresário. Logo, também temos regras uniformes em razão do Brasil 
ter sido signatário dessa Convenção de Paris. 
2) ONEROSIDADE 
O D. Empresarial se dedica ao estudo de atividade lucrativa. Quando menciono 
que o D. Empresarial tem a característica da onerosidade significa dizer que o D. 
Empresarial só estuda o empresário, porque o empresário tem o exercício da atividade 
lucrativa, a atividade econômica que o empresário exerce visa o lucro, ou seja, nunca 
se escutará dizendo que o empresário doou todo o seu lucro, todos os seus bens, porque 
o empresário quando exerce essa atividade ele quer justamente o lucro, o lucro para 
continuar exercendo a sua atividade. 
 Desse modo dentro da disciplina de D. Empresarial não será estudado 
outras espécies de pessoas jurídicas que não exercem atividade 
lucrativa (ex.: associações, fundações, partidos políticos). Associações 
e Fundações apesar de fazerem parte do Direito Privado são matérias que 
se enquadram no D. Civil – relembrar da bipartição feita por Napoleão - 
o Fundação é a constituição de um patrimônio, é a instituição de 
um patrimônio com o objetivo de assistência social, educação, 
etc. Se caracteriza por um instituidor (quem a criou) que tira 
parte do seu patrimônio para criar a fundação, de depois essa 
fundação presta algum tipo de serviço, como dando acesso à 
leitura para crianças de uma comunidade carente. A finalidade 
não é o lucro. 
o Associação, por outro lado, é a união de pessoas com o objetivo 
de prestar serviços de assistência social, serviços para uma 
 
Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
comunidade sendo pessoas que objetivam algo em comum e 
esse objetivo não é o lucro. 
Ou seja, ambas as pessoas jurídicas não possuem a finalidade do lucro! Ex.: 
Associações de Pais e Mestres, APAE, Fundação Ayrton Senna. Fundação Itau, 
Fundação Xuxa Meneghel 
Quando estamos diante da prestação do ensino superior, essa atividade a qual 
estamos nos relacionando, ele pode ser prestado por uma sociedade empresária, que é 
o caso da UniToledo, que é uma sociedade empresária chamada de sociedade 
empresária limitada, onde a UniToledo cobra uma mensalidade do aluno e essa 
mensalidade serve para pagar suas despesas (professores, contas, os custos) e, ao final 
de um exercício social, que é o ano inteiro, o que sobra do valor que ela recebe e da 
despesa que ela tem, é compartilhado entre os sócios, como parte da participação dos 
lucros e resultados da UniToledo. 
Por outro lado, as Fundações Educacionais, como a FEA (Fundação 
Educacional de Araçatuba), cobra a mensalidade, tem o custo operacional, porém o 
valor que ela cobra de mensalidade e o valor do custo de manutenção, no final do ano 
se sobrar lucro ela não pode partilhar entre os fundadores. Porque a ideia da 
fundação não é distribuir resultados (ou os lucros), mas sim prestar aquele tipo de 
serviço em que caso haja lucro esse lucro será revertido para a própria atividade da 
fundação. 
 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA E FUNDAÇÃO 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA FUNDAÇÃO 
Ela irá distribuir os seus resultados, ou os 
lucros que obteve ao final de um 
exercício social, entre os seus sócios. 
Não pode distribuir os resultados, eles 
precisam ser revertidos para a própria 
fundação 
 
Estabelecendo a diferença entre a Sociedade Empresária e a Fundação 
percebemos onde se encontra a característica da onerosidade, que está justamente no 
lucro que a sociedade empresária objetiva, o lucro é inerente à atividade empresarial, 
nenhum empresário começa a exercer atividade empresarial sem pensar no lucro, mas 
não significa que ao final de todo mês ele terá esse lucro e a falta de lucro não 
descaracteriza a atividade empresarial. 
3) INFORMALISMO 
Na prática diária o empresário não tem tempo de ficar fazendo contrato com 
todo mundo, como por exemplo quando você vai comprar um pão na padaria, não tem 
contrato para a compra e venda desse pão. Em função do dinamismo da atividade 
empresarial, que exige meios ágeis e flexíveis para a realização e a difusão das práticas 
mercantis. 
Para algumas circunstâncias o Direito Civil acaba por ser muito formal, ele 
exige uma forma, por outro lado o D. Empresarial, por tratar de questões comerciais 
muito mais ágeis/rápidas, acaba sendo muito mais informal pois necessita justamente 
dessa rapidez, pois “tempo é dinheiro”. 
Então, via de regra, o D. Empresarial é informal do que o próprio D. Civil. 
4) FRAGMENTISMO 
O D. Empresarial é fragmentado, ou seja, ele é divido em partes, onde cada parte 
do D. Empresarial tem suas as especificidades, diferentemente do que ocorre com o D. 
Civil, pois apesar dele ser fragmentado as áreas dependem muito umas das outras. 
O fragmentarismo existe uma série de sub-ramos com características 
específicas: 
 
Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
 
Dentro do Direito Contratual temos dois elementos típicos que envolvem as 
empresas que são muito famosos: 
 Contrato de Franquia: celebrado entre empresários. Ex.: Como ocorre 
com as franquias da Cacau Show. 
 Contrato de Arrendamento Mercantil. 
Com a evolução da sociedade essas áreas tendem a se tornarem mais específicas, 
assim fragmentando cada vez mais o Direito Empresarial. 
5) ELASTICIDADE 
O D. Empresarial é uma das áreas do Direito que se adapta de forma mais rápida, 
porque o comércio é muito dinâmico, é possível notar isso na forma que as negociações 
são feitas, como, por exemplo, as compras e vendas realizadas pela internet. O D. 
Empresarial é um regime jurídico que permanece em constante processo de mudança, 
para melhor se adequar ao dinamismo das atividades econômicas. 
 
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