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Hipnoterapia Dave Elman Manual de Hipnose e Hipnoterapia Tradução livre de: Amílcar Sá Nogueira 2 Hipnoterapia Introdução Durante a minha carreira como hipnoterapeuta e professor de hipnose clinica, tenho ouvido e observado muitos dos mais distintos experts no campo da hipnose. Sinto amiúde que muito desses experts focam os seus esforços no ensino teórico e analítico e virtualmente ignoram as técnicas e os princípios subjacentes que capacitam o praticante de rapidamente desenvolver as suas habilidades em usar facilmente a hipnose. Então eu ouvi Dave Elman no trabalho! Em agosto de 1956, logo após eu ter aberto o “ Hypnotism Institute” em Los Angeles, um dos meus estudantes emprestou- me uma fita-cassete de uma das aulas de Elman para médicos. Apenas alguns minutos de audição tiveram um efeito electrizante sobre mim. Eu soube imediatamente que Dave Elman tinha “A FEBRE!” “ A febre” é um termo que eu uso para descrever a qualidade da emoção que amadurece, numa intensa dedicação e duradoura devoção do uso da hipnose, como uma modalidade importante de tratamento. Quando tinha oito anos, Dave viu o seu pai assolado pela dor de um cancro terminal. Um famoso hipnotista de palco apercebeu-se da situação, e visitou-o. E em apenas alguns minutos de tratamento hipnótico os lamentos e os gemidos foram silenciados e a dor foi aliviada. O pequeno Dave foi autorizado a visitar e brincar com o seu pai. Dave Elman nunca esqueceu que, foi dado o alívio ao seu pai por um hipnotista de palco, após os médicos terem dito que não havia maneira de aliviar o seu sofrimento. Enquanto jovem, Elman trabalhou brevemente como hipnotista de palco, e foi durante este período que desenvolveu as técnicas de indução rápida que mais tarde fizeram os seus ensinamentos tão extraordinários! Nos anos que se seguiram, Elman tornou-se um escritor bem-sucedido, director e produtor de emissão de programas de rádio, e ensinou estes assuntos na Universidade de Colômbia. Ele tinha quarenta e nove anos quando tomou a decisão de mudar a sua profissão e tornou-se uma autoridade no ensino da hipnose. Ele reuniu-se com médicos especialistas, pesquisou a literatura disponível e desenvolveu o Dave Elman Course in Clinical Hypnosis. Apesar de Elman não ter nenhuma graduação avançada nem formação científica, ele restringiu a participação para médicos e dentistas. A sua reputação rapidamente espalhou-se e logo fez dele o mais conhecido e bem-sucedido professor de hipnotismo da América. Nos dezassete anos seguintes, ele ensinou o curso dele para milhares de profissionais em todas as grandes cidades nos Estados Unidos. Este livro, originalmente intitulado “Descobertas na Hipnose”, é o somatório das teorias e técnicas de Elman. Foi o primeiro manual usado nos seus cursos e tornou- se uma obra clássica da literatura do Hipnotismo. Neste grande trabalho, Elman desnuda o palavreado académico e pretensioso, criando uma apresentação enérgica e dinâmica da hipnose, como uma ferramenta ultra-rápida e incrivelmente eficaz para uma gama muito ampla de terapias. Sua atenção detalhada á semântica e na inflexão de voz, e a sua capacidade única para gerar a expectativa mental, formam o pano de 3 Hipnoterapia fundo para a sua incrível eficácia com quase cem por cento dos seus sujeitos pacientes. Elman deixou-nos apenas um livro e o conjunto de 40 horas de gravações feitas nas suas aulas. Os ensinamentos de Elman têm sido uma força esclarecedora e um legado enriquecedor para mim. E espero que, você também possa ganhar essa " febre", e que a sua emoção e o seu entusiasmo ajudem a manter viva a obra de: DAVE ELMAN “Mestre Hipnotista” 4 Hipnoterapia Gil Boyne, Director Hypnotism Training Institute of Los Angeles, CA Dec.15, 1977 Hipnoterapia Dave Elman Westood Publishing Co. Glendale, CA. 5 Hipnoterapia Conteúdo Equívocos, Razões e Origens ....................................................................... 6 Capítulo 1: Minhas primeiras descobertas importantes ........................... 12 Capítulo 2: Por que é que eu comecei a ensinar hipnose .......................... 21 Capítulo 3: Como estudar hipnose ............................................................ 25 Capítulo 4: Factos interessantes sobre hipnose ....................................... 29 Capítulo 5: Técnica do aperto-de-mão ...................................................... 31 Capítulo 6: Instruções preliminares Abordagem ao paciente .................... 40 Capítulo 7: O método “Dois-dedos olhos-fechados” ................................. 44 Capítulo 8: Hipnose como adjuvante da anestesia química ...................... 51 Capítulo 9: Incontáveis Métodos de Indução ............................................ 56 Capítulo 10: Hipnose em vigília e sugestões em vigília ............................. 62 Capítulo 11: Aplicações da Hipnose em Vigília ......................................... 73 Capítulo 12: O sonambulismo e a composição de sugestões .................... 81 Capítulo 13: O estado Esdaile ................................................................... 96 Capítulo 14: Condicionamento para o parto Hipnótico e Cirurgia ........... 110 Capítulo 15: A hipnose na odontologia ................................................... 115 Capítulo 16: A Tartamudez (gaguez) ...................................................... 121 Capítulo 17: A Obesidade ....................................................................... 134 Capítulo 18: Fobias e medos mórbidos ................................................... 146 Capítulo 19: Alergias .............................................................................. 169 Capítulo 20: Depressões ......................................................................... 178 Capítulo 21: Revisão, prática e aplicação da hipnoanálise ..................... 186 Capítulo 22: A hipnose ligada ao sono. Sono-hipnótico.(hipnosono) ...... 211 Capítulo 23: Perguntas que os médicos fazem frequentemente. ............ 229 6 Hipnoterapia Introdução Equívocos, Razões e Origens Apesar dos esforços dos escritores e investigadores científicos, a hipnose tem a capa do misticismo vestida há séculos. O próprio termo hipnose, derivado da palavra de raiz Grega que significa sono, é enganador. A hipnose está relacionada ao sono como a noite para o dia – e não é mais parecido do que a noite é como o dia! Se você deixar de lado todas as noções pré-concebidas e examinar clinicamente a hipnose, vai descobrir que não se parece, ou se comporta como pensou que seria. A maneira como se “comporta” faz deste fenómeno uma ferramenta médica tremendamente valiosa, embora os equívocos continuadamente dificultem ou impedem totalmente o seu uso. O conhecimento deste potencial uso para curas, e os danos causados por mal- entendidos e a desinformação impeliram-me francamente a escrever este livro. Irei detalhar mais os meus motivos no primeiro capítulo, mas desejo enfatizar a necessidade imediata para o conhecimento hipnótico, e a pesquisa imparcial, se a medicina quiser aproveitar essa grande força correctiva, que é o poder da mente humana. É meu propósito neste texto transmitir dados valiosos aos médicos, e também estender a compreensão da hipnose aos leigos interessados. Este é o único meio para remover a capa mística. Você não irá encontrar nenhuma terminologia vernácula, ou expressão esotérica aqui introduzida. Eu tenho ensinado hipnose aos médicos há muitos anos, e encontrei muitos deles que parecem pensar que podem tornar-se hipnotistas especialistas após apenas algumas aulas e sessões práticas. Uma vez quenão existe tal coisa como o hipnotizador isso é obviamente impossível! Como praticante empregando esta ferramenta, tudo o que você alguma vez fará, é mostrar ao paciente como passar a barreira de normalmente acordado ou do estado de sono, ao peculiar estado mental conhecido como hipnose. Você não vai hipnotiza-lo; ele vai hipnotizar-se a si mesmo. Isso quer dizer que aqueles de nós que usam as sugestões não exercem poder algum sobre nenhum paciente. Isso significa que não há nada que eu faça, que você não possa fazer na hipnose. Um termo mais preciso exacto para hipnotista é operador hipnótico! Como operador você ensina ao sujeito, como alcançar o estado de transe ─ou outros estados sobre os quais falaremos mais tarde─ e depois, se o sujeito estiver disposto, você estimula a sua imaginação, actuando por assim dizer, como um “piloto de sonho” É agradável saber que você pode pilotar a imaginação de quase qualquer um, estimulando mais agradavelmente os pensamentos mais intensos do que é geralmente considerado possível. Mas repetindo, não confunda esta habilidade de pilotar com poder; Eu sublinhei as palavras se o sujeito estiver disposto porque é imperativo o seu consentimento. Você não pode transmitir a sugestão a menos que o sujeito esteja disposto a aceita-las. Todo o tempo e em todos os estados de hipnose, o sujeito detêm o poder de selectividade. Portanto ele reage apenas às sugestões que sejam razoáveis e prazerosas para ele. Talvez você já tenha visto demostrações nas quais o sujeito actua fazendo palhaçadas extravagantes; a verdade é que aquele sujeito escolheu 7 Hipnoterapia fazer aquelas palhaçadas. Houve sem dúvida, vezes em sua vida, que você experienciou sonhos extravagantes. O comportamento estranho que você possa ter testemunhado da parte da pessoa hipnotizada, foi apenas similar a um sonho induzido pelo operador, pelo “piloto do sonho”. E estranho ou não, parecia razoável e prazeroso para o sujeito ou ele teria rejeitado as sugestões. A maioria dos livros modernos de hipnose, sublinha que o sujeito está em rapport com o hipnotizador. Como regra eles negligenciam em adicionar que ele também está em rapport consigo mesmo, para que possa dar a ele mesmo auto- sugestões, e com o mundo inteiro. Portanto o sujeito pode facilmente aceitar sugestões razoáveis e prazerosas de outras pessoas além do operador, a menos que o operador tenha implantado primeiro, uma sugestão negativa a tais sugestões. Também tenha em mente o facto de que só porque o sujeito está passível de receber sugestões, ele não vai deixar qualquer um controlar. Eu repito que em todos os estados de hipnose, o sujeito está no controle e pode seleccionar as sugestões que ele vai aceitar. Se surgir a crise de uma sugestão indesejada, o sujeito vai querer despertar sozinho do estado de transe, ou continuará, porém simplesmente recusar-se-á a agir de acordo com a sugestão. Sob hipnose, uma pessoa tem mais controlo do que apenas a sua selectividade ou da sua força de vontade; ela tem controlo sobre todas as suas faculdades excepto uma. Ela pode ouvir, ver, sentir, cheirar, provar, falar. Embora as vezes possa parecer inconsciente, ela está completamente consciente e pode cooperar. A única excepção ao seu controlo é naquilo que eu chamo a faculdade crítica. Se você der uma sugestão que agrade e que pareça emocionalmente e moralmente razoável para ela, ela aceitará, apesar do facto de que, em situação normal ela talvez possa considerar uma sugestão impossível. Por exemplo, você pode sugestionar anestesia, apagar a dor sem agentes químicos. Ou você pode induzir á uma recordação ou recuar até uma idade precoce, digamos três anos, ou ainda até quando o sujeito tem poucas memórias. Regredindo o paciente durante a hipnoanálise você pode levar o processo mental, um passo adiante induzindo a ab-reacção; isso é, o reviver da experiencia do passado em vez de uma mera recordação. A suspensão da faculdade crítica, não contradiz a afirmação de que o paciente está no controlo completo de si mesmo e tem total selectividade; ele aceita tal sugestão porque é agradável e é boa para ele. Mas a sua faculdade crítica ─a descrença de que essas fantásticas façanhas são possíveis─ é contornada na hipnose. Para dizer de outra forma, na hipnose o corpo e a mente são igualmente susceptíveis, operando como uma unidade harmoniosa. A hipnose tem efeito no inconsciente assim como na mente consciente, e também no sistema nervoso autónomo. Quando você conduz a pessoa até ao estado de sugestibilidade e fornece para ela sonhos agradáveis, as sensações dela ao “despertar” serão tão físicas quanto mentais. Tendo havido uma experiência prazerosa, ela vai sentir-se refrescada e revigorada. Não obstante estas verdades generalizadas, cada individuo reage diferentemente sob sugestão. Para usar hipnose com sucesso, você tem que estar 8 Hipnoterapia habilitado a responder a uma variedade de reacções, portanto, o seu conhecimento do fenómeno deverá ser profundo. Se um médico vai ajudar um paciente, este não deverá deixar-se ser apanhado de surpresa. Ninguém pode aprender verdadeiramente hipnose por mera observação. Você deve experienciar por você mesmo para saber o quão diferente é das descrições que geralmente você encontra nos livros. Você irá descobrir como a hipnose é um estado prazeroso, e quanto mais souber mais vai desejar experimentar, assim como ser capaz de hipnotizar-se. Porque não existe essa coisa de não ser hipnotizável. Uma vez que a selectividade prevalece durante o estado hipnótico, e que o instinto de auto preservação não deixa que o sujeito aceite nenhuma sugestão prejudicial para si, nunca ninguém foi magoado pela hipnose! Têm sido formuladas inúmeras hipóteses sobre o efeito de induzir um sujeito a magoar a si mesmo, conscientemente ou inconscientemente, ou até ser “enganado” para cometer algum crime. No entanto não existe nenhum registo como tal tenha acontecido. Nós temos conduzido centenas de testes, e em todos os casos uma de duas coisas aconteceu quando foi feita uma sugestão impropria: Ou o sujeito rejeita a sugestão, ou termina completamente o estado de transe. Eu repito este facto porque isso é muito importante para a aceitação da hipnose como ferramenta médica valiosa e segura. Os três requisitos necessários para a hipnose são 1) O consentimento do sujeito; 2) A comunicação entre operador e sujeito e, 3) Livre de medos ou relutância da parte do sujeito em confiar no operador. Sendo estes os únicos requisitos, é óbvio que estes autores estão errados quando dizem que alguma técnica em particular ─fixação por exemplo─ é a única maneira confiável de induzir ao transe. Na realidade, não existe limite no número de técnicas que podem ser usadas para desencadear a resposta desejada; talvez até você possa dizer que não existe maneira na qual não possa hipnotizar uma pessoa, uma vez que saiba como utilizar sugestões. Como pode ser visto no acima exposto ─cada um dos itens será tratado com detalhe, em lugar apropriado neste livro─ existe uma grande dose de desinformação no que tem sido escrito sobre hipnose.Com vista nisso, eu sinto que devo responder aqui as questões que o leitor possa ter, como, as minhas qualificações para escrever acerca deste assunto e a base para o meu interesse nisso. A primeira questão felizmente é fácil de responder. Eu tenho ensinado hipnose aos homens da medicina ─médicos, dentistas, podólogos─ há mais de uma dúzia de anos. Eu não tenho formação médica, e por isso não prescrevo tratamentos aos pacientes, apesar de a pedido de médicos e com o médico presente, eu tenha hipnotizado milhares de pacientes e ajudado com instrumentação ferramentas hipnóticas como hipnoanálise e anestesia geral profunda. Tenho feito palestras para membros de staffs de hospitais e também palestrado para muitos milhares de médicos privados.Eu ajudei na demonstração de partos sem anestesia química para um filme de medicina. Entre os meus estudantes melhores sucedidos, há muitos eminentes doutores, incluindo líderes de várias sociedades médicas estatais. 9 Hipnoterapia A segunda questão ─a base do meu verdadeiro interesse neste assunto─ não pode ser respondida num único parágrafo. Tenho tido um intenso envolvimento com o assunto desde tenra idade, e isso provavelmente aconteceu quando eu tinha cerca de 6 anos de idade. Meu pai que era estudante de hipnose nessa altura já me falava muito acerca disso. Então um dia ele levou-me a visitar uma família que vivia há uns quarteirões de nós ─Em Fargo, Norte de Dakota─. Uma jovem moça dessa família que tinha gagueira pronunciada profunda, mas quando o meu pai a hipnotizava a gagueira dela sumia. Depois quando terminava o transe, a dificuldade dela em falar voltava imediatamente. O meu interesse na hipnose fora despertado, embora isso não tenha sido muito mais tarde, quando eu aprendi como corrigir a gagueira permanentemente por meio da sugestão. Um incidente ainda mais importante ocorreu em 1908, quando eu tinha oito anos de idade e meu pai tinha quarenta e dois. Ele tornou-se conhecido de um dos grandes hipnotistas da época, um mestre e artista que tinha reputação de realizar façanhas surpreendentes. Esse homem soube que meu pai estava a morrer com câncer e que sofria com dores intensas. Ele veio a nossa casa, foi ao quarto do doente e em poucos minutos aliviou-o da dor. Não foi permitido que eu permanecesse dentro do quarto até então, depois do hipnotista sair fui autorizado a entrar. Um pouco antes disso eu tinha estado sentado junto a porta e tinha ouvido o meu pai a gemer com dores, agora eu entro e ele brinca comigo. Foi a ultima vez que ele brincou comigo, mas até onde eu sabia ele ficava absolutamente livre de dores por algum tempo após visita dos hipnotistas. Ele morreu algumas semanas mais tarde. Entretanto eu nunca esqueci que antes da sua morte foi-lhe dado o alívio que não era considerado possível pelos seus médicos. Claro que não entendi naquela altura que mais outros usos médicos a hipnose tinha, mas o meu interesse no assunto permaneceu, e tornou-se profundo. Logo em seguida, presenciei uma actuação dada pelo mesmo hipnotista, e ele permitiu que eu o auxiliasse. Ele disse aos sujeitos no palco que eu iria apertar a mão a cada um deles, e quando eu assim fizesse eles entrariam num estado profundo de hipnose. Eu apertei as mãos deles…e funcionou! Logo após tentei produzir o mesmo efeito, sem sucesso claro, na minha mãe, nos meus irmãos e irmãs, meus colegas de escola. No início, não entendia o meu falhanço, mas comecei a ler todos os livros sobre o assunto, que pude encontrar nas bibliotecas. O único ponto em que todos esses livros pareciam estar de acordo era que a fixação podia ser usada com fiabilidade para hipnotizar: você tem que ter o sujeito a olhar fixamente para uma lâmpada ou objecto brilhante, os autores instruíam que por um período contínuo que durava de três minutos á duas horas para se poder alcançar o estado. Uma vez que nem o meu pai nem o hipnotista tinham usado uma luz, esta afirmação dogmática deixou-me confuso. Eu próprio tentei olhar fixamente uma luz, mas apenas fiz uma importante descoberta: Olhar uma luz durante uma hora pode ser bastante aborrecido. Toda a luz alcançada foi para cansar meus olhos. Talvez, pensei eu, isso seja necessário para uma rápida e profunda hipnose. Então perguntei ao meu médico dos olhos acerca disso. Ele explicou que o olho humano vê em “leaps and 10 Hipnoterapia darts” ─movimentos horizontais/verticais/oblíquos e focagem/zoom─ etc. E se você impedir que os olhos sigam esse hábito natural “leaps and darts”, os músculos depressa se cansam. Como demonstração, ele colocou sua mão acima dos meus olhos e muito próximo da testa; depois ele baixou sua mão devagar instruindo-me para eu continuar olhando, assim fiz. No momento em que estava sob meu queixo, apercebi- me que meus olhos estavam sonolentos. Agora eu sei como cansar rapidamente os olhos das pessoas sem usar a fixação. Isso, eu acredito, que foi o nascimento do condicionamento rápido em hipnose. Com a adopção desta demonstração do médico, como parte da minha técnica, eu poderia fazer em alguns segundos o que a fixação de luz fazia em duas ou três horas. Você vai descobrir que esta técnica de baixar a mão acelera consistentemente a indução hipnótica. Eu comecei a ter muito sucesso, nas minhas tentativas de hipnotizar amigos adultos assim como crianças. Não desisti de ir experimentando até, que durante a minha adolescência o pai de uma garota com quem eu saía, disse-me para não voltar mais. Ele tinha ouvido que o sujeito hipnotizado poderia ser seduzido pelo operador. Eu calculei que essa pequena desinformação poderia tornar-me no rapaz menos popular em Fargo, por isso deixei a hipnose de lado e não voltei a isso durante muitos anos. No entanto eu já aprendera alguns factos valiosos que não eram do conhecimento geral. A hipnose poderia ser usada para aliviar dores crónicas. Isso poderia ser feito quase instantaneamente. O maior obstáculo em alcançar esse estado era o medo…mesmo um medo abaixo do nível consciente. Ainda hoje, alguns manuais afirmam que um há percentual de pessoas que não são hipnotizáveis. Quando a verdade é que remover o medo permite que qualquer pessoa possa ser hipnotizada. As outras descobertas descritas acima podem igualmente não ser encontradas nos escritos dos especialistas. Quando em adulto voltei ao assunto, tentei ir aprendendo...mantendo a mesma atitude e mente aberta às experiencias, não aceitando teorias ou dogmas sem o suporte de fortes evidencias clinicas. Tal atitude, eu acredito ser essencial para qualquer um que deseje participar no melhoramento da arte da medicina. Talvez eu esteja apenas reformulando o velho ditado de que a “experiencia é a melhor professora”. De qualquer forma eu insisto para que meus estudantes aprendam vendo e fazendo, em vez de apenas ouvir palestras ou a ler teorias infundadas. Tenho tentado incorporar o mesmo princípio para a escrita deste livro. Na discussão de determinada técnica dada, descoberta, teoria ou aplicação de hipnose, haverá pelo menos um excerto ─normalmente mais─ de gravação de uma sessão hipnótica envolvendo o operador, o paciente e médicos participantes. Claro que confidências e identidades foram salvaguardadas e ligeiramente editadas onde a ética assim ditava. Alguns materiais estranhos que de vez em quando se introduziram na gravação fita ─entradas, saídas de médicos na audiência, tosse, declarações de endereços e nomes, interrupções, etc.─ foram removidos, aos participantes era permitido falar como falavam. Se alguma pessoa usou algum coloquialismo ou um pouco de má gramática, só nessa situação foi mudado, sendo chamado para clarificar o significado. Afinal de contas, a personalidade de uma pessoa, emoções e respostas são expressadas nas palavras que realmente usa, não em termos técnicos ou alterações gramaticais. 11 Hipnoterapia Descrições enquadradas de acções não-verbais ou comunicações ─tais como *o acenar da cabeça do paciente...a recusa em responder... ou começa a sorrir... ou tosse... ou abre os olhos+ e idênticas─ estão incluídas na forma de indicações de palco. Isso é feito em primeiro lugar, por uma questão de clareza, e em segundo ─e mais importante─ porque a observação das reacções é vital para o sucesso na aplicação médica da hipnose. Tendo feito as observações introdutórias que eu penso serem importantes para o estudo adequado do assunto, já é tempo para iniciar descobrindo sobre a hipnose. Tenho apenas um comentário a acrescentar antes do lançamento do próprio estudo: Meus sinceros agradecimentos aos milhares de médicos que foram meus alunos. Assim como eu fui professordeles, eles também me ensinaram. 12 Hipnoterapia Capítulo 1: Minhas primeiras descobertas importantes Eu ensinei hipnose para homens de todos os ramos da medicina. Naturalmente, eu usei muito material didáctico, incluindo abundantes esboços e anotações, mas eu nunca me apoiei em nenhum manual. A ideia de escrever um livro de minha autoria sobre o assunto foi-me sugerida pelos médicos, dentistas e podólogos. Finalmente eu agora estou a agir sob sugestão. Por quê? Uma explicação pode ser encontrada em duas comunicações que recebi, enquanto recuperava de uma doença grave. A primeira delas foi um telegrama que veio de longe da Califórnia. Era de alguém que eu não conhecia, alguém que nunca tinha estudado comigo. E lia-se: Você vai ensinar em Los Angeles em breve? Sou psiquiatra. O que você sugere? Sinceramente.” A segunda foi a carta de um médico de outro campo. Ele vive em Detroit e é um ex-aluno meu. Ele tinha estudado comigo cerca de sete anos antes. Ele escreveu em parte: Estou certo de que nenhum dos médicos em Detroit dos que foram seus formandos tinha conhecimento de que você estaria doente, por seu nome ser frequentemente mencionado com carinho por todos os seus ex-alunos ─e bastava apenas um saber─, estou certo de que nós todos teríamos ouvido falar acerca disso...Todos têm a esperança de que quando você estiver completamente recuperado, Detroit esteja no seu itinerário. Estamos ansiosos para vê-lo...Comprei tudo que você gravou, de maneira que os meus rapazes terão acesso ao máximo possível do seu trabalho nos anos que virão…Eu sei qual a visão percepção que você me deu sobre a mente humana, e lamento de que não esteja assegurado que eles venham a ter a mesma vantagem, Dave. Se o seu curso deixar esta terra consigo, isso será uma grande tragédia. Muito sincero.” Naturalmente, estas duas comunicações juntas com muitas outras de idêntica natureza, afectaram-me profundamente. Estes amigos, o conhecido e o desconhecido, merecem consideração. Assim também como todos os praticantes de medicina que trabalham no duro para aliviarem sofrimentos. Assim também como os seus pacientes. Se de alguma maneira o meu conhecimento poder ajudar, então este livro terá servido uma boa causa. Primeiro, quero deixar claro minhas limitações nas discussões sobre temas médicos: Eu não sou doutorado. Não existe nenhuma graduação titulo a seguir ao meu nome. Sendo leigo eu não reclamo nenhum conhecimento de medicina. No entanto, várias centenas de médicos têm sido meus estudantes. As circunstâncias têm-me permitido trabalhar com literalmente milhares de médicos, dentistas e podólogos. Eu comecei a ensinar á médicos o uso profissional da hipnose há muitos anos atrás, e deixei bem claro para cada médico que assistia minhas aulas que não tenho nenhum conhecimento de medicina; tudo que eu poderia ensinar para eles era a hipnose profissional, e uma vez sabendo o que se poderia fazer com a hipnose, eles teriam que 13 Hipnoterapia juntar seus próprios conhecimentos com o que eu ensinaria por forma a criar algo de útil proveitoso. Ainda hoje é esse o caso. Aquilo que ofereço aqui não é uma investigação da medicina, mas a história das minhas descobertas na hipnose. O meu trabalho com os homens da medicina permitiu-me fazer importantes pesquisas. Não muito depois de eu iniciar o ensino, os médicos começaram a pedir para ajuda-los com pacientes que não tinham patologias orgânicas, mas, que ainda assim estavam muito doentes. Não havia explicação médica para as suas doenças. Deixem- me dar um exemplo que conduziu á uma descoberta importante. Foi em 1950 que um psiquiatra de uma das minhas turmas falou-me acerca de uma mulher, sua paciente, que sofria com dores severas de natureza inexplicável. Foram feitos todos os testes médicos, e esses testes mostravam que a paciente estava de boa saúde. Porém a dor era intensa, e o psiquiatra estava “perdido” na ajuda. Poderia a hipnose revelar a causa dessa condição? Pedi ao psiquiatra para trazer essa mulher para minha casa, e eu veria o que poderia ser feito. Interroguei-a demoradamente e fiquei a saber que ela não tinha consciência de ter tido tal dor até a altura de uma intervenção que fizera á vesícula biliar. A dor tinha começado quase imediatamente a seguir à intervenção cirúrgica, ainda assim, ela tinha recuperado com alguma facilidade. Prossegui colocando a paciente num estado hipnótico conhecido como sonambulismo, e percebi que suas declarações eram verdadeiras. Não tinha havido dor comparável àquela antes da operação. Minha investigação apenas confirmava aquilo que o psiquiatra já me tinha falado. O psiquiatra perguntou-me se eu estaria disposto em trabalhar com a mesma paciente no seu consultório. Eu concordei em faze-lo. Quando eu cheguei, ele estava ocupado com outro caso e perguntou se eu poderia iniciar com a paciente enquanto aguardava por ele. Ele deixou a sala e a paciente prontamente acedeu ao estado de sonambulismo. Nós cobrimos grande parte do mesmo chão, demos os mesmos passos, até que ocorreu-me que se a dor começou apenas depois da operação, a sua causa poderia ser a operação em si. Mas a paciente tinha sido anestesiada profundamente durante a cirurgia. Como poderia eu saber o que havia acontecido naquela sala de cirurgia? Decidi colocar a mulher num estado de hipnose muito mais profundo. Eu chamo a esse estado de Hipnosono. Pesquisas recentes confirmaram que de facto esse é considerado o estado de hipnose mais profundo possível. E foi neste profundo estado de hipnose que eu tive a paciente a reviver as suas experiências, de como foi sendo levada para sala de operações. Mais perguntas revelaram que ela poderia reviver revivenciar a operação inteira, dizendo exactamente o que ocorreu na sala de operações enquanto estava aparentemente inconsciente e perdido o sentido de audição. Ela conseguia dizer exactamente o que o anestesista, o cirurgião e o seu assistente disseram, mesmo depois da anestesia química ter surtido efeito. Uma das coisas que ela terá ouvido e que parecia afecta-la violentamente na ab-reacção ─o reviver revivenciar da 14 Hipnoterapia experiencia─ foi o que o cirurgião terá dito após efectuar a incisão expondo a vesícula biliar a vista. Ele havia comentado “Olha para esta vesícula biliar…Ela jamais será a mesma depois disto!” Perguntei á paciente o quê que aquela afirmação significava para ela e ela respondeu, “Eu penso que isso significa que já não serei bem uma mulher depois da operação. “Eu expliquei a ela que o doutor realmente quis fazer uma afirmação de encorajamento, mas teve o infortúnio de usar as palavras erradas, e que a dor de que ela padecia iria diminuir ─e antes da visita terminar a dor desvaneceu-se completamente─. Agora ela estava livre de dor pela primeira vez desde a operação. Os relatórios subsequentes do psiquiatra eram no sentido de que a paciente estava indo lindamente. Nunca me ocorreu de que um paciente pudesse reviver o que havia sucedido durante uma anestesia completa geral. Tal como qualquer um, nessa altura eu também pensava que esses pacientes não podiam ouvir nem lembrar o que se passava a volta deles. Ora, inadvertidamente, eu tinha tropeçado num facto surpreendente. Aqui, foi a paciente que, não só conseguiu ouvir sob anestesia química, como pode reviver revivenciar todas as coisas que aconteceram ao seu redor durante a operação. Eu decidi ver se era possível fazer isso com outros pacientes. Talvez muitas das “doenças inexplicáveis” tenham sido causadas por comentários indiscretos feitos por um cirurgião, anestesista ou enfermeira durante a cirurgia. Eu induzi outros pacientes a reviverem as suas operações sob hipnose e a darem-me os detalhes. Para minha surpresa pessoas após pessoas foram capazes de me dar informações das quais aparentemente não tinham no nívelconsciente, e após verificação com médicos, descobri que essas informações seriam absolutamente precisas correctas. Então depois passei essa descoberta para os meus estudantes, todos eles médicos, com a sugestão de que quando tratassem um paciente com doença de origem desconhecida após cirurgia, eles deveriam procurar pela causa na sala de operações. Depois que obtive relatórios suficientes de médicos que foram capazes de duplicar o que eu tinha feito, comecei a aludir referir na sala de aulas que os médicos e seus assistentes deveriam ser cuidadosos com o que falavam apesar do paciente estar inconsciente e aparentemente incapacitado de ouvi-los. Também me ocorreu que, se o paciente pode ser influenciado por afirmações infelizes negativas nas salas de operações, este também poderia ser influenciado por afirmações boas positivas, enquanto estivesse em anestesia profunda. Isto tornou possível a subsequente descoberta importante: Ao paciente poderia ser dada a sugestão de manter a anestesia mesmo depois do efeito da anestesia química ter terminado, tornando assim mais fácil a recuperação. Este foi o meu primeiro achado importante no uso da hipnose; e tem sido substanciado comprovado por muito muitos cirurgiões e psiquiatras. Interessantemente, eu fiquei a saber que há alguns anos um médico da Costa Oeste tinha iniciado experiências na mesma linha e fez descobertas semelhantes. Esse doutor não foi meu aluno, e não nos conhecíamos até há dois anos atrás. Ele enviou- me vários e interessantes documentos que têm sido publicados em jornais de 15 Hipnoterapia medicina, confirmando outra vez que um paciente consegue ouvir enquanto está sob anestesia profunda. A esse respeito, recordo de um incidente que foi gravado em fita na sala de aulas. Isso aconteceu em San Antonio, Texas. Eu tinha dado essa informação aos meus estudantes quando um dos médicos na aula discordou veementemente comigo, mas admitiu que se o que eu disse é possível, então isso foi uma contribuição importante para o conhecimento da medicina. Ele comentou que há alguns anos antes tinha sofrido uma grande intervenção cirúrgica, e não tinha a menor lembrança do que se passou após a anestesia que lhe foi dada. Perguntei se ele gostaria de “reviver” e saber exactamente o que aconteceu. Ele disse que gostaria de experimentar, mas que não acreditaria em nada do que viesse disso. Coloquei-o no estado o qual chamo hipno- sono e fi-lo reviver a operação com detalhes. Durante a ab-reacção, ele exclamou: “Então foi por isso que eles fizeram uma incisão tão longa”. Depois de o despertar do estado, o balanço da sessão foi gasto discutindo a operação deste médico, entre as coisas que ele não sabia antes da hipnose, e as coisas que agora sabia e entendia. Ele era o mais entusiástico. Ele enviou a fita da gravação que fizera, ao doutor da Costa Oeste que estava a fazer pesquisas nessa área, e foi então que a fita da gravação foi enviada para mim. Encontrará uma transcrição desta hipnoanalise, mais a frente num capítulo deste livro, quando discutirmos uma fase da hipnose conhecida como hipno- sono. Isso será provavelmente muitos anos antes dos médicos no mundo inteiro aceitarem o facto de que, os pacientes sob anestesia completa geral mantêm o sentido da audição e que a mente está funcional ainda que seja num nível abaixo do nível consciente. No entanto foram escritos alguns artigos por médicos de alto renome que justificam esses factos; os quais foram provados em mais de duzentos casos. Quando a actividade mental sob anestesia for aceite, isso conduzir-nos-á á mais valiosas descobertas. Visto que a mente funciona num nível abaixo da atenção consciente quando o paciente está inconsciente, é razoável colocar a seguinte questão: “Há alguma possibilidade de que uma pessoa que é feita inconsciente por um acidente ou qualquer outro meio, ainda mantenha seu sentido de audição, e que a mente da vítima ainda esteja a trabalhar mesmo que a consciência esteja abaixo do nível consciente”? Creio que são aconselhadas mais pesquisas embora eu não faça nenhuma exigência neste livro de que seja esse o caso! Antes de descrever um segundo achado importante que fiz através da hipnose, vale a pena mencionar que os incidentes na sala de aula foram registados com precisão enquanto decorriam. Por muitos anos minha esposa, que era especialista em taquigrafia estenografia, transcreveu cada palavra falada na aula. Mais tarde, começamos a gravar as aulas sessões. Dessa maneira pude rever cada sessão em privado, apreender o que os doutores precisavam saber acerca da hipnose por forma a usarem efectivamente. A técnica também me permitiu detectar algum engano que eu possa ter cometido nos ensinamentos e corrigi-los durante a aula seguinte. Vamos agora ao segundo importante achado efectuado pouco depois que comecei a ensinar aos médicos o uso profissional da hipnose. Uma noite, um médico industrial que frequentava as aulas anunciou com grande entusiasmo que em vinte e quatro horas, tinha aliviado da impotência, dois 16 Hipnoterapia pacientes masculinos. Os outros médicos da aula, ficaram pendidos a zombar do que ele anunciara. Continuando, ele insistiu que já tinha ajudado dois homens. Aqui está o que disse: “Tinha havido um pequeno acidente na fábrica e estava a tratar as lesões de uma das vítimas. Quando ele estava a sair do escritório, disse-me, “Quem me dera que você tratasse do meu real problema tão bem como tratou dessas pequenas coisas.” Eu perguntei que problema real era o dele, e ele respondeu, “impotência e tenho isso há muitos anos.” Perguntei como isso começou e ele disse-me que começara após as suas primeiras férias longe de sua esposa. Ele tinha ido para Florida e enquanto lá esteve, teve relações com uma mulher desconhecida e contraiu gonorreia. Foi a um médico e rapidamente ficou curado, mas ficou com tal sentimento de culpa que não teve coração coragem para voltar para casa em New Jersey. Passaram-se dez semanas após o doutor dizer que estava curado, antes de ele conseguir coragem suficiente para voltar á sua casa. Quando o fez foi incapaz de retomar as relações familiares sexuais. Ele tem tido um casamento muito infeliz desde então. “Hipnotizei o homem e disse que ele já tinha punido a ele próprio tempo suficiente, enfatizei que por se punir, ele também puniu a sua esposa e destruiu um casamento feliz; que dai em diante ele cessaria de se punir e que achar-se-ia bastante capaz de retomar as relações familiares sexuais naquela mesma noite. Depois trouxe-o para fora do estado de sonambulismo, e dei-lhe um pouco mais de encorajamento e mandei-o embora.” Na manhã seguinte ele veio ao meu consultório, trazendo outro amigo da fábrica com ele. Ele disse. “Doutor, isso funcionou tão bem para mim, talvez você possa ajudar meu amigo ele tem o mesmo problema, e tem-no há algum tempo. ”Inquiri o segundo homem para que me contasse os seus problemas, e ele disse-me. “Casei-me há alguns anos atrás. Tenho quarenta e cinco anos e fui casar com uma moça de vinte e um anos. Na nossa noite de casamento, meus amigos começaram a brincar comigo. Eles disseram que eu não conseguiria “fazer bem” ser activo com uma moça de vinte e um anos e que eu era um velho fanfarrão e não conseguiria ser realmente um marido para uma moça que tem metade de minha idade. Eu devo ter acreditado neles porque estamos casados há mais de quatro anos e ainda não consumamos o nosso casamento.” “ Coloquei o segundo paciente em sonambulismo e fui sobre para a sua história outra vez, e depois disse-lhe que seria tão potente como qualquer um para o resto da sua vida e que seria capaz de consumar o seu casamento imediatamente. Despertei-o do estado, falei para ele um pouco mais sobre o assunto, e ele informou-me que foi capaz, que a condição fora completamente corrigida e que o casamento fora consumado.” O doutorcontou bem a história. De facto tão bem, que os outros médicos mudaram a sua atitude e perguntaram sobre o que eu sabia acerca de usar hipnose para correcção de impotência. Eu disse a eles que sabia muito pouco acerca disso, mas se houve sucesso nesse dois casos, talvez fossemos bem-sucedido em muitos mais casos. Aconselhei-os á experimentarem e verem. Eles experimentaram nos casos em que todas as patologias tinham sido descartadas. Pouco depois os médicos começaram a relatar os sucessos, eles notaram que enquanto alguns casos de impotência eram causados pelo uso de certos medicamentos, por patologias, ou 17 Hipnoterapia cirurgia, cerca de noventa por cento de toda a impotência tinha base emocional. Nesses casos em que o distúrbio emocional era o culpado, eles tiveram sucesso muitas vezes. Ocasionalmente, entretanto, tocava o telefone e um médico poderia dizer qualquer coisa como isso, “Funcionou em dois casos, mas não funcionou nada com o terceiro homem em quem experimentei. O que eu poderei ter feito de errado?” Disse a esses médicos que eu não tinha a mais pequena ideia do que eles haviam feito de errado, e que não eu sabia porque é que com alguns funcionava e com outros não. Então começaram a perguntar se eu poderia ir aos seus consultórios ver se conseguiria descobrir por que é que eles tinham falhado ocasionalmente. Essas chamadas as vezes chegavam as três ou quatro num dia. Quando fui aos consultórios dos médicos e observei-os a trabalharem, rapidamente os motivos das falhas tornaram-se evidentes. Eles eram bem-sucedidos em quase todos os casos onde os pacientes sabiam a causa da impotência ao nível consciente. Como os casos já mencionados. Não foram tão bem-sucedidos quando o paciente foi incapaz de enunciar ao médico a causa. Por meio da hipnoanálise, quando foram determinadas as causas da impotência, e uma vez descoberta; os problemas dos pacientes podiam ser prontamente serenados. Os resultados foram espectaculares. Rapidamente estava a trabalhar com mais casos de impotência do que os que podia lidar trabalhar, de cada vez que um médico tivesse um insucesso eu seria chamado para fazer hipnoanálise. Penso que foi menos de um ano depois que um dos médicos na aula perguntou; ”Se as técnicas de hipnose parecem funcionar tão bem nos problemas de impotência, porque é que não funcionariam igualmente tão bem com a frigidez quando não havia presença de alguma patologia? Frigidez, claro, é a equivalente congénere no feminino do problema masculino.” Eles deram a ideia de um teste, e começaram a chegar chamadas de médicos entusiasmados com dizendo que eles têm sido capazes de corrigir frigidez por meio de técnicas hipnóticas. Quando faziam esses relatórios nas aulas, sempre havia um ou dois médicos que poderiam dizer, “ Bem, talvez vocês tenham sido bem-sucedidos, mas eu não fui. Experimentei e não funcionou. O que fiz de errado?” Foi fácil verificar que a mesma situação existia na frigidez como existia na impotência: Sempre que o paciente soubesse da causa da frigidez no nível consciente, era tornava-se bastante fácil de aliviar atenuar; mas quando o paciente foi incapaz de indicar a causa, os médicos falharam. Novamente, a hipnoanálise era a resposta. Foi iniciada uma longa série de hipnoanálises em mulheres e os resultados foram gratificantes. Fomos capazes de descobrir a causa da frigidez, dar a paciente a percepção do problema, depois traze-la para fora do estado — hipnótico-- e discuti-lo exaustivamente completamente. Umas após outra, estas mulheres puderam relatar que já não tinham mais preocupações problemas com a frigidez. Posso seguramente dizer que nos primeiros quatro ou cinco anos de ensino nunca falhei na correcção de um caso de impotência. Contudo os resultados não foram tão consistentes com casos de frigidez, e eu creio firmemente que o motivo para a minha inabilidade em alcançar resultados espectaculares foi a natural reserva 18 Hipnoterapia retraimento das mulheres. Um homem revelará os seus problemas sexuais a outro homem. Mas uma mulher modesta, mesmo percebendo isso ou não, frequentemente retém informação vital que os médicos precisam para ajuda-la. Quando uma médica está a trabalhar com casos de frigidez, ela sabe como que é a mulher irá falar dos seus problemas e portanto torna a recuperação da frigidez fácil de aliviar atenuar. Isso tem sido corroborado por muitos relatórios que tive de médicas. Há um médico em particular que me disse muito seriamente, “Eu costumava pensar que era um médico de clinica geral. Agora descobri que meu tempo é ocupado dia e noite com problemas de frigidez e que o que você me ensinou capacitou-me a bater alcançar uma grande percentagem de sucesso.” Os médicos podem muito bem guiar-se por estes achados descobertas; nomeadamente, que após ter sido descartada a patologia, existem apenas dois tipos de impotência e apenas dois tipos de frigidez. Tipo A é quando a causa da impotência ou frigidez é conhecida ao nível do consciente, e tipo B é quando a causa da impotência ou frigidez não é conhecida ao nível do consciente mas é retida na mente abaixo do nível de consciência. * * * É minha crença que estas descobertas, e outras que irei relatar, podem muito bem ser utilizadas por médicos que leiam este livro. O entusiasmo do público por artigos sobre medicina mostra que tais conclusões são também interessantes para os leigos. Portanto vou descrever e documentar na íntegra. Entre as chamadas por ajuda que recebi dos meus estudantes ─médicos e dentistas─, uma foi particularmente interessante: Esta foi a situação conforme me foi revelada por telefone por um obstetra: “ Tenho uma paciente no hospital que está em estado catatónico há mais ou menos setenta e duas horas. A mulher está grávida. Ela está sentada na cama e nenhum de nós parece capaz de “chegar até ela.” Vários psiquiatras já foram chamados e depois da consulta eles decidiram que o único tratamento médico que iria ajudar seria a terapia de choque. A Madre Superiora do hospital é violentamente contra a terapia de choque neste caso, porque ela tem impressão de que se for dado um determinado número de tratamentos de choques, a mulher irá abortar. Por isso ela não permitirá terapia de choque neste caso. Existe alguma coisa que você possa fazer para ajudar esta paciente?” Naturalmente, eu lembrei ao obstetra que eu não era médico, e que não era suposto trabalhar num hospital. Ele disse, “Dave isto é uma emergência e os psiquiatras pediram-me para o chamar. Está sendo dada a você, permissão para trabalhar com esta paciente no hospital sob minha direcção e dos psiquiatras. Estaremos aqui consigo” Eu nem sabia se conseguiria ajudar a paciente, mas certamente estava disposto a tentar uma vez que isso seria feito sob supervisão medica. Foi-me mostrada a cédula relatório hospitalar da paciente; eu não entendi nada, mas o obstetra explicou-me o que os registos da cédula relatório revelavam. Ele também apresentou-me á vários dos psiquiatras. Depois, o obstetra e um casal de psiquiatras levaram-me para dentro do quarto onde a paciente estava sentada 19 Hipnoterapia erecta na cama. Ela estava imóvel ao olhar fixamente a parede em frente, sem mover um músculo, e nem sequer virou a cabeça quando me aproximei da cama dela. Fiquei em silêncio por um momento, sem saber o que fazer. Então disse para ela, “Você deve ter tido um enorme problema que lhe deixou assim num estado tão terrível “Ainda hoje lembro-me que foi tudo o que eu disse a ela, mas, disse-o com uma voz bastante complacente. Ela rodou lentamente a cabeça na minha direcção e disse, “Eu tenho.” Então começou a chorar. Perguntei-lhe “Você quer me dizer que problema é esse? Talvez eu possa ajudar.” Ela disse, “Eu não acho que alguém me possa ajudar” e simplesmente continuou a chorar. Eu disse, ”Se vocêsimplesmente seguir minhas instruções, talvez fique mais fácil para você falar e dizer-me o que é que lhe está a incomodar. Você estaria disposta a seguir as minhas instruções?” No meio de lágrimas, ela disse, ”Farei qualquer coisa se você puder ajudar-me.” Coloquei-a em hipnose e depois obtive esta história surpreendente dela. Parecia que ela era a mãe de uma criança com três ou quatro anos. O marido dela era veterano da Segunda Guerra Mundial que trabalhava de noite, chegando á casa cerca das 2:00 de madrugada. Quando ele estava no exército tinha sido dado a ele uma licença muito curta antes de ser enviado para o exterior. E foi nessa noite que ela ficou grávida de sua primeira criança. O marido estava no exterior quando a criança nasceu. Depois que a guerra acabou e ele voltou para casa. Ele começou a provocar a esposa, dizendo “Você tem a certeza que que sou o pai?” Ele talvez tenha falado isso a zombar, mas a mulher nunca esteve certa se realmente estava a brincar ou se quis mesmo dizer o que disse. Eles viveram felizes por muitos anos, durante os quais sempre que ele tivesse bebido trazia á tona o assunto outra vez. Então ela ficou grávida a segunda vez, e depois que se passaram alguns meses foi ao obstetra para confirmar a gravidez. Quando o obstetra disse que realmente estava grávida ela ficou muito feliz. Ela foi para casa com intenção de dar a boa noticia ao marido. Aguardando o marido em casa que vinha do trabalho às 2:00 AM, ela esperou por ele no entanto, ele apenas veio as 5:00 da manhã. Ele tinha bebido e estava bastante alterado. Antes de falar da gravidez, ela perguntou-lhe sobre o que o teria ocupado até tão tarde, e ele respondeu-lhe,” Hoje fui ao médico e ele deu-me algumas notícias horríveis, O médico disse-me que eu não só era impotente mas também estéril.” Agora a pobre mulher tinha um grande dilema. O que ele iria dizer acerca do segundo bebé? E foi quando ela ficou tão perturbada emocionalmente que baixou no hospital em estado catatónico. Com hipnose profunda, eu obtive os seus pensamentos. E eles eram algo como isso: “Se ele era impotente e estéril, como que diabos eu fiquei grávida? Ele é o único homem com quem estive. O que meu marido vai dizer quando descobrir que estou grávida?” O obstetra e eu fizemos o melhor para apazigua-la, dissemos que falaríamos com o marido dela. Quando a emergimos da hipnose ela já não estava catatónica, mas continuava uma mulher muito perturbada. O médico entrou em contacto com o marido dela, e nessa noite minha esposa, eu e o obstetra conhecemos o marido dela em casa do médico. O doutor questionou-o acerca da impotência e esterilidade, querendo saber que médico havia dado esse diagnóstico 20 Hipnoterapia e quando. O marido riu e disse, “Eu, não sou impotente nem estéril. Nenhum médico disse isso. Eu embebedei-me e estive fora até tarde e pensei que seria um álibi engraçado, então concebi isso a caminho de casa.” O médico e eu ficamos espantados. Então o médico lançou-se ao marido, e falou-lhe que esse tipo de coisas não era engraçado e dos danos que isso tinha sido. Nessa altura, o marido estava chateado e continuou a protestar dizendo que tinha estado a zombar da mesma maneira como havia troçado todos estes anos acerca do seu primeiro bebé, sabendo muito bem que o bebé era seu. Então o médico disse, “Vou levar-lhe ao hospital e você vai contar a verdadeira história para sua esposa, e eu vou estar lá para o ouvir falar.” Resultado: A mulher ficou bem e mais tarde deu a luz um bebé saudável. Este incidente ilustrou outro achado importante, tão importante como simples: Há momentos em que uma palavra gentil chegará melhor á um paciente, enquanto todas as outras formas de terapia falharam. 21 Hipnoterapia Capítulo 2: Por que é que eu comecei a ensinar hipnose Ao escrever este livro, é meu anseio fazer mais do que entreter. É meu desejo ensinar, tornar conhecidos certos achados. Estou confiante de que os médicos entre vocês, após lerem acerca das minhas observações, testarão sua validade através da pesquisa clinica, e assim provarão a verdade das minhas teorias. Se eu conseguir ter você a considerar este livro como informativo, como texto digno de estudo, eu terei cumprido o meu propósito. Tenho frequentemente constatado que ensinar ─É a oferenda de perspectivas que permitem a um aluno assimilar, armazenar e usar conhecimento ─é melhor realizado pela narrativa das experiencias de professores. Pode bem ser, por conseguinte, para completar a sua introdução às minhas descobertas, recontando algumas das minhas mais recentes experiencias. Eu nunca contei a história completa de como aconteceu de eu voltar para a prática da hipnose depois de abandona-la durante a minha juventude por aquilo que foram razões socialmente estratégicas. Pois embora tenha desistido da hipnose aos catorze anos, eu fui estudar o assunto. A noite eu costumava ficar acordado analisar o que eu havia feito com hipnose. Eu perguntava-me porquê que eu tinha sido capaz de fazer acontecer certas coisas que aparentemente antes ninguém tinha pensado fazer. Eu ficava a imaginar o que tornou essas coisas bem-sucedidas Foi mais ou menos nessa altura que tornei-me “viciado em palco” Sou extrovertido por natureza, e gosto do sentimento sensação de estar diante de audiência a fazer alguma coisa para surpreender as pessoas. Se eu não podia fazer com hipnose, de alguma forma eu iria fazer. E assim tornei-me performer. Sendo um amante da música, comecei a escrever canções que nunca se tornaram populares. Quando uma dessas canções foi finalmente aceite por W.C.Handy (músico de blues), vim para Nova Iorque a pensar que sobre a sua tutela eu poderia tornar-me num famoso escritor de canções. Eu iniciei a trabalhar com ele como promotor de canções, promovendo não só suas canções mas também as minhas. Casualmente, eu consegui um trabalho como escritor, performer artista e produtor de rádio para a CBS e em breve era bastante bem-sucedido. Não tinha de depender da hipnose para ganhar a vida, e não mencionei meu conhecimento para ninguém. Em 1937, eu concebi a ideia para um show de rádio chamado Dave Elman Hobby Lobby O sucesso do show foi instantâneo. Em 1941, eu mudei de patrocinadores. Colgate-Palmolive-Peet Company, compraram o show, e estávamos a fazer preparações para a primeira performance. O director do show disse-me, “Temos que fazer esse primeiro show sensacional. Qual era o Hobby mais sensacional que poderíamos colocar no ar?” Eu disse-lhe que tinha recebido há pouco uma carta de um tipógrafo de Filadélfia alegando que seu hobby era hipnotismo e que se ofereceu para ir ao ar e hipnotizar as pessoas que estariam sentadas noutra sala. “Se ele pode faze-lo,” comentou o director, “Ele fará um spot sensacional para o show da abertura.” O homem chegou de Filadélfia, e eu coloquei-o nuns testes exaustivos. Este homem sabia muito do assunto hipnose, porém ele não se apercebeu que estava 22 Hipnoterapia sendo testado por alguém que também entendia do assunto. Ele cumpriu o teste lindamente, e eu estava consideravelmente impressionado por ele. A única coisa que me preocupava era que ele havia dito que levaria pelo menos entre três á seis minutos para cumprir o desafio, e eu senti que se ele levasse mais de três minutos haveria um spot terrivelmente aborrecido no show. Eu dei-lhe uma audição teste onde ele provou que conseguiria realizar o feito em três minutos. Isso incrementou consideravelmente o meu respeito por ele. Colocámo-lo no ar e a aceitação em todo país foi fantástica. Á performance ganhou o “premio Variety”, por ter sido o show de rádio mais dramático de 1941. Nessa altura minha esposa trabalhava como minha secretaria, e claro que observou o meu trabalho com o hipnotista. Ela disse-me “ Você mostrou ao hipnotista o que fazer, certo? Penso que você sabemuito mais sobre o assunto do que finge saber.” De repente o meu conhecimento tornou-se uma ajuda ao invés de um obstáculo. Daí em diante, ocasionalmente fazia demonstrações hipnóticas, para caridade ou por uma taxa nominal preço simbólico. Um dia eu integrei hipnose num show para uma bem conhecida organização fraternal em Passaic, New Jersey. A demonstração foi muitíssimo bem-sucedida. Estavam lá muitos médicos nessa noite e alguns deles perguntaram se poderiam falar comigo. A essência da conversa foi no sentido de que estes homens haviam estudado hipnose e estavam a tentar usar isso na prática médica e odontológica, porém sem sucesso nenhum. Eles voluntariaram-se a informar que alguns dos meus sujeitos eram pacientes com quem eles haviam tentado e falhado alcançar o estado de hipnose. Eles perguntaram.” O que você sabe sobre hipnose que nós não sabemos?” Eu respondi, Aparentemente nós estudamos o assunto a partir de ângulos diferentes. Se vocês tivessem estudado como eu tive de estudar, vocês seriam tão bem-sucedidos como eu sou.” Um dos médicos perguntou se eu estaria disposto a ensinar-lhes. Nunca tendo ensinado, eu estava relutante; não tinha a mais leve ideia do que eles deveriam aprender. Alguns médicos foram muito persistentes, e rápido descobri que sempre que eu fizesse uma aparição pública em New Jersey, um ou mais deles estavam no encontro. Eles procuravam-me e perguntavam, “ Quando é que vai começar a ensinar- nos hipnose?” Eu estava entre patrocinadores e tinha muito tempo em mãos. Fiquei a imaginar se conseguiria escrever um curso sobre o assunto que pudesse habilitar os médicos no uso de hipnose numa base profissional como eu usava. Um destes médicos, um cirurgião oral que até já faleceu, disse-me um dia,”Sr. Elman, um grupo de dentistas em Newark, New Jersey, está estudando hipnose. Gostaria de lá ir apenas para ver o que está a ser ensinado a esses homens?” Acompanhei-o até a reunião aula e fiquei completamente estupefacto na má- informação que estava a ser dada a estes homens sinceros. O professor era um bom cavalheiro e um professor sincero. Ele apenas não conhecia o assunto sobre qual estava a ensinar. Então agora, a má-informação é transmitida como evangelho em muitas palestras de hipnose. Se essa era a maneira como médicos e dentistas estavam a ser ensinados acerca do assunto, eu decidi que alguma coisa deveria ser feita. 23 Hipnoterapia Fui para casa e preparei um curso de hipnose para as profissões de médico e odontologista o qual eu tenho ensinado desde então. Pela procura do progresso da medicina, vamos pôr esse ensinamento em uso. Quando eu afirmo que toda agente tem sido colocada no limite da hipnose milhares de vezes e que toda a gente já se hipnotizou vezes e vezes sem ter conhecimento disso, a reacção é geralmente de consternação. Eu consigo entender a descrença que muita gente terá relativamente a esta afirmação, mas vamos analisar algumas manifestações simples de hipnose. Pegue atente na pessoa que é supersticiosa. Essa pessoa pode acreditar firmemente que Sexta-feira treze é azarada. Ela está tão firmemente convicta que Sexta-feira treze é azarada, que adiará acordos de negócios, ou compromissos de lazer para evitar que estes se tornem desastrosos. O senso comum diz-nos que Sexta- feira treze é apenas igual a outro dia. Não há razão para a crença que esta data é diferente das outras. A pessoa que acredita que Sexta-feira treze é um dia azarado hipnotizou-se a si próprio, pois ele contornou a faculdade crítica da sua mente, isso é, o seu senso sentido de julgamento, e implantou, inconscientemente talvez, um processo de pensamento selectivo. A pessoa que leva um pé de coelho, acreditando ser um emblema símbolo da boa sorte, está na mesma categoria. Ela também, bypassou contornou o seu senso de julgamento e implantou o pensamento selectivo. Outras manifestações simples da hipnose, feitas no pressuposto de que a hipnose é meramente um estado mental, incluído cada bypass contorno da faculdade crítica e a implantação do pensamento selectivo. Os exemplos são quase incontáveis. Em vários estados, está a ser feita uma tentativa para banir a prática para outros que não sejam da profissão médica. Tais leis serão uma tentativa para controlar o pensamento das pessoas. Mesmo que entrem em vigor, elas não podem aplicadas porque não se pode colocar fora da lei o que vai na mente das pessoas. Por exemplo, uma pessoa envolvida num acidente, sentindo dor, que se sugestiona de que não tem dor. Isso é definitivamente hipnose. Alguma lei pode prevenir proibir isso? Ninguém hipnotizou a vítima do acidente, mas ela se hipnotizou sozinha. Quem poderá impedi- la? Há também a ideia boba de que o uso da hipnose deveria ser restringido aos psiquiatras. Quem vai proibir o médico ou o dentista de dar aos seus pacientes sugestões de bem-estar? Ele pode fazer isso de forma excelente sem o óbvio uso da hipnose, mas mesmo assim ele estará usando hipnose, e quem eventualmente pode impedi-lo? Quando você tenta ilegalizar a hipnose, você está tentando impedir ilegalizar uma terapia tão eficaz como a inoculação hipodérmica estéril! Os médicos gabam-se do uso da injecção hipodérmica estéril em termos elogiosos. Isto aplica-se até aos médicos que desconhecem a hipnose e eles insistem que não estão usando hipnose…No entanto a injecção hipodérmica estéril na verdade não contem qualquer medicamento real; é a própria sugestão do seu uso que ajuda o paciente e, ou a hipnose! “Em que mundo se pode ilegalizar os placebos? No entanto, ao ilegalizar a hipnose certamente deveremos incluir o placebo. Você é uma daquelas pessoas que pensa que nunca foram hipnotizadas? Possivelmente nunca se “permitiu” a ser hipnotizado. Se sim, está a funcionar na mais 24 Hipnoterapia completa ilusão! Não existe pessoa viva de inteligência normal e acima de dois anos de idade que não tenha sido hipnotizada, e se está com idade mais avançada, então você tem sido hipnotizado muitas vezes! Se duvida disso, é porque você não sabe o que é a hipnose. Alguma vez fechou os olhos e começou a sonhar? Talvez tenha visualizado algum acontecimento agradável prazeroso no qual você tenha participado há alguns anos atrás. Por exemplo, talvez tenha fechado os olhos e visualizado um local de férias adorável. Nessa sua lembrança você sabia muito bem que realmente não estava no lugar de férias, mas a cena era bastante vívida verídica aos olhos da sua mente. Se já fez isso, você não só se colocou no ponto inicial limiar de hipnose, bypassando contornando a sua faculdade crítica ─mas se disse para si “é mesmo como se realmente estivesse aí agora neste momento” e colocou-se mentalmente naquele sitio─ você estava hipnotizado! Não só bypassou contornou a sua faculdade crítica mas implantou o pensamento selectivo! Todo mundo provavelmente fez isso uma e outra vez. As vezes que os sonhos foram tão surpreendentes, que você se despertou. Você nem se apercebeu, mas também isso era hipnose! Você sabia que o sonho não era real, ainda assim pareceu bem real para si. Se enquanto você estivesse a dormir e a sonhar, e alguém lhe dissesse, “Agora você não vai sentir nada” você iria aceitar a sugestão e ficaria completamente anestesiado. Se estiver disposto a testar esta afirmação, ficará espantado, porque a experiencia será muito bem-sucedida. Muitos médicos que são adeptos do uso de hipnose, têm usado esta técnica simplificada e têm reportado ser bem-sucedidos com ela. Contudo tenha a certeza, que quando o teste for feito o paciente dorme profundamente, e que as palavras não o despertam do sono. Quando uma pessoa rejeita resiste a hipnose, quer dizer simplesmente que ela recusou o bypass contorno da sua faculdade crítica e desse modo faz com que seja impossível a implantação do pensamento selectivo! Não significa que ela não possa ser hipnotizada,ou que não será hipnotizada, mas simplesmente que recusou seguir as instruções! Se ela seguir verdadeiramente a instruções dadas, a hipnose é possível para ela tal como é para todos. Irá descobrir algumas vezes que a indução da hipnose anexada ligada ao sono é mais rápida e mais fácil que a indução quando o sujeito está acordado. Isso é porque o sujeito está “pré-relaxado” quando você começa! As técnicas, e as possibilidades, da hipnose anexada ligada ao sono, serão detalhadas num do capítulo com esse título. Mas é importante, entretanto, que tenha em mente os factos delineados acima, e como eles terão incidência nos seus estudos mais a frente. 25 Hipnoterapia Capítulo 3: Como estudar hipnose Eu iniciei meus ensinamentos com uma palestra: “Como estudar hipnose” Aqui está o que eu digo a cada Médico: Se você decidir levar este assunto para frente, você estará a dar do seu tempo e do seu esforço para aprender como usar uma ferramenta que pode ser de valor inestimável para si e para sua prática profissão! Você poderá aprender a usa-la correctamente se seguir as instruções…Primeiro e acima de tudo, faça o seu trabalho de casa! Fazendo-o não estará a jogar fora, o seu precioso tempo do escritório e de horas do hospital. Ao invés, isto dar-lhe-á tempo extra para incrementar a sua prática profissão e as suas horas de lazer, porque você estará habilitado a fazer mais em menos tempo com cada paciente. Portanto, assim que começar a praticar, limite o tempo de indução em um minuto para cada paciente. Quando você leva mais de um minuto para introduzir levar o sujeito ao relaxamento e ganhar alcançar o estado hipnótico, você está a perder tempo! É minha convicção que se a hipnose é para ter um lugar respeitável na medicina e ortodontia, deverá estar disponível ao médico quase instantaneamente! Se ele não poder usar hipnose numa base mais ou menos instantânea, então não tem valor prático na maioria dos consultórios médicos! É raro o médico que pode dar-se ao luxo em gastar de três minutos a duas horas na duvidosa assunção, de que talvez seja capaz de ser bem- sucedido em obter hipnose, se continuar a tentar o tempo suficiente. Então, no início use um minuto para cada paciente, mas um minuto apenas! Não leve gaste mais tempo que isso, e você nem deverá precisar esse minuto inteiro para alcançar o estado hipnótico. Por outro lado, não espere ter resultados perfeitos desde o princípio. Se você tem excelentes resultados nas suas primeiras tentativas, você está no entanto próximo de falhar embora mais tarde O melhor aluno é aquele que tem uma combinação de sucesso e de falhas enquanto aprende. É minha firme convicção, que neste assunto você aprende mais com as suas falhas do que com os seus sucessos! Se as suas primeiras dez tentativas forem bem-sucedidas e depois você falhar, isso poderá ser um duro golpe para o seu ego. Depois de uma experiência destas, um médico frequentemente encontra dificuldade para continuar a melhorar a sua técnica. Mas se você falha as primeiras duas ou três vezes e depois é bem-sucedido, e depois talvez falha outra vez, e consegue duas vezes e depois falha outra, e depois é bem-sucedido três, quatro ou cinco vezes, depois você chegará ao ponto onde não falha de todo. Você tornar-se-á um bom estudante. O homem que falha algumas vezes entre essas dez tentativas, vai progredir bem porque vai descobrir o que fez de errado! Se as instruções forem seguidas; ele tornar-se-á hábil em pouco tempo! A Falha em obter o estado hipnótico durante as primeiras tentativas é causada frequentemente por falta de confiança. O remédio…Tente outra vez! A medida que seus estudos continuam, e você aprende novos métodos, experimente cada novo método ensinado. 26 Hipnoterapia Não deixe que se forme o mau hábito de usar somente uma técnica. Há muitas mais para escolher. Conforme vai avançando, seleccione aquelas técnicas que pareçam mais naturais para si e que obtenham o estado hipnótico rapidamente e mais profundamente! Ocasionalmente, um médico irá dizer na segunda ou até na terceira sessão, ”Não Sr. Elman, ainda não comecei a praticar. Estou a espera de aprender mais sobre o assunto. Esta é a falsa desculpa mais usada no mundo, para a preguiça ou timidez, e o seu professor sabe disso. Você apenas pode aprender mais sobre o assunto, começando do início! Não pode começar do meio e ir nas duas direcções… É impossível! De cada vez que você se esforça para induzir o estado hipnótico em alguém, você está a adicionar conhecimento. Enquanto os estudantes tímidos ficam a espera para aprenderem mais, os seus colegas vão avançando rapidamente, aprendendo mais e mais acerca do assunto hipnose colocando em prática o que eles têm aprendido em cada uma das aulas, junto com o que aprenderam antes nos seus consultórios e no hospital. Cada paciente com quem você trabalha apresenta uma nova experiência, uma oportunidade para observar reacções individuais, uma possibilidade de corrigir os erros falhas que foi conseguindo detectar em induções anteriores. E o homem que aprende pela combinação de instrução e experiencia ─por outras palavras praticando─ alcança um sucesso muito maior que o homem que tenta aprender somente pela teoria! Há já alguns anos passados, um dos meus médicos estudantes foi ─para falar carinhosamente─ um praticante hesitante vacilante. Apesar dos meus avisos acerca dessa armadilha, ele continuou a adiar qualquer tentativa de colocar os meus ensinamentos em prática. Finalmente, durante a nona aula ele disse, “Sr. Elman, tenho um anúncio importante a fazer. Esta semana hipnotizei duas pessoas.” Por essa altura, cada homem na sala provavelmente já tinha hipnotizado algumas cem pessoas. E este homem ainda tinha de cometer os erros que eles já não cometeriam! Há certas coisas que você não deverá fazer, pelo menos no início. Depois de se passarem três ou quatro semanas, você pode esquecer estes nãos: Não tente hipnotizar sua esposa, os membros da sua família, ou amigos que conheça socialmente; estas pessoas sabem que você é estudante de hipnose e instintivamente colocar-lhe-ão objecções em tornarem-se suas cobaias. Não tente hipnotizar pessoas que o “desafiem” para coloca-las no estado hipnótico; hipnose é um estado de consentimento, e obviamente, a pessoa que o desafia não consente. Não tente provar o valor da hipnose a um céptico; neste estágio inicial você irá argumentar numa posição de fragilidade. Mais tarde, quando já souber o suficiente sobre hipnose, você já poderá debater de uma posição de força. É muito importante também, que você não trate do assunto da hipnose como brincadeira ou jogo de sala. Hipnose é um estudo científico quando é correctamente conduzida, e se você respeitar a hipnose como deve ser, você não a usará para truques de salão. Ela tem um enorme valor na medicina, deverá conceber usar dessa forma para que vocês ─e seus pacientes─ obtenham o máximo de benefícios dela. 27 Hipnoterapia Isso penso eu que é muito importante também: Não se precipite! Neste livro irei explicar as técnicas certas para usar tal como faço actualmente nas aulas. Não salte lições aulas nem tente técnicas mais avançadas. Não tente nenhum procedimento até que o tenha digerido completamente, não somente do texto mas preferencialmente com um professor capacitado. Pratique o que lhe tem sido ensinado em cada lição. Não vá depressa, e aprenderá mais de cada lição. Todas as fases do assunto estão tratadas de forma adequada para que você possa absorvê-las. Se você tentar passar a frente, estará no limite de incorrer em coisas que o deixarão perplexo e mistificado confundido. Como essas coisas foram abrangidas e explicadas, a perplexidade sai, e você entenderá mais integralmente o assunto e estará preparado para aquelas reacções que requerem um profundo conhecimento dareacção humana ao poder da sugestão. Uma vez na segunda sessão, perguntei aos meus estudantes pelos seus relatórios e toda a gente entregou-me o relatório excepto um homem. “Eu não redigi o meu trabalho de casa”, disse ele. ”Mas tenho um relato maravilhoso para fazer. Esta semana fui bem-sucedido em usar exclusivamente a hipnose no parto de uma mulher, funcionou lindamente! Perfeitamente, tive cem por cento de sucesso com isso!” Penso que ele esperava uma ovação. Mas ao invés ele ouviu estas palavras: Doutor, eu lamento imenso o que você fez. Com o seu conhecimento actual inadequado, se você teve um sucesso perfeito, isso foi um completo acidente. Você nem sabe porque teve sucesso, e quando tentar de novo irá falhar, porque você não tem conhecimento suficiente, para, nesta altura cuidar de uma mulher durante o parto. Depois você vai tentar uma terceira vez e falha, e por essa altura já você tentou quatro vezes e falhou, então você decidirá depois que a hipnose não é confiável e você não se fará um bom aluno de todo. Por outro lado, se você for seguindo o curso, quando eu lhe disser que agora está suficientemente bem equipado para fazer um parto, então você estará habilitado em ajudar, até certa medida pelo menos, toda a mulher que entre na sala de parto.” A hipnose pode ser usada em todos os pacientes que chegarem ao seu consultório, se não for por outra razão, que seja para relaxar o paciente. Não existe quem não beneficie do relaxamento, e até que você tenha aprendido a ir mais longe no assunto, o seu paciente deve ser ensinado dos benefícios do relaxamento e do alívio da ansiedade. Quando você começar a praticar, esforce-se para obter o estado de relaxamento em pelo menos dez dos seus pacientes, usando a abordagem do relaxamento e a “técnica do aperto de mão”. Enquanto faz isso, procure e identifique os sinais de hipnose. A hipnose dá tem cinco sinais. Esses sinais são subtis ténues, diminutos…que se não souberem o que procurar, os sinais poderão estar lá todos, sem que você descubra ao menos um deles. Contudo quando você aprende a hipnose você pode apontar distinguir todos os cinco a primeira vista. Aqui estão os cinco sinais da hipnose, cada um dos quais você tem que observar cuidadosamente: 1─Aumento do calor corporal, 2─Tremor das pálpebras, 3─Aumento 28 Hipnoterapia da lacrimação, 4─Os brancos dos olhos ficam rosados ou avermelhados, 5─Globos oculares revirados para cima dentro. Iremos a mais detalhes referentes a estes sinais, num capítulo mais adiante. Por ora, é simplesmente importante para você os ter em mente e memoriza-los assim será mais rápido reconhece-los quando eles ocorrerem. Um mau hábito pode mante-lo afastado de ser um perito e deixá-lo-á longe de ser um bom estudante. Comece a praticar a contenção metódica, eu avisei momentos atrás para não saltar passar a frente. 29 Hipnoterapia Capítulo 4: Factos interessantes sobre hipnose Tendo em vista os inúmeros volumes que têm sido escritos acerca da história da hipnose, seria inútil para mim, tentar uma aula de história neste livro. No entanto alguns destaques apontamentos históricos que têm tido efeito no ensino e aprendizagem do que faz a hipnose, têm um lugar aqui. Algumas centenas de anos atrás, um médico Vienense chamado F. A. Mesmer, viu um mágico de rua a actuar com uma pedra-ímã magnetites ou magnetos. O mágico declarou que conseguia fazer com que um espectador cumprisse as suas ordens tocando-o com um desses magnetos. E ele realizou uma demonstração provando que de facto conseguia fazer isso. O segredo era o poder da sugestão, claro. Mesmer acreditou que os imãs realmente tinham um poder próprio, no entanto, e fora desta crença, ele desenvolveu a sua teoria do magnetismo. A boa saúde, segundo ele, dependia da direcção do fluxo magnético, o qual poderia facilmente ser revertido. De uma só vez três mil pacientes por dia imploravam para vê-lo, e por forma a acomoda-los a todos ele teve que mudar a sua técnica. A sua primeira técnica foi colocar uma banheira no meio de uma enorme sala, da qual sobressaiam um número do que se chamavam “varas-magnéticas”. As pessoas sentavam a volta da banheira, agarradas a essa varas-magnéticas e acreditavam de que o fluxo magnético seria corrigido, cumprindo assim uma cura. Era o poder da sugestão a trabalhar. Era impossível acomodar três mil pacientes por dia a volta dessas banheiras e então ele foi para o quintal, tocou numa árvore com a sua chamada vara-magnética e apregoou que a árvore estava a ser magnetizada. Agora, tudo o que as pessoas tinham de fazer era tocar na árvore magnetizada e elas seriam miraculosamente curadas de seus males. Era o poder da sugestão outra vez a trabalhar. Quando Benjamim Franklin estava em França, ele assistiu uma demonstração e proferiu este veredicto: “Se de alguma forma essas pessoas ficam bem, elas parecem ficar bem pelas suas próprias fantasias” ─Evidentemente, Franklin era entendido em alguma coisa de sintomas histéricos e psicologia de massas─. Depois disso, o mesmerismo sofreu uma decisiva queda de popularidade. Porém pacientes em óbvio estado hipnótico ─ou mesmérico─ já tinham sido observados, e muitos médicos, tinham estudado o mesmerismo em segredo. Um desses foi um médico Britânico chamado James Braid. Acidentalmente um paciente de Braid entrou no primeiro estágio fase de mesmerismo enquanto olhava fixamente para uma luz, enquanto esperava para iniciar um exame ocular. Por causa do desprezo em que o mesmerismo havia sido deixado ─a data foi 1840─, Braid cunhou um novo termo ─Hipnotismo─ derivado da palavra grega para sono. E ele publicou um artigo acerca de obter hipnotismo através da fixação. Esse artigo foi publicado em 165 diferentes línguas e dialectos. O incidente importante a seguir envolveu J.M.Charcot um recém-formado psiquiatra cujos ensinamentos influenciaram Freud. Após assistir a demonstrações hipnóticas realizadas por um muito pobre operador em três pacientes psicóticos, Charcot ─que usualmente era brilhante pensador─ chegou á conclusão que a hipnose 30 Hipnoterapia era bem-sucedida apenas com pacientes psicóticos ou pré-psicóticos. Para provar a sua teoria, ele fez demonstrações para médicos usando psicóticos. Essas demonstrações tornaram-se tão populares que começaram a ser frequentadas por multidões de leigos…e pelo menos um artista hipnotista de palco acreditava que poderia ser feita a mesma coisa com gente sã e provou-o adaptando a técnica para uso próprio. O método de fixação de Braid e seus derivativos ─monotonia, ritmo, imitação e levitação─ continuam a ser usados. O Resultado era, grande sucesso para artistas hipnotistas de palco, e frequentes falhanços para os médicos. O artista tinha a oportunidade de praticar em milhares de pessoas, com a vantagem de que as luzes do palco o ajudavam a aplicar usar fixação. O médico tinha um paciente por vez, técnicas demoradas e a suspeita de que todo o negócio poderia vir a ser um absurdo. Esses incidentes históricos levaram á duas condições deploráveis do ensino da hipnose de hoje. Primeira: até os textos relativamente modernos, insistem que a única técnica confiável é a fixação. Segunda: têm insistido que a fixação requer algures entre três minutos á duas horas para indução, e que os artistas hipnotistas de palco que conseguem mais rápido que isso estão a fingir. Como você pode ver, nenhuma dessas crenças é verdadeira. 31 Hipnoterapia Capítulo 5: Técnica do aperto-de-mão Comecemos com a técnica do aperto-de-mão. Quando eu era um principiante em hipnose, a minha técnica era caminhar até ao sujeito e dizer: “Eu vou abanar apertar sua mão três vezes. Na primeira vez, os seus olhos vão ficar cansados…deixe- os cansar. Na segunda vez eles quererão fechar…deixe-os fechar. Na terceira vez, eles vão colar cerrar e você não irá
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