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a falta de acesso a cultura

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Tema: A falta de acesso à cultura
A obra literária “A menina que roubava livros” narra a história de Lisel, tendo como pano de fundo as tragédias ocorridas na Segunda Guerra Mundial. Em uma de suas cenas, há uma grande queima de livros feita pelos oficiais nazistas, simbolizando a repressão e o ataque ao saber, sofrido pelos judeus. Análogo a isso, o acesso à cultura hoje é um direito constitucional. Contudo, uma grande parcela da população é impossibilitada de desfrutar desse direito na prática, seja pela dificuldade de acesso, seja pela mercantilização cultural, desafios para uma eficiente democratização da cultura.
A ineficiência do Estado em promover a integração e acesso cultural pleno a todos os estratos é, de fato, um fator primordial da problemática. Nesse contexto, o país vive o “apartheid cultural” em vários estados, onde as regiões periféricas encontram-se afastadas de locais de oferta cultural, haja vista que, segundo o IBGE, as regiões metropolitanas concentram 41% de todo consumo cultural. Isso se deve, principalmente, a inocuidade administrativa do governo, que não consegue ou não demonstra interesse em oferecer subsídios às áreas marginalizadas, sendo, naturalmente, excluídas do meio cultural. Portanto, é necessário que o processo de restrição cultural seja freado pelos órgãos cabíveis.
Outrossim, a indústria cultural, organizada no contexto capitalista de produção, também é impulsionadora do problema. O filósofo Theodor Adorno elucida, em sua teoria da “indústria cultural”, que a arte passou a ser instrumento industrial com finalidade lucrativa. Nessa perspectiva filosófica, há uma massificação da cultura, onde os meios de comunicação impõem seus próprios parâmetros culturais. Desse modo, as características regionais da cultura brasileira sofrem um processo de apagamento, onde toda produção artística que não seja lucrativa e esquecida, elitizando a cultura e agravamento as desigualdades sociais. Logo, é imprescindível que a oferta cultura forneça espaço para todos os estratos sociais.
A falta de acesso à cultura na sociedade brasileira é um desafio, por conseguinte, medidas devem ser adotadas. Convém ao Ministério da Cultura criar programas sociais que visem a democratização da cultura, por meio de museus itinerantes, exposições e apresentações artísticas em espaços públicos de áreas periféricas, com o fito de garantir um acesso mais efetivo, pois a cultura é essencial para cidadania e integração social. Ademais, cabe a mídia, com a criação de campanhas, promover a integração de diferentes demonstrações culturais em todos os âmbitos sociais, para que a identidade histórica e cultural seja preservada e a padronização cultural minorada. Com essas medidas será possível, gradativamente, garantir o direito cultural assegurado pela Constituição e distanciar a atualidade de práticas arcaicas como a representada na obra “A menina que roubava livros”.

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