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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
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 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. 
Copyright © 2019 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo 
desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual 
comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e 
depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando 
expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, 
distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, 
texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em 
qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado 
com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso 
por escrito da Loja do Concurseiro. 
 Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão 
de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da 
Loja do Concurseiro. 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
3 
 
Apostila elaborada pela Professora 
Elaine Cristiny Evangelista 
Graduada e Licenciada Plena em Enfermagem e 
Obstetrícia – UFPA 
Especialista em Urgência e Emergência- UFPA 
Mestre em Enfermagem - UFPA 
 
PROGRAMA: Legislação Aplicada ao SUS 1 Evolução 
histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e 
a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – 
princípios, diretrizes e arcabouço legal. 2 Controle social 
no SUS. 3 Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da 
Saúde. 4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200. 5 
Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 
8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de 
junho de 2011. 6 Determinantes sociais da saúde. 7 
Sistemas de informação em saúde. 
 
CONTEÚDO 
 
CAPÍTULO 1: 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA 
DE SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA 
ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E 
ARCABOUÇO LEGAL. 
 
CAPÍTULO 2 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL /ARTS. 194 AO 200 
 
CAPÍTULO 3 
LEI 8080 DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 
 
CAPÍTULO 4 
CONTROLE SOCIAL NO SUS 
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 
 
CAPÍTULO 5 
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. 
CAPÍTULO 6 
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 
 
CAPÍTULO 7 
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
 
CAPÍTULO 8 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE 
 
CAPÍTULO 1: 
Evolução histórica da organização do sistema de saúde 
no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde 
(SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal. 
 
Formado por 4 textos: 
1. Texto resumido e mais 13 questões comentadas; 
2. Resumo da aula ministrada em sala; 
3. Pontos importantes para concurso; 
4. Texto completo. 
 
TEXTO RESUMIDO E 13 QUESTÕES COMENTADAS 
 
No período colonial do Brasil (1500 a 1822), as doenças 
eram encaradas pelos índios como castigo ou provação, 
cujas causas eles reconheciam como reflexo da vontade 
de um ser sobrenatural, ação de astros e dos agentes 
climáticos ou força de uma praga ou feitiço. Dentro da 
concepção empírica, mística e mágica da doença, 
quando as pessoas adoeciam, recorriam ao pajé, que 
exorcizava os maus espíritos e utilizava plantas e 
substâncias diversas no tratamento dos enfermos. 
 
Faremos uma viagem na história da saúde do Brasil 
Colônia. 
Os primeiros colonizadores, obviamente, não 
endossavam o sistema de atendimento à saúde dos 
índios. Um dos objetivos dos portugueses era converter 
os indígenas ao cristianismo e isso significava 
neutralizar a influência do pajé; e talvez, 
principalmente, cuidar da saúde dos habitantes da 
terra. Os padres jesuítas tiveram papel importante na 
assistência aos doentes, levando medicamentos, por 
eles manipulados em suas boticas, e alimentos aos 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO 
SUS 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
4 
pacientes, além de aproveitarem aquele momento para 
a catequese. 
O progressivo desenvolvimento da colonização levou ao 
desaparecimento da assistência médica jesuítica, 
substituída pelos físicos, como eram conhecidos os 
médicos da época, e pelos cirurgiões barbeiros1. 
Nesse período, importada da África, onde era endêmica, 
e da Europa, a varíola não mais desertou do território 
brasileiro e, em surtos periódicos, dizimou boa parte da 
população local. 
A prática médica era baseada em conhecimentos 
tradicionais e não “científicos”. A estratégia de controle 
utilizada na época baseava-se no afastamento ou no 
confinamento dos doentes nas Santas Casas de 
Misericórdia2, cuja função era mais assistencialista do 
que curativa. Tal é a característica das ações de 
combate à hanseníase, voltadas para o indivíduo 
doente, e não para a prevenção da ocorrência da 
doença na população. 
A ação contra a febre amarela desenvolvida em fins do 
século XVII, em Pernambuco, inaugura uma nova 
prática, em que, ao lado das medidas voltadas para o 
indivíduo – como o isolamento – são organizadas ações 
com o objetivo de destruir ou transformar tudo o que, 
no meio urbano, é considerado causa da doença. Para 
evitar a sua propagação, aterram-se águas estagnadas, 
limpam-se ruas e casas, criam-se cemitérios, purifica-se 
o ar. O fator desencadeante dessas medidas, contudo, é 
a própria ocorrência de epidemias. Estas, tão logo 
controladas, são seguidas pela desativação daquelas 
medidas saneadoras. 
Somente a partir do século XIX, estruturam-se ações 
que visam à promoção da saúde, antes mesmo da 
ocorrência das doenças. 
Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, 
incorporou-se o caráter de ação denominado de Polícia 
Médica, originário da Alemanha do século XVIII. Essa 
concepção propunha a intervenção nas condições de 
vida e saúde da população, com o propósito de vigiar e 
controlar o aparecimento de epidemias. Tratava-se de 
um controle-profilaxia, de vigilância da cidade, para 
controlar as instalações de minas e cemitérios, o 
comércio do pão, vinho e carne. 
A concepção adotada, sobre as causas das doenças 
baseava-se na teoria miasmática3, que concebia as 
emanações de elementos do meio físico como seus 
agentes responsáveis, considerados insalubres porque 
ainda não se conhecia a existência dos microrganismos. 
Considerava-se que o ar era o principal causador de 
doenças, pois carregava gases pestilenciais oriundos de 
matéria orgânica em putrefação. Essa matéria em 
decomposição resultaria de águas estagnadas nos 
pântanos, para onde seriam carreadas substâncias 
animais e vegetais de cemitérios localizados, na maioria 
das vezes, no centro das cidades, “infeccionando o Bar”. 
Os serviços de saúde, organizados à semelhança de 
Portugal, tinham sua atenção voltada para a profilaxia 
das moléstias epidêmicas, baseada no saneamento do 
meio. 
Para combater esses males, propunha-se a urbanização 
da cidade, com aterros de pântanos, demarcação de 
ruas e lugares de construção, implantação de rede de 
água e esgoto, organização dos cemitérios, criação de 
normas higiênicas para enterro dos mortos, etc. 
Outra causa a que se atribuía a doença seria a 
circulação das pessoas e mercadorias pelos portos. Para 
evitá-la, propõe-se a criação de um lazareto4 para 
quarentena dos escravos portadores de moléstias 
epidêmicas e cutâneas. Essas ações de profilaxia das 
moléstias transmissíveis consistiam, 
fundamentalmente, na fiscalização rigorosa das 
embarcações que poderiam trazer a peste ou outras 
moléstias epidêmicas, o que viria a constituir a 
vigilância sanitária dos portos. A depender das 
moléstias que trouxessem ou do número de óbitos 
ocorridos a bordo, procedia-se à quarentena dos 
navios, dos indivíduos ou dos doentesnos “Lazaretos”. 
Somente a autoridade sanitária poderia conceder a 
essas pessoas visto de entrada na cidade. Aqui, já 
aparece a preocupação com o indivíduo, esboçando-se 
a noção de caso, além da vigilância da cidade já citada. 
Sobre essa noção de caso, fundamentam-se, 
progressivamente, ações restritas ao indivíduo 
portador: isolamento do paciente, seu controle, 
manipulação e até punição. 
No ano de 1810, o Alvará de 22 de janeiro determina a 
construção de Lazareto para quarentena de viajantes e 
ancoradouro especial para embarcações suspeitas, 
inclusive com taxas públicas para este serviço de saúde. 
Trata-se de um dos primeiros regulamentos para o 
controle sanitário de pessoas/viajantes, 
cargas/mercadorias e embarcações nos portos no 
Brasil. É o nascimento da vigilância em saúde nos 
portos, aeroportos e fronteiras baseada em medidas de 
controle para doenças contagiosas. 
As preocupações com a saúde da população, 
principalmente com a saúde da Corte, bem como a 
necessidade do saneamento dos portos como 
estratégia para o desenvolvimento de relações 
mercantis, trouxeram uma nova organização para o 
governo, em que se buscava o controle das epidemias e 
do meio ambiente. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
5 
Com o desenvolvimento da bacteriologia (Era 
Bacteriológica) e da utilização de recursos que 
possibilitaram a descoberta dos microrganismos, surgiu 
a identificação do agente etiológico da doença, 
concretizada na segunda metade do século XIX e início 
do século XX. O consequente desenvolvimento de 
métodos que possibilitavam o combate aos agentes 
etiológicos (soroterapia, quimioterapia) propiciou a 
execução da vacinação antivariólica, iniciando uma nova 
prática de controle das doenças, com repercussões na 
forma de organização de serviços e ações em saúde 
coletiva no Brasil. 
Durante o período do Brasil Império (1822 a 1889), 
foram realizadas ações de combate específico a 
determinadas doenças 
transmissíveis. A vacina contra a varíola foi descoberta. 
Passou-se a identificar os agentes causadores de 
doenças. Foi o período da era bacteriológica5. 
De acordo com artigo sobre modelo bacteriológico a 
programação em saúde (1889-1983), o Modelo 
Bacteriológico data do período de 1889-1925. Ademais, 
conforme o livro "O território e o processo saúde-
doença”, no final do século XIX, com o auxílio do 
microscópio, o químico francês Louis Pasteur, 
estudando as falhas na fermentação de vinhos e 
cervejas, observou que microorganismos tinham um 
papel fundamental neste processo. Portanto, a era 
bacteriológica surgiu com as descobertas de Pasteur no 
final do século XIX. 
Como consequência da redução da importância do meio 
na ocorrência das doenças, característico da teoria 
miasmática, progressivamente, as ações tornam-se mais 
restritas ao indivíduo portador, para o qual seriam 
dirigidas as ações de controle. Além da utilização do 
isolamento do paciente, este seria objeto de 
intervenção dos serviços de saúde da época. 
Em síntese, No período imperial, temos a superação da 
teoria miasmática (focada no meio ambiente) e 
incorporação da era bacteriológica (centrada no agente 
etiológico das doenças). 
No final do século XIX e começo do século XX, ocorreu 
grande aumento da emigração europeia para o Brasil, 
formada por pessoas muito suscetíveis às doenças 
tropicais. A péssima situação sanitária do País 
prejudicava até mesmo a economia, que dependia, 
fundamentalmente, da exportação do café. Navios 
recusavam-se a vir ao Brasil. 
A realidade apresentada na questão foi levada em 
consideração na determinação das políticas de saúde no 
período da República Velha (1889 a 1930). 
As necessidades de saúde geradas no processo de 
desenvolvimento econômico e social, de controle de 
doenças que visavam à manutenção da força de 
trabalho em quantidade e qualidade adequadas, 
determinaram, como parte do processo de organização 
do Estado republicano, a montagem da estrutura 
sanitária encarregada de responder a essa demanda. A 
simples fiscalização não resolveria o problema: era 
preciso uma ação governamental mais abrangente, em 
bases mais científicas. 
A Bacteriologia vivia seu auge em todo mundo, a 
medicina higienista começava a ganhar força no Brasil e 
a pautar o planejamento urbano da maioria das 
cidades. No momento em que os tripulantes 
estrangeiros receavam desembarcar nos portos 
brasileiros, pela temeridade de contrair inúmeras 
doenças que proliferavam aqui, o saneamento foi a 
solução encontrada para, literalmente, mudar a 
imagem do País lá fora. 
Os problemas de saúde que, então, aparecem como 
preocupação maior do Poder Público são as endemias e 
as questões gerais de saneamento nos núcleos urbanos 
e nos portos, principalmente naqueles vinculados ao 
segmento comercial voltado à exportação o ao capital 
industrial nascente. 
Tratava-se da criação de condições sanitárias mínimas 
indispensáveis não só para as relações comerciais com o 
exterior, como também para o êxito da política de 
imigração, em função da relativa escassez de mão de 
obra nacional. 
As doenças pestilenciais como cólera, peste bubônica, 
febre amarela, varíola e as chamadas doenças de 
massa, isto é, doenças infecciosas e parasitárias, como 
tuberculose, hanseníase, febre tifóide, representavam 
as doenças de maior expressão a requerer a atenção 
pública. 
As campanhas contra febre amarela, peste bubônica e 
varíola, assim como as medidas gerais destinadas à 
promoção de higiene urbana, caracterizavam-se pela 
utilização de medidas jurídicas impositivas6 de 
notificação de doenças, vacinação obrigatória e 
vigilância sanitária em geral. No seu conjunto, não 
ultrapassavam os limites de soluções imediatistas a 
problemas agudos que, de uma forma ou de outra, 
poderiam comprometer o desenvolvimento da 
economia cafeeira. Senão, essas medidas 
representavam, tão somente, tentativas de respostas 
aos quadros epidêmicos calamitosos que ameaçavam a 
população em geral e que, por vezes, davam motivos às 
pressões políticas. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
6 
Como fator limitante para a ação da Saúde Pública, 
figurava o próprio alcance do conhecimento científico e 
tecnológico referente ao diagnóstico, prevenção e 
terapia das doenças, quando comparado aos 
parâmetros atuais. 
Em 1923, o estabelecimento de convênio entre o 
governo brasileiro e a Fundação Rockefeller garantiu a 
cooperação médico-sanitária e educacional para a 
implementação de programas de erradicação das 
endemias, sobretudo nas regiões do interior, onde os 
trabalhos se concentraram no combate à febre amarela 
e, mais tarde, à malária. Como iniciativa de ação 
coadjuvante com aos serviços estaduais e municipais no 
combate a doenças como ancilostomíase, esse acordo 
tinha duplo interesse para o País: científico e 
econômico, porque, além de proteger as populações, 
aumentaria a sua produtividade. 
 
 
QUESTÃO 01. (Residência Médica/Secretaria Estadual 
de Saúde do Pernambuco-PE/Seleção 2012/UPE) Sobre 
o desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil, 
podem-se contemplar, na história republicana, pelo 
menos, cinco conjunturas: República Velha (1889-1930); 
Era Vargas (1930- 1964); Autoritarismo (1964-1984); 
Nova República (1985-1988); Pós-Constituinte. Sobre 
esses períodos, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Na República Velha, predominavam as doenças 
transmissíveis, como a febre amarela urbana, varíola, 
tuberculose, sífilis, além das endemias rurais. 
b) Na Era Vargas, a saúde pública passa a ter sua 
institucionalização, na esfera federal, pelo Ministério da 
Educação e Saúde, enquanto a medicina previdenciária 
e a saúde ocupacional vinculavam-se ao Ministério do 
Trabalho. 
c) No Autoritarismo, houve a unificação dos Institutos 
de Aposentadorias e Pensões (IAP), criando o Instituto 
Nacional de Previdência Social (INAMPS). 
d) As políticas de saúde executadas durante a Nova 
República privilegiaram o setor privado mediante a 
compra de serviços deassistência médica, o apoio aos 
investimentos e os empréstimos 
com subsídios. 
e) No período Pós-Constituinte, foi implantado o 
Programa Saúde da Família (PSF). 
 
 
COMENTÁRIOS - QUESTÃO 01 
Item A. Correto. Durante o período da República Velha 
(conhecida como Primeira República), a proteção da 
saúde era prestada pelo Estado de forma isolada e 
incipiente, limitando-se a campanhas de prevenção e 
combate a algumas doenças transmissíveis e endemias 
rurais. A assistência médica era prestada à população 
carente por meio de instituições de caridade, a exemplo 
das Santas Casas de Misericórdia. As pessoas com alto 
poder econômico eram assistidas por médicos e 
serviços de saúde particulares. 
Nessa época, a assistência à saúde pública e privada era 
de baixa qualidade e resolutividade. Destaca-se ainda 
que, em 1923, foram criadas as Caixas de 
Aposentadoria e Pensão (CAP), dando início à 
assistência médica previdenciária, restrita a 
trabalhadores de determinadas empresas. 
 
Item B. Correto. Na Era Vargas, a saúde pública (que 
tratava do combate a doenças transmissíveis, endemias 
e programas específicos) ficava a cargo do Ministério da 
Educação e Saúde (MESP) e posteriormente do 
Ministério da Saúde (MS), ao passo que a assistência 
médica era prestada, por meio dos Institutos de 
Aposentadoria e Pensão (IAP), apenas aos 
trabalhadores que exerciam atividade remunerada de 
determinadas categorias profissionais. Registra-se 
também que os IAP substituíram as CAPS, a partir de 
1933. 
 
Item C. Correto. Na realidade, a unificação de todos os 
IAP deu origem ao Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS), em 1966. O Instituto de Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) foi 
criado apenas, em 1977, desmembrando as ações de 
assistência médica do INPS. 
Evolução histórica do sistema médico-previdenciário, 
que ofertava, entre outros serviços, assistência à saúde 
para os empregados formais e seus dependentes. 
Veja que a medicina previdenciária, que era restrita a 
pequena parcela da sociedade (trabalhadores formais e 
seus dependentes), foi extinta com a criação do SUS. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
7 
 
 
Item D. Incorreto. As políticas de saúde executadas 
durante o período do Autoritarismo (Ditadura Militar), e 
não durante a Nova República (1985-1988), 
privilegiaram o setor privado mediante a compra de 
serviços de assistência médica, o apoio aos 
investimentos e os empréstimos com subsídios. 
Destaca-se que essas ações foram as principais causas 
de falência do INAMPS, resultando em oposição da 
maior parte da sociedade brasileira a esse sistema de 
saúde. 
No período da Ditadura Militar (1964-1985), o INAMPS 
patrocinou de forma substancial a criação e expansão 
dos serviços de saúde privados, por meio de 
empréstimos e convênios com os recursos da 
população. Nessa época, houve desvios de boa parte 
dos recursos do INAMPS para iniciativa privada. Era uma 
verdadeira “festa” com o dinheiro público. 
Apesar de todo esse investimento, os serviços de saúde 
eram prestados apenas aos trabalhadores formais e 
seus dependentes, sendo estendido posteriormente aos 
trabalhadores rurais. Eram serviços de baixa qualidade e 
fragmentados. 
 
Item E. Correto. O PSF foi criado em 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais Características da História da Saúde 
Pública Brasileira – Período Republicano 
República Velha (1889- 1930) 
- A assistência à saúde pública e privada era de baixa 
qualidade e resolutividade; 
- Campanhas de prevenção e combate a algumas 
doenças transmissíveis e endemias rurais; 
- Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas de 
Misericórdia para a população carente; 
- Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAP), em 1923, dando início à assistência médica 
previdenciária, restrita a trabalhadores de 
determinadas EMPRESAS. 
Era Vargas (1930-1964) 
- Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e 
Educação (MESP), de baixa qualidade e limitada; 
- Assistência médica prestada, por meio dos IAP, 
apenas aos trabalhadores que exerciam atividade 
remunerada, de determinadas CATEGORIAS 
profissionais; 
- Os IAP substituíram as CAP, a partir de 1933. 
Autoritarismo (1964-1985) 
- Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de 
baixa qualidade e limitada; 
- Unificação dos IAP, dando origem ao INPS, em 1966; 
- Criação do INAMPS, em 1977, desmembrando as 
ações de assistência médica do INPS; 
- As políticas de saúde privilegiavam o setor privado; 
- Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) 
restrita aos trabalhadores que exerciam atividade 
remunerada, sendo estendida no final do período da 
Ditadura Militar aos trabalhadores rurais; 
- Assistência médica previdenciária centrada na 
doença e em procedimentos, sendo de baixa 
qualidade e alto custo, culminando com a falência do 
INAMPS; 
- Início do movimento da Reforma Sanitária, na 
década de 1970; 
- Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS), em 
1983. 
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
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8 
Nova República (1985-1988) 
- Fortalecimento do movimento da Reforma Sanitária; 
- 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986; 
- Início do processo de descentralização das ações de 
saúde para estados e municípios; 
- Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde 
(SUDS), em 1987, e do SUS, em 1988. 
Pós- Constituinte 
- Extinção do INAMPS; 
- Adoção dos princípios e diretrizes do SUS; 
- “Saúde Direto de todos e dever do Estado”; 
- Enfrentamento de muitos problemas para a 
implantação do SUS. 
- Enfrentamento de grupos corporativistas e 
empresariais que são contrários ao SUS, por questões 
econômicas e financeiras temerosas. 
 
A Saúde Pública brasileira teve a 1ª REFORMA 
SANITÁRIA, no período da República Velha (Primeira 
República)7. Essa Reforma buscou a criação de um 
Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela 
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no 
governo central. 
De acordo com o CONASS (2011), um ativo movimento 
de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a 
Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova 
geração de médicos higienistas, que alcançou 
importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se 
a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública 
(DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram 
estabelecidas as bases para a criação de um Sistema 
Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO 
e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. 
 
A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas 
sanitárias. 
- A 1ª Reforma Sanitária ocorreu no período da 
República Velha. Essa Reforma buscou a criação de um 
Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela 
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no 
governo central. 
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a 
mais importante e vigente até hoje. 
As questões de concurso exploram geralmente o 
movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 
1970. Esse movimento foi fundamental para a criação 
do SUS. Trataremos dele mais adiante. 
A criação do Ministério da Saúde e Educação (MESP), 
em 1930, possibilitou a implantação de um Sistema 
Nacional de Saúde, voltado para as ações de saúde 
pública, embora fosse limitado e de baixa qualidade. 
Com a institucionalização do SUS, em 1988, tivemos a 
implantação de um Sistema Nacional de Saúde 
UNIVERSAL e mais eficaz. 
As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) foram 
criadas pela Lei Eloy Chaves, de 1923. É o marco da 
medicina previdenciária. 
As CAP eram organizadas por empresa e os IAP que 
eram organizados por categorias profissionais. 
 
CAP - Cada empresa tinha seu sistema próprio de 
previdência social e assistência médica. 
Não sofriam interferência externa, tampouco de outras 
empresas (1923-1933). 
Por exemplo, o banco Gama tinha sua CAP e o banco 
Beta tinha sua CAP. Uma não sofria interferência da 
outra. 
 
IAP - Cada categoria profissional (ex.: reunião de todos 
os bancários em umúnico instituto) tinha seu sistema 
próprio de previdência social e assistência médica. Não 
sofriam interferência externa de outras categorias 
profissionais (1933-1966). 
Por exemplo, os bancos Gama, Beta e demais tinham 
um instituto próprio, o Instituto de Aposentadoria e 
Pensão dos Bancários (IAPB). Esse instituto não sofria 
interferência dos demais, a exemplo do Instituto de 
Aposentadoria dos Portuários e Marítimos (IAPM). 
 
INPS - Todas as categorias profissionais (marítimos, 
comerciários, bancários, servidores públicos etc.) 
passaram a ter apenas um sistema previdenciário, o 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que 
unificou todos os IAP. Esse instituto era gerido pelo 
governo. Era responsável pela assistência médica e 
previdência social de seus integrantes (trabalhadores 
formais e respectivos dependentes). O INPS teve curta 
duração (1966-1977). 
 
INAMPS - O INPS administrava tanto os serviços de 
assistência médica como os de previdência social. 
Imagine como era a bagunça desse instituto. Em 1977, 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
9 
por meio da Lei nº 6439/77 que instituiu o Sistema 
Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), o 
governo desdobrou o INPS em Instituto de 
Administração da Previdência Social (IAPAS), Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS) e Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(INAMPS). 
O INAMPS passou a ser a autarquia responsável pela 
assistência à saúde dos trabalhadores e seus 
dependentes inscritos no sistema de previdência social. 
 
Em resumo, a partir de 1977, Previdência e Saúde 
ficaram reunidas, com a criação do Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social (SINPAS), controlado 
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social 
(MPAS). Faziam parte desse sistema, entre outros, os 
institutos responsáveis pela assistência médica 
(INAMPS) e pela Previdência Social (INPS e IAPAS). 
Nessa época, só os contribuintes do INPS tinham direito 
aos serviços do INAMPS8. 
 
QUESTÃO 02. (Residência Multiprofissional em Saúde-
UFRN/Seleção 2013) O surgimento das primeiras Caixas 
de Aposentadorias e pensões (CAPs) é o marco inicial da 
atividade estatal em relação à assistência médica. A Lei 
de 1923, na qual o governo instituiu e regulamentou 
tais entidades, foi a: 
a) Lei Carlos Chagas. 
b) Lei Eloy Chaves. 
c) Lei Orgânica da Saúde nº 8080. 
d) Lei Orgânica da Saúde nº 8142. 
 
COMENTÁRIOS - QUESTÃO 02 
A Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de janeiro de 1923, 
consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro, 
com a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAP) para os empregados das empresas ferroviárias. 
Depois, outras empresas criaram suas respectivas CAP. 
Dito isto, o gabarito da questão é a letra B. 
O financiamento das CAPS era bipartite (trabalhadores e 
empresas), mas dos IAP era tripartite, ou seja, feito 
pelas empresas, empregados e Governo. 
As CAP eram custeadas pelos empregados, empresas e 
consumidores. Na realidade o financiamento das CAP 
era bipartite, sendo realizado pelos trabalhadores e 
empregadores; enquanto que o financiamento dos IAP 
era tripartite, realizado pelos empregadores, 
trabalhadores e Governo. No entanto, podemos 
considerar que os consumidores custeavam as CAP à 
medida que compravam mercadorias ou adquiriam 
serviços. 
Em síntese, o financiamento das CAP era bipartite, 
sendo realizado diretamente pelos trabalhadores e 
empregadores. No entanto, podemos considerar que os 
consumidores custeavam as CAPS, de forma indireta, à 
medida que compravam mercadorias ou adquiriam 
serviços. 
 
A assistência médica previdenciária foi valorizada a 
partir da criação do INPS, com a unificação de todos os 
IAP no INPS, em 1966, sendo expandida com a criação 
do INAMPS, em 1977. 
Durante o período das CAP e IAP, as ações de saúde 
curativas eram superficiais. A partir da década de 1960, 
com a criação do INPS, as ações curativas de saúde 
foram expandidas e valorizadas. Isso ocorreu devido o 
grande aporte de recursos financeiros do sistema 
previdenciário unificado brasileiro. 
 
 
 
QUESTÃO 03. Em relação à história da saúde brasileira, 
informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma 
abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a 
sequência correta: 
( ) Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde 
(MESP). A esse ministério cabia a saúde pública, ou 
melhor, tudo aquilo que dissesse respeito à saúde da 
população e que não se encontrava na área da medicina 
previdenciária, desenvolvida no Ministério do Trabalho, 
Indústria e Comércio. 
( ) O Ministério da Educação e Saúde (MESP) fazia a 
prestação de serviços para aqueles identificados como 
pré-cidadãos: os pobres, os desempregados, os que 
exerciam atividades informais, ou seja, todos aqueles 
que não se encontravam habilitados a usufruir os 
serviços oferecidos pelas caixas e pelos serviços 
previdenciários. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
10 
( ) A saúde brasileira era organizada de duas formas 
distintas: (a) saúde pública prestada pelo MESP para 
toda a população, especialmente a mais carente; (b) 
assistência médica previdenciária prestada pelos IAP e 
posteriormente pelo INPS e INAMPS apenas aos 
trabalhadores com carteira de trabalho assinada. 
( ) A partir da nova Constituição Federal de 1946, as 
ações específicas e horizontais de saúde pública foram 
fortalecidas, com ênfase para os programas de pré-
natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, 
doenças sexualmente transmissíveis e outros. 
( ) O Ministério da Saúde (MS) foi criado em 1953, 
desvinculado as ações de saúde pública doantigo 
Ministério da Educação e Saúde (MESP). 
a) F – V – V – V– F. 
b) F – F – V – V– V. 
c) V – V – F – V– V. 
d) V – V – V – F– V. 
e) V – V – V – V– V. 
 
COMENTÁRIOS - QUESTÃO 03 
Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, 
IAP, INPS e INAMPS), era evidente a disjunção entre 
saúde pública (voltada para o modelo de atenção à 
saúde sanitarista9 e campanhista) e assistência médica 
(exclusiva para os trabalhadores com vínculos 
trabalhistas formais). 
 
O único item falso é o IV, já que as ações específicas de 
saúde pública (pré-natal, vacinação, puericultura, 
tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente 
transmissíveis e outros) eram verticais, ou seja, eram 
desenvolvidas sem participação da população na sua 
elaboração e condução. 
Ora, durante o período da Constituição de 1946, 
existiam ações específicas de saúde pública (pré-natal, 
vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, 
doenças sexualmente transmissíveis e outros). No 
entanto, essas ações eram específicas e verticais, ou 
seja, não levavam em consideração o acolhimento, 
vínculo, responsabilização pelo cuidado, busca ativa etc. 
Perceba que essas ações específicas de saúde pública 
eram realizadas com a abordagem no procedimento, na 
técnica e não centradas no indivíduo, família e 
comunidade. 
Por outro lado, o SUS preconiza ações de saúde pública 
centradas nos princípios da integralidade, equidade, 
universalidade, acolhimento, vínculo, responsabilização 
com o cuidado, humanização etc. 
Assim, o gabarito da questão é a letra D. 
 
 
 
 
 
 
 
4. (Prefeitura de Teresina-PI/2011/NUCEPE) A VIII 
Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, foi 
um acontecimento importante que influenciou a 
criação do SUS. Em relação ao 
Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira, marque a 
alternativa CORRETA: 
a) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das 
demais porque impulsionou a realização de 
Conferências Estaduais e Municipais. 
b) O movimento pela Reforma Sanitária Brasileira teve 
grande participação popular e do movimento sindical, 
mas não houve apoio político. 
c) O movimento da Reforma Sanitária Brasileira criou o 
SUS e impulsionou a elaboração de uma nova 
Constituição Federal. 
d) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das 
demais pelo seu caráter democráticoe pela sua 
dinâmica processual. 
e) O SUS foi criado através da Lei 8.080 de 19 de 
setembro de 1990. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 04 
Com o desgaste da Ditadura Militar no final da década 
de 1970, os movimentos contrários ao regime 
ganharam força. Dentro desse contexto, a área da 
saúde fortaleceu o movimento sanitarista, iniciado por 
movimentos populares, nos anos 70, como forma de 
oposição à política do Estado autoritário. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
11 
Neste caminho, as discussões consolidadas na VIII 
Conferência de Saúde foram materializadas na 
Constituição Federal em 1988, com a criação do SUS. 
Isto posto, vamos analisar as alternativas da questão: 
 
Item A. Incorreto. A VIII Conferência Nacional de Saúde 
diferenciou-se das demais pelo seu caráter democrático 
e pela sua dinâmica processual, e não por impulsionar a 
realização de conferências estaduais e municipais de 
saúde. 
 
Item B. Incorreto. O movimento pela Reforma Sanitária 
Brasileira teve grande participação popular e do 
movimento sindical, bem como apoio político. As 
principais propostas dessa 
conferência serviram de base para que os constituintes 
criassem o SUS na Constituição Federal de 1988 (CF/99, 
arts. 196 a 200). 
 
Item C. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária 
Brasileira impulsionou a criação do SUS por meio da 
CF/88. A redemocratização do país, na década de 1980, 
impulsionou a criação de uma nova Constituição 
Federal. 
O movimento da Reforma Sanitária Brasileira 
impulsionou a criação do SUS, mas esse sistema foi 
criado pela Constituição Federal de 1988 (CF/99, arts. 
196 a 200) e regulamentado pelas Leis Orgânicas da 
Saúde (Leis nºs 8.080/90 e 8.142/90). 
 
Item D. Correto. A VIII Conferência Nacional de Saúde 
diferiu das demais pelo seu caráter democrático e pela 
sua dinâmica processual. As conferências nacionais de 
saúde anteriores eram cartoriais e burocráticas. Não 
havia participação da população nas decisões. 
Item E. Incorreto. O SUS foi criado pela Constituição 
Federal de 1998, sendo regulamentado pelas Leis 8.080, 
de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro 
de 1990. 
O gabarito da questão, portanto, é a letra D. 
 
 
 
 
 
MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE PÚBLICA 
BRASILEIRA 
CONASP - Conselho Nacional de Administração da 
Saúde Previdenciária - (criado em 1982) 
- Foi criado para racionalizar as ações de saúde; 
- Atuou sobre a racionalização das contas com os 
gastos hospitalares dos serviços contratados com o 
INAMPS. 
AIS – AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE - (1983) 
- Tinham o objetivo da universalização da 
acessibilidade da população aos serviços de saúde; 
- Abriram a possibilidade de participação dos estados 
e, principalmente, municípios na política nacional de 
saúde; 
- Estratégia para o processo de descentralização da 
saúde brasileira, com a criação de serviços de saúde 
na maior parte da nação. 
8ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 
1986) 
- Consagrou os princípios preconizados pelo 
movimento da Reforma Sanitária; 
- Impulsionou a criação do SUS. 
SUDS (criado em 1987) 
- Adotou como diretrizes a universalização e a 
equidade no acesso aos serviços, a integralidade dos 
cuidados, a regionalização dos serviços de saúde e 
implementação de distritos sanitários, a 
descentralização das ações de saúde, o 
desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras 
e o desenvolvimento de uma política de recursos 
humanos. 
SUS (criado em 1988) 
Sistema de saúde universal; 
- Estruturado nos princípios e diretrizes da 
universalidade, integralidade, equidade, participação 
popular, descentralização, 
regionalização e hierarquização. 
 
QUESTÃO 05. (Prefeitura de Presidente Dutra-
MA/2012/LUDUS) Com relação ao Sistema Único de 
Saúde (SUS) e seus princípios, foram muitos os passos 
percorridos antes de chegarmos ao nível de evolução 
do SUS atual. Sobre este assunto relacione a primeira 
coluna com a segunda coluna. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
12 
POLÍTICAS (coluna 1) 
1. SUDS 
2. CONASP 
3. AIS 
4. VIII Conferência Nacional de Saúde 
5. SUS 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS (coluna 2) 
( ) Ampla discussão sobre os rumos do sistema de 
saúde e sugeriu propostas para a Assembleia 
Constituinte. 
( ) Convênios com municípios e Estados, permitindo 
pela primeira vez o uso de recursos da previdência para 
financiar serviços de saúde oferecidos a toda 
população; 
( ) Descentralização do INAMPS e forte apoio dos 
governadores. 
( ) Deu início a programação das atividades de 
assistência no âmbito do INAMPS e criou a AIH; 
( ) Conjunto de ações e serviços de saúde que são 
oferecidos gratuitamente sem que o usuário tenha que 
comprovar qualquer contribuição prévia. 
 
Marque a alternativa que trás a sequência correta da 
segunda coluna: 
a) 4, 1, 3, 2, 5 
b) 4, 3, 1, 2, 5 
c) 3, 4, 1, 2, 5 
d) 1, 3, 5, 4, 2 
e) 4, 5, 3, 1, 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 05 
 
MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE PÚBLICA 
BRASILEIRA 
CONASP - Conselho Nacional de Administração da 
Saúde Previdenciária - (criado em 1982) 
- Deu início à programação das atividades de 
assistência no âmbito do INAMPS e criou a AIH. 
AIS – AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE - (1983) 
- Deram origem aos convênios com municípios e 
estados, permitindo pela primeira vez o uso de 
recursos da previdência para financiar serviços de 
saúde oferecidos a toda população. 
8ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 
1986) 
- Gerou ampla discussão sobre os rumos do sistema 
de saúde e sugeriu propostas para a Assembleia 
Constituinte. 
SUDS (criado em 1987) 
- Promoveu a descentralização do INAMPS e 
ofereceu forte apoio dos governadores na 
estruturação dos serviços de saúde estaduais e 
municipais. 
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (criado em 1988) 
- É um conjunto de ações e serviços de saúde que são 
oferecidos gratuitamente sem que o usuário tenha 
que comprovar qualquer contribuição prévia. 
 
O gabarito da questão é, portanto, a letra B. 
As Ações Integrais de Saúde (AIS) foram uma estratégia 
de extrema importância para o processo de 
descentralização da saúde. 
Em síntese, as AIS: 
 deram origem aos convênios com municípios e 
estados, permitindo pela PRIMEIRA vez o uso de 
recursos da previdência para financiar serviços de saúde 
oferecidos a toda população. 
 tinham o objetivo da universalização da acessibilidade 
da população aos serviços de saúde; 
 abriram a possibilidade de participação dos estados e, 
principalmente, municípios na política nacional de 
saúde; 
A instituição das AIS ocorreu devido à pressão do 
movimento da Reforma Sanitária contra o Governo 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
13 
Militar. Contudo, a implementação dessas ações foi 
parcial, já que sofreram diversas barreiras e entraves 
provocados pelos grupos corporativistas de empresários 
da saúde e pelo Governo Militar. 
 
QUESTÃO 06. (Residência Multiprofissional em Saúde 
Coletiva/Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco-
PE/Seleção 2011/UPE) Analise as afirmativas abaixo: 
I. A formulação e a implantação do Sistema Único de 
Saúde (SUS) é resultante de um expressivo movimento 
de reforma sanitária, inserido no movimento mais 
amplo de redemocratização do país e que teve na VIII 
Conferência Nacional de Saúde um de seus "locus" 
privilegiados para o estabelecimento das grandes 
diretrizes com vistas à reorganização do sistema de 
saúde no Brasil; 
II. A VIII Conferência é significativa e representativa 
desse processo, pelo momento de sua ocorrência, 
março de 1976, já no período chamado "Nova 
República", iniciado com a eleição 
indireta para a presidência e que marcou o fim do 
período autoritário; 
III. A saúde teve um expressivo reconhecimento e 
inserção na nova Constituição, promulgada em outubro 
de 1988, destacando-se sua inclusão como um 
componente da seguridade social, a caracterização dos 
serviços e ações de saúde como de relevância pública. 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenasas afirmativas I e III estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão incorretas. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 06 
A 8º Conferência Nacional de Saúde ocorreu em 1986. 
Além disso, o período da Nova República foi de 1985 a 
1988. Logo, o gabarito da questão é a letra A. 
 
QUESTÃO 07. (Prefeitura de São Carlos-
SP/2011/ESF/VUNESP) Leia as afirmações a seguir. 
I. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 
1986, um dos pontos altos da Reforma Sanitária no 
Brasil, teve como norte “saúde como direito de todos e 
dever do Estado”. 
II. Até 1988, somente os trabalhadores com vínculo 
formal no mercado de trabalho tinham direito à 
assistência em saúde. 
III. A Reforma Sanitária, cujas primeiras articulações 
datam da década de 1960, foi concluída na década de 
1980, com a plena implementação dos princípios do 
SUS. 
Está correto o contido em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 07 
Item I. Correto. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, 
ocorrida em 1986, é o maior marco do Movimento da 
Reforma Sanitária Brasileira. 
Item II. Correto. Sem levar em consideração as políticas 
anteriores a 88 que já preconizam uma assistência à 
saúde universal, ainda que de maneira insipiente. 
É importante destacar que os dependentes dos 
trabalhadores tinham direito à assistência em saúde na 
época da medicina previdenciária e que no final da 
ditadura militar essa assistência foi estendida aos 
trabalhadores rurais. 
A banca considerou esse item correto, pois explorou o 
conhecimento desse assunto de forma mais superficial, 
sem atentar-se aos detalhes. Infelizmente, esse tipo de 
questão aparece em concursos. 
 
Item III. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária 
iniciou na década de 1970, sendo presente até os dias 
atuais. Atualmente sua bandeira de luta é a 
consolidação do SUS. 
 
Portanto, o gabarito da questão é a letra C. Essa 
questão deveria ter sido anulada, pois induziu o 
candidato ao erro. 
 
08. (Residência Multiprofissional em 
Saúde/UFMT/Seleção 2010) Sobre a Reforma Sanitária 
brasileira, analise as afirmativas. 
I - Constitui uma proposta abrangente de mudança 
social e um processo de transformação sanitária 
gestada desde a década de 70 do século XX. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
14 
II - Deve ser entendida simplesmente como uma 
reforma setorial. 
III - Na busca de viabilidade para as intervenções 
propostas pela Reforma Sanitária, utilizou-se 
unicamente de dois caminhos: legislativo-parlamentar e 
técnico-institucional. 
IV - Os princípios e as diretrizes da Reforma foram 
sistematizados na 8ª Conferência 
Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado 
de saúde; Sistema Único de Saúde (SUS) e participação 
popular. 
Estão corretas as afirmativas 
a) II e III, apenas. 
b) I, II e III, apenas. 
c) I e IV, apenas. 
d) I, II, III e IV. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 08 
Item I. Correto. Constitui uma proposta abrangente de 
mudança social e um processo de transformação 
sanitária gestada desde a década de 70 do século XX. 
 
Item II. Incorreto. A Reforma Sanitária Brasileira foi 
proposta num momento de intensas mudanças e 
sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma 
setorial. 
Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir 
à democracia e à consolidação da cidadania no País10. 
Item III. Incorreto. Na busca de viabilidade para as 
intervenções propostas pela Reforma Sanitária, utilizou-
se da participação social, com o envolvimento da 
sociedade, e não apenas dos seguintes caminhos: 
legislativo-parlamentar e técnico-institucional. 
Item IV. Correto. Os princípios e as diretrizes da 
Reforma foram sistematizados na 8ª Conferência 
Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado 
de saúde; Sistema Único 
de Saúde (SUS) e participação popular. 
 
O gabarito da questão é a letra C, já que apenas os 
itens I e IV estão corretos. 
 
 
QUESTÃO 09. (MPOG/2012/ESAF) Julgue as 
proposições seguintes e assinale a opção correta. 
I. A política de saúde instituída no Estado Novo integrou 
saúde pública e a assistência médica previdenciária. 
II. A criação do Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS) instituiu um padrão de atenção à saúde voltada 
para a saúde pública. 
III. A extensão da cobertura previdenciária com a 
criação da Consolidação das Leis do Trabalho ocorre 
simultaneamente com a extensão do direito à saúde 
para toda a população brasileira. 
IV. O projeto de saúde, articulado ao mercado tem 
como uma de suas tendências a contenção dos gastos 
com racionalização da oferta. 
a) Todas as assertivas estão corretas. 
b) Todas as assertivas estão erradas. 
c) Apenas três assertivas estão corretas. 
d) Apenas duas assertivas estão corretas. 
e) Apenas uma assertiva está correta. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 09 
Item I. Incorreto. Durante o período da medicina 
previdenciária (CAPS, IAP, INPS e INAMPS), inclusive na 
época do Estado Novo11, era evidente a disjunção entre 
saúde pública (voltada para o modelo de atenção à 
saúde sanitarista e campanhista) e assistência médica 
(exclusiva para os trabalhadores com vínculos 
trabalhistas formais). 
 
 
 
Portanto, a política de saúde instituída no Estado Novo 
aumentou a fragmentação da saúde pública e da 
assistência médico-previdenciária. 
Item II. Incorreto. A unificação de todos os IAP deu 
origem ao Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS), em 1966. Com essa unificação, a medicina 
especializada e de baixa qualidade, oferecida aos 
trabalhadores formais e seus dependentes foi 
expandida. A Saúde pública continuou sendo uma 
política marginalizada por parte do Estado, sendo 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
15 
caracterizada por ações pontuais e esporádicas. Logo, a 
criação do Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS) não instituiu um padrão de atenção à saúde 
voltada para a saúde pública. 
Item III. Incorreto. A extensão do direito à saúde para 
toda a população brasileira somente ocorreu a partir de 
1988 com a criação do SUS. 
Item IV. Correto. Até os dias atuais, verificamos que o 
projeto de saúde, articulado ao mercado tem como uma 
de suas tendências a contenção dos gastos com 
racionalização da oferta. 
A insuficiência de recursos para a Saúde é um dos 
maiores entraves desse setor. 
A partir dos comentários, verificamos que o gabarito da 
questão é a letra E, pois apenas o item IV apresenta-se 
correto. 
 
 
10. (INMETRO/2010/CESPE) Assinale a opção correta, 
com referência à história das políticas de saúde no 
Brasil. 
a) As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no 
país eram movidas pelo interesse em manter uma mão 
de obra saudável e apta a preservar os negócios da 
família real. 
b) O movimento sanitarista ocorrido durante a primeira 
república reforça o papel descentralizado dos 
governantes com ênfase na saúde integral. 
c) Nos anos do desenvolvimentismo ocorreram 
mudanças significativas quanto à lógica da organização 
do modelo para a saúde com a unificação das ações e 
serviços de saúde pública e do sistema previdenciário. 
d) O contexto de realização da VII Conferencia Nacional 
de Saúde representa um importante marco na história 
da política de saúde, pois nela foi assegurada a 
discussão de uma política setorial pelos representantes 
dos usuários. 
e) As regras para regulação do setor privado foram 
definidas em momento anterior à aprovação e 
legalização do SUS devido à resistência por parte do 
referido setor e da medicina autônoma. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 10 
 
Item A12. Correto. As primeiras ações de saúde pública 
desenvolvidas no país eram movidas pelo interesse em 
manter uma mão de obra saudável e apta a preservar 
os negócios da família real. 
As primeiras ações de saúde pública implementadas 
pelos governantesforam executadas no período 
colonial com a vinda da família real para o Brasil (1808) 
e o interesse na manutenção de uma mão de obra 
saudável e capaz de manter os negócios promovidos 
pela realeza. 
Até a chegada da família real, o assistir à saúde era uma 
prática sem qualquer regulamentação e realizada de 
acordo com os costumes e conhecimento de cada um 
desses grupos. 
A população recorria, em situações de doença, ao que 
fosse viável financeiramente ou fisicamente. 
Existia o barbeiro ou prático, um conhecedor de 
algumas técnicas utilizadas pelos médicos europeus, 
tais como as sangrias, que atendia à população capaz de 
remunerá-lo. Existiam os curandeiros e pajés, 
pertencentes à cultura negra e indígena, mais acessíveis 
à maioria da população, que se utilizavam das plantas, 
ervas, rezas e feitiços para tratar os doentes. Havia 
também os jesuítas, que traziam algum conhecimento 
da prática médica europeia utilizando-se 
principalmente da disciplina e do isolamento como 
técnica para cuidar dos doentes. 
A vinda da família real para o Brasil possibilitou também 
a chegada de mais médicos e o aumento da 
preocupação com as condições de vida nas cidades, 
possibilitando o início de um projeto de 
institucionalização do setor saúde no Brasil e a 
regulação da prática médica profissional. Foi assim que, 
no mesmo ano da chegada da família ao Brasil (1808), 
foi inaugurada a primeira faculdade de medicina, a 
Escola médico-cirúrgica, localizada em Salvador na 
Bahia, com vistas à institucionalização de programas de 
ensino e à normalizaçao da prática médica em 
conformidade aos moldes europeus. 
 
Item B. Incorreto. De acordo com o CONASS, um ativo 
movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil 
durante a Primeira República (1889-1930), sob a 
liderança da nova geração de médicos higienistas, que 
alcançou importantes resultados. Entre as conquistas, 
destaca-se a criação do Departamento Nacional de 
Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira 
República, foram estabelecidas as bases para a criação 
de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela 
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no 
governo central. 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
16 
A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas 
sanitárias. 
- A 1ª REFORMA SANITÁRIA ocorreu no período da 
República Velha. Essa Reforma buscou a criação de um 
Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela 
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no 
governo central. 
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a 
mais importante e vigente até hoje. 
As questões de concurso exploram geralmente o 
movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 
1970. Esse movimento foi fundamental para a criação 
do SUS. 
Portanto, o movimento sanitarista ocorrido durante a 
primeira república não reforça o papel descentralizado 
dos governantes com ênfase na saúde integral. Pelo 
contrário, o sistema de saúde era centralizado e não 
integral. 
 
Item C. Incorreto. Nos anos do desenvolvimentismo13, 
não ocorreram mudanças significativas quanto à lógica 
da organização do modelo para a saúde e não houve a 
unificação 
das ações e serviços de saúde pública e do sistema 
previdenciário. 
 
Item D. Incorreto. Em 1980, ocorreu a VII Conferência 
Nacional de Saúde ainda no período do regime militar. 
Os principais temas debatidos eram relacionados à 
implantação e desenvolvimento do Programa Nacional 
de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde). Essa 
conferência não é considerada um importante marco na 
história da política de saúde. Por outro lado, a VIII 
Conferência Nacional de Saúde foi o marco mais 
importante na construção de um novo sistema de saúde 
(SUS), universal e integral. 
 
Item E. Incorreto. Todas as regras atuais da saúde, 
inclusive aquelas para regulação do setor privado foram 
definidas após a aprovação e legalização do SUS, na 
Constituição Federal de 1988. As principais normas que 
regulamentam esse setor são as seguintes: Leis nºs 
8.080/90, 8.142/90, 141/12. 
O gabarito da questão, portanto, é a letra A. 
 
 
11. (ANVISA/CESPE/2007) Julgue a afirmação como (V) 
verdadeira ou (F) falsa. 
Apesar das dificuldades de implantação do SUS, ocorreu 
extensão de cobertura dos serviços de saúde para a 
população brasileira no final do século XX ( ). 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 11 
O SUS é o maior sistema universal de saúde do mundo. 
Imagine só, meu amigo. Após 1988, a saúde passou a 
ser ofertada para milhões de brasileiros que eram 
excluídos do INAMPS. Isso foi a maior conquista social 
da história do Brasil. 
Apesar dessa conquista, o sistema de saúde público 
brasileiro apresenta grandes entraves e baixa qualidade 
de seus serviços em boa parte de suas unidades de 
saúde. 
O assunto é complexo e envolve inúmeros aspectos. 
Vejamos abaixo o resultado de um estudo recente 
sobre o SUS14: 
Ao longo desses vinte e seis anos de existência, o SUS 
apresenta números imponentes, dignos do maior 
projeto público de inclusão social no Brasil. Conforme 
dados do Ministério da Saúde (MS) são realizados, em 
média, por ano, onze milhões de internações, 1,4 bilhão 
de procedimentos ambulatoriais, 44 milhões de 
consultas especializadas e 250 milhões de consultas 
básicas por uma enorme rede, composta de mais de 5,8 
mil hospitais, sessenta mil unidades ambulatoriais e 
quinhentos mil leitos. 
 
A despeito dessa magnitude, o SUS enfrenta 
proporcionalmente gigantescas dificuldades, pela 
complexidade do desafio representado pela sua 
implementação, tais como: 
 
 
Como consequência, há muitos hospitais mal 
distribuídos pelo território e faltam leitos, qualidade e 
eficiência. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
17 
Portanto, apesar dos avanços na saúde pública da nação 
com a implantação do SUS, ainda existem muitos 
problemas. Isso ocorre principalmente pelo 
subfinanciamento do setor, má gestão do sistema e 
corrupção. 
A questão, portanto, apresenta-se correta 
(VERDADEIRA). 
 
13. (Prefeitura de São Carlos-SP/2011/ESF/VUNESP) A 
consolidação do SUS a) é condição necessária e 
suficiente para a efetivação do direito da população à 
saúde. 
b) e o conjunto dos fatores de ordem econômico-social 
e cultural têm influência sobre as condições de saúde da 
população. 
c) depende do crescimento econômico do país, pois 
dessa forma terá seu financiamento assegurado. 
d) tem relação exclusivamente com o sistema de 
assistência à saúde da população. 
e) depende apenas da gestão ministerial, que define o 
aporte de recursos a serem repassados para as esferas 
estaduais e municipais de governo. 
 
COMENTÁRIOS – QUESTÃO 13 
 
Item A. Além da consolidação do SUS, é condição 
necessária e suficiente para a efetivação do direito da 
população à saúde a melhoria de vários indicadores 
sociais, educacionais, econômicos, entre outros fatores. 
 
Item C. O SUS não terá seu financiamento assegurado 
com o crescimento do país. É necessário ainda maior 
distribuição dos recursos públicos para a saúde, 
diminuição da corrupção e melhoria da gestão desse 
sistema. 
 
Item D. Para a consolidação do SUS, são necessárias 
melhorias efetivas nas condições econômicas, sociais, 
educacionais, bem como na qualidade e acesso dos 
serviços de saúde pública. 
 
Item E. A consolidação do SUS não depende apenas da 
gestão ministerial. Diversas medidas são necessárias. 
O gabarito da questão, portanto, é a letra B. 
 
NOTAS DO TEXTO 1 
 
1No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões 
eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-
cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além 
de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar bichas e ventosas e 
arrancar dentes. Também cortavam o cabelo e a barba. 
Negros e mestiços também começaram a atuar a partir 
da metade do século XVII e enquanto os barbeiros 
escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres 
amealhavam para sí mesmo os rendimentos de suas 
atividades e muitas vezes mantinham emtreinamento 
escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, 
pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de 
amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, 
escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo 
medicinalis). Os mais humildes praticavam suas 
atividades na própria rua, enquanto os mais preparados 
tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos 
barbeiros-cirurgiões perdurou até o século XIX. 
 
2A primeira Santa Casa de Misericórdia no Brasil foi 
inaugurada em Santos, no ano de 1543, construída por 
Braz Cubas. A segunda foi fundada em Salvador, no ano 
de 1549, para cumprir a sua missão de tratar dos 
doentes. No final do século XVI, construiu o Hospital 
São Cristóvão em Salvador-BA. 
 
3A teoria miasmática ou teoria miasmática das doenças 
foi uma teoria biológica formulada por Thomas 
Sydenham e Giovanni María Lancisi durante o século 
XVII. Segundo a teoria, as doenças teriam origem nos 
miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de 
matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis 
freáticos contaminados. 
 
4Estabelecimento existente junto aos portos, ao qual se 
recolhem viajantes procedentes de países onde gerasse 
moléstia epidêmica ou contagiosa; hospital de 
quarentena. 
 
5Com a era bacteriológica, a teoria da unicausalidade 
teve sua grande época. Esta teoria baseava-se no 
conceito de que uma vez identificados os agentes vivos 
específicos de doenças, os chamados agentes 
etiológicos e os seus meios de transmissão, os 
problemas de prevenção e cura das doenças 
correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se 
dos demais determinantes causais relacionados ao 
hospedeiro e ao ambiente. 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
18 
6A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de 
novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O 
motivo que desencadeou isso foi a campanha de 
vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, 
contra a varíola. 
 
7A Primeira República, também conhecida como 
República Velha, constitui a primeira fase da 
organização republicana nacional e vai desde a 
Proclamação da República em 1889 até a chamada 
Revolução de 1930. 
 
8 MPS 
 
9O modelo de atenção à saúde sanitarista surgiu a partir 
do início do século XX, expandindo a partir da década de 
1930 com a instalação de centros e postos de saúde 
para atender, de modo rotineiro, determinados 
problemas de saúde. É caracterizado por campanhas 
sanitárias, programas especiais, vigilância 
epidemiológica, vigilância sanitária, etc. Formado por 
programas que se desenvolvem por meio de 
administração única e verticalizada. 
 
10 ENSP-FIOCRUZ 
 
11 Estado Novo é o nome do regime político brasileiro 
fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 
1937, que durou até 29 de outubro de 1945, que é 
caracterizado pela centralização do poder, 
nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo. 
 
12Políticas de Saúde: organização e operacionalização do 
SUS. 
 
13Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo 
de política econômica baseada na meta de crescimento 
da produção industrial e da infraestrutura, com 
participação ativa do estado, como base da economia e 
o consequente aumento do consumo. 
 
14A regulação no setor público de saúde no Brasil: os 
(des) caminhos da assistência médico-hospitalar. 
 
15 PAC 
TEXTO 2: 
RESUMO DA AULA 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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nível local: registros de uma experiência em processo. 
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empregados. [citado 2006 Dez 13]. Disponível em: 
http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v8n1/v8n1_ar
tigo_3.pdf. Acesso em: 15/06/2012. 
 
Brasil. Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960. Dispõe 
sobre a Lei Orgânica da Previdência Social. [citado 2006 
Dez 13]. Disponível em: 
http://www.soleis.adv.br/previdenciasocialleiorganica.
htm. Acesso em: 15/06/2012. 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
25 
BRASIL. Decreto nº 86.329, de 2 de setembro de 1981. 
Institui o Conselho Consultivo de Administração de 
Saúde Previdenciário - CONASP. Diário Oficial [da 
República Federativa do Brasil] 3 set 1981; Seção 1, 
p.16637–8. 
 
BRASIL. Portaria nº 3.062, de 23 de agosto de 1982. 
Aprova o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde 
no âmbito da Previdência Social – CONASP. Diário 
Oficial [da República Federativa do Brasil] 23 ago 1982; 
Seção I, pt. I, p. 15829. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 
de 5 de outubro de 1988. 
 
BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. 
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da Saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências, Brasília, 1990. < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_enten
der_gestao_sus_v.1.pdf> Acesso em: 07/05/2012. 
 
BRASIL. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão 
do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área da Saúde e dá outras providências, 
[on-line], Brasília, 1990. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_enten
der_gestao_sus_v.1.pdf Acesso em: 07/05/2012. 
 
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Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: 
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EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
26 
TEXTO 3: 
PONTOS IMPORTANTES PARA CONCURSOS 
 
 
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: 
A Constituição Federal de 1988 deu nova forma à saúde 
no Brasil, estabelecendo-a como direito universal. A 
saúde passou a ser dever constitucional de todas as 
esferas de governo, sendo que antes era apenas da 
União e relativo ao trabalhador segurado. O conceito de 
saúde foi ampliado e vinculado às políticas sociais e 
econômicas. A assistência é concebida de forma integral 
(preventiva e curativa). Definiu-se a gestão participativa 
como importante inovação, assim como comando e 
fundos financeiros únicos para cada esfera de governo 
(BRASIL, 1988). 
Antes da Constituição Federal de 1988, o Brasil não 
possuía uma Política de Saúde, a saúde era 
EXCLUDENTE e CONTRIBUTIVA, ou seja, apenas quem 
podia pagar a medicina privada e quem contribuía com 
a PREVIDÊNCIA SOCIAL / INPS – INSTITUTO NACIONAL 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – tinha acesso. À outra parte 
da população cabia o atendimento nas Santas Casas de 
Misericórdia. 
NÃO ESQUEÇAM QUE O SUS SÓ NASCE (é 
institucionalizado) NA PROMULGAÇÃO DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988! ESTA É UMA 
PEGADINHA DE PROVA, POIS MUITAS BANCAS 
RELACIONAM A CRIAÇÃO DO SUS AO MOVIMENTO 
SANITÁRIO DIRETAMENTE. PARA FACILITAR: 
1. O MOVIMENTO SANITÁRIO TRAZ OS IDEAIS DA 
REFORMA E SOLICITA MUDANÇAS NO SETOR SAÚDE, 
TENDO COMO MARCO A VIII CONFERÊNCIA NACIONAL 
DE SAÚDE (A PRIMEIRA COM PARTICIPAÇÃO POPULAR); 
2. O NASCIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
ACONTECE COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
DE 1988. 
 
A SAÚDE NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO 
A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 
determinou mudanças na administração pública 
colonial, até mesmo na área da saúde. Como sede 
provisória do império português e principal porto do 
país, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se centro das 
ações sanitárias. Era necessário, então, criar 
rapidamente centros de formação de médicos, que até 
então eram quase inexistentes em razão, em parte, da 
proibição de ensino superior nas colônias. Assim, por 
ordem real, foram fundadas as academias médico-
cirúrgicas, no Rio de Janeiro e na Bahia, na primeira 
década do século XIX, logo transformadas nas duas 
primeiras escolas de medicina do país (BRASIL, 2011). A 
vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da 
organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz 
de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do 
Rio de Janeiro. Verifica-se que o interesse primordial 
estava limitado ao estabelecimento de um controle 
sanitário mínimo da capital do império, tendência que 
se alongou por quase um século. 
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam 
limitadas ao seguinte: 1 - Delegação das atribuições 
sanitárias às juntas municipais; 2 - Controle de navios e 
saúde dos portos; 
Neste período, não era o conjunto de problemas de 
saúde da população que demandavam ações de saúde, 
e sim aqueles que estavam diretamente ligados ao 
interesse ECONÔMICO! Emerge o modelo assistencial 
SANITARISTA/CAMPANHISTA, CONSIDERADO O 
PRIMEIRO MODELO DE ATENÇÃO NO BRASIL. As suas 
ações eram voltadas para grupos específicos e ações 
pontuais. 
 
INÍCIO DA REPÚBLICA 1889 ATÉ 1930 
(República Velha) A Proclamação da República, em 
1889, foi embalada na ideia de modernizar o Brasil. A 
necessidade urgente de atualizar a economia e a 
sociedade, escravistas até pouco antes, com o mundo 
capitalista mais avançado favoreceu a redefinição dos 
trabalhadores brasileiros como capital humano. O 
cenário político e econômico girava em torno da 
instalação do modo de produção capitalista, surgindo as 
primeiras indústrias. Mas, ainda assim, o modelo 
predominante era agrário-exportador (café, borracha e 
açúcar). Precárias condições de trabalho e de vida das 
populações urbanas fizeram surgir movimentos 
operários que resultaram em embriões de legislação 
trabalhista e previdenciária: 
O quadro sanitário era caótico, devido à inexistência de 
um modelo sanitário que tivesse como objeto de ação a 
promoção e prevenção, deixando as cidades à mercê 
das epidemias. Tinha-se o predomínio das doenças 
transmissíveis, grandes epidemias e doenças 
pestilenciais, fruto da imigração, migração, formação de 
aglomerados e das precárias condições de saneamento 
básico, tendo como principais problemas de saúde: 
Febre amarela, Varíola, Tuberculose, Sífilis, Endemias 
rurais. 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
27 
Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, nomeou 
Oswaldo Cruz como Diretor do Departamento Federal 
de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a epidemia 
de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro. Foi criado 
um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram 
a exercer atividades de desinfecção no combate ao 
mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de 
esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos 
“guardassanitários” causam revolta na população. Este 
modelo de intervenção ficou conhecido como 
campanhista, e foi concebido dentro de uma visão 
militar em que os fins justificam os meios, e no qual o 
uso da força e da autoridade eram considerados os 
instrumentos preferenciais de ação. 
Neste mesmo período, UM FATO MARCANTE 
ACONTECE: A REVOLTA DA VACINA, DESENCADEADA 
PELA LEI FEDERAL 1.261/1904, que torna OBRIGATÓRIA 
A VACINAÇÃO CONTRA A VARÍOLA. 
Apesar das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o 
modelo campanhista obteve importantes vitórias no 
controle das doenças epidêmicas, conseguindo inclusive 
erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, o 
que fortaleceu o modelo proposto e o tornou 
hegemônico como proposta de intervenção na área da 
saúde coletiva saúde durante décadas. 
 
O NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
A acumulação capitalista advinda do comércio exterior 
tornou possível o início do processo de industrialização 
no país, que se deu principalmente no eixo Rio–São 
Paulo. Tal processo foi acompanhado de uma 
urbanização crescente e da utilização de imigrantes, 
especialmente europeus (italianos, portugueses), como 
mão-de-obra nas indústrias, visto que os mesmos já 
possuíam grande experiência neste setor, que já era 
muito desenvolvido na Europa. 
Os operários na época não tinham quaisquer garantias 
trabalhistas, tais como: férias, jornada de trabalho 
definida, pensão ou aposentadoria. 
Os imigrantes, especialmente os italianos (anarquistas), 
traziam consigo a história do movimento operário na 
Europa e dos direitos trabalhistas que já tinham sido 
conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta 
forma procuraram mobilizar e organizar a classe 
operária no Brasil na luta pelas conquistas dos seus 
direitos. Em função das péssimas condições de trabalho 
existentes e da falta de garantias de direitos 
trabalhistas, o movimento operário organizou e realizou 
duas greves gerais no país, uma em 1917 e outra em 
1919. Através destes movimentos os operários 
começaram a conquistar alguns direitos sociais. 
Assim que, em 24 de janeiro de 1923, foi aprovado pelo 
Congresso Nacional a Lei Elói Chaves, marco inicial da 
previdência social no Brasil. Através desta lei foram 
instituídas as Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAPS). 
O avançodo capitalismo no Brasil faz com que a classe 
trabalhadora exija melhores condições de trabalho. OS 
PRIMEIROS MOVIMENTOS GREVISTAS em 1917 e 1919 
foram MARCANTES NA NOSSA HISTÓRIA, por 
RESULTAREM NA INTERVENÇÃO DO ESTADO FRENTE ÀS 
CONDIÇÕES DE TRABALHO. Podemos afirmar que A LEI 
ELÓI CHAVES, EM 1923, É O MARCO DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL NO BRASIL, ou seja, é o PRIMEIRO MOMENTO 
QUE O ESTADO faz a assunção de ações específicas para 
este grupo, ATRAVÉS DA INSTITUIÇÃO DAS CAIXAS DE 
APONSENTADORIAS E PENSÕES – CAPS. 
 
Características das CAP’S: 
 Formulada por instituição ou grandes 
empresas; 
 Ofertavam aposentadorias e pensões; 
 Serviços funerários, socorro médico para a 
família, medicamento por preço especial; 
 Assistência por acidente de trabalho; 
 Financiamento e gestão: trabalhador e 
empregador; 
 Assistência médica para o empregado e família. 
 
1- A PRIMEIRA CAP FOI A DOS FERROVIÁRIOS; E A 
SEGUNDA, DOS MARÍTIMOS; 
2- NÃO ESQUECER QUE ERAM POR GRANDES 
EMPRESAS; 
3- E O ESTADO não participava do financiamento das 
CAPS, logo o financiamento era BIPARTITE! ATENÇÃO: 
sempre que cair em prova qual foi o marco inicial da 
previdência no Brasil ou em que momento o Estado 
assume a responsabilidade com os trabalhadores, 
lembrem da Lei Elói chaves (1923) e da criação das 
Caps. 
 
 
 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
- LEI 5.810/94 
 
 
28 
ERA VARGAS – 1930 a 1964 
A crise do café e a crise política da Velha República 
desencadearam um golpe de Estado conhecido como 
Revolução de 30. A indústria passa ser a maior 
responsável pelo acúmulo de capital. O primeiro 
governo Vargas é reconhecido pela literatura como um 
marco na configuração de políticas sociais no Brasil. As 
mudanças institucionais que ocorreram, a partir de 
1930, moldaram a política pública brasileira, 
estabelecendo um arcabouço jurídico e material que 
conformaria o sistema de proteção social até um 
período recente. (CAMPOS E FERREIRA, acesso em 
07/05/14). 
Em 1933, as CAPS são UNIFICADAS e são criados os 
Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPS, 
garantindo benefícios assegurados aos associados: 
a) aposentadoria; 
b) pensão em caso de morte: para os membros de suas 
famílias ou para os beneficiários; 
c) assistência médica e hospitalar; 
d) socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo 
preço do custo acrescido das despesas de 
administração. 
 
1. Os IAPS surgem, da necessidade política do Estado 
estender a todas as categorias do operariado urbano 
organizado os benefícios da previdência; 
2. O primeiro IAP foi o dos MARÍTIMOS – IAPM; 
3. Seu FINANCIAMENTO era TRIPARTITE (o governo 
assumiu a GESTÃO financeira). 
 
Em 1941 aconteceu a I Conferência Nacional de Saúde, 
e a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) 
ocorreu durante a 2ª Guerra Mundial, como 
consequência do convênio firmado entre os governos 
brasileiro e norte-americano, durante a segunda guerra 
mundial, em 1942. 
O FSESP tinha como atribuições centrais, naquele 
momento, sanear a Amazônia e a região do vale do rio 
Doce, onde se produziam borracha e minério de ferro, 
matérias-primas estratégicas para o esforço de guerra 
americano, tendo em vista os altos índices de malária e 
febre amarela que atingiam os trabalhadores desta 
região. Além disso, teve um importante papel no 
declínio da mortalidade infantil por doenças 
imunopreveníveis. 
 
DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS: todas as doenças 
preveníveis por vacinação. Ex.: tuberculose, sarampo, 
rubéola, dentre outras. Atualmente o brasil é o país que 
tem o programa de imunização mais completo do 
mundo, ofertando na rede sus, de forma universal, 
imunobiológicos para as principais patologias que são 
preveníveis por vacina. A última vacina a ser incluída foi 
a contra o HPV (papiloma vírus humano), percussor do 
câncer de colo uterino. 
A unificação das CAPS, criadas em 1923, em IAPS no ano 
de 1933 é um dos fatos mais importantes da história da 
previdência no país. Observem que, com a criação dos 
IAPS, o governo assume a GESTÃO financeira. Os 
benefícios eram por CATEGORIAS PROFISSIONAIS DO 
OPERARIADO URBANO. O acesso aos serviços de saúde 
continua sendo CONTRIBUTIVO e EXCLUDENTE. E o 
modelo sanitarista/campanhista ainda é o 
predominante. 
 
 
FATOS MARCANTES DO PERÍODO: 
A unificação das CAPS, criadas em 1923, em IAPS no ano 
de 1933 é um dos fatos mais importantes da história da 
previdência no país. Observem que, com a criação dos 
IAPS, o governo assume a GESTÃO financeira. Os 
benefícios eram por CATEGORIAS PROFISSIONAIS DO 
OPERARIADO URBANO. O acesso aos serviços de saúde 
continua sendo CONTRIBUTIVO e EXCLUDENTE. E o 
modelo sanitarista/campanhista ainda é o 
predominante.  Criação do Serviço Especial de Saúde 
Pública – SESP;  Superintendência de Campanhas de 
Saúde Pública – SUCAM;  Ações concentradas na área 
de campanhas sanitária (materno-infantil, tuberculose, 
hanseníase, imunização);  Manutenção de Postos e 
Centros de Saúde para os não previdenciários;  
Regulamentação das Leis Sindicais e surgimento dos 
IAPS (Institutos de Aposentadorias e Pensões) por 
categorias. 
 
 
 
EBSERH 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 
 
29 
AUTORITARISMO – 1964 A 1984: 
O regime militar que se instala a partir de 1964, de 
caráter ditatorial e repressivo, procura utilizar-se de 
forças policiais e do exército e dos atos de exceção para 
se impor. O governo militar implantou reformas 
institucionais que afetaram profundamente a saúde 
pública e a medicina previdenciária. Com a unificação 
dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 
1966, concentraram-se todas as contribuições 
previdenciárias, ao mesmo tempo em que o novo órgão 
passou a gerir as aposentadorias, as pensões e a 
assistência médica de todos os trabalhadores formais, 
embora excluíssem dos benefícios os trabalhadores 
rurais e uma gama de trabalhadores urbanos informais. 
 
 
 
Na década de 1970, a assistência médica financiada pela 
Previdência Social conheceu seu período de maior 
expansão em número de leitos disponíveis, em 
cobertura e em volume de recursos arrecadados, além 
de dispor do maior orçamento de sua história (CAMPOS 
e FERREIRA). 
 
 
Este sistema foi se tornando cada vez mais complexo 
tanto do ponto de vista administrativo quanto 
financeiro dentro da estrutura do INPS, que acabou 
levando a criação de uma estrutura própria 
administrativa, o Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1977. 
(POLIGNANO ,2001) 
Neste contexto, o modelo médico privatista/curativo 
surge e se torna hegemônico. Vale ressaltar que, este 
modelo, tem como foco a DOENÇA E O DOENTE, não 
atuando sobre as necessidades reais da população. 
Grandes hospitais são criados para atendimento 
daqueles que contribuíam, fortalecendo o caráter 
EXCLUDENTE das ações e serviços de saúde e 
ratificando o perfil contributivo. O modelo sanitarista 
não deixa de existir. 
 
A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária 
à Saúde, realizada em Alma-Ata (localizada no atual 
Cazaquistão), em 1978, foi o ponto culminante na 
discussão contra a elitização da prática médica, bem 
como contra a inacessibilidade dos serviços médicos às 
grandes massas populacionais. Na Conferência, 
reafirmou-se ser a saúde um dos direitos fundamentais 
do Atenção à saúde aos que não contribuíam Centros e 
postos de saúde pública Perfil dos programas (TB, 
materno-infantil) Serviços de saúde filantrópicos 
Consultórios e clínicas privados homem, sob a 
responsabilidade política dos governos, e reconhece-se 
a sua determinação Inter-setorial (BRASIL, 2011). A 
população com baixos salários, contidos pela política 
econômica e pela repressão, passou a conviver com o 
desemprego e as suas graves consequências sociais, 
como aumento da marginalidade, das favelas, da 
mortalidade infantil. O modelo de saúde previdenciário 
começa a mostrar as suas mazelas. 
 
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