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Matérias ocultas do Tema 3 de História da Educação

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Matérias ocultas do Tema 3 de História da Educação
Positivistas
Conforme Abbagnano (2012), o positivismo foi adotado por Augusto Comte para a sua filosofia e, graças a ele, passou a designar uma grande corrente filosófica que, na segunda metade do séc. XIX, teve numerosíssimas e variadas manifestações em todos os países do mundo ocidental. A característica do positivismo é a romantização da Ciência, sua devoção como único guia da vida individual e social do ser humano, único conhecimento, única moral, única religião possível. O positivismo acompanha e estimula o nascimento e a afirmação da organização técnico-industrial da sociedade moderna e expressa a exaltação otimista que acompanhou a origem do industrialismo.
Burguês
Originalmente, designava-se como burguês todo aquele que habitava o burgo. Essa referência fazia uma clara distinção entre aquele que vivia na urbe (cidade ou burgo) e aquele que habitava o feudo (campo ou área rural).
Novo tipo de família
Nem sempre a família foi estruturada da forma como conhecemos. Na Idade Média, a vida social possuía um caráter eminentemente coletivo, diferente do mundo privado dos dias atuais. O próprio sentido de privacidade era desconhecido. As atividades eram coletivas e um indivíduo se caracterizava pelo seu ofício e pelo papel social a ele atribuído.
No século XI, o bispo Adalberon de Laon expressou o que viria a ser uma das mais famosas descrições da sociedade medieval:
“A casa de Deus, que se crê una, está, portanto, dividida em três: alguns oram, outros combatem e outros trabalham. Essas três partes que coexistem não estão sujeitas à disjunção: os serviços prestados por uma delas são a condição das obras das duas outras” (LAON, 1033 apud COMBY, 2001, p. 150).
Podemos perceber que era uma sociedade extremamente interligada. A vida particular possuía pouco espaço naquele mundo. Somente com a crise do século XIV mudanças significativas começam a ser evidenciadas. O crescimento da burguesia e sua posterior consolidação como grupo social possui um papel central nessa mudança.
Ideologia
Segundo Abbagnano (2012), pode-se denominar Ideologia toda crença usada para o controle dos comportamentos coletivos, entendendo-se o termo crença, em seu significado mais amplo, como noção de compromisso da conduta, que pode ter ou não validade objetiva.
O Mercador de Veneza
Na Veneza do século XVI, quando um comerciante pega um grande empréstimo com um agiota judeu para ajudar um amigo com ambições românticas, o credor amargamente vingativo exige um pagamento horrível.
Heráclito de Éfeso
Conhecido como “o obscuro”, foi um pensador e filósofo pré-socrático considerado o “Pai da Dialética”
Feudalismo
No sentido mais geral, o termo refere-se ao sistema de organização da sociedade medieval (Idade Média), compreendendo elementos sociais, políticos, econômicos e ideológicos daquele período.
Nicolau Maquiavel
Foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico renascentista. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.
John Locke
Locke viveu em uma Inglaterra dividida entre um parlamento e a monarquia. Sua origem burguesa fez com que tendesse para a defesa do parlamento e o desenvolvimento de teorias, que constituiriam o sistema liberal, basilares para a história política e econômica da Inglaterra.
Empirismo
Segundo Abbagnano (2012), foi uma corrente filosófica para a qual a experiência era critério ou norma da verdade; o empirismo não se opõe à razão nem a nega, a não ser quando a razão pretende estabelecer verdades necessárias, que valham em absoluto, de tal forma que seria inútil ou contraditório submetê-las a controle.
Locke
Locke pode ser considerado um dos primeiros racionalistas. Podemos afirmar que sua lógica é o conhecimento que surge a partir da razão e da empiria. Fora desse campo, é apenas matéria de opinião ou, como diríamos, “achismo”.
Considerando a razão e a empiria, o conhecimento seria a construção de um processo observatório – interpretativo. Apesar disso, suas dinâmicas são diferentes entre os autores.
Immanuel Kant
Filósofo prussiano amplamente considerado como o principal filósofo da era moderna, Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental e a tradição empírica inglesa.
Martinho Lutero
Lutero nasceu em 1483, na atual Alemanha. Jovem, entrou para a ordem dos Agostinianos e, como monge, estudou com afinco a Bíblia. Seus estudos o levaram a questionar a prática católica.
O Nome da Rosa
Um monge franciscano investiga uma série de assassinatos em um remoto mosteiro italiano. Isso provoca uma guerra ideológica entre os franciscanos e os dominicanos, enquanto o monge lentamente soluciona os misteriosos assassinatos.
O papa era infalível
É importante destacar que leitura de infalibilidade papal é posterior.
A infalibilidade papal, no que concerne à doutrina, foi estabelecida no Concílio Vaticano I (primeiro): 1869 -1870
No entanto, desde Gregório VII, em um documento chamado Dictatus Papae, é afirmada continuamente a ideia de que a Igreja é uma herança direta de Jesus e o papa é sua escolha, junto com os seus sucessores Pedro e Paulo, criando o discurso que se aproxima da lógica de infalibilidade.
Santo Inácio de Loyola
Fundador da Companhia de Jesus, uma das mais importantes ordens eclesiásticas, encarregada da conversão e catequese de fiéis. Seus membros, denominados jesuítas, desenvolveram práticas pedagógicas que, na América, foram aplicadas aos indígenas para obter sua conversão ao catolicismo. Os jesuítas foram, então, os pioneiros na Educação no Brasil.
De fato, a presença jesuítica foi tão marcante e está tão arraigada em nossa cultura que julgamos que eles estiveram presentes desde o início da colonização. Quando vemos obras como o quadro A Primeira Missa no Brasil, de Vitor Meirelles, nosso imaginário de imediato nos faz acreditar que o padre que rezou essa missa era um jesuíta, o que não é correto. Frei Henrique Soares de Coimbra, quem oficia o primeiro culto, era franciscano. Em 1500, a ordem jesuíta ainda não existia, foi criada por Inácio de Loyola em 1534.
Johann Heinrich Pestalozzi
Pestalozzi nasceu na Suíça do século XVIII; tinha uma formação religiosa sólida e durante sua vida buscou o que seria, em sua concepção, a melhor forma de servir e de ajudar o próximo. Assim, dedicou-se à Educação e a encontrar maneiras eficientes e completas de educar as crianças.
Johann Friedrich Herbart
Johann Friedrich Herbart foi um filósofo, psicólogo e pedagogista alemão, fundador da Pedagogia como disciplina acadêmica.
Psicologia
Essa aproximação mudou fundamentalmente o pensamento pedagógico, influenciando alguns de seus mais importantes pensadores, como Jean Piaget (1896-1980), e construindo a psicologia do desenvolvimento.
Friedrich Wilhelm August Fröbel
Nascido na Prússia, Friedrich Wilhelm August Fröbel foi aluno de Johann Heinrich Pestalozzi. Suas teorias pedagógicas reconheciam que as crianças têm necessidades e capacidades únicas, servindo de base para a educação moderna. Ele foi o responsável por criar o conceito de "jardim de infância“ e também desenvolveu os brinquedos educacionais conhecidos como presentes/dons de Froebel.
Ludicidade
Luckesi (apud ALBUQUERQUE, 2016, p. 128) afirma que o lúdico situa-se na esfera do simbólico, caracterizando-se assim como uma experiência do sujeito, o modo como a pessoa se comporta.
Segundo Luckesi, algumas atividades, como as brincadeiras e os jogos, só serão verdadeiramente lúdicas se propiciarem uma experiência de plenitude à pessoa que as vivencia.
Concepção de Educação no Pensamento de John Locke
 Noções Introdutórias
 Objeto dessa pesquisa é analisar a concepção do pensamento educacional realizado por John Locke na obra Pensamentos sobre a educação. Ressalta-se que presente trabalho possui caráter meramente expositivo do referido texto publicado na Revista Digital EFDEPORTES de Buenos Aires.
           
Parafraseando o referido texto, podemos chegar algumasconclusões do objeto de estudo de Locke, primeiramente o referido filósofo trata da educação física, aquela voltada à postura da pessoa perante a sociedade. E, ainda, Locke faz menção à educação relacionada ao trabalho, consequentemente desenvolvimento e progresso.
      Dentre essas consideração, esclarece-se novamente, que as infra argumentações são fundamentadas pelo texto de Carlos Herold Junior, que fez uma excelente trabalho sobre o pensamento Lockiano, nada mais justo de que citar a sua grande influência sobre este trabalho, inclusive no que se refere as conclusões acerca do pensamento Lockiano.
1. A educação no pensamento de Locke[1]
 Parafraseando Herold Jr., John Locke, no que tange a seu pensamento educacional é analisado de forma ampla nos manuais de história de educação e por grandes estudiosos da educação na sociedade. Vale observar que a admiração que pensamento educacional de Locke recebe está constantemente ligado com a importância que o filósofo inglês atribui ao corpo e à educação física, voltada ao modo como os sujeitos vivem. Enguita (1986), ao redigir uma apresentação e introdução da tradução espanhola dos Pensamentos sobre a educação, depois de ter listado algumas características da obra, afirma que Locke tinha uma "especial atenção prestada à educação física" (ENGUITA, 1986, p. 14).
 O renomado autor Cambi também se posiciona no mesmo sentido, afirmando algumas características da educação física no filósofo inglês:
 “A educação do corpo (ou "vaso de argila", como se exprime Locke) deve ser marcada pela regra do "endurecimento", que exclui a excessiva "delicadeza" e os "demasiados cuidados", exige um modo de vestir, nem leve nem pesado, que permita a robustez, e uma vida "ao ar livre", válida tanto para os rapazes como para as moças”. (CAMBI, 1999, p. 319).
 Contrapondo essa afirmação da relevância da educação física para a formação do gentleman está a constatação de que John Locke pensou e escreveu suas análises educacionais com os olhos voltados para as classes dirigentes que, na Inglaterra do século XVII, formavam-se pelos conflitos e mútuas influências entre a decadente nobreza feudal e nascente burguesia. Enguita, enfatizando as relações entre Locke e a burguesia,
 Enguita vai além em sua análise dos vínculos históricos de Locke e sublinha o fato de Locke estar buscando criar um pensamento educacional que ambicionava justificar e legitimar as diferenças sociais:
 “Se a educação é o que cria as diferenças, parece que daí deveria seguir-se a utilidade e a necessidade daquela para terminar com estas. Mas as desigualdades sociais não são nada que tire o sono ao protegido de Lord Shaftesbury. Locke está perfeitamente convencido que todo o mundo está bem onde está, de que não se trata de empregar a educação para com as diferenças, mas para adaptar-se a elas”(ENGUITA, 1986, p.15).
 Cambi (1999) observa também os inegáveis vínculos entre John Locke e o capitalismo inglês reconhecendo o caráter classista da educação lockiana, afirmando paralelamente o valor da educação e da filosofia de Lo>“Que Locke afinal não tenha levado em nenhuma conta o problema da educação do povo, como já foi muitas vezes destacado, ou que o tenha resolvido de forma caritativa ou através de escolas de trabalho forçado para os rapazes pobres, isso não vem prejudicar o valor teórico de sua proposta pedagógica”(CAMBI, 1999, p.321).
 Concluí-se, portanto, que a historiografia reconhece o valor das ideias de Locke em relação à educação física, bem como a necessidade de entender a educação do corpo como relacionada com o processo de transformação social que ocorria na Inglaterra de forma específica e em toda Europa de forma ampla.
  1.2. A educação, corpo e trabalho nos "Pensamentos sobre a educação" (1693)
 O filósofo inglês atribuiu grande importância ao desenvolvimento da capacidade de trabalho, entendida aqui, como a inteligência e a força necessárias ao gentleman e ao homem de negócios para fazer com que suas riquezas aumentem de forma legítima. Consoante com sua filosofia do conhecimento, elaborada no Ensaio acerca do entendimento (1973), vemos que Locke só atribui um caráter natural e divino à igualdade entre homens. A diferenças entre eles residiria no desenvolvimento dessa capacidade do trabalho que, necessariamente se daria pelas relações sociais que se estabelecem na sociedade. É aqui que ganha relevo a problemática educativa no interior da filosofia de Locke. A educação assume um lugar de destaque que é expresso por Locke da seguinte maneira:
 “A felicidade e a desgraça do homem são, em grande parte, sua própria obra. Aquele que não dirige seu espírito sabiamente, não tomará nunca o caminho certo, e aquele que cujo corpo seja doente e débil, nunca poderá avançar por ele. Reconheço que alguns homens têm uma constituição corporal e espiritual tão vigorosa e tão bem modelada pela natureza, que apenas necessitam de um auxílio dos demais.[...] Entretanto os exemplos deste gênero são bem escassos e penso que se pode afirmar de que todos os homens com os quais encontramos, nove partes de dez são que são, bons ou maus, úteis ou inúteis, pela educação que tenham recebido(LOCKE, 1986, p. 31)”.
 O vínculo de Locke com a nascente burguesa se expressa claramente nos seus conselhos. Quando se trata de mostrar essa importância que a educação possui, afirmando que "É um mau cálculo fazê-lo rico de dinheiro e pobre de espírito" (p.122), Locke adverte:
 “Economiza todo o que puderes em brinquedos, roupas e outros gastos inúteis, mas não economize em uma parte tão necessária como esta. É um mau cálculo fazê-lo rico de dinheiro e pobre de espírito. Com profundo assombro temos visto pais que esbanjam sua fortuna para dar a seus filhos belas roupas, [...] e que ao mesmo tempo debilitam seu espírito e não se preocupam de esconder a mais vergonhosa das nudezes, ou seja, sua ignorância e suas más inclinações(LOCKE, 1986, p.122).”
Essa advertência é necessária, pois Locke verificou a necessidade de se escolher um preceptor que estivesse à altura desenvolver seu plano educativo da maneira a mais completa. Por conta disso, os gastos com a educação deveriam ser fatores secundários, se comparados com as exigências a serem buscadas no preceptor:
 “O preceptor não dever sem somente um homem bem educado; é preciso que conheça o mundo, os costumes, os gostos, as loucuras, as mentiras, as faltas do século em que o destino tem lançado, sobretudo, o país que vive. É preciso que saiba fazer conhecer e descobrir todo isto a seus discípulos, à medida que este se capacita para compreendê-lo; que o ensine a conhecer os homens e seus caracteres; que descubra a careta que disfarçam com freqüência seus títulos e suas pretensões; que faça distinguir o que está oculto no fundo destas aparências.” (LOCKE, 1986, p. 127).
 Tão importante quanto à educação, está, como afirmam Aranha (2006), Manacorda (2006) e Cambi (1999), a educação do corpo. Locke começa sua obra citando as palavras de Juvenal, dizendo que ele quer formar um homem de espírito forte em um corpo também fortalecido. Além disso, depois das considerações introdutórias, ele inicia suas análises com uma seção chamada Sobre a saúde, justificando que um corpo saudável é necessário para quem quiser ter um importante "papel no mundo" (LOCKE, 2006, p.35).
 Ele fala sobre o cuidado na escolha das roupas, sobre a importância de acostumar a criança aos banhos frios e a suportarem também o calor, sobre a natação e sobre o contato com o ar livre. Interessante observar que, no que diz respeito à alimentação, o autor chega às minúcias, sugerindo alimentos, quantidades, validando ou refutando práticas aceitas em relação ao açúcar, condimentos, leite, falta de apetite, bebidas, frutas, sono e a importância do levantar-se cedo, sobre a moderação à mesa e a necessidade de horários determinados para as refeições.
Locke não secundarizou os conteúdos intelectuais da educação, mas não os enxergava como fins últimos da prática educativa: "A leitura, a escrita, a instrução, tudo creio que seja necessário,mas não acredito que seja a parte principal da educação". Ele justifica dizendo que: "Imagino que me tomarias por um louco se não estimasse infinitamente mais a um homem virtuoso e prudente que a um escolar perfeito" (LOCKE, 1986, p.208). Ao iniciar suas reflexões sobre a questão do corpo, além do caráter pragmático que essa modalidade educativa tem, notamos no autor que ela exerceu um papel de sustentador lógico para explicitar suas considerações sobre as outras modalidades educativas. É o que vemos quando Locke observa:
 “Como a fortaleza do corpo consiste principalmente em ser capaz de resistir à fadiga, o mesmo ocorre com a do espírito. E o grande princípio ou fundamento de toda virtude se apóia nisso, em que o homem seja capaz de recusar-se a satisfação de seus próprios desejos, de contrariar suas próprias inclinações e seguir somente o que sua razão dita como o melhor, ainda que o apetite se incline em outro sentido.”(LOCKE, 1986, p. 67).
 A educação do corpo para Locke deve ser dar na construção do hábito. Assumindo que o excesso de zelo das mães amolecem o caráter e o corpo da criança assume que "É preciso que os meninos sejam endurecidos para todos os sofrimentos, sobretudo, para os do corpo. Não devem ser sensíveis senão para os que despertam em um coração bem nascido, a vergonha e um vivo sentimento de honra" (LOCKE, 1986, p.155). Por outro lado, os castigos, sobretudo os que envolvem sofrimento corporal são alvo de grande atenção e preocupação pela parte de Locke. A diferença entre educar pelo endurecimento e o castigo é claro, afinal, uma coisa seria utilizar a dor e o sofrimento para educar o corpo e o espírito, outra coisa seriam utilizá-las para punir as faltas cometidas pelo jovem cavalheiro. Locke, assim, recomenda, no que tange aos castigos, prudência:
 “Os golpes e os demais castigos servis e corporais não convém, pois, como meio de disciplina na educação de uma criança que queremos fazer um homem prudente, bom e ingênuo e, por conseguinte, raras vezes será aplicado e somente em grandes ocasiões, em casos extremos.”(LOCKE, 1986, p.79).
Podemos ver nessa prudência, o relevo que ganha o corpo e a atuação educacional sobre ele. Nas considerações de Locke, a não observância entre a sábia medida entre a rigidez e liberalidade, entre carinho e violência, redundaria no fracasso da empresa educativa, que no caso da Inglaterra, inviabilizaria a justificativa e o acesso a mais riquezas, bem como impossibilitaria uma sociedade politicamente baseada na proteção das forças de trabalho naturalmente depositadas, mas socialmente desenvolvidas pela educação e educação física. Nesse ínterim, salta aos olhos a forma como Locke, ao defender e descrever as formas de se educar fisicamente está, no fim, endossando a necessidade da transformação social que, no século seguinte, proporcionaria o liberalismo e a revolução industrial.
 Considerações finais
 Ao analisar o pensamento educacional de Locke do século XVII, sobre o fato de o filósofo considerar a educação física somente para o gentleman e/ou o homem de negócios, implica também o cuidado para se reconstruir o ambiente social, econômico e político que explica tal fenômeno.
 
No século XVII, a sociedade inglesa nos mostra a educação fisicamente. Entretanto a abrangência das práticas educativas modernas, que teve em Locke um de seus principais sistematizadores, bem como a diferença entre essas práticas e a educação da nascente classe trabalhadora é o que deve ser analisado e entendido.
 Locke em seu pensamento educacional o que Adorno (1985) chamou de "amor e ódio ao corpo" nos albores da modernidade: ao mesmo tempo em que o corpo foi exaltado, cultivado e elogiado ele passa também a receber um tratamento que o mutila, instrumentaliza-o e o castiga de uma forma altamente "educativa". É esse relacionamento marcado por contradições e combinações que ata de forma firme as problemáticas que dizem respeito ao corpo, ao trabalho e à educação.
 É o que observamos em Locke. São as relações e mediações entre essas três considerações que, ao mesmo tempo, inaugura uma sociedade que se via como liberdade, como igualdade, como expressão da luta contra as opressões, mas que, paralelamente, condicionava o nascimento de um modo de produção em que a exploração do trabalho alheio se dá com a justificativa de ser ela uma relação "inescapável" e juridicamente legítima.
 Referências
HEROLD JUNIOR, Carlos. Trabalho, corpo e educação em John Locke. Buenos Aires: http://www.efdeportes.comRevista Digital – ano 12, nº 108. 2007. Acesso em 06/09/2012, às 13h.
Mat
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tória da Educação
 
Positivistas
 
Conforme Abbagnano (2012), o positivismo foi adotado por Augusto Comte 
para a sua filosofia e, graças a ele, passou a designar uma grande corrente 
filosófica que, na segunda metade do séc. XIX, teve numerosí
ssimas e 
variadas manifestações em todos os países do mundo ocidental. A 
característica do positivismo é a romantização da Ciência, sua devoção como 
único guia da vida individual e social do ser humano, único conhecimento, 
única moral, única religião possí
vel. O positivismo acompanha e estimula o 
nascimento e a afirmação da organização técnico
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industrial da sociedade 
moderna e expressa a exaltação otimista que acompanhou a origem do 
industrialismo.
 
Burguês
 
Originalmente, designava
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como burguês todo aquele que habitava o burgo. 
Essa referência fazia uma clara distinção entre aquele que vivia na urbe 
(cidade ou burgo) e aquele que habitava o feudo (campo ou área rural).
 
Novo tipo de família
 
Nem sempre a família foi estruturada da for
ma como conhecemos. Na Idade 
Média, a vida social possuía um caráter eminentemente coletivo, diferente do 
mundo privado dos dias atuais. O próprio sentido de privacidade era 
desconhecido. As atividades eram coletivas e um indivíduo se caracterizava 
pelo se
u ofício e pelo papel social a ele atribuído.
 
No século XI, o bispo Adalberon de Laon expressou o que viria a ser uma das 
mais famosas descrições da sociedade medieval:
 
“A casa de Deus, que se crê una, está, portanto, dividida em três: alguns oram, 
outros 
combatem e outros trabalham. Essas três partes que coexistem não 
estão sujeitas à disjunção: os serviços prestados por uma delas são a condição 
das obras das duas outras” (LAON, 1033 apud COMBY, 2001, p. 150).
 
Podemos perceber que era uma sociedade extrema
mente interligada. A vida 
particular possuía pouco espaço naquele mundo. Somente com a crise do 
século XIV mudanças significativas começam a ser evidenciadas. O 
crescimento da burguesia e sua posterior consolidação como grupo social 
possui um papel central
 
nessa mudança.
 
Ideologia
 
Segundo Abbagnano (2012), pode
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se denominar Ideologia toda crença usada 
para o controle dos comportamentos coletivos, entendendo
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se o termo crença, 
em seu significado mais amplo, como noção de compromisso da conduta, que 
pode ter ou não validade objetiva.
 
Matérias ocultas do Tema 3 de História da Educação 
Positivistas 
Conforme Abbagnano (2012), o positivismo foi adotado por Augusto Comte 
para a sua filosofia e, graças a ele, passou a designar uma grande corrente 
filosófica que, na segunda metade do séc. XIX, teve numerosíssimas e 
variadas manifestações em todos os países do mundo ocidental. A 
característica do positivismo é a romantização da Ciência, sua devoção como 
único guia da vida individual e social do ser humano, único conhecimento, 
única moral, única religião possível. O positivismo acompanha e estimula o 
nascimento e a afirmação da organização técnico-industrial da sociedade 
moderna e expressa a exaltação otimista que acompanhou a origem do 
industrialismo. 
Burguês 
Originalmente, designava-se como burguês todo aquele que habitava o burgo. 
Essa referência fazia uma clara distinção entre aquele que vivia na urbe 
(cidade ou burgo) e aquele que habitava o feudo (campo ou área rural). 
Novo tipo de família 
Nem sempre a família foi estruturadada forma como conhecemos. Na Idade 
Média, a vida social possuía um caráter eminentemente coletivo, diferente do 
mundo privado dos dias atuais. O próprio sentido de privacidade era 
desconhecido. As atividades eram coletivas e um indivíduo se caracterizava 
pelo seu ofício e pelo papel social a ele atribuído. 
No século XI, o bispo Adalberon de Laon expressou o que viria a ser uma das 
mais famosas descrições da sociedade medieval: 
“A casa de Deus, que se crê una, está, portanto, dividida em três: alguns oram, 
outros combatem e outros trabalham. Essas três partes que coexistem não 
estão sujeitas à disjunção: os serviços prestados por uma delas são a condição 
das obras das duas outras” (LAON, 1033 apud COMBY, 2001, p. 150). 
Podemos perceber que era uma sociedade extremamente interligada. A vida 
particular possuía pouco espaço naquele mundo. Somente com a crise do 
século XIV mudanças significativas começam a ser evidenciadas. O 
crescimento da burguesia e sua posterior consolidação como grupo social 
possui um papel central nessa mudança. 
Ideologia 
Segundo Abbagnano (2012), pode-se denominar Ideologia toda crença usada 
para o controle dos comportamentos coletivos, entendendo-se o termo crença, 
em seu significado mais amplo, como noção de compromisso da conduta, que 
pode ter ou não validade objetiva.

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