Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
U M A C A R T I L H A P R E P A R A D A P O R C O M I S S Ã O E S T A D U A L D E F A R M Á C I A E S T É T I C A D E S A N T A C A T A R I N A & C O M I S S Ã O A S S E S S O R A D E F A R M Á C I A E S T É T I C A - C R F / S C 2 0 1 9 F I N A L I Z A D O P O R J O R N A L I S M O C R F - S C F A R M Á C I A E S T É T I C A ÉTICA NA SAÚDE Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 2 APRESENTAÇÃO A Comissão Estadual de Farmácia Estética do Estado de San- ta Catarina, por meio do Conselho Regional de Farmácia, bus- ca explanar através desta cartilha possíveis duvidas que pos- sam surgir, tanto a novos profissionais como a profissionais já atuantes na área da Estética. As informações desta cartilha foram compiladas com o intuito de sanar o maior número de dúvidas e gerar todos os esclare- cimentos desta nova área de atuação do Farmacêutico. Desejamos sucesso à todos novos colegas. Sejam bem vin- INTRODUÇÃO Perante as duvidas referentes a farmácia es- tética e com o intuito de esclarecer e infor- mar os farmacêuticos regularmente ins- critos em seus Conselhos Regionais, que estejam capacitados técnica, científica e profissionalmente es- tando habilitados a exercer ativi- dades na área. O CRF-SC, aten- to às regulamentações criou a COMISSÃO ASSESSORA DE FARMÁCIA ESTÉTICA, formada por profissionais que atuam na área. O objetivo deste grupo é assessorar e discutir reso- luções, sugerir melhorias, orientar e esclarecer possível dúvida. A comissão reúne-se mensalmente e visto a importância do tema e a complexida- de das discussões vem através deste esclarecer as resolu- ções vigentes. Esta será atualizada sempre que ne- cessário, e fica sob responsabilidade de seus usuários solicitar a cartilha atualizada, “tendo em vista o prazo necessário para atualização”. O ÉTICA NA SAÚDE Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 3 A partir de 1965, as faculdades de farmácia incluíam nos seus currí- culos a disciplina de cos- metologia1. Com o avan- ço da área estética, os farmacêuticos percebe- ram a necessidade de se aprimorar e entender os procedimentos estéticos para formular produtos cada vez melhores para atender as necessida- des desse mercado2. So- mados aos seus conhe- cimentos de anatomia, bioquímica clínica e apli- cação de injetáveis, os farmacêuticos buscaram se aprimorar ainda mais e se qualificar também na área de procedimen- tos estéticos3. Aprender a utilizar os equipamen- tos da área estética tor- nou o farmacêutico o profissional amplamente preparado para atuar em mais uma área, logo que já era esse o profissional O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO N A Á R E A D E E S T É T I C A que desenvolve produtos li- gados diretamente ao trata- mento da pele Atribuições A Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 573(*), de 22 de maio de 2013, que dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da saúde esté- tica e da responsabilidade técnica por estabelecimen- tos que executam ativida- des afins, estabelece em seu artigo 3º que: ÉTICA NA SAÚDE Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 4 Art. 3º – Caberá ao farmacêutico, quando no exercício da responsabilidade téc- nica em estabelecimentos de saúde estética: I- atuar em consonâncIa com o códIgo de ÉtIca da ProfIssão farmacêutIca; II – aPresentar aos órgãos comPetentes a documentação necessárIa à regularIzação da emPresa, quanto à lIcença e autorIzação de funcIonamento; III – ter conhecImento atualIzado das normas sanItárIas vIgentes que regem o funcIo- namento dos estabelecImentos de saúde estÉtIca; Iv – estar caPacItado tÉcnIca, cIentífIca e ProfIssIonalmente Para utIlIzar-se das tÉcnIcas de natureza estÉtIca e dos recursos teraPêutIcos esPecIfIcadas no âmbIto desta resolução; v – elaborar ProcedImentos oPeracIonaIs Padrão (PoPs) relatIvos às tÉcnIcas de natureza estÉtIca e recursos teraPêutIcos desenvolvIdos, vIsando garantIr a qualI- dade dos servIços Prestados, bem como Proteger e Preservar a segurança dos Pro- fIssIonaIs e dos usuárIos; vI – resPonsabIlIzar-se Pela elaboração do Plano de gerencIamento de resíduos de servIços de saúde, de forma a atender aos requIsItos ambIentaIs e de saúde coletIva; vII – manter atualIzados os regIstros de calIbração dos equIPamentos utIlIzados nas tÉcnIcas de natureza estÉtIca e recursos teraPêutIcos; vIII – garantIr que sejam usados equIPamentos de Proteção IndIvIdual durante a utI- lIzação das tÉcnIcas de natureza estÉtIca e recursos teraPêutIcos, em conformIdade com as normas de bIossegurança vIgentes; IX – cumPrIr com suas obrIgações Perante o estabelecImento em que atua, Infor- mando ou notIfIcando o conselho regIonal de farmácIa e o snvs sobre os fatos relevantes e IrregularIdades que tomar conhecImento. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 5 Vale ressaltar ainda que a Resolução CFF nº 616, de 25 de novembro de 2015, que define os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol das técnicas de natu- reza estética e recursos te- rapêuticos utilizados pelo farmacêutico em estabele- cimentos de saúde estéti- ca, prevê que: art. 1º – É atrIbuIção do far- macêutIco a atuação, nos es- tabelecImentos de saúde estÉ- tIca, nas tÉcnIcas de natureza estÉtIca e recursos teraPêutI- cos, esPecIfIcados nos aneXos desta resolução, desde que Para fIns estrItamente estÉtI- cos, vedando-se qualquer ou- tro ato, seParado ou em con- junto, que seja consIderado Pela legIslação ou lIteratura esPecIalIzada como InvasIvo cI- rúrgIco. Lembrando que a RDC645 dá nova redação aos artigos 2º e 3º e inclui os anexos VII e VIII da Resolução/CFF nº 616/15, como segue: Art. 1º - O artigo 2º da Re- solução/CFF nº 616/15 (DOU de 27/11/2015, Seção 1, pági- na 228) passa a vigorar com a seguinte redação: “art. 2º - o farmacêutIco É caPacItado Para eXercer a saúde estÉtIca, desde que Preencha um dos seguIntes re- quIsItos: I - ser egresso de Programa de Pós-graduação lato sensu re- conhecIdo Pelo mInIstÉrIo da educação, na área de saúde es- tÉtIca; II - ser egresso de curso lI- vre de formação ProfIssIonal em saúde estÉtIca reconhecIdo Pelo conselho federal de far- mácIa (cff), de acordo com os referencIaIs mínImos defInIdos em nota tÉcnIca esPecífIca, dIs- Ponível no sítIo eletrônIco do cff (www.cff.org.br).” art. 2º - o artIgo 3º da re- solução/cff nº 616/15 (dou de 27/11/2015, seção 1, PágIna 228), Passa a vIgorar com a se- guInte redação: “art. 3º - em função da habIlI- tação o ProfIssIonal farmacêu- tIco, É o resPonsável tÉcnIco Para comPra e utIlIzação das substâncIas e equIPamentos ne- cessárIos Para os ProcedImen- tos estÉtIcos em consonâncIa com a sua caPacItação ProfIs- sIonal. *Até o presente momento de elaboração dessa cartilha, essa RDC encontra-se “sub judice”, devendo os interessados analisarem sua vali- dade conforme seu interesse em atuar. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 6 LEGISLAÇÃO As Legislações pertinentes ao profissional Farmacêutico que deseja atuar na farmácia Esté- tica estão sob constante mu- dança e/ou sob averiguação jurídica devendo o profissional se atualizar periodicamente a medida que estas mudanças entram em vigor. - resolução nº 669, de 13 de dezembro de 2018. Ementa: Define os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética ante ao adven- to da Lei Federal nº 13.643/18. * - RESOLUÇÃO Nº 616, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2015. Defi- ne os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, am- pliando o rol das técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos utilizados pelo farmacêutico em estabeleci- mentos de saúde estética. - RESOLUÇÃO Nº 645, DE 27 DE JULHO DE 2017. Dá nova redação aos artigos 2º e 3º e inclui os anexos VII e VIII da Resolução/CFF nº 616/15. ESTABELECIMENTO DE SAÚDE ESTÉTICA A tualmente, diver-sos profissionais da área da saúdetem tido a saú- de estética como um campo de atuação reconhecido pelos seus conselhos de classe. A saúde estética é área da saúde voltada à promoção, proteção, manutenção e recu- peração estética do indivíduo, de forma a selecionar e aplicar procedimentos e recursos es- téticos, utilizando-se para isso produtos, substâncias, técni- cas e equipamentos específi- cos, de acordo com as carac- terísticas e necessidades do paciente. O Farmacêutico esteta poderá exercer a atividade por meio de um alvará de autônomo (Pro- fissional Liberal), trabalhar em uma clínica de estética ou en- tão constituir uma empresa. O Farmacêutico esteta não pode cadastrar MEI (Micro Empre- sa Individual), pois para ativi- dades intelectuais, não cabe MEI. Farmacêutico não consta na lista de ocupações permiti- das para cadastro de MEI. De acordo com a Lei Federal no. 5991/73 e com a RDC no. 44/09 é vedada a oferta de outros serviços que não este- jam relacionados com a dis- pensação de medicamentos, a atenção farmacêutica e a per- furação de lóbulo auricular em farmácias e drogarias, portan- to, o Farmacêutico não poderá exercer a farmácia estética em consultório farmacêutico den- tro destes estabelecimentos A Resolução CFF 616/2015 de- fine que é atribuição do farma- cêutico a atuação nos Estabe- lecimentos de Saúde Estética (Consultórios e clínicas), não podendo atuar dentro de Sa- lões de Beleza. Para a emissão do alvará de autônomo o farmacêutico de- verá apresentar aos órgãos reguladores o comprovante de registro profissional e habili- tação em estética registrados no Conselho Regional de Far- mácia do seu estado. Já para o registro como Responsável Técnico por uma clínica de es- tética, o Farmacêutico deverá solicitar a emissão do Certifi- cado de Regularidade Técnica emitido pelo Conselho Regio- nal de Farmácia do seu estado para então solicitar a Licença Sanitária. Até o presente momento não há legislação sanitária especí- fica sobre a abertura de uma clínica de estética sob respon- sabilidade técnica do farma- cêutico. O farmacêutico que deseja consti- tuir uma empresa para prestação serviços de saúde poderá buscar orientações junto a entidades es- pecializadas, Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 7 por exemplo, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Além de procurar auxílio de um contabilista, pois o proces- so de abertura de empresa é complexo, por exigir análise e registro por parte de vários ór- gãos públicos. Vale ressaltar ao farmacêutico que pretende assumir respon- sabilidade técnica por estabe- lecimento de saúde estética que deverá declarar essa res- ponsabilidade técnica ao ór- gão sanitário e ao Conselho Regional de Farmácia, e cer- tificar-se de que o estabeleci- mento se encontra regular pe- rante tais órgãos. Neste contexto, o farmacêu- tico que irá atuar na área de saúde estética deverá verificar se o estabelecimento segue as determinações do Decreto nº 12.342/1978, que aprova o Regulamento a que se refere o artigo 22 do Decreto-Lei nº 211, de 30 de março de 1970, que dispõe sobre normas de pro- moção, preservação e recupe- ração da saúde no campo de competência da Secretaria de Estado da Saúde, bem como o preconizado na RDC da Agên- cia Nacional de Vigilância Sa- nitária (Anvisa) nº 50/2002, que aprova o Regulamento Técni- co destinado ao planejamen- to, programação, elaboração, avaliação e aprovação de pro- jetos físicos de estabelecimen- tos assistenciais de saúde, e a RDC nº 63/2011 que estabelece os requisitos de Boas Práticas para funcionamento de servi- ços de saúde, fundamentados na qualificação, na humaniza- ção da atenção e gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente. Tendo em vista que em estabe- lecimentos de saúde estética haverá a geração de resíduos,é importante que o farmacêutico também observe o disposto na RDC nº 306/2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resí- duos de serviços de saúde. Técnica e recursos terapêuticos Conforme descrito nas resoluções do CFF (con- selho federal de far- mácia) nº 616/2015 e 645/2017, nos consul- tórios farmacêuticos, é permitido ao profissio- nal farmacêutico reali- zar as técnicas de natu- reza estética a seguir: Todas essas técnicas só po- derão ser realizadas pelo profissional farmacêutico esteta, devidamente capa- citado e com a finalidade estritamente estética, res- peitando suas atribuições previstas nas legislações vi- gentes. Avaliação Farmacêutica O profissional farmacêutico qualificado técnico, cientifico e profissionalmente para reali- zar uma avaliação adequada e completa, sendo essa, essen- cial antes de iniciar qualquer procedimento estético. É o pri- meiro contato com o paciente e tem como objetivo o enten- dimento das necessidades pri- mordiais. Deve ser baseada, no histórico, devendo constar os dados pessoais e hábitos diários do paciente, levando o profissional farmacêutico a identificar as possíveis causas das desordens estéticas pre- sente. Na avaliação farmacêutica deve constar: as disfunções estéticas faciais, corporais, ca- pilares, utilizando, podendo se utilizar das técnicas e recursos terapêuticos previsto nas le- gislações vigentes. Lembrando sempre, que a desordem rela- tada pelo paciente precisa ser • Avaliação detalhada, definição dos procedi- mentos e estratégicas, acompanhamento e evolução estética; • Cosmetoterapia; • Criolipólise; • Carboxiterapia; • Agulhamento e microagulhamento estéticos; • Intradermoterapia/mesoterapia; • Aplicação de solução hipertônica de glicose 50% e 75% exclusivamente para microvasos (telangiectasias) • Laserterapia Ablativos • Toxina Botulínica; • Preenchimentos dérmicos. • Fios lifting absorvíveis. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 8 exclusivamente estética, para ser tratada pelo profissional farmacêutico, caso contrário, deverá ser encaminhado ao profissional de saúde habili- tado e trabalhar em conjunto, para obter um resultado ade- quado. Avaliação global O profissional farmacêutico deve identificar qual é o prin- cipal problema do paciente, ouvindo atentamente as ex- plicações e buscando definir a personalidade, a expectati- va e o grau de exigência com relação ao tratamento a ser realizado. O profissional far- macêutico deve estar atento a todos os problemas ou pos- síveis problemas de saúde do paciente como: alergias, pro- blemas cardíacos, neurológi- cos, ortopédicos, renais, respi- ratórios, alteração da pressão arterial, diabetes, alterações tireoidianas, ginecológicos (gestantes ou lactantes), neo- plasias (benigno ou maligno e a quanto tempo), doenças in- fectocontagiosas, alterações vasculares, fraqueza, cansaço ou fadiga. Importante sempre constar na avaliação se o paciente já realizou procedimentos estéti- cos, se sim, a quanto tempo e como foi seu resultado, constar se já passou por cirurgias, se tem formação de queloides, se possui marca passo, pinos, pla- cas, próteses. Fatores importantes que devem ser mencionados: como está a ingestão de água, se utiliza cosméticos e filtro solares (fre- quência e quais), como está a qualidade do sono, o funciona- mento do intestino (regular ou irregular), a prática de atividade física (frequência e qual), a ali- mentação (boa, regular, péssi- ma), se tem o habito de fumar, se ingere bebida alcoólica (qual /frequência), exposição solar (frequência), se utiliza medica- mentos continuo ou se está em uso no momento (qual). Importantíssimo constar na sua avaliação se o paciente tem al- guma intolerância alimentar a lactose, glúten, albumina. Se vai passar por algum procedi- mento de hiperpigmentação de sobrancelhas ou lábial. O farmacêutico deve questionar também sobre o estado emo- cional do paciente, se é ansio- so, otimista, depressivo, impa- ciente, medo de agulhas, entre outros. Avaliação Facial A avaliação facial é essen- cial antes de qualquerproce- dimento estético e essa deve ser visual, palpatório, podendo utilizar técnicas que auxiliam na avaliação (luz de wood, Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 9 dermaview, lupa...) identifican- do o tipo de pele (eudermica, seca, oleosa, mista, sensível), nível de hidratação (.(normal, oleosa, poros dilatados), tô- nus (flácida, média ou nor- mal) e coloração (normal, pá- lida, avermelhada, manchada, acromias, efélides), espessura do estrato córneo (envelheci- mento, fino, normal, espesso ou rugoso), identificar se as linhas de expressões e rugas são dinâmica ou estáticas, identificar o fototipo do pa- ciente ((I, II, III, IV, V, VI), reali- zar o teste da prega verifican- do a flacidez. O profissional farmacêutico deve identificar quaisquer al- terações, que estejam presen- tes como: comedões, acnes, cicatrizes, nervo melanócitico (pintas), xantelasmas (lesão na região pálpebra, escamações rosácea, lesões endurecidas na cor da pele ou amareladas, hemangioma, telangectasia (pequenos vasos sanguíneos), edemas, herpes, entre ou- tras... qualquer alteração per- cebida deve ser anotada e mostrado ao paciente. O registro de fotográfi- co é importante para se comprovar qualquer alte- ração e o resultado final do tratamento. Todos os fatores acima mencionados são im- portantes, para que, o profissional possa tomar decisões apropriadas, identificando quais os tratamentos, aparelhos, recursos terapêuticos e cosméticos trarão mais benefícios ao paciente, permitindo a visualiza- ção na reavaliação, e também se necessária for, mudança de proto- colo, caso os resultados não estejam sendo satis- fatórios. Deve-se obter dados de acompanha- mento da evolução do tratamento, atentando-se a colocar datas e a conduta ado- tada. Além disso, antes de iniciar e após cada procedimento é im- portante solicitar a assinatura do pa- ciente. Lembrando sempre que é o profissional farmacêutico que define as estratégias terapêu- ticas mais condizentes ao seu paciente, baseando-se nas le- gislações vigentes. Avaliação corporal A avaliação consiste em ser vi- sual e palpatória é importante sempre observar as alterações na coloração de pele ou relevo cutâneo, presenças de estrias e sua coloração, flacidez, cica- trizes, distribuição da gordura corporal e presença de micro- vasos. Na palpação identifi- camos irregularidades na su- perfície corporal, elasticidade (flacidez tissular ou muscu- lar), presença de nódulos, li- podistrofia ginóide (celulite), edema e dor, hiperidrose, a textura da pele se é áspera, lisa, ondulada, hidratada e elástica. Importante ter na ficha de avaliação um espaço para re- gistrar a medição da área tratada (bus- to, braço, abdômen, cintura, quadril, culote, coxas, per- nas). Utilizar balan- ças para registro de peso. O registro fotográfico é impor- tante para se comprovar qual- quer alteração e o resultado final do tratamento. Todos os Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 10 fatores acima mencionados são importantes, para que, o profissional possa tomar deci- sões apropriadas, identifican- do quais os tratamentos, apa- relhos, recursos terapêuticos e cosméticos trarão mais bene- fícios ao paciente, permitindo a visualização na reavaliação, e também se necessária for, mudança de protocolo, caso os resultados não estejam sendo satisfatórios. Deve-se obter dados de acompanhamento da evolução do tratamento, aten- tando-se a colocar datas e a conduta adotada. Lembrando sempre que é o profissional farmacêutico que define as estratégias terapêu- ticas mais condizentes ao seu paciente, baseando-se nas le- gislações vigentes. Avaliação capilar A análise do cabelo é uma parte importante da avaliação que irá ajudá-lo a determinar o estado do couro cabeludo, base do folículo e a haste ca- pilar. Avaliar o couro cabeludo, identificando sinais de desor- dem seborreica, existência ou não de descamação, lesões ou fungos, alopecia, obstru- ção folicular, grau de hidrata- ção ou oleosidade e demais variações. Na avaliação do cabelo deve ser observado a porosidade (áspero, quebradi- ço, seco), sensibilidade do fio, diâmetro (fino, grosso), a elas- ticidade, brilho, a quanto tem- po se percebe a queda do ca- belo, se tem produtos químico no fio, o tipo de cabelo (cres- po, negroide, ondulado) entre outros. Esta avaliação é feita através de observação direta e palpação, durante a avaliação o profissional precisa conhe- cer o histórico clínico, aconte- cimentos ou hábitos de vida que possam ter afetado a saúde capilar. Importante ques- tionar ao paciente, se utiliza algum tipo de cosméti- co para o cabelo, med icamentos (via oral e tópi- co, principalmente hormonais), se uti- liza química (pin- tura, alisamentos), frequência de la- vagem, secador e pranchas (demais utensílios) que po- dem danificar o fio. Explique sempre todos os proce- dimentos antes de dar início a um tratamento; se houver qualquer dúvida sobre o resultado final, o cliente deve ser informado. locar datas e a conduta adotada. Lembrando sempre que é o profissional farmacêutico que de- fine as estratégias terapêuticas mais condizentes ao seu paciente, baseando- -se nas legislações vigentes. O registro de fotográfico é importante para se comprovar qualquer alteração e o resulta- do final do tratamento. Todos os fatores acima mencionados são importantes, para que, o profissional possa tomar deci- sões apropriadas, identificando quais os tratamentos, apare- lhos, recursos terapêuticos e cosméticos trarão mais bene- fícios ao avaliado, permitindo a visualização na reavaliação, e também se necessária for, mudança de protocolo, caso os resultados não estejam sendo satisfatórios. Deve-se obter dados de acom- panhamento da evolução do tratamento, atentando-se a co- Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 11 CARBOXITERAPIA A carboxiterapia é uma técnica recentemente introdu- zida na área da estética, O dióxido de carbono foi des- coberto em 1648, mas a história do uso terapêutico do anidro carbônico (gás carbônico ou CO2) teve início na década de 30, na França1,2,4. Anteriormente seu uso era feito através de banhos secos ou imersão em água carbonada para o tra- tamento de arteriopatias periféricas. Atualmente, a carboxiterapia caracteriza-se num método de fácil execução e consiste na administração do CO2 pela via subcutânea diretamente nas áreas afetadas1. O CO2 utilizado é um gás atóxico, não embólico e comercializado como sendo um gás medicinal de altíssima pureza, é inodoro e incolor. É o produto endógeno natural do metabolismo das reações oxi- dativas celulares, produzido no organismo diaria- mente em grandes quantidades e eliminado pelos pulmões durante a respiração1,10,4. Tem um alto poder de difusão, este gás é rapidamente absorvido e eliminado, ficando apenas o efeito vasodila- tador1,4,5,6. Foi desenvolvido de um equipamento capaz de controlar o fluxo injetado por minuto, e o volume total injetado pos- sibilitou a aplicação da carboxiterapia e seu reconhecimen- to terapêutico nos países da Europa, principalmente Itália e França, onde é reconhecida para uso em Saúde Pública1,7. Este aparelho liga-se a um cilindro por meio de um regulador de pressão de gás carbônico e é injetado por via de um equipo (sonda) com uma agulha pequena (agulha insulina- 30 G) dire- tamente através da pele do paciente1,2,4. CRIOLIPÓLISE Segundo o anexo VI da Resolução 616, DE 25 de novembro de 2015 criolipólise é um procedimento não invasivo de redução de gordura localizada, que consiste no resfriamento, controlado e localizado do adipócito. (GUIDI,2013). Esta técnica utiliza do resfriamento da pele e do tecido adiposo adjacente por temperatura variada entre -5 a -15ºC, causando paniculite fria localizada, morte adipocitária por apoptose e, consequentemente, diminuição do contingente adiposo subcu- tâneo localizado. (BERNARDES,2015). Na área da esté- tica o CO2 se des- taca no tratamento da lipodistrofia ginóide, flacidez cutânea, adi- posidades localizadas, estrias, rugas, cicatri- zes inestéticas, dentre outros1. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 12 Para realizar o procedimento de criolipólise é importante lem- brar que são necessários alguns preparos para que não ocorra queimadura por frio no local da aplicação. O principal item de segurança é a membrana que reveste a área exposta à tempe- ratura de até - 15°C. (AGNE, 2016). Esta membrana é composta por um tecido de trama diferenciada que não venha a romper d u - rante a sucção que acontece no início do procedimento e se mantenha até o final com a mesma intensidade. Além do tecido diferen- ciado, existe um líquido que mantém a umidade e proteção para que não ocorra a queimadura devido à baixa temperatura. (AGNE, 2016). As complicações pós procedimentos podem incluir: alterações transitórias na função sensorial, porém, sem lesões a longo prazo nas fibras nervosas sen- soriais, eritema, o qual ocorre imediatamente após a aplicação e pode desaparecer em até 30 minutos após o término da ses- são, bem como pequenas alterações nos níveis de lipídeos ao longo do tempo, entretanto, dentro dos limites considerados normais (MANSTEIN, D et al, 2008). Microagulhamento O agulhamento e mi- croagulhamento estéticos, ou indu- ção percutânea de colágeno é um procedimento que faz micro perfurações na pele com finas agulhas metálicas(Klayn, Limana, e Moares 2010; E. Lima, Lima, e Takano 2013). Ele é seme- lhante ao da acupuntura, porém, localizado e múlti- plo, dando efeito apenas na área tratada(Klayn, Li- mana, e Moares 2010). Seu resultado mais relevante é a indução de colágeno e de distintas fibras naturais na pele, bem como o espessa- mento da epiderme. A téc- nica pode ser feita por sis- temas de rolagens (rollers os mais comuns), canetas elétricas (carimbos). O apa- relho deve ter liberação da Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 13 anvisa e nunca ser reutiliza- do(Klayn, Limana, e Moares 2010; Sociedade Brasileira de Dermatologia [s.d.]). As profundidades que a agulha pode chegar é date 2,5 mm. A figura exemplifica os dois sistemas rollers e carimbos A utilização da técnica de mi- croagulhamento tem se de- mostrado um interessante meio de permear ativos, no entanto problemas re- lacionados com a ad- ministração correta da dose de fármaco e preo- cupações quanto aos possíveis agravos na pele, têm feito com que o uso desta técnica seja feito apenas quando os méto- dos químicos não surgem efeitos. Podem ser utili- zadas isoladamente ou em conjunto com outros métodos(Dias 2013; A. de Lima, de Souza, e Grig- noli 2015) Além disso, essa técnica tam- bém pode ser utilizada como veiculador de ativos para reju- venescimento, como o retinol e a vitamina C. Ela também é indicada para estímulo isolado no rejuvenes- cimento, melhorando a colora- ção, textura e brilho da pele. Vale ressaltar que, nessa téc- nica, pode haver complicações que incluem irritação, delica- das crostas, milium, peque- nas pústulas, herpes simples, reação ao retinoide, cicatrizes, hematomas de longa duração e até infecções por contato do paciente. INTRADERMOTERAPIA / MESOTERAPIA A intradermoterapia é um procedimento que consiste na aplicação direta, na região a ser tratada, esta técnica consiste em injeções intradérmicas de substâncias far- macológicas diluídas (Pistor, 1976; Tennstedt; Lachapelle, 1997). Desta Forma, A Derme torna-se um reservatório a partir do qual os produtos ativam receptores dérmicos e se difundem lenta- mente, utilizando a unidade microcirculatória (Maya, 2007). Mais conhecido como mesoterapia, que consiste em injeções intradérmicas ou subcutâneas de um fárma- co ou de uma mistura de vários produtos, chamada mélange. Esta técnica é indicada para redução de gordura em localizações como abdômen, pálpebra in- ferior, pescoço, glúteo ou coxas, lipodistrofia ginoide, telangiec- tasias, flacidez, estrias, rugas, alopecia e manchas. As telangetasias também podem ser encontradas nas régios dos membros inferiores, estas são chamadas de aranhas ou mi- crovasos, estas telangetasias ou ara- nhas podem ser tratadas de forma estética quando o paciente não apre- sente problemas circulatórios, este procedimento consiste em injetar no interior do micro vaso glicose hipertônica com ou sem lidocaína para que este por sua vez faça uma irritação do epi- télio do vaso e ele seja elimina- do. Esta técnica é mais conhe- cida por PEIM (procedimento estético para micro vaso) LASERTERAPIA Laser é um acrônimo, ou seja, são dispositi- vos que produzem radiação eletromag- nética por um processo denominado “emis- são estimulada”. A energia emitida pelo laser possui proprieda- des físicas que permitem que seja emitida uma radiação de grande energia e empregado em d i - versos fins terapêuticos. É uma técnica que produz radiação eletromagnética contra determinado alvo na pele. Este alvo pode ser desde um pigmento, como, por exemplo, a melanina (presente nas manchas de sol), tatuagem, ou até mesmo a água, que é o alvo no rejuvenescimento. Consiste em um tratamento não ablativo e utilizado para depila- ção, discromias, envelhecimento cutâneo, flacidez tegumentar Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 14 e lesões vasculares. Pode ser utilizada em qualquer época do ano e requer preparo prévio. Os primeiros lasers usados para o rejuvenescimento foram o CO2 (10.600nm) e o Erbium (2.940nm), com excelentes resulta- dos para o estímulo da produção de colágeno. Por serem abla- tivos não fracionados, a recuperação era muito demorada, com complicações importantes. Para minimizar os efeitos indesejados, lasers não ablativos com diferentes comprimentos de onda foram introduzidos (840nm, 1.320nm, 1.640nm pulso longo entre outros), além dos fracio- nados não ablativos (1.440nm, 1.540nm e 1.550nm) e os fracio- nados ablativos (CO2 10.600nm e de Erbium 2.940nm fraciona- dos, por exemplo) e, embora tenham desempenho inferior aos ablativos não fracionados, apresentam maior segurança, com significativa redução do tempo de recuperação e dos efeitos in- desejados apresentados, passando a ser uma boa opção com segurança para o tratamento de peles com fotoenvelhecimento acentuado, por exemplo. O fracionamento dos raios dos lasers ablativos permite remoção de apenas parte da epiderme, de modo controlado, de acordo com os efeitos desejados, o que garante segurança para a técnica. A recuperação do paciente tam- bém é rápida com efeitos cola- terais mínimos, constituindo-se uma das técnicas mais adequada para o tratamento do fotoenve- lhecimento de graus moderados a acentuados, bem como outras afecções inestéticas, com rápida recuperação para o paciente. Portanto, o laserablativo fracionado, in- troduzido com o objetivo de obter uma técnica tão eficiente no tratamento de afecções inestéticas quanto o ablativo não fracionado é tão segura quanto o fracionado não ablativo, constitui-se de uma técnica não cirúrgica im- portante no auxílio dos trata- mentos estéticos pelo farma- cêutico. Além disso, ela é indicada para rugas profundas, linhas finas, texturas da pele, rejuvenesci- mento, queratose seborreica, cicatrizes de acne, estrias, po- ros dilatados, flacidez e pig- mentação. No caso desta técnica, é fun- damental que o farmacêutico esteta tenha conhecimento dos comprimentos de onda existentes, pois há variação de acordo com a finalida- de desejada no procedi- mento. Vale destacar que, dependendo do pro- blema para o qual esta técnica é uti- lizada, pode oca- sionar efeitos ad- versos, tais como eritema, edema, púrpura, bolhas, ci- catrizes, alterações na textura, dor, desconfor- to, alterações na pigmen- tação, entre outros. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 15 TOXINA BOTULÍNICA Segundo o anexo I da Resolução 616, DE 25 de no- vembro de 2015a toxina botulínica é uma neurotoxina produzida por bactéria anaeróbia denominada Clostri- dium botulinum (SHILPA et al., 2014), caracterizan- do-a como um produto biológico. O mecanismo de ação da toxina é inibir a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular pré-sináp- tica, causando paralisia muscular (ARNON, 2001). Ao longo dos anos tem-se explorado seu potencial clínico (MAHAJAM e BRUBAKER, 2007), ganhando destaque no tratamento de rugas e linhas de expressão, sendo utilizada principalmente com finalidade estética (ANTONIO et al., 2012). Apresenta alta margem de segurança, os efeitos adversos da técnica se apresentam de forma moderada, transitória e com baixa frequência, segundo a maioria dos trabalhos publi- cados (COTE, 2005). A injeção muscular de toxina botulínica, em dose e locali- zação apropriadas, provoca desenervação química parcial e diminuição da contratura, sem ocasionar paralisia com- pleta. Comercialmente, as toxinas botulínicas são agentes bioló- gicos obtidos laboratorialmente, sendo substâncias cris- talinas e estáveis, liofilizadas, associadas à albumina hu- mana e utilizadas, após diluição, em solução de NaCl a 0,9%. (UNNO et al, 2005). A ação da toxina botulínica no músculo tem seu início em 2 a 5 dias se estendendo, em alguns casos, em até duas semanas. Uma vez instalado, o efeito perdura em até seis meses. Após dois a três meses, gradualmente co- meça a diminuir sua ação marginalmente. (DRESSLER et al., 2002). PREENCHIMENTOS DÉRMICOS Os preenche- dores dérmicos fazem parte do contexto do rejuvenescimento cutâneo. São capazes de promover aumento de volume com restauração dos contornos corporais (BRANDT, 2008; MONTEIRO, 2010). Existem diversos produtos de preenchimento d é r m i c o d i s p o n í v e i s n o mercado, tais c o m o hidroxiapatita, ácido po- li-L-láctico (PLLA), ácido hialurônico, entre outros (PALERMO e MATEUS, 2012). Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 16 Os preenchimentos cutâneos são classificados segundo a duração de sua ação: Curta (menos de 4 meses), longa (6 meses a 1 ano), se- mipermanentes (1 a 2 anos) e permanente (2 anos ou mais). A aplicação injetável de ácido hialurônico, segundo estatís- ticas da American Society for Aesthetic Plastic Surgery, tem sido um dos procedimentos mais realizados e em crescen- te demanda para fins estéticos nos últimos anos. O produto tem se tornado cada vez mais seguro, e suas complicações na atualidade são relaciona- das principalmente à téc- nica de aplicação e inade- quada higienização da pele (CROCCO et al., 2012). O ácido hialurônico é uma glicosaminoglicana que ocorre naturalmente na ma- triz extracelular da derme e proporciona sustentação estrutural e nutrientes, que por meio de sua capaci- dade hidrofílica, adiciona volume e enchimento à pele. Ele é obtido por bios- síntese, cujo teor diminui com a idade, contribuindo para a formação de rugas assim como o rompimen- to de fibras colagenas e a diminuição da elasticidade da pele. Os preenchedores de ácido hialurônico (AH) têm sido os mais utilizados nos últimos anos no trata- mento de sulcos e rugas, devido a sua praticidade de aplicação e boa margem de segurança, além dos efeitos visíveis imediatamente após aplicação e longa duração. Em 2013 foram realizadas, nos Estados Unidos, cerca de 1.8 milhões de pessoas recor- reram à aplicação de preen- chimento facial com ácido hialurônico (ASAPS 2013). Sua biocompatibilidade e téc- nica de aprendizado relativa- mente simples o tornaram es- colha frequente na abordagem das rugas e outras alterações do relevo cutâneo, sobretudo na face, mas também em ou- tras áreas, como o dorso das mãos (BOWMAN et al., 2005). Possui as propriedades de controlar os eletrólitos e água nos fluídos extracelulares, ci- catrizante, protetor contra in- fecções e lubrificante. Acredita-se que a diminuição dos níveis deste ácido seja a principal causa do resseca- mento da pele durante o enve- lhecimento. Ele é um produto seguro, en- tretanto suas complicações estão relacionadas especial- mente à técnica de aplicação e inadequada higienização da pele. O AH injetável é conhecido por ser não permanente, com duração média de seis meses. (NAST et al., 2011; REQUENA et al., 2011), enquanto que a hidroxiapatita e o PLLA podem durar até 2 anos (PALER- MO e MATEUS, 2012). Para a condução do preenchimento dér- mico se faz n e c e s s á - rio o uso de técnicas de aneste- sia tópica, infiltrativa local ou de p r o c e d i - mentos de b loque ios a n e s t é s i - cos esté- ticos refe- rentes à região tratada (MATEUS e PALERMO, 2012). Os preenchedores cutâ- neos também podem ser classificados segun- do seu mecanismo de ação em preenchedores que produzem volume e em bioestimulantes. Aqueles que ocupam espaço substituem a perda de volume sem efetuar uma mudança significativa nos tecidos adjacentes, enquanto os bioestimulantes estimulam fibroblastos a sintetizar novo colágeno. Os preenchedores cutâneos comuns, que produ- zem volume, incluem o coláge- no e o AH; os bioestimulantes comuns, incluem o CaHA e o ácido poli-L- lático (CROCCO et al., 2012). Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 17 FIOS DE SUSTENTAÇÃO E BIOESTIMULAÇÃO ABSORVÍVEIS Dentre as alterações morfológicas que ocorrem com o processo de envelhecimento temos a perda da densidade óssea, a di- minuição da produção de colágeno e elastina gerando flacidez tissular, a flacidez muscular e a reabsorção e queda dos conxins adiposos da face. Os fios de sustentação e bioestimulação são implantes filamentares absorvíveis que promovem a indução de colágeno, melhorando a firmeza e sustentação dérmica. Podem ser de di- versos materiais, como a Polidioxanona, o ácido poli-L-láctico e a Policoprolactona. Com o uso dos fios de sustentação é possível reposicionar al- guns tecidos que sofreram ptose devido ao processo de enve- lhecimento, além de melhorar a qualidade dérmica através da bioestimulação de colágeno. As técnicas utilizando fios absorvíveis, necessitam apenas de dessensibilização local, sem a necessidade de incisões, tratan- do-se de um processo minimamente invasivo não cirúrgico, tra- duzindo-se em um método seguro para proporcionar rejuvenes- cimento facial e lifting. Dentre as principais indicações dos fios absorvíveis, temos as correções de ptoses leves a moderadas, paralisias faciais, assimetrias faciais, otimização de lifting cirúrgico, melhora de sulcos e rugas profundas, uso em pacientes com restrição ci- rúrgica e também como comple- mento no tratamento com toxi- na botulínica e preenchedores faciais. Prescrição farmacêutica O Conselho Federal de Farmácia permite a prescrição farmacêutica desde 2013, quando foi publicada a RDC 585 e RDC 586, que regula- mentam as atribuições clínicas do farmacêutico e regulam a prescri- ção farmacêutica. Os farmacêuti- cos no âmbito da estética podem prescrever medicamentos, segun- do a lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas (Gite), isentos de prescrição médica, fi- toterápicos não tarjados, cosmé- ticos e dermocosméticos. Esses produtos e medicamentos podem ser preparações industriais ou ma- gistrais, alopáticas ou dinamiza- das, plantas medicinais e outras categorias quando aprovadas pelo órgão federal1. Lembrando que para poder prati- car a prescrição farmacêutica, os profissionais devem estar inscritos nos seus respectivos conselhos regionais, para terem o direito de prescrever, sempre dentro do seu âmbito profissional e dentro dos padrões éticos1. O ato da prescrição farmacêuti- ca deve ocorrer dentro da clínica de estética ou do estabelecimen- to em que o profissional estiver atuando de maneira autônoma, sempre respeitando o princípio da confidencialidade e a privacidade do atendimento1. Conforme a RDC 586 de 2013, a prescrição farmacêutica deve ser redigida em vernáculo, de modo legível, observados a nomenclatu- ra e o sistemade pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo ter os seguintes compo- nentes mínimos2: - Identificação do estabelecimen- to - Nome completo e contato do pa- ciente - Nome do medicamento ou for- mulação, dosagem, forma farma- cêutica, via de administração e duração do tratamento. - Nome completo do farmacêuti- co, assinatura e número do regis- tro no Conselho Regional de Far- mácia. - Local e data da prescrição. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANFARMAG. Guia prático de prescritores habilitados e prescrições. Disponível em: <http://fqm.edu. br/20161/wp-content/uploads/2017/02/ANFARMAG-Guia_pratico_de_prescritores_habilita- dos_e_prescricoes.pdf>. Acesso em 08 julho 2019. 2. BRASIL. RDC 586 Conselho Federal de Farmáicia. Disponível em: <http://www.cff.org.br/ userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o586_13.pdf>. Acesso em 08 de junho de 2019. 3. Bowman PH, Narins RS. Hialinos e Técnicas de Preenchimento. In: Carruthers J, Carru- thers A. Técnicas de Preenchimento. 4. New York: Elsevier; 2005. p. 35-56. 5. Brandt FS, Cazzaniga A. Hyaluronic acid gel fillers in the management of facial aging. Clin Interv Aging. 2008;3(1):153-9. 6. Crocco EI, Alves RO, Alessi C. Adverse events in injectable hyaluronic acid. Surgical Cos- metic 2012. 7. Mateus A, Palermo E. Cosmiatria e laser: Prática no consultório médico. Gen. São Paulo, 2012. 8. Monteiro EO, Parada MOB. Preenchimentos faciais: parte um. RBM - Rev Bras Med (Espe- cial Dermatologia). 2010;67(7):6-14. 9. Sociedade Americana de Cirurgia Plástica ASAPS 2013 http:// www. allerg an. com. br/ WhatWe Tr eat/ Pages/ medical_ aesthetics.aspx 10. Requena L, Requena C, Christensen L, Zimmermann US, Kutzner H, Cerroni L.. Adverse reactions to injectable soft tissue fillers. J Am Acad Dermatol. 2011;64(1):5-7 Nast A, Reytan N, Hartmann V, Pathirana D, Bachmann F, Erdmann R, Rzany B. . Efficacy and durability of two hyaluronic acid-based fillers in the correction of nasolabial folds: results of a pros- pective, randomized, double-blind, actively controlled clinical pilot study. Dermatol Surg. 2011;37(6):768-75 11. Fitzpatrick RE, Ruiz-Esparza J, Goldman MP. The depth of thermal using the CO2 laser: a comparison of the superpulsed mode and conventional mode. J Dermatol Surg Oncol. 1991;17:340-4. 12. Manstein D, Herron GS, Sink RK, Tanner H, Anderson RR. photothermolysis: a new concept for cutaneous remodeling using patterns of thermal injury. Lasers Surg Med. 2004;34(5):426- 38. 13. Beylot C. Ablative and fractional lasers. Ann Dermatol Venereol. Suppl 3:S189-94. 14. Dierickx CC, Khatri KA, Tannous ZS, Childs JJ, Cohen RH, Erofeev D,Yaroslavsky IV, Altshu- ler GB. Micro-fractional ablative skin resurfacing two novel erbium laser systems. Lasers Surg Med. 2008;40(2):113-11. Jih MH, Kimyai-Asadi A. Fractional photothermolysis: a review Semin Cutan Med Surg. 2008;27(1):63-71. 15. Campos V, Matos RA, Fillippo A, Torezan LA. Laser no rejuvenescimento facial. Surgical & Cosmetic Dermatology, 2009; 1(1):29-36. 16. West TB, Alster TS. Effect of pretreatment on the incidence hyperpigmentation following cutaneous CO2 laser resurfacing. Surg. 1999;25(1):7-15. 17. Guia Cosmético. Disponível em: <http://www.crf-pr.org.br/uploads/comissao/6295/Guia_ cosmetico.pdf>. Acesso em 07 julho 2019. 18. 2 Farmacêutico Cosmetologista Disponível em: <http://www.espacofarmaceutico.com.br/ blog/2017/10/18/farmaceutico-cosmetologista-descubra-o-que-faz-e-como-se-tornar-um>. Acesso em 07 julho 2019. 19. Bases Curriculares do curso de Farmácia. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_docman&view=download&alias=74371-rces006-17-pdf&category_slu- g=outubro-2017-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 08 julho 2019. 20. Flavia AS, Fabio SB. Carboxiterapia: Uma Revisão. Revista Fisioterapia Ser. 2008, http:// www.proffabioborges.com.br/wp-content/uploads/2009/11/carboxiterapia-uma-revisao.pdf 21. ANNE DE MELO COSTA, Daniella R. G. Mendes, www.senaaires.com.br/wp-content/uploads/2017/05/ESTRIAS- -E-O-TRATAMENTO-COM-CARBOXITERAPIA-CO2-–-UMA-REVISÃO-DE-LITERATURA.pdf 22. Luciana Maria Lima Azevedo. O uso da Carboxiterapia no tratamento do Fibro Edema Ge- Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 19 lóide - http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/19/59_-O uso da_Carboxiterapia_no_ tratamento_do_Fibro_Edema_GelYide.pdf 23. CFF. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 616, DE 25 DE NOVEM- BRO DE 2015. Ementa: Define os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol das técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos utilizados pelo farmacêutico em estabelecimentos de saúde estética. 24. Goldman, MP, Bacci, PA, Leibashoff, G, Hexsel, D, Angelini, F. Carboxytherapy. In: Gold- man et al. Cellulite – Pathophysiology and Treatment. New York: Taylor & Francis, 2006: 197-208. 25. Guyton et al. Tratado de Fisologia Médica, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002. 26. Worthington, A, Lopez, JC. Carboxiterapia – Utilização do CO2 para Fins Estéticos. In: Yamaguchi C. II Annual Meeting of Aesthethic Procedures. São Paulo: Santos, 2006:567-7 27. Luigi, P, Vincenzo, V, Bartoletti, CA. La Carbossiterapia: uma metódica terapêutica in evoluzione. Rivista di Medicina Estética, n 2, anno 1997. 28. Guirro, ECO, Guirro, RRJ. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias, 3 ed, São Paulo: Manole, 2002, p.347-367. 29. West, JB. Fisiologia Respiratória Moderna, Ed Manole, 6 ed., São Paulo, 2002;p. 76-80. 30. Cormack, DH. Ham: Histologia, 9 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1991, p.144- 148; 477-478. 31. Houssay, BA. Fisiologia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1984, p. 346-49. 32. Kessel, RG, Histologia Médica Básica: A biologia das células, tecidos e órgãos. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. 33. Bray, GA, Greenspan, FS, Strewler, GJ. Obesidade. In: Gray, GA. Endocrinologia Básica & Clínica, 5 ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 1997, p. 522-523. 34. Assumpção, AC, Souza, A, Máximo, A, Cardoso, MC, Borges, FS. Eletrolipólise (Eletrolipo- forese) In: Borges, FS. Fisioterapia Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo. Phorte Editora. 2006, p. 209-212. 35. Summers, L et al. Subcutaneous abdominal adipose tissue blood flow variation within and between subjects and relationship to obesity. Clin Sci, 1996 Dec, 91(6): 679-83. 36. Brandi, C, D’Aniello, C, Grimaldi, L, Bosi, B, Del, I, Lattarulo, P, Alessandrini, C. Carbon dioxide therapy in the treatment of localized adiposities: clinical study and histopathological correla- tions. Aesthetic Plast Surg, 2001 May-Jun; 25(3): 170-4. 37. Kessel, RG, Histologia Médica Básica: A biologia das células, tecidos e órgãos. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. 38. Gonçalves, AP. Envelhecimento cutâneo cronológico. An Brás Dermatol. 1991; 66:4-6. 39. Oria, RB, Brito, GAC, Ferreira, FVA, et al. Estudo das alterações relacionadas com a idade na pele humana, utilizando métodos de histo-morfometria e autofluoresceência. An Brás Dermatol. 2003; 78:425-434. 40. Ganong, WF. Fisiologia Médica. 4 ed. São Paulo. Atheneu, 2006. 41. Corrêa, MS, Gontijo, EG, Tonani, RL, Reis, ML, Borges, FS. Análise da Eficácia da Carboxite- rapia na Redução do Fibro Edema Genóide: Estudo Piloto. Revista Fisioterapia Ser – Ano 3 - No 2 – Abr/Mai/ Jun – 2008. Comissão Assessora de Estética - CRF/SC 20 F A R M Á C I A E S T É T I C A Â M B I T O F A R M A C Ê U T I C O Comissão Estadual de Farmácia Estética - SC
Compartilhar