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O REINO DOS FRANCOS E O IMPERIO CAROLINGlO

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1 
O REINO DOS FRANCOS E O IMPÉRIO CAROLÍNGIO 
A partir do século V, a Europa ocidental passou a ser dividida em 
diversos reinos, resultado da invasão de povos, sobretudo de origem 
germânica. Entre as principais características desses reinos estava a 
descentralização do poder. Compostos por inúmeros feudos independentes, o 
que dava unidade ais reinos eram as tradições herdadas tento dos romanos 
quanto dos povos germânicos. O rei dividia o poder com os nobres, devendo se 
submeter às obrigações mútuas estabelecidas pelo sistema de suserania e 
vassalagem. De todos os reinos criados com as invasões dos povos 
germânicos, o mais duradouro foi o dos francos, formado na região da Gália 
(França atual), ainda na época do Império Romano. Assumindo características 
diferentes das dos outros reinos germânicos e fortemente apoiado pela Igreja 
Cristã, o Reino dos francos constituiu-se aos poucos em um verdadeiro 
império. 
1. OS MEROVÍNGIOS:
Um dos primeiros reis dos francos foi Clóvis (481-511). A dinastia da 
qual fazia parte se chamou merovíngia, por causa de Meroveu, seu avô. 
Com a conversão de Clóvis ao catolicismo em 496, os francos atraíram o 
apoio do clero. Isso fez com que passassem a ser aceitos pela população 
romanizada e cristianizada, o que garantia maior unidade ao reino. A 
conversão também estabelecia uma aliança entre a autoridade, representada 
pela Igreja, e o poder político-militar. Por muito tempo após a morte de Clóvis, 
seus sucessores, apesar das lutas internas, conseguiram permanecer fortes o 
bastante para manter a unidade do reino. A partir de 639, contudo, os reis 
merovíngios distanciaram-se das funções políticas e administrativas. Por isso 
tornaram-se conhecidos como “indolentes”. O poder de fato passou a ser 
exercido pelo majordomus, o “administrator do palácio”, principal funcionário 
do reino e espécie de líder dos nobres. 
Um dos mais destacados majordomus foi Carlos Martel, que comandou 
os francos na vitória sobre os árabes na batalha de Poitiers, em 732, 
interrompendo o avanço desse povo na Europa. Seu filho, Pepino, o Breve, 
após fortalecer a aliança político-militar com a Igreja Católica, afastou 
definitivamente os merovíngios do poder. Proclamou-se rei e foi consagrado 
 
 
2 
 
pelo próprio papa. Nessa época, se achava ameaçada pelos lombardos e pelos 
bizantinos, que dominavam parte da península Itálica. A pedido do papa, 
Pepino invadiu a região e derrotou os lombardos. Em seguida, tomou terras 
aos bizantinos e incorporou-as aos domínios do papado. Acrescidos assim das 
novas terras conquistadas por Pepino, tais domínios, situados na parte central 
da península Itálica, passaram a constituir os chamados Estados pontifícios, 
mantidos sob o controle direto do papa até o século XIX. Esses acontecimentos 
deram início à dinastia carolíngia, chamada assim por causa do reino de Carlos 
Magno (768-8140). 
 
2. O IMPÉRIO CAROLÍNGIO: 
 
 
Carlos Magno, filho de Pepina, empreendeu uma série de batalhas com 
a intenção de obter terras para doar aos nobres do Reino Franco. 
 Tais doações, chamadas de benefícios, fortaleciam as relações de 
dependência entre os nobres e o rei. É que, pelas regras de suserania e 
vassalagem, ao receberem as doações em benefícios, os senhores feudais 
(nobres) se colocavam sob a proteção do rei, a quem deveriam prestar serviços 
e jurar fidelidade. Dessa forma, ao beneficiar a aristocracia (nobreza), Carlos 
Magno fortalecia seu próprio domínio sobre todo o reino. 
Com as conquistas de Carlos Magno, o Reino Franco se expandiu e 
incorporou territórios do norte da Europa e da península Itálica. A força de 
Carlos Magno atraiu ainda mais a atenção do papa, que precisava proteger os 
territórios da Igreja Católica contra o ataque de inimigos. O papa também 
percebeu uma oportunidade de disseminar a fé cristã entre os povos 
conquistados pelos francos. Assim, em 800, Carlos Magno foi proclamado 
imperador do novo Império Romano do Ocidente pelo papa Leão III. O gesto 
estava revestido de duplo significado. Por meio dele, a Igreja rompia os laços 
mantidos com o Império Romano (ou Bizantino). Ao mesmo tempo, 
concretizava seu interesse em ver restaurado o antigo Império Romano. 
Ao tentar restaurar o governo de um único império sobre boa parte dos 
povos europeus, o papa na verdade procurava garantir a supremacia de uma 
única Igreja, a Igreja Católica Apostólica Romana, responsável pela 
evangelização da humanidade. Com essa aliança, o poder monárquico 
incorporou nítida orientação religiosa, modificando a natureza da soberania. 
 
 
3 
 
Por meio de sagração da igreja, o imperador franco tornava-se uma 
representação de Deus dentro do reino. Cabia a ele defender a Igreja, manter a 
paz e a ordem. 
 
3. CARLOS MAGNO CENTRALIZA O PODER: 
 
A administração do Império Carolíngio era feita de modo bastante 
precário. A dificuldade de governar decorria da extensão do território, dos 
obstáculos à comunicação e da escassez de pessoal treinado. Por isso, a 
centralização do poder alcançada por Carlos Magno dependia, em grande 
parte, de sua autoridade pessoal, e não sobreviveu por muito tempo após sua 
morte. Durante o governo de Carlos Magno, o Império estava dividido em 
províncias, designadas pelo nome genérico de condados, governadas pelos 
condes (do latim comes, que significa companheiro), antigo título militar usado 
no Império Romano. Após fazer um juramento de obediência pessoal ao 
imperador, o conde recebia as funções de administrador, juiz e chefe militar. 
Sua ação era fiscalizada pela visita periódica dos missi dominici, dois 
funcionários – um conde e um bispo – da estrita confiança do imperador. 
 
O Renascimento Carolíngio: 
Carlos Magno estimulou a renovação cultural do reino, atraindo para sua 
corte, sábios de varias partes da Europa, sobretudo da península Itálica e da 
península Ibérica. O estímulo á cultura deu origem a um movimento conhecido 
como Renascimento Carolíngio. O imperador incentivou o ensino e o 
conhecimento, literatura e as artes. Com o apoio da Igreja, fundou escolas, 
entre elas a escola palatina, dentro de seu palácio. A cópia de obras greco-
romanas ganhou impulso. Além disso, as técnicas de encadernamento de livros 
e a arte de ilustrar manuscritos por meio de pequenos desenhos, chamados 
iluminuras, foram largamente desenvolvidas. 
 
Três reinos no lugar do Império: 
Com a morte de Carlos Magno, em 814, o trono foi ocupado por Luiz, o 
Piedoso, seu único filho, que governou até 840. Morto Luís, seus três filhos 
entraram em guerra pelo controle do império. Depois de inúmeras lutas, foi 
celebrado em 843 o Tratado de Verdun, que dividiu o território do Império 
Franco em três partes: França Ocidental (Governada por Carlos, o Calvo), 
 
 
4 
 
França Oriental (que ficou com Luís, o Germânico) e França Central (dominada 
por Lotário). Em 870, após a morte de Lotário II, filho de Lotário, a França 
Central foi dividida entre seus tios Carlos, o Calvo, e Luís, o Germânico. 
Na França Ocidental, a dinastia carolíngia viveu um processo contínuo 
de enfraquecimento, em consequência das disputas pelo poder e das 
crescentes invasões normandas (vikings), eslavas e húngaras. Esse processo 
coincidiu com o fortalecimento cada vez maiores dos senhores feudais a partir 
da divisão do império Franco entre os netos de Carlos Magno. Os dois 
processos contribuíram para a descentralização do poder e para a 
consolidação do regime feudal. A dissolução completa da dinastia carolíngia na 
França Ocidental se deu em 987, quando os senhores feudais reuniram-se e 
escolheram Roberto Hugo Capeto, conde de Paris, para ocupar o trono. Com 
ele se iniciava a dinastia capetíngia. 
 
O Sacro Império Romano-Germânico: 
 
Na França Oriental, ocorreu processo idêntico de fragmentação. Ali, a 
dinastia carolíngia chegou ao fim em 911. Os maiores senhores feudais, quatro 
grão-duque, reunidos emassemblei, decidiram eleger um novo rei e criar nessa 
região o Reino Germânico. A coroa foi entregue ao grão-duque da Saxônia, 
Henrique I. Seu filho e sucessor, Oto, o Grande, venceu os invasores eslavos e 
húngaros, conquistando enorme prestigio com defensor da cristandade. Em 
962, Oto foi sagrado imperador pelo papa. Nascia, assim, o Sacro Império 
Romano-Germânico. Apesar do título, o poder de Oto e de seus sucessores 
manteve-se relativamente frágil. No sacro Império, o imperador era eleito pela 
nobreza. Dessa forma, sua autoridade dependia diretamente de sua 
capacidade de negociar com os grão-duques e príncipes germânicos. 
 
 
Os missi dominici: 
 
Inspetores de Carlos Magno, um dos primeiros registros da atividade dos missi 
dominici data de 789. Eles eram enviados pelo rei para percorrer uma área de seis a 
dez condados. Deviam fiscalizar se eram cumpridas as ordens imperiais de justiça e 
paz. Podiam, ainda, receber as queixas dos homens livres. Concluído o trabalho, 
voltavam a auxiliar na administração das províncias. Quatro vezes por ano a inspeção 
deveria se repetida; e pouco a pouco ia crescendo o poder dos missi dominici.

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