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Plano de Aula 8

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Plano de Aula: Relatórios Obrigatórios x Não Obrigatórios e Capital de 
Terceiros e Capital Próprio; 
CONTABILIDADE E MERCADO DE TRABALHO - GST1268 
Título 
Relatórios Obrigatórios x Não Obrigatórios e Capital de Terceiros e Capital Próprio; 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
8 
Tema 
Relatórios Obrigatórios x Não Obrigatórios e Capital de Terceiros e Capital Próprio; 
Objetivos 
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer os relatórios obrigatórios x os não obrigatórios; 
 Analisar capital de terceiros e capital próprio; 
 Compreender os requisitos e importância dos demonstrativos. 
 
Estrutura do Conteúdo 
Relatórios Obrigatórios x Não obrigatórios 
 
As empresas privadas brasileiras e as estrangeiras com operação no Brasil devem, ao final de cada 
período de incidência do Imposto de Renda, quando submetidas ao regime de apuração com base no 
Lucro Real, apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração das seguintes Demonstrações 
Financeiras que de acordo com a legislação societária e, posteriormente, a legislação fiscal e outras 
consagraram o uso da expressão "Demonstrações Financeiras" para o mesmo conjunto de informações 
contábeis. Assim, a expressão "Demonstrações Financeiras" tem exatamente o sentido da expressão 
"Demonstrações Contábeis", e vice-versa, observando, inclusive, as disposições da lei comercial: 
 Balanço Patrimonial (BP); 
 Demonstração do Resultado do Período de Apuração também denominado 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pela legislação comercial. 
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
 
No que se refere ao Balanço Patrimonial, a legislação do Imposto de Renda obriga o contribuinte a sua 
transcrição no Livro Diário ou no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). 
 
Observamos, ainda, que a elaboração dessas demonstrações é obrigatória também em face da legislação 
comercial brasileira, conforme determina o artigo 176, I a III da Lei nº 6.404/1976. Além delas, a citada lei 
comercial ainda obriga as companhias em geral (as que estão submetidas à Lei das S/A's) a elaboração 
das seguintes demonstrações: 
 
a. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), exceto as companhias fechadas e de acordo 
com o artigo 4º da Lei nº 6.404/1976, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores 
mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou em mercado de 
balcão, observando-se que somente os valores mobiliários de companhia registrada na 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) podem ser distribuídos no mercado e negociados na 
bolsa ou no mercado de balcão, com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 
2.000.000,00 (Dois milhões de reais); 
b. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 
c. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), de elaboração obrigatória somente pelas 
companhias abertas; 
d. Demonstração do Resultado Abrangente (DRA); e 
e. Notas Explicativas (NE's) e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da 
situação patrimonial e do resultado do exercício. 
 
Devido a importância do tema, principalmente para os iniciantes na ciência contábil, veremos neste 
Roteiro quais são as Demonstrações Financeiras obrigatórias perante as legislações tributária, comercial, 
societária e nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Procuraremos, também, dar ao nosso leitor 
uma pequena explicação do significado de cada uma das demonstrações citadas no decorrer do presente 
trabalho. 
É importante observar que a não obrigatoriedade de apresentação não significa impedimento de se 
elaborar espontaneamente a demonstração. 
 
· Base Legal: Artigo 176, caput e § 4º da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's); Artigo 274 do 
RIR/1999; Deliberação CVM nº 676/2011; Resolução CFC nº 1.185/2009 e; Resolução CFC nº 
1.376/2011. 
 
Demonstrações Financeiras 
 
As Demonstrações Financeiras são o conjunto de informações que devem ser elaboradas pelas 
empresas e demais entidades com objetivo de prestar contas e/ou informar aos sócios ou acionistas, 
governo e demais usuários da informação contábil as reais condições de seu patrimônio. Tais 
informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às demonstrações financeiras, 
auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade. 
Segundo o IBRACON as Demonstrações Contábeis (ou Financeiras): 
 
(...) são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial 
e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma 
entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações 
contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição 
patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, 
que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de 
decisões. 
 
As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos 
recursos que lhe são confiados. 
Na elaboração das Demonstrações Financeiras, as entidades devem observar as normas regulamentares 
dos órgãos normativos. Além disso, a legislação societária exige que as Sociedades Anônimas publiquem 
suas demonstrações em jornais de grande circulação, já as sociedades constituídas sob outros tipos 
societários necessitam apenas manter as demonstrações publicadas no Livro Diário e, quando solicitado, 
enviar cópias a bancos, fornecedores, outros parceiros comerciais e investidores. 
 
· Base Legal: Item 7 da NPC 27 (Demonstrações Contábeis) do IBRACON e; Item 13 da 
ITG 2000 - Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC nº 1.330/2011. 
Transcrição das Demonstrações no Livro Diário 
 
Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 - Escrituração Contábil, todas as Demonstrações Financeiras 
devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou do representante 
legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. 
Lembramos que igual procedimento deve ser adotado na hipótese de Demonstrações Financeiras 
elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou estatutárias. 
· Base Legal: Item 13 da ITG 2000 - Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC 
nº 1.330/2011 
 
Lucro Real 
 
Conforme determinada a legislação do Imposto de Renda, as Demonstrações Financeiras obrigatórias 
perante a legislação tributária devem ser transcritas no Livro Diário ou, opcionalmente, no Livro de 
Apuração do Lucro Real (LALUR), completando-se com as assinaturas do contabilista e do titular ou do 
representante legal da empresa. Essa regra possui validade para os Balanços ou Balancetes levantado 
anualmente ou trimestralmente. 
Porém, na hipótese de levantamento de Balanço ou Balancete para suspensão ou redução da estimativa, 
a Instrução Normativa SRF nº 93/1997 exige a transcrição no Livro Diário até a data fixada para 
pagamento do imposto devido no respectivo mês. 
 
Os contribuintes que adotarem a Escrituração Contábil Digital (ECD) e, ainda, a Escrituração Fiscal Digital 
(EFD), estarão eximidos da obrigatoriedade de transcrever mensalmente os balanços ou balancetes de 
suspensão ou redução (Artigo 6º, III, da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013). 
 
· Base Legal: Artigo 274, § 2º do RIR/1999; Artigo 12, § 5º, "b" da Instrução Normativa SRF 
nº 93/1997 e; Artigo 6º, III, da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013. 
 
Demonstrações Obrigatórias para efeitos Tributários 
 
Conforme já mencionado, todas as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no 
Lucro Real, seja qual for o tipo societário adotado, estão obrigadas a elaborar, ao final de cada período de 
incidência do Imposto de Renda (trimestral ou anual ), com observância das leis comerciais (Lei nº 
6.404/1976), as seguintes demonstrações financeiras: 
 
a. Balanço Patrimonial (BP); 
b. Demonstração do Resultadodo Período de Apuração; e 
c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
 
O contribuinte do Imposto de Renda deverá elaborar, também, Demonstração do Lucro Real a ser 
transcrita no LALUR. 
 
· Base Legal: Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's) e; Artigo 274 do RIR/1999. 
Balanço Patrimonial (BP): 
 
O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira que tem por objetivo mostrar a situação (ou a 
saúde) financeira e patrimonial de uma entidade num determinado momento, normalmente no final do 
ano, representando, portanto, uma posição estática da mesma. 
 
O Balanço Patrimonial é dividido em 2 (duas) colunas, sendo a do lado esquerdo denominada de Ativo 
(bens e direitos) e a do lado direito denominado de Passivo (exigibilidades e obrigações com terceiros) e 
Patrimônio Líquido (recursos aplicados pelos sócios ou acionistas), que é resultante da diferença entre 
total de ativos e passivos. 
 
Como bem esclarece o Professor Marion, o termo Ativo pressupõe algo positivo, dinâmico, que produz, 
que gera riqueza. É o conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa, que lhes trazem benefícios 
e proporcionam ganhos. 
Já o termo Passivo, ao contrário, dá uma ideia de negativo, dívidas, exigibilidades, obrigações, portanto, 
são as obrigações exigíveis da empresa, às dívidas que serão futuramente cobradas a partir da data de 
seu vencimento. O passivo exigível é conhecido no mercado financeiro como dívidas com terceiros, ou 
recursos (dinheiro) de terceiros, ou capital de terceiros. 
Por fim, temos o Patrimônio Líquido representa o total das aplicações dos proprietários na entidade, e seu 
valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for 
maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão 
Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. 
Demonstração do Resultado do Período de Apuração (DRE) 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) destina-se a evidenciar a formação do resultado 
líquido num determinado exercício (normalmente, um ano), diante do confronto das receitas, custos e 
despesas apuradas segundo o Regime de Competência Contábil, desse modo, a DRE oferece uma 
síntese econômica dos resultados operacionais de uma empresa em certo período. Desse confronto 
surge o conceito de lucro ou prejuízo, assim, se as receitas (vendas) forem maior que as despesas a 
empresa obteve lucro, caso contrário, se as despesas e custos forem maior a empresa obteve prejuízo. 
A apuração do resultado é feita de forma destacada na DRE, ou seja, apresenta -se de forma vertical um 
resumo ordenado das despesas, custos e receitas do período, facilitando, dessa forma, a tomada de 
decisão. Segundo a Lei das S/A's a DRE deve discriminar: 
 A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os 
impostos; 
 A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e 
o lucro bruto; 
 As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as 
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
 O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; 
 As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, 
mesmo na forma de ins trumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 
 O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. 
Embora a DRE seja elaborada anualmente para fins de divulgação, em geral são feitas mensalmente pela 
administração e trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada como indicadores de auxílio a 
decisões financeiras. 
 
· Base Legal: Artigo 187, caput da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's). 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
 
Primeiramente, há que se destacar que, após a edição da Lei nº 11.638/2007, que alterou parcialmente 
a Lei nº 6.404/1976, retificada e ratificada pela MP 449/2009 (transformada na Lei nº 11.941/2009), para 
as empresas S/A's não existe mais a rubrica de Lucros Acumulados, assim sendo, tornou -se impossível a 
partir do ano calendário de 2008 a existência de saldo positivo no balanço a título de lucros acumulados. 
Apesar disso, ainda persiste sua obrigatoriedade de elaboração. 
A DLPA apresenta o resultado da entidade e as alterações nos lucros ou prejuízos acumulados para o 
período de divulgação. A Resolução CFC nº 1.255/2009 permite que a entidade apresente a DLPA no 
lugar da Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) e da Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido (DMPL), se as únicas alterações no seu patrimônio líquido durante os períodos para os quais as 
demonstrações financeiras são apresentadas derivarem: 
 Do resultado; 
 De pagamento de dividendos ou de outra forma de distribuição de lucros; 
 Correção de erros de períodos anteriores; e 
 De mudanças de políticas contábeis. 
 
Por outro lado, o § 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/1976 dispensada da apresentação em separado da 
DLPA, quando a companhia elaborar e publicar a DMPL, uma vez que aquela estará obrigatoriamente 
contida nesta. Porém, registramos que a Instrução CVM nº 59/1986 obriga as companhias de capital 
aberto a elaborar e publicar a DMPL. 
 
A entidade deve apresentar, na DLPA, os seguintes itens, adicionalmente às informações requeridas na 
DRE e DRA: 
 
a. Lucros ou prejuízos acumulados no início do período contábil; 
b. Dividendos ou outras formas de lucro declarados e pagos ou a pagar durante o período; 
c. Ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de correção de erros de períodos 
anteriores; 
d. Ajustes nos lucros ou prejuízos acumulados em razão de mudanças de práticas 
contábeis; 
e. As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; 
f. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao 
capital; e 
g. Lucros ou prejuízos acumulados no fim do período contábil. 
 
Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da m udança 
de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não 
possam ser atribuídos a fatos subsequentes. 
Por fim, registramos que a DLPA deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social. 
 
· Base Legal: Artigo 186 da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's); Lei nº 11.638/2007; Lei nº 
11.941/2009; Itens 6.4 e 6.5 da Resolução CFC nº 1.255/2009 e; Artigo 1º da Instrução CVM nº 
59/1986. 
 
 
Demonstrações Obrigatórias para Efeitos Tributários e Comerciais 
 
Além das Demonstrações Financeiras exigidas pela legislação tributária, a lei comercial, ainda obriga as 
companhias em geral (as que estão submetidas à Lei das S/A's) a elaboração das seguintes 
demonstrações: 
 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), exceto as companhias fechadas com patrimônio 
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); 
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA), de elaboração obrigatória s omente pelas 
companhias abertas; e 
 Notas Explicativas (NE's) e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da 
situação patrimonial e do resultado do exercício. 
 
Lembramos que as Demonstrações Financeiras devem ser obrigatoriamente divulgadas , anualmente, 
segundo a Lei nº 6.404/1976, pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua 
prestação de contas para com os sócios e acionistas. A prestação anual de contas é composta pelo 
Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e as notas explicativas que as acompanham, 
o Parecer dos Auditores Independentes (caso houver) e o Parecer do Conselho Fiscal (caso existir).· Base Legal: Artigo 176 da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's). 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
 
A DFC visa mostrar como ocorreram as movimentações das disponibilidades e do fluxo de caixa em um 
dado período contábil, evidenciando separadamente as mudanças nas atividades operacionais, de 
investimentos e de financiamento. Vem substituindo em alguns países, como no caso do Brasil, a 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). 
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das Demonstrações Financeiras uma base 
para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da 
entidade para utilizar esses fluxos de caixa. Assim, por intermédio de um bom planejamento financeiro, as 
empresas podem saldar suas obrigações na data do vencimento aprazado, sem o desembolso 
desnecessário de encargos incidentes sobre o pagamento em atraso de dívidas, problema típico da falta 
de planejamento de fluxo de caixa. 
O Pronunciamento Técnico CPC 03 ? Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a 
apresentação da DFC e respectivas divulgações. 
Observa-se que, ainda nos termos da Lei nº 6.404/1976, artigo 176, § 6º, a companhia fechada com 
Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 não será obrigada à elaboração e 
publicação da DFC. 
 
· Base Legal: Artigo 176, IV, § 6º da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's); Deliberação CVM nº 
676/2011 e; Pronunciamento Técnico CPC 03 ? Demonstração dos Fluxos de Caixa. 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
A DVA tem como objetivo principal informar ao usuário, de forma concisa, o valor da ri queza criada pela 
empresa em determinado período e a forma de sua distribuição. Foi implantada oficialmente no Brasil 
através da Lei n° 11.638/2007 que alterou a nossa Lei das S/A's (Lei nº 6.404/1976), sendo obrigatório 
sua elaboração para os exercícios encerrados a partir de 01/01/2008. 
Sua elaboração é obrigatória somente pelas companhias abertas, mas nada impede que as demais 
entidades venham a elaborá-la. 
· Base Legal: Artigo 176, V da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A's). 
Notas Explicativas 
A Lei das S/A's prescreve que as Demonstrações Financeiras devem ser complementadas por Notas 
Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para uma plena 
avaliação da situação e da evolução patrimonial e dos resultados do exercício de uma entidade. 
Assim, as Notas Explicativas devem: 
 Apresentar informações sobre a base de preparação das Demonstrações Financeiras e 
das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos 
significativos; 
 Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não 
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das Demonstrações Financeiras; 
 Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias Demonstrações 
Financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; 
 
E indicar: 
 Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de 
constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender 
a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; 
 Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; 
 O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações; 
 Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
 A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
 O número, espécies e classes das ações do capital social; 
 As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
 Os ajustes de exercícios anteriores; e 
 Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, 
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados 
futuros da companhia. 
 
· Base Legal: Artigo 176, §§ 4º e 5º da Lei nº 6.404/1976 (Atualizado até a Lei 
11.941/2009). 
 
Outras obrigações previstas nas leis comerciais 
Consolidação das Demonstrações Financeiras 
 
As Demonstrações Financeiras Consolidadas compreendem o Balanço Patrimonial Consolidado, a 
Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e a Demonstração Cons olidada das Origens e 
Aplicações de Recursos, complementadas por Notas explicativas e outros quadros analíticos necessários 
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados. Sua elaboração é obrigatória, 
ao final de cada exercício social, pela: 
 Companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as 
sociedades controladas em conjunto, assim consideradas aquelas em que nenhum 
acionista exerce, individualmente, os poderes de preponderância nas deliberações sociais 
e de eleger ou destituir a maioria dos administradores; e 
 Sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. 
 
Base Legal: Artigo 249 da Lei nº 6.404/1976 e; Artigos 21 e 22 da Instrução CVM nº 247/1996. 
Relatório da Administração 
 
Não faz parte das Demonstrações Financeiras propriamente ditas, mas a lei exige a apresentação do 
Relatório da Administração, descrevendo e explicando as características principais do desempenho 
financeiro da entidade e os principais riscos e incertezas que enfrentam. 
Esse relatório deve contemplar, além do solicitado pela lei, entre outras, as seguintes informações: 
a. Descrição dos negócios, produtos e serviços: 
 Comentários sobre a conjuntura econômica geral relacionada à entidade, 
incluindo concorrência nos mercados, atos governamentais e outros fatores 
exógenos materiais sobre o desempenho da companhia; 
 Informações sobre recursos humanos; 
 Investimentos realizados; 
 Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços; 
 Reorganizações societárias e programas de racionalização; 
 Direitos dos acionistas e políticas de dividendos, societárias e perspectivas e 
planos para o período em curso e os futuros; 
b. Fatores principais e influências que determinam o desempenho, incluindo mudanças no 
ambiente no qual a entidade opera, a resposta da entidade às mudanças e seu efeito, a sua 
política de investimento para manter e melhorar o desempenho; 
c. Fontes de obtenção de recursos da entidade; e 
d. Os recursos da entidade não reconhecidos no balanço por não atenderem à definição de 
ativos. 
Parecer dos Auditores Independentes 
 
No Brasil a Lei das S/A's, sendo alterada em parte pela Lei nº 11.638/2007, determina que as 
Demonstrações Financeiras sejam auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM). Normas específicas também exigem que as instituições subordinadas ao 
Banco Central do Brasil (Bacen), à Superintendência de Seguros Pr ivados (Susep) e outras também 
tenham suas Demonstrações Financeiras auditadas. 
Já em países com economias mais avançadas, onde a auditoria é uma obrigatoriedade para a grande 
maioria das empresas e entidades, inclusive as governamentais, quando não por lei, por exigência natural 
da sociedade e da comunidade de negócios; empréstimos, relações comerciais, transações importantes e 
linhas de crédito, normalmente só são concretizados nestes países, quando acompanhadas de 
Demonstrações Financeiras avalizadas por auditores independentes. Nos EUA esta necessidade é ainda 
maior após o advento da SOX (The Sarbanes-Oxley Act of 2002) e normalmente esta necessidade se 
reflete em todas filiadas americanas domiciliadas em outros países. 
Parecer do Conselho Fiscal 
No Brasil não é obrigatória a publicação do Parecer do Conselho Fiscal, caso existir el e deve ser 
submetido à Assembleia Geral dos acionistas, mas a sua publicação é opcional, contudo, a prática mostra 
de que ele é publicado na maioria das vezes em que existe.Capital de Terceiros x Capital Próprio 
 
O capital próprio é o dinheiro que os próprios sócios desembolsam para realizar os investimentos 
necessários para o crescimento da empresa. Já o capital de terceiros é o dinheiro vindo de fora da 
sociedade empresarial, ou seja, não vem dos sócios da empres a, mas sim através de empréstimos 
bancários e ofertas de ações por exemplo. Esse investimento, tanto próprio quanto de terceiros, pode ser 
para a aquisição de materiais, produtos, ampliação física da empresa ou virtual através da construção de 
um site. 
Na aquisição de capital de terceiros, é necessário levar em conta o custo desse capital, como juros e 
taxas, por exemplo, que podem acabar invalidando o projeto. Sempre é necessário um bom planejamento 
e tornar os riscos do investimento o mais calculado possível antes de fazer a escolha. 
 
ATIVIDADES E DIFERENÇAS DE ESTRUTURAS DE CAPITAIS 
 
A expressão capital, em sentido genérico, em doutrina contábil, significa todo um complexo que abrange 
tanto as origens como as aplicações dos recursos (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido). Uma coisa, para 
a doutrina, é, pois, o capital, observado como conceito holístico, e outra, o capital social ou individual da 
empresa e que se registra. A Contabilidade estuda o capital dos empreendimentos humanos 
como objeto, sob a ótica da eficácia, mas também o direito o estuda e o regula. Boa parte do direito 
comercial é direito do capital, e outra boa parte do direito civil é, também, direito patrimonial. A 
composição da riqueza varia de empresa para empresa, de acordo com a atividade que elas praticam. 
Cada atividade requer uma estrutura específica de capitais. O capital de um Banco não tem a mesma 
estrutura de um capital de uma Siderúrgica. Lopes de Sá demonstrou, como defluência de sua teoria dos 
Capitais, que a composição da riqueza se altera diante de dois fatores básicos: 
· A velocidade que a atividade requerer em seus negócios e 
· A forma como obtém-se o lucro. 
 
Um Banco pode ter 10% de recursos de seus acionistas, contra 90% de dívidas a seus depositantes e a 
outras instituições e estará equilibrado. 
Uma usina de eletricidade, entretanto, normalmente necessitará demais capital de seus associados, 
quase sempre superior a 65% dos investimentos fixos; mesmo assim, poderá ter em dívidas em longo 
prazo, pelo menos 35% por exemplo. Isto, porque os investimentos em tal tipo de empresa são maiores 
em capital que não vai girar logo e que só se transformará em dinheiro a longo prazo. Cada empresa tem, 
pois, necessidades de combinar os seguintes fatores, percentualmente, para que possua um equilíbrio: 
· Capital circulante; 
· Capital fixo; 
· Capital próprio e 
· Capital de terceiros. 
 
A natureza relativa do capital circulante e aquela do capital de terceiros é a de girar, normalmente, pois, 
em curto prazo. A natureza relativa do capital permanente e a do capital próprio é ade não girar em prazo 
curto (fixo em investimento e financiamento). Embora tal estrutura não seja a seguida pelas normas, em 
razão de estas não seguirem os preceitos da ciência, a realidade objetiva é estar aqui demonstrada. 
Compor sabiamente, racionalmente, essa estrutura é uma tarefa que se deve inspirar em leis cien tíficas. 
Os capitais se transformam no tempo, em prazos variáveis de acordo com a natureza da atividade 
aziendal, mas, por natureza, tendem a constantes transformações. A velocidade na circulação dos valores 
e a natureza da atividade são determinantes na composição da estrutura do capital. Estas são verdades 
de valor universal e perene e por isto, também, leis científicas em Contabilidade. Se estudarmos a 
quantidade necessária de cada coisa, para a formação de um capital que vai explorar uma determinada 
atividade, veremos que, enquanto certas empresas vão precisar de muitas máquinas, outras já 
necessitarão de poucos equipamentos; umas, de muita mercadoria, outras de pouca mercadoria; umas de 
amplo espaço físico, outras de pouco espaço físico; umas dependerão do ponto em que se situam, outras 
podem estabelecer-se em qualquer ponto etc. 
 
Não existe um padrão universal de composição de capitais para todas as atividades, mas, sim, um 
modelo típico para cada uma, face à ação dos agentes que a transformam e os efe itos que são 
suportados na movimentação. O equilíbrio ou estabilidade de uma empresa dependem da estrutura de 
seu capital e da velocidade do mesmo, na consecução do lucro. Uma padaria, por exemplo, vende 
velozmente o que fabrica enquanto uma joalheria não segue o mesmo ritmo; uma padaria, pois, tende a 
ter menos exigência de capital próprio em relação a uma joalheria; o mesmo acontece com os bancos que 
lidam mais com o capital de terceiros; cada tipo de negócio tem seu próprio giro e por isto deve ter sua 
própria estrutura de capital. 
 
CAPITAL CIRCULANTE 
 
Por natureza, o circulante, como grupo do capital, é o que tende a reunir bens que mais rapidamente se 
transformam em dinheiro ou já são dinheiro; há um circulante imediato (dinheiro e o que diretamente 
equivale) e um, mediato (que em curto prazo, dentro de um exercício se transforma em dinheiro). 
Disponíveis (uso imediato) e realizáveis (uso mediato), portanto, formam o capital circulante. Classificam -
se, no capital circulante, todavia, segundo a lei brasileira (Lei 6.404/76, art. 179, I) os seguintes 
componentes: 
 Disponibilidades (dinheiro e tudo que o representa); 
 Direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente (duplicatas a receber, 
títulos a receber a curto prazo); 
 Despesas do exercício seguinte (antecipações de despesas, ou seja, o que se pagou 
antes de vencer o exercício). 
 
Doutrinariamente, em Contabilidade, o item c misturas contas de resultados em um grupo de elementos 
da liquidez, sendo um componente es tranho, não servindo para ser considerado como meio de 
pagamento, como os demais. 
Nas empresas que não estão constituídas na forma de sociedades por ações, não há necessidade de 
seguir-se no Plano de Contas a defeituosa classificação de ?Despesas do Exercício Se guinte? como 
sendo uma conta do Ativo Circulante, melhor se caracterizando como valores pendentes de apuração. 
Também, em doutrina, inclui-se no capital circulante tudo o que tende para a transformação em dinheiro, 
por natureza e nesse caso se inclui, também, o realizável a longo prazo, desde que não tenha ele 
características de uma imobilização financeira, fato este, todavia, não aceito pela classificação hoje 
sugerida e que inclui o realizável em longo prazo como ?Não Circulante?. Logicamente o realizável em 
longo prazo circula, sim, variando apenas o prazo em que isso ocorre. À distinção de curto e longo prazo 
faz com que a lei só considere como circulante o que se realiza no prazo de um exercício. 
 
CAPITAL FIXO 
 
Por natureza o fixo, também dito permanente ou não circulante, como grupo do capital, é o que tende a 
transformar-se em dinheiro em prazo muito longo, especialmente porque nesse tempo é ?utilizado?; em 
sentido absoluto tudo se transforma na riqueza, sendo o conceito de fixo ou permanente apena s relativo a 
uma duração e utilização. Fazem parte desse grupo: 
 Imobilizado material de uso na produção (terrenos, edifícios, máquinas, veículos, 
ferramentas, equipamentos etc.) 
 Imobilizado material com o objetivo de obter renda acessória ou adicional (quotas e 
ações de outras empresas, I 
imóveis alugados, títulos de renda fixa a longo prazo etc.). 
 Imobilizado imaterial de uso ou de renda (patentes, marcas de fábrica, nome 
comercial, direitos autorais etc.), diferido (despesas de instalação, luvas, gas tos para 
obtenção de concessões etc.). 
 
Classificam-se, no capital fixo ou não circulante, todavia, segundo alei brasileira (Lei 6.404/76, art. 179, III, 
IV e V) os seguintes componentes: 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de , 
não classificáveisno ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa; 
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, 
riscos e controle desses bens; 
V - (Revogado pela Lei 11.941, de 2009) Tal classificação sofreu alteração impressa pelas Leis 
11.638/07 e11.941/09 que dividiu o Ativo referido em ativo não circulante 
em investimentos, imobilizado e intangível. 
 
O conceito legal, vetusto, derivou do empirismo e que considerou como circulante o que se está sempre 
convertendo em dinheiro, e não circulante o que, para ser transformado leva muito tempo, parecendo fixo 
no momento em que se observa. 
 
Tal fato se deve a uma associação entre a visão estática do balanço face a cada período de tempo ou 
exercício. Os conceitos modernos, todavia, diferem, ou seja, hoje admite -se que todos os valores se 
transformam na riqueza, em todos os momentos , quer por efeitos internos, quer por efeitos externos, e 
que influem sobre a célula social; logo, tudo se movimenta. Na realidade, perante o valor, a totalidade dos 
meios patrimoniais não é permanente no patrimônio, e tudo tende ao circulante ou à variável, alterando -
se, apenas, o prazo da circulação ou temporalidade funcional. Também sob a denominação de Ativo Não 
Circulante inclui-se segundo alteração feita pela MP 449/08, o Ativo Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
 
O capital próprio é o recurso que a azienda não buscou em terceiros, mas, em decorrência de sua própria 
existência, de seus naturais recursos, quer originários, quer decorrentes da atividade. Constituem tal 
parte: 
· Aporte de capital dos sócios; 
· Lucros acumulados; 
· Reservas de todas as naturezas; 
· Fundos de reintegração do capital e para garantia de riscos; 
· Reservas de reavaliações. 
 
Essa, a forma doutrinária de análise da composição do capital próprio e que não coincide totalm ente com 
o que a legislação societária brasileira estabelece. A denominação patrimônio líquido é a adotada no 
Brasil, pela lei, embora não o seja em outros países, especialmente os da Comunidade Europeia (onde se 
elegeu a denominação de capital próprio). Classificam-se, no patrimônio líquido, todavia, segundo a lei 
brasileira aplicável a sociedades por ações e empresas de grande porte (Lei6.404/76, art. 182, §§ 1º a 4º 
e pertinentes modificações), os seguintes componentes: 
· Capital social subscrito, deduzido da parcela não realizada; 
· Reservas de capital; 
· Reservas de correção monetária do capital realizado; 
· Reservas de Reavaliação; 
· Reservas de Lucros 
 
A Lei 11.638/07 estabeleceu para as sociedades por ações e de grande porte que o patrimônio líquido 
fosse dividido em: 
· Capital social; 
· Reservas de capital; 
· Ajustes de avaliação patrimonial; 
· Reservas de lucros; 
· Ações em tesouraria; e 
· Prejuízos acumulados (como valor de redução). 
 
Ensejou-se o subjetivismo irresponsável na questão dos ajustes, fato que duramente criticado não 
recebeu, todavia, por parte do poder público, até agora, a atenção merecida e ainda prejudicou -se a 
clareza excluindo os Lucros Acumulados (fato incoerente por admitir-se Perdas Acumuladas como 
redutoras). 
Para a doutrina (embora nem todos os autores estejam de acordo com isto) incluem-se ainda (embora 
desconhecido pela lei) os fundos que são extraídos dos lucros para garantirem a integridade do capital 
(Depreciação, Amortização e exaustão) e para cobertura de riscos (Devedores Duvidosos, oscilações de 
valores de Títulos etc.), assim como os lucros acumulados e não distribuídos ainda. 
Tanto que tais fundos de reintegração e riscos são recursos que na Demonstraçã o de Origens e 
Aplicações de Recursos a própria lei obrigou a incluir as depreciações como recurso (Lei 6.404/76, art. 
188 I,a). 
A Demonstração de Origem e aplicação de recurso aqui está sendo citada apenas para efeitos históricos, 
uma vez que o referido demonstrativo foi substituído pela Demonstração do Fluxo de Caixa. Embora a 
Demonstração de origens e Aplicações de Recursos tenha sido substituída pelo Fluxo de Caixa, fato 
notório é que os fundos de reintegração são recursos retidos. Como está na lei, todavia, os fundos de 
depreciação, amortização, exaustão e para riscos se apresentam como deduções dos elementos 
pertinentes do ativo. Esta a razão por que também, de acordo com a lei, não se incluem os fundos de 
depreciação, amortização, exaustão e fundos para riscos no grupo do capital próprio. 
 
CAPITAL DE TERCEIROS 
O capital de terceiro é aquele cedido à azienda por fornecedores, credores diversos, bancos etc., e tanto 
pode ser a curto como a longo prazo. A lei estabelece que o grupo das dívidas deve se r classificado por 
prazos exigíveis para o pagamento; denomina, pois, de Passivo Circulante o grupo que reúne as contas 
que registram obrigações que vencem dentro do exercício (Lei 6.404/76, art. 181). Por exercício, todavia, 
entende-se o tempo daquele social (um ano) ou maior que este quando o ciclo produtivo da empresa 
abranger mais que um ano (caso de empreiteiras de estradas, empresas agrícolas etc.). 
 
Doutrinariamente, os chamados débitos a terceiros se classificam em: Débitos de funcionamento ou 
operacionais (os que se têm para com Fornecedores) e Débitos de financiamento (os que se têm com 
instituições financeiras). 
Isto, porque o capital de terceiros pode chegar à empresa em forma de coisas (mercadorias, materiais, 
máquinas etc.) ou de dinheiro (em espécie ou em conta bancária). Para que a empresa mantenha-se 
equilibrada, é preciso sempre que observe a proporção entre o que emprega ou investe usando recursos 
próprios e o que aplica em decorrência de recorrer a empréstimos e fornecimento a prazo. Grande parte 
das concordatas e das falências se opera por falta de observação de um rigor nessa proporcionalidade. É 
óbvio que, quanto mais ágil for o capital que a empresa movimenta, menos necessitará de capital próprio, 
como já foi referido. Não é boa política patrimonial o endividar-se para imobilizar, a menos que o retorno 
dos investimentos possa ter capacidade de cobrir as obrigações, somadas aos custos dela decorrentes e 
ainda permitir o crescimento da empresa. 
 
VARIAÇÕES DO CAPITAL PRÓPRIO E APROSPERIDADE DAS EMPRESAS 
 
Cientificamente a Contabilidade estuda não apenas o capital de forma estática, como foi exposto para fins 
de conceituações. Importante é a análise dos fenômenos defluentes da movimentação patrimonial sob o 
aspecto da finalidade maior, que é a prosperidade. É da natureza do capital a variação, como efeito da 
transformação constante do patrimônio. Todavia, quando o capital próprio sofre uma redução, é preciso 
identificar a causa de tal efeito, pois pode estar em curso um processo de definhamento da riqueza, este 
que se confirma pela constância da redução do valor efetivo do capital. Quer a prosperidade quer o 
definhamento são aspectos de importância que as doutrinas contábeis não podem deixar de, seriamente, 
observar, tendo em vista a relevância do fato para a continuidade dos empreendimentos. 
 
PROSPERIDADE E DEFINHAMENTO 
 
Quando a empresa tem uma constante eficácia plena, quando a defluência de tal fato é também a 
dilatação permanente do capital próprio, pode-se afirmar que o estado da referida célula social é o 
de prosperidade plena. Ou seja: se existe um aumento dos recursos próprios, que se opera sempre e, se 
esse é capitalizado, o empreendimento é próspero. Em termos científicos da Contabilidade, segundo a 
doutrina neopatrimonialista, pode-se, em relação a essa realidade, enunciar a proposição lógica seguinte: 
A constante ocorrência de eficácia plena dos sistemas defunções patrimoniais (EaP) promove a 
prosperidade plena (PsP). 
 
Ou ainda, em dialética matemática: (EaP ® ¥) Þ PsP 
 
Obviamente, o entendimento de tal verdade demanda também o de um conjunto de conceitos. Os 
teoremas são sempre agregados de conceitos, como estes o são de razões defluentes de percepções de 
acontecimentos submetidos à luz da razão. 
 
Não é demasiado, pois, voltar a situar entendimentos relativos à questão, ou seja: 
 No caso, eficácia plena é aquela que ocorre em todos os sistemas de funções 
patrimoniais. 
 Eficácia é a satisfação da necessidade. 
 Sistema de funções patrimoniais é o agregado que tem por elementos os meios 
patrimoniais e as necessidades específicas que tem por finalidade satisfazer, como as 
de liquidez, resultabilidade, estabilidade, economicidade, produtividade, 
invulnerabilidade, elasticidade e socialidade. 
 
Finalidade do sistema é a eficácia. Se todos os sistemas de funções estão satisfazendo a todas as 
necessidades patrimoniais, há, então, uma eficácia plena. Se isso ocorre sempre, existe prosperidade. De 
forma oposta, o que advém é o definhamento. 
 
Ou seja: 
A constante ocorrência de ineficácia plena dos sistemas de funções patrimoniais promove o definhamento 
da célula social. São fenômenos de natureza inversa, pois, aqueles que se derivam do mau 
funcionamento dos sistemas patrimoniais, especialmente daqueles básicos. 
Sistemas patrimoniais básicos são os que cumprem as funções de liquidez, resultabilidade, estabilidade e 
economicidade. Essa a visão da doutrina neopatrimonialista contábil, de forma ampla, teórica. Na prática 
tais entendimentos são guias para a aplicação do raciocínio na análise das situações espelhadas pelos 
balanços das empresas (cada sistema pode originar um balanço). Tais entendimentos, de natureza 
universal, todavia, na realidade podem ser modificados quando se tem apenas a visão de um lucro que 
sempre ocorre e que faz crescer uma empresa. Se a visão é apenas a reditualista, pode haver uma 
percepção unilateral, esta que tende até a prevalecer quando a ótica é exclusivamente a pragmática. 
Nesse caso, abandonam-se as tendências de ineficácias em outros sistemas, o que tende a destorcer a 
realidade. 
Uma empresa, por exemplo, pode ter lucro e estar comprometendo a sua liquidez, de forma a ter perdas 
futuras e até desequilíbrios de maior monta. Também pode ocorrer, mesmo com produção de lucro, o 
desperdício ou improdutividade, com lesões futuras e efetivas reduções de margens de resultados 
melhores. Pode, também, estar fluindo o lucro, mas, com tais margens de riscos que a empresa de um 
momento para outro pode cair em profundo definhamento. O conceito, pois, de eficácia plena, do 
Neopatrimonialismo, alcança a todos os sistemas de funções dos meios patrimoniais, evitando 
julgamentos parciais, insuficientes para definirem uma prosperidade deveras efetiva e de qualidade 
abrangente. Nos tempos atuais o conceito exclusivo de lucro como eficácia empresarial cede lugar, pois, 
a uma série de restrições, requerendo uma visão holística, esta que o Neopatrimonialismo oferece como 
conjunto de teorias. 
 
Fonte: Fundamentos da Contabilidade Geral - Introdução ao Conhecimento Prático e Doutrinário da 
Ciência Contábil Moderna - Com Referências Relativas à Reforma das Sociedades por Ações - Lei 
11.638/07 e Lei 11.941/09, 4ª Edição - Revista e Atualizada. Antônio Lopes de Sá-Atualizado pelo 
Professor Wilson Alberto Zappa Hoog. 
 REQUISITOS BÁSICOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
As demonstrações, para assumirem a forma contábil, sujeitam -se a requisitos básicos. Subordinam o 
conceito, portanto, as razões lógicas fundamentais, pertinentes às Demonstrações Contábeis, ou sejam: 
 Referir-se a fato patrimonial aziendal; 
 Essencialmente basear-se em sistema tecnológico, obedecendo aos princípios 
fundamentais de Contabilidade; 
 Evidenciar situação específica; 
 Possuir forma tecnológica de Contabilidade. 
As demonstrações, sejam quais forem, obviamente, devem obedecer às dimensionalidades de causa, 
efeito, tempo, espaço, qualidade e quantidade, em relação aos fatos patrimoniais, identificando, também, 
a empresa ou grupo delas a que se refere o evidenciado. Portanto, uma demonstração contábil precisa 
evidenciar com clareza: 
· Nome da empresa ou do grupo (no caso de consolidação); 
· Data ou período a que se refere o demonstrado; 
· Identificação clara das origens dos fatos; 
· Identificação clara do destino dos fatos; 
· Identificação do estágio evidenciado (liquidação, cisão etc.); 
· Valores pertinentes a cada origem e a cada destino. 
 São ainda requisitos fundamentais das demonstrações contábeis: 
· Clareza; 
· Fidelidade e sinceridade; 
· Consideração do objetivo a que se destinam. 
Quando ocorrer dúvida ou diante de uma situação de incerteza, deve -se complementar os requisitos 
exigíveis com ressalvas. Todas as vezes, também, que se tornarem exigíveis maiores explicações, estas 
devem ser feitas de forma a deixar inequívoco o que se demonstra. 
 
NATUREZA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
As demonstrações contábeis podem ser voluntárias, estatutárias, contratuais ou obrigatórias. 
São voluntárias as que se realizam para simples estudos ou para servira interesses em geral 
administrativos, como, por exemplo, as relativas ao movimento de um produto novo e que se deseja 
conhecer como se comportaram os resultados em relação ao mesmo. As estatutárias são demonstrações 
previstas em Estatuto e que devem ser exibidas aos associados em uma determinada época e sempre 
relativa a um determinado período e com objeto específico, como, por exemplo, as exigidas em 
assembleias e relativas a movimentos de pagamentos de amortizações de ações preferenciais e de 
fundadores. As contratuais derivam de obrigações fixadas em contratos, como, por exemplo, os de 
consórcios de obras. São obrigatórios, todavia, os demonstrativos contábeis que se acham previstos em 
lei para as sociedades de maior porte e por ações (as que se acham no mercado de capitais), os 
seguintes: Balanço Patrimonial, Resultado do Exercício, Fluxo de Caixa, Lucros e Prejuízos Acumulados 
e para as maiores, ainda o de Valor Adicionado. As sociedades de capital aberto, ou seja, as que 
possuem títulos no mercado de capitais, em Bolsa, sujeitam-se a obedecer às normas estabelecidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários, e estas seguem o padrão de uma entidade particular que se denomina 
IASB. 
Fonte: Fundamentos da Contabilidade Geral - Introdução ao Conhecimento Prático e Doutrinário da 
Ciência Contábil Moderna - Com Referências Relativas à Reforma das Sociedades por Ações - Lei 
11.638/07 e Lei 11.941/09, 4ª Edição - Revista e Atualizada. Antônio Lopes de Sá-Atualizado pelo 
Professor Wilson Alberto Zappa Hoog. 
Aplicação Prática Teórica 
Exercício 01: 
O que o capital de terceiros representa ? 
a) A conta bancos conta movimento. 
b) As obrigações que a empresa possui. 
c) Os direitos que a empresa possui. 
d) A conta caixa. 
e) A conta vendas. 
 
 
Exercício 02: 
Qual das alternativas aponta relatórios obrigatórios para as sociedades anônimas de capital aberto ? 
 
 
a) Balanço patrimonial, demonstração do valor adicionado. 
b) Balanço patrimonial, relatório de vendas. 
c) Demonstração do valor adicionado, relatório de compras. 
d) Demonstração do resultado do exercício, relatório interno de gestão. 
e) Balanço patrimonial, demonstração da folha de pagamento.

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