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1 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUCIENE RODRIGUES CARAÇA ROCHA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO NA CIDADE DE SANTA ISABEL Professor Orientador: Elisabete Chia I Huang Mogi das Cruzes, SP 2019 2 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES LUCIENE RODRIGUES CARAÇA ROCHA 11171401642 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO NA CIDADE DE SANTA ISABEL Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para avaliação da banca. Professor Orientador: Elisabete Chia I Huang Mogi das Cruzes, SP 2019 3 LUCIENE RODRIGUES CARAÇA ROCHA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO NA CIDADE DE SANTA ISABEL Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para avaliação da banca. Aprovado em: ________________________ BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Professor Orientador Elisabete Chia I Huang Universidade de Mogi das Cruzes ____________________________________ Professor Convidado Universidade de Mogi das Cruzes ____________________________________ Arquiteto Convidado 4 Agradeço Á Deus por ter me sustentado até aqui. Á professora e orientadora Elisabete, que me orientou da melhor forma possível. Á minha família, esposo e filhos que estiveram ao meu lado durante esses cinco anos e sempre me fizeram acreditar nos meus sonhos e que seria possível chegar até aqui. 5 RESUMO Os Terminais Rodoviários são muito importantes para o transporte público nas cidades, porém em algumas cidades esses espaços estão sofrendo com o desuso e abandono, não atendendo as necessidades de seus usuários, como é o caso que se pode observar no terminal rodoviário da cidade de Santa Isabel – S.P. Sendo assim, o presente trabalho apresenta a proposta de uma melhoria para o terminal rodoviário de Santa Isabel, com uma melhor infraestrutura que possa garantir conforto, segurança, e comodidade, atendendo as necessidades da população. Para a realização desse trabalho foram adotadas metodologias de revisão bibliográfica, estudos de caso de terminais rodoviários nacionais e internacionais, visitas técnicas, e estudos da área de intervenção, afim de elaborar um programa de necessidades básico que atenda o projeto do novo terminal rodoviário. Palavras-Chave: Terminal Rodoviário; Transporte Público; Santa Isabel; Cidades; 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1– Omnibus, típico da primeira metade do século XIX .............................................................. 28 Figura 2 – Bonde puxado por cavalos no século XVIII .......................................................................... 28 Figura 3 – Bonde elétrico típico no início do século XIX ....................................................................... 28 Figura 4 – Ônibus típico do início do século XX .................................................................................... 29 Figura 5 – Trólebus utilizado na década de 1930 ................................................................................. 29 Figura 6 – Papas – filas, inventado durante a segunda guerra mundial ............................................... 30 Figura 7 – Ônibus articulado início da década de 1980 ........................................................................ 30 Figura 8 – Ônibus monobloco que marcou os anos de 1950 ................................................................ 30 Figura 9- Alfa- Romeo- FNM-1960 ........................................................................................................ 31 Figura 10- Double- Decker urbano- 1987 ............................................................................................. 31 Figura 11- Monobloco O- 371- 1992 .................................................................................................... 32 Figura 12- Ônibus híbrido- 1999 ........................................................................................................... 32 Figura 13- Double- Decker- 1995 .......................................................................................................... 32 Figura 14- Viale BRT- 2011 ................................................................................................................... 33 Figura 15- Audace – 2012 ..................................................................................................................... 33 Figura 16- Paradiso 1350- 2015 ............................................................................................................ 34 Figura 17- Paradiso DD 1800- 2016 ...................................................................................................... 34 Figura 18- Início das obras do Terminal Tietê ....................................................................................... 35 Figura 19- Terminal Tietê atualmente .................................................................................................. 35 7 Figura 20 – Terminal de ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig .................................................... 38 Figura 21 - Estrutura metálica simples impõe leveza estrutural ........................................................... 38 Figura 22 – Cobertura de vidro da travessia de pedestres ................................................................... 39 Figura 23 – Cobertura sem fechamentos, proporcionando transparência visual ................................. 39 Figura 24 – Planta Baixa ....................................................................................................................... 39 Figura 25 – Plataformas ....................................................................................................................... 40 Figura 26 – Implantação ....................................................................................................................... 40 Figura 27 – Perspectiva ........................................................................................................................ 40 Figura 28 – Cobertura........................................................................................................................... 41 Figura 29 – Localização e Entorno ........................................................................................................ 41 Figura 30 – Acesso Principal ................................................................................................................. 43 Figura 31- Terminal Lapa ...................................................................................................................... 43 Figura 32 – Acesso secundário ............................................................................................................. 44 Figura 33 – Detalhe cobertura metálica ............................................................................................... 44 Figura 34 – Detalhe da cobertura ......................................................................................................... 44 Figura 35 – Planta Praça .......................................................................................................................44 Figura 36 – Planta Plataformas............................................................................................................. 45 Figura 37 – Corte longitudinal .............................................................................................................. 45 Figura 38 – Corte transversal ............................................................................................................... 45 Figura 39 – Detalhamento da cobertura .............................................................................................. 46 8 Figura 40 – Localização e Implantação ................................................................................................. 46 Figura 41- Vista dos terminais .............................................................................................................. 48 Figura 42- Vista da entrada .................................................................................................................. 48 Figura 43- Hall de entrada .................................................................................................................... 48 Figura 44- Planta baixa ......................................................................................................................... 49 Figura 45- Corte.................................................................................................................................... 49 Figura 46- Elevação fundos .................................................................................................................. 49 Figura 47- Elevação da fachada ............................................................................................................ 50 Figura 48- Elevação lateral direita ........................................................................................................ 50 Figura 49- Elevação lateral esquerda ................................................................................................... 50 Figura 50- Implantação ........................................................................................................................ 51 Figura 51- Diagrama da concepção do projeto..................................................................................... 51 Figura 52- Diagrama final do projeto ................................................................................................... 51 Figura 53- Interior do Terminal ............................................................................................................ 53 Figura 54- Acesso Ônibus Urbano ........................................................................................................ 53 Figura 55- Elevador de acesso Subsolo................................................................................................. 54 Figura 56- Área que separa a plataforma ............................................................................................. 54 Figura 57- Vista de dentro para fora .................................................................................................... 54 Figura 58- Entrada Estacionamento Subsolo ........................................................................................ 54 Figura 59- Estacionamento no subsolo ................................................................................................ 54 9 Figura 60- Implantação ........................................................................................................................ 55 Figura 61- Planta estacionamento subsolo .......................................................................................... 55 Figura 62- Corte A-A ............................................................................................................................. 55 Figura 63- Corte B-B e C-C .................................................................................................................... 56 Figura 64- Fachada Norte ..................................................................................................................... 56 Figura 65- Fachada Sul ......................................................................................................................... 56 Figura 66- Fachada Leste e Oeste ......................................................................................................... 57 Figura 67- Localização .......................................................................................................................... 57 Figura 68- Vista aérea........................................................................................................................... 60 Figura 69- Balcão de informação .......................................................................................................... 60 Figura 70- Área de espera .................................................................................................................... 60 Figura 71- Plataformas dos ônibus intermunicipal ............................................................................... 61 Figura 72- Área de espera dos ônibus urbanos .................................................................................... 61 Figura 73- Guichês ................................................................................................................................ 61 Figura 74- Área administrativa ............................................................................................................. 61 Figura 75- Sanitários ............................................................................................................................. 61 Figura 76- Lanchonete e Café ............................................................................................................... 61 Figura 77- Área de serviço .................................................................................................................... 62 Figura 78- Estacionamento................................................................................................................... 62 Figura 79- Estacionamento dos ônibus ................................................................................................ 62 10 Figura 80- Plataformas dos ônibus intermunicipais ............................................................................. 62 Figura 81- Bebedouros acessível .......................................................................................................... 62 Figura 82- Telefones Público ................................................................................................................ 62 Figura 83- Áreas de espera ................................................................................................................... 63 Figura 84- Foto Aluna Luciene .............................................................................................................. 63 Figura 85- Croqui de Implantação ........................................................................................................ 63 Figura 86- Vista aérea........................................................................................................................... 65 Figura 87- Entrada do terminal vindo do parque ................................................................................. 65 Figura 88- Área de Bicicletário ............................................................................................................. 65 Figura 89- Serviço de passes e achados e perdidos .............................................................................. 65 Figura 90- Emprega Mogi/ADM/sanitários........................................................................................... 65 Figura 91- Travessia de pedestres coberta ...........................................................................................66 Figura 92- Plataformas ônibus urbano ................................................................................................. 66 Figura 93- Plataformas ônibus urbano ................................................................................................. 66 Figura 94- Estacionamento ônibus ....................................................................................................... 66 Figura 95- Área de espera .................................................................................................................... 66 Figura 96- Área de manobra ................................................................................................................. 66 Figura 97- Entrada Principal ................................................................................................................ 67 Figura 98- Foto Aluna Luciene .............................................................................................................. 67 Figura 99- Croqui da Implantação ........................................................................................................ 67 11 Figura 100- Vista aérea......................................................................................................................... 69 Figura 101- Guarda Volume ................................................................................................................. 69 Figura 102- Plataforma dos ônibus....................................................................................................... 69 Figura 103- Sanitários acessíveis .......................................................................................................... 69 Figura 104- Balcão de informações ...................................................................................................... 69 Figura 105- lanchonetes ....................................................................................................................... 70 Figura 106 - Área de espera ................................................................................................................. 70 Figura 107 - Área de táxi ...................................................................................................................... 70 Figura 108- Plataformas de Ônibus ...................................................................................................... 70 Figura 109- Estacionamento de Ônibus................................................................................................ 70 Figura 110- Área de espera da plataforma ........................................................................................... 70 Figura 111- Plataformas de Ônibus ...................................................................................................... 71 Figura 112- Estacionamento ................................................................................................................. 71 Figura 113- Croqui da Implantação ...................................................................................................... 71 Figura 114- Croqui de Implantação ...................................................................................................... 73 Figura 115- Saída dos ônibus intermunicipais ...................................................................................... 73 Figura 116- saída dos ônibus urbanos .................................................................................................. 73 Figura 117- Travessia de pedestres ...................................................................................................... 73 Figura 118- Guichê Pássaro Marrom .................................................................................................... 73 Figura 119- Guichê Transdutra ............................................................................................................. 74 12 Figura 120- Área Comercial .................................................................................................................. 74 Figura 121- Ponto Taxi.......................................................................................................................... 74 Figura 122- Foto da Aluna Luciene ....................................................................................................... 74 Figura 123- Ponto de ônibus do Polo de Arujá ..................................................................................... 74 Figura 124- Vista aérea......................................................................................................................... 74 Figura 125- Mapa de localização de Santa Isabel na RMSP .................................................................. 79 Figura 126- Território de Santa Isabel .................................................................................................. 79 Figura 127- Mapa de Zoneamento de Santa Isabel .............................................................................. 81 Figura 128- Vegetação de Santa Isabel ................................................................................................. 82 Figura 129- Relevo de Santa Isabel ....................................................................................................... 82 Figura 130- Rota do ônibus na cidade de Santa Isabel ......................................................................... 83 Figura 131- Localização das Rodovias de acesso a Santa Isabel ........................................................... 84 Figura 132- Localização do Terminal Atualmente ................................................................................ 84 Figura 133- Plataforma Ônibus Urbano ................................................................................................ 85 Figura 134- Parada dos Ônibus Intermunicipal .................................................................................... 85 Figura 135- Vista para o Ginásio de Esportes ....................................................................................... 85 Figura 136- Sala de Passe ..................................................................................................................... 85 Figura 137- Sala de Administração ....................................................................................................... 85 Figura 138 - Sanitário Feminino ........................................................................................................... 85 Figura 139- Sanitário Masculino ........................................................................................................... 86 13 Figura 140- Estacionamento Público .................................................................................................... 86 Figura 141- Entrada do Parque da Cidade ............................................................................................ 86 Figura 142- ônibus estacionado ao lado da quadra .............................................................................. 86 Figura 143- Ginásio de Esportes ........................................................................................................... 86 Figura 144- Espaço do Terminal ........................................................................................................... 86 Figura 145- Espaço do Terminal ........................................................................................................... 87 Figura 146- Espaço do Terminal ........................................................................................................... 87 Figura 147- Mapa – Cheios e Vazios ..................................................................................................... 87 Figura 148- Mapa - Área Permeável .....................................................................................................88 Figura 149- Mapa - Gabarito de Altura ................................................................................................. 88 Figura 150- Mapa - Uso e Ocupação do Solo ........................................................................................ 89 Figura 151- Mapa - Fluxo Viário ........................................................................................................... 89 Figura 152 – Ventos Predominantes .................................................................................................... 90 Figura 153- Nascer do Sol Leste ........................................................................................................... 91 Figura 154- Pôr do Sol Oeste ................................................................................................................ 91 Figura 155- Cobertura com Pergolado e vidro autolimpante ............................................................. 117 Figura 156- Estrutura metálica ........................................................................................................... 118 Figura 157- Telhas zipadas ................................................................................................................. 118 Figura 158- Brise vegetal .................................................................................................................... 119 Figura 159- Piso Drenante .................................................................................................................. 119 14 Figura 160- Revista de Santa Isabel de 1973 ...................................................................................... 134 Figura 161- Revista de Santa Isabel de 1973 ...................................................................................... 134 Figura 162- Jardineira 1938 ................................................................................................................ 134 Figura 163- Jardineira 1935 ................................................................................................................ 134 Figura 164- Empresa de Ônibus de Santa Isabel 1940 ........................................................................ 135 Figura 165- Ônibus Pássaro Marrom 1964 ......................................................................................... 135 Figura 166- Ônibus Pássaro Marrom 1982 ......................................................................................... 135 Figura 167- Parada na Praça da Bandeira anos 90 ............................................................................. 135 Figura 168- Parada Rua Conego Bicudo anos 2000 ............................................................................ 135 Figura 169- Antigo Transporte Escolar anos 80 .................................................................................. 135 Figura 170- Evolução dos Ônibus da Transporte e Turismo Eroles anos 70, 80 e 90 .......................... 136 Figura 171- Terreno onde está localizado o Terminal atualmente – Utilizado para a IV Festa do Peão 1991. .................................................................................................................................................. 136 15 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Análise de Swot- Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig ........................... 42 Tabela 2- Análise de Swot – Terminal de Ônibus Urbano da Lapa ....................................................... 47 Tabela 3- Análise de Swot- Terminal de Ônibus Oeste Kayseri ............................................................ 52 Tabela 4- Análise de Swot- Terminal de Ônibus Osijek ........................................................................ 58 Tabela 5- Comparativo dos Estudos de Caso ........................................................................................ 59 Tabela 6- Tabela de Swot- Rodoviária de Jacareí ................................................................................. 64 Tabela 7- Termina Rodoviário Estudantes ............................................................................................ 68 Tabela 8- Terminal Rodoviário Geraldo Scavone .................................................................................. 72 Tabela 9- Rodoviária de Arujá .............................................................................................................. 75 Tabela 10- Comparativo das visitas técnicas ........................................................................................ 76 Tabela 11- Classificação de Terminais Rodoviários ............................................................................ 114 Tabela 12- Programa de Necessidades ............................................................................................... 114 Tabela 13- Agenciamento .................................................................................................................. 119 16 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 20 1.1 Introdução ao Tema ........................................................................................................................ 21 1.2 Problematização ............................................................................................................................. 21 1.3 Objetivos Geral e Específico .......................................................................................................... 21 1.4 Justificativa .................................................................................................................................... 22 2 FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA .................................................................................................... 23 2.1 Definição do Tema ......................................................................................................................... 23 2.1.1 Classificação dos Terminais ........................................................................................................ 24 2.1.2 Fatores para a escolha da localização e planejamento do terminal .............................................. 24 2.2 REVISÃO HISTÓRICA DO TEMA.............................................................................................. 25 2.2.1 Breve histórico da evolução do transporte urbano ....................................................................... 25 2.2.2 Os primeiros transportes públicos e sua evolução ....................................................................... 27 2.2.3 O maior terminal rodoviário do Brasil ......................................................................................... 34 2.2.4 Mobilidade urbana e a cidade ...................................................................................................... 35 3 ESTUDOS DE CASO ....................................................................................................................... 37 3.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL ................................................................................................. 37 3.1.1 Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig, Ribeirão Preto................................... 37 3.1.1.1 Análise Crítica .......................................................................................................................... 41 3.1.2 Terminal de Ônibus Urbano da Lapa, São Paulo ......................................................................... 42 17 3.1.2.1 Análise Crítica .......................................................................................................................... 46 3.2 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL .....................................................................................47 3.2.1 Terminal de Ônibus Oeste de Kayseri ......................................................................................... 47 3.2.1.1 Análise Crítica .......................................................................................................................... 52 3.2.2 Rodoviária em Osijek .................................................................................................................. 52 3.2.2.1 Análise Crítica .......................................................................................................................... 57 3.3 COMPARATIVO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO .................................................................. 58 4 VISITAS TÉCNICAS ....................................................................................................................... 59 4.1 Rodoviária de Jacareí ..................................................................................................................... 59 4.1.1 Análise Crítica ............................................................................................................................. 63 4.2 Terminal Rodoviário Estudantes .................................................................................................... 64 4.2.1 Análise Crítica ............................................................................................................................. 67 4.3 Terminal Rodoviário Geraldo Scavone .......................................................................................... 68 4.3.1 Análise Crítica ............................................................................................................................. 71 4.4 Rodoviária de Arujá ....................................................................................................................... 72 4.4.1 Análise Crítica ............................................................................................................................. 75 4.5 COMPARATIVO ENTRE AS VISITAS TÉCNICAS ................................................................... 75 5 O LOCAL DE INTERVENÇÃO ...................................................................................................... 77 5.1 Histórico da Cidade de Santa Isabel ............................................................................................... 77 5.2 Dados Estatísticos Municipal ......................................................................................................... 78 18 5.3 Zoneamento e Legislação Municipal .............................................................................................. 80 5.4 Aspectos Físicos ............................................................................................................................. 81 5.5 Local de Implantação e Análise da Localização ............................................................................. 83 5.5.1 Diagnóstico da Área de Implantação ........................................................................................... 87 5.5.2 Características Específicas do Terreno ........................................................................................ 90 6 Diretrizes e Premissas ...................................................................................................................... 92 6.1 Código Sanitário – Decreto Nº 12.342, 27 de setembro de 1978 .................................................... 92 6.2 Legislação Bombeiros - decreto nº 56.819, de 10 de março de 2011 .............................................. 95 6.3 Saídas de Emergência e Edifícios - NBR 9077 .............................................................................. 96 6.4 Lei da acessibilidade – NBR 9050 ................................................................................................. 96 6.5 Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros- MITERP .............................. 107 6.6 Lei Nº 2.833, de 23 de junho de 2016 .......................................................................................... 108 6.7 Código de Obras e Urbanismo - Lei Nº 551, de 31 de dezembro de 1969 .................................... 109 7 ESQUEMAS ESTRUTURANTES ................................................................................................. 113 7.1 Programa de Necessidades ........................................................................................................... 113 7.2 Perfil do Cliente ........................................................................................................................... 116 7.3 Conceito ....................................................................................................................................... 116 7.4 Partido Arquitetônico e Urbanístico ............................................................................................. 117 7.5 Agenciamento .............................................................................................................................. 119 7.6 Organograma ................................................................................................................................ 121 19 7.7 Fluxograma .................................................................................................................................. 123 7.8 Setorização ................................................................................................................................... 124 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 125 REFÊRENCIAS ................................................................................................................................. 126 APÊNDICE A – Estudos Preliminares ............................................................................................... 129 ANEXOS A - Fotos Antigas relacionadas aos Transportes na Cidade de Santa Isabel ...................... 133 20 1 INTRODUÇÃO Os terminais rodoviários são fundamentais para a mobilidade urbana de uma cidade, pois atendem as necessidades da população em se deslocar de um lugar para o outro, o objetivo desse trabalho é implantar um novo terminal rodoviário urbano de passageiros, utilizando o mesmo espaço ao qual ele se encontra atualmente, melhorando sua infraestrutura e atendendo as necessidades dos usuários da cidade de Santa Isabel, conhecida como “Paraíso da Grande São Paulo”. Os terminais foram surgindo conforme o crescimento da demanda na locomoção das pessoas, com o tempo foi se evoluindo tornando um espaço que abriga não apenas ônibus, mas também pequenos comércios e serviços, atualmente com o aumento do uso de automóveis para locomoção e a falta de políticas de mobilidade urbana, que possam oferecer melhorias no uso do transporte público coletivo em cidades pequenas, esse espaço vem sendo aos poucos esquecido e abandonado, porque a maioria das pessoas preferem usufruir da comodidade e facilidade que os automóveis oferecem, diante dessa situação é necessário entender a relação entre terminais rodoviários e usuários, levando em conta a importância que ele tem para a cidade como um lugar de convivência dentro do centro urbano. Para uma maior compreensão sobre o assunto foram feitas pesquisas com bases na dissertação de mestrado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “Procedimentos para a localização de terminais rodoviários interurbanos, interestaduais e internacionais de passageiros” de Ubiratan Pereira Soares, na tese de doutorado do Instituto Militar de Engenharia, curso de Ciências em transportes, “contribuição ao estudo de implantação de terminais urbanos de passageiros”, de Vânia Barcellos Gouvêa, além de consultas em livros como, “Escritos sobretransporte, trânsito e urbanismo” do autor Antônio Clóvis Coca Pinto Ferraz, e “Transporte urbano de passageiros: As contradições do poder público” da autora Karla Reis Cardoso Mello, e para uma melhor compreensão sobre a logística de um terminal rodoviário foram feitas visitas técnicas aos terminais rodoviários, nas cidades de Jacareí, Arujá e Mogi das Cruzes, e estudos de caso nacional e internacional, como o Terminal de ônibus Dra. Evangelina de Carvalho que está localizado em Ribeirão Preto, o Terminal de Ônibus Urbano na Lapa em São Paulo, o Terminal de ônibus Oeste de Kayseri localizado na Turquia e a Rodoviária Osijek localizado na Croácia, afim de aprofundar e aprimorar ainda mais os conhecimentos sobre o tema. 21 1.1 Introdução ao Tema Terminal Rodoviário é o ponto inicial ou final da rota de um ônibus seja ele Municipal ou Intermunicipal servindo para o embarque e desembarque de passageiros, diferentemente dos pontos de ônibus que servem apenas para paradas, os Terminais Rodoviários possuem uma complexidade e infraestrutura bem maior, alguns ainda oferecem diversos serviços como banho, despacho de encomendas, táxi, terminais com carregadores, caixa eletrônico, guarda volumes e lojas de variedades, visando sempre a comodidade de seus usuários enquanto esperam os ônibus. 1.2 Problematização Atualmente o Terminal Rodoviário Urbano de Santa Isabel opera apenas com os ônibus municipais da empresa Viação Suzano, que no momento está no município a caráter emergencial, a empresa possui 16 ônibus que circulam e mais 2 de reserva, sendo que 16 linhas são rotas urbanas e 31 linhas são rotas especiais que vão para a zona rural. Os ônibus da EMTU que tem por destinos Mogi das Cruzes via Dutra, São Paulo, Arujá, e Mogi via Calmon, acabam por não ter um espaço apropriado para ficar, fazendo o embarque e desembarque de forma rápida, e muitas vezes estacionam na rua ao lado do terminal, já os ônibus da empresa Viação Jacareí com destinos para Jacareí, Guararema, Igaratá e São José dos Campos, apenas passam pela cidade fazendo sua rota, vindo de Igaratá e São José dos Campos. No terminal não existe nenhuma área de descanso para os motoristas ou mesmo um local para se tomar um café ou comer um lanche, nem local coberto para os ônibus, o terminal dispõe de um grande terreno, porém mal aproveitado, possui apenas uma sala para fazer cartão de passe, uma sala administrativa e dois sanitários. A proposta desse trabalho consiste na implantação de um novo Terminal Rodoviário para a cidade de Santa Isabel, que atenda aos serviços de transporte público urbano e intermunicipal, e atenda as condições de acessibilidade e mobilidade, estabelecendo espaços apropriados para os ônibus urbanos e os intermunicipais, se classificando como um terminal intermunicipal de passageiros, e por se tratar de um serviço de transporte rodoviário, ou seja apenas um modo de transporte ele se classifica como unimodal. 1.3 Objetivos Geral e Específico Esse trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral, oferecer aos usuários uma melhoria na infraestrutura do local onde o Terminal Rodoviário urbano da cidade de Santa 22 Isabel S.P está localizado atualmente, visando a melhoria do espaço e a comodidade aos usuários e funcionários da empresa que opera no município, sendo um local não apenas de embarque e desembarque mas de permanência, seguro e agradável, mantendo uma integração com a cidade, valorizando o entorno, onde já possui alguns equipamentos urbanos como o ginásio de esportes, um pequeno parque com pista de caminhada, quadra, pista de skate, escola, creche e posto de saúde, promovendo uma maior interação com o entorno. Desta forma os objetivos específicos adotados para o projeto são: • Implantação de um bicicletário no terminal; • Implantação de uma ciclovia interligando o terminal ao parque municipal da cidade; • Implantação de ponto de taxi, oferecendo uma maior comodidade aos usuários; • Implantação de faixas de ônibus para contribuir na melhoria e segurança dos deslocamentos de ônibus, automóveis e pedestres; • Oferecer locais de descanso aos motoristas; • Oferecer estabelecimentos para uma refeição rápida; • Oferecer áreas de convivência para os usuários. • Utilizar técnicas ecoeficientes e materiais sustentáveis, afim de contribuir com o meio ambiente. 1.4 Justificativa Durante muitos anos a população de Santa Isabel ansiava pela construção de um Terminal que pudesse atender as necessidades dos usuários que utilizam o transporte público, proporcionando um maior conforto para o embarque e desembarque de passageiros, oferecendo também uma boa recepção aos visitantes, pois até então a cidade só possuiu pontos de parada de ônibus com espaço para venda de bilhetes, contudo ao longo dos anos o pequeno Terminal foi sendo abandonado pela gestão atual por falta de interesse, causando muitos problemas ao seu entorno, aos funcionários, aos motoristas de outras empresas que operam na região, e até aos moradores vizinhos, falta manutenção e organização do espaço, que por acabar sendo utilizado também para outros fins, prejudica a todos que frequentam o local, muitas vezes os ônibus precisam estacionar em ruas próximas o que gera transtornos ainda maiores no trânsito, a proposta é para uma melhoria não só no terminal mas também no entorno, requalificando a área que se encontra 23 abandonada, visando numa melhoria para todos que convivem ali, com mais opções de lazer e deslocamentos, além de favorecer o comércio no local gerando novos empregos. 2 FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA 2.1 Definição do Tema Um Terminal Rodoviário é uma estação de parada que deve possuir infraestrutura adequada para atender ás necessidades dos usuários, ele deve ser um apoio aos sistemas de transportes públicos sendo destinado para o embarque e desembarque de passageiros, além de contribuir para a mobilidade urbana e acessibilidade, é um importante fator de integração e gerador de empregos, serviços e impostos contribuindo com o desenvolvimento urbano, regional e nacional (SOARES, 2006. p.6.). Segundo Soares (2006, p. 19.) “O Terminal Rodoviário de passageiros consiste numa estrutura física e operacional, especialmente construída para esse fim, na qual são desenvolvidas as atividades que possibilitam deslocamentos internos e a transferência eficiente, eficaz e segura do passageiro do modal de transporte utilizado até o ponto destino ao embarque no ônibus rodoviário e vice-versa”. Segundo Vuchic (1986 apud SOARES, 2006, p.20) “ele define que o terminal sob o ponto de vista estrito, é o ponto final de uma ou mais linhas de ônibus, mas de qualquer forma, o termo é muitas vezes usado para amplas estações com comodidades para os passageiros com salas de espera, box para vendas de bilhetes e outros.” Podemos dizer que um terminal é um elemento de apoio, capaz de promover uma maior eficiência no sistema de transportes, porém se sua capacidade não for adequada irá trazer grandes transtornos ao mesmo, conforme o trecho citado por Gouvêa, 1980, p. 6.; Um terminal de passageiros se caracteriza como um elemento de apoio ao sistema de transporte através do qual se processa a interação entre indivíduo e serviço de transporte. Este elemento pode representar o ponto final de uma viagem ou um ponto intermediário para transferência a outro modo de transporte, durante uma viagem. Assume aspectos mais variados, desde um simples ponto de parada de ônibus, até um terminal multimodal e cada um possui características próprias que condicionam a sua operação e localização. De maneira geral um terminal de passageiros poderia ser definido como “qualquer ponto destinado ao embarque e desembarque de passageiros num sistema de transporte” e cujas características dependeriam principalmente das suas funções e adjetivos que justificam a sua implantação. (Gouvêa, 1980, p.6.).24 2.1.1 Classificação dos Terminais De acordo com Gouvêa (1980, p.9.) os terminais rodoviários classificam-se pelo modo do transporte e pela organização política administrativa da origem e destino das viagens, sendo que o modo de transporte pode ser classificado em: unimodais e multimodais. - Terminal unimodal: é aquele que presta serviços a um único modo de transporte, como o ponto de parada de ônibus, uma estação ferroviária, um terminal garagem, etc. mesmo assim torna se difícil qualificar um terminal unimodal quando se verifica que na maioria das vezes, um terminal pode servir a um único modo de transporte mas ser utilizado indiretamente por outros modos. - Terminal multimodal: serve a mais de uma modalidade de transporte integrado e na maioria das vezes representa um ponto de transbordo necessário para se atingir o destino. É um tipo de terminal mais característico dos grandes centros urbanos (Gouvêia, 1980, p.9.). A organização política administrativa da origem e destino das viagens, são os tipos de transporte oferecido nos terminais e são classificados em: terminal urbano, terminal interurbano, terminal interestadual e terminal internacional. - Terminal urbano: quando os pontos extremos da viagem, ou seja, os terminais estão localizados numa mesma cidade ou área metropolitana. Visando atender aos transportes urbanos, suburbanos e intermunicipais de pequena distância, quando existe uma dependência sócio- econômica entre os núcleos servidos, provocando um movimento diário de pessoas de um a outro núcleo. - Terminal interurbano: quando os pontos extremos da viagem estão localizados em núcleos urbanos sócio- economicamente independentes, origens e destinos das linhas de transporte interurbano. Estes terminais poderão atender as condições de serviço de transporte de média e longa distância entre os núcleos urbanos. - Terminal interestadual: para serviços as linhas de transporte entre núcleos situados em unidades diferentes de federação. Estes terminais poderão, do ponto de vista dos usuários, assumir as características de terminais urbanos e interurbanos. Mas do ponto de vista dos operadores, estes terminais assumirão características político- administrativa compatíveis com as condições de organização dos núcleos servidos. - Terminal internacional: apresenta as mesmas características citadas para os terminais interurbanos e interestaduais, com a diferença de que são, geralmente, de maior porte e possuem uma maior gama de serviços e comércios (Gouvêa, 1980, p.9,10,11.). 2.1.2 Fatores para a escolha da localização e planejamento do terminal Segundo Gouvêia (1980, p.13, 14, 15.) deve se levar em consideração alguns fatores durante o planejamento do terminal, como: • Os objetivos e as características dos terminais; • Os corredores principais de transporte; • A capacidade da rede de transporte; • A necessidade de intercâmbio entre passageiros; • As desapropriações e os custos; • As leis do uso do solo; 25 • Os impactos no fluxo e na mobilidade do entorno; • E a possibilidade de ampliação futura. A localização deve estar aliada a estrutura do sistema de transporte, de acordo com o desenvolvimento da malha urbana, para que o terminal não se torne obsoleto, mas que possa atrair muitos usuários e proporcionar a eficiência que é necessário no sistema de transporte. O terminal urbano de passageiros não é um elemento isolado dentro do contexto urbano, e as atividades nele desenvolvidas fazem parte da vida diária do passageiro e da comunidade como um todo. Tornando necessário que a identificação dos parâmetros de análise da sua implantação considere os pontos de vista do usuário, do planejador e do operador em que pese as suas expectativas e o inter-relacionamento do terminal com a malha urbana e o sistema de transporte urbano (Gouvêa, 1980, p.24.). 2.2 REVISÃO HISTÓRICA DO TEMA 2.2.1 Breve histórico da evolução do transporte urbano No século XX não existiam rodovias, as viagens eram feitas em caminhos precários de terra por veículos de tração animal. Em 1861 foi inaugurada a primeira estrada pavimentada no Brasil, que foi a estrada União Indústria, que ligava a capital á Juiz de fora em Minas Gerais, essa construção exigiu mão de obra estrangeira especializada para resolver problemas de engenharia que ainda eram desconhecidas no Brasil. O transporte de passageiros pelas rodovias começou em 1922 por meio do Plano Geral Rodoviário, que permitia que empresas privadas construíssem estradas e cobrassem por pedágios, desse modo algumas empresas começaram a organizar o serviço de jardineiras que eram veículos de transporte coletivo com carroceria de madeira sobre chassi de caminhão, com bancos de madeira e cobertura de lona, logo depois esse tipo de transporte foi substituído por ônibus, que circulavam nas principais estradas do País e embarcavam e desembarcavam nas ruas da cidade em locais chamados de ponto de parada. Nessa época, não existiam no País edifícios que pudessem dar suporte aos passageiros, no embarque e desembarque das viagens intermunicipais, foi ai que começaram a surgiu as primeiras construções de um espaço que proporcionasse conforto aos passageiros que viajavam ao longo da estrada, um dos pontos de paradas de viajantes era o pouso de Paranapiacaba, utilizado até o início dos anos 50, e o Rancho da Maioridade construção feita com pedras implantado na descida da serra. O primeiro terminal rodoviário no Brasil foi construído na cidade de Marília, São Paulo em 1937, no início dos anos 50, a maioria das cidades ainda não 26 possuíam rodoviárias e continuavam fazendo o atendimento nas ruas sem nenhuma estrutura adequada. Em 1951 esse cenário começou a mudar com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra que ligava Rio de Janeiro a São Paulo, essa implantação gerou novas demandas de construções adequadas para os passageiros e assim surgiu a construção de outras rodoviárias. Em 1954 na cidade de Caconde interior de São Paulo, foi inaugurado o terminal rodoviário de passageiros, com um piso, cobertura inclinada, bilheterias, sanitários e lojas. Em 1964 a capital de São Paulo inaugurou seu terminal rodoviário, localizado na rua Santa Efigênia no bairro Campos Elísios, possuía 2 pavimentos, com bares, sanitários e guichês, por falta de espaço e de não ter como fazer ampliação, em 1989 foi substituído pelo terminal tietê. Nas décadas de 60 e 70 outras cidades começaram a construir seus terminais rodoviários, com uma característica comum o tipo de arquitetura, com a utilização de concreto aparente na estrutura e como elemento de vedação. As décadas de 70 e 80 foram marcadas por grandes mudanças em nosso País, o fluxo de pessoas entre diferentes cidades e estados aumentou, se fazendo necessário a construção de terminais rodoviários nas principais capitais brasileiras, ao decorrer dos anos os terminais foram ganhando melhorias, e atualmente os terminais são supermodernos e fazem viagens para todos os cantos do Brasil, muitos terminais antigos passaram por revitalizações para melhoria e modernidade do espaço, como o terminal do Tietê inaugurado em 1989 e revitalizado em 2002, ficou com o ambiente mais agradável, passou a ter balcões tipo check- in de aeroportos, a melhoria realizada contribuiu com a funcionalidade do espaço e o aumento da qualidade, conforto e comodidade, aumentando o índice de permanência dos usuários. Outro terminal que passou por uma recente revitalização é o Terminal Rodoviário Intermunicipal Frederico Ozanan, localizado na cidade de São José dos Campos, conhecida também como Rodoviária Nova, o terminal foi inaugurado em 1976, no ano de 2009 passou por uma modernização, envolvendo a revitalização e a otimização dos espaços, com a construção de novas lojas, banheiros e praça de alimentação, já no ano de 2019 o terminal precisou passar por outro processo de revitalizaçãoa reforma envolveu obras de acessibilidade, pintura, revitalização do telhado, projeto de paisagismo, cobertura no estacionamento, recuperação do piso, entre outras intervenções. A história do desenvolvimento urbano está relacionada com a evolução dos meios de transportes, a localização, o tamanho, as características e os hábitos da população, tiveram grande influência nos meios de transportes urbanos, já as rotas de transportes tiveram influência 27 nas localizações das cidades, pela facilidade de se trocar informações e produtos com outras localidades, a comunicação é um fator importante na qualidade de vida e na aproximação das pessoas, o crescimento e desenvolvimento econômico e social de uma cidade depende dessa facilidade na locomoção da população. 2.2.2 Os primeiros transportes públicos e sua evolução No século XVII o deslocamento das pessoas eram feitas a pé, montado em animais ou por carruagem, no ano de 1600 em Londres surgiu a carruagem de aluguel puxada por animais, que foi considerada o primeiro serviço de transporte público urbano, já no ano de 1634 em Londres surgiu as liteiras de aluguel uma espécie de cadeira coberta sustentada por dois longos varais e conduzida por dois homens. Em 1662 o matemático francês Blaise Pascal realizou o primeiro serviço de transporte público com itinerários, eram carruagens puxadas por cavalos com 8 lugares. Em 1826 em Nantes- França o empresário Stanislas Baudry criou uma linha de transporte público que ligava a cidade de Nantes ao seu empreendimento uma casa de banhos, o veículo era uma carruagem com tamanho maior que as que existiam. Em Nantes havia um negociante de chapéu chamado Omnes muito procurado na cidade, naquele tempo os comércios não possuíam números, apenas tabuletas para conhecimento dos clientes, Omnes para atrair a freguesia mandou escrever em seu estabelecimento a palavra Omnes- Omnibus, que significava, Omnes para todos, como as viaturas do Sr. Baudry saiam de frente desse estabelecimento, o povo associou o nome a elas, e o transporte passou a ser chamado de Omnibus (Figura 1). Em 1828, surgiram os primeiros ônibus fechados, tracionados por três cavalos, mais tarde a companhia Entreprise des Omnibus, colocou em circulação os ônibus de dois pavimentos, já a companhia Entreprise des Trycicles, colocava em circulação um carroção fechado com janelinhas em linha. Nessa mesma época foi lançado em Paris um ônibus pequeno para famílias, já na Inglaterra o sistema de transporte teve início em 1829 em Stratford, quando circulou a primeira viatura, ela possuía dois cilindros oscilantes que agia diretamente sobre as rodas, mesmo sendo um modelo experimental circulou centenas de milhas entre Londres e Stratford. Ainda nesse ano nos Estados Unidos, apareceram os primeiros veículos coletivos e na França o lançamento dos ônibus de dois andares passou a ser conhecido como Imperial essa parte superior do ônibus. 28 Figura 1– Omnibus, típico da primeira metade do século XIX Fonte: Ferraz (1998, p.163). Em 1832 em Nova Iorque surgiram os primeiros bondes puxados por animais (Figura 2), após isso foram feitas várias tentativas para os bondes ter tração mecânica, e em 1873 em San Francisco surgiu o bonde movido a cabo (Figura 3), sendo usado sobre trilhos e motores a vapor, já no século XIX surgiu o bonde por motor elétrico no início sua energia era conduzida por trilhos e mais tarde mudou para cabo aéreo. Figura 2 – Bonde puxado por cavalos no século XVIII Fonte: Ferraz (1998, p.164). Figura 3 – Bonde elétrico típico no início do século XIX Fonte: Ferraz (1998, p.165). Por volta de 1890 os Omnibus (Figura 4) começaram a ser movidos a gasolina em várias cidades como Alemanha, França e Inglaterra, nos EUA começou a circular em 1905 e em 1920 na Alemanha, onde surgiram os primeiros ônibus movidos com óleo diesel. Já o Trólebus (Figura 5), era um ônibus elétrico que teve grande importância no meio do transporte urbano nos anos de 1920 e 1950, sendo aproveitado a rede elétrica dos bondes. Na década de 20 pouco a pouco os bondes foram cedendo lugar para os ônibus, pois ao contrário dos bondes os ônibus eram de fácil importação, além de ser possível a industrialização no 29 Brasil, a carroceria era feita sobre os chassis de caminhão, pouco a pouco foram se desenvolvendo as indústrias de carrocerias, principalmente em São Paulo, onde a empresa Grassi começou a construir novos modelos como ônibus fechados e linhas aerodinâmicas. Os ônibus na época eram veículos para classe média pra cima, sendo os bondes um meio de transportes mais acessível para o resto da população, o veículo era pequeno com lotação para trinta lugares e era proibido ir a pé, com tudo isso sua presença nas ruas ainda não incomodava as concessionárias de transportes elétricos, porém os ônibus começou a circular nos bairros onde os bondes não operavam, e resolveu muitos problemas da população que morava nesses locais. Após a metade da década de 20, começou a se formar grandes companhias de ônibus, e aumentar a presença deles nas ruas, além de começar a aparecer tipos mais modernos e com chassis adaptados para ônibus, as companhias de transporte coletivo sobre trilhos começaram a sentir essa concorrência e começaram a entrar no ramo do transporte de ônibus também. Figura 4 – Ônibus típico do início do século XX Fonte: Ferraz (1998, p.166). Figura 5 – Trólebus utilizado na década de 1930 Fonte: Ferraz (1998, p.167). Em 1936 surgiram os papas- filas (Figura 6), inventado nos EUA, durante a segunda guerra mundial para levar os trabalhadores as fabricas, composto por um cavalo mecânico e com capacidade para 170 passageiros, contribuiu para o crescimento da demanda de passageiros nos centros urbanos, chegou no Brasil em 1957 e foi o precursor do ônibus articulado (Figura7), que teve sua primeira unidade construída em 1978. O ano de 1950 ficou marcado com a carroceria monobloco (Figura 8) , a base era a estrutura dos aviões, essa inovação deu início para a construção de veículos mais ágeis, leves, estáveis e confortáveis, por esse motivo revolucionou o transporte coletivo, as versões urbanas e rodoviárias foram ficando cada vez mais modernas e se tornaram padrão de qualidade 30 Figura 6 – Papas – filas, inventado durante a segunda guerra mundial Fonte: https://diariodotransporte.com.br/2018/03/04/histori a-massari-a-base-do-papa-fila/#prettyPhoto. Acesso em 24/02/2019. Figura 7 – Ônibus articulado início da década de 1980 Fonte: https://extrapauta.com.br/o-bau-nosso-de- cada-dia/. Acesso em 24/02/2019. Figura 8 – Ônibus monobloco que marcou os anos de 1950 Fonte: http://acervodeutilidades.blogspot.com/2018/06/a-historia-dos-monoblocos-no-brasil.html. Acesso em 24/02/2019. Em 1960 surgiram os primeiros ônibus nacionais, chamados de Alfa- Romeo- FNM (Figura 9), com carrocerias Grassi, o ano de 1975 foi marcado pela integração ônibus- metrô em São Paulo, sendo a primeira estação a operar esse sistema a Ana Rosa, onde foi construído um terminal de ônibus pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC). Em 1986 começou a circular no Brasil o ônibus rodoviário Double- Decker (Figura 10), que ligava São Paulo a Santiago do Chile, com duas saídas semanais, os ônibus eram da Chile- Bus, empresa Chilena, e tinham a capacidade para transportar sessenta passageiros, vinte no piso inferior e quarenta no superior, tinha 3,85m de altura e carroceria Neoplan da empresa alemã, tracionado por motor OM-403 de 10 cilindros e 360 cavalos, o veículo fazia a viagem em 54 horas com três motoristas https://diariodotransporte.com.br/2018/03/04/historia-massari-a-base-do-papa-fila/#prettyPhoto https://diariodotransporte.com.br/2018/03/04/historia-massari-a-base-do-papa-fila/#prettyPhotohttps://extrapauta.com.br/o-bau-nosso-de-cada-dia/ https://extrapauta.com.br/o-bau-nosso-de-cada-dia/ http://acervodeutilidades.blogspot.com/2018/06/a-historia-dos-monoblocos-no-brasil.html.%20Acesso%20em%2024/02/2019 http://acervodeutilidades.blogspot.com/2018/06/a-historia-dos-monoblocos-no-brasil.html.%20Acesso%20em%2024/02/2019 31 e dois auxiliares, já a CMTC produziu o Double- Decker urbano, e em 1987 começou a trafegar em caráter experimental em São Paulo, nos corredores de Santo Amaro. Figura 9- Alfa- Romeo- FNM-1960 Fonte: Stiel (2001, p. 101). Figura 10- Double- Decker urbano- 1987 Fonte: Stiel (2001, p. 109). Em 1991 começa a venda dos micros- ônibus Combi, produzido pela Asia Motors, da Coréia do Sul, com capacidade para 12,16,17 e 25 pessoas, com comprimento de 6,23m e largura de 2m, motor de 100 cavalos, com cinco velocidades a frente e uma ré. Em 1992 a Viação águia Branca da Bahia, lança a primeira sala VIP em estações rodoviárias, sendo a primeira instalada no terminal de Salvador, nesse mesmo ano os ônibus da CMTC de São Paulo, adotaram a pratica do Day Running Light, que significa tráfego ininterrupto com os faróis acessos, sistema que foi adotado por países desenvolvidos como Inglaterra, Suécia e Canadá, visando a redução de acidentes, a CMTC também lança os novos O-371 Urbanos com motor a gás natural e carroceria com três portas. Em 1994 a CMTC começa a ser extinta, deixando de ser operadora, ela entrega então sua última frota de Trólebus, e em 1995 ela passa a ter uma nova razão social, São Paulo Transportes S.A, passando a atuar exclusivamente em planejamento de sistema, programação de linhas, controle de qualidade de serviços prestado aos usuários e acompanhamento de custos operacionais, nesse mesmo ano foi lançado o primeiro ônibus rodoviário brasileiro de quatro eixos e dois andares, Paradiso 1800 Double- Decker, geração V. Em 1999 é lançado um protótipo do primeiro ônibus híbrido no Brasil, o responsável pelo sistema é a empresa Eletra, com parceria da Volvo e Marcopolo, o projeto conta com a tecnologia da associação do motor diesel a um gerador de energia elétrica, se baseando no sistema utilizado nas locomotivas diesel- elétricas, seu sistema conjugado é capaz de alimentar o motor elétrico de tração, e o conjunto de baterias, é o que dá autonomia ilimitada 32 para trafegar, sendo assim ela não precisa de linhas aéreas e apresenta cerca de 70% a menos na emissão de poluentes, além de usar qualquer tipo de combustível. Em 2001 a Marcopolo lança a geração VI, o Paradiso 1800 DO, sendo o mais moderno ônibus Double- Decker, com 1,79 de altura no salão superior, o mais alto da categoria e 20mm mais largo, dando início a modernização dos ônibus se utilizando de tecnologias e visando maior comodidade e acessibilidade dos usuários. Figura 11- Monobloco O- 371- 1992 Fonte: Stiel (2001, p. 112). Figura 12- Ônibus híbrido- 1999 Fonte: Stiel (2001, p. 121). Figura 13- Double- Decker- 1995 Fonte: https://diariodotransporte.com.br. Acesso em 21 de marco de 2019. Foto: Anderson Oliveira da Silva. No ano de 2011 o Viale BRT, foi desenvolvido para aplicação nos mais avançados sistemas de transporte coletivo em grandes centros urbanos da época , possuía também a versão articulada com 21 metros de comprimento e capacidade para 145 passageiros, foi fabricado com conceitos de design, ergonomia, conforto, segurança e eficiência, com desenho futurista inspirado nos trens de alta velocidade, com vidros laterais colados proporcionando visão panorâmica aos passageiros. https://diariodotransporte.com.br/ 33 Em 2012 a Marcopolo lançou o modelo Audace, um modelo destinado ao transporte em linhas de curta e média distância, para atender os fretamentos que exigem veículos com padrões mais elevados e com linhas regulares. O ônibus conta com poltronas executivas, monitores de 15 polegadas, sistema avançado de renovação de ar natural e ar condicionado, com 12,70 metros de comprimento, 3,20 metros de altura e capacidade para 46 a 49 passageiros e com a opção com ou sem sanitário. Figura 14- Viale BRT- 2011 Fonte: https://www.marcopolo.com.br. Acesso em 21 de março de 2019. Foto: Oswaldo Palermo. Figura 15- Audace – 2012 Fonte: https://www.marcopolo.com.br. Acesso em 21 de março de 2019. Foto: Júlio Soares. No ano de 2015, foram lançados cinco novos modelos, Intermunicipal Ideale, Torino Express - articulado, Torino Low Entry, Torino motor traseiro e Paradiso 1350 geração VII (Figura 16), sendo um modelo eficiente para atender com baixo custo operacional, os operadores de viagens de média e longa distância, mantendo o padrão de conforto e segurança, com 4,20 de altura, 2,60 de largura e comprimento de 14 metros. Em 2016 foi lançado o Paradiso DD 1800 (Figura 17), com 4,10 de altura, 2,60 de largura e 15 metros de comprimento sendo o primeiro desse tamanho fabricado no país, o modelo ainda traz sofisticação, amplo espaço interno e tecnologia. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), a Marcopolo terminou o ano de 2018 como líder de mercado considerando o número de carrocerias produzidas. https://www.marcopolo.com.br/ https://www.marcopolo.com.br/ 34 Figura 16- Paradiso 1350- 2015 Fonte: https://www.marcopolo.com.br. Acesso em 21 de março de 2019. Figura 17- Paradiso DD 1800- 2016 Fonte: https://www.marcopolo.com.br. Acesso em 21 de março de 2019. 2.2.3 O maior terminal rodoviário do Brasil Na década de 70 foi inaugurado o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinho, localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, era considerado o maior e mais moderno da América Latina, possuindo 28 mil metros quadrados, onde circulam cerca de 40 mil pessoas por dia, o espaço oferece lazer e entretenimento aos turistas, mas ele perdeu o posto de ser o maior terminal da América Latina após a inauguração do Terminal Rodoviário Carvalho Pinto, mais conhecido como Terminal Rodoviário Tietê. O terminal tietê é considerado o segundo maior do mundo, perdendo para o Port Authority Bus Terminal, localizado na ilha de Manhattan em Nova York, inaugurado em dezembro de 1950, ele também atende o estado de New Jersey, passou por várias reformas, ampliações e revitalizações com o passar do tempo o que o tornou como o maior do mundo. No início da década de 60 o terminal da luz já não comportava mais a quantidade de usuários da cidade, e em 1977 o terminal tietê começou a ser planejado pelo arquiteto Renato Viegas e pelo engenheiro Roberto Mac Saden, tendo suas obras iniciadas em 1979, e em 09 de maio de 1982 foi inaugurada pelo Governador Paulo Maluf. Segundo a Socicam o espaço tem mais de 120,000 m² de área total, sendo 54,480 m² de área construída, ela possui 89 plataformas, sendo 72 de embarque e 17 de desembarque, e atende cerca de 300 linhas de ônibus, fazendo viagens a 21 estados brasileiros e 5 países da América do Sul, com uma média de circulação de 90 mil usuários por dia, possui 121 bilheterias e 74 lojas comerciais. Em 2002 a rodoviária passou por uma revitalização, e passou a ter um ambiente mais agradável, hoje possui balcões tipo check-in dos aeroportos, e algumas empresas de ônibus passaram a oferecer sala de espera VIP aos usuários com ar condicionado e maquinas de café, com a https://www.marcopolo.com.br/ https://www.marcopolo.com.br/ 35 melhoria do espaço, e aumento da qualidade, conforto e comodidade, o tempo de permanência dos usuários aumentou de 38% para 50%. Os usuários, tem ainda a sua disposição, tomadas para carregar celular e notebook, setor de achados e perdidos, acesso para consultas na internet, além das áreas de serviço de órgão públicos como a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (ARTESP), e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e a assistênciasocial e o ambulatório. O terminal também possui integração com os aeroportos da cidade e dois estacionamentos, um localizado na Avenida Cruzeiro do Sul com capacidade para 372 veículos, e o segundo localizado na Rua Prestes Maia com 580 vagas, o terminal funciona 24hs por dia, a empresa Socicam que administra o terminal aperfeiçoou o sistema de segurança com instalação de circuito fechado de televisão totalmente digital, que permite o monitoramento por completo das dependências e do entorno do terminal. Figura 18- Início das obras do Terminal Tietê Fonte:https://acervo.estadao.com.br/noticias/lugare s,rodoviaria-do-tiete,8371,0.htm. Acesso em 05 de março de 2019. Figura 19- Terminal Tietê atualmente Fonte:https://www.essemundoenosso.com.br/como -chegar-a-rodoviaria-do-tiete/. Acesso em 05 de março de 2019. 2.2.4 Mobilidade urbana e a cidade Mobilidade urbana é a forma ou os meios que se utilizam para os deslocamentos dentro de uma cidade, para se avaliar a mobilidade de uma cidade deve se observar a organização do território, o fluxo de transporte de pessoas e mercadorias e os meios de transporte utilizados. Por conta do grande número da população nas cidades, a mobilidade urbana tem sido um grande desafio atualmente nas cidades. As cidades estão cada vez mais perdendo a capacidade de permitir que a população se locomovam com qualidade, é necessário melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma https://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,rodoviaria-do-tiete,8371,0.htm https://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,rodoviaria-do-tiete,8371,0.htm https://www.essemundoenosso.com.br/como-chegar-a-rodoviaria-do-tiete/ https://www.essemundoenosso.com.br/como-chegar-a-rodoviaria-do-tiete/ 36 sustentável, incluindo aspectos econômicos, sociais, e políticas, oferecendo um plano de mobilidade urbana na cidade, a falta de políticas especificas e de transportes de qualidade contribuem para o aumento da utilização de automóveis particulares, porém quanto mais automóveis na rua mais aumentam as chances de acidentes de trânsito, e o aumento do gás carbônico na atmosfera prejudicando o meio ambiente, além da poluição sonora que provoca estresse, irritabilidade e cansaço na população, fora que ainda contribui com a poluição dos rios e das áreas de preservação com o descarte de peças e pneus não mais utilizados. A mobilidade urbana sustentável, consiste na implantação de veículos sobre trilhos como metrôs, trens, bondes, e Veículos leves sobre trilhos (VLT), ônibus limpos que utilizam combustível alternativos como diesel ou motor elétrico, ciclovias e esteiras rolantes e em cidades que não são planas podem ser implantadas, teleférico, elevadores e escadas rolantes, que permitem um deslocamento rápido sem poluir o meio ambiente, e também o carro elétrico que é movido através de energia renovável. Contudo deve- se pensar também na acessibilidade urbana, para um espaço público mais acessível, e com boas condições, principalmente para os que possuem dificuldades de locomoção, com a implantação de calçadas niveladas e confortáveis, sem buracos e obstáculos, ruas com marcações para deficientes visuais, corrimão e alternativas para um deslocamento seguro. A lei 12.587, de 3 de janeiro de 2012 institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, e deve ser aplicada nos municípios com mais de 20.000 habitantes, ela obriga os municípios a elaborar um plano de mobilidade urbana que tenha como objetivo, melhoria no deslocamento das pessoas na cidade, integração de diferentes meios de transporte, e preço acessível das tarifas, garantindo assim a acessibilidade, eficiência, segurança, qualidade de vida, dinamismo econômico, inclusão social e preservação do meio ambiente. Dessa forma ela institui infraestruturas de mobilidade urbana como terminais, estações e demais conexões. A cidade de Santa Isabel possui a Lei nº2.833 de 23 de junho de 2016, que institui o Plano de Transportes e de Mobilidade Urbana no Município de Santa Isabel, onde os objetivos, princípios, diretrizes e normas dessa lei na cidade, fica estabelecido no: Art. 2º (2016, p.1) “[...] orientar os agentes públicos e privados, na construção e gestão da cidade, promovendo a Política Municipal de Mobilidade Urbana, visando acessibilidade e mobilidade, pelo desenvolvimento sustentável e participação popular e gestão democrática”. 37 Os desafios da mobilidade urbana são diversos nas cidades, porque depende da necessidade de cada uma, porém alguns pontos são comuns em todas como, a melhoria nos transportes públicos, construção de ciclovias e ciclofaixas, diminuição de impostos para aqueles que adquirirem automóveis elétricos, e integração dos meios de transportes através de bilhetes único. Já a falta de planejamento urbano e a ineficiência da administração responsável pelo espaço público de uma cidade, é a responsável pela péssima qualidade da mobilidade urbana da mesma, por isso um terminal rodoviário eficiente e com um bom funcionamento, contribui para a melhoria da qualidade de vida da população e para a mobilidade de um modo geral, tornando acessível para a população os deslocamentos necessários, com conforto e qualidade. 3 ESTUDOS DE CASO 3.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL 3.1.1 Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig, Ribeirão Preto Ficha Técnica: Nome: Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig Arquitetura: 23 Sul Arquitetura Localização: Ribeirão Preto, SP Ano do Início do Projeto: 2013 Ano da Finalização da Obra: 2015 Construtora: CBN Calil Olive Áreas: 2.800 m² O Terminal está localizado na cidade de Ribeirão Preto, ás margens do Córrego Ribeirão Preto, na Avenida Jerônimo Gonçalves, possui uma área de 2,8 mil metros quadrados, com capacidade para atender cerca de 30 mil pessoas por dia, conta com quatro plataformas sendo capaz de receber 18 ônibus simultaneamente, e com um edifício de apoio ao fundo de 300 metros quadrados, com sala de espera climatizada, lanchonete, sanitários feminino e masculino, fraldário, refeitório para motoristas e funcionários, salas de segurança e administrativa, ponto para emissão e recarga de cartões, bicicletário e sistema de segurança digitalizado para fiscalização de entrada e saída de veículos. O projeto desenvolvido pelo escritório 23 Sul Arquitetura, tem seu destaque pela inserção com o entorno, segundo o arquiteto a preocupação era com a inserção urbana e a construção na 38 paisagem, além do fluxo de pedestres, por se encontrar próximo da Câmara dos vereadores, de um terminal de ônibus intermunicipal e do parque municipal, o edifício foi construído respeitando a paisagem, com escala e porte, é discreto porem não é simples a ponto de não ter um destaque, a construção se impõe na região e proporciona aos usuários uma visão da cidade, do rio e do parque proporcionando maior conforto. A construção permeável, possui estrutura metálica apoiadas em pilares de seção circular de 10 cm de espessura, telhas isolantes com forro de PVC, garantindo conforto térmico, a cobertura de 2,5 mil metros quadrados, fina, e independente estão divididas entre as quatro plataformas paralelas, não possui fechamentos e proporciona transparência visual para quem está dentro, dando sensação de leveza, a cobertura ainda possui um sistema de captação de água da chuva que fica em um reservatório com capacidade para 108 mil litros de água. A travessia de pedestres entre as plataformas possui lombofaixa elevada até o nível da plataforma sendo protegido por uma cobertura contínua de vidro, o edifício de apoio ao fundo do terminal é responsável pela estabilidade estrutural do conjunto da cobertura. Figura 20 – Terminal de ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig Foto: Pedro Kok Fonte: https://www.galeriadaarquitetura.com.br (2016). Figura 21 - Estrutura metálica simples impõe
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