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Desigualdade e Política - Unidade 2

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POLÍTICA, CIDADANIA E ESTADO: 
DESAFIOS PARA A GOVERNANÇA 
DEMOCRÁTICA
Professores: Dra. Adriana Marques Rossetto
Me. Francieli Muller Prado
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli
Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia
Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey
Projeto Grá� co Thayla Guimarães
Design Educacional Rossana Costa Giani
Design Grá� co Victor Augusto Thomazini
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; ROSSETTO, Adriana Marques; PRADO, Francieli Muller.
 
 Desigualdade e Política. Adriana Marques Rossetto; Francieli 
Muller Prado.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
 35 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Desigualdade. 2. Política. 3. Sociedade. 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
A RELAÇÃO ENTRE CIDADANIA E DEMOCRACIA NA 
ORGANIZAÇÃO DAS SOCIEDADES
09|
HISTÓRIA DO WELFARE STATE OU ESTADO DE BEM-ESTAR 
SOCIAL
19|
A QUESTÃO DA CIDADANIA NO ESTADO DE BEM-ESTAR 
SOCIAL
23|
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Refl etir sobre as relações existentes entre a democracia e a cidadania.
• Levar o aluno a identifi car os dilemas existentes entre os preceitos da eco-
nomia política da social-democracia e o pleno exercício da cidadania.
• Refl etir sobre os impactos da crise e da transformação do Estado de Bem-
Estar Social no alcance da cidadania.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• A relação entre cidadania e democracia na organização das sociedades
• História do Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social
• A questão da cidadania no Estado de Bem-Estar Social
POLÍTICA, CIDADANIA E ESTADO: DESAFIOS PARA A 
GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA
INTRODUÇÃO
A discussão a seguir busca trazer uma análise das relações existentes entre de-
mocracia e cidadania, identificando os dilemas existentes entre os preceitos da 
economia política da social-democracia e o pleno exercício da cidadania, contem-
plando os impactos da crise e da transformação do Estado de bem-estar social no 
alcance da cidadania. 
Dado os objetivos, inicialmente, vamos dedicar a compreender o conceito de 
cidadania. Muito possivelmente você já ouviu sobre a ausência de cidadania, não é 
mesmo? E você, sabe o que é cidadania? Em que especificamente a cidadania tem 
haver com democracia e direitos? Embora amplamente debatido, o termo cidada-
nia, por vezes, é aplicado de forma equivocada e o objetivo desta discussão é trazer 
o conceito de cidadania tomando como base a historicidade do termo, para assim 
pensar na relação estrutural entre democracia e cidadania e buscar demonstrar como 
a cidadania tem modificado o padrão de desigualdade social, demonstrando uma 
contradição entre os direitos sociais e o valor do mercado.
Pós-Universo 7
Vamos adentrar também na discussão acerca da crise do Estado de Bem-estar 
social, que embora seja um tema complexo para o qual não há consenso entre os es-
tudiosos, vamos apresentar o contexto histórico para compreensão deste processo 
de crise, para na sequência analisar a natureza do Estado de bem-estar social, assim 
verificar os arranjos do Estado, que se diferenciam em função do perfil das políticas 
públicas. Assim, caracterizar as diferentes formas que o Estado de bem-estar social 
assumiu ao longo dos anos, de modo a situar o Brasil nesse contexto, ressaltando 
suas características e tendências.
Pós-Universo 8
Pós-Universo 9
A RELAÇÃO ENTRE 
CIDADANIA E 
DEMOCRACIA NA 
ORGANIZAÇÃO DAS 
SOCIEDADES
Você sabia que os gregos foram os primeiros a entender que a verificação e o desen-
volvimento das características especificamente humanas dos indivíduos presumem 
a sua integração numa comunidade. Aristóteles, por exemplo, idealizava a política 
como uma prática que estabelece uma reflexão antropológica e ética e que deve 
oferecer as condições necessárias para a formação moral e política de seus membros, 
especialmente a formação daqueles que iriam governar a cidade (Polis).
Na Grécia, a vida política se desenvolvia na praça pública, chamada de Ágora, 
onde ocorriam debates sobre política, resultando em confronto de opiniões. A dis-
cussão buscava o consenso relativo às leis e às decisões políticas adequadas para 
a realização do bem comum, no respeito pelos valores 
morais e políticos (a honra, a excelência de caráter, 
o bem e a justiça) partilhados pelos membros 
da cidade-estado (BARBOSA, 2008).
Segundo o autor, o cidadão é o habitante 
da cidade que, por integrar uma comuni-
dade, conquista um definido estatuto, a 
cidadania, isto é, um conjunto de direitos e 
de deveres, tendo à sua disposição o espaço 
público que compreende o lugar onde os 
cidadãos se encontram para conviver e para 
debater os problemas que dizem respeito a 
todos, e o espaço privado que abrange o espaço 
familiar que só diz respeito a um grupo restrito.
Pós-Universo 10
A filosofia política atual destaca a importância da participação política ativa, como 
modo de exercer influência e controle sobre a ação dos governos; diante disso, um 
dos grandes desafios do nosso tempo é promover a participação política dos cida-
dãos, pois se constata um aumento do número dos eleitores que deixam de votar. E, 
no sentido de alterar essa tendência é imprescindível criar espaços favoráveis opor-
tunizando debates voltados aos problemas e desafios aos quais somos confrontados.
Como já relatamos, para os gregos, cidadania era a manifestação do direito e 
dever de governar, baseados na qualidade de homem livre e na relação de perten-
cer a polis.
No entanto, na democracia grega, a cidadania era um privilégio dos homens 
livres; as mulheres e os escravos eram excluídos; e presumia uma participação ativa 
e efetiva do cidadão. Já na Roma antiga, o cidadão era o indivíduo amparado pelas 
leis do Império, definindo a cidadania como o reconhecimento jurídico de inclusão.
As concepções políticas liberais, provenientes da Revolução Francesa, exprimem 
a cidadania moderna. Esta, por sua vez, traduz o reconhecimento universal propor-
cionando situações de igualdade política e jurídica, do direito de integração e de 
participação numa comunidade.
Conforme Barbosa (2008), no século XX, com os movimentos sociais e a luta em 
defesa da verificação de direitos humanos universais, retoma-se a concepção de 
cidadania ativa, isto é, o reconhecimento universal do direito e do dever de partici-
pação política, ordenando que os indivíduos e o Estado assumam os seus deveres e 
responsabilidades.
O conceito de cidadania amplamente debatido por diferentes autores tem como 
referência teórica o autor Thomas H. Marshall com a obra Cidadania e Classe Social, 
publicada em 1948. Para Marshall a partir de um Estado de Bem-Estar Social Liberal-
Democrático é que é possível o acesso pleno aos direitos de cidadania.
Para trabalhar o conceito de cidadania Marshall retoma a noção de status. Para 
o autor a cidadania pode ser comparada a uma forma de status proporcionado aos 
indivíduos de uma comunidade. Deste modo o trabalho de Marshall sobre cidada-
nia é uma teoria liberal clássica que considera a cidadania como o status legal que 
fornece direitos e deveres aos membros de um estado-nação.
Pós-Universo 11
Vale destacar também que Marshall rompe com uma tradição liberal de cidada-
nia queaponta apenas para os direitos políticos e amplia também para os direitos 
civis e sociais. Deste modo, o autor trabalha a cidadania baseado em três elementos: 
direitos civis, direitos políticos e direitos sociais.
 “
Três gerações de direitos de cidadania podem ser assim descritos: Primeiramente 
os direitos civis, correspondendo aos direitos necessários para o exercício das 
liberdades, originados no século XVIII; depois, os direitos políticos, consagrados 
no século XIX, os quais garantem a participação, tanto ativa quanto passiva, 
no processo político; e finalmente, já no século XX, os direitos sociais de ci-
dadania, correspondentes à aquisição de um padrão mínimo de bem-estar 
e segurança sociais que deve prevalecer na sociedade. Para a teoria marshal-
liana, a existência de um suporte institucional estatal, através de políticas 
públicas de serviços sociais e educacionais, é fundamental para a existência 
da cidadania ampliada. Do contrário, não passaria de um enunciado formal 
vazio, sem essência. Portanto, para Marshall, mesmo os direitos civis e políti-
cos dependem do Estado (FREITAS, 2008, p. 6).
Assim, segundo Marshall existem três vertentes diferentes de direitos que constitui 
a cidadania: Civis, políticos e sociais onde os direitos civis são compostos de direitos 
necessários à liberdade individual incluem a liberdade da pessoa, a liberdade de ex-
pressão, o movimento, a liberdade de pensamento e de fé, o direito à propriedade e 
como direitos negativos esses direitos limitam o poder do governo . 
Os direitos políticos são compostos pelo direito de voto, o direito de participar no 
exercício do poder político, como membro de um órgão investido de autoridade po-
lítica ou como eleitor do membro de tal órgão. Os direitos sociais, desenvolvidos no 
século XX, garantiram ao indivíduo um estatuto social mínimo e constituíram a base 
para o exercício dos direitos civis e políticos. Cada uma destas três cadeias desenvol-
veu-se com diferentes períodos históricos com o desenvolvimento de estruturas de 
estado específicas - por exemplo, Os direitos sociais com o judiciário, os direitos po-
líticos com as instituições parlamentares de governança e os direitos sociais com o 
sistema educacional e o Estado de bem-estar.
Pós-Universo 12
Embora a grande contribuição da teoria marshalliana os críticos têm debatido 
várias questões teóricas e empíricas em relação ao seu trabalho. Estas questões in-
cluíram questões sobre a relação entre os diferentes tipos de direitos de cidadania e 
a validade da periodização de Marshall do desenvolvimento dos direitos de cidada-
nia (evoluindo unidirecionalmente dos direitos civis para os políticos para os direitos 
sociais). Além disso, ao longo do tempo, foram identificadas algumas limitações im-
portantes do trabalho de Marshall, a mais importante centra na imprecisão conceitual 
e na sua incapacidade de dar conta da possibilidade de mudanças significativas em 
áreas como o emprego a economia, a família, a comunidade nacional.
Embora as críticas vale destacar que Marshall contribui substancialmente ao dar 
uma definição adequada de cidadania como um vínculo de cidadania comum que 
criam uma nova identidade nacional e consciência entre si como sendo cidadão.
O conjunto de instituições e práticas estatais ao qual se refere o Welfare State 
Keynesiano desenvolveu-se no capitalismo ocidental desde a Segunda Guerra Mundial. 
Ele foi adotado como uma concepção básica do Estado e da prática estatal em quase 
todos os países ocidentais, não importa qual o partido no poder, nem alterações de 
tamanho e tempo (OFFE, 1984). Para o autor, o Welfare state é definido, como:
 “
[...] um conjunto de habilitações legais dos cidadãos para transferir pagamen-
tos dos esquemas de seguro social compulsório para os serviços organizados 
do Estado (como saúde e educação), em uma grande variedade de casos de-
finidos de necessidades e contingências. Os meios através dos quais o Welfare 
state intervêm consistem em regras burocráticas e regulamentações legais, 
transferências monetárias e a experiência profissional de professores, médicos, 
assistentes sociais etc. Suas origens ideológicas são muito misturadas e he-
terogêneas, indo desde fontes socialistas até fontes católicas conservadoras; 
seu caráter, como fruto de compromissos ideológicos, políticos e econômicos 
interclasses, é algo que o Welfare State compartilha com a lógica da decisão 
política econômica keynesiana (OFFE, 1984, p. 374).
Ainda, segundo Offe (1984), a intenção estratégica da política econômica keynesiana 
“é promover o crescimento e o pleno emprego, e a intenção estratégica do Welfare 
State é proteger aqueles que são afetados pelos riscos e contingências da sociedade 
industrial e criar uma medida de igualdade social” (1984, p. 378). A sociedade indus-
trial deve fornecer os recursos necessários para as políticas de bem-estar social para 
que se alcance a igualdade social.
Pós-Universo 13
Pelo que já foi discutido até aqui, a cidadania, considerada a partir de diferentes 
institucionalidades (o próprio cidadão ou o Estado que o institui desta condição), 
dependerá sempre das formas de ação dos dois polos e se estabeleceria pelo equi-
líbrio no jogo de forças ou de interesses. Este raciocínio nos levaria a refletir sobre a 
influência que o desenho de Estado e o regime político adotados exerceriam sobre 
a dimensão em que a cidadania seria exercida. Nesta linha de reflexão, como se re-
lacionam os regimes democráticos com o exercício da cidadania? São eles capazes 
de gerar este equilíbrio desejado e garantir o pleno exercício da cidadania?
Os regimes democráticos não solucionam tudo, mas abrem possibilidades de 
aprofundamento progressivo da igualdade entre os seres humanos, com o privilégio 
de, não sendo regimes de força, consentir que nesse movimento sejam preservadas 
as diferenças entre os indivíduos e grupos, isto é, as características particulares que 
eles mesmos estimam. O comportamento, a participação e o apoio dos cidadãos em 
relação ao regime político estão relacionados à estabilidade democrática de um país.
Conforme salienta Silva (2003):
a. Regimes democráticos se fundam em dois pilares: Estado forte, no sentido 
de aceito e legitimado, e esfera pública ampla.
b. Regimes democráticos têm uma vocação para tornar mais profunda, de maneira 
progressiva, a igualdade social, sem impor uma homogeneização forçada.
c. Regimes democráticos pacificam a luta dos inferiores pelo aprofundamento 
da igualdade social. Impulsionam o conflito sem transformá-lo em guerra.
Para este autor, portanto, vale a pena ressaltar:
 “
“democracia” não é um conceito estático, é dinâmico. Não se refere a uma 
estrutura parada no tempo, congelada, cristalizada, mas a um processo. Por 
isso, diz-se que a cidadania – termo que se refere ao conjunto dos atores no 
processo democrático – é uma conquista. Cidadãos(ãs) não nascem feitos(as), 
surgem na luta, no conflito social que, dependendo de seu encaminhamen-
to, pode produzir uma democratização das relações sociais (a qual, como foi 
dito, passa pela construção de um Estado forte em sua legitimidade). Nesse 
sentido, quando se fala em democracia, o que está em questão são sempre os 
problemas da democratização ou, para usar a expressão da moda, a “questão 
democrática” (SILVA, 2003, p. 27).
Pós-Universo 14
O centro dos regimes democráticos está na criação de um espaço público no qual 
grupos superiores e inferiores negociam como iguais, mesmo que, na vida privada, 
não sejam iguais, a democracia pede a produção de um mínimo de condições de 
sustentação dos inferiores em seu enfrentamento com os superiores neste espaço. 
Para que não haja desistência por parte dos inferiores, da luta, é preciso alguma inter-
ferência sobre a vida privada, de maneira a impedir que os inferiores se enfraqueçam 
a ponto de prejudicar o exercício da cidadania, ou seja, negociar de forma tranquila 
a redução das hierarquiassociais. A isso, denominamos de política social, que não é 
oferecida pelo Estado, mas resulta de pressões dos inferiores, até certa forma aceitas 
pelos superiores (SILVA, 2003).
Norberto Bobbio (2000) reconhece a democracia como algo dinâmico, como um 
processo em constante transformação. O autor conceituou democracia como “um 
método ou um conjunto de regras de procedimento para a constituição de Governo 
e para a formação das decisões políticas, ou seja, das decisões que abrangem a toda 
a comunidade” (2004, p. 326). Numa tentativa de firmar uma “definição mínima de 
democracia”, este pensador italiano declarou que o único modo de se chegar a um 
acordo quando se fala de democracia “é o de considerá-la caracterizada por um con-
junto de regras (primárias ou fundamentais) que estabelecem quem está autorizado a 
tomar as decisões coletivas e com quais procedimentos. [...]” (BOBBIO, 2000, p. 30-31).
Estes preceitos de Bobbio (2004) são compartilhados por vários teóricos contem-
porâneos, para os quais as diferentes concepções de democracia têm se revelado em 
debates sobre a forma, ou seja, a organização das regras do jogo. O próprio Bobbio 
(2004, p.327) apresentou uma concepção de democracia pautada por um rol do que 
chamou de “procedimentos universais”:
 “
1) o órgão político máximo, a quem é assinalada a função legislativa, deve 
ser composto de membros direta ou indiretamente eleitos pelo povo, em 
eleições de primeiro ou de segundo grau;
2) junto do supremo órgão legislativo deverá haver outras instituições com di-
rigentes eleitos, como os órgãos da administração local ou o chefe de Estado 
(tal como acontece nas repúblicas);
Pós-Universo 15
3) todos os cidadãos que tenham atingido a maioridade, sem distinção de 
raça, de religião, de censo e possivelmente sexo, devem ser eleitores;
4) todos os eleitores devem ter voto igual;
5) todos os eleitores devem ser livres em votar segundo a própria opinião 
formada o mais livremente possível, isto é, numa disputa livre de partidos 
políticos que lutam pela formação de uma representação nacional;
6) devem ser livres também no sentido em que devem ser postos em condi-
ção de ter reais alternativas (o que exclui como democrática qualquer eleição 
de lista única ou bloqueada);
7) tanto para as eleições dos representantes como para as decisões do órgão 
político supremo vale o princípio da maioria numérica, se bem que podem 
ser estabelecidas várias formas de maioria segundo critérios de oportunida-
de não definidos de uma vez para sempre;
8) nenhuma decisão tomada por maioria deve limitar os direitos da minoria, de 
um modo especial o direito de tornar-se maioria, em paridade de condições;
9) o órgão do Governo deve gozar de confiança do Parlamento ou do chefe 
do poder executivo, por sua vez, eleito pelo povo (BOBBIO, 2004, p. 327).
Observa-se, dessa forma, que política social e regime democrático são termos indis-
sociáveis, pois um é condição prática e concreta do outro. Na realidade, os conteúdos, 
as formas, e as dimensões da política social compõem a essência da questão demo-
crática em tempo integral.
Mas então, poderíamos dizer que democracia é quase um sinônimo de 
social-democracia?
Mas afinal o que é a agenda da social-democracia? Comumente a agenda pode 
ser associada aos benefícios e a proteção social, de origem, europeia, e está associada 
a questões como seguro-desemprego, educação e serviços médicos gratuitos, apo-
sentadoria, financiamento à habitação, e assim por diante. Também pode-se pontuar 
como parte desta agenda o desenvolvimento e fortalecimento das corporações pro-
fissionais e o crescimento da administração pública (SCHWARTZMAN, 1997).
Pós-Universo 16
Acerca da agenda da social-democracia destaca-se duas perspectivas,sendo uma 
negativa e outra positiva. A perspectiva negativa aponta que esse modelo só foi possí-
vel graças aos excedentes econômicos produzidos pelo capitalismo, o que possibilitou 
a distribuição dos lucros para os trabalhadores. A visão positiva desta agenda é que 
com o aumento do bem- estar social acarretaram em um aumento da produtivida-
de, pois na medida em que se investe em saúde, educação e condições de trabalho 
a produtividade acaba sendo impactada diretamente (SCHWARTZMAN, 1997).
Já no Brasil a agenda da social-democracia começou a ser implantada com a le-
gislação social dos anos de 1930 e:
 “
Sua principal característica, desde o início, era que ela excluía a população 
rural e da periferia das grandes cidades. Financiada no início pelos exceden-
tes das atividades de exportação, mais tarde pelo aumento da capacidade 
impositiva do Estado, e finalmente pela inflação, a agenda social-democrá-
tica sempre teve, no Brasil, um viés extremamente elitista, não só por excluir 
os mais pobres, mas inclusive pela distribuição perversa dos benefícios que 
proporcionava: gratuidade do ensino superior, combinando com educação 
primária pauperizada; aposentadorias generosas para funcionários públicos, 
e aposentadorias mínimas para os demais; gastos médicos concentrados nas 
grandes áreas metropolitanas dos Estados mais ricos, em detrimento das 
populações rurais e dos Estados mais pobres; e distribuição de privilégios 
profissionais e corporativos muito mais amplos do que os encontrados nos 
países mais desenvolvidos (SCHWARTZMAN, 1997, p.2).
Embora a agenda da social-democracia só tenha iniciado em 1930 no Brasil ela só 
se consolidou após 1945 e voltou a ressurgir com a Constituição de 1988, após o fim 
do governo militar. Schawartzman (1997) pontua dois momentos em que os gover-
nos militares tentaram introduzir algum equilíbrio entre a agenda da pobreza e a 
agenda social-democrática:
 “
Com a unificação do sistema previdenciário e sua extensão ao campo, e com 
o Estatuto da Terra, que abriu a possibilidade de alterações mais significativas 
no sistema de propriedade da terra. Também datam deste período algumas 
iniciativas na área do saneamento e da saúde pública, com impacto signifi-
cativo na situação de pobreza rural (SCHWARTZMAN, 1997, p.2).
Pós-Universo 17
Em se tratando da crise da agenda social-democrática brasileira, entende-se que 
esteja associada a custos crescentes e não financiáveis que piora por dois fatores: os 
benefícios excessivamente generosos para determinadas categorias (as aposentado-
rias dos funcionários públicos, a ausência de limite de idade, a falta de limites claros 
para os dispêndios de atendimento médico, a educação superior gratuita etc.) e a 
persistência dos problemas relativos à agenda da pobreza, sobretudo da pobreza 
urbana (SCHWARTZMAN, 1997, p.2).
Hoje, não é mais possível catalogar um Estado como “liberal” ou “de bem-es-
tar social”, de forma binária. Podemos dizer que existem países menos liberais 
e, portanto, mais voltados à categoria de bem-estar social, e vice-versa. Na 
Europa, tradicionalmente alguns países com tendência a social-democra-
cia -, que historicamente conservaram uma agenda reformista, que ajudou 
a construir o Estado de Bem-Estar - adotaram esse modelo de forma plena. 
Como os Estados Escandinavos (países nórdicos), Suécia, Dinamarca, Noruega, 
Finlândia e outros países da Europa. Para saber mais sobre o desenvolvimen-
to dos países consulte o relatório produzido pelo instituto independente 
de pesquisas Legatum Institute que traz um estudo global Prosperity Index 
2016, que analisa a prosperidade em 142 países.
Acesse: <http://www.prosperity.com/globe>.
fatos e dados
Pós-Universo 18
Pós-Universo 19
HISTÓRIA DO WELFARE 
STATE OU ESTADO DE 
BEM-ESTAR SOCIAL
No caso da Europa, sabemos que de acordo com a evolução da modernidade e a 
própria evolução do Estado contemporâneo, passamos de um Estado Liberal para 
um Estado Social, isto é, a construção do que chamamos de Estado de Bem-Estar 
Social, o Welfare-State.
Segundo Arretche (1995), a classe capitalista ameaçada em sua produção pela 
força do movimento social organizado, provocou reação direcionada as formasmais 
centralizadas de formulação de políticas em relação à reformulação do Estado. No 
caso do Welfare State, período pós-guerra, isto gerou a coincidência de interesses 
entre capital e trabalho. Ou seja, tanto a burguesia quanto o proletariado passaram 
a demonstrar interesse nas políticas sociais, mesmo tendo diferentes motivos.
A classe trabalhadora, porque qualquer política que atenue as dificuldades e mo-
difique o jogo cego das forças de mercado é bem-vinda. A classe capitalista, porque 
provê novas modalidades de integração e controle sobre a classe trabalhadora e 
oferece ainda benefícios ideológicos e econômicos. Em relação ao Welfare State 
Arretche acentua que:
 “
No caso específico do Welfare State, fenômeno do pós-guerra nas economias 
capitalistas avançadas, o enfrentamento histórico das duas classes antagôni-
cas assumiu a forma de um movimento social organizado e de uma resposta 
da classe capitalista, sob a forma do Estado centralizado. Naquela conjuntu-
ra, a do pós-guerra, este enfrentamento histórico da luta de classes implicou 
a consolidação de um compromisso de classe. (ARRETCHE, 1995, p. 34).
Segundo Esping-Andersen (1991), muitos liberais temeram a democracia. Contudo, 
a industrialização superou o mundo dos pequenos proprietários que detinham o 
capital, formando massas proletárias para quem a democracia era um meio de reduzir 
os privilégios da propriedade. “Os liberais temiam com razão o sufrágio universal, pois 
era provável que este politizasse a luta pela distribuição, pervertesse o mercado e ali-
mentasse ineficiências.” (1991, p. 86).
Pós-Universo 20
Os Estados de bem-estar social são aqueles cujo governo desempenha 
um papel central na redução das desigualdades por meio dos subsídios 
de certos bens serviços. Os serviços de assistência social variam de acordo 
com os países, mas costumam incluir educação, saúde, habitação, apoio a 
renda, aposentadoria e desemprego. O futuro da provisão da assistência 
social esta sendo debatido na maioria dos países industrializados, inclusive 
no Brasil. De um lado encontram-se aqueles que defendem que a assistên-
cia social deve ser ampla e universal. De outro dizem que ela deve apenas 
ser uma rede de segurança para aqueles que verdadeiramente não conse-
gue obter ajuda de outro modo. O que você acha sobre isso?
reflita
Navarro (2002, p. 91), por sua vez, afirma que: “As reformas do pós-guerra foram pos-
síveis graças à escassez generalizada de mão de obra e aos elementos de previdência 
social providos pela rede social criada pelo Estado de bem-estar.”
Segundo Nogueira (2005, p. 84), “a industrialização acelerou e virou fato marcante 
em quase todos os países sem que se dessem passos firmes em direção ao desen-
volvimento social”.
Conforme Faria (1998, p. 42), Titmuss salientou em um ensaio de 1954, que:
 “
As origens de programas sociais devem ser procuradas na crescente comple-
xidade da divisão social do trabalho, decorrente da industrialização. Como 
o processo de industrialização acarretou a especialização dos trabalhadores, 
os indivíduos foram se tornando cada vez mais dependentes da sociedade. 
Nesse contexto, os serviços sociais seriam a resposta às necessidades indivi-
duais ou coletivas, garantindo a sobrevivência das sociedades. A expansão 
dos serviços sociais revelaria o crescimento das necessidades das sociedades. 
[...], necessidades determinadas pela cultura. O desenvolvimento de progra-
mas sociais estaria, portanto, subordinado ao reconhecimento e definição 
das novas dependências criadas pelo Homem.
Pós-Universo 21
O surgimento de programas sociais é um desdobramento necessário de tendências 
mais gerais posta em marcha pela industrialização. Conforme Arretche (1995, p. 6):
 “
O surgimento de “padrões mínimos, garantidos pelo governo, de renda, nu-
trição, saúde, habitação e educação para todos os cidadãos, assegurados 
como um direito político e não como caridade está associado aos proble-
mas e possibilidades postos pelo desenvolvimento da industrialização. De 
um lado, os gastos com programas sociais somente são possíveis porque a 
industrialização permite um vasto crescimento da riqueza das sociedades. 
A partir da constatação de uma correlação entre as variáveis crescimento in-
dustrial e gastos sociais, o autor considera que a primeira é uma condição 
necessária para a segunda. Dito de outro modo, os programas sociais ou não 
aparecem ou permanecem insignificantes em sociedades que não produzam 
um excedente nacional suficiente para financiá-los. (WILENSKY, 1975, p. 24).
A origem dos programas sociais é explicada, conforme Arretche (1995), como res-
posta funcional à necessidade de constituição da classe operária, condição essencial 
para o desenvolvimento do capitalismo. O poder estatal é fundamental como políti-
ca de dominação, e necessária no processo de integração da classe operária.
Conforme Navarro (2002, apud BECK, 2005), as manifestações geradas pela classe 
operária, como as ondas grevistas e o fechamento das fábricas tiveram enorme 
impacto. O direito da classe capitalista de controlar o processo produtivo passou a 
ser questionado pelos trabalhadores. Os movimentos operários de fins da década de 
60 tomaram de surpresa tanto as organizações operárias como a classe capitalista. 
Estimulados pelas manifestações dos trabalhadores, os sindicatos passaram a ques-
tionar a inviolabilidade dos direitos de propriedade. Os avanços mais progressistas 
ocorreram nos anos 70, com intervenções no processo de produção e no Estado, for-
çando os empresários dos países capitalistas mais importantes a compartilhar parte 
de seu controle sobre o processo produtivo com os trabalhadores. Mudanças seme-
lhantes também ocorreram nos partidos operários.
Esse crescimento operário nos âmbitos da produção e do Estado converteu-se 
numa ameaça para a classe capitalista. A força da classe trabalhadora determinou 
mudanças no final dos anos 70 e princípio da década de 80. No âmbito da produção, 
tem-se acrescentado a centralização da direção e do controle, e a descentralização 
da execução. A internacionalização da produção foi a principal resposta do capital 
ante a força do movimento operário. A “fábrica mundial” converteu-se na forma do-
minante de produção dos anos 80 (NAVARRO, 2002 apud BECK, 2005).
Pós-Universo 22
Para este autor, outro tipo de resposta da classe capitalista, frente à força do mo-
vimento operário, tem sido a terceirização, seguindo o modelo japonês. Vale destacar 
que na terceirização, a produção baseia-se num núcleo central de trabalhadores e 
um grande número de fornecedores, e apoia-se fortemente num trabalho mal pago, 
pobremente organizado e de tempo parcial. Os fornecedores são dependentes do 
núcleo central e encontram-se subordinados a ele (NAVARRO, 2002).
Na terceirização se estabelecem redes hierárquicas regionais, consideradas fle-
xíveis e adaptáveis às necessidades do mercado. Neste contexto, o modelo japonês, 
por exemplo, acaba promovendo o enfraquecimento sistemático das organizações 
sindicais nas fábricas e a introdução de estruturas trabalhistas e mercantis que atuam 
contra a coesão do movimento operário.
A grande diversidade que surgiu no mundo do consumo foi possível, segundo os 
autores do pós-fordismo, graças à flexibilidade do processo de produção e à sua ca-
pacidade de atender as necessidades dos consumidores, processo este, que envolve 
trabalhadores diversos, ou seja, pode ser multinacional, multiétnica e dos dois gêneros 
(NAVARRO, 2002 apud BECK, 2005).
As mudanças no mundo da produção foram facilitadas pelas mudanças no Estado 
de bem-estar, desencadeadas pela força do movimento operário. Na década de 80, fi-
xaram-se políticas estatais de austeridade, que incluíram a redução dos gastos sociais, 
o crescimento do desemprego, o enfraquecimento da legislação estatal protetora 
dos trabalhadores, dos consumidores e do meio ambiente, e a flexibilização forçada 
do mercado de trabalhoatravés da desregulamentação (NAVARRO, 2002 apud BECK, 
2005).
O Estado de Bem-Estar Social é fruto, de um lado, da pressão do sindicato, dos 
partidos operários; bem como da construção do pensamento Keynesiano voltado 
para a regulação da economia e da redistribuição das riquezas.
Na década de 70 ele entra em crise, e começam a ser implantadas na Europa a 
partir do governo de Margareth Thatcher e depois nos Estados Unidos da América 
com Ronald Reagan, as chamadas políticas neoliberais. Autores neoliberais afirmam 
basicamente que a função do Estado é garantir a ordem e a segurança dos contra-
tos e que quem deveria reger a dinâmica social é o mercado (BECK, 2005).
Pós-Universo 23
A QUESTÃO DA 
CIDADANIA NO ESTADO 
DE BEM-ESTAR SOCIAL
A cidadania se expande e se afirma na sociedade conforme os sujeitos conquis-
tam seus direitos e aumentam sua participação na criação do próprio direito. Sendo 
assim, os direitos estão no centro das ideias de Direito, Estado e Cidadania. Os direi-
tos que constituem a cidadania são sempre conquistas, resultados de um processo 
histórico pelo qual indivíduos, grupos e nações lutam por alcançá-los e concretizá-
-los (BRESSER PEREIRA, 1998 apud BECK, 2005).
Embora o termo “cidadania” possua uma conotação fortemente jurídica, no de-
correr dos últimos anos seu conteúdo semântico passou a ser ampliado, passando 
a denominar todas aquelas formas de ação que signifiquem o envolvimento dos in-
divíduos com problemas públicos e sociais. Passou-se a falar, inclusive, de “cidadania 
ativa” para distinguir esta concepção de cidadania de sua versão meramente jurídi-
ca. Ao longo deste processo, as formas organizadas de participação social receberam 
diferentes tratamentos analíticos.
Em relação ao processo de redemocratização e a intensa atuação dos movi-
mentos sociais, Dagnino (1994) demonstra sua visão quanto à cidadania brasileira. 
Reconhece as características sociais e econômicas desfavoráveis, principalmente, a 
pobreza e o autoritarismo que permeiam as relações sociais e políticas, contudo en-
fatiza a cidadania como um espaço resultante dos conflitos vividos pela sociedade 
em um determinado momento histórico.
Para a autora, o conteúdo e significado da cidadania estão associados à luta po-
lítica. Neste sentido, desde uma abordagem culturalista da democracia, a autora 
expressa que a participação dos cidadãos no espaço público, o acesso a direitos e a 
não violação dos direitos humanos além de fundamentais à democratização das re-
lações sociais, se refletem nas instituições políticas.
Pós-Universo 24
Assim, a noção de cidadania é expressão do novo estatuto teórico e político as-
sumido pela questão da democracia em todo o mundo e aparece como prática 
social para o “acesso à cidade”, promovida por organismos e movimentos sociais. 
Desta ótica, a cidadania representa um mecanismo capaz de promover a ruptura de 
práticas políticas tradicionais da sociedade brasileira, entre elas: o clientelismo, o co-
ronelismo e o autoritarismo.
Para Bresser Pereira (1996), a adoção de uma perspectiva histórica é importan-
te porque ilumina o presente. Os resquícios de antigas interpretações, que tiveram 
como matriz a interpretação nacional-desenvolvimentista, estão ainda muito presen-
tes na América Latina. As questões econômicas e políticas são sempre extremamente 
ideológicas, refletindo o conflito de interesses de classes.
A crise econômica da década de 80 levou a direita e a esquerda, os social-de-
mocratas ou social-liberais e os conservadores a reformularem suas interpretações. 
A direita foi favorecida pela onda conservadora e neoliberal que ganhou forças na 
década de 70 em todo o mundo, “em consequência da diminuição das taxas de 
crescimento dos países centrais, da crise do Welfare State, do colapso do consen-
so keynesiano e, mais amplamente, da crise fiscal do Estado que se tornou então o 
principal problema em todos os países, desenvolvidos e subdesenvolvidos, capita-
listas ou estadistas.” (BRESSER PEREIRA, 1996, p. 39).
A direita retoricamente passou a adotar um discurso neoliberal de defesa do 
Estado mínimo, da desregulamentação e da abertura da economia brasileira. Na 
prática, entretanto, uma parcela significativa da direita continuou a apoiar o prote-
cionismo e a se beneficiar do intervencionismo estatal (BECK, 2005).
A crise generalizada da esquerda mundial somou-se à crise do nacional-populis-
mo latino-americano, cuja estratégia de industrialização era vista pela esquerda como 
parte do seu modo de ser. “Quando ela assumiu o poder em 1985, após o processo 
vitorioso de redemocratização, os setores progressistas tentaram retomar as políti-
cas populistas e desenvolvimentistas que tinham sido bem-sucedidas entre os anos 
30 e os anos 40”. A política econômica de 1985 e 1986, que culminou com o fracasso 
do Plano Cruzado, é um exemplo de política econômica populista (BRESSER PEREIRA, 
1996, p. 39 apud BECK, 2005).
Pós-Universo 25
O populismo econômico segundo o mesmo autor pode ser resumido em poucos 
pontos:
 • Desenvolvimento orientado ao mercado interno;
 • Proteção à indústria nacional como estratégia industrial básica;
 • Desenvolvimento tecnológico como elemento complementar à política 
de substituição de importações;
 • O déficit público;
 • As altas taxas de juros;
 • Aumento dos salários nominais não causam inflação porque são reajusta-
dos de forma defasada em relação à inflação;
 • O aumento do salário real pode ser redistributivo; sendo compensado pela 
redução dos lucros;
 • As empresas estatais são basicamente eficientes, mas não são rentáveis;
 • A coordenação econômica pelo Estado tende a ser mais eficiente do que 
pelo mercado.
Estas ideias predominantes, hoje são questionadas (BECK, 2005). Em oposição a essa 
perspectiva populista, temos as abordagens neoliberal e social-democrática ou 
social-liberal da crise do Estado, que compartilham a rejeição ao populismo e ao na-
cionalismo, mas divergem sobre as causas da crise e sobre o papel do Estado. Deste 
modo, para entendermos a Reforma do Estado, é preciso entender a crise. “James 
O’Connor definiu a crise fiscal do Estado, através da dificuldade do Estado em lidar 
com as crescentes demandas de diversos setores da economia e de seus grupos 
sociais correspondentes” (BRESSER PEREIRA, 1996, p. 43).
O Estado pode entrar em crise porque não tem capacidade de investimento, 
proporcionando desta forma a estagnação da economia, pois o desenvolvimento é 
gerado pela ação do Estado. Bresser Pereira (1996), afirma que a crise é proporciona-
da pela falta de poupança pública do Estado, e não, pelo déficit. 
Pós-Universo 26
Conforme o autor (1997, p. 15):
 “
Em consequência da captura por interesses privados, que acompanhou o 
grande crescimento do Estado, e do processo de globalização, que reduziu 
sua autonomia, desencadeou-se a crise do Estado, cujas manifestações mais 
evidentes foram a crise fiscal, o esgotamento das suas formas de interven-
ção e a obsolescência da forma burocrática de administrá-lo. A crise fiscal 
definia-se pela perda em maior grau de crédito público e pela incapacidade 
crescente do Estado de realizar uma poupança pública que lhe permitisse fi-
nanciar políticas públicas. A crise do modo de intervenção manifestou-se de 
três formas principais: a crise do Welfare State no primeiro mundo, o esgota-
mento da industrialização por substituição de importações na maioria dos 
países em desenvolvimento, e o colapso do estatismo nos países comunis-
tas. A superação da forma burocrática de administrar o Estado revelou-se nos 
custos crescentes, na baixa qualidade e na ineficiência dos serviços sociais 
prestados pelo Estado através do emprego direto de burocratas estatais.
No Brasil, na verdade, nós nunca tivemos um Estado de bem-estar social. A história 
do Estado no Brasil é diferente, pois nós tivemos a partir dos anos 30, a construção 
de um Estado Desenvolvimentista e Corporativo(BOSCHI, 2002). Estado que vai 
estar preocupado com a industrialização, com o desenvolvimento econômico, com 
o desenvolvimento nacional, que vai procurar integrar no Estado corporativo, repre-
sentantes do empresariado e dos trabalhadores (BECK, 2005).
Estado Desenvolvimentista
O Estado Desenvolvimentista no Brasil assumiu uma forma fortemente cen-
tralizada, ou, dito de outro modo, a construção do Estado nacional supôs um 
longo processo de esvaziamento das capacidades institucionais, administrati-
vas e financeiras dos governos estaduais e municipais. No entanto, no período 
pós-64, a forma centralizada de gestão inaugurou uma nova orientação para 
a expansão do Estado: esta efetivamente fortaleceu as capacidades adminis-
trativas de estados e municípios, ainda que de forma inteiramente desigual 
no território nacional, fato este que permite que a descentralização seja hoje 
uma possibilidade real. Finalmente, ao longo da década de 80, assistimos a um 
esvaziamento progressivo dos recursos de que dispunha o governo federal 
para o exercício de suas funções tradicionais, vale dizer, aquelas sob as quais 
se erigiu como grande protagonista do Estado desenvolvimentista.
Fonte: Arretche (1996, p. 56-57).
atenção
Pós-Universo 27
Segundo Boschi (2002 apud BECK, 2005), no cenário de desconstrução da era 
Vargas que coincide com o processo expansivo de direitos políticos e sociais consa-
grados pela Constituição de 1988 e, simultaneamente de crise do Estado, a estrutura 
corporativa, situa-se, portanto, como uma espécie de matriz institucional para as re-
formas em curso, na dinâmica da mudança/permanência que tende a caracterizar os 
processos de transição no Brasil. A lógica do mercado, impulsionada pelos processos 
de privatização e abertura comercial que, atravessa a lógica de atuação do Estado e 
impõe novos parâmetros à ação coletiva dos setores organizacionais.
O aprofundamento da democratização é vital para a reconstrução do Estado. 
“Assim, a multiplicação dos espaços societais, a expansão de novas formas de solida-
riedade, cooperação e participação democrática é que garantirão a convivência no 
longo período de maturação das reformas.” (AMARAL, 2003, p. 36). O Estado precisa 
de transparência, da união da democracia representativa com a participativa, de 
inovação política e institucional, de participação popular nas decisões e operações 
estatais e o mais importante, de real responsabilização governamental com melhor 
desempenho em governança.
De acordo com a pesquisa o Brasil, o gigante econômico da América Latina 
com grandes esperanças de aumentar a prosperidade, está vendo a pros-
peridade limitada e um ambiente de negócios pouco competitivo. Entre 
2007 e 2015, o Brasil experimentou uma redução dramática na pobreza ab-
soluta e relativa, pela qual ganhou muito elogio internacional. No entanto, 
estes números têm estado estagnados nos anos de 2015 e 2016, uma preo-
cupação que também se manifestou em outros subíndices como Saúde, 
Ambiente Empresarial e Educação, entre outros. O mais prevalente foi o de-
clínio dos subíndices de Qualidade Econômica e Governança que podem 
ser atribuídos em grande parte à recessão econômica e à investigação da 
corrupção generalizada que recentemente abalou o Brasil.
O Legatum Institute, instituto independente de pesquisas, divulgou o estudo 
global Prosperity Index 2016, que analisa a prosperidade em 142 países. Na 
pesquisa o Brasil encontra-se na 52º posição em uma lista de 149 países. 
Navegue pelo site e descubra outros dados importantes do Brasil.
Acesse: <http://www.prosperity.com/globe#BRA>
fatos e dados
atividades de estudo
1. O ensaio clássico do britânico Thomas H. Marshall, publicado em 1949, intitulado 
Cidadania e Classe Social, continua a ser referência teórica para defi nir o tema da 
cidadania. O autor conceitua a cidadania baseado em seus três elementos constitu-
tivos. Quais são estes elementos. Marque a alternativa correta.
a) Direito ao voto, direito a liberdade e direito a participação social.
b) Direitos civis, direitos políticos e direitos sociais.
c) Direito liberal, direito neoliberal e direito social.
d) Direito privado, direito passivo e status.
e) Direitos civis, direito passivo e liberal.
2. No caso da Europa, de acordo com a evolução da modernidade passamos de um 
Estado Liberal para um Estado Social, isto é, a construção do que chamamos de 
Estado de Bem-Estar Social, o Welfare-State. Com base nesta colocação quais as ca-
racterísticas deste modelo de Estado. Marque a alternativa correta.
a) Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, 
renda e seguridade social a todos os cidadãos.
b) Estado centralizador que reduz os privilégios da propriedade.
c) Estatal dominador que auxilia no processo de integração da classe operária.
d) Estado que ameaça a classe operária, que prevê a terceirização, assim estabelecem 
redes hierárquicas regionais, consideradas fl exíveis e adaptáveis às necessidades 
do mercado.
e) Estado dominador que auxilia nos privilégios da propriedade.
atividades de estudo
3. No Brasil em 1985, após o processo de redemocratização, os setores progressistas 
tentaram retomar as políticas populistas e desenvolvimentistas que tinham sido 
bem-sucedidas entre os anos 30 e os anos 40. Sobre a política econômica populis-
ta, julgue as afi rmativas a seguir e marque a alternativa correta.
I. A política econômica populista tem como característica o desenvolvimento orien-
tado ao mercado interno.
II. A política econômica populista prevê o Estado mínimo, a desregulamentação e da 
abertura da economia brasileira.
III. Com a política econômica populista as empresas estatais são basicamente efi cien-
tes, mas não são rentáveis.
IV. A política econômica de 1985 e 1986, que culminou com o fracasso do Plano 
Cruzado, é um exemplo de política econômica populista.
a) Estão corretas apenas as afi rmativas I, II e III.
b) Estão corretas apenas as afi rmativas II, III e IV.
c) Estão corretas apenas as afi rmativas I, III e IV.
d) Estão corretas apenas as afi rmativas II e III.
e) Estão corretas apenas as afi rmativas III e IV.
resumo
Conduzimos nossas discussões no sentido de apresentar as relações existentes entre democracia 
e cidadania, analisando a evolução da cidadania na sociedade mundial. Marshall (1949) buscou 
demonstrar como a cidadania tem modifi cado o padrão de desigualdade social, havendo uma 
contradição entre os direitos sociais e o valor do mercado.
Os regimes democráticos abrem possibilidades de aprofundamento progressivo da igualda-
de entre os seres humanos, não havendo regimes de força, consentindo que nesse movimento 
sejam preservadas as diferenças entre os indivíduos e os grupos.
Com a revolução industrial identifi camos o surgimento de programas sociais, como resposta 
funcional as necessidades da constituição da classe operária, onde as mudanças no mundo da 
produção foram facilitadas pelas mudanças no Estado de bem-estar, desencadeadas pela força 
do movimento operário. Porém o Estado de Bem-Estar Social entra em crise na década de 70, e 
com isso começam a ser implantadas as chamadas políticas neoliberais, onde o estado tem como 
função garantir a ordem e a segurança dos contratos e quem rege dinâmica social é o mercado.
No entanto caro aluno deve fi car claro que no Brasil nós nunca tivemos um Estado de bem-estar 
social, pois nossa história de estado é diferente, pois nos anos 30 foram inseridas políticas desen-
volvimentistas e corporativistas.
Verifi camos que a cidadania se expande e se afi rma na sociedade conforme os indivíduos adqui-
rem direitos e aumentam sua participação na criação do próprio direito. Sendo assim, os direitos 
estão no centro das ideias de Direito, Estado e Cidadania. Portanto o comportamento, a partici-
pação e o apoio dos cidadãos em relação ao regime político estão relacionados à estabilidade 
democrática de um país, havendo uma clara associaçãoentre a existência de um sistema políti-
co aberto e a agenda social-democrática.
material complementar
Livro: Cidadania no Brasil: o longo caminho.
Autor: José Murilo de Carvalho.
Editora: Civilização Brasileira.
Sinopse: “A obra é um guia sobre a longa jornada da democra-
cia brasileira, desde os primeiros passos do Brasil independente, 
ainda monárquico, passando pela República, até os movimen-
tos de rua recentes. A nova edição chega quando tudo está em 
ebulição e em transição. Hora perfeita para entender o que o país 
construiu em quase dois séculos de jornada. Bestseller em Ciências 
Humanas: o livro está na 19ª edição. José Murilo de Carvalho é 
referência em História do Brasil. Autor está na Academia Brasileira de Letras. Essencial para com-
preender o país, neste momento de ebulição, entre movimentos de rua, discussão sobre direitos 
civis e eleições presidenciais. Livro atrativo para o público em geral e para acadêmicos”.
Filme: Entre Nos
Ano: 2009
Sinopse: Uma história baseada em fatos reais que oferece uma 
nova abordagem sobre a imigração ilegal nos Estados Unidos, 
isso é Entre Nos. Mariana (Paola Mendoza) sai de seu país natal, a 
Colômbia, com dois fi lhos com destino para o bairro de Queens 
em Nova York, local onde seu marido vive. Chegando lá, ela é 
abandonada pelo marido e tem a difícil missão de viver com 
duas crianças em um local desconhecido e sem nenhum tipo 
de direito legal.
material complementar
NA WEB
Acesse o portal “e-Cidadania”, criado em 2012 pelo Senado Federal com o objetivo de estimular 
e possibilitar maior participação dos cidadãos, nas atividades legislativas, orçamentárias, de fi s-
calização e de representação do Senado.
WEB: https://www12.senado.leg.br/ecidadania
referências
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Número 2 Abr-Jun 2003. Disponível em: http://antigo.enap.gov.br/index.php?option=com_do-
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resolução de exercícios
1. b. Direitos civis, direitos políticos e direitos sociais.
2. a. Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, 
renda e seguridade social a todos os cidadãos.
3. c. Estão corretas apenas as afi rmativas I, III e IV.

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