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ROTEIRO TEÓRICO SISTEMA TEGUMENTAR 2020

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FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO  
FMRP- USP 
 
ROTEIRO TEÓRICO-PRÁTICO 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 
 
ELABORAÇÃO​:  
PROF. DR. LUÍS FERNANDO TIRAPELLI 
2020 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 
Os problemas cutâneos são encontrados com frequência. Como a pele espelha a condição geral do                             
paciente, muitas patologias sistêmicas podem ser acompanhadas de manifestações dermatológicas.                   
As condições e o aspecto da pele e de seus anexos influenciam significativamente a impressão                             
subjetiva de um ser humano. Para os médicos, eles fornecem informações sobre a idade, estilo de vida,                                 
saúde e condições gerais, bem como o humor de uma pessoa (expressão facial pelos músculos da                               
mímica).  
 
Tegumento é o conjunto de estruturas superficiais que reveste todo o 
corpo e que se dispõe em camadas em uma construção estratigráfica. Está 
constituído pela pele ou cútis (e seus anexos) e pela tela subcutânea ou 
hipoderme. 
Funcionalmente desempenha as seguintes funções: 
1) É uma ​barreira mecânica contra agentes, protegendo o corpo contra 
agressões mecânicas, físicas e químicas; ​isolante térmico (constitui a 
interface com um ambiente interno que muitas vezes apresenta 
temperatura diferente da do meio externo. A camada papilar da derme é 
rica em vasos sanguíneos que se dilatam quando o corpo quer se 
resfriar e se contraem quando o corpo quer manter o calor. O pelo e o 
tecido adiposo da tela subcutânea contribuem para o isolamento. A 
regulação térmica também é feita através da secreção de suor, já que 
sua evaporação resfria o corpo); ​excesso de radiação (a divisão celular 
é muito sensível a qualquer tipo de radiação. A camada germinativa 
contém células pigmentadas que sintetizam a melanina capaz de 
absorver os raios ultravioletas. Durante a exposição excessiva ao sol, a 
síntese de melanina aumenta, aumento também causado por radiação 
ionizante, como por exemplo o raio x); ​dessecação e contra a invasão de 
agentes estranhos (defesa imunológica: barreira eficiente contra 
bactérias e outros microrganismos. Contudo, ferimentos levam 
rapidamente à inflamações e formações de pus. A superfície levemente 
ácida “capa ácida” da pele, também evita a penetração de bactérias. A 
pele também participa de reações de defesa, no caso de infecções 
comuns como por exemplo, as erupções nos casos de sarampo, 
rubéola, catapora, etc); 
2) Mantém o ​equilíbrio hídrico (a pele minimiza a perda não controlada de 
água, evitando a desidratação. De forma adequada, o corpo perde cerca 
de meio litro de água diariamente e; por outro lado, evita, por exemplo, a 
entrada de água durante o banho) e ​térmico (por vasodilatação, 
vasoconstrição e sudorese); 
3) Responde pelas ​percepções sensoriais como tato, pressão, dor e 
temperatura da superfície corpórea em relação ao meio. Assim, tato e 
dor informam o corpo sobre o perigo e desencadeiam as medidas de 
proteção; 
4) Local de ​síntese de vitamina D que requer ativação de uma molécula 
precursora na pele por meio dos raios UV; 
5) Local de ​excreção, eliminando substâncias do corpo (como água e 
eletrólitos) principalmente lipossolúveis como vitaminas, assim como 
substâncias tóxicas, como solventes orgânicos e metais pesados; 
6) Abriga ​reserva energética na tela subcutânea, na escassez. Porém, em 
países industrializados, os indivíduos armazenam mais do que seria 
saudável. 
A pele ou cútis é formada por dois estratos superpostos: a ​epiderme 
(caracterizado por um epitélio estratificado queratinizado) e a ​derme ou cório 
(formado por tecido conjuntivo). Na pele são encontrados os anexos 
glandulares (glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias) e aglandulares 
(pelos e unhas). 
A tela subcutânea ou hipoderme constitui a camada mais profunda do 
tegumento e geralmente apresenta infiltração de gordura. 
 
Características gerais da pele 
A pele representa o órgão do corpo humano mais extenso, ocupando 
uma área de 1,5 a 2 m​2​. Pesa no total, em torno de 3 a 4kg e juntamente com o 
tecido adiposo subcutâneo, chega à aproximadamente 16kg. Sua espessura, 
de acordo com a região do corpo, varia entre 1 a 4mm. A pele reveste a 
superfície corpórea de forma contínua e relativamente impermeável e se 
continua com as mucosas nas aberturas externas dos órgãos dos sistemas 
digestório, respiratório e urogenital. 
Nas regiões de pele delgada possui entre 0,5 a 2mm e até 4mm nas regiões 
de pele espessa, como na palma da mão e planta do pé. 
 
Estrutura 
A pele ou cútis é formada pela epiderme e derme. 
 
 
 
 
EPIDERME 
A epiderme é avascular, representa o estrato mais superficial com 
espessura de 0,1mm na pálpebra e de até 1mm na palma da mão e planta do 
pé. 
Histologicamente é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, 
constituído por um estrato basal germinativo e um estrato córneo mais 
superficialmente. Estratos secundários são encontrados entre eles: espinhoso, 
granuloso e lúcido. 
1) Estrato germinativo​: responsável pela formação de novas células e 
renovação constante da pele; representa o plano mais profundo ou basal 
e está constituído por células prismáticas com núcleos ovoides com 
muitas mitocôndrias, que repousam sobre uma lâmina ou membrana 
basal. O citoesqueleto dessas células possui tonofilamentos que contém 
a proteína ​queratohialina que será transformada em queratina nas 
camadas mais superiores da epiderme; 
2) Estrato espinhoso​: formada por muitos planos, com células poliédricas 
mais largas que as células basais. Possuem prolongamentos curtos e 
delgados contendo tonofilamentos denominados processos espinhosos 
que servem de coesão entre as células e também com as células 
basais; 
3) Estrato granuloso​: três a cinco camadas de células achatadas e 
sobrepostas. Possuem grânulos citoplasmáticos escuros contendo a 
proteína queratohialina que transforma os tonofilamentos do 
citoesqueleto em queratina, assim como de grânulos lamelares que 
liberam lipídios entre as células; 
4) Estrato lúcido​: contém uma ou duas camadas de células achatadas e 
claras, além de grande quantidade de queratina. Transformação 
constantes de células em ceratoderma para fins de reposição da 
superfície do estrato córneo perdida por atrito. Está presente apenas na 
epiderme da pele espessa; 
5) Estrato córneo​: o mais superficial; está formado por diversas camadas 
de células achatadas que mais próximas à superfície são substituídas 
por queratina. Durante a queratinização, ocorre a condensação dos 
tonofilamentos e desidratação do estrato córneo. A secreção rica em 
lipídios liberada pelos grânulos lamelares das células granulosas está 
presente entre as células dos estratos lúcido e córneo, funcionando 
como uma barreira impermeável. 
 
​Portanto, a corneificação da epiderme ocorre do estrato mais profundo para o superficial, com                              
início na camada basal pela condensação dos tonofilamentos. O tempo médio para uma célula da                             
porção superior do estrato granuloso atingir a superfície córnea na epiderme é de aproximadamente 30                             
dias.  
 
A epiderme possui ainda três tipos celulares: ​os melanócitos, ascélulas 
de Langerhans e as células de Merkel. 
Os ​melanócitos (cerca de 5% do total de células da epiderme) estão 
presentes no estrato germinativo e são responsáveis pela produção de 
melanina, o principal pigmento que dá coloração à pele. 
As células de ​Langerhans (entre 2 a 3% do total de células da epiderme) 
estão presentes em toda a epiderme, mas principalmente no estrato espinhoso. 
Fazem parte do sistema imunológico como células apresentadoras de 
antígenos aos linfócitos. 
As células de ​Merkel (menos de 1% do total de células da epiderme e 
presentes principalmente na planta do pé e palma da mão) estão no estrato 
germinativo e juntamente com o disco tátil de alguns neurônios sensitivos, 
estão relacionados com o tato (mecanorreceptores). 
 
DERME 
Constitui a parte mais extensa da pele, proporcionando elasticidade 
(resistência à tração) a esta, mantendo-a sob uma pressão constante. É uma 
camada de ​tecido conjuntivo firmemente aderido à epiderme. Na transição 
epiderme-derme existe uma membrana basal constituída por fibras reticulares 
dispostas em plexo e aderidas à parte basal das células do estrato germinativo. 
É dotada de um plexo capilar (​subpapilar​) próximo ao limite 
dermo-epidérmico e um plexo vascular profundo (​subcutâneo​) no limite 
derme-tela subcutânea. Os plexos servem não são ao suprimento sanguíneo, 
mas também à regulação da temperatura corporal. 
A derme contém duas camadas: ​papilar e reticular​. 
A ​camada papilar é composta por ​tecido conjuntivo frouxo contendo fibras 
elásticas e apresenta as ​papilas ou cristas dérmicas​, dispostas abaixo do 
estrato germinativo epidérmico. Definidas como elevações que partem de uma 
base comum da derme e aumenta sua área de superfície; são importantes na 
nutrição da epiderme por difusão, principalmente onde a pele é mais espessa, 
como o dorso e as extremidades. Também apresentam receptores táteis e 
terminações nervosas de dor e temperatura. Possui o ​plexo capilar subpapilar​. 
A ​camada reticular está abaixo da papilar e acima da tela subcutânea. É 
formada por ​tecido conjuntivo denso não modelado (rico em fibras colágenas e 
elásticas), proporcionado resistência e grande capacidade de elasticidade e 
distensão. Contém vasos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
sudoríparas e terminações nervosas. 
Essa camada reticular da derme produz o couro após o curtimento. 
 
O estiramento excessivo da derme pode levar ao rompimento dessas fibras que são assim, notadas                             
na superfície da pele como linhas brancas e/ou avermelhadas denominadas ​estrias. 
 
 
A derme é bastante vascularizada e inervada, abrigando uma série de 
receptores especializados como: 1) as células de Merkel para sensação de 
pressão; 2) os corpúsculos de Meissner para o tato (presentes na camada 
papilar da derme); 3) os corpúsculos de Ruffini para sensações de distensão 
(presentes na camada reticula da derme); 4) os corpúsculos de Vater-Paccini 
para sensação de vibração; e 5) as terminações nervosas livres para 
sensações mecânicas, térmicas e/ou de dor. 
Além disso, a derme possui nervos (firas simpáticas), vasos linfáticos, 
células do sistema imunológico, melanócitos, glândulas sebáceas, glândulas 
sudoríparas, folículos pilosos e células musculares lisas. 
A ​elasticidade própria da pele permite os movimentos do corpo e garante 
sua continuidade e integridade total. É geralmente grande na criança e diminui 
progressivamente com a idade. A tensão da elasticidade apresenta variação de 
direção de acordo com a região corpórea, devido às variações na direção das 
fibras elásticas e principalmente colágenas da derme. São denominadas linhas 
de fenda ou de clivagem e devem ser acompanhada nas incisões da pele para 
facilitar a aproximação dos lábios da ferida. 
A superfície da pele possui relevos, sulcos, pregas e orifícios. Destacam-se 
os relevos da pele espessa, como nas palmas, nos dedos das mãos, nas 
plantas e dedos dos pés que formam cristas geralmente com disposições 
regulares retas ou apresentando curvas, separadas entre si por sulcos. 
A direção geral dos sulcos junto às articulações é denominada sulco de 
movimento. Nas regiões palmares das falanges distais são observadas cristas 
cutâneas dispostas no sentido longitudinal e circular, denominadas de 
impressões digitais​. Caracterizam cada indivíduo e são importantes na 
realização de dactilogramas, com interesse em medicina legal e na prática 
forense. 
A ​espessura da pele possui variação nas diferentes regiões do corpo, tanto 
pelo aumento da espessura da epiderme quanto da derme. De uma forma 
geral, as faces de extensão são mais espessas do que as faces de flexão. No 
dorso, também atinge grande espessura. 
 
Tipos de pele 
A maior parte da superfície corpórea contém pelos. Somente em alguns 
locais com grande atrito mecânico e espessa camada queratinizada, como nas 
palmas das mãos e plantas, nos lábios, nos lábios maiores da vulva e no 
prepúcio, não existem pelos. 
Pele com pelos​: a pele parece estar dividida por sulcos em pequenas áreas. 
Nestes sulcos encontram-se os pelos. 2) ​Pele glabra​: a pele sem pelos das 
áreas palmares e plantares é fixada profundamente (conexões fibrosas), 
permitindo assim um aperto de mão forte e um posicionamento seguro do pé. 
Assim, formam-se sulcos (padrão congênito) na epiderme, que são 
características para cada indivíduo e; portanto, como já descrito, empregados 
na criminologia para a identificação (impressões digitais). 
 
Cor da pele 
A cor da pele é dada pela ​melanina​, pela ​hemoglobina ​(pigmento sanguíneo 
que transporta oxigênio) e pelo ​caroteno​ presente no sangue. 
As variações na cor da pele dos grandes grupos raciais (branco, negro e 
amarelo) diferem na quantidade de melanina existente e não no número de 
melanócitos, pois este número é semelhante entre os indivíduos. Quando 
expostas às radiações, as células que contém a melanina aumentam sua 
quantidade e se expandem, dando uma cor característica à pele e protegendo 
o DNA da radiação UV. 
Os melanócitos estão em maior número principalmente nas mucosas, 
aréolas, papilas mamárias, grandes lábios, escroto e pênis. 
O caroteno é o pigmento amarelo-laranja que no organismo é encontrado 
no estrato córneo da epiderme, também na derme e tela subcutânea. É 
precursor da vitamina A. Dentre os carotenoides, o β-caroteno é o pigmento 
presente em diversos alimentos. Uma dieta rica nesse pigmento auxilia na 
produção de vitamina A, já que ele é um precursor dessa vitamina, além de 
antioxidante. 
Outro carotenoide é o licopeno (antioxidante) encontrado no tomate, 
melancia e goiaba, com efeito protetor anti-câncer. 
 
As doenças sistêmicas podem afetar a cor da pele; por exemplo, quando existe pouca oxigenação do                               
sangue, a pele pode mostrar-se azulada ou ​cianótica ​; na presença de ​icterícia​, pelo acúmulo de                             
bilirrubina no sangue, é amarelo-esverdeada ou quando existe febre, inflamação ou reações alérgicas,                         
pode tornar-se vermelho-ruborizada, caracterizando o ​eritema.   
 
 
 
Anexos da pele 
São os pelos, unhas e algumas glândulas exócrinas: sudoríparas, 
sebáceas, ceruminosase mamárias. Tem origem ou como invaginação do 
estrato basal da epiderme (os pelos e as glândulas) ou apenas como um 
espessamento do seu epitélio queratinizado (as unhas). 
 
Pelos 
Os pelos são pequenas hastes flexíveis de células corneificadas. Cobrem 
boa parte do corpo e estão ausentes nas palmas das mãos, plantas dos pés, 
pálpebras, lábios, face interna do prepúcio e dos pequenos e grandes lábios do 
pudendo e na glande do pênis; as denominadas áreas glabras. 
Característica dos mamíferos, são observados na fase fetal como uma 
cobertura aveludada, a lanugem. Em cada região, possuem características 
especiais e nomes diferentes: barba, bigode, cabelo, hircos, vibrissas, cílios, 
supercílios e púbicos. 
Possuem uma parte livre e visível na superfície, a ​haste​; e outra implantada 
na pele, a ​raiz​; sustentada e envolta por uma invaginação cutânea, o folículo 
piloso, sendo observado principalmente na derme, mas algumas vezes quando 
mais grossos, também na tela subcutânea. 
A ​haste possui três partes estruturais: a ​cutícula, o córtex e a medula​. O 
córtex é a camada principal, sendo como a medula, pigmentada com melanina 
e possuindo quantidade variável de ar. Esses dois fatores influenciam a 
coloração dos pelos, sendo o pelo grisalho, decorrente da diminuição 
progressiva da ​enzima tirocinase​, responsável pela produção de melanina. 
A raiz é implantada profundamente no bulbo do pelo e está envolvida por 
uma bainha radicular (camadas interna e externa). O bulbo possui uma camada 
germinativa denominada matriz e uma região escavada na sua base, a papila 
dérmica ou do bulbo piloso, responsável pela nutrição do folículo piloso em 
crescimento. 
Associados ao pelo existe uma glândula sebácea, um músculo liso (o 
músculo eretor do pelo) e, alguns pelos como os axilares, a presença de uma 
glândula sudorípara apócrina (que libera sua secreção com perda parcial do 
seu citoplasma). 
As glândulas sebáceas (as maiores estão na face e no couro cabeludo) 
compõem a estrutura do aparelho pilífero, estando quase sempre associados 
aos pelos. Contudo, existem regiões glabras contendo glândulas sebáceas: 
lábios, face interna do prepúcio (produzem o esmegma), glande, pequenos 
lábios e glândulas tarsais das pálpebras. 
Possuem uma parte secretora e o conduto excretor e são encontradas 
distribuídas amplamente pelo tegumento, exceto na pele espessa das faces 
palmares e plantares. São glândulas acinares ou alveolares e geralmente 
compostas. Algumas poucas são acinares simples, uma vez que suas células 
participam na formação do sebo cutâneo e são denominada de glândulas 
holócrinas (a célula toda se destaca da glândula ao levar consigo o produto de 
secreção acumulado). 
O sebo é composto por lipídios, proteínas e íons salinos, sendo liberado 
pelo ducto excretor, impermeabilizando assim o pelo e a superfície da 
epiderme, impedindo também a perda excessiva de água pela pele. 
Os pelos são considerados uma estrutura importante para efeitos de 
isolamento térmico, mas que foi evolutivamente perdendo e tornando-se pouco 
efetiva e regrediu. Hoje, contribuem para a aparência externa e conceitos 
estéticos. Também servem de proteção contra os raios UV e calor, além de 
sensações táteis. 
São resultado de um processo de queratinização que ocorre nos folículos 
pilosos que são invaginações da epiderme e em cuja base se encontram as 
células da matriz do pelo. 
São encontrados na vida pós-natal, dois ​tipos de pelos​: 
1) Velos: pelos macios que partem de folículos pilosos curtos em direção à 
epiderme. São delgados e quase não pigmentados, não possuem 
medula e correspondem aos pelos do lanugo ou lanugem fetal. Em 
crianças e mulheres cobrem a maior parte do corpo; 
2) Pelos terminais: são rígidos e longos e mais escuros e grossos, cujos 
folículos pilosos chegam à tela subcutânea. São pigmentados, possuem 
medula e estão presentes nos pelos do couro cabeludo, cílios, 
sobrancelhas, pelos pubianos, axilares e faciais e diferem entre os 
diferentes grupos raciais. São divididos em curtos (cílios e sobrancelhas) 
e longos (os demais). Seu desenvolvimento é governado por hormônios 
produzidos pelas gônadas (pouco pelo púbico pela baixa produção) e 
suprarrenal (densa pelugem pelo aumento de produção pelo seu córtex). 
O pelo cresce a partir da extremidade inferior da raiz: o bulbo do pelo. 
Crescem cerca de 1cm ao mês e o tempo médio de vida dos pelos terminais é 
de 3 a 5 anos. Após esse período eles caem e uma nova raiz pilosa é formada. 
Funções dos pelos: 1) ​isolamento do calor: (entre os pelos retém-se um 
“colchão de ar” que evita a perda de calor; 2) ​liberação de calor​: ao suar, a 
água evapora mais rapidamente da grande superfície formada por pelos, 
levando a um esfriamento mais rápido do corpo; 3) ​diminuição do atrito​: em 
locais de dobras cutâneas, por exemplo na região axilar e proximidades do 
ânus; 4) ​aprimoramento da sensação de toque​: pode funcionar como alavanca 
e transmitir os toques mais leves, de forma amplificada para os corpúsculos 
terminais dos nervos; 5) ​dimorfismo sexual​: pelos na parte inferior do abdome e 
barba nos homens. 
 
As ​glândulas sudoríparas são mais numerosas que as sebáceas e 
distribuem-se por todo o corpo. São classificadas como tubulosas simples 
enoveladas e formadas por um corpo ou novelo localizado na derme e por um 
ducto excretor que se abre em um orifício na superfície da pele ou poro 
sudorífero. 
São glândulas merócrinas, sem destruição ou lesão celular durante a 
secreção ou excreção do suor e subdividida quanto ao tipo de secreção que 
vinculam em glândulas ​écrinas e apócrinas. As primeiras são mais comuns 
(aproximadamente dois milhões, de maior distribuição na pele do corpo e 
encontradas em regiões com pelos e glabras). Sua secreção é importante na 
termorregulação e para manter o equilíbrio hídrico do corpo. Também 
juntamente com a secreção das glândulas sebáceas, desempenha papel 
bactericida na superfície da pele. Já as glândulas sudoríparas ​apócrinas se 
restringem à axila, prega inguinal, contorno do ânus e genitais externos. São 
mais volumosas que as écrinas com atividade secretora dependente da 
atividade sexual. O suor apócrino tem odor mais acentuado que o écrino. 
 
Algumas glândulas sudoríparas modificadas são encontradas no meato 
acústico externo: ​as glândulas ceruminosas​. Produzem o cerume, uma 
combinação das secreções das glândulas sebáceas e ceruminosas, importante 
para impedir a penetração de objetos estranhos na orelha externa. São 
aproximadamente 4000 glândulas que protegem a pele fina do meato acústico 
externo e sua secreção, a cera, retém e empurra a poeira, sujeira e inseto para 
o exterior e a cera também atua como uma substância que impede o 
crescimento de bactérias, por tornar a região ácida. 
 
As unhas (correspondem às garras e os cascos de outros vertebrados) 
são placas córneas protetoras localizadas nas extremidades das falanges 
distais das mãos e pés. A lâmina córnea ou unha é uma placa resistente, 
translúcida e ligeiramente convexa com três partes: 1) ​a raiz​, implantada no 
sulco ungueal e na parteproximal do leito ungueal; 2) ​um corpo​, que repousa 
sobre o leito ungueal e apresenta a lúnula (parte da matriz ungueal 
esbranquiçada e semilunar, na sua extremidade proximal) e; 3) ​a margem livre​, 
que pode estender-se além da parte distal dos dedos onde é cortada. 
O leito ungueal é o local sobre o qual a unha repousa. Possui um estrato 
germinativo responsável pela reposição da lâmina ungueal. Que é espesso na 
raiz e lúnula e denominado de matriz ungueal. 
Abaixo da margem livre, o ​hiponíquio prende a unha junto à parte distal do 
dedo. O ​eponíquio ou cutícula​ se fixa na margem proximal da unha. 
As unhas protegem as pontas dos dedos e permitem arranhar. Também 
oferecem transmissão aos corpúsculos nervosos, aumentando a sensação tátil. 
Possuem 0,5mm de espessura. Também colaboram na apreensão de objetos. 
A unha se forma a partir do hiponíquio, mais precisamente da parte clara, a 
lúnula. Ela cresce de 1 a 3mm por semana. Distúrbios no suprimento 
sanguíneo como em doenças graves, prejudicam a formação da unha. 
Consequentemente, aparecem linhas horizontais e colorações que ao longo do 
crescimento se deslocam em direção à margem livre. 
 
As ​manchas brancas nas unhas podem ser são causadas por variações hormonais, pequenos traumas                           
na matriz ungueal, como efeito colateral após quimioterapia, por vitiligo, por efeito colateral de                           
antibióticos, hanseníase, cirrose, tuberculose, entre outras. 
 
 
Quando se corta a unha de forma inadequada, uma ponta na margem livre 
pode encravar na pele (principalmente no pé). Isso gera uma porta de entrada 
para bactérias que causam inflamações dolorosas e ás vezes a formação de 
pus, requerendo intervenção cirúrgica. As pontas das unhas devem sobressair 
do leito da unha (hiponíquio). A transparência da unha e a riqueza de vasos 
sanguíneos do leito ungueal, conferem a cor rósea característica. Alterações de 
oxigenação sanguínea são observadas pela cor do leito ungueal. 
 
As ​glândulas mamárias também são glândulas sudoríparas modificadas do 
tipo tubuloalveolar composta responsáveis pela lactação. Estão localizadas na 
parede anterior do tórax (entre a 2​a e 6​a costelas) sobre os músculos peitoral 
maior e serrátil anterior e fixa pela fáscia peitoral, o ​ligamento retromamário​. 
Cada mama possui 15 a 20 lobos separados por tecido adiposo e 
sustentados por tecido conjuntivo, o ​ligamento suspensor da mama (= de 
Cooper). A mama pode apresentar o processo axilar, região também com 
tecido glandular. Em cada lobo são encontrados compartimentos menores, os 
lóbulos, que possuem um conjunto de glândulas secretoras, os alvéolos. 
Quando produzido, o leite é conduzido dos alvéolos por uma série de ductos 
intralobulares e destes para os ​ductos lactíferos que então se abrem ​na papila 
mamária. ​Os ductos lactíferos possuem expansões denominadas ​seios 
lactíferos, ​que armazenam parte do leite a ser ejetado. 
No sexo feminino, o aumento do volume das mamas ocorre a partir da 
puberdade (pelo aumento das taxas de hormônios ovarianos e também pela 
proliferação dos ductos durante o ciclo menstrual pelo estrógeno), pelo 
aumento do número de ductos lactíferos, do tecido conjuntivo e acúmulo de 
tecido adiposo. 
 
TELA SUBCUTÂNEA = HIPODERME 
Camada mais profunda do tegumento com espessura variável, dependendo 
do grau de infiltração de gordura, denominada de panículo adiposo. No 
homem, é maior na regiões glútea, raiz da coxa e parede ântero-lateral do 
abdome. Geralmente sua espessura aumenta com a idade nos dois sexos. 
Nessa camada são encontradas muitas veias, formando ​plexos venosos além 
de ​nervos cutâneos sensitivos​. 
Histologicamente, a tela subcutânea é formada por tecido conjuntivo frouxo 
com fibras colágenas e elásticas que delimitam lóbulos adiposos 
caracterizando um sistema de lamelas dispostas verticalmente, obliquamente e 
transversalmente. 
Possui três camadas: 1) ​areolar​: mais superficial e formada por traves 
conjuntivas dispostas perpendicularmente à superfície cutânea. Essas traves 
delimitam espaços ou lojas que contém tecido adiposo, importante na 
mobilidade da pele e no isolamento térmico do corpo. A variabilidade na 
distribuição de gordura dessa camada está associada aos fatores gerais de 
variação como idade. Sexo, biótipo e condição nutricional. Essa camada está 
praticamente ausente na pálpebra, no pescoço e no escroto, atingindo o 
máximo desenvolvimento na mama; 2) ​fáscia superficial​: é uma lâmina fibrosa 
de desenvolvimento variável. Pode ser espessa, delgada ou estar ausente ou 
pode ser substituída por musculatura cutânea lisa como o ​músculo dartos no 
escroto e aréolo-mamilar ou musculatura estriada esquelética cutânea como os 
músculos da mímica ou da expressão facial; 3) ​lamelar: é a mais profunda, 
possui fibras conjuntivas oblíquas entre a fáscia superficial e a fáscia muscular 
ou profunda. É mais facilmente identificada onde a pele possui mais mobilidade 
como nas faces extensoras. A gordura dessa camada é muito lábil pois é 
prontamente utilizada nas solicitações do organismo. Constitui o plano de 
escorregamento da pele e quanto menor a quantidade de gordura, maior será a 
mobilidade da pele no local. Na face e pescoço, a quantidade de gordura é 
mínima e ela pode se confundir com a fáscia superficial. Nessas regiões há 
maior deslizamento cutâneo sobre os músculos, favorecendo a expressão 
facial. 
Em algumas regiões como a fronte, os estratos areolar e lamelar não 
apresentam infiltração adiposa e se confundem com a fáscia superficial, 
formando uma membrana única denominada gálea aponeurótica. 
O tegumento é irrigado por artérias cutâneas e/ou por ramos arteriais 
musculares. Esses ramos formam uma ​rede subdérmica muito desenvolvida, 
considerada a principal rede arterial cutânea. Essa rede também nutre a tela 
subcutânea. A partir dela partem ramos que atingem as papilas dérmicas e 
constituem a ​rede papilar​, que formam os vasos próprios das papilas e por 
difusão também irrigam a epiderme. As pequenas veias e vênulas com origem 
nas papilas constituem a primeira ​rede venosa subpapilar que se unem a 
outras redes dérmicas e no seu limite inferior, recebe a drenagem venosa 
hipodérmica. 
No nariz, polpa dos dedos, leito ungueal, palmas das mãos, plantas dos pés 
e pavilhão auditivo, são observadas as ​anastomoses arteriovenosas​, um 
eficiente mecanismo termorregulador. 
Os ​vasos linfáticos cutâneos formam a rede linfática subpapilar no limite 
derme-tela subcutânea, subpapilar e uma terceira na camada profunda da tela 
subcutânea. Essa última transporta a linfa cutânea aos linfonodos superficiais. 
A ​inervação do tegumento possui fibras mielínicas e amielínicas. As fibras 
amielínicas são autônomas e principalmente simpáticas para a musculatura 
eretora do pele e para os vasos e glândulas sudoríparas. As fibras mielínicas 
são na maioria sensitivas com papel neurosensorial do trato epicrítico ou 
discriminativo e do trato protopático ou grosseiro, além da sensibilidade térmica 
e dolorosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES – AULA: SISTEMA TEGUMENTAR 
 
1. Após uma queda de bicicleta, umrapaz de 16 anos feriu seu escalpo. O 
ferimento tinha apenas 1,5cm de comprimento, mas em poucos minutos 
ele estava sentado em uma poça de sangue. O escalpo sangra tão 
profusamente de um ferimento pequeno pela presença de um grande 
número de artérias em uma das camadas do ​tegumento​. Em qual 
camada estão localizadas essas artérias? 
A. Papilar da derme; 
B. Areolar da tela subcutânea​; 
C. Reticular da derme; 
D. Lamelar da tela subcutânea. 
 
2. As ​anastomoses arteriovenosas localizadas na derme possuem 
importante função associada: 
A. À regulação térmica; 
B. À perda excessiva de água; 
C. À proteção contra o calor; 
D. À pigmentação da pele. 
 
3. Como o ​tegumento ​espelha a condição geral do paciente, muitas 
patologias sistêmicas podem ser acompanhadas de manifestações na 
superfície corpórea. Assim: a) as estrias; b) as varizes e; c) a 
termorregulação para a espermatogênese, estão associadas às 
seguintes camadas do tegumento, respectivamente: 
A. Papilar da derme - lamelar da tela subcutânea - epiderme; 
B. Areolar da tela subcutânea – reticular da derme - lamelar da tela 
subcutânea; 
C. Derme – areolar da tela subcutânea - lamelar da tela subcutânea; 
D. Epiderme – derme – areolar da tela subcutânea. 
 
4. Um jovem de 20 anos chega à emergência com uma lesão perfurante 
por arma branca no antebraço. Ao avaliar, o médico chama o residente e 
lhe diz que é “uma lesão superficial”. Como isso pode ser interpretado? 
A. Como uma lesão que atinja apenas a pele; 
B. Como uma lesão que atinja apenas o tegumento; 
C. Como uma lesão que atinja a fáscia muscular ou epimísio; 
D. Como uma lesão que atinja os vasos sanguíneos da derme. 
 
RESPOSTAS:​ 1.b; 2.a; 3.c; 4.b. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁTICAS 
 
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