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1 FISIOLOGIA DA PELE 1 Sumário Anatomia e Fisiologia da Pele ......................................................................... 3 Epiderme ......................................................................................................... 5 Derme .............................................................................................................. 8 Hipoderme.................................................................................................. 11 Estruturas Anexas ......................................................................................... 14 Unidade pilossebácea ................................................................................... 15 Glândulas sebáceas ...................................................................................... 17 Receptores Sensitivos da Pele ...................................................................... 25 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 27 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Anatomia e Fisiologia da Pele A pele é um órgão de composição complexa e estrutura própria, que se caracteriza por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas, distribuídos em camadas interdependentes. É o maior órgão do corpo humano, com área variando de 1,5 a 2 m2 no indivíduo adulto e peso de aproximadamente 15% do peso corporal. Tem aspecto, estrutura e funções variáveis, de acordo com a região do corpo. A pele é um órgão de defesa e de revestimento externo, com capacidade de se adaptar às variações do meio ambiente e às necessidades do organismo que protege, cobrindo-o em sua totalidade. É multifuncional, desempenhando funções essenciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas (químicas, físicas ou biológicas) e contra a perda de água e de proteínas para o meio externo. Recebe também estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura. Anatomicamente, a pele está estratificada em três camadas distintas, mas que, no funcionamento, estão intimamente relacionadas: epiderme, derme e hipoderme A terminologia tecido é interpretada equivocadamente, como sinônimo de pele ou tegumento, com frequência. Tecido é o agrupamento de células semelhantes, que executam funções específicas e em comum, e podem ser divididos em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Pele ou tegumento, por sua vez é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que funcionam em conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas tegumentares, além das estruturas anexas (unhas, pelos e glândulas), que auxiliam no exercício de suas funções. Estes componentes formam o sistema tegumentar (Figura 1). 4 Figura 1: A pele. Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. Figura 2. Fonte: www.zonamedica.com.ar O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. 5 A pele possui varias funções, entre elas: - Proteção - Barreira hídrica - Regulação da temperatura corporal - Excreção de sais - Síntese de vitamina D - Órgão sensorial Epiderme Aproximadamente 80% da epiderme é constituída de queratinócitos que são as células responsáveis pela formação do epitélio estratificado pavimentoso. Estas células possuem este nome devido a sua função essencial, que é a fabricação de queratina, uma proteína que preenche as células mais superficiais da epiderme para formar a camada córnea. A epiderme é avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco camadas, que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, sua espessura varia entre 0,007 a 0,12 mm. Com exceção das camadas mais profundas, é constituída por células mortas. As camadas são (Figura 2): Camada Basal (ou Germinativa): único estrato de células, em contato direto com a derme, que possui quatro diferentes espécies de células: queratinócitos produtores da queratina, proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele; melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios solares; células táteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células de Langerhans, espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos estranhos, sendo a primeira proteção contra patógenos. Com exceção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, para repor as células mortas da epiderme. 6 Camada Espinhosa: localizada acima da camada basal e formada por várias camadas, é composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno. • Queratinócitos – formato poligonal, achatado e com núcleo ovóide. • Grânulos lamelares • Importância: coesão das células da epiderme Camada Granulosa: composta por poucas camadas de células achatadas, que possuem grânulos contendo queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células, como prevenção à perda de água. Camada Córnea: composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em torno de 30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou cornificação é o processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. Este processo é importante para a função protetora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias, após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele encontra-se em constante renovação. Camada Lúcida: camada extra presente nas regiões palmoplanteres em que a pele é mais espessa e nos lábios, se situa entre a camada córnea e a granulosa. Esta camada possui células transparentes e achatadas. 7 Figura 2: A epiderme Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. € Vascularização A epiderme não possui vasos sanguíneos, esta se encontra intimamente apoiada à derme através deuma lâmina basal sendo, portanto a derme responsável pelo suporte sanguíneo da epiderme. 8 Derme A derme está localizada sob a epiderme e apresenta espessura variável de 0,3 a 3 milímetros, de acordo com a região do corpo. É um tecido de sustentação da epiderme, formado por um denso estroma fibroelástico de tecido conectivo, em meio à substância fundamental, que serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas e anexos cutâneos que derivam da epiderme. Os principais componentes da derme incluem o colágeno (70% a 80%), que confere a resistência; a elastina (1% a 3%), que dá a elasticidade; e os proteoglicanos, que constituem a substância amorfa em torno das fibras colágenas e elásticas; além de fibras proteicas, fibras de reticulina, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, órgãos sensoriais, folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas. Todo esse conjunto está envolvido pela substância fundamental, que contém, ainda, vários tipos celulares como fibroblastos, macrófagos, melanófagos, mastóci- tos, leucócitos (como neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e plasmócitos), linfócitos T e células dendrí- ticas, envolvidas com a defesa imunológica da pele. As fibras e a substância fundamental são produzidas pelos fibroblastos, as principais células da derme. Principais funções da Derme: - Sustentação - Preenchimento - Defesa - Nutrição - Transporte - Reparação Entre a epiderme e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as une firmemente. Os hemossideromas localizados inferiormente nos 9 queratinócitos e melanócitos permitem que a membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior se fixa à derme através das fibrilas de ancoragem da derme papilar. A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presentes na composição da derme tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são organizados em padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir linhas de tensão na pele, garantindo seu tônus. A derme se subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma mais profunda, a camada reticular. A primeira ocupa cerca de um quinto da derme, e apresenta projeções, as papilas, que vão em direção à epiderme. A camada reticular, por sua vez, possui grande quantidade de fibras, que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à pele. Camada Papilar: - Contato direto com a Epiderme - Fibras colágenas - Fibroblastos - Fibras elasticas delgadas Camada Reticular: - feixes espessos - – fibras colágenas e elásticas. Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas como os folículos pilosos e glândulas. Na derme também está presente a inervação da pele, composta por nervos e terminações nervosas, que conferem à pele a sensibilidade a pressão, temperatura, prurido, dor e tato. O sistema nervoso autônomo é responsável pela inervação motora da derme, e age nos músculos eretores do pêlo e contraem as células do músculo liso dos vasos. 10 Também, atua na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através da inervação da pele, ocorre a vasoconstricção, que impede a circulação do sangue nas arteríolas próximas à superfície, de forma a dificultar a perda de calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação sanguínea na derme. Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos, estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas estruturas são anastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraem para regular o fluxo periférico do sangue. Fonte: http://faqbio.blogspot.com A derme é dividida estruturalmente em camadas: a derme papilar (superficial), a derme reticular (profunda) e a derme perianexial. LEMBRE-SE 11 Hipoderme Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar A hipoderme (do grego hipo = abaixo; derma = pele), também denominada de tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, localizada abaixo da derme e unindo-a à fáscia muscular subjacente. Apesar de sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas, age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do corpo, protege contra traumas, atuando como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo. Principais funções: Sustentar e proteger órgãos; Promover isolamento térmico; Depositar material lipídio energético nos adipócitos; Distribuir substâncias e nutrientes no organismo. É um tecido complexo constituído por adipócitos, as células especializadas no armazenamento de gordura. A hipoderme atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico. Está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. 12 Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar Duas camadas podem ser detectadas: Camada areolar: é a mais superficial, caracterizada por adipócitos globulares e volumosos e numerosos e delicados vasos. Camada lamelar: mais profunda, apresentando aumento da espessura com ganho de peso (hiperplasia). Essas duas camadas são separadas pela lâmina fibrosa. Os vasos sanguíneos e linfáticos, os feixes nervosos e os folículos pilosos também atravessam a hipoderme. Abaixo do tecido subcutâneo encontra-se a fáscia muscular. As principais funções da hipoderme são: reservatório energético, isolante térmico, protetora contra choque mecânicos, modeladora da superfície corporal e fixadora dos órgãos. 13 Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar A espessura e a consistência da hipoderme variam individualmente e conforme as diferentes regiões do corpo. Nos mamilos, nádegas e abdome, a hipoderme é mais espessa e mole. Nos calcanhares, palmas e fronte, é menos espessa, menos fibrosa e menos elástica. As camadas da pele humana 1 2 Epiderme • é a camada mais superficial da pele e protege o corpo das agressões externas • não possui vasos sanguíneos • dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pelos, glândulas sudo- ríparas e glândulas sebáceas Derme • localizada entre a epiderme e a hipoderme, é responsável pela resistência e pela elasticidade da pele • na derme estão localizados os vasos sanguíneos e vários tipos de sensores de estímulos 3 Hipoderme • é a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células de gordura • atua como reserva energética e isolante térmico 14 Estruturas Anexas São estruturas derivadas do ectoderma, como pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas, que fixam-se na derme, através de uma invaginação na epiderme. A complexidade estrutural da pele, constituída por grande diversidade de células, com especificidades funcionais, confere a capacidade de executar. Funções metabólicas e de proteção contra agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos; Regulação da temperatura; Síntese de vitamina D; Percepção sensorial; Possibilita a identificação de pessoas, características faciais e cor da pele; Comunicação, através de expressões faciais e emissão de sinais emocionais; Papel importante no processo de cicatrização de feridas; Manifestação de sinais que indicam o estadoclínico da pessoa; Sofre modificações ao longo do desenvolvimento, sua aparência difere entre as faixas etárias, são influenciadas pelos hábitos de vida, ambiente e cultura. 15 Unidade pilossebácea As unidades pilossebáceas são encontradas em toda a superfície da pele, exceto nas palmas, plantas, nos lábios e na glande. São compostas por uma haste pilosa circundada por uma bainha epitelial contínua com a epiderme, uma glândula sebácea responsável pela lubrificação do pelo, músculo eretor que permite a movimentação do pelo e, em certas regiões, ducto excretor de uma glândula apócrina que desemboca acima da glândula sebácea. Fonte: http://www.clinicamaximus.com.br/ O pelo é constituído por células epidérmicas queratinizadas mortas e compactadas. Sua haste é composta por cutícula externa, córtex intermediário e medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhas radiculares externas e internas. A externa dá continuidade às células da camada espinhosa da epiderme superficial e a interna é formada por três camadas celulares distintas: camada de Henle, camada de Huxley e cutícula, formada por escamas que se entrelaçam com as escamas da cutícula do pelo. Na porção mais inferior do folículo piloso, há uma expansão denominada bulbo piloso, que contém a matriz do pelo. É na matriz que ocorre a atividade 16 mitótica e encontram-se os melanócitos, sendo, portanto, responsável pelo crescimento e pela pigmentação do pelo. Há dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, curto, delicado e claro, idêntico aos pelos velus do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e longo, encontrado nas axilas, nos cabelos, na barba e na região púbica. Lanugo. Fonte: Nelly B/Shutterstock Os pelos não crescem continuamente, mas de maneira cíclica, podendo-se identificar três fases distintas: Anágena: fase de crescimento ativo, com duração de 2 a 3 anos e corresponde a 85% dos cabelos; Catágena: fase de involução, com duração de 3 se- manas e corresponde a 1% dos cabelos; Telógena: fase de queda, com duração de 3 a 4 meses e corresponde a 14% dos cabelos (Figuras 2.6 A e B). 17 Fases do crescimento do pelo. Fonte: www.glas.com.br Glândulas sebáceas São glândulas holócrinas, cuja função é produzir o sebo. Ocorrem por toda a pele, exceto palmas e plantas, e seu controle é hormonal, especialmente andrógeno. O sebo é uma combinação de ésteres de cera, esqualeno, ésteres de colesterol e triglicérides, secretados por meio do ducto sebáceo na luz do folículo piloso. Recobre a superfície cutânea, atuando como lubrificante natural do pelo, além de evitar a perda de água pela camada córnea, proteger contra o excesso de água na superfície e ter ação bactericida e antifúngica. 18 As glândulas sebáceas possuem um ducto relativamente curto que termina, geralmente, no folículo piloso. Nas áreas onde não existem pelos, como nos lábios, as glândulas sebáceas eliminam sua secreção diretamente na superfície da pele. Essas glândulas são amplamente encontradas no couro cabeludo e apresentam- se ausentes na palma das mãos e na planta dos pés. As glândulas sebáceas sofrem alterações durante o desenvolvimento de uma pessoa em virtude das variações hormonais. À medida que uma pessoa se torna mais velha, por exemplo, observa-se que a glândula aumenta em tamanho, entretanto, a quantidade de glândulas permanece inalterada. Por volta dos 17 anos, os níveis máximos de produção sebácea são alcançados. Em mulheres, após a menopausa, a produção de sebo diminui, mas em homens permanece normal até aproximadamente os 80 anos. Figura: As glândulas sebáceas são responsáveis por produzir o sebo → O que é o sebo? O sebo é uma secreção produzida pelas glândulas sebáceas que se destaca por sua constituição oleosa. Ele é formado por triglicerídios, colesterol, ésteres de colesterol e ácidos graxos, além de porções da célula secretora. A função do sebo é lubrificar a superfície da pele e do pelo, aumentar a capacidade hidrofóbica da queratina e proteger os pelos. Além disso, o sebo possui ação bactericida. 19 Predisposição genética Há diversos genes implicados na regulação da produção de sebo, e por isso, determinadas pessoas apresentam maior tendência para apresentar a pele oleosa. Idade e género A produção de sebo aumenta desde o nascimento, e é máxima entre os 15 e os 35 anos, aproximadamente. Depois desse período, volta a diminuir de forma contínua. Em qualquer idade, a produção de sebo é maior no sexo masculino. 20 Clima Temperaturas mais elevadas tornam o sebo mais líquido, e por isso facilitam a sua saída da glândula sebácea. Por outro lado, quando a temperatura aumenta e em caso de elevada humidade atmosférica há maior produção de suor por outro tipo de glândulas, as glândulas sudoríparas, que agrava a sensação de oleosidade. Variações hormonais A secreção sebácea pode ser regulada por diversas hormonas, entre as quais: Testosterona e outros androgéneos, aumentam o tamanho das glândulas sebáceas e a sua atividade na síntese de lípidos Insulina, aumenta o tamanho das glândulas sebáceas Estrogéneos, parecem reduzir a produção de sebo Hormona libertadora de corticotropina (aumentada em situação de stress), aumenta o tamanho e a atividade das glândulas sebáceas na síntese de lípidos Assim, há uma maior produção de sebo no início da puberdade e antes do ciclo menstrual, nas mulheres, mas também em caso de uma alimentação inadequada ou de um estilo de vida desgastante. Por outro lado, determinadas doenças como a síndroma do ovário policístico podem estar envolvidas em desregulações hormonais. Estes fenómenos explicam em parte a variação do tipo de pele em diferentes locais do mundo, em espaços húmidos e de acordo com as estações do ano. Importante http://1.bp.blogspot.com/-iwC4QIDQ2yk/UQAHefIgl-I/AAAAAAABQe4/1K21aQ-nG9k/s640/What-causes-oily-skin-on-face.jpg 21 Medicação Alguns medicamentos podem aumentar a secreção sebácea. Por outro lado, qualquer medicamento tópico cuja fórmula seja constituída por uma grande percentagem ingredientes oleosos pode aumentar a oleosidade da pele, se aplicado em zonas críticas. → Problemas relacionados com as glândulas sebáceas Entre os principais problemas relacionados com as glândulas sebáceas, podemos destacar a acne e a hiperplasia sebácea. Veja abaixo um pouco mais sobre esses problemas: Acne: resulta da inflamação das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. Não provoca danos graves à saúde, entretanto, pode ser incômoda, desencadear cicatrizes, além de afetar psicologicamente o paciente em virtude do aspecto das lesões. Fonte: https://static.wixstatic.com/media/ Hiperplasia sebácea: Condição benigna em que ocorre proliferação na unidade sebácea. Pacientes com esse problema apresentam pápulas elevadas de coloração amarela pálida ou da cor da pele. 22 Glândulas sudoríparas écrinas Derivam da epiderme e não pertencem à unidade pilossebácea. Cada glândula é um túbulo simples com um segmento secretor enovelado, situado na derme, e um ducto reto que se estende até a superfície da pele. São inervadas por fibras simpáticas, mas têm a acetilcolina como mediador. Localizam-se em toda a superfície cutânea, exceto lábios, leitos ungueais e glande. Participam da termorregulação, produzindo suor hipotônico que evapora durante o calor ou estresse emocional. Glândulas sudoríparas apócrinas Derivam da epiderme e fazem parte da unidade pilossebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilosos. Localizam-se nas axilas, no escroto, no prepúcio, nos pequenos lábios, nos mamilos e na região perineal, além 23 de, modificadamente, nas pálpebras (glândulas de Moll), nas mamas (glândulasmamárias) e no conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem secreção viscosa e leitosa, constituída de proteínas, açúcares, amônio e ácidos graxos. O suor apócrino é inodoro quando atinge a superfície, mas as bactérias o decompõem, causando odor desagradável. São inervadas por fibras nervosas simpáticas e estão sob o controle dos hormônios sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios de espécies inferiores, cuja comunicação sexual se dá por meio de substâncias químicas. Glândulas apócrinas estão ligadas ao mesmo ducto das glândulas sebáceas, enquanto glândulas écrinas ligam-se diretamente a epiderme. Unhas São placas córneas, constituídas por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas, localizadas no dorso das falanges distais dos quirodáctilos e pododáctilos . São compostas por quatro partes: 1. Matriz: parte proximal recoberta por prega de pele (prega ungueal proximal); 2. Lâmina ungueal: aderida sobre o leito ungueal; 3. Dobras laterais: cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal; 4. Borda livre. 24 No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca na sua parte proximal, formando a lúnula. A matriz apresenta intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha. 25 Receptores Sensitivos da Pele Toda a superfície da pele tem receptores sensitivos, que captam sensações térmicas, mecânicos ou dolorosos. Os receptores sensitivos podem ser terminações nervosas livres ou terminações fechadas no interior de uma cápsula, formando os corpúsculos sensitivos. Os receptores sensitivos são: Terminações nervosas livres - São terminações nervosas formadas por um axônio ramificado. Distribuem-se por quase todas as partes do corpo e captam sensações mecânicas (pressão), térmicas (frio e calor) e principalmente dolorosas. Terminações nervosas do folículo piloso - São receptores formados por axônios que se encontram envolvendo o folículo piloso. Captam sensações mecânicas aplicadas contra o pelo. Corpúsculos de Ruffini - São receptores pequenos e pouco abundantes. Captam sensações térmicas de calor e se encontram incluídos no tecido conjuntivo. Corpúsculos de Vater-Paccini - Receptores que se apresentam sob a forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido conjuntivo, adquirindo o aspecto de uma cebola. São encontrados nas camadas profundas da pele, no tecido conjuntivo e nas articulações. Captam sensações de toque (tato) e de vibração. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/receptores-sensitivos-da-pele/66043 26 Discos de Merkel - São receptores formados por ramificações axonais (de axônios) com vários discos terminais que se associam a células epiteliais especializadas. Captam sensações de toque (tato) e de pressão. Corpúsculos de Meissner - São receptores pequenos formados por um axônio mielínico (axônio envolvido pela bainha de mielina). Encontram-se localizados nas saliências sem pelos, como nas partes mais altas das impressões digitais, nos mamilos e nos genitais. Captam sensações de toque (tato). Corpúsculos de Krause - São estruturas formadas por uma fibra nervosa, cuja terminação tem a forma de uma clava (bastão com uma das extremidades mais grossa). Estão localizados em regiões de limite da pele com a membrana mucosa, como ao redor dos lábios e dos genitais. Captam sensações térmicas de frio. 27 REFERÊNCIAS A PELE QUE HABITO. Pele oleosa pt.1| sinais e causas. A pele que habito, 2015. Disponível em: http://apelequehabitoblog.blogspot.com/2015/08/pele-oleosa- pt1-sinais-e-causas.html. Acesso em: 09/12/2019. ALBERTS et al. Biologia molecular da célula. Artes Médicas, Porto Alegre, 1997. BARBOSA, Fernanda de Souza. Modelo de impedância de ordem fracional para a resposta inflamatória cutânea/ Fernanda de Souza Barbosa. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011 CESTARI, Silmara da Costa Pereira. Dermatologia Pediátrica. Atheneu, 2012. CINGOLANI, Horácio. HOUSSAY, Alberto e cols. Fisiologia Humana. Artmed, 7ªed., 2004. FRANQUILINO, Érica. O tempo não para... Revista de Negócios da Indústria da Beleza, nº 87, Páginas 05-06, Outubro,2014. JARVIS, C. Exame Físico e Avaliação de Saúde para Enfermagem. 6. ed. Tradução de Denise Costa Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. PORTAL EDUCAÇÃO. Receptores Sensitivos da Pele. Portal Educação, 2019. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/receptores-sensitivos- da-pele. Acesso em: 09/12/2019. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Glândulas sebáceas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/glandulas-sebaceas.htm. Acesso em 09 de dezembro de 2019. VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. VILELA, Ana Luisa Miranda. Sistema Tegumentar: Estrutura do Tegumento (Pele). Anatomia e Fisiologia Humana. Disponível em: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php . Acesso em: 08/12/2019.
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