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Historia Medieval - portfolio ciclo 2

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CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - LICENCIATURA 
HISTÓRIA MEDIEVAL 
Prof. Tiago Tadeu Contiero 
Aluno: Rodrigo Calmezini Rigo de Aguiar 
Atividade - Portfólio Ciclo 2 
Descrição da atividade 
Ao longo desse Ciclo, estudamos o texto de Bovo e Rodrigues (2013) onde explicam a 
construção dos primeiros Reinos Germânicos, reinos esses que agregam tradições romanas com 
aspectos germânicos. Tal análise é também o objeto do artigo de Costa que se debruça mais 
detalhadamente sobre a gênese da monarquia no ocidente. Além disso, pudemos observar a 
ascensão dos carolíngios ao poder em um movimento que mudou a história do ocidente. 
Feitas essas considerações, desenvolva um texto constituído em duas partes. Na primeira parte, 
explique como se deu a origem das monarquias no ocidente, apontando quais elementos da 
cultura romana foram preservados no processo de instalação desses Reinos Germânicos. Na 
segunda parte do texto, explique de que maneira ocorreu a instalação do Império Carolíngio, 
apontando as relações existentes entre a dinastia de Carlos Magno com a Igreja. 
Seu texto deve ter no máximo duas páginas e ser postado no Portfólio. 
O envio de mensagens se encerra em 18/05/2020 
A gênese das monarquias ocidentais 
 
As monarquias do Ocidente tiveram sua gênese com a queda do Império Romano. Estamos 
acostumados à ideia de que o Império Romano tenha ruído sob a invasão dos povos bárbaros 
germânicos, porém, vemos que esse acontecimento não foi o único e principal, mas sim o fator 
decisivo dentro de uma grande crise já existente. O fato concreto que marcou essa queda do 
Império, foi a deposição de Rômulo Augustulo por Odoacro, em 476. Entretanto, ao ocorrer 
esse fato, a “invasão” bárbara já se desenrolava. Um ponto interessante é que, diferente do que 
normalmente se ensina, essa invasão não foi uma substituição das leis e costumes, mas 
aconteceu à maneira de uma incorporação mútua. O deslocamento dos povos bárbaros para 
dentro do território imperial nem sempre se dava de forma violenta. Muitas vezes se 
estabeleciam pacificamente como refugiados de guerras ou das severidades climáticas de suas 
terras natais; outras vezes eram feitos acordos e parcerias nas quais os germânicos ficavam 
responsáveis pela defesa do território onde se instalavam, que muitas vezes era fronteiriço. 
O segundo momento das invasões bárbaras (411 – 470) é marcado pela violência e 
representava uma expansão militar dos domínios dos Francos, Anglo-Saxões e, posteriormente, 
Lombardos. Uma vez estabelecidos, esses povos passaram a ser assimilados no interior de uma 
população mais numerosa. Ao entrarem no Império, os povos germânicos constituíam, de um 
modo geral, federações de tribos relativamente organizadas, mas não eram capazes de substituir 
inteiramente o sistema administrativo romano. Isso quer dizer que, na prática, os romanos e o 
germânicos mantiveram seus próprios modos de vida até que seus códigos jurídicos se 
fundissem, marcando as leis das tribos germânicas pelo direito romano. Muitas vezes até eram 
mantidos em suas funções os antigos funcionários do Império Romano. O sistema monetário 
romano foi mantido, mesmo que as novas moedas levassem agora efígies que não eram a do 
imperador. Em termos institucionais, a novidade implantada pelos germânicos encontrava-se 
nas formas de escolher o Rei. Em suma, o relacionamento entre eles nunca foi completamente 
hostil. Essas novas monarquias foram se consolidando à medida em que esses povos iam se 
convertendo ao cristianismo, o que contribuiu para a conservação de conceitos e práticas 
próprias da rex publica imperial. 
 
 
A instalação do Império Carolíngio e sua relação com a Igreja. 
 
 O Rei Clóvis foi o primeiro monarca desse período a se converter ao Catolicismo. Foi o 
início da relação da Igreja com os francos. Apesar de divididos em três reinos, os povos da Nêustria, 
Austrásia e Borgonha se autodenominavam francos. Esses reinos estavam em constante luta entre 
si e não havia um governo centralizado. Em uma dessas guerras civis, Pepino de Herstal reclamou 
o direito de governar os francos, o que o colocou em contraposição à continuidade sucessória 
merovíngia que reinava principalmente na Austrásia. Mesmo não sendo rei, Pepino passou a 
governar os francos e sua autoridade cresceu a ponto de deixar como sucessor seu filho Carlos 
Martel. Esse Carlos se destacou em muitas vitórias militares, entre elas a batalha de Poitiers, o que 
consolidou sua posição no poder mesmo sendo filho ilegítimo de Pepino de Herstal. Carlos Martel 
foi sucedido por seu filho Pepino, o Breve, que foi o primeiro a ser coroado rei em sua dinastia, 
que passou a chamar-se Carolíngia em homenagem a seu pai Carlos Martel. A relação do Império 
Carolíngio com a Igreja que já havia começado com Carlos Martel, intitulado pelo Papa de 
“protetor da Sé de Roma”, efetiva-se quando Pepino, o Breve, apelou ao Papa Zacarias para lhe ser 
concedido o direito de rei, o que se deu em 751. Em 753, aproveitando-se do pedido de apoio feito 
pelo papa Estevão II contra os Lombardos, Pepino obteve novamente a sagração real, confirmando 
sua legitimidade com a unção divina. 
 A relação do Império com a Igreja consistia numa constante troca de favores. Os líderes 
francos começaram a exigir o batismo e a conversão dos povos conquistados, e passaram a 
promover grandes movimentos de evangelização nos territórios anexados. Essa aproximação 
promovida por Pepino, foi ainda reforçada quando este fez uma doação oficial de 22 cidades 
italianas para o papado. Acredita-se que isso tenha ocorrido pela apresentação de um suposto 
documento forjado. 
 Dessa forma, Pepino, o Breve, deixou o terreno bem preparado para a sucessão de seus 
filhos Carlomano I e Carlos Magno. Foi com Carlos Magno que o Império Carolíngio teve uma 
expansão nos moldes do antigo Império Romano, tendo também consolidado mais firmemente sua 
união com a Igreja. O apogeu dessa união foi a coroação de Carlos Magno como Imperador 
Romano, “igualmente pela misericórdia de Deus, rei dos Francos e dos lombardos”. Sua coroação 
aconteceu na basílica de São Pedro, em Roma, a 25 de dezembro do ano 800. Posteriormente, todos 
os imperadores do então Sacro Império Romano Germânico passariam a ser coroados pelo Papa. 
 
Referência Bibliográfica 
BOVO, Cláudia Regina; RODRIGUES, Renata Cardoso Belleboni. História Medieval I. 
Batatais/SP: Claretiano, 2013. Unidades 3 e 4.

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