Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB INDICADORES DE SAÚDE. O que é um indicador de saúde? É um instrumento de mensuração para o gerenciamento, avaliação e planejamento das ações em saúde. Trata-se da coleta de dados, e a partir dessas informações é possível pensar em questões relevantes para o planejamento e administração das ações em saúde. Indicador de mortalidade quantitativo do número de mortos. Ex: mortalidade infantil, mortalidade por problemas cardíacos. Indicador de morbidade avalia as pessoas que estão num grupo de doenças, mas que ainda não foram a óbito (incidência e prevalência). Como medir a saúde? A partir de dados obtidos pela vigilância epidemiológica. Por que usar indicadores de saúde? Descrever a situação de saúde de grupos de indivíduos (população), e a partir disso, subsidiar tomadas de decisão de maneira correta, de acordo com aquela realidade. Avaliar as mudanças ou tendências durante um período de tempo. Avaliar a eficácia e impacto de um programa. No processo de coleta de dados, a gente parte de uma população, especificamente a população de risco. POPULAÇÃO DE RISCO As pessoas susceptíveis a determinadas doenças são chamadas de população em risco e podem ser estudadas conforme fatores demográficos, geográficos... O que é um risco? É a probabilidade de ocorrência de uma doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde (incluindo cura, recuperação ou melhora), em uma população ou grupo, durante um determinado período. Sempre colocar a população e o período Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Fator de risco: Componentes que podem levar à doença ou contribuir para o risco de adoecimento. Ex: o hábito de fumar é um fator de risco para câncer de pulmão. Atributos de um grupo da população que apresenta maior incidência de uma doença ou agravo à saúde em comparação com outros grupos que não o tenha ou com menor exposição a tal característica. Fator de proteção: Componentes que ajudam a prevenir a ocorrência de problemas de saúde. Ex: exercícios físicos. Para estudar mortalidade, utiliza-se coeficientes e proporções MEDIDAS E INDICADORES EM SAÚDE COLETIVA Coeficiente ou taxa é a relação entre o número de eventos reais e os que poderiam acontecer. É a única medida que informa o “risco” de ocorrência de um evento; Ex: Qual o risco da população de idosos morrer? Coeficiente de mortalidade geral: 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑥 10𝑛 Índice ou proporção é a relação entre frequências atribuídas de determinado evento, sendo que no numerador é registrada a frequência absoluta do evento que constitui subconjunto daquele contido no denominador que é de caráter mais abrangente. Ex: Dentre o total de mortes, quantas foram de idosos? Mortalidade proporcional: Ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑥 100 Nesse caso sempre multiplica por 100, porque é proporção, você está trabalhando com percentual Obs. Em epidemiologia, “infantil” são pessoas abaixo de 1 ano Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB COEFICIENTE/TAXA ÍNDICE/PROPORÇÃO O número de casos relacionados com o tamanho da população da qual procedem. Numerador: Nº de casos detectados Denominador: População exposta Ex: O Coeficiente anual de incidência da tuberculose no município de Mundo Novo, para o ano de 2005, é de cinco casos para cada mil habitantes. É possível medir o risco? Sim, porque avalia o risco de ter tuberculose naquele período. Casos incluídos no numerador são também incluídos no denominador. Distribuição proporcional de casos Ex: Índice de mortalidade proporcional – do total de óbitos na cidade de Feira de Santana, no ano de 2005, 9,5% ocorreram em menores de 1 ano. Dentre o total de mortes, 9,5% foram mortes em crianças menores de um ano. MEDIDAS DE MORTALIDADE. Sempre estarei avaliando indivíduos que morreram em um determinado período, além disso, avalia-se a gravidade da doença. Conjunto de indivíduos que morreram em um intervalo de tempo; Exprime a gravidade de uma situação; Avalia as condições de saúde da população (fonte de informação) – referir PESSOA, TEMPO, LUGAR; Evento bem mais definido (registro obrigatório) – quando alguém morre você tem que registrar a causa quem identifica a causa é o médico. O que as medidas de mortalidade podem indicar? Quem, como e quando o óbito ocorreu; Severidade da doença; Diferenças no risco de morte por uma doença; Efetividade de tratamento e outras intervenções; Beleza, mas o que essa descrição permite? Identificar grupos mais atingidos por certos agravos; Definir problemas prioritários; Orientar alocação de recursos Acompanhar a evolução do nível de saúde; Mortalidade refere-se a óbitos na população; Coeficientes (ou taxas) de mortalidade; Índices – Mortalidade Proporcional; Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL (CMG): CMG = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑜,𝑛𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑁º 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥10𝑛 (Número total de óbitos em um ano, num determinado local, dividido pelo número de habitantes no mesmo período) x 10n Exemplo 1: Em 2010 ocorreram 1.034.418 óbitos no Brasil. Sabendo que a população do Brasil nesse ano era de 190.755.799 habitantes, calcule o coeficiente de mortalidade geral. -Óbitos no BR em 2010: 1.034.418 óbitos -População do BR em 2010: 190.755.799 hab CMG = 54,22/104 hab Taxa de mortalidade por 1000, no município de BH, no período de 1996 a 1998: ANO TOTAL DE ÓBITOS POPULAÇÃO 1996 12.370 2.084.100 1997 12.922 2.106.819 1998 13.532 2.091.371 1996 CMG = 5,9/103 1997 CMG = 6,1/103 1998 CMG = 6,4/103 Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL Coeficiente de mortalidade infantil mede o número de mortes de crianças até 1 ano de idade, fazendo referência ao local e ao período. Mede o nível de saúde e de desenvolvimento social de uma determinada região – sensível a mudanças socioeconômicas e a intervenções na saúde; É o número de óbitos de crianças nascidas vidas e falecidas antes de completar um ano de vida mede o risco de nascer vivo e morrer; O natimorto você também quantifica no numerador; CMI = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 <1 𝑎𝑛𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥10𝑛 Ainda existem duas variantes do cálculo de coeficiente de mortalidade infantil neonatal e pós-natal: 1- Coeficiente de mortalidade infantil neonatal: CMI Neonatal = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 < 28 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥10𝑛 São os óbitos que ocorreram até 28 dias após o parto. Avalia as condições de pré-natal e parto e a qualidade dos serviços de saúde até 28 dias, a mortalidade infantil está diretamente relacionada com a qualidade da assistência que a mãe recebeu. 2- Coeficiente de mortalidade infantil pós-neonatal: CMI Pós-neonatal = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 28 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑒 1 𝑎𝑛𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥10𝑛 São os óbitos que ocorreram entre 28 dias e 1ano após o parto. Avalia as condições de vida. Causas ligadas ao ambiente social – infecções e problemas nutricionais. Após 28 dias, a mortalidade infantil se relaciona diretamente com os cuidados que a criança está recebendo dos seus cuidadores. Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Ex: Taxa de mortalidade infantil (por 1000 nascidos vivos), segundo faixa etária. Bahia, 2000-2008. Em 2008 a maior quantidade de óbitos é neonatal, quando a criança vai a óbito logo nos primeiros dias, é preciso se preocupar com a qualidade da assistência em saúde. COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA A referência de risco é a quantidade de nascidos vivos, porque o que se avalia aqui são os óbitos das mulheres relacionados à gestação, parto e puerpério. O valor mais próximo da realidade é o número de nascidos vivos, porque nem toda mulher engravida. E os nascidos vivos precisaram sair de dentro de uma mulher gestante né? Aí por isso você usa o número de nascidos vivos, é o mais próximo que se tem da realidade. Refere-se ao risco de morte materna em decorrência de causas associadas a complicações durante a gestação, parto e puerpério; Altas taxas de mortalidade materna refletem o baixo nível das condições de saúde da mulher e deficiência na atenção à saúde; CMM = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 à 𝑔𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑜 𝑒 𝑝𝑢𝑒𝑟𝑝é𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥 10𝑛 Como não é registrado o número de gestantes, usa-se o número de nascidos vivos no denomidador. Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB COEFICIENTE DE MORTALIDADE ESPECÍFICA CMc = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥 10𝑛 Primeiro você determina a causa específica que vai avaliar, o período e a população exposta. Mortalidade por causas; Ex: Taxa de mortalidade por 100.000 hab, segundo principais grupos de causa e sexo. Bahia, 2000-2009. A principal causa de morte em mulheres era decorrente de problemas do aparelho circulatório Os homens estavam morrendo mais devido a causas externas (violência, acidentes de trânsito...) Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB MORTALIDADE PROPORCIONAL (MP) Avalia-se o percentual de óbitos, por causas ou por grupos. Como trabalha-se com percentual, sempre multiplico por 100. Ex: MP = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑖𝑎𝑛ç𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 1 𝑎𝑛𝑜 𝑒𝑚 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑋 𝑒 𝑎𝑛𝑜 𝑌 Ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑋 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑌 𝑥 100 No coeficiente você avalia o risco de menores de 1 ano morrerem, aqui é diferente, a pergunta que se faz é: “Das pessoas que foram a óbito, quantas eram menores de um ano?” Curva de mortalidade proporcional por idades, em diferentes situações de saúde: Quanto maior a mortalidade infantil, piores as condições de vida e de saúde: I e II Em países com nível de saúde muito baixo ou baixo, grande parte das pessoas poderá morrer antes de chegar aos 50 anos de vida III e IV em países com melhores níveis de saúde, a maioria da população morre com mais de 50 anos Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Pensando nos indicadores de mortalidade, e o quanto conseguimos avaliar com esses indicadores, existe um indicador importante que é o indicador de Swaroop-Uemura, que avalia a mortalidade de pessoas acima de 50 anos. INDICADOR DE SWAROOP E UEMURA ou RAZÃO DE MORTALIDADE PROPORCIONAL (RMP) Proporção de óbitos de pessoas de 50 anos ou mais, em relação ao total de óbitos; RMP = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑜𝑢 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑎 50 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑥 100 A partir disso, avalia-se o nível de saúde: quanto maior o indicador de Swaroop, melhor o nível de saúde, porque significa que as pessoas mais velhas estão morrendo, em proporção com as crianças. Indicador de Swaroop e Uemura: 1º nível (elevado): RMP > 75%; 2º nível (regular): RMP entre 50% e 74%; 3º nível (baixo): RMP entre 25% e 49%; 4º nível (muito baixo): RMP < 25%; TAXA DE LETALIDADE Coeficiente de letalidade: Avalia o quanto uma doença é letal, ou seja, o quanto ela leva ao óbito. TL = 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎/𝑎𝑔𝑟𝑎𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑐𝑜𝑚𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎/𝑎𝑔𝑟𝑎𝑣𝑜 𝑥 10𝑛 OUTROS INDICADORES DE MORTALIDADE: Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP): É o número de anos de vida que foram perdidos em uma dada população, tendo em vista a expectativa de vida e a mortalidade observada em relação à idade (Resumindo essa bagaça aqui: Com alguma doença nós perdemos dias de vida, apesar de estarmos vivendo). Esperança de Vida (ou Vida Média): É o número de anos que ainda restam para serem vividos pelos indivíduos que sobrevivem até a idade considerada. Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Ex: Em um estudo realizado na cidade X, buscando construir alguns indicadores de saúde, obteve-se para o ano de 2008 uma população total de 523.142 habitantes (276.411 mulheres e 246.731 homens) e que o número de nascidos vivos foi de 11.100. O total de óbitos no município foi de 3200, o total de óbitos entre crianças menores de 1 ano foi de 250 casos. Dentre os 3200 óbitos, 2100 foram entre os homens. 2000 óbitos ocorreram em maiores de 50 anos. Com esses dados, calcule e comente as características mais importantes dos seguintes indicadores de saúde: 1. Coeficiente de Mortalidade Infantil na cidade X no ano de 2008: CMI = 2,5/10² 2. Coeficiente de Mortalidade Geral na cidade X no ano de 2008: CMG = 6,11/10³ 3. Qual a Mortalidade Proporcional entre as mulheres? MP = 34% 4. Qual o índice de Swaroop e Uemura? RMP = 62,5% Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB INDICADORES DE MORBIDADE. Avalia-se do que as pessoas estão adoecendo, o que agrava as doenças, que doenças são essas? Refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças num dado intervalo de tempo. Define-se a morbidade como o comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população. Incidência: reflete a dinâmica com que os casos aparecem no grupo (quantos entre os sadios se tornam doentes) – força e intensidade da doença aqui precisa de período; Prevalência: É uma medida estática, informa o número de casos existentes (avaliar hoje quem é doente). É a proporção da população que apresenta determinada doença – Magnitude da doença aqui não precisa de período; Por que estudar indicadores de morbidade? Saber como as epidemias vêm evoluindo Saber se as atividades de prevenção vêm surtindo os efeitos esperados Saber se os tratamentos disponíveis aumentam a sobrevida de doentes Saber se as políticas de saúde têm sido adequadas para controlar os agravos Nesse sentido, a epidemiologia tem contribuído de forma consistente para obtenção das respostas para essas indagações. Entre estudo de incidência e prevalência, qual dos dois escolher? Depende da situação em foco. Depende do tempo que você tem disponível. Depende do aporte financeiro... Os eventos de evolução aguda são, em geral, indicados por meio da incidência. O evento de evolução crônica é mais facilmenteobtido através de prevalência. Prevalência mede quantas pessoas estão doentes, incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes Endemia: já é esperada na região Epidemia: número de casos acima do esperado Pandemia: epidemia numa área geográfica maior Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB INCIDÊNCIA O pesquisador acompanha a população estudada durante um período, e aí avalia as pessoas que desenvolveram ou não a doença (Ex: estudo de coorte). Denota a intensidade com que acontece uma doença numa população e mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos dessa doença na população. I = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑔𝑟𝑎𝑣𝑜 à 𝑠𝑎ú𝑑𝑒 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑥 10𝑛 Ex: No ano de 2005, foram confirmados 57 casos de dengue no município X, mediante exame sorológico. Sabendo que a população neste ano foi de 36.400 habitantes, qual foi a incidência de dengue na cidade? I = 15,6/104 PREVALÊNCIA O pesquisador faz somente uma coleta de dados, em apenas um momento (ex: estudo transversal). É a frequência de casos existentes de uma determinada doença, em determinada população, em um dado momento. Fração entre o número de casos novos e antigos e a população exposta à ocorrência do evento: P = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑒 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑔𝑟𝑎𝑣𝑜 à 𝑠𝑎ú𝑑𝑒 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑥 10𝑛 Ex: Em 01/10/2013 existiam 180 casos de Hérnia de Disco em tratamento em um município X. Ao longo desse ano (no final do ano) foram notificados 30 casos novos de hérnia de disco, e 45 obtiveram alta por cura. Admitindo-se uma população do município em 2013 de 96.000 habitantes, calcule: A) Prevalência de hérnia de disco no início e no final de 2013: Pi = 1,8/103 Pf = 1,7/103 (Tira os 45) B) Incidência de hérnia de disco em 2013 nesse município: I = 30/96000 = 3,12/103 Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB A incidência não sofre influência da cura A prevalência é influenciada pela cura e por outros fatores FATORES QUE AUMENTAM A PREVALÊNCIA FATORES QUE DIMINUEM A PREVALÊNCIA -Migração de doentes -Melhora do tratamento, sem levar à cura -Melhora no diagnóstico -Aumento da incidência -Migração de pessoas sadias -Cura -Morte -Diminuição da incidência
Compartilhar