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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2019 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 3 Apostila elaborada pela Professora Elaine Cristiny Evangelista Graduada e Licenciada Plena em Enfermagem e Obstetrícia – UFPA Especialista em Urgência e Emergência- UFPA Mestre em Enfermagem - UFPA PROGRAMA: Legislação Aplicada ao SUS 1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal. 2 Controle social no SUS. 3 Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. 4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200. 5 Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011. 6 Determinantes sociais da saúde. 7 Sistemas de informação em saúde. CONTEÚDO CAPÍTULO 1: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL. CAPÍTULO 2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL /ARTS. 194 AO 200 CAPÍTULO 3 LEI 8080 DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 CAPÍTULO 4 CONTROLE SOCIAL NO SUS LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 CAPÍTULO 5 DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. CAPÍTULO 6 RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 CAPÍTULO 7 DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE CAPÍTULO 8 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE CAPÍTULO 1: Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal. Formado por 4 textos: 1. Texto resumido e mais 13 questões comentadas; 2. Resumo da aula ministrada em sala; 3. Pontos importantes para concurso; 4. Texto completo. TEXTO RESUMIDO E 13 QUESTÕES COMENTADAS No período colonial do Brasil (1500 a 1822), as doenças eram encaradas pelos índios como castigo ou provação, cujas causas eles reconheciam como reflexo da vontade de um ser sobrenatural, ação de astros e dos agentes climáticos ou força de uma praga ou feitiço. Dentro da concepção empírica, mística e mágica da doença, quando as pessoas adoeciam, recorriam ao pajé, que exorcizava os maus espíritos e utilizava plantas e substâncias diversas no tratamento dos enfermos. Faremos uma viagem na história da saúde do Brasil Colônia. Os primeiros colonizadores, obviamente, não endossavam o sistema de atendimento à saúde dos índios. Um dos objetivos dos portugueses era converter os indígenas ao cristianismo e isso significava neutralizar a influência do pajé; e talvez, principalmente, cuidar da saúde dos habitantes da terra. Os padres jesuítas tiveram papel importante na assistência aos doentes, levando medicamentos, por eles manipulados em suas boticas, e alimentos aos LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 4 pacientes, além de aproveitarem aquele momento para a catequese. O progressivo desenvolvimento da colonização levou ao desaparecimento da assistência médica jesuítica, substituída pelos físicos, como eram conhecidos os médicos da época, e pelos cirurgiões barbeiros1. Nesse período, importada da África, onde era endêmica, e da Europa, a varíola não mais desertou do território brasileiro e, em surtos periódicos, dizimou boa parte da população local. A prática médica era baseada em conhecimentos tradicionais e não “científicos”. A estratégia de controle utilizada na época baseava-se no afastamento ou no confinamento dos doentes nas Santas Casas de Misericórdia2, cuja função era mais assistencialista do que curativa. Tal é a característica das ações de combate à hanseníase, voltadas para o indivíduo doente, e não para a prevenção da ocorrência da doença na população. A ação contra a febre amarela desenvolvida em fins do século XVII, em Pernambuco, inaugura uma nova prática, em que, ao lado das medidas voltadas para o indivíduo – como o isolamento – são organizadas ações com o objetivo de destruir ou transformar tudo o que, no meio urbano, é considerado causa da doença. Para evitar a sua propagação, aterram-se águas estagnadas, limpam-se ruas e casas, criam-se cemitérios, purifica-se o ar. O fator desencadeante dessas medidas, contudo, é a própria ocorrência de epidemias. Estas, tão logo controladas, são seguidas pela desativação daquelas medidas saneadoras. Somente a partir do século XIX, estruturam-se ações que visam à promoção da saúde, antes mesmo da ocorrência das doenças. Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, incorporou-se o caráter de ação denominado de Polícia Médica, originário da Alemanha do século XVIII. Essa concepção propunha a intervenção nas condições de vida e saúde da população, com o propósito de vigiar e controlar o aparecimento de epidemias. Tratava-se de um controle-profilaxia, de vigilância da cidade, para controlar as instalações de minas e cemitérios, o comércio do pão, vinho e carne. A concepção adotada, sobre as causas das doenças baseava-se na teoria miasmática3, que concebia as emanações de elementos do meio físico como seus agentes responsáveis, considerados insalubres porque ainda não se conhecia a existência dos microrganismos. Considerava-se que o ar era o principal causador de doenças, pois carregava gases pestilenciais oriundos de matéria orgânica em putrefação. Essa matéria em decomposição resultaria de águas estagnadas nos pântanos, para onde seriam carreadas substâncias animais e vegetais de cemitérios localizados, na maioria das vezes, no centro das cidades, “infeccionando o Bar”. Os serviços de saúde, organizados à semelhança de Portugal, tinham sua atenção voltada para a profilaxia das moléstias epidêmicas, baseada no saneamento do meio. Para combater esses males, propunha-se a urbanização da cidade, com aterros de pântanos, demarcação de ruas e lugares de construção, implantação de rede de água e esgoto, organização dos cemitérios, criação de normas higiênicas para enterro dos mortos, etc. Outra causa a que se atribuía a doença seria a circulação das pessoas e mercadorias pelos portos. Para evitá-la, propõe-se a criação de um lazareto4 para quarentena dos escravos portadores de moléstias epidêmicas e cutâneas. Essas ações de profilaxia das moléstias transmissíveis consistiam, fundamentalmente, na fiscalização rigorosa das embarcações que poderiam trazer a peste ou outras moléstias epidêmicas, o que viria a constituir a vigilância sanitária dos portos. A depender das moléstias que trouxessem ou do número de óbitos ocorridos a bordo, procedia-se à quarentena dos navios, dos indivíduos ou dos doentesnos “Lazaretos”. Somente a autoridade sanitária poderia conceder a essas pessoas visto de entrada na cidade. Aqui, já aparece a preocupação com o indivíduo, esboçando-se a noção de caso, além da vigilância da cidade já citada. Sobre essa noção de caso, fundamentam-se, progressivamente, ações restritas ao indivíduo portador: isolamento do paciente, seu controle, manipulação e até punição. No ano de 1810, o Alvará de 22 de janeiro determina a construção de Lazareto para quarentena de viajantes e ancoradouro especial para embarcações suspeitas, inclusive com taxas públicas para este serviço de saúde. Trata-se de um dos primeiros regulamentos para o controle sanitário de pessoas/viajantes, cargas/mercadorias e embarcações nos portos no Brasil. É o nascimento da vigilância em saúde nos portos, aeroportos e fronteiras baseada em medidas de controle para doenças contagiosas. As preocupações com a saúde da população, principalmente com a saúde da Corte, bem como a necessidade do saneamento dos portos como estratégia para o desenvolvimento de relações mercantis, trouxeram uma nova organização para o governo, em que se buscava o controle das epidemias e do meio ambiente. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 5 Com o desenvolvimento da bacteriologia (Era Bacteriológica) e da utilização de recursos que possibilitaram a descoberta dos microrganismos, surgiu a identificação do agente etiológico da doença, concretizada na segunda metade do século XIX e início do século XX. O consequente desenvolvimento de métodos que possibilitavam o combate aos agentes etiológicos (soroterapia, quimioterapia) propiciou a execução da vacinação antivariólica, iniciando uma nova prática de controle das doenças, com repercussões na forma de organização de serviços e ações em saúde coletiva no Brasil. Durante o período do Brasil Império (1822 a 1889), foram realizadas ações de combate específico a determinadas doenças transmissíveis. A vacina contra a varíola foi descoberta. Passou-se a identificar os agentes causadores de doenças. Foi o período da era bacteriológica5. De acordo com artigo sobre modelo bacteriológico a programação em saúde (1889-1983), o Modelo Bacteriológico data do período de 1889-1925. Ademais, conforme o livro "O território e o processo saúde- doença”, no final do século XIX, com o auxílio do microscópio, o químico francês Louis Pasteur, estudando as falhas na fermentação de vinhos e cervejas, observou que microorganismos tinham um papel fundamental neste processo. Portanto, a era bacteriológica surgiu com as descobertas de Pasteur no final do século XIX. Como consequência da redução da importância do meio na ocorrência das doenças, característico da teoria miasmática, progressivamente, as ações tornam-se mais restritas ao indivíduo portador, para o qual seriam dirigidas as ações de controle. Além da utilização do isolamento do paciente, este seria objeto de intervenção dos serviços de saúde da época. Em síntese, No período imperial, temos a superação da teoria miasmática (focada no meio ambiente) e incorporação da era bacteriológica (centrada no agente etiológico das doenças). No final do século XIX e começo do século XX, ocorreu grande aumento da emigração europeia para o Brasil, formada por pessoas muito suscetíveis às doenças tropicais. A péssima situação sanitária do País prejudicava até mesmo a economia, que dependia, fundamentalmente, da exportação do café. Navios recusavam-se a vir ao Brasil. A realidade apresentada na questão foi levada em consideração na determinação das políticas de saúde no período da República Velha (1889 a 1930). As necessidades de saúde geradas no processo de desenvolvimento econômico e social, de controle de doenças que visavam à manutenção da força de trabalho em quantidade e qualidade adequadas, determinaram, como parte do processo de organização do Estado republicano, a montagem da estrutura sanitária encarregada de responder a essa demanda. A simples fiscalização não resolveria o problema: era preciso uma ação governamental mais abrangente, em bases mais científicas. A Bacteriologia vivia seu auge em todo mundo, a medicina higienista começava a ganhar força no Brasil e a pautar o planejamento urbano da maioria das cidades. No momento em que os tripulantes estrangeiros receavam desembarcar nos portos brasileiros, pela temeridade de contrair inúmeras doenças que proliferavam aqui, o saneamento foi a solução encontrada para, literalmente, mudar a imagem do País lá fora. Os problemas de saúde que, então, aparecem como preocupação maior do Poder Público são as endemias e as questões gerais de saneamento nos núcleos urbanos e nos portos, principalmente naqueles vinculados ao segmento comercial voltado à exportação o ao capital industrial nascente. Tratava-se da criação de condições sanitárias mínimas indispensáveis não só para as relações comerciais com o exterior, como também para o êxito da política de imigração, em função da relativa escassez de mão de obra nacional. As doenças pestilenciais como cólera, peste bubônica, febre amarela, varíola e as chamadas doenças de massa, isto é, doenças infecciosas e parasitárias, como tuberculose, hanseníase, febre tifóide, representavam as doenças de maior expressão a requerer a atenção pública. As campanhas contra febre amarela, peste bubônica e varíola, assim como as medidas gerais destinadas à promoção de higiene urbana, caracterizavam-se pela utilização de medidas jurídicas impositivas6 de notificação de doenças, vacinação obrigatória e vigilância sanitária em geral. No seu conjunto, não ultrapassavam os limites de soluções imediatistas a problemas agudos que, de uma forma ou de outra, poderiam comprometer o desenvolvimento da economia cafeeira. Senão, essas medidas representavam, tão somente, tentativas de respostas aos quadros epidêmicos calamitosos que ameaçavam a população em geral e que, por vezes, davam motivos às pressões políticas. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 6 Como fator limitante para a ação da Saúde Pública, figurava o próprio alcance do conhecimento científico e tecnológico referente ao diagnóstico, prevenção e terapia das doenças, quando comparado aos parâmetros atuais. Em 1923, o estabelecimento de convênio entre o governo brasileiro e a Fundação Rockefeller garantiu a cooperação médico-sanitária e educacional para a implementação de programas de erradicação das endemias, sobretudo nas regiões do interior, onde os trabalhos se concentraram no combate à febre amarela e, mais tarde, à malária. Como iniciativa de ação coadjuvante com aos serviços estaduais e municipais no combate a doenças como ancilostomíase, esse acordo tinha duplo interesse para o País: científico e econômico, porque, além de proteger as populações, aumentaria a sua produtividade. QUESTÃO 01. (Residência Médica/Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco-PE/Seleção 2012/UPE) Sobre o desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil, podem-se contemplar, na história republicana, pelo menos, cinco conjunturas: República Velha (1889-1930); Era Vargas (1930- 1964); Autoritarismo (1964-1984); Nova República (1985-1988); Pós-Constituinte. Sobre esses períodos, assinale a alternativa INCORRETA. a) Na República Velha, predominavam as doenças transmissíveis, como a febre amarela urbana, varíola, tuberculose, sífilis, além das endemias rurais. b) Na Era Vargas, a saúde pública passa a ter sua institucionalização, na esfera federal, pelo Ministério da Educação e Saúde, enquanto a medicina previdenciária e a saúde ocupacional vinculavam-se ao Ministério do Trabalho. c) No Autoritarismo, houve a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS). d) As políticas de saúde executadas durante a Nova República privilegiaram o setor privado mediante a compra de serviços deassistência médica, o apoio aos investimentos e os empréstimos com subsídios. e) No período Pós-Constituinte, foi implantado o Programa Saúde da Família (PSF). COMENTÁRIOS - QUESTÃO 01 Item A. Correto. Durante o período da República Velha (conhecida como Primeira República), a proteção da saúde era prestada pelo Estado de forma isolada e incipiente, limitando-se a campanhas de prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e endemias rurais. A assistência médica era prestada à população carente por meio de instituições de caridade, a exemplo das Santas Casas de Misericórdia. As pessoas com alto poder econômico eram assistidas por médicos e serviços de saúde particulares. Nessa época, a assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e resolutividade. Destaca-se ainda que, em 1923, foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP), dando início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas empresas. Item B. Correto. Na Era Vargas, a saúde pública (que tratava do combate a doenças transmissíveis, endemias e programas específicos) ficava a cargo do Ministério da Educação e Saúde (MESP) e posteriormente do Ministério da Saúde (MS), ao passo que a assistência médica era prestada, por meio dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), apenas aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada de determinadas categorias profissionais. Registra-se também que os IAP substituíram as CAPS, a partir de 1933. Item C. Correto. Na realidade, a unificação de todos os IAP deu origem ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. O Instituto de Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) foi criado apenas, em 1977, desmembrando as ações de assistência médica do INPS. Evolução histórica do sistema médico-previdenciário, que ofertava, entre outros serviços, assistência à saúde para os empregados formais e seus dependentes. Veja que a medicina previdenciária, que era restrita a pequena parcela da sociedade (trabalhadores formais e seus dependentes), foi extinta com a criação do SUS. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 7 Item D. Incorreto. As políticas de saúde executadas durante o período do Autoritarismo (Ditadura Militar), e não durante a Nova República (1985-1988), privilegiaram o setor privado mediante a compra de serviços de assistência médica, o apoio aos investimentos e os empréstimos com subsídios. Destaca-se que essas ações foram as principais causas de falência do INAMPS, resultando em oposição da maior parte da sociedade brasileira a esse sistema de saúde. No período da Ditadura Militar (1964-1985), o INAMPS patrocinou de forma substancial a criação e expansão dos serviços de saúde privados, por meio de empréstimos e convênios com os recursos da população. Nessa época, houve desvios de boa parte dos recursos do INAMPS para iniciativa privada. Era uma verdadeira “festa” com o dinheiro público. Apesar de todo esse investimento, os serviços de saúde eram prestados apenas aos trabalhadores formais e seus dependentes, sendo estendido posteriormente aos trabalhadores rurais. Eram serviços de baixa qualidade e fragmentados. Item E. Correto. O PSF foi criado em 1994. Principais Características da História da Saúde Pública Brasileira – Período Republicano República Velha (1889- 1930) - A assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e resolutividade; - Campanhas de prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e endemias rurais; - Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas de Misericórdia para a população carente; - Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), em 1923, dando início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas EMPRESAS. Era Vargas (1930-1964) - Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e Educação (MESP), de baixa qualidade e limitada; - Assistência médica prestada, por meio dos IAP, apenas aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada, de determinadas CATEGORIAS profissionais; - Os IAP substituíram as CAP, a partir de 1933. Autoritarismo (1964-1985) - Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa qualidade e limitada; - Unificação dos IAP, dando origem ao INPS, em 1966; - Criação do INAMPS, em 1977, desmembrando as ações de assistência médica do INPS; - As políticas de saúde privilegiavam o setor privado; - Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada, sendo estendida no final do período da Ditadura Militar aos trabalhadores rurais; - Assistência médica previdenciária centrada na doença e em procedimentos, sendo de baixa qualidade e alto custo, culminando com a falência do INAMPS; - Início do movimento da Reforma Sanitária, na década de 1970; - Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 8 Nova República (1985-1988) - Fortalecimento do movimento da Reforma Sanitária; - 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986; - Início do processo de descentralização das ações de saúde para estados e municípios; - Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), em 1987, e do SUS, em 1988. Pós- Constituinte - Extinção do INAMPS; - Adoção dos princípios e diretrizes do SUS; - “Saúde Direto de todos e dever do Estado”; - Enfrentamento de muitos problemas para a implantação do SUS. - Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais que são contrários ao SUS, por questões econômicas e financeiras temerosas. A Saúde Pública brasileira teve a 1ª REFORMA SANITÁRIA, no período da República Velha (Primeira República)7. Essa Reforma buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. De acordo com o CONASS (2011), um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova geração de médicos higienistas, que alcançou importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas sanitárias. - A 1ª Reforma Sanitária ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. - A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até hoje. As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS. Trataremos dele mais adiante. A criação do Ministério da Saúde e Educação (MESP), em 1930, possibilitou a implantação de um Sistema Nacional de Saúde, voltado para as ações de saúde pública, embora fosse limitado e de baixa qualidade. Com a institucionalização do SUS, em 1988, tivemos a implantação de um Sistema Nacional de Saúde UNIVERSAL e mais eficaz. As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) foram criadas pela Lei Eloy Chaves, de 1923. É o marco da medicina previdenciária. As CAP eram organizadas por empresa e os IAP que eram organizados por categorias profissionais. CAP - Cada empresa tinha seu sistema próprio de previdência social e assistência médica. Não sofriam interferência externa, tampouco de outras empresas (1923-1933). Por exemplo, o banco Gama tinha sua CAP e o banco Beta tinha sua CAP. Uma não sofria interferência da outra. IAP - Cada categoria profissional (ex.: reunião de todos os bancários em umúnico instituto) tinha seu sistema próprio de previdência social e assistência médica. Não sofriam interferência externa de outras categorias profissionais (1933-1966). Por exemplo, os bancos Gama, Beta e demais tinham um instituto próprio, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB). Esse instituto não sofria interferência dos demais, a exemplo do Instituto de Aposentadoria dos Portuários e Marítimos (IAPM). INPS - Todas as categorias profissionais (marítimos, comerciários, bancários, servidores públicos etc.) passaram a ter apenas um sistema previdenciário, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que unificou todos os IAP. Esse instituto era gerido pelo governo. Era responsável pela assistência médica e previdência social de seus integrantes (trabalhadores formais e respectivos dependentes). O INPS teve curta duração (1966-1977). INAMPS - O INPS administrava tanto os serviços de assistência médica como os de previdência social. Imagine como era a bagunça desse instituto. Em 1977, EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 9 por meio da Lei nº 6439/77 que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), o governo desdobrou o INPS em Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O INAMPS passou a ser a autarquia responsável pela assistência à saúde dos trabalhadores e seus dependentes inscritos no sistema de previdência social. Em resumo, a partir de 1977, Previdência e Saúde ficaram reunidas, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), controlado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Faziam parte desse sistema, entre outros, os institutos responsáveis pela assistência médica (INAMPS) e pela Previdência Social (INPS e IAPAS). Nessa época, só os contribuintes do INPS tinham direito aos serviços do INAMPS8. QUESTÃO 02. (Residência Multiprofissional em Saúde- UFRN/Seleção 2013) O surgimento das primeiras Caixas de Aposentadorias e pensões (CAPs) é o marco inicial da atividade estatal em relação à assistência médica. A Lei de 1923, na qual o governo instituiu e regulamentou tais entidades, foi a: a) Lei Carlos Chagas. b) Lei Eloy Chaves. c) Lei Orgânica da Saúde nº 8080. d) Lei Orgânica da Saúde nº 8142. COMENTÁRIOS - QUESTÃO 02 A Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de janeiro de 1923, consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro, com a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os empregados das empresas ferroviárias. Depois, outras empresas criaram suas respectivas CAP. Dito isto, o gabarito da questão é a letra B. O financiamento das CAPS era bipartite (trabalhadores e empresas), mas dos IAP era tripartite, ou seja, feito pelas empresas, empregados e Governo. As CAP eram custeadas pelos empregados, empresas e consumidores. Na realidade o financiamento das CAP era bipartite, sendo realizado pelos trabalhadores e empregadores; enquanto que o financiamento dos IAP era tripartite, realizado pelos empregadores, trabalhadores e Governo. No entanto, podemos considerar que os consumidores custeavam as CAP à medida que compravam mercadorias ou adquiriam serviços. Em síntese, o financiamento das CAP era bipartite, sendo realizado diretamente pelos trabalhadores e empregadores. No entanto, podemos considerar que os consumidores custeavam as CAPS, de forma indireta, à medida que compravam mercadorias ou adquiriam serviços. A assistência médica previdenciária foi valorizada a partir da criação do INPS, com a unificação de todos os IAP no INPS, em 1966, sendo expandida com a criação do INAMPS, em 1977. Durante o período das CAP e IAP, as ações de saúde curativas eram superficiais. A partir da década de 1960, com a criação do INPS, as ações curativas de saúde foram expandidas e valorizadas. Isso ocorreu devido o grande aporte de recursos financeiros do sistema previdenciário unificado brasileiro. QUESTÃO 03. Em relação à história da saúde brasileira, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta: ( ) Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde (MESP). A esse ministério cabia a saúde pública, ou melhor, tudo aquilo que dissesse respeito à saúde da população e que não se encontrava na área da medicina previdenciária, desenvolvida no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. ( ) O Ministério da Educação e Saúde (MESP) fazia a prestação de serviços para aqueles identificados como pré-cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, todos aqueles que não se encontravam habilitados a usufruir os serviços oferecidos pelas caixas e pelos serviços previdenciários. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 10 ( ) A saúde brasileira era organizada de duas formas distintas: (a) saúde pública prestada pelo MESP para toda a população, especialmente a mais carente; (b) assistência médica previdenciária prestada pelos IAP e posteriormente pelo INPS e INAMPS apenas aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada. ( ) A partir da nova Constituição Federal de 1946, as ações específicas e horizontais de saúde pública foram fortalecidas, com ênfase para os programas de pré- natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e outros. ( ) O Ministério da Saúde (MS) foi criado em 1953, desvinculado as ações de saúde pública doantigo Ministério da Educação e Saúde (MESP). a) F – V – V – V– F. b) F – F – V – V– V. c) V – V – F – V– V. d) V – V – V – F– V. e) V – V – V – V– V. COMENTÁRIOS - QUESTÃO 03 Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, IAP, INPS e INAMPS), era evidente a disjunção entre saúde pública (voltada para o modelo de atenção à saúde sanitarista9 e campanhista) e assistência médica (exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas formais). O único item falso é o IV, já que as ações específicas de saúde pública (pré-natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e outros) eram verticais, ou seja, eram desenvolvidas sem participação da população na sua elaboração e condução. Ora, durante o período da Constituição de 1946, existiam ações específicas de saúde pública (pré-natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e outros). No entanto, essas ações eram específicas e verticais, ou seja, não levavam em consideração o acolhimento, vínculo, responsabilização pelo cuidado, busca ativa etc. Perceba que essas ações específicas de saúde pública eram realizadas com a abordagem no procedimento, na técnica e não centradas no indivíduo, família e comunidade. Por outro lado, o SUS preconiza ações de saúde pública centradas nos princípios da integralidade, equidade, universalidade, acolhimento, vínculo, responsabilização com o cuidado, humanização etc. Assim, o gabarito da questão é a letra D. 4. (Prefeitura de Teresina-PI/2011/NUCEPE) A VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, foi um acontecimento importante que influenciou a criação do SUS. Em relação ao Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira, marque a alternativa CORRETA: a) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais porque impulsionou a realização de Conferências Estaduais e Municipais. b) O movimento pela Reforma Sanitária Brasileira teve grande participação popular e do movimento sindical, mas não houve apoio político. c) O movimento da Reforma Sanitária Brasileira criou o SUS e impulsionou a elaboração de uma nova Constituição Federal. d) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais pelo seu caráter democráticoe pela sua dinâmica processual. e) O SUS foi criado através da Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 04 Com o desgaste da Ditadura Militar no final da década de 1970, os movimentos contrários ao regime ganharam força. Dentro desse contexto, a área da saúde fortaleceu o movimento sanitarista, iniciado por movimentos populares, nos anos 70, como forma de oposição à política do Estado autoritário. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 11 Neste caminho, as discussões consolidadas na VIII Conferência de Saúde foram materializadas na Constituição Federal em 1988, com a criação do SUS. Isto posto, vamos analisar as alternativas da questão: Item A. Incorreto. A VIII Conferência Nacional de Saúde diferenciou-se das demais pelo seu caráter democrático e pela sua dinâmica processual, e não por impulsionar a realização de conferências estaduais e municipais de saúde. Item B. Incorreto. O movimento pela Reforma Sanitária Brasileira teve grande participação popular e do movimento sindical, bem como apoio político. As principais propostas dessa conferência serviram de base para que os constituintes criassem o SUS na Constituição Federal de 1988 (CF/99, arts. 196 a 200). Item C. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária Brasileira impulsionou a criação do SUS por meio da CF/88. A redemocratização do país, na década de 1980, impulsionou a criação de uma nova Constituição Federal. O movimento da Reforma Sanitária Brasileira impulsionou a criação do SUS, mas esse sistema foi criado pela Constituição Federal de 1988 (CF/99, arts. 196 a 200) e regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde (Leis nºs 8.080/90 e 8.142/90). Item D. Correto. A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais pelo seu caráter democrático e pela sua dinâmica processual. As conferências nacionais de saúde anteriores eram cartoriais e burocráticas. Não havia participação da população nas decisões. Item E. Incorreto. O SUS foi criado pela Constituição Federal de 1998, sendo regulamentado pelas Leis 8.080, de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990. O gabarito da questão, portanto, é a letra D. MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA CONASP - Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária - (criado em 1982) - Foi criado para racionalizar as ações de saúde; - Atuou sobre a racionalização das contas com os gastos hospitalares dos serviços contratados com o INAMPS. AIS – AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE - (1983) - Tinham o objetivo da universalização da acessibilidade da população aos serviços de saúde; - Abriram a possibilidade de participação dos estados e, principalmente, municípios na política nacional de saúde; - Estratégia para o processo de descentralização da saúde brasileira, com a criação de serviços de saúde na maior parte da nação. 8ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 1986) - Consagrou os princípios preconizados pelo movimento da Reforma Sanitária; - Impulsionou a criação do SUS. SUDS (criado em 1987) - Adotou como diretrizes a universalização e a equidade no acesso aos serviços, a integralidade dos cuidados, a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma política de recursos humanos. SUS (criado em 1988) Sistema de saúde universal; - Estruturado nos princípios e diretrizes da universalidade, integralidade, equidade, participação popular, descentralização, regionalização e hierarquização. QUESTÃO 05. (Prefeitura de Presidente Dutra- MA/2012/LUDUS) Com relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e seus princípios, foram muitos os passos percorridos antes de chegarmos ao nível de evolução do SUS atual. Sobre este assunto relacione a primeira coluna com a segunda coluna. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 12 POLÍTICAS (coluna 1) 1. SUDS 2. CONASP 3. AIS 4. VIII Conferência Nacional de Saúde 5. SUS CARACTERÍSTICAS (coluna 2) ( ) Ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu propostas para a Assembleia Constituinte. ( ) Convênios com municípios e Estados, permitindo pela primeira vez o uso de recursos da previdência para financiar serviços de saúde oferecidos a toda população; ( ) Descentralização do INAMPS e forte apoio dos governadores. ( ) Deu início a programação das atividades de assistência no âmbito do INAMPS e criou a AIH; ( ) Conjunto de ações e serviços de saúde que são oferecidos gratuitamente sem que o usuário tenha que comprovar qualquer contribuição prévia. Marque a alternativa que trás a sequência correta da segunda coluna: a) 4, 1, 3, 2, 5 b) 4, 3, 1, 2, 5 c) 3, 4, 1, 2, 5 d) 1, 3, 5, 4, 2 e) 4, 5, 3, 1, 2 COMENTÁRIOS – QUESTÃO 05 MARCOS HISTÓRICOS DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA CONASP - Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária - (criado em 1982) - Deu início à programação das atividades de assistência no âmbito do INAMPS e criou a AIH. AIS – AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE - (1983) - Deram origem aos convênios com municípios e estados, permitindo pela primeira vez o uso de recursos da previdência para financiar serviços de saúde oferecidos a toda população. 8ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 1986) - Gerou ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu propostas para a Assembleia Constituinte. SUDS (criado em 1987) - Promoveu a descentralização do INAMPS e ofereceu forte apoio dos governadores na estruturação dos serviços de saúde estaduais e municipais. SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (criado em 1988) - É um conjunto de ações e serviços de saúde que são oferecidos gratuitamente sem que o usuário tenha que comprovar qualquer contribuição prévia. O gabarito da questão é, portanto, a letra B. As Ações Integrais de Saúde (AIS) foram uma estratégia de extrema importância para o processo de descentralização da saúde. Em síntese, as AIS: deram origem aos convênios com municípios e estados, permitindo pela PRIMEIRA vez o uso de recursos da previdência para financiar serviços de saúde oferecidos a toda população. tinham o objetivo da universalização da acessibilidade da população aos serviços de saúde; abriram a possibilidade de participação dos estados e, principalmente, municípios na política nacional de saúde; A instituição das AIS ocorreu devido à pressão do movimento da Reforma Sanitária contra o Governo EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 13 Militar. Contudo, a implementação dessas ações foi parcial, já que sofreram diversas barreiras e entraves provocados pelos grupos corporativistas de empresários da saúde e pelo Governo Militar. QUESTÃO 06. (Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva/Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco- PE/Seleção 2011/UPE) Analise as afirmativas abaixo: I. A formulação e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) é resultante de um expressivo movimento de reforma sanitária, inserido no movimento mais amplo de redemocratização do país e que teve na VIII Conferência Nacional de Saúde um de seus "locus" privilegiados para o estabelecimento das grandes diretrizes com vistas à reorganização do sistema de saúde no Brasil; II. A VIII Conferência é significativa e representativa desse processo, pelo momento de sua ocorrência, março de 1976, já no período chamado "Nova República", iniciado com a eleição indireta para a presidência e que marcou o fim do período autoritário; III. A saúde teve um expressivo reconhecimento e inserção na nova Constituição, promulgada em outubro de 1988, destacando-se sua inclusão como um componente da seguridade social, a caracterização dos serviços e ações de saúde como de relevância pública. Assinale a alternativa CORRETA. a) Apenasas afirmativas I e III estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 06 A 8º Conferência Nacional de Saúde ocorreu em 1986. Além disso, o período da Nova República foi de 1985 a 1988. Logo, o gabarito da questão é a letra A. QUESTÃO 07. (Prefeitura de São Carlos- SP/2011/ESF/VUNESP) Leia as afirmações a seguir. I. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, um dos pontos altos da Reforma Sanitária no Brasil, teve como norte “saúde como direito de todos e dever do Estado”. II. Até 1988, somente os trabalhadores com vínculo formal no mercado de trabalho tinham direito à assistência em saúde. III. A Reforma Sanitária, cujas primeiras articulações datam da década de 1960, foi concluída na década de 1980, com a plena implementação dos princípios do SUS. Está correto o contido em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 07 Item I. Correto. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, é o maior marco do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira. Item II. Correto. Sem levar em consideração as políticas anteriores a 88 que já preconizam uma assistência à saúde universal, ainda que de maneira insipiente. É importante destacar que os dependentes dos trabalhadores tinham direito à assistência em saúde na época da medicina previdenciária e que no final da ditadura militar essa assistência foi estendida aos trabalhadores rurais. A banca considerou esse item correto, pois explorou o conhecimento desse assunto de forma mais superficial, sem atentar-se aos detalhes. Infelizmente, esse tipo de questão aparece em concursos. Item III. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária iniciou na década de 1970, sendo presente até os dias atuais. Atualmente sua bandeira de luta é a consolidação do SUS. Portanto, o gabarito da questão é a letra C. Essa questão deveria ter sido anulada, pois induziu o candidato ao erro. 08. (Residência Multiprofissional em Saúde/UFMT/Seleção 2010) Sobre a Reforma Sanitária brasileira, analise as afirmativas. I - Constitui uma proposta abrangente de mudança social e um processo de transformação sanitária gestada desde a década de 70 do século XX. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 14 II - Deve ser entendida simplesmente como uma reforma setorial. III - Na busca de viabilidade para as intervenções propostas pela Reforma Sanitária, utilizou-se unicamente de dois caminhos: legislativo-parlamentar e técnico-institucional. IV - Os princípios e as diretrizes da Reforma foram sistematizados na 8ª Conferência Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado de saúde; Sistema Único de Saúde (SUS) e participação popular. Estão corretas as afirmativas a) II e III, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I e IV, apenas. d) I, II, III e IV. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 08 Item I. Correto. Constitui uma proposta abrangente de mudança social e um processo de transformação sanitária gestada desde a década de 70 do século XX. Item II. Incorreto. A Reforma Sanitária Brasileira foi proposta num momento de intensas mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial. Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à consolidação da cidadania no País10. Item III. Incorreto. Na busca de viabilidade para as intervenções propostas pela Reforma Sanitária, utilizou- se da participação social, com o envolvimento da sociedade, e não apenas dos seguintes caminhos: legislativo-parlamentar e técnico-institucional. Item IV. Correto. Os princípios e as diretrizes da Reforma foram sistematizados na 8ª Conferência Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado de saúde; Sistema Único de Saúde (SUS) e participação popular. O gabarito da questão é a letra C, já que apenas os itens I e IV estão corretos. QUESTÃO 09. (MPOG/2012/ESAF) Julgue as proposições seguintes e assinale a opção correta. I. A política de saúde instituída no Estado Novo integrou saúde pública e a assistência médica previdenciária. II. A criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) instituiu um padrão de atenção à saúde voltada para a saúde pública. III. A extensão da cobertura previdenciária com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho ocorre simultaneamente com a extensão do direito à saúde para toda a população brasileira. IV. O projeto de saúde, articulado ao mercado tem como uma de suas tendências a contenção dos gastos com racionalização da oferta. a) Todas as assertivas estão corretas. b) Todas as assertivas estão erradas. c) Apenas três assertivas estão corretas. d) Apenas duas assertivas estão corretas. e) Apenas uma assertiva está correta. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 09 Item I. Incorreto. Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, IAP, INPS e INAMPS), inclusive na época do Estado Novo11, era evidente a disjunção entre saúde pública (voltada para o modelo de atenção à saúde sanitarista e campanhista) e assistência médica (exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas formais). Portanto, a política de saúde instituída no Estado Novo aumentou a fragmentação da saúde pública e da assistência médico-previdenciária. Item II. Incorreto. A unificação de todos os IAP deu origem ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. Com essa unificação, a medicina especializada e de baixa qualidade, oferecida aos trabalhadores formais e seus dependentes foi expandida. A Saúde pública continuou sendo uma política marginalizada por parte do Estado, sendo EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 15 caracterizada por ações pontuais e esporádicas. Logo, a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) não instituiu um padrão de atenção à saúde voltada para a saúde pública. Item III. Incorreto. A extensão do direito à saúde para toda a população brasileira somente ocorreu a partir de 1988 com a criação do SUS. Item IV. Correto. Até os dias atuais, verificamos que o projeto de saúde, articulado ao mercado tem como uma de suas tendências a contenção dos gastos com racionalização da oferta. A insuficiência de recursos para a Saúde é um dos maiores entraves desse setor. A partir dos comentários, verificamos que o gabarito da questão é a letra E, pois apenas o item IV apresenta-se correto. 10. (INMETRO/2010/CESPE) Assinale a opção correta, com referência à história das políticas de saúde no Brasil. a) As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas pelo interesse em manter uma mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real. b) O movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república reforça o papel descentralizado dos governantes com ênfase na saúde integral. c) Nos anos do desenvolvimentismo ocorreram mudanças significativas quanto à lógica da organização do modelo para a saúde com a unificação das ações e serviços de saúde pública e do sistema previdenciário. d) O contexto de realização da VII Conferencia Nacional de Saúde representa um importante marco na história da política de saúde, pois nela foi assegurada a discussão de uma política setorial pelos representantes dos usuários. e) As regras para regulação do setor privado foram definidas em momento anterior à aprovação e legalização do SUS devido à resistência por parte do referido setor e da medicina autônoma. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 10 Item A12. Correto. As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas pelo interesse em manter uma mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real. As primeiras ações de saúde pública implementadas pelos governantesforam executadas no período colonial com a vinda da família real para o Brasil (1808) e o interesse na manutenção de uma mão de obra saudável e capaz de manter os negócios promovidos pela realeza. Até a chegada da família real, o assistir à saúde era uma prática sem qualquer regulamentação e realizada de acordo com os costumes e conhecimento de cada um desses grupos. A população recorria, em situações de doença, ao que fosse viável financeiramente ou fisicamente. Existia o barbeiro ou prático, um conhecedor de algumas técnicas utilizadas pelos médicos europeus, tais como as sangrias, que atendia à população capaz de remunerá-lo. Existiam os curandeiros e pajés, pertencentes à cultura negra e indígena, mais acessíveis à maioria da população, que se utilizavam das plantas, ervas, rezas e feitiços para tratar os doentes. Havia também os jesuítas, que traziam algum conhecimento da prática médica europeia utilizando-se principalmente da disciplina e do isolamento como técnica para cuidar dos doentes. A vinda da família real para o Brasil possibilitou também a chegada de mais médicos e o aumento da preocupação com as condições de vida nas cidades, possibilitando o início de um projeto de institucionalização do setor saúde no Brasil e a regulação da prática médica profissional. Foi assim que, no mesmo ano da chegada da família ao Brasil (1808), foi inaugurada a primeira faculdade de medicina, a Escola médico-cirúrgica, localizada em Salvador na Bahia, com vistas à institucionalização de programas de ensino e à normalizaçao da prática médica em conformidade aos moldes europeus. Item B. Incorreto. De acordo com o CONASS, um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova geração de médicos higienistas, que alcançou importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 16 A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas sanitárias. - A 1ª REFORMA SANITÁRIA ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central. - A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até hoje. As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS. Portanto, o movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república não reforça o papel descentralizado dos governantes com ênfase na saúde integral. Pelo contrário, o sistema de saúde era centralizado e não integral. Item C. Incorreto. Nos anos do desenvolvimentismo13, não ocorreram mudanças significativas quanto à lógica da organização do modelo para a saúde e não houve a unificação das ações e serviços de saúde pública e do sistema previdenciário. Item D. Incorreto. Em 1980, ocorreu a VII Conferência Nacional de Saúde ainda no período do regime militar. Os principais temas debatidos eram relacionados à implantação e desenvolvimento do Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde). Essa conferência não é considerada um importante marco na história da política de saúde. Por outro lado, a VIII Conferência Nacional de Saúde foi o marco mais importante na construção de um novo sistema de saúde (SUS), universal e integral. Item E. Incorreto. Todas as regras atuais da saúde, inclusive aquelas para regulação do setor privado foram definidas após a aprovação e legalização do SUS, na Constituição Federal de 1988. As principais normas que regulamentam esse setor são as seguintes: Leis nºs 8.080/90, 8.142/90, 141/12. O gabarito da questão, portanto, é a letra A. 11. (ANVISA/CESPE/2007) Julgue a afirmação como (V) verdadeira ou (F) falsa. Apesar das dificuldades de implantação do SUS, ocorreu extensão de cobertura dos serviços de saúde para a população brasileira no final do século XX ( ). COMENTÁRIOS – QUESTÃO 11 O SUS é o maior sistema universal de saúde do mundo. Imagine só, meu amigo. Após 1988, a saúde passou a ser ofertada para milhões de brasileiros que eram excluídos do INAMPS. Isso foi a maior conquista social da história do Brasil. Apesar dessa conquista, o sistema de saúde público brasileiro apresenta grandes entraves e baixa qualidade de seus serviços em boa parte de suas unidades de saúde. O assunto é complexo e envolve inúmeros aspectos. Vejamos abaixo o resultado de um estudo recente sobre o SUS14: Ao longo desses vinte e seis anos de existência, o SUS apresenta números imponentes, dignos do maior projeto público de inclusão social no Brasil. Conforme dados do Ministério da Saúde (MS) são realizados, em média, por ano, onze milhões de internações, 1,4 bilhão de procedimentos ambulatoriais, 44 milhões de consultas especializadas e 250 milhões de consultas básicas por uma enorme rede, composta de mais de 5,8 mil hospitais, sessenta mil unidades ambulatoriais e quinhentos mil leitos. A despeito dessa magnitude, o SUS enfrenta proporcionalmente gigantescas dificuldades, pela complexidade do desafio representado pela sua implementação, tais como: Como consequência, há muitos hospitais mal distribuídos pelo território e faltam leitos, qualidade e eficiência. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 17 Portanto, apesar dos avanços na saúde pública da nação com a implantação do SUS, ainda existem muitos problemas. Isso ocorre principalmente pelo subfinanciamento do setor, má gestão do sistema e corrupção. A questão, portanto, apresenta-se correta (VERDADEIRA). 13. (Prefeitura de São Carlos-SP/2011/ESF/VUNESP) A consolidação do SUS a) é condição necessária e suficiente para a efetivação do direito da população à saúde. b) e o conjunto dos fatores de ordem econômico-social e cultural têm influência sobre as condições de saúde da população. c) depende do crescimento econômico do país, pois dessa forma terá seu financiamento assegurado. d) tem relação exclusivamente com o sistema de assistência à saúde da população. e) depende apenas da gestão ministerial, que define o aporte de recursos a serem repassados para as esferas estaduais e municipais de governo. COMENTÁRIOS – QUESTÃO 13 Item A. Além da consolidação do SUS, é condição necessária e suficiente para a efetivação do direito da população à saúde a melhoria de vários indicadores sociais, educacionais, econômicos, entre outros fatores. Item C. O SUS não terá seu financiamento assegurado com o crescimento do país. É necessário ainda maior distribuição dos recursos públicos para a saúde, diminuição da corrupção e melhoria da gestão desse sistema. Item D. Para a consolidação do SUS, são necessárias melhorias efetivas nas condições econômicas, sociais, educacionais, bem como na qualidade e acesso dos serviços de saúde pública. Item E. A consolidação do SUS não depende apenas da gestão ministerial. Diversas medidas são necessárias. O gabarito da questão, portanto, é a letra B. NOTAS DO TEXTO 1 1No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio- cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar bichas e ventosas e arrancar dentes. Também cortavam o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar a partir da metade do século XVII e enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí mesmo os rendimentos de suas atividades e muitas vezes mantinham emtreinamento escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perdurou até o século XIX. 2A primeira Santa Casa de Misericórdia no Brasil foi inaugurada em Santos, no ano de 1543, construída por Braz Cubas. A segunda foi fundada em Salvador, no ano de 1549, para cumprir a sua missão de tratar dos doentes. No final do século XVI, construiu o Hospital São Cristóvão em Salvador-BA. 3A teoria miasmática ou teoria miasmática das doenças foi uma teoria biológica formulada por Thomas Sydenham e Giovanni María Lancisi durante o século XVII. Segundo a teoria, as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminados. 4Estabelecimento existente junto aos portos, ao qual se recolhem viajantes procedentes de países onde gerasse moléstia epidêmica ou contagiosa; hospital de quarentena. 5Com a era bacteriológica, a teoria da unicausalidade teve sua grande época. Esta teoria baseava-se no conceito de que uma vez identificados os agentes vivos específicos de doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 18 6A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou isso foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola. 7A Primeira República, também conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional e vai desde a Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930. 8 MPS 9O modelo de atenção à saúde sanitarista surgiu a partir do início do século XX, expandindo a partir da década de 1930 com a instalação de centros e postos de saúde para atender, de modo rotineiro, determinados problemas de saúde. É caracterizado por campanhas sanitárias, programas especiais, vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, etc. Formado por programas que se desenvolvem por meio de administração única e verticalizada. 10 ENSP-FIOCRUZ 11 Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que durou até 29 de outubro de 1945, que é caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo. 12Políticas de Saúde: organização e operacionalização do SUS. 13Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de crescimento da produção industrial e da infraestrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o consequente aumento do consumo. 14A regulação no setor público de saúde no Brasil: os (des) caminhos da assistência médico-hospitalar. 15 PAC TEXTO 2: RESUMO DA AULA 01 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 19 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 20 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 21 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 22 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 23 EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 24 REFERÊNCIAS ALMEIDA MJA. 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Institui o Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciário - CONASP. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil] 3 set 1981; Seção 1, p.16637–8. BRASIL. Portaria nº 3.062, de 23 de agosto de 1982. Aprova o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social – CONASP. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil] 23 ago 1982; Seção I, pt. I, p. 15829. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, Brasília, 1990. < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_enten der_gestao_sus_v.1.pdf> Acesso em: 07/05/2012. BRASIL. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. 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EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 26 TEXTO 3: PONTOS IMPORTANTES PARA CONCURSOS HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: A Constituição Federal de 1988 deu nova forma à saúde no Brasil, estabelecendo-a como direito universal. A saúde passou a ser dever constitucional de todas as esferas de governo, sendo que antes era apenas da União e relativo ao trabalhador segurado. O conceito de saúde foi ampliado e vinculado às políticas sociais e econômicas. A assistência é concebida de forma integral (preventiva e curativa). Definiu-se a gestão participativa como importante inovação, assim como comando e fundos financeiros únicos para cada esfera de governo (BRASIL, 1988). Antes da Constituição Federal de 1988, o Brasil não possuía uma Política de Saúde, a saúde era EXCLUDENTE e CONTRIBUTIVA, ou seja, apenas quem podia pagar a medicina privada e quem contribuía com a PREVIDÊNCIA SOCIAL / INPS – INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – tinha acesso. À outra parte da população cabia o atendimento nas Santas Casas de Misericórdia. NÃO ESQUEÇAM QUE O SUS SÓ NASCE (é institucionalizado) NA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988! ESTA É UMA PEGADINHA DE PROVA, POIS MUITAS BANCAS RELACIONAM A CRIAÇÃO DO SUS AO MOVIMENTO SANITÁRIO DIRETAMENTE. PARA FACILITAR: 1. O MOVIMENTO SANITÁRIO TRAZ OS IDEAIS DA REFORMA E SOLICITA MUDANÇAS NO SETOR SAÚDE, TENDO COMO MARCO A VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (A PRIMEIRA COM PARTICIPAÇÃO POPULAR); 2. O NASCIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ACONTECE COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. A SAÚDE NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 determinou mudanças na administração pública colonial, até mesmo na área da saúde. Como sede provisória do império português e principal porto do país, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se centro das ações sanitárias. Era necessário, então, criar rapidamente centros de formação de médicos, que até então eram quase inexistentes em razão, em parte, da proibição de ensino superior nas colônias. Assim, por ordem real, foram fundadas as academias médico- cirúrgicas, no Rio de Janeiro e na Bahia, na primeira década do século XIX, logo transformadas nas duas primeiras escolas de medicina do país (BRASIL, 2011). A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro. Verifica-se que o interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário mínimo da capital do império, tendência que se alongou por quase um século. Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas ao seguinte: 1 - Delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais; 2 - Controle de navios e saúde dos portos; Neste período, não era o conjunto de problemas de saúde da população que demandavam ações de saúde, e sim aqueles que estavam diretamente ligados ao interesse ECONÔMICO! Emerge o modelo assistencial SANITARISTA/CAMPANHISTA, CONSIDERADO O PRIMEIRO MODELO DE ATENÇÃO NO BRASIL. As suas ações eram voltadas para grupos específicos e ações pontuais. INÍCIO DA REPÚBLICA 1889 ATÉ 1930 (República Velha) A Proclamação da República, em 1889, foi embalada na ideia de modernizar o Brasil. A necessidade urgente de atualizar a economia e a sociedade, escravistas até pouco antes, com o mundo capitalista mais avançado favoreceu a redefinição dos trabalhadores brasileiros como capital humano. O cenário político e econômico girava em torno da instalação do modo de produção capitalista, surgindo as primeiras indústrias. Mas, ainda assim, o modelo predominante era agrário-exportador (café, borracha e açúcar). Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas fizeram surgir movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária: O quadro sanitário era caótico, devido à inexistência de um modelo sanitário que tivesse como objeto de ação a promoção e prevenção, deixando as cidades à mercê das epidemias. Tinha-se o predomínio das doenças transmissíveis, grandes epidemias e doenças pestilenciais, fruto da imigração, migração, formação de aglomerados e das precárias condições de saneamento básico, tendo como principais problemas de saúde: Febre amarela, Varíola, Tuberculose, Sífilis, Endemias rurais. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 27 Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, nomeou Oswaldo Cruz como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a epidemia de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro. Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardassanitários” causam revolta na população. Este modelo de intervenção ficou conhecido como campanhista, e foi concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificam os meios, e no qual o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação. Neste mesmo período, UM FATO MARCANTE ACONTECE: A REVOLTA DA VACINA, DESENCADEADA PELA LEI FEDERAL 1.261/1904, que torna OBRIGATÓRIA A VACINAÇÃO CONTRA A VARÍOLA. Apesar das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o modelo campanhista obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, conseguindo inclusive erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, o que fortaleceu o modelo proposto e o tornou hegemônico como proposta de intervenção na área da saúde coletiva saúde durante décadas. O NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL A acumulação capitalista advinda do comércio exterior tornou possível o início do processo de industrialização no país, que se deu principalmente no eixo Rio–São Paulo. Tal processo foi acompanhado de uma urbanização crescente e da utilização de imigrantes, especialmente europeus (italianos, portugueses), como mão-de-obra nas indústrias, visto que os mesmos já possuíam grande experiência neste setor, que já era muito desenvolvido na Europa. Os operários na época não tinham quaisquer garantias trabalhistas, tais como: férias, jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria. Os imigrantes, especialmente os italianos (anarquistas), traziam consigo a história do movimento operário na Europa e dos direitos trabalhistas que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta forma procuraram mobilizar e organizar a classe operária no Brasil na luta pelas conquistas dos seus direitos. Em função das péssimas condições de trabalho existentes e da falta de garantias de direitos trabalhistas, o movimento operário organizou e realizou duas greves gerais no país, uma em 1917 e outra em 1919. Através destes movimentos os operários começaram a conquistar alguns direitos sociais. Assim que, em 24 de janeiro de 1923, foi aprovado pelo Congresso Nacional a Lei Elói Chaves, marco inicial da previdência social no Brasil. Através desta lei foram instituídas as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPS). O avançodo capitalismo no Brasil faz com que a classe trabalhadora exija melhores condições de trabalho. OS PRIMEIROS MOVIMENTOS GREVISTAS em 1917 e 1919 foram MARCANTES NA NOSSA HISTÓRIA, por RESULTAREM NA INTERVENÇÃO DO ESTADO FRENTE ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO. Podemos afirmar que A LEI ELÓI CHAVES, EM 1923, É O MARCO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL, ou seja, é o PRIMEIRO MOMENTO QUE O ESTADO faz a assunção de ações específicas para este grupo, ATRAVÉS DA INSTITUIÇÃO DAS CAIXAS DE APONSENTADORIAS E PENSÕES – CAPS. Características das CAP’S: Formulada por instituição ou grandes empresas; Ofertavam aposentadorias e pensões; Serviços funerários, socorro médico para a família, medicamento por preço especial; Assistência por acidente de trabalho; Financiamento e gestão: trabalhador e empregador; Assistência médica para o empregado e família. 1- A PRIMEIRA CAP FOI A DOS FERROVIÁRIOS; E A SEGUNDA, DOS MARÍTIMOS; 2- NÃO ESQUECER QUE ERAM POR GRANDES EMPRESAS; 3- E O ESTADO não participava do financiamento das CAPS, logo o financiamento era BIPARTITE! ATENÇÃO: sempre que cair em prova qual foi o marco inicial da previdência no Brasil ou em que momento o Estado assume a responsabilidade com os trabalhadores, lembrem da Lei Elói chaves (1923) e da criação das Caps. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS - LEI 5.810/94 28 ERA VARGAS – 1930 a 1964 A crise do café e a crise política da Velha República desencadearam um golpe de Estado conhecido como Revolução de 30. A indústria passa ser a maior responsável pelo acúmulo de capital. O primeiro governo Vargas é reconhecido pela literatura como um marco na configuração de políticas sociais no Brasil. As mudanças institucionais que ocorreram, a partir de 1930, moldaram a política pública brasileira, estabelecendo um arcabouço jurídico e material que conformaria o sistema de proteção social até um período recente. (CAMPOS E FERREIRA, acesso em 07/05/14). Em 1933, as CAPS são UNIFICADAS e são criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPS, garantindo benefícios assegurados aos associados: a) aposentadoria; b) pensão em caso de morte: para os membros de suas famílias ou para os beneficiários; c) assistência médica e hospitalar; d) socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das despesas de administração. 1. Os IAPS surgem, da necessidade política do Estado estender a todas as categorias do operariado urbano organizado os benefícios da previdência; 2. O primeiro IAP foi o dos MARÍTIMOS – IAPM; 3. Seu FINANCIAMENTO era TRIPARTITE (o governo assumiu a GESTÃO financeira). Em 1941 aconteceu a I Conferência Nacional de Saúde, e a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) ocorreu durante a 2ª Guerra Mundial, como consequência do convênio firmado entre os governos brasileiro e norte-americano, durante a segunda guerra mundial, em 1942. O FSESP tinha como atribuições centrais, naquele momento, sanear a Amazônia e a região do vale do rio Doce, onde se produziam borracha e minério de ferro, matérias-primas estratégicas para o esforço de guerra americano, tendo em vista os altos índices de malária e febre amarela que atingiam os trabalhadores desta região. Além disso, teve um importante papel no declínio da mortalidade infantil por doenças imunopreveníveis. DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS: todas as doenças preveníveis por vacinação. Ex.: tuberculose, sarampo, rubéola, dentre outras. Atualmente o brasil é o país que tem o programa de imunização mais completo do mundo, ofertando na rede sus, de forma universal, imunobiológicos para as principais patologias que são preveníveis por vacina. A última vacina a ser incluída foi a contra o HPV (papiloma vírus humano), percussor do câncer de colo uterino. A unificação das CAPS, criadas em 1923, em IAPS no ano de 1933 é um dos fatos mais importantes da história da previdência no país. Observem que, com a criação dos IAPS, o governo assume a GESTÃO financeira. Os benefícios eram por CATEGORIAS PROFISSIONAIS DO OPERARIADO URBANO. O acesso aos serviços de saúde continua sendo CONTRIBUTIVO e EXCLUDENTE. E o modelo sanitarista/campanhista ainda é o predominante. FATOS MARCANTES DO PERÍODO: A unificação das CAPS, criadas em 1923, em IAPS no ano de 1933 é um dos fatos mais importantes da história da previdência no país. Observem que, com a criação dos IAPS, o governo assume a GESTÃO financeira. Os benefícios eram por CATEGORIAS PROFISSIONAIS DO OPERARIADO URBANO. O acesso aos serviços de saúde continua sendo CONTRIBUTIVO e EXCLUDENTE. E o modelo sanitarista/campanhista ainda é o predominante. Criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP; Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – SUCAM; Ações concentradas na área de campanhas sanitária (materno-infantil, tuberculose, hanseníase, imunização); Manutenção de Postos e Centros de Saúde para os não previdenciários; Regulamentação das Leis Sindicais e surgimento dos IAPS (Institutos de Aposentadorias e Pensões) por categorias. EBSERH LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 29 AUTORITARISMO – 1964 A 1984: O regime militar que se instala a partir de 1964, de caráter ditatorial e repressivo, procura utilizar-se de forças policiais e do exército e dos atos de exceção para se impor. O governo militar implantou reformas institucionais que afetaram profundamente a saúde pública e a medicina previdenciária. Com a unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966, concentraram-se todas as contribuições previdenciárias, ao mesmo tempo em que o novo órgão passou a gerir as aposentadorias, as pensões e a assistência médica de todos os trabalhadores formais, embora excluíssem dos benefícios os trabalhadores rurais e uma gama de trabalhadores urbanos informais. Na década de 1970, a assistência médica financiada pela Previdência Social conheceu seu período de maior expansão em número de leitos disponíveis, em cobertura e em volume de recursos arrecadados, além de dispor do maior orçamento de sua história (CAMPOS e FERREIRA). Este sistema foi se tornando cada vez mais complexo tanto do ponto de vista administrativo quanto financeiro dentro da estrutura do INPS, que acabou levando a criação de uma estrutura própria administrativa, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1977. (POLIGNANO ,2001) Neste contexto, o modelo médico privatista/curativo surge e se torna hegemônico. Vale ressaltar que, este modelo, tem como foco a DOENÇA E O DOENTE, não atuando sobre as necessidades reais da população. Grandes hospitais são criados para atendimento daqueles que contribuíam, fortalecendo o caráter EXCLUDENTE das ações e serviços de saúde e ratificando o perfil contributivo. O modelo sanitarista não deixa de existir. A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária à Saúde, realizada em Alma-Ata (localizada no atual Cazaquistão), em 1978, foi o ponto culminante na discussão contra a elitização da prática médica, bem como contra a inacessibilidade dos serviços médicos às grandes massas populacionais. Na Conferência, reafirmou-se ser a saúde um dos direitos fundamentais do Atenção à saúde aos que não contribuíam Centros e postos de saúde pública Perfil dos programas (TB, materno-infantil) Serviços de saúde filantrópicos Consultórios e clínicas privados homem, sob a responsabilidade política dos governos, e reconhece-se a sua determinação Inter-setorial (BRASIL, 2011). A população com baixos salários, contidos pela política econômica e pela repressão, passou a conviver com o desemprego e as suas graves consequências sociais, como aumento da marginalidade, das favelas, da mortalidade infantil. O modelo de saúde previdenciário começa a mostrar as suas mazelas. Por
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