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A apostila em tese não é uma obra original e é fruto de compilação de diversos textos e mímeos. APOSTILA DE CONTABILIDADE COMERCIAL Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 2 1 – CONTABILIDADE COMERCIAL E SUA APLICAÇÃO 1.1 – A TRIBUTO DA CONTABILIDADE A Contabilidade permite o controle da movimentação do patrimônio da empresa. A Contabilidade Comercial é o ramo da contabilidade que possibilita o controle da movimentação do patrimônio das empresas comerciais (atividades que visam aproximar produtor do consumidor). O patrimônio da empresa é movimentado em função dos acontecimentos diários: compra, venda, pagamentos, recebimentos, perdas, ganhos, etc... 1.2 - CONTAS RETIFICADORAS Também chamadas de redutoras, são contas que, embora apareçam num determinado grupo patrimonial (Ativo ou Passivo) têm saldo contrário em relação às demais contas desse grupo. Desse modo, uma conta retificadora do Ativo terá natureza credora, bem como uma conta retificadora do Passivo terá natureza devedora. As contas retificadoras reduzem o saldo total do grupo em que aparecem. REDUTORAS DO ATIVO Estas são contas do Ativo com características de contas do Passivo, assim sendo têm funcionamento inverso as do Passivo, estas contas ficam do lado esquerdo do balanço e devem sempre apresentar saldos credores. Para que uma conta do Ativo tenha um saldo credor é necessário que os aumentos e diminuições nela ocorridos sejam assim registrados: As diminuições geram lançamentos a débito e os aumentos a crédito. ► No Ativo Circulante: • Duplicatas Descontadas • Provisões para créditos de liquidação duvidosa • Outras provisões ► No Ativo Permanente • Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos • Depreciação Acumulada • Exaustão Acumulada • Amortização Acumulada REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Estas são contas do Patrimônio Líquido com características do Ativo, assim sendo, têm função inversa as do Ativo, estas contas ficam do lado direito do balanço e devem sempre apresentar saldos devedores. ► No Patrimônio Liquido (PL) http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 3 • Capital a Realizar ou a Integralizar • Prejuízos Acumulados • Ações em Tesouraria Para efeitos didáticos trataremos neste momento das Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa; Depreciação, Exaustão, Amortização e Capital a Realizar. O tópico Duplicatas Descontadas será tratado futuramente, ainda nesta disciplina, dentro da temática captação de recursos; e as Provisões para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos, Prejuízos Acumulados e Ações em Tesouraria em disciplinas futuras. 1.2.1 – PROVISÕES PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA - PCLD CONCEITO Essa provisão deve ser feita para cobrir as perdas estimadas na cobrança das contas a receber, embora as despesas com esta provisão não sejam mais dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social. Desde o ano-calendário 1997, a legislação fiscal não mais permite a dedutibilidade dessa provisão (Lei n.º 9.430/96 e IN SRF nº 93/97), possibilitando, em vez disso, às empresas deduzir as perdas efetivas no recebimento de créditos, na forma e nos prazos previstos na referida legislação fiscal, conforme será discutido no tópico “d” deste item (o sentido do termo perdas utilizado na legislação fiscal difere do sentido contábil). No passado, a legislação fiscal permitia que se usasse um percentual (numa época foi 3%, noutra 1,5%) sobre o saldo de duplicatas a receber para determinar a expectativa de perdas com devedores duvidosos. Dessa forma, constituía-se a conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, redutora do grupo Clientes, e, em contrapartida, debitava-se uma conta de despesa com devedores duvidosos. O nome Provisão para Devedores Duvidosos não é o mais adequado, uma vez que a dúvida não recai sobre quem é o devedor, mas se este honrará sua dívida, portanto, entendemos que a rubrica mais pertinente seja Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. Todavia, embora a legislação fiscal tenha criado grandes restrições para o reconhecimento da perda antes de sua efetiva concretização, princípios contábeis e a legislação societária mantêm sua posição de que a empresa deve constituir a provisão para perdas com base na expectativa de perda e, ao final do exercício social, deve computar o valor da referida perda entre as inclusões do LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real), para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 4 FORMA DE APURAÇÃO DA PROVISÃO A apuração do valor da provisão pode variar, pois cada empresa pode ter aspectos peculiares a respeito de seus clientes, ramo de negócios, situação do crédito em geral e a própria conjuntura econômica do momento. É, portanto, importante serem considerados todos esses fatores conhecidos na estimativa do risco e na expectativa de perdas com as contas a receber, que devem estar cobertas pela provisão. Assim, algumas considerações importantes quanto aos critérios para sua apuração devem ser feitas: a) deve ser baseada na análise individual do saldo de cada cliente: Esse trabalho deve ser feito com base na posição analítica por duplicata dos clientes na data do balanço e em conjunto com os responsáveis pelos setores de vendas e crédito e cobrança, de forma a exercer um julgamento adequado dos saldos incobráveis; b) deve ser devidamente considerada a experiência anterior da empresa com relação a prejuízos com contas a receber: Essa análise pode ser feita por meio da comparação dos saldos totais de clientes ou de volumes de faturamento com os prejuízos reais ocorridos em anos anteriores na própria empresa. Complementando essa análise, é importante a contribuição dos elementos ligados aos setores de vendas e crédito e cobrança, com sua experiência e conhecimento dos clientes; c) devem ser também consideradas as condições de venda: Obviamente, a existência de garantias reais anula ou reduz as perspectivas de perdas; d) atenção especial deve ser dada às contas atrasadas e a clientes que tenham parte de seus títulos em atraso: Nesses casos, é importante a preparação de uma análise das contas a receber vencidas, preferencialmente comparativa com períodos anteriores. Nessa técnica, as contas são agrupadas em função de seus vencimentos, como vencidas há mais de um ano, entre 180 dias e um ano, entre 90 e 180 dias etc. Por meio dessa técnica, pode-se medir a tendência dos clientes em atraso e a probabilidade de perdas, além da eficiência do sistema de crédito utilizado e do próprio serviço de cobrança. O objetivo é sempre chegar a um dimensionamento adequado da provisão. Essa análise por “idade” de vencimento é particularmente importante nos casos em que há quantidade muito grande de clientes, em que o risco está pulverizado. Como se verifica, temos como prática comum e adequada: ✓ determinar o valor das perdas já conhecidas com base nos clientes atrasados, em concordata, falência ou com dificuldades financeiras; ✓ estabelecer um valor adicional de provisão para cobrir perdas prováveis, mesmo que ainda não conhecidas por se referirem a contas a vencer, mas comuns de ocorrer, com base na experiência da empresa, tipo de clientes etc. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 5 A título de exemplificação, tomemos os percentuais dispostos na Resolução BACEN nº 2682/1999: ATRASO RISCOPERCENTUAL APLICADO 1 a 14 dias Nível A 0,5% 15 e 30 dias Nível B 1% 31 e 60 dias Nível C 3% 61 a 90 dias Nível D 10% 91 a 120 dias Nível E 30% 121 a 150 dias Nível F 50% 151 a 180 dias Nível G 70% superior a 180 dias Nível H 100% CONTABILIZAÇAO A constituição dessa provisão tem como contrapartida contas de despesas operacionais (Despesas com Vendas). Quando um saldo se torna efetivamente incobrável, ou seja, quando se esgotaram sem sucesso os meios possíveis de cobrança, sua baixa da conta de clientes deve ser feita tendo como contrapartida a própria provisão. Vejamos um caso prático de contabilização, inclusive para recuperações de contas já baixadas contra provisão. Realização da PCLD D — Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa C — Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa Reversão da PCLD D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa C – Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa Cliente pagou no exercício D – Caixa / Banco c/ Movimento C – Contas a Receber Cliente não pagou no exercício D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa C – Contas a Receber Cliente pagou fora do exercício devido D – Caixa / Banco c/ Movimento C – Outras Receitas http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 6 EXEMPLO: Suponhamos que os saldos iniciais de contas a receber e da PCLD de determinado período sejam segregados por classe de risco e sejam assim compostos: ATRASO CLIENTE VALORES A RECEBER PERCENTUAL APLICADO PCLD1 61 a 90 dias A 100.000,00 10% 10.000,00 91 a 120 dias B 50.000,00 30% 15.000,00 121 a 150 dias C 25.000,00 50% 12.500,00 151 a 180 dias D 10.000,00 70% 7.000,00 superior a 180 dias E 5.000,00 100% 5.000,00 TOTAL 190.000,00 49.500,00 a) Realização da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa com base na planilha anterior. Constituição da PCLD D — Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa 49.500 C — Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa 49.500 b) Clientes da classe A pagaram $ 90.000 dos $ 100.000 que deviam e não há perspectiva de recebimento da diferença. Os lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes: Recebimento de clientes classe A D — Caixa C — Contas a receber classe A R$ 90.000 Portanto, a PCLD foi exata para amortecer a perda ocorrida, tendo sido: Baixa de Clientes Classe A D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida C – Contas a Receber Classe A – R$ 10.000 c) Clientes classe B pagaram $ 30.000 dos $ 50.000 que deviam. A PCLD desse cliente era de $ 15.000 e o saldo líquido a receber era de $ 35.000, superior ao valor recebido. Portanto, a PCLD foi insuficiente para amortecer a perda ocorrida, tendo sido realizada integralmente e também havendo efeito no resultado pelo registro da perda ocorrida no período por causa da 1 Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – PCLD: Apurado pela multiplicação dos valores a receber vezes o percentual de perda. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 7 insuficiência da PCLD ($ 5.000). Os lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes: Recebimento de clientes classe B D — Caixa C — Contas a receber classe B R$ 30.000,00 Baixa de Clientes Classe B D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida C – Contas a Receber Classe A – R$ 15.000 Reconhecimento das perdas dos clientes classe B D — Perdas com incobráveis C — Contas a receber classe B R$ 5.000 d) Clientes classe C pagaram integralmente os $ 25.000 que deviam, não havendo perda alguma. Como havia a PCLD de $ 12.500, e esta não foi utilizada, deve-se reverter seu saldo para o resultado. Os lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes: Recebimento de clientes classe C D — Caixa C — Contas a receber classe C R$ 25.000 Reversão da PCLD D — PCLD classe C C — Outras receitas operacionais R$ 12.500,00 (ou recuperação de despesas) Obs.: Ao invés de realizar a reversão também é possível aproveitar o valor para realização da Provisão para o período seguinte. e) Clientes classe D pagaram $ 2.000 dos 10.000 que deviam, e entraram em processo de falência, não havendo qualquer expectativa de receber o saldo remanescente. Portanto, a PCLD deve ser integralmente realizada e o saldo a receber remanescente deve ser lançado como perda com incobráveis. Os lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes: Recebimento de clientes classe D D — Caixa C — Contas a receber classe D R$ 2.000,00 Baixa de Clientes Classe D D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida C – Contas a Receber Classe A – R$ 7.000 http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 8 Reconhecimento das perdas dos clientes classe D D — Perdas com incobráveis C — Contas a receber classe D R$ 1.000,00 f) Um antigo Cliente E pagou o valor de $ 5.000 de dívidas que já haviam sido consideradas incobráveis em períodos anteriores. Nesse caso houve uma recuperação de crédito, e esta deve ser registrada na conta de resultado Outras Receitas Operacionais. Os lançamentos contábeis são os seguintes: Recebimento do Cliente F D — Caixa C — Outras Receitas Operacionais R$ 5.000,00 (Recuperação de Créditos) 1.2.2 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO DEPRECIAÇÃO Fenômeno contábil que expressa a perda de valor que os valores imobilizados de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão. Conceitua- se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a depreciação dos demais bens há de ser registrada como despesa operacional: O lançamento característico da depreciação é: D - Despesas (ou custo) de Depreciação C - Depreciação Acumulada A conta devedora é de resultado e representa o encargo econômico suportado pela entidade. A conta credora retifica o bem do ativo sujeito a depreciação. Integra o Balanço Patrimonial, sendo demonstrada juntamente com a conta do bem que ela retifica, em subtração a seu saldo. NOTA: o encargo de depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 9 O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem a que se refere corrigido monetariamente. O mesmo se aplica à amortização e à exaustão. Os encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase pré-operacional serão escriturados no ativo diferido para posterior amortização, no prazo mínimo de cinco anos e máximo de dez anos. Não é admitido o registro de quota de depreciação em relação aos seguintes bens: • terrenos, salvo em relação aos melhoramentos e construções; • prédios e construções não alugados nem utilizados por seu proprietário na produção de seus rendimentos ou imóveis destinados à venda; • bens que normalmente aumentamde valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades; • bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão. MÉTODO LINEAR: A taxa de depreciação é obtida da seguinte forma: 100% = Taxa de Depreciação Tempo de Vida Útil Segue abaixo a tabela de taxas aplicáveis aos bens de ocorrência mais usual: Tipo Anos de Vida Útil Taxa Anual Edifícios 25 anos 4% Máquinas e Equipamentos 10 anos 10% Instalações 10 anos 10% Móveis e Utensílios 10 anos 10% Equipamentos de Informática 5 anos 20% Ferramentas 5 anos 20% Motocicletas 4 anos 25% Veículos de passageiros 5 anos 20% Veículos de transporte de mercadorias 4 anos 25% DEPRECIAÇÃO ACELERADA A depreciação pode ser normal ou acelerada, diferenciando-se apenas pela variação da taxa de depreciação aplicável, que poderá variar conforme o número de turnos de utilização do bem a ser depreciado. Cada turno corresponde a um período de oito horas. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 10 Assim, para a depreciação acelerada será aplicado um dos seguintes coeficientes sobre a taxa nominal utilizável: ✓ coeficiente 1,0 para um turno de oito horas de operação; ✓ coeficiente 1,5 para dois turnos de oito horas de operação; ✓ coeficiente de 2,0 para três turnos de oito horas de operação. Exemplo: Um bem, valor de R$ 20.000, cuja taxa normal de depreciação de 10% a.a., no ano de x2 operou durante dois turnos de oito horas cada, diariamente. Neste caso, sua taxa anual de depreciação será acelerada, obtida multiplicando- se a taxa normal pelo coeficiente 1,5. Assim: 10% a.a. X 1,5 = 15% a.a. Ou seja, 20.000 x 15% = 3.000. Logo, o lançamento adequado seria: D – Despesa com Depreciação C – Depreciação Acumulada R$ 3.000 DEPRECIAÇÃO POR SOMA DOS DÍGITOS Método de depreciação acelerada quando um bem sofre um desgaste significativamente maior nos primeiros anos de sua existência. Exemplo: Um bem, valor de R$ 20.000, com vida útil de 5 anos. 1º - Soma-se o tempo de vida útil: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 2º - O somatório do tempo de vida útil é atribuído ao denominador 3º - a taxa é composta pelo numerador (tempo de vida útil de forma decrescente) / somatório de tempo de vida útil Ano 1 = 5/15 Ano 2 = 4/15 Ano 3 = 3/15 Ano 4 = 2/15 Ano 5 = 1/15 DepreciaçãoAno1 = 20.000 * (5 /15) DepreciaçãoAno1 = 6.666,67 http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 11 AMORTIZAÇÃO Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos do exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É a recuperação econômica do capital aplicado em: I – Despesas que contribuam para formação do resultado de mais de um exercício social. Exemplos: Despesas pré-operacionais, Despesas com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos; II – Direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens cuja utilização tenha prazo legal ou contratual limitado e desde que em nenhuma hipótese caiba indenização, como: a) bens intangíveis ou direitos de uso, como, por exemplo: patentes de invenção. Fórmulas e processos de fabricação; b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao final do prazo de concessão; c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio; d) custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por terceiros; e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas. A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o números de anos restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais em que deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas no ativo diferido. A amortização dos componentes do ativo diferido sujeita-se a dois prazos: a) um mínimo de cinco anos, para fins fiscais; b) um máximo de dez anos, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que possuam escrituração contábil regular. O lançamento característico da amortização é: D – Despesas c/ Amortização C - Amortização Acumulada EXAUSTÃO Fenômeno patrimonial que caracteriza a perda de valor que sofrem as imobilizações suscetíveis de exploração e que se esgotam no correr do tempo, como, por exemplo, as reservas minerais e vegetais (bosques, florestas, jazidas etc.). http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 12 Corresponde à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais ou florestais ou de bens aplicados nessa exploração. O lançamento característico da exaustão é: D – Despesa c/ Exaustão C - Exaustão Acumulada 1.2.3- DESCONTO DE DUPLICATAS É uma operação financeira de curto prazo, na qual a empresa obtém recursos nos bancos. Para realizar essa operação, é preciso ter feito vendas a prazo, obtendo as duplicatas de venda mercantil. A instituição financeira aplica uma taxa de desconto sobre o valor nominal do título, cobrando, também, tarifas e IOF, creditando à empresa tomadora o valor líquido (valor nominal dos títulos menos os encargos financeiros). A empresa que desconta duplicatas é responsável pelo seu pagamento ao banco, portanto, se a duplicata for liquidada em dia, o banco fica com o valor pago pelo sacado. Caso o pagamento não ocorra no vencimento, dois ou três dias após, o banco debita o valor da duplicata na conta da empresa que fez o desconto. Quando uma empresa desconta duplicatas de sua emissão nos bancos, deve contabilizar o seu valor em conta específica (Duplicatas Descontadas), retificadora do saldo da conta de Duplicatas a Receber, no ativo circulante. Os valores cobrados pelo banco representam despesas antecipadas, que devem ser registradas em conta própria, também no ativo circulante, e apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos, conforme o regime de competência. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 13 1.2.4 – CONTAS REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL A INTEGRALIZAR Ao constituir uma empresa, a parte referente ao “investimento” inicial realizado pelo dono e/ou sócios. Quando o sócio não intregraliza totalmente o valor referente ao montante descrito no Contrato Social da Empresa a conta Capital a Integralizar é a conta que deverá identificar essa situação. O Capital Social Subscrito pode também ser chamado simplesmente de Capital Social. O Capital Social Integralizado é o capital social menos o capital a integralizar, ou seja, representa o capital efetivamente entregue pelos sócios em favor da empresa. O Capital Social Não-Integralizado corresponde a parte ainda não disponibilizada pelos sócios em favor da empresa, pode ser chamado de Capital a Realizar ou Capital a Integralizar Exemplo: Considerando que o Capital Social estabelecido no contrato social da empresa seja da ordem de R$ 100.000, se... a) for integralizado no ato, em moeda corrente nacional: D – Caixa / Bancos c/ Movimento C - Capital Social R$ 100.000,00 b) parte for integralizado no ato e à vista e o restante a prazo: Exemplo – 70% à vista e 30% a prazo D - CaixaR$ 70.000 D - Capital a Integralizar R$ 30.000 C – Capital Social R$ 100.000 Vale ressaltar que o Capital Social poderá ocorrer em Bens e Direitos, ou seja, em espécie (dinheiro), em valores a receber, bens, entre outros. PREJUÍZOS ACUMULADOS Prejuízos Acumulados: resulta do confronto entre as receitas, operacionais e não-operacionais, custos e despesas operacionais, provisões e outros valores que forem transferidos para o resultado do exercício, em que o saldo líquido apurado na demonstração do resultado do exercício, quando negativo, denomina-se prejuízo contábil, e quando positivo, lucro contábil. http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 14 Exemplo: Transferência do resultado do exercício que foi deficitário da ordem de R$ 30.000 D –Prejuízos Acumulados 30.000 C - Resultado do Exercício ou ARE 30.000 AÇÃO EM TESOURARIA Ações em Tesouraria: As ações em tesouraria são àquelas emitidas por uma companhia e que foram posteriormente adquiridas (recompradas), no mercado, por essa mesma companhia. Na maioria das vezes, a empresa opta pela recompra das ações como forma de obter ações para os programas de incentivo de empregados, ou para mais tarde serem dadas na forma de proventos aos acionistas da empresa, ou até mesmo para revede-la no futuro. Exemplo: Emissão de ações no valor de R$ 60.000 D – Ações em Tesouraria 60.000 C - Capital Social 60.000 Exemplo: Venda de ações no mercado financeiro no valor de R$ 40.000 D – Banco c/ Movimento 40.000 C - Ações em Tesouraria 40.000 http://www.unicarioca.br/index.php A apostila em tese não é uma obra original e é fruto de compilação de diversos textos e mímeos. APOSTILA DE CONTABILIDADE COMERCIAL Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 2 2.0 – CONTAS REDUTORAS DE PASSIVO E PL 2.1 – CONTA REDUTORA DO PASSIVO 2.1.1- DESCONTO DE DUPLICATAS É uma operação financeira de curto prazo, na qual a empresa obtém recursos nos bancos. Para realizar essa operação, é preciso ter feito vendas a prazo, obtendo as duplicatas de venda mercantil. A instituição financeira aplica uma taxa de desconto sobre o valor nominal do título, cobrando, também, tarifas e IOF, creditando à empresa tomadora o valor líquido (valor nominal dos títulos menos os encargos financeiros). A empresa que desconta duplicatas é responsável pelo seu pagamento ao banco, portanto, se a duplicata for liquidada em dia, o banco fica com o valor pago pelo sacado. Caso o pagamento não ocorra no vencimento, dois ou três dias após, o banco debita o valor da duplicata na conta da empresa que fez o desconto. Obs.: O Manual de Contabilidade Societária (FIPECAFI), no seu item 17.1.3 “Financiamentos bancários a curto prazo” define que a conta desconto de duplicatas (duplicatas descontadas) deverão ser registradas no Passivo Circulante, sendo que os encargos financeiros cobrados pelo banco serão classificados no Balanço como redução do passivo correspondente, na conta Encargos Financeiros a Transcorrer. Os valores cobrados pelo banco representam despesas antecipadas, que devem ser registradas em conta própria, também no ativo circulante, e apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos, conforme o regime de competência. CONTABILIZAÇÃO Suponha que o gestor de uma empresa esteja com uma carteira de duplicatas no valor de R$ 50.000, emitida contra seus clientes e com vencimento em 45 dias. Fazendo uma análise de sua projeção de caixa, verifica que terá necessidade de recursos durante o próximo mês. Sua projeção também indica que será uma necessidade passageira devido a um declínio sazonal das vendas. Assim, o gestor resolve descontar essas duplicatas em um banco, no dia 01 de dezembro de 20X6, a uma taxa de juros de 3% ao mês, e valor de IOF de R$ 93,75, o banco aplica o desconto sobre as duplicatas: http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 3 Onde: D = Desconto VF = Valor nominal da duplicata i = taxa de desconto n = prazo da duplicata VP = Valor Presente (líquido creditado para a empresa) D = VF x i x n D = 50.000 x 0,03 x 45 30 D = 50.000 x 0,03 x 1,5 D = 2.250 VP = VF – D VP = 50.000 – 2.250 VP = 47.750,00 E com desconto de IOF de 93,75, sendo VP= 47.750,00-93,75=47.656,25 Na data do desconto do título (01/12/20X6) Débito: Bancos c/ Movimento R$ 47.656,25 Crédito: Duplicatas Descontadas R$ 47.656,25 Histórico: Desconto de duplicatas conforme borderô anexo. Débito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 2.343,75 Crédito: Duplicatas Descontadas R$ 2.343,25 Histórico: juros incidentes sobre desconto de duplicatas. No dia 31 de dezembro, para apurar o resultado, parte dos encargos será lançada como despesa do exercício de 20X6: Débito: Despesas Financeiras R$ 1.562,50 Crédito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 1.562,50 Histórico: Apropriação de encargos financeiros referentes ao exercício. No dia 15 de janeiro, pela liquidação do título: Débito: Duplicatas Descontadas R$ 50.000 Crédito: Duplicatas a Receber R$ 50.000 Histórico: Pela liquidação das duplicatas nº XX. Débito: Despesas Financeiras R$ 781,25 Crédito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 781,25 Histórico: Juros sobre desconto de duplicatas referente à Jan/ 20X7. Caso os clientes não efetuem os pagamentos no vencimento, o banco debitará a conta da empresa e o lançamento em sua contabilidade será: http://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 4 Débito: Duplicatas Descontadas R$ 50.000 Crédito: Bancos c/ Movimento R$ 50.000 2.2. – CONTAS REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.2.1-CAPITAL A INTEGRALIZAR Ao constituir uma empresa, a parte referente ao “investimento” inicial realizado pelo dono e/ou sócios. Quando o sócio não intregraliza totalmente o valor referente ao montante descrito no Contrato Social da Empresa a conta Capital a Integralizar é a conta que deverá identificar essa situação. O Capital Social Subscrito pode também ser chamado simplesmente de Capital Social. O Capital Social Integralizado é o capital social menos o capital a integralizar, ou seja, representa o capital efetivamente entregue pelos sócios em favor da empresa. O Capital Social Não-Integralizado corresponde a parte ainda não disponibilizada pelos sócios em favor da empresa, pode ser chamado de Capital a Realizar ou Capital a Integralizar Exemplo: Considerando que o Capital Social estabelecido no contrato social da empresa seja da ordem de R$ 100.000, se... a) for integralizado no ato, em moeda corrente nacional: D – Caixa / Bancos c/ Movimento C - Capital Social Subscrito R$ 100.000,00 b) parte for integralizado no ato e à vista e o restante a prazo: Exemplo – 70% à vista e 30% a prazo D - Caixa R$ 70.000 D - Capital a Integralizar R$ 30.000 C – Capital Social Subscrito R$ 100.000 Vale ressaltar que o Capital Social poderá ocorrer em Bens e Direitos, ou seja, em espécie (dinheiro), em valores a receber, bens, entre outros. 2.2.2- PREJUÍZOS ACUMULADOS Prejuízos Acumulados: resulta do confronto entre as receitas, operacionais e não-operacionais, custos e despesas operacionais, provisões e outros valores que forem transferidos para o resultado do exercício, em que o saldo líquidohttp://www.unicarioca.br/index.php Associação Carioca de Ensino Superior Centro Universitário CARIOCA Apostila de Contabilidade Comercial 5 apurado na demonstração do resultado do exercício, quando negativo, denomina-se prejuízo contábil, e quando positivo, lucro contábil. Exemplo: Transferência do resultado do exercício que foi deficitário da ordem de R$ 30.000 D –Prejuízos Acumulados 30.000 C - Resultado do Exercício ou ARE 30.000 2.2.3-AÇÃO EM TESOURARIA Ações em Tesouraria: As ações em tesouraria são àquelas emitidas por uma companhia e que foram posteriormente adquiridas (recompradas), no mercado, por essa mesma companhia. Na maioria das vezes, a empresa opta pela recompra das ações como forma de obter ações para os programas de incentivo de empregados, ou para mais tarde serem dadas na forma de proventos aos acionistas da empresa, ou até mesmo para revede-la no futuro. Exemplo: Emissão de ações no valor de R$ 60.000 D – Ações em Tesouraria 60.000 C - Capital Social 60.000 Exemplo: Venda de ações no mercado financeiro no valor de R$ 40.000 D – Banco c/ Movimento 40.000 C - Ações em Tesouraria 40.000 http://www.unicarioca.br/index.php 3.0 – OPERAÇÕES COMERCIAIS 3.1 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES Antes de estudarmos os métodos de avaliação de estoques, vamos verificar o que diz a legislação do Imposto de Renda: Decreto 3000/99 – Regulamento do Imposto de renda – RIR/99 Subseção III Custo dos Bens ou Serviços Custo de Aquisição Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14). § 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13). § 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição. § 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal. Subseção IV Critérios para Avaliação de Estoques Art. 292. Ao final de cada período de apuração do imposto, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques. Art. 293. As mercadorias, as matérias-primas e os bens em almoxarifado serão avaliados pelo custo de aquisição (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, §§ 3º e 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II). Art. 294. Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de produção (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, § 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II). § 1º O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 1º). § 2º Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração aquele: I - apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra direta, custos gerais de fabricação); II - que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias- primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados; III - apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração principal; IV - que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos. Art. 295. O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá ser o custo médio ou o dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida, ainda, a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 2º, Lei nº 7.959, de 21 de dezembro de 1989, art. 2º, e Lei nº 8.541, de 1992, art. 55). Art. 296. Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições dos §§ 1º e 2º do art. 294, os estoques deverão ser avaliados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 3º): I - os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados, determinado de acordo com o inciso II; II - os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração. § 1º Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações - ICMS. § 2º O disposto neste artigo deverá ser reconhecido na escrituração comercial. A Lei 6.404/76, em seu art. 183, afirma: “Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias- primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior”. A partir de 01/01/96, o art. 13 da Lei n° 9.249/95, inciso I, tornou indedutível qualquer provisão, excetuadas aquelas expressamente ressalvadas, entre as quais não se inclui a provisão para ajuste de estoque ao valor de mercado. Então, podemos dizer que a Regra Clássica para avaliação dos estoques é o custo ou valor de mercado. Entendendo-se por custo: o preço pago pela mercadoria, acrescido de frete, seguros e outras despesas para movimentação do estoque, deduzidos os impostos recuperáveis (ICMS, IPI) e valor de mercado: o preço usualmente negociado na data do balanço. Diante da existência do custo e do valor do mercado, para fiel cumprimento ao princípio do conservadorismo, deverá ser escolhido o menor valor para avaliar o estoque. APURAÇÃO DO RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS 1. Método da Conta Desdobrada O método da conta desdobrada consiste em desdobrar a conta Mercadorias em várias outras, tais como: (+) Estoque Inicial; (+) Compras de mercadorias (a vista ou a prazo); (-) Impostos recuperáveis sobre compras de mercadorias (ICMS, IPI); (-) Descontos e abatimentos incondicionais; (-) Devoluções de compras; (+) Fretes sobre as compras; (-) Impostos recuperáveis sobre os fretes de compras de mercadorias (ICMS); (-) Custo das Mercadorias Vendidas; (+) Custo das Mercadorias Devolvidas; = Estoque Final. Você já conhece as nomenclaturas exatamente. É o sistema até agora desenvolvido pelo nosso estudo. Cada fato mercantil é registrado em uma conta específica, para apuração do resultado do estoque. Essas contas são chamadas de contas transitórias ou contas de controle auxiliar. Os valores somente permanecem nessas contas até o fechamento do período. Depois, são transferidas para as contas patrimoniais ou de resultados - essas nós já conhecemos. Estoque de mercadorias é igual à seguinte expressão: Estoque Final = EI + C – ICMS – IPI – DI – DC + F – ICMS – ICMS – CMV + CMVD. Equação Simplificada: Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – Custo das Mercadorias Vendidas EF = EI + C - CMV 2. Método da Conta Mista Por este método, a conta ESTOQUES, MERCADORIAS ou ESTOQUES DE MERCADORIAS tem uma função: a de conta patrimonial, pois registra todas as operações de movimentação de mercadorias em estoque, ou seja, todos os lançamentos referentes a Compras (já deduzidos os impostos a recuperar), Devoluções, Fretes de Compras, CMV, tudo écontabilizado por uma única conta. RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM) É obtido da diferença entre o valor das Vendas Líquidas efetuadas em um determinado período e o valor Custo das Mercadorias Vendidas incorrido nesse mesmo período. O Resultado com Mercadorias (RCM) é também denominado Resultado Operacional Bruto. Quando positivo, é denominado Lucro Operacional Bruto (ou Lucro Bruto) e, quando negativo, Prejuízo Operacional Bruto (ou Prejuízo Bruto). RCM = V - CMV RCM = RESULTADO COM MERCADORIAS V = VENDAS LÍQUIDAS CMV = CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS O Resultado Líquido de um período (lucro líquido ou prejuízo líquido) é obtido adicionando-se ao RCM as outras receitas e deduzindo-se as outras despesas. 3.2 - TIPOS DE APURAÇÃO DE ESTOQUES A empresa pode ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas diferentes, com custos unitários diferentes. Surge, assim, a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do Balanço. No Brasil, a legislação do Imposto de Renda tem permitido, apenas, a utilização do método do preço ou custo específico, do custo médio ponderado móvel ou a dos bens adquiridos mais recentemente (Fifo ou Peps). Não é permitindo, para fins fiscais, o uso do Lifo ou Ueps, motivo pelo qual a maioria das empresas, no Brasil, utiliza, principalmente, o critério da média ponderada móvel. 3.2.1 – MÉTODO DO PREÇO CUSTO ESPECÍFICO Neste método o custo de uma mercadoria vendida é exatamente o custo de adquiri-la. Para ilustrar numericamente, suponha-se que a empresa possua, no início do mês de março, um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria, avaliada a R$ 20,00 cada, ou seja um total de R$ 400,00 em Estoque Inicial e que a movimentação ocorrida no mês seja a seguinte: Data Operação Descrição 05/mar Compra 30 unidades a R$ 30,00 cada 11/mar venda 10 unidades 17/mar venda 20 unidades 23/mar Compra 30 unidades a R$ 35,00 cada 29/mar venda 10 unidades Para calcular o CMV de março e o valor do estoque final do mesmo mês pelo “método do custo específico” há que se informar, relativamente às vendas, que unidades estão sendo vendidas. Portanto, suponha-se agora, as seguintes informações: ➢ As 10 unidades vendidas em 11/mar saíram do loto comprado no dia 05/mar; ➢ As 20 unidades vendidas em 17/mar saíram do estoque inicial; ➢ As 10 unidades vendidas em 29/mar saíram do loto comprado dia 23/mar. Com isso, o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV será de: CMV = 10*R$30,00 + 20*R$20,00 + 10*R$ 35,00 CMV = R$ 1050,00 Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV Estoque Final = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - R$1050 Estoque Final = R$ 1300,00 3.2.2 – MÉTODO DO CUSTO MÉDIO PONDERÁVEL Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado pela fusão das quantidades monetárias das novas compras com o custo total do que existia em estoque antes da compra. O novo custo unitário passa então, a ser obtido pela divisão desse valor global pelo preço total de unidades existentes. Cada nova compra, se feita por um custo unitário diferente provocará alteração do novo custo unitário tanto no que se refere as quantidades (existentes e compradas) como o custo unitário (existente e da nova compra). As vendas não vão provocar alteração do custo unitário, pois o custo unitário das unidades vendidas é, sempre, o último custo unitário calculado. Tomando como exemplo os dados descritos no tópico 7,1, teríamos: Data Entradas Saídas Saldo Qtde Valor unitário Valor Total Qtde Valor unitário Valor Total Qtde Valor unitário Valor Total SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00 05/mar 30 30,00 900,00 - - - 50 26,00 1.300,00 11/mar - - - 10 26,00 260,00 40 26,00 1.040,00 17/mar - - - 20 26,00 520,00 20 26,00 520,00 23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 50 31,40 1.570,00 29/mar - - - 10 31,40 314,00 40 31,40 1.256,00 Para apurar o valor médio após a compra de 05/03: Qtde inicial 20 Compras 30 Qtde final 50 Saldo R$ 400,00 Compras R$ 900,00 Total R$ 1.300,00 Custo Médio = Valor Total / Qtde Final Custo Médio = R$ 1.300,00/50 Custo Médio = R$ 26,00 Note que até ocorrer nova compra todas as saídas são calculadas ao custo médio de R$ 26,00. Para apurar o valor médio após a compra de 23/03: Qtde inicial 20 Compras 30 Qtde final 50 Saldo R$ 520,00 Compras R$ 1.050,00 Total R$ 1.570,00 Custo Médio = Valor Total / Qtde Final Custo Médio = R$ 1.570,00/50 Custo Médio = R$ 31,40 Note que até ocorrer nova compra todas as saídas serão calculadas ao custo médio de R$ 31,40. Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em R$ 1.256,00 pela Média Ponderável. Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV R$ 1.256,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV CMV = R$ 1.094,00 3.2.3 – MÉTODO DO PRIMEIRO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (PEPS) Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado seguindo o raciocínio de que as primeiras mercadorias adquiridas são aquelas que são vendidas primeiro. Tomando-se o mesmo exemplo do tópico 7.1, teríamos: Data Entradas Saídas Saldo Qtde Val. Unit. Valor Total Qtde Val. Unit. Valor Total Qtde Val. Unit. Valor Total SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00 05/mar 30 30,00 900,00 - - - 20 20,00 400,00 30 30,00 900,00 50 1.300,00 11/mar - - - 10 20,00 200,00 10 20,00 200,00 30 30,00 900,00 40 1.100,00 17/mar - - - 10 20,00 200,00 20 30,00 600,00 10 30,00 300,00 23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 20 30,00 600,00 30 35,00 1.050,00 50 1.650,00 29/mar - - - 10 30,00 300,00 10 30,00 300,00 30 35,00 1.050,00 40 1.350,00 Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em R$ 1.350,00 pelo PEPS. Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV R$ 1.350,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV CMV = R$ 1.000, 3.2.4 – MÉTODO DO ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR (UEPS) Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado seguindo o raciocínio de que as últimas mercadorias adquiridas são aquelas que são vendidas primeiro. Tomando-se o mesmo exemplo descrito no item 7.1, teríamos: Data Entradas Saídas Saldo Qtde Valor unitário Valor Total Qtde Valor unitário Valor Total Qtde Valor unitário Valor Total SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00 05/mar 30 30,00 900,00 - - - 20 20,00 400,00 30 30,00 900,00 50 1.300,00 11/mar - - - 10 30,00 300,00 20 20,00 400,00 20 30,00 600,00 40 1.000,00 17/mar - - - 20 30,00 600,00 20 20,00 400,00 23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 20 20,00 400,00 30 35,00 1.050,00 50 1.450,00 29/mar - - - 10 30,00 300,00 20 20,00 400,00 20 35,00 700,00 40 1.100,00 Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em R$ 1.100,00 pelo UEPS. Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV R$ 1.100,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV CMV = R$ 1.250, 3.2.5 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS: Para uma observação dos reflexos dos quatro métodos ilustrados, suponha-se que os preços unitários das três vendas realizadas tenham sido R$ 40,00, R$ 45,00 e R$ 50,00, conforme ordem cronológica em que ocorreram. Logo, a Receita total no mês demarço seria de R$ 1.800,00, conforme demonstrado a seguir: Data Vendas Qtde Valor unitário Valor Total 11/mar 10 40,00 400,00 17/mar 20 45,00 900,00 29/mar 10 50,00 500,00 TOTAL 1.800,00 Tabulando-se os dados de forma resumida teremos: Custo Específico Média Ponderável PEPS UEPS Vendas 1800 1800 1800 1800 (-) CMV (1050) (1094) (1000) (1250) Lucro Bruto 750 706 800 550 Estoque Final 1300 1256 1350 1100 3.3 - OPERAÇÕES MERCANTIS Dentre os principais tributos incidentes sobre compra e venda de mercadorias e/ou produtos industrializados podemos citar: 3.3.1 - IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS Este tributo é de competência da União e incide sobre todo e qualquer produto industrializado. A alíquota incidente varia de 0% ou muito baixa, como no caso dos produtos alimentícios, vestuário, calçado, matéria prima básica dentre outros, até 400%, no caso de cigarros. De acordo com o Decreto nº 7.212/2010, o Art. 4º do citado diploma legal caracteriza industrialização como qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei nº 5.172, de 1966, art. 46, parágrafo único, e Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único): I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados. Ainda de acordo com o aquele diploma legal caracterizam-se como indústrias o estabelecimento a elas equiparados. IPI sobre Vendas Preço da Mercadoria R$ 70.000,00 Alíquota do ICMS 10% Imposto a Recolher R$ 7.000,00 Valor Total da Nota R$ 77.000,00 Receita s/ Vendas Caixa/Clientes 70.000,00 77.000,00 IPI a Recolher 7.000,00 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm#art46p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm#art46p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art3p IPI sobre Compras Preço da Mercadoria R$ 50.000,00 Alíquota do ICMS 10% Imposto a Recolher R$ 5.000,00 Valor Total da Nota R$ 55.000,00 Mercadorias Caixa/Clientes 50.000,00 55.000,00 IPI a Recuperar 5.000,00 Ao término de cada mês a empresa deverá apurar o IPI devido: IPI a Recuperar IPI a Recolher 5.000,00 5.000,00 5.000,00 7.000,00 2.000,00 3.3.2 - ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÕES De competência dos Estados e do Distrito Federal, tem como fato gerador aqueles mencionados na sua denominação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. ICMS sobre Vendas Preço da Mercadoria R$ 70.000,00 Alíquota do ICMS 18% Imposto a Recolher R$ 12.600,00 ICMS sobre Compras Preço da Mercadoria R$ 50.000,00 Alíquota do ICMS 18% Imposto a Recolher R$ 9.600,00 3.3 .3- ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA Este tributo é de competência dos Estados e do Distrito Federal e aglutina os serviços não enquadrados no ICMS. ISS sobre Serviços Prestados Preço do Serviço R$ 5.000,00 Alíquota do ISS 5% ISS a Recolher R$ 250,00 Caixa/Clientes Receita de Serviços 5.000,00 5.000,00 ISS ISS a Recolher 250,00 250,00 3.4 - CÁLCULO DE FOLHA DE PAGAMENTO A empresa precisa preparar a folha de pagamento de seus empregados, pois é um documento obrigatório para efeito de fiscalização trabalhista e previdenciária. Para elaborá-la, não existe modelo oficial, podem ser adotados critérios que melhor atendam às necessidades de cada empresa. No mínimo, a folha de pagamento deve apresentar os seguintes elementos: ✓ Nome dos empregados (segurados), indicando cargo; ✓ Função ou serviço prestado; ✓ Valor bruto dos salários; ✓ Valor da contribuição de Previdência, descontado dos salários; ✓ Valor líquido que os empregados receberão. Da folha de pagamento, é emitido o recibo de pagamento, que indica os dados que constaram da folha de cada um dos empregados e a estes é entregue. 3.4.1 - VALOR BRUTO DOS SALÁRIOS É o valor considerado, para a empresa, como despesa total de salários. Além dos salários, é, também, despesa, para a empresa, a contribuição de Previdência parte empresa e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). 3.4.2 - PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS De acordo com a legislação atual, todo empregado assalariado, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), está obrigado a contribuir com a Previdência Social. Essa contribuição é descontada dele em folha de pagamento, e varia de acordo com a faixa salarial de cada empregado, sendo calculada mediante aplicação de um percentual sobre o salário de contribuição (é um valor fixado pela Previdência que serve de base para o cálculo das contribuições previdenciárias). Atualmente, o cálculo é feito com base na seguinte tabela: Tabela de contribuição mensal TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2017 Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) até 1.659,38 8,00 de 1.659,39 até 2.765,66 9,00 de 2.765,67 até 5.531,31 11,00 Portaria Interministerial MPS/MF nº 8, de 13 de janeiro de 2017 O valor limite para contribuição é de R$ 621,03 (teto de contribuição). A Contribuição de Previdência parte referente à empresa corresponde ao mínimo de 26,8% sobre o valor bruto da folha de pagamento (Esses percentuais podem ser alterados pela Previdência. Portanto, o contabilista deve ficar atento a possíveis alterações). O valor mínimo de 26,8% tem o seguinte destino: Previdência Social...............................................................................20,0 % Terceiros (Salário Educação – 2,5% e Sistema S – 3,3%) ..................5,8 % Risco Acidente do Trabalho (RAT) ..................................................1,0 a 3% Fator de Acidente Previdenciário (FAP)............................................0,5 a 2,0 3.4.3 - FGTS (FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO) Corresponde a 8% sobre o valor bruto da folha de pagamento, o qual será recolhido na Caixa Econômica Federal, em nome dos empregados, constituindo- se em despesa paga pela empresa aos empregados. 3.4.4- IRF – (IMPOSTO DE RENDA NA FONTE) É um imposto variável de acordo com o valor do salário. Sobre o valor bruto do salário, aplica-se a tabela progressiva a seguir: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=46&data=11/01/2013 Tabelas para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2018. Base de Cálculo(R$) Alíquota(%) Parcela a Deduzir do IR (R$) Até 1.903,98 0,00% 0,00 De 1.903,99 até 2.826,65 7,50% 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15,00% 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,50% 636,13 Acima de 4.664,68 27,50% 869,36 O valor mensal de dedução por dependente em 2018 é de R$ 189,59. O valor retido do funcionário deverá ser repassado aos cofres públicos de acordo com os prazos estipulados pelo governo federal. Metodologia de Cálculo do IRRF R$ 1. Rendimentos tributáveis 2. Deduções 2.1 Previdência oficial 2.2 Dependente Quantidade O valor da dedução mensal é R$ 189,59, por dependente. 2.3 Pensão alimentícia 2.4 Outras deduções Previdência Privada, FAPI e Parcela isenta de aposentadoria, reserva remunerada, reforma e pensão para declarante com 65 anos ou mais, caso não tenha sido deduzida dos rendimentos tributáveis. Carne-leão: Livro Caixa. 2.5 Total das deduções 3. Base de cálculo (1 - 2.5) 4. Imposto (Alíquota Aplicável de acordo com a faixa salarial) 5. Parcela a deduzir (de acordo com a faixa salarial) 6. Imposto Devido (4 - 5) 3.4.5 - SALÁRIO-FAMÍLIA É um auxílio da Previdência Social aos trabalhadores de baixa renda que possuem filhos menores de 14 anos de idade. A empresa paga esse valor para o empregado e é reembolsada pela Previdência Social quando efetua os recolhimentos correspondentes à folha de pagamento. Salário - R$ Valor Unitário da Quota (por Filho) - R$ Até R$ 877,67 R$45,00 De R$ 977,68 a R$ 1.319,18 R$31,71 Acima de R$ 1.319,18 Extinto 3.5.6 - CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO A contabilização da folha de pagamento é extremamente simples. Vamos acompanhar com um exemplo. Dada a folha de pagamento abaixo, efetue a contabilização. 1 - O funcionário Carlos de Souza recebe mensalmente o salário de R$ 1000,00 e não possui dependentes. a) INSS devido na Folha (1000 * 8%) = R$ 80,00 b) IRRF devido na Folha Isento c) Encargos Sociais devidos pelo empregador (para efeito de estudo consolidaremos todos os encargos aplicando a alíquota global de 26,8%) (R$ 1000 * 26,8%) = R$ 268,00 2 - O funcionário Alberto Bernadini recebe mensalmente o salário de R$ 2500,00 e não possui dependentes. a) INSS devido na Folha (2800 * 11%) = R$ 308,00 b) IRRF devido na Folha Metodologia de Cálculo do IRRF R$ 1. Rendimentos tributáveis 2800,00 2. Deduções 2.1 Previdência oficial 308,00 2.2 Dependente Quantidade 0,00 O valor da dedução mensal é R$ 171,97 , por dependente. 2.3 Pensão alimentícia 0,00 2.4 Outras deduções 0,00 2.5 Total das deduções 308,00 3. Base de cálculo (1 - 2.5) 2492,00 4. Imposto (Alíquota Aplicável de acordo com a faixa salarial) 186,90 5. Parcela a deduzir (de acordo com a faixa salarial) 142,80 6. Imposto Devido (4 - 5) 44,10 c) Encargos Sociais devidos pelo empregador (para efeito de estudo consolidaremos todos os encargos aplicando a alíquota global de 26,8%) (R$ 2800 * 26,8%) = R$ 750,40 2 – Apresentando os dados consolidados: Nome Salário INSS IRRF Líquido a Receber Encargos Patronais FGTS Carlos de Souza R$ 1.000,00 R$ 80,00 - R$ 920,00 R$ 268,00 R$ 80,00 Alberto Bernardini R$ 2.800,00 R$ 308,00 R$44,,10 R$ 2.447,90 R$ 750,40 R$ 224,00 Total R$ 3.800,00 R$ 388,00 R$ 44,10 R$ 3.367,90 R$ 1.018,40 R$ 304,00 No último dia do mês: 1. Apropriação da folha de pagamento: D – Salários C – Salários a pagar R$ 3.800,00 2. Registro das retenções sobre os salários dos empregados: D – Salários a pagar C – INSS a recolher R$ 388,00 3. Contribuição da Previdência parte empresa: D – Encargos sociais C – Encargos Sociais a Recolher R$ 1.018,40 4. Apropriação do FGTS: D – Encargo FGTS C – FGTS a Recolher R$ 304,00 5. Retenção do IRRF: D – Salários a Pagar C – IRRF a Recolher R$ 44,10 No mês seguinte: 1. Pagamentos aos empregados D – Salários a pagar C – Caixa R$ 3.367,90 2. Recolhimento dos encargos: D – INSS a recolher R$ 1.406,40 D - FGTS a Recolher R$ 304,00 C – Caixa R$ 1.710,40 3. Recolhimento do IRRF D – IRRF a Recolher C – Caixa R$ 44,10 3.5.7 - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO A contabilização mensal do 13º salário, que é facultativa, constitui-se em importante instrumento para efeito de análise e apuração do resultado efetivo das operações sociais da empresa. Além disso, tal prática atende ao Princípio Contábil da Competência, segundo o qual as despesas e receitas devem ser computadas à medida que vão sendo incorridas, independente do seu pagamento ou recebimento, respectivamente. Deve ser ressaltado, ainda, que a contabilização mensal dessa provisão, além de extremamente recomendável, sob a ótica gerencial e contábil, pode vir a ser interessante, também, do ponto de vista fiscal, para efeito de redução ou suspensão da estimativa mensal ou de apuração do lucro real trimestral (conforme o caso), porque as bases de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro serão determinadas, partindo-se de um resultado contábil já influenciado pela despesa incorrida com o 13o salário. 3.5.7.1 - CONTABILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO SOMENTE POR OCASIÃO DO PAGAMENTO Muitas empresas preferem contabilizar os encargos relativos ao 13o salário apenas por ocasião do pagamento, ou seja, nos meses de novembro e dezembro de cada ano, ou por ocasião do adiantamento nas férias do empregado ou, ainda, nas eventuais rescisões de contrato de trabalho. Como já frisamos, no caso das empresas que efetuarem o pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro com base nos resultados apurados em balanços/balancetes trimestrais e daquelas que reduzirem ou suspenderem a estimativa, esse procedimento, além de questionável, do ponto de vista técnico, resultará em antecipação do pagamento dos referidos tributos, em face da não-apropriação de uma despesa incorrida. 3.5.7.2 - PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO A provisão para o 13º salário é calculada, tomando-se por base a remuneração do empregado no mês em que ela estiver sendo constituída, excluindo- se, obviamente, os valores que não compõem a base de cálculo dessa remuneração. Assim, pode-se constituir tal provisão com base em 1/12 ao mês (completo) da remuneração mensal do empregado. Encargos sociais sobre a provisão Concomitantemente à constituição da provisão para o 13º salário, também devem ser provisionados os respectivos encargos sociais (contribuições previdenciárias e FGTS). Empresas optantes pelo balanço anual Ainda que a pessoa jurídica efetue o pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro por estimativa (balanço anual), nada obsta que contabilize a provisão para o pagamento do 13o salário e encargos sociais mensalmente, o que, aliás, afigura-se como o critério mais apropriado, como já comentado, inclusive para o caso de suspensão/redução da estimativa. EXEMPLO Exemplificaremos, a seguir, a constituição da provisão para o 13º salário e encargos sociais em 28/02/20X4, por uma empresa que constitua essa provisão mensalmente e que apresente os seguintes dados (meramente ilustrativos) Saldo (em 30/01/20X4) da provisão para o 13º salário e encargos sociais constituídos em 28/02/20X4 Empregado Maria Aparecida da Silva José Augusto de Souza Cristiane de Almeida Total Datade admissão 01/02/20X3 20/05/20X3 05/02/20X4 Salário em 28/02 3.600,00 2.100,00 1.200,00 Proporcionalidade 2/12 2/12 1/12 Valor R$ 600,00 R$ 350,00 R$ 100,00 R$ 1.050,00 Encargos previdenciários e terceiros (25,8%) R$ 154,80 R$ 90,30 R$ 25,80 R$ 270,90 Seguro de Acidentes do Trabalho (2%) R$ 12,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 21,00 FGTS (8%) R$ 48,00 R$ 28,00 R$ 8,00 R$ 84,00 Total dos Encargos R$ 214,80 R$ 125,30 R$ 35,80 R$ 375,90 Total geral da provisão R$ 814,80 R$ 475,30 R$ 135,80 R$ 1.425,90 Valores a serem provisionados em 28/02/20X4 Contas Valor Acumulado até 28/02/20X4- R$ Saldo da provisão constituída em 31/01/20X4 - R$ Valor a ser provisionado em 28/02/20X4 - R$ Provisão para 13º salário: INSS sobre a provisão para o 13º salário: Contribuição previdenciária e terceiros Seguro de Acidentes do TrabalhoFGTS sobre a provisão para o 13º salário 1.050,00 270,90 21,00 84,00 475,00 122,55 9,50 38,00 575,00 148,35 11,50 46,00 Total 1.425,90 645,05 780,85 Obs.: Estamos partindo do procedimento mais usual, que a empresa complemente, em 28/02/20X4, o saldo das contas de provisão. É também aceitável e tecnicamente correta a reversão, em 28/02/20X4, do saldo não utilizado da provisão constituída em 31/01/20X4 (que representará uma “receita” de reversão de provisão), constituindo-se uma nova provisão. Contabilização Apuradas as despesas com o 13º salário e os respectivos encargos sociais, exemplificaremos a contabilização desses valores, complementando a provisão anterior constituída em 31/01/20X4. Lançamento nº 1 Complemento da provisão para 13º salário: 28/02/2012 D – Despesas Administrativas (13º. Salário) R$ 575,00 C – Provisão para 13º. Salário R$ 575,00 Pela complementação do valor correspondente ao 13º salário devido, até essa data, aos empregados do setor administrativo Lançamento nº 2 Complemento dos encargos previdenciários (contribuição ao INSS, terceiros e Seguro de Acidentes do Trabalho): 28/02/20X4 D – Despesas Administrativas – INSS R$ 159,85 C – INSS sobre Provisão para 13º. Salário R$ 159,85 Pela complementação da provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de Acidentes do Trabalho, incidentes sobre o 13º salário devido, até essa data, aos empregados do setor administrativo Lançamento nº 3 Complemento do FGTS: 28/02/20X4 D – Despesas Administrativas – FGTS R$ 46,00 C – FGTS sobre Provisão para 13º. Salário R$ 46,00 Pela complementação da provisão para o FGTS incidente sobre o 13º salário devido, até essa data, aos empregados do setor administrativo 3.5.8 - PROVISÃO PARA FÉRIAS Mesmo que a empresa apure seus resultados trimestralmente (balanços / balancetes trimestrais), é muito importante que faça apropriação mensal das despesas com férias e respectivos encargos sociais. Se a empresa for optante do lucro presumido, é aceitável o registro da referida provisão somente no final do ano-calendário ou por ocasião do levantamento do balanço. No entanto, qualquer que seja a forma de tributação da empresa, é recomendável a apropriação mensal, dando uma visão mais clara das despesas. DETERMINAÇÃO DOS VALORES E LIMITE DA PROVISÃO O limite do saldo da provisão para férias, no encerramento do período de apuração (trimestral ou anual), deve ser determinado com base na remuneração mensal do empregado e no número de dias de férias a que este já tiver direito na data do balanço, considerando-se a inclusão do adicional constitucional de 1/3 e os encargos sociais por conta da empresa. É preciso estabelecer o critério de contagem de dias de férias com base no art. 130 da CLT (com a redação dada pelo art. 1º do Decreto-lei nº 1.535/77). Por períodos completos Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias na seguinte proporção: a) até 5 faltas no período aquisitivo, 30 dias corridos; b) de 6 a 14 faltas, 24 dias corridos; c) de 15 a 23 faltas, 18 dias corridos; d) de 24 a 32 faltas, 12 dias corridos. Por períodos incompletos Os períodos inferiores a doze meses de serviço, na data do balanço, as férias serão calculadas com base na proporção de 1/12 (um doze avos) de 30 por mês de serviço ou fração superior a 14 dias à data do balanço (ou sejam 2,5 dias por mês ou fração superior a 14 dias). Constituição da Provisão para férias e encargos sociais em 31/12/20X3 Demonstrativo de férias e encargos sociais em 31/12/20X3 Empregado José da Silva Salário em 31/12/X3 - R$ R$ 3.600,00 Início-Período Aquisitivo 02/01/X3 Fim-Período Aquisitivo 01/01/X4 Código FN Dias 30,0 Férias R$ 3.600,00 Adicional Constitucional de 1/3 R$ 1.200,00 Total R$ R$ 4.800,00 Encargos previdenciários e terceiros (25,8%) R$ 1.238,40 Seguro de Acidente do Trabalho (2,0%) R$ 96,00 FGTS (8,0%) R$ 384,00 Total dos Encargos R$ 1.718,40 CONTABILIZAÇÃO Lançamento nº 1 Provisão para Férias D – Despesas Administrativas – Férias R$ 4.800,00 C – Provisão de Férias R$ 4.800,00 Provisão incidente sobre férias e adicional constitucional de 1/3 devidos. Lançamento nº 2 Encargos previdenciários (contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de Acidente do Trabalho) incidente sobre as férias. 31/12/2011 D – Despesas Administrativas – INSS R$ 1.334,40 C – INSS sobre Provisão de Férias R$ 1.334,40 Provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de Acidentes do Trabalho, incidente sobre férias e adicional constitucional de 1/3 devidos. Lançamento nº 3 FGTS. 31/12/2011 D – Despesas Administrativas – FGTS R$ 384,00 C – FGTS sobre Provisão para Férias R$ 384,00 Complementação da provisão para o FGTS incidente sobre as férias e adicional constitucional de 1/3 devidos. 4.2.1. Reversão da provisão em face de perda do direito às férias Suponhamos que um empregado, contratado em 30/03/20X0, peça demissão em 12/01/20X1. Nessa hipótese, por não haver completado 12 meses de serviço, não lhes serão devidas as férias proporcionais, e o valor provisionado, bem como os encargos sociais correspondentes, deverão ser revertidos, o que originará os seguintes lançamentos: Lançamento nº 4 Reversão da provisão para férias. 12/01/20X1 D – Provisão para Férias R$ 360,00 C – Recuperação de Despesas Administrativas – Férias R$ 360,00 Reversão do valor provisionado em 31/12/20X0, relativamente às férias e ao adicional constitucional de 1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de demissão, antes de completados 12 meses de serviço. Lançamento nº 5 Reversão das contribuições previdenciárias. 12/01/2011 D – INSS sobre Provisão para Férias R$ 100,08 C – Recuperação de Despesas Administrativas – INSS R$ 100,08 Reversão da provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de Acidentes do Trabalho, incidente sobre as férias e adicional constitucional de 1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de demissão, antes de completados 12 meses de serviço. Lançamento nº 6 Reversão do FGTS provisionado. 12/01/11 D – FGTS sobre Provisão para Férias R$ 28,80 C – Recuperação de Despesas Administrativas – FGTS R$ 28,80 Reversão da provisão para o FGTS incidente sobre as férias e adicional constitucional de 1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de demissão, antes de completados 12 meses de serviço. CONTABILIZAÇÃO DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS No ano seguinte (no nosso exemplo, em 20X1), as importâncias pagas a título de férias serão debitadas à provisão, até o valor provisionado. O mesmo tratamento deverá ser dado aos encargos sociais incidentes sobre as férias pagas, cujo ônus cabe à empresa. Esses valores serão registrados nas respectivas contas a pagar mediante débito às contas de provisão. 4 – ESTRUTURA PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÔES FINANCEIRAS 4.1 - ATRIBUTO DA CONTABILIDADE A Contabilidade permite o controle da movimentação do patrimônio da empresa. A Contabilidade Comercial é oramo da contabilidade que possibilita o controle da movimentação do patrimônio das empresas comerciais (atividades que visam aproximar produtor do consumidor). O patrimônio da empresa é movimentado em função dos acontecimentos diários: compra, venda, pagamentos, recebimentos, perdas, ganhos, etc... 4.2 - PATRIMÔNIO Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa. Bens são as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e são suscetíveis à avaliação econômica. É tudo que a empresa possui para uso, troca ou consumo. Direitos são todos os valores que uma empresa tenha a receber. Geralmente aparecem no Plano de Contas com a expressão “a receber”. Exemplo: Duplicatas a Receber, Promissórias a Receber Obrigações são todos os valores que a empresa tem a pagar. Geralmente aparecem no Plano de Contas com a expressão “a pagar”. Exemplo: Duplicatas a Pagar, Impostos a Pagar A diferença entre Bens/Direitos e Obrigações é denominada Patrimônio Líquido. 4.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA A contabilidade representa os bens, direitos e obrigações em Ativo e Passivo. Ativo representa os bens e direitos. Elementos positivos do patrimônio. Passivo representa as obrigações. Elementos negativos do patrimônio. A diferença entre ativo e passivo representa o Patrimônio Líquido. Patrimônio Líquido é composto pelo Capital e pelas Reservas. Capital representa a importância em dinheiro, bens e/ou direitos que uma ou mais pessoas investe ao iniciar suas atividades. Reservas são elementos que representam partes ou o total do resultado apurado pela empresa ao final de um exercício social. 4.4 - ESCRITURAÇÃO Escrituração consiste em registrar no livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas Correntes) todos os fatos que provocam modificações do Patrimônio da empresa. 4.5 - CONTAS Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas). Exemplos: Bens: Caixa, Bancos, Veículos, Mobiliário, imóveis etc.; Direitos: Contas a receber etc.; Obrigações: Fornecedores, Contas a Pagar etc.; Patrimônio Líquido: Capital, Lucro ou Prejuízo etc.; Despesas: Água, Luz, Material de Limpeza, Salários etc.; Receitas: Vendas de mercadorias, Receitas de serviços etc. Quanto à natureza das contas: a) Ativo e Despesa: Devedora b) Passivo, Patrimônio Líquido e Receita: Credora Quadro auxiliar da escrituração: CÓDIGO E GRAU DAS CONTAS O Código de uma conta é composto por um ou mais algarismos utilizados para identificar cada uma das contas que compõem o Plano de Contas de uma entidade. A adoção de códigos agiliza os registros contábeis, principalmente quando eles são feitos através de sistemas informatizados, onde os débitos e os créditos são feitos através de códigos numéricos, em vez de serem feitos pela intitulação de cada conta. Os critérios para se definir a numeração adotada ficam a cargo de cada contabilista, de acordo com as necessidades e conveniências de entidade, bem como com o grau de detalhamento a que se pretende chegar. Vejamos, de forma simplificada, a maneira mais comum de se iniciar uma codificação: 1. Ativo 1.1 Ativo Circulante 1.1.1 Disponibilidades 1.1.1.1 Caixa Geral 1.1.1.1.1 Caixa da Matriz 1.1.1.1.2 Caixa da Filial Observe do exemplo que há elementos que, embora enumerados, não representam contas, mas grupos ou subgrupos de contas. Há também contas de primeiro grau e contas de segundo grau; vejamos: 1. Ativo é subdivisão patrimonial; 1.1 Ativo Circulante é subgrupo do Ativo; 1.1.1 Disponibilidades é subgrupo do Ativo Circulante; 1.1.1.1 Caixa Geral é conta de 1º grau; 1.1.1.1.1 Caixa da Matriz é conta de 2º grau 1.1.1.1.2 Caixa da Filial é conta de 2º grau E assim sucessivamente para os demais códigos do Plano de Contas. As contas de primeiro grau também são chamadas de contas sintéticas, pois podem se subdividir em várias subcontas; essas subcontas, que são as contas de segundo grau, são também chamadas de contas analíticas. Podemos então entender as contas sintéticas como sendo um gênero, e as contas analíticas como espécies naquelas. Vejamos um quadro exemplificativo: CONTA SINTÉTICA OU CONTA DE 1º GRAU CONTA ANALÍTICA OU CONTA DE 2º GRAU Bancos Banco Bradesco Banco CEF Banco do Brasil Clientes Cariocas Ltda Esteves & Filhos Ltda Petrobras S/A Fornecedores Madeiras Nobres S.A Martins do Brasil S.A Fibranor LTDA 4.6 - LANÇAMENTOS Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração. É composto por: ✓ Local e data ✓ Conta a ser debitada ✓ Conta a ser creditada ✓ Histórico ✓ Valor 4.7 - RAZONETE Razonete nada mais é do que um razão simplificado e é representado pela figura de um “T”. Nome da Conta D C 4.8 - BALANCETE Balancete é um conjunto de contas extraídas do livro razão, com seus respectivos saldos devedores ou credores. Rio de Janeiro, 6 Agosto de 2012 Veículos a Caixa Compra de um automóvel, conforme Nota Fiscal nº 801, da Concessionária Roma, com pagamento à vista. 50000 Local e Data Conta Devedora Conta Credora Hotórico Valor 4.9 – BALANÇO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial é a demonstração financeira (contábil) destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da empresa. O Balanço é composto por duas partes: Ativo e Passivo. ATIVO No Ativo, as contas representativas dos bens e direitos são dispostas em ordem decrescente de liquidez1 dos elementos nelas registrados, em dois grandes grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. O Ativo Circulante é composto pelos bens e pelos direitos que estão frequentemente em circulação no Patrimônio. É o capital de giro da empresa. Exemplo: Caixa, Bancos, Créditos com Clientes, Tributos a Recuperar, Estoques, Despesas Pagas Antecipadamente, entre outros. Ativo Não Circulante é o conjunto de bens e direitos que somente circularão em prazo superior a 12 meses. É representado pelo Realizável a Longo Prazo e o Ativo Permanente (Investimentos, Imobilizado e Intangível). PASSIVO No Passivo, são evidenciadas as obrigações (capital de terceiros) e o Patrimônio Líquido (capital próprio). As contas representativas das obrigações devem ser classificadas observando- se o grau decrescente de exigibilidade2 dos elementos nelas registrados. No Passivo Circulante são classificadas as contas representativas das obrigações cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte. No Passivo Não Circulante são classificadas as contas representativas das obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício seguinte, bem como as Receitas Diferidas (Receitas Recebidas antecipadamente). PATRIMÔNIO LÍQUIDO O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que corresponde ao capital próprio. Representa os recursos dos proprietários (titulares, sócios ou acionistas) ou da gestão normal do patrimônio (lucros aputados). Classificam-se em Capital Social, Reservas de Capital. Reservas de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 1 Grau de Liquidez é o maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser transformados em dinheiro. 2 Grau de Exigibilidade representa o maior ou menor prazo em que a obrigação deve ser paga. 4.10 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar: ✓ a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
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