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Psicologia Canina

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Prévia do material em texto

PSICOLOGIA CANINA
Entenda o comportamento dos cães
Jean Cloude
2
Jean Cloude
3
 A ideia deste livro é promover mudanças, 
mudança de atitude, mudança de rumo, de 
hábito, mudança de compor tamento. 
Mude a forma de vir a natureza, as 
pessoas, os animais. Os cães ajudam a 
mudar. Os cães podem proporcionar a 
você um modo diferente de perceber o 
mundo. Mude pra melhor.
4
MUDE
Mude, mas comece devagar, 

Porque a direção é mais importante que a velocidade

Dê os teus sapatos velhos 

Procure andar descalço alguns dias

Veja o mundo de outras perspectivas

Não faça do hábito um estilo de vida

Ame a novidade

Corrija a postura

Coma um pouco menos, 

Escolha comidas diferentes, 

Escolha um novo lado, um novo método
Arrume um outro emprego, 

Uma nova ocupação, 

Mais prazeroso, mais digno
Se você não encontrar razões para ser livre, 
invente-as
O mais importante é a mudança, o movimento, 
o dinamismo, a energia. 
Só o que está morto não muda.
(Este texto, ou parte dele, vem sendo largamente divulgado na internet e já teve sua 
autoria atribuída a alguns autores diferentes, este é apenas um trecho do texto original).
5
AGRADECIMENTOS
A Deus por me dotar com esta aptidão. Por 
amar todos os animais e especialmente os 
cães. Por me dar a oportunidade de aprender 
a paciência, persistência e autodomínio que 
são qualidades fundamentais para desenvolver 
o meu trabalho.
A meu avô Carlito, que me ensinou a 
respeitar e amar os animais de uma maneira 
bastante natural. Por todas as férias escolares 
inesquecíveis que passei ao seu lado, 
observando-o com grade reverência e amor, 
aprendi quase tudo que sei sobre respeito às 
pessoas, a natureza e aos animais apenas por 
observa-lo, pela ótica de um garoto muito 
jovem mais muito atencioso as coisas de seu 
interesse.
6
Aos meus pais. À minha mãe por me ensinar 
a pesquisar e aprofundar através dos estudos, 
assuntos que eu julgasse impor tante , 
independente do tema. E a meu pai por me 
aproximar de uma maneira realmente 
instintiva dos cães.
À minha esposa Kelly, que sempre sorriu e 
chorou ao meu lado, que sofreu e acreditou 
em mim quando até mesmo eu duvidava, à 
minha filha, minha linda filha Sophia, que 
ressaltou a importância da paciência, do amor 
e do aprendizado constate.
Aos meus amigos, aos poucos verdadeiros 
amigos que continuaram ao meu lado, todos 
estes anos acreditando, respeitando, amando e 
nutrindo nossa amizade apesar de mim.
7
AGRADECIMENTO ACADÊMICO
Aos amigos e professores que participaram em 
esclarecer pontos de vista científicos que 
auxiliaram no entendimento do comportamento 
dos cães e aumentaram a compreensão anatômica, 
fisiológica, patológica e diversos outros assuntos 
importantes para compreensão dos cães e seu 
comportamento:
Médica Veterinária - Elaine Baptista Barbosa;
Médico Veterinário, Mestrado em Reprodução 
Animal, Doutorado em Ciência Animal e Professor 
de Anatomia - Geraldo Juliani;
Médica Veterinária, Mestrado em Clínica e Cirurgia 
Veterinária - Pillar Gomide do Valle;
Médico Veterinário, Pós-Doutor em Patologia 
Investigativa, VP ANCLIVEPA Minas Gerais, VP da 
Sociedade Mineira de Medicina Veterinária, 
Professor FEAD, Newton e UniBH de Patologia 
Veterinária - Aldair Junio Woyames Pinto;
Médica Veterinária - Larissa Cescon;
Bióloga, Mestre em Comportamento Animal pela 
UFRN - Luiza Cervenka de Assis.
8
OBJETIVO
Meu objetivo é compartilhar as técnicas sobre 
Psicologia Canina em todo Brasil, para ajudar 
cães e humanos a terem uma relação mais 
natural e completa, para que nesta relação 
ambos sejam cada vez mais felizes e equilibrados.
9
JEAN CLOUDE
Nasci em Salvador-BA/Brasil 
no final da década de 70, ainda 
garoto concebi a ideia do que 
seria quando adulto, embora 
aos 8 anos de idade já nutria o 
d e s e j o d e s e r M é d i c o 
Veterinário, foi por influência do meu pai que 
fiquei ainda mais apaixonado por cães. 
Quando garoto, minhas melhores companhias 
eram Babam, um Fila Brasileiro, Quila, uma 
Doberman, Rulf um Pastor Alemão, Brutos, outro 
Fila, Átila uma Pastor Alemã Capa Preta, e vários 
outros cães com os quais aprendi muito com o 
simples ato da observação, naturalmente nesta 
época eu me divertia mais do que aprendia. Eram 
tantos cachorros, que meu pai era conhecido 
como Félix dos Cães.
10
Com meu avô materno Carlito Silva, aprendi a 
apreciar a natureza e a lidar com os animais da 
forma mais respeitosa possível. Todas as minhas 
férias escolares eram ansiosamente aguardadas 
para viajar para um interior da Bahia onde 
moravam meus avós, um distrito de Entre Rios. 
Lá eu montava os cavalos da fazenda, ordenhava 
vacas, lidava com cães de caça e pastoreio que 
rondavam a roça, subia em árvores, tomava 
banho de rio e aprendia da forma mais instintiva 
a lhe dar com toda vida natural à minha volta, um 
mundo completamente novo e ao mesmo 
tempo tão familiar. 
Em Salvador, em casa, meu pai sempre lidou com 
cães de guarda e eu comecei a formular a ideia 
de que, ter cães apenas para companhia seria 
algo realmente agradável, eu poderia ir para uma 
praça com meu cachorro e fazer novas amizades, 
poderia parar em uma roda de amigos com meu 
cachorro e todos poderiam acaricia-lo. 
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
11
Mas ao mesmo tempo ter um cão assim tão 
brando era quase inaceitável para aquela época, 
porque os cães basicamente só tinham uma 
função: Cão de Guarda.
Em 1994 iniciei uma jornada em busca de uma 
melhor compreensão a respeito dos cães e 
comecei a estudar 
sobre P s i co log i a 
C a n i n a a fi m d e 
a l c a n ç a r m e u 
objetivo. 
Então comecei a me 
interessar por todos 
os assuntos que 
poderiam supostamente me levar a um caminho 
onde poderia transformar um cão instável em 
um cão equilibrado. Na época sem Internet e 
com recursos limitados fiz proveito de tudo a 
meu alcance. 
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
12
Devorei tudo sobre vida selvagem de canídeos 
que poderiam ser aplicados a cães domésticos, 
fiz cursos, li livros, observei os cães sobre um 
novo prisma e tentei usar todos os instintos que 
havia aprendido até ali, com meu pai, com meu 
avô e com os próprios cães. 
Então um dia surgiu uma chance de por em 
prática tudo que havia treinado até ali. Uma 
vizinha nossa tinha necessidade de ajuda. Ela 
tinha um Pastor Alemão chamado Cadilo, que 
precisava caminhar, mas ninguém conseguia, uma 
vez que a maior parte dos moradores desta casa 
eram simpáticas senhoras muito frágeis para 
aguentar o tranco de um robusto Pastor 
Alemão. Me ofereci para reabilita-lo, e como o 
homem que pisava na lua, eu não sabia 
exatamente se, o que eu iria fazer ali daria certo. 
A primeira vez que abordei Cadilo ele murchou 
as orelhas e as dobrou para trás da cabeça, 
salivou e tremia de tanta raiva e frustração,
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
13
por causa da quantidade de energia acumulada 
por falta de exercício, havia muita agressividade 
em seu olhar. Me fitou nos olhos como um 
predador que deseja uma presa. Quando ele 
começou a rosnar, me parecia o maior Pastor 
Alemão que eu já tinha visto na vida. Nós dois 
tremíamos, ele de raiva e eu de medo, ansiedade 
e vontade de que a reabilitação desse certo.
Me arrependi na hora que o vir, mas àquela 
altura eu não poderia desistir. Meu desejo de 
ajudar e por em prática tudo que havia 
acumulado até aquele momento era maior do 
que qualquer medo. Além disso havia aquelas 
senhoras que me encaravam com um ar de 
esperança.
Encarei o desafio, e como numa dança, no inicio 
tomei muitos pisões nos pés nos primeiros 
passos da caminhada, mas depois nos ajeitamos, 
deixei bem definido quem conduzia quem neste 
passeio e conseguir ouvir o som do relaxamento, 
língua para fora, a entrada e saída de ar por sua
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
14
boca que fazia o típico barulho de um cão 
cansado, desestressado e feliz. A reabilitação 
estava dando certo. Foi aí que logo aprendi que 
cão cansado é cão feliz.
Depois devários dias de caminhada, alguns 
banhos (Salvador é muito quente, é quase verão 
o ano todo e os banhos eram uma atividade 
positiva para ele me associar as coisas boas), 
Cadilo se tornou um bom amigo e tecnicamente 
o meu primeiro cliente. 
Me senti poderoso, as técnicas funcionaram tão 
bem, e tudo fazia tanto sentido que comecei a 
fa lar daquelas ideias que soavam tão 
incompreensivelmente loucas para a maioria dos 
meus ouvintes.
Naquele ano, além de uma revista de cães (Cães 
e Cia. que mais tarde, vários anos depois me 
tornaria colunista) que já falava de técnicas 
bastante naturais, que já se referia ao dominante 
como Cão Alpha e coisas assim, tive a sorte de 
encontrar no Dr. Bruce Fogle, um verdadeiro 
norte para minha busca.
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
15
Que anos mais tarde se tornou o cerne da 
minha carreira e da minha prática com os cães. E 
todo aquele turbulento início hoje faz muito 
sentido.
Sou fundador do Centro de Psicologia Canina 
em Minas Gerais, com uma matilha de cerca de 
14 cães para ajudar a reabilitar outros cães. Em 
2012 ingressei em um grande sonho, afim de ter 
um abalizamento científico sobre o que sempre 
fiz, iniciei o 
c u r s o d e 
M e d i c i n a 
Veter inár ia 
na faculdade. 
No mesmo 
ano estreei 
n a TV no 
SBT-MG o 
programa Reabilitador de Cães com a finalidade 
de ajudar humanos e seus cães a terem uma 
relação mais equilibrada e feliz. 
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
16
Trabalho com Psicologia Canina desde 1994, 
mas só depois de 10 anos me aprimorei, 
aprofundei, me profissionalizei e construir minha 
carreira.
Embora meu trabalho envolva a saúde mental 
dos cães, e eu possa afirmar que trabalho com 
Psicologia Canina, não uso a termologia 
“Psicólogo de Cães”, sou intitulado Terapeuta 
Canino, uma vez que o que realizo são 
estratégias terapêuticas para melhorar a vida dos 
cães e seus humanos.
Tenho várias matérias publicadas no Jornal Hoje 
em Dia, Estado de Minas, Revista Veja, Revista 
Encontro, Jornal da Pampulha e tenho a honra 
de ser colunista da revista Cães e Cia que tanto 
li quando era garoto.
Sou colunista Revista Bicho Meu que ajudou a 
divulgar ainda mais as técnicas de reabilitação 
canina em Minas Gerais.
Sou também colunista da Revista Aqui do Jornal 
Estado de Minas.
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
17
Sou Palestrante, Seminarista e Ministro cursos 
sobre Psicologia Canina. Realizo Programa de 
rádio como o “Quadro Animal” na Rádio Globo 
de MG.
Tenho algumas par ticipações na 98FM – 
Programa Graffite, do meu amigo Dudu, Rodrigo 
Rodrigues, Rafael Mazzi e Cajú, além de outros 
programas da 98FM em MG que participei.
E me orgulho do primeiro programa de TV 
aberta no Brasil a falar sobre Psicologia Canina 
no Programa “Reabilitador de Cães” no SBT – 
MG. 
Em 2016 a Faculdade Newton Paiva de Belo 
Horizonte em MG inicia o primeiro curso de 
Extensão de Psicologia Canina ministrado por 
mim e aberto ao público além dos Estudantes 
de Medicina Veterinária. 
Fui convidado a ser um dos Instrutores da 
ROCCA, o Canil da Policia Militar de Minas 
Gerais, um dos canis da PM mais respeitados do 
Brasil. Além de colegas se tornaram minha 
família.
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
18
Os Comandantes Tenente Coronel Cinério, 
depois o Comandante Major Geisel, os Tenentes 
Albuquerque e Jadir, além dos amigos Sargento 
Pires e Sargento Charles e meu amigo Cabo 
Willekem, se tornaram parceiros de trabalho.
Tenente Jadir e Jean Cloude em homenagem da ROCCA.
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
19
Tenho a honra também de compor o corpo de 
Instrutores do COC, Canil do BOPE da PM do 
Paraná, a convite do meu amigo Capitão Zancan 
que se tonaram igualmente uma família de bons 
amigos para mim. 
Em 2017 fui nomeado Coordenador de Defesa 
dos Animas vinculada à Secretaria de Meio 
Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte o 
que me aproximou ainda mais da causa 
ambiental e sobretudo da causa animal.
Capitão Zancan e amigos do Canil do BOPE do Paraná
Jean Cloude
http://www.caoequilibrado.com
20
SUMÁRIO
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães….…22
Capítulo 2 - Psicologia Canina……………………..……28
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, 
seu cão feliz com você………………………………..…40
Capítulo 4 - Líderes Amorosos………………………….47
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos 
vs. Energia dos cães……………………..………………57
Capítulo 6 - Idioma dos Cães………………………..…73
Capítulo 7 - O Grande Erro……………………………84
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães…..………89
Capítulo 9 - Como as pessoas percebem os Cães…..…99
Capítulo 10 - Como devemos perceber os Cães…..…109
Capítulo 11 - Equilíbrio para você e para os cães..……159
Capítulo 12 - Como "funcionam" os Cães………….…173
Capítulo 13 - Como abordar os Cães……………..…183
21
Capítulo 14 - Agressividade……………………………189 
Capítulo 15 - Como lidar com as Fobias……….………197
Capítulo 16 - Energia em Equilíbrio……………………204
Capítulo 17 - Fórmula para o Equilíbrio…………..……208
Capítulo 18 - A importância das Caminhadas…………220
Capítulo 19 - Hora de Passear……………………..…227
Capítulo 20 - Como colocar a Guia ou Coleira………230
Capítulo 21 - Sua atitude durante o passeio……….…233
Capítulo 22 - Disciplina…………………………….…239
Capítulo 23 - Quando fazer Carinho…………………250
Capítulo 24 - A hora de comer……………………….255
Capítulo 25 - O que pode e o que não pode……..…263
Capítulo 26 - O Canil……………………………..…267
Capítulo 27 - Despedidas e chegadas……………..…270
Capítulo 28 - Liderança amorosa e adequada…….…275
Capítulo 29 - Saiba escolher seu Cão 
pelo nível de Energia…………………………………278
Capítulo 30 - Castração, o tabu………………………287
Capítulo 31 - Coco e xixi no lugar certo…………..…295
Sumário
22
Capítulo 1 
Importante para você e para seus cães
As sugestões e instruções a seguir servirão para 
posicionar hierarquicamente os humanos como 
um tutor mais responsável, um treinador mais 
compreensível e um líder mais amável em 
relação aos cães. Não me refiro ao pensamento 
especialista no qual alguns humanos tem a 
crença absoluta de superioridade da espécie 
humana frente as demais. Me refiro a ideia 
hierárquica, entre humanos e cães, haja vista que 
a posição dentro de uma matilha ou alcateia é 
algo muito impor tante para os canídeos, 
semelhante as posições hierárquicas familiares. 
As orientações a seguir, tem por intuito 
posicionar o humano como líder em relação ao 
seu cão, que dentro da estrutura e conceito de 
vida satisfatória para o próprio cão, ele deverá se 
encaixar como parte da matilha e não como 
chefe dela. 
23
No entanto, se quiser permitir que seu cão 
g e r e n c i e a r e l a ç ã o e n t r e v o c ê s , 
manifestando latidos, rosnados e até mesmo 
mordendo você e membros da sua família, 
basta continuar a acreditar que ama-lo do 
ponto de vista humano e trata-lo como uma 
pessoa ou como um bebê humano, irá 
trazer equilíbrio e uma melhor qualidade de 
vida para ele, sem acrescentar nenhum 
tempero a esta receita. 
Mas caso decida orientar seu cão, conduzi-
lo a uma melhor qualidade de vida e se 
estiver realmente preocupado com o bem-
estar dele e se deseja realmente trata-lo 
com dignidade e respeito, fique atento ao 
q u e o t r e i n a m e n t o b a s e a d o e m 
compor tamento canino sugere fazer, e 
esteja disposto a atender e satisfazer as 
necessidades mais básicas dos seus cães do 
ponto de vista correto, ou seja, do ponto de 
vista dos canídeos, como:
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães
24
a) Atividades físicas diárias, de 
a c o r d o c o m c a d a r a ç a e 
respeitando a capacidade física de 
cada indivíduo;
b) Disciplina, estabelecendo assim 
pequenas regras entre vocês;
c) Carinho, que vem das formas 
mais variadas, como comida, agua, 
abr i go, a fe to e caminhadas 
constantes. 
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães
25
As instruções a seguir servirão para tornar 
você o líder ideal do seu cão, ou de 
quaisquer cães que venha a ter contato, 
através do seu trabalho ou em quaisquer 
momentos delazer, mesmo com cães que 
nunca teve qualquer tipo de proximidade.
Se está tendo acesso a este material, ou 
você está em apuros com seu cão ou é 
apaixonado por esse universo canino. Em 
ambas as situações seja bem-vindo a um 
conhecimento intuitivo e científico que irá 
facilitar sua comunicação com os cães.
Mas sobretudo, se es tá lendo es tas 
informações por causa dos pequenos e 
grandes problemas que tem com seus cães, 
ou com cães em geral, o primeiro passo é 
segu i r uma ordem un iver sa l pa r a o 
equi l íbr io e bem-estar dos cães que 
englobam três atitudes irrefutáveis para um 
bom treinamento e equilíbrio mental dos 
seus cães. 
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães
26
Pratique: 1º Atividades físicas regulares com 
seus cães; 2º Estabeleça algumas regras 
entre vocês; 3º Faça carinho, apenas quando 
realmente merecerem, (merecer aqui quer 
dizer quando os cães estiverem em um 
determinado estado mental brando e 
respeitoso). 
S e m p r e 
n e s t a 
o r d e m e 
compondo 
t o d o s o s 
elementos.
D e v e - s e 
l e m b r a r 
t ambém que a pa r t i r do i n í c i o do 
treinamento seu cão entra em um estágio 
de reabilitação, o que quer dizer que você e 
ele cumprirá o passo-a-passo sugerido, para 
vocês gozarem de uma relação de confiança 
e respeito mútuo. 
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães
27
De forma geral os cães e seus humanos 
levam tempo para se adaptarem à nova 
forma natural de se relacionarem seguindo 
as instruções do pr isma da Psicologia 
Canina. 
V a m o s 
imaginar um 
prazo vir tual 
d e s e i s 
semanas de 
reab i l i t a ç ão 
o u d e 
treinamento. 
E m a l g u n s 
c a s o s s e r á 
menos tempo e em outros casos será bem 
mais tempo. O impor tante é não desistir do 
seu cão . A f i na l t emos os cãe s que 
precisamos ter em nossas vidas.
Capítulo 1 - Importante para você e para seus cães
28
Capítulo 2
Psicologia Canina
Não estamos sugerindo que hoje no Brasil em 
2018 haja um Psicólogo Canino. Embora 
t r a b a l h e m o s c o m Psicologia Canina 
não nos auto intitulamos 
com esse termo. Antes 
podemos entender que, 
q uem t r a b a l h a c om 
comportamento canino, 
podem ser vistos como 
adestradores, treinadores 
ou terapeutas caninos, 
que irá através de sessões terapêuticas de 
treinamento, criar estratégias para reabilitação de 
um ou mais comportamento indesejado e/ou 
nocivo de um cachorro. A própria definição de 
Psicologia é “a ciência que trata dos estados e
29
e processos mentais, do comportamento do 
indivíduo e de suas interações com um ambiente 
físico e social. É o conjunto dos traços psicológicos 
característicos de um indivíduo ou de um grupo de 
indivíduos”. 
Logo quando nos referimos à Psicologia Canina 
(embora não seja reconhecida academicamente 
“ainda” no Brasil, mas em várias partes do 
mundo esse termo não só é aplicado como é 
bastante estudado) estamos nos referindo ao 
conjunto de observações dos estados e 
processos mentais dos cães, do comportamento 
do indivíduo e de suas interações com um 
ambiente físico e social e o que podemos fazer 
durante o treinamento para tornar nossa 
comunicação mais clara na relação entre 
humanos e cães. 
Acredito que em pouco tempo teremos 
disciplinas especificas dentro dos Cursos de 
M e d i c i n a Ve t e r i n á r i a p a r a a v a l i a r 
comportamentos e processos mentais dos cães
Capítulo 2 - Psicologia Canina
30
para analisar o seu bem-estar e melhorar o seu 
manejo durante os treinamentos e aplicações.
Acredito também que, logo será necessários 
Cursos de Nível Superior e Especialização no 
Brasil sobre Psicologia Canina, afinal somos a 
segunda maior população de cães do mundo, 
atrás apenas dos EUA e precisamos entende-los 
técnica e cientificamente melhor. Estamos 
trabalhando para que isso aconteça o quanto 
antes.
Para tranquiliza-lo em relação ao que está lendo 
e para saber se a aplicação dessas técnicas irá 
funcionar com seus cães, ou com cães que terá 
contato durante sua vida ou seu trabalho, é 
impor tante saber e entender porque a 
Psicologia Canina funciona muito bem com os 
canídeos domésticos, com os cães de forma 
geral, e os motivos pelos quais podemos ter 
certeza de que irá funcionar com seus cães e 
com você. 
Capítulo 2 - Psicologia Canina
31
As técnicas suger idas aqui são apenas 
observações de como canídeos selvagens se 
comportam em suas alcateias e matilhas e a 
partir daí aplica-las em nosso convívio, com 
nossos cães, em nossos lares, com a mesma 
psicologia que eles utilizariam se estivessem em 
seu habitat sem nenhuma interferência humana.
A Psicologia Canina funciona naturalmente 
porque todos os cães de todas as raças que 
conhecemos no mundo moderno, originaram-se 
do mesmo lugar : o canídeo selvagem, O Lobo 
Cinzento que deu origem a outros canídeos e a 
todos os cães que conhecemos.
Toda linhagem genética dos canídeos apontam 
na mesma direção, os cães domésticos (Canis 
lupus familiaris) são uma subespécie descendente 
dos lobos cinzentos  (Canis lupus) que deu 
origem aos siberianos (Canis lupus arctos) e 
australianos (Canis lupus dingo) que foram os 
primeiros animais a serem domesticados pelo 
homem, selecionados de acordo com as diversas
Capítulo 2 - Psicologia Canina
32
finalidades esperadas por seus criadores, como: 
proteção, caça, pastoreio e faro.
Os cães domésticos, os Canis lupus familiaris, são 
da mesma espécie ou subespécie canina que os 
deixam mais próximo da vida selvagem do que 
supomos, são seres instintivos. E a maior prova 
que são da mesma espécie ou subespécie é que, 
se a anatomia permitir, lobos e cães podem 
copular e gerar filhos férteis que continuarão a 
procriar, isto é, biológica e tecnicamente o que 
caracteriza animais da mesma espécie, é o fato 
de conseguirem gerar filhos férteis. 
No mundo todo há diversas raças de cães, uma 
das organizações mundiais dedicadas ao estudo 
científico dos cães é a  Federação Cinológica 
Internacional – FCI, que catalogou cerca de 350 
raças, sendo que há diversas outras no mundo 
afora que não são “ainda” aceitas mundialmente, 
mas tem o seu reconhecimento através das mais 
de 80 associações nacionais, como é o caso das 
raças brasileiras que são atestadas pela Confede-
Capítulo 2 - Psicologia Canina
33
ração Brasileira de Cinofilia – CBKC.
Estas entidades são as responsáveis  por 
definir  regras e normas para criação, registro e 
emissão de pedigrees que são os certificados da 
linhagem genética e atestado de enquadramento 
nos padrões definidos para a raça e exibição das 
raças reconhecidas. Além dos SRD (Sem Raça 
Definida) que são os nossos amados vira-latas. 
Os de raça definidas são agrupadas em dez 
grupos oficiais com características semelhantes 
de acordo com a função e tipo físico ou história 
da raça:
Grupo 1:  Cães Pastores e Boiadeiros. Pastor 
Alemão , o Border Collie, o Bouvier de Flandres, 
entre outras;
Grupo 2: Cães de Guarda, Trabalho e Utilidade. 
Cães tipo Pinscher, Molossos e Cães de 
Montanha, (cães de guarda e defesa, trabalho e 
utilidade como Rottweiler e São Bernardo 
respectivamente);
Capítulo 2 - Psicologia Canina
34
Grupo 3: Cães Terriers (do Latim Terra). Cães 
que caçam na “terra” em tocas, o Fox Terrier e 
Yorkshire Terrier são bons exemplos;
Grupo 4:  Dachshunds (Teckels) . Cães 
desproporcionalmente alongados, bassets e de 
patas curtas, como os famosos “Salsichinhas” ou 
“Cofap”;
Grupo 5: Spitz e Cães do Tipo Primitivo. Os 
notórios cães nórdicos com força para trenó ou 
os de caça e pastoreio, como  Akita, Husky 
Siberiano, Samoieda, Malamute do Alaska e 
Chow chow;
Grupo 6: Cães Sabujos e Farejadores além de 
raças semelhantes, Cães com  excepcional 
resistência física e inigualável olfato e capacidade 
de perseguição: Beagle, Basset Hound e Dálmata 
são excelentes exemplos;
Grupo 7:  Cães Apontadores. Cães de caça 
moderna com armas de fogo que apontam a 
caça, a exemplo do Pointer Inglês, Braco Alemão 
e Weimaraner;
Capítulo 2 - Psicologia Canina
35
Grupo8:  Retrievers, os Recuperadores  de 
Caça, Levantadores e Cães D'água. Cães que 
buscam a caça, a fazem voar (daí os 
levantadores) e que não se intimidam e até 
gostam muito de entrar na água para buscar a 
presa abatida. Os Golden Retriever, Labrador, 
Cocker Spaniel são bons exemplos;
Grupo 9: Cães de Companhia. Cães pequenos 
para facilmente acompanhar seus tutores, como 
as raças Chihuahua, Shih Tzu, Buldogue Francês, 
Lhasa Apso, Maltês, Pug, Poodle, Pequinês, dentre 
outros;
Grupo 10: Galgos (Lébreis). Cães ágeis como 
lebres, mas também elegantes, com seu 
representante mais famoso sendo  o Afghan 
Hound;
Todos os acima citados, e mais um décimo 
primeiro grupo ainda não definido e não 
mencionados, com raça definida ou SRD (Sem 
Raça Definida) advêm do mesmo ancestral em 
comum.
Capítulo 2 - Psicologia Canina
36
Embora os cães não sejam lobos domesticados, 
o h áb i t o a l imen t a r, a g e s t a ç ão e o 
compor tamento geral para br incadeiras, 
dominação, submissão e comunicação, são os 
mesmos do seu parente distante: Os lobos. 
Eis os motivos pelos quais tudo que será feito 
durante a reabilitação funcionará naturalmente 
para seus cães e para você, são os mesmos 
motivos que fazem da reabilitação, um processo 
compreensivo e duradouro para os cães, pois 
para eles essas técnicas soam de forma natural. 
Para eles, tais informações, são velhas conhecidas 
de um parente não muito distante, uma vez que 
estão inscritas em seu DNA, e nós só estamos 
lembrado e os recordando de como eles devem 
se comportar, e obviamente esses lembretes 
valem mais para nós do que para eles.
Estou aqui para compartilhar conhecimento, 
para tratar de Comportamento Canino e 
sobretudo para provocar sua compreensão e 
relação com nossos “melhores amigos”.
Capítulo 2 - Psicologia Canina
37
Até certo ponto, parte do que apresentarei, 
você já ouviu em algum lugar, e certamente sabe 
conceitualmente o que deve fazer. A questão 
agora é por em prática.
Então o que você está fazendo com estas 
informações nas mãos? 
Apenas se reorganizando e cr iando a 
consciência de que você não pode e não deve 
ter o conhecimento apenas conceitual, ou seja, 
não deve apenas saber o que deve fazer, você 
terá que se ajudar e ajudar seu cachorro a saber 
como se comportar, pois de nada adiantará 
saber como fazer se não realizar.
A par tir de agora, com as informações 
organizadas, você tomará ação, passo-a-passo 
para ter um cão equilibrado e construir uma 
relação de confiança e respeito com seu melhor 
amigo. E parte desse equilíbrio depende mais de 
você do que do seu cachorro.
A primeira observação a respeito do reino 
animal é que todo animal tem sua própria psico-
Capítulo 2 - Psicologia Canina
38
l og i a , seu p rópr io con jun to de a tos 
comportamentais, utilizando-se de um coerente 
“vocabulário” para se comunicar de maneira 
instintiva e racional dentro de um grau diferente 
de complexidade dos humanos. Os cavalos, as 
aves, os crocodilos, os gorilas, nós e os cães tem 
sua própria psicologia, que é justo sua forma 
natural de se comportar e comunicar. E seguir a 
forma natural é como nadar a favor da 
correnteza.
Muitas vezes cremos que nossos cães são 
pequenos seres humanos, ou “serumaninhos” 
que serão melhores tratados se os tratarmos 
como humanos, e é aqui neste ponto que 
cometemos o primeiro erro, pois assim nós os 
h u m a n i z a m o s o u t e c n i c a m e n t e o s 
antropomorfizamos.
De forma geral somos levados a crer que tratar 
outros animais não humanos como humanos é 
um tratamento respeitoso e adequado. Mas 
quem nos disse isso? Quem informou que tratar
Capítulo 2 - Psicologia Canina
39
um Golfinho como humano é trata-lo bem? Se 
entendermos a psicologia animal de cada 
espécie separadamente, e respeita-los pela 
espécie que são, os animais não humanos nos 
agradeceria.
No caso dos cães, se os tratarmos apenas como 
cães, estaremos respeitando o seu estado 
natural e através desse comportamento vamos 
mostrar o quão gostamos de nossos cães, 
q u an to o s compreendemos e a s s im 
conseguiremos conviver melhor com eles, 
justamente por entender como eles percebem o 
m u n d o , i r e m o s c o m p r e e n d e r s e u 
comportamento, suas atitudes e aprenderemos 
que eles não são imprevisíveis como afirmam e 
pensam a maioria das pessoas. 
Eles são surpreendentes com a velocidade que 
aprendem. Basta que nós, promovamos tais 
mudanças para esse aprendizado. E juntos 
aprenderemos muito.
Capítulo 2 - Psicologia Canina
40
Capítulo 3 
Você feliz com seu cão, 
seu cão feliz com você.
A aplicação da Psicologia Canina será através de 
estratégias terapêuticas de reabilitação e embora 
quase sempre o termo “reabilitação” está ligada 
a restauração física do corpo, neste artigo, no 
entanto, iremos fazer uso deste termo 
direcionado para saúde mental, afinal mente 
saudável é corpo saudável.
Antes de dizer escancaradamente o que é e 
como podemos reabilitar um cão, temos que 
e n t e n d e r q u a i s s ã o o s r e fl e x o s d e 
compor tamento de um cachorro que é 
psicologicamente instável, que precisa de ajuda e 
deve ser direcionado através de um treinamento 
e de uma reabilitação. 
Já viu um cão correr em círculo atrás da própria 
cauda? Quando não é um problema neurológico 
pode até parecer “engraçado e bonitinho”, mas 
41
quando ele faz isso sem parar e por muito 
tempo é incomodo para ele e para quem o 
o b s e r v a . O u 
então, já observou 
um cão cavar, 
mesmo que seja o 
tapete da sala? 
Roer sapatos, sofá 
e quase tudo que 
encontra? Ou já 
viu um cão sem 
motivo aparente 
rosnar por causa de um osso velho, latir 
ininterruptamente ou ficar ansioso, medroso, 
repentinamente agressivo com outros cães e até 
com você? Será que algum desses aspectos 
descreve os seus cães? Pois bem, todos esses 
traços de “mau” comportamento é instabilidade 
mental e todos esses casos terão de ser tratados. 
N o t e m q u e c ã e s c o m p r o b l e m a s 
comportamentais tiveram seus atos alimentados
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seu cão feliz com você.
Imagem da Internet
42
por seus tutores que normalmente ignoraram 
ou estimularam o comportamento dos seus 
cães. Todos os cães com esses problemas ou 
casos semelhantes ter que ser direcionados para 
reabilitação.
Essa reabilitação é feita com base na Psicologia 
Canina, que é a observação de como canídeos 
selvagens ou domésticos se comportam em suas 
matilhas/alcateias e a partir daí aplicar em nosso 
convívio, com nossos cães, em nossos lares, a 
mesma Psicologia que eles utilizariam se 
estivessem em seu habitat. O dócil cãozinho que 
dorme no sofá da sala tem a mesma forma de 
pensar dos canídeos selvagens, a mesma duração 
de gestação, o mesmo hábito alimentar (são 
carnívoros - do ponto de vista científico, os cães 
não precisam de carboidratos na sua dieta 
regular, pois a quantidade necessária de glicose, é 
s u p r i d a v i a g l i c o g ê n e s e , q u e s e d á 
satisfatoriamente em uma dieta rica em lipídeos 
e proteínas.), a mesma genética e o mesmo
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seu cão feliz com você.
43
conjunto de comportamento corporal e mental.
O trabalho de reabilitação é diferente do 
adestramento, pois o adestramento resolve o 
problema do ponto de vista dos humanos, a 
reabilitação com base na Psicologia Canina 
resolve o problema do ponto de vista dos cães. 
Concorda que os cães latem da mesma forma 
no mundo inteiro? Apenas nós humanos temos 
idiomas diferentes, os animais não. De forma 
geral os leões bramem da mesma forma em 
qualquer lugar do planeta, os cavalos relincham 
da mesma forma em qualquer fazenda do 
mundo. 
Nós tratamos leões e cavalos como leões e 
cavalos. Apenas os cães recebem tratamento 
diferenciado dos outros animais do ponto de 
vista e do tratamento humano. São humanizados 
por seus tutores e por isso a maioria dos cães 
que vivem com os humanos tendem a serem 
psicologicamente instáveis, pois usamos a psico-
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seucão feliz com você.
44
logia humana com eles, quando deveríamos 
trata-los com respeito e dignidade, trata-lo tão 
pura e simplesmente como devem ser tratados, 
como cães.
Trata-los com respeito e dignidade não significa 
cobri-lo de amor e afagos sem limites a todo o 
tempo. Devemos ama-los, precisamos ama-los 
mas um ponto importantíssimo é ter muito 
cuidado com a quantidade de vezes que acaricia 
seu cão neste processo de reabilitação. Afagar 
uma mente estável é perfeito, mas alimentar 
uma mente instável é desastroso.
Talvez esteja ajudando ou trabalhando com um 
cão agressivo, e se durante a reabilitação deste 
indivíduo ele receber afagos na hora errada, ele 
poderá compreender o carinho de forma 
equivocada e voltar a morder ou regredir ainda 
mais por entender que está recebendo 
recompensa pelo seu estado mental agressivo. 
Há alguns anos ajudei uma senhora muito 
simpática que tinha um Poodle que mordia suas
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seu cão feliz com você.
45
visitas quando entravam em casa, haviam 
passados duas semanas da minha visita e ele 
tinha progredido muito pouco. 
Quando combinei de voltar para observa-la 
como ela e seu Poodle estavam recebendo as 
pessoas em sua residência, vir a seguinte cena: 
Quando seus familiares entravam em casa, seu 
cãozinho latia e rosnava a esmo, a simpática 
senhora para acalma-lo ao invés de deixa-lo no 
chão, segurando ele em uma guia de forma 
branda e firme, corrigindo quando fosse 
necessário, conforme havia demonstrado na 
primeira visita, ela o punha no colo e o acariciava 
enquanto ele tentava afugentar suas visitas. 
Os afagos tinham um efeito reverso ao consolo, 
ele latia, rosnava e tentava morder ainda mais, 
porque na cabeça dele, do ponto de vista dele, 
bastava se compor tar assim que recebia 
recompensas afetuosas de sua amável humana. 
Então combinei com ela e com todos os outros 
prospectivos clientes que viessem a consultar,
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seu cão feliz com você.
46
que cortassem e/ou reduzissem durante a 
reabilitação, qualquer tipo de afago exagerado 
ou excitado (esta é a par te difícil do 
treinamento) que pudessem confundir o cão ou 
tira-lo do caminho que os levaria ao equilíbrio e 
a calma.
O afeto no universo canino, como nós o 
fazemos e encaramos, não os leva ao equilíbrio 
natural. Nos comportamos assim com base na 
nossa experiência, com a experiências de 
primatas que somos, que afagam e acariciam e 
gritam e dá palmadas para consolar e disciplinar 
respectivamente. Mas a perspectiva canina é 
outra.
Para entender Psicologia Canina terá que aceitar 
e entender que há diferentes tipos de psicologia 
de diferentes animais e terá que passar a 
respeitar os diferentes tipos de comportamento 
de cada espécie.
Capítulo 3 - Você feliz com seu cão, seu cão feliz com você.
47
Capítulo 4 
Líderes Amorosos
Amo cães, sempre amei, neste exato momento, 
enquanto escrevo a uma temperatura agradável 
de 17° e uma chuva fina que consigo vir através 
das portas de vidro da minha sala, caindo na 
grama do nosso jardim, tenho sob minha blusa 
de frio uma Chihuahua de então 4 anos que se 
chama Lupita Ramos, em homenagem a Dakota 
Fanning, no filme “Chamas da Vingança” que o 
personagem de Denzel Washington chamava 
carinhosamente de Pita.
Nós também chamamos nossa Chihuahua 
carinhosamente de Pita, e só decidimos ter um 
cão de porte tão pequeno assim, para mostrar 
que apesar de ser muito mimada por todos da 
minha família, que se aplicássemos bem as regras 
ditadas pela Psicologia Canina, podíamos ter um
Imagem da Internet
48
cão de “colo” equilibrado e submisso. Uma 
cadela que nunca foi reabilitada porque nunca 
precisou, mas sempre foi advertida e orientada 
para que fosse apenas uma cadela, um cão, um 
cãozinho de colo, não um monstro que dita as 
próprias regras que late e morde a esmo sem 
ouvir a ninguém e impossível de se controlar.
Para os outros cães, de colo ou não, que não 
ouvem seus humanos (seus tutores), para os que 
latem, choramingam, rosnam e mordem, existe a 
“reabilitação” que se serve das regras básicas do 
universo canino, e do universo do reino animal. 
Entendemos que quase sempre o termo 
“reabilitação” está ligado a restauração corporal, 
no entanto, iremos fazer uso deste termo 
direcionado para saúde mental, assim teremos 
mente e corpo saudáveis. 
Atualmente foi retirado dos cães suas funções, 
seu trabalho e seus objetivos, e isso os deixam 
entediados, junto com o tédio vem ideias 
mirabolantes para quebrar a monotonia. Alguns
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
49
cães descobrem que podem latir até se cansar, 
outros rodopiam ou ficam obcecados por 
bolinhas, brinquedos e até feixes de luz. E esses 
comportamentos não são típicos apenas no 
universo dos cães, nós humanos também 
ficamos entediados e procuramos formas de 
distrações ao tédio, em escalas diferentes. Em 
uma fila enquanto esperam algumas pessoas 
roem as unhas, em casa alguns quando estão 
entediadas ingerem bebidas alcoólicas, usam 
whatsapp sem nenhum controle, outros fumam 
e ainda outros usam drogas. O círculo vicioso se 
instaura de acordo com a gravidade da falta do 
que fazer, e de acordo com seu desequilíbrio 
psicológico, mas quase todas as pessoas citadas 
aqui precisam de algum tipo de ajuda ou 
reabilitação. 
Quase todos os traços citados acima de 
compor tamento humano, é instabilidade 
psicológica, problemas à saúde mental, que 
quase sempre está ligado à falta de atividades
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
50
saudáveis, e quase todos esses casos terão de 
ser tratados, acompanhados por profissionais 
que desejam ajudar. No caso dos cães com 
problemas e casos semelhantes, análogos aos 
dos humanos, também haverá necessidade de 
ajuda para redirecionamento comportamental.
O dócil cãozinho que dorme na sua cama com 
você, mesmo a Pita que se abriga e se aquece na 
minha região abdominal de baixo da minha blusa 
de frio, tem a mesma forma de pensar dos lobos, 
o mesmo período de gestação (cerca de 62 
dias) , o mesmo hábito al imentar (são 
carnívoros), a mesma genética, os mesmos 
traços de comportamento e a mesma psicologia.
Reabilitação não é adestramento, embora o 
adestramento seja proveitoso e divertido para 
cães e seus humanos, a finalidade é outra, é 
condicionamento e reforço da memória motora, 
a reabilitação com base na Psicologia Canina 
resolve o problema do ponto de vista dos cães. 
Tenta entender a falta que o cachorro apresenta
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
51
e preencher com algo completamente natural.
No adestramento utilizam-se muitas palavras e 
estímulos empolgantes: “senta”, “fica”, “deita”, 
“vem”. Na reabilitação há uma conversa 
silenciosa e sem palavras com os cães, usando o 
idioma universal do mundo animal – A sua 
energia constante. 
QUANTO MENOS VOCÊ FALAR, 
MAIS OS CÃES VÃO ENTENDER
Sentimo-nos mal pessoalmente quando vemos 
um cão sob estresse, ou quando os vemos brigar 
com outros cães, mas eles não se sentem assim 
com isso, para eles é um ritual de dominação e 
submissão, eles terminam a luta, definem quem 
lidera e quem segue e simplesmente se alguém 
se feriu na disputa outros da matilha vêm 
lambem seus ferimentos e seguem se ocupando 
com o que estava fazendo, pois eles não envol-
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
52
vem o lado pessoal, o lado emocional, nós 
humanos nos envolvemos pessoalmente e assim 
criamos experiências traumáticas. A energia que 
envolve os cães e a situação é o que realmente 
importa para eles. Por isso a energia, a forma de 
de liderar é sempre firme e assertiva. Eles não 
titubeiam em liderar, em ditar as regras e isso os 
deixam unidos como família e matilha. Há regras 
e disciplina sem ressentimentos, sem mágoas, 
apenas com redirecionamento pragmático da 
nova liderança. Energia é a chave para essa 
comunicação. 
Por exemplo, havia um cachorro que se 
comportava mal na guia, pois para ele a guia 
servia apenas para ir ao Médico Veterinário 
realizar consultas "torturantes" do ponto de vistade um cachorro, e na outra ponta da guia havia 
sempre um humano receoso que segurava a 
guia com uma carga negativa de energia, 
acreditando que esta era uma experiência 
traumática e dolorosa para o cão, transmitia exa-
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
53
tamente esta ideia e piorando cada vez mais o 
cenário das consultas médicas. O cachorro não 
tinha outra opção a não ser se sentir estressado 
nessas circunstâncias.
Embora o cão não soubesse do que se tratava, 
assimilava essa energia negativamente e reagia a 
ela, e a guia era sempre traumática, porque era 
um símbolo de agulhadas e injeções.
Até eu ser convidado para ajuda-los a mostrar 
para o cão que a guia era uma experiência 
agradável - um passeio, sem agulhadas, sem 
toques indesejados. De maneira que mais tarde, 
depois de um longo e desestressante passeio 
associei a guia a experiências positivas e sem 
nenhuma dó pelo cão, pelo motivo óbvio, não 
estávamos infligindo nenhuma tortura física ou 
mental, apresentamos a consulta sob um prisma 
completamente novo, o tratamos sem receio ou 
tensão assim como outros cães fariam. A solução 
era mais simples do que se imaginavam, uma 
longa caminhada positiva antes de ir para clínica.
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
54
A ideia era que se outro cão o levasse ao 
médico veterinário, diria: “Chegamos” ao 
terminar o exame, lamberia os machucados das 
injeções e continuaria a ordem natural da coisas, 
sem pânico, sem carga negativa. Mas os humanos 
maximizavam as experiências, os traumatizavam 
e criavam nos seu cachorro um pânico 
desnecessário.
Quando esta passeando com seu cão, e outra 
pessoa vem da direção oposta e retira o cão de 
pequeno por te do chão cr iando uma 
dessocialização, essa pessoa olha pra você e diz 
“Ele está com medo”. Ela está alimentando um 
comportamento negativo que até então o 
cachorrinho não tinha desenvolvido. 
Agora o cachorrinho 
está no colo, latindo de 
insegurança e medo e 
da próxima vez que ele 
vir um cão grande, 
olhará para seu tutor e
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
Imagem da Internet
55
perguntará: “Não vai me pegar no colo? “Pois o 
cachorrinho neste momento está entre ansioso, 
medroso e dominante. Todas as energias 
negativas necessár ias para ter um cão 
desequilibrado. 
Nesta e em outras situações, o amor não se 
aplica, antes você precisa ter uma atitude firme e 
positiva como aconteceria no universo canino. O 
amor demasiado como o conhecemos e que 
serve naturalmente de consolo no universo 
humano não se aplica aos cães. É óbvio que 
afagar e consolar os cães é importante, a 
questão é se estamos atentos ao estado metal 
do cachorro antes de fazermos isso. 
Se realmente os amamos não vamos desistir 
deles, pois é exatamente isto que fazem algumas 
pessoas. Seus cães relutam com a guia e elas de 
maneira cômoda dizem: “Meu cão não gosta de 
passear, então não preciso sair com ele”, mas 
isso não é a realidade, todos os cães adoram 
caminhar, migrar faz parte do seu DNA, e isto é
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
56
comprovado pelo mesmo cão que não gosta de 
coleira, mas que enlouquece de empolgação 
pelo simples fato de você abrir o portão de casa. 
Neste exato momento sua firmeza e paciência 
em ajuda-lo com a guia ou com qualquer outro 
objeto que causa medo e problemas, tem que 
ser maior do que seu suposto amor e dó que 
sente pelo cão. 
Mesmo porque se demonstrações de amor e 
sentimento de dó pelos cães resolvessem todos 
os problemas de comportamento eu não teria 
clientes, nem pacientes. Portanto não confunda 
afagar seu cão com resolver seus problemas de 
comportamento. Acredite ele gosta tanto de 
uma volta na praça quanto carinho na barriga, 
mas para fins terapêuticos, a volta na praça é 
bem melhor. É como seu filho de 6 anos que 
adora um tablet, mas que vai preferir brincar no 
parquinho com outras crianças.
Capítulo 4 - Líderes Amorosos
57
Capítulo 5 
Estado Mental dos Humanos
vs. Energia dos Cães
Sugerimos com frequência que os humanos 
alimentem e emanem uma energia calma ao lhe 
dar com os cães. Esta energia é algo muito mais 
palpável do que você imagina. 
No universo humano enviamos sinais constantes 
para outras pessoas que diz muito a nosso 
respeito, se somos tímidos ou extrovertidos, se 
estamos tristes ou alegres, e algumas pessoas 
treinadas utilizam esses sinais que emitimos para 
usar a seu favor, em tentar nos vender algo, ou 
na arte da conquista por exemplo. 
58
Quando falamos sobre a energia que emanamos 
para os nossos cães, é algo muito parecido com 
isso. Com todo respeito ao mundo esotérico, 
não estamos falando de uma “energia” 
incompreensível aos olhos dos cépticos, estamos 
relacionando “energia” ao conjunto de reações 
fisiológicas e químicas que ocorrem no seu 
organismo material, quando você passa por 
experiências emocionantes, empolgantes, 
estressantes ou tristes, e que seu corpo reage de 
forma física e fisiológica produzindo e exalando 
uma cadeia de reações químicas e elétricas 
perceptíveis ao mundo, sobretudo ao mundo e 
universo animal, neste caso especifico, os cães. 
Nós animais humanos, também somos dotados 
dessa percepção instintiva, só as ignoramos 
constantemente. 
Imagine-se por um instante em uma delicada 
situação: Você chega à casa de um amigo, aciona 
o interruptor do interfone e ele reconhecendo 
sua voz diz: “Entre que já estou terminando de
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
59
me arrumar”. Quando você entra e fecha o 
portão atrás de você, subitamente aparece 
diante dos seus olhos um Pastor Alemão que 
seu querido amigo esqueceu de colocar no canil 
para que suas visitas entrem em segurança. 
Uma vez que os Pastores Alemães são 
conhecidos por sua impecável inteligência e 
incomparável habilidade de ser um perfeito cão 
de guarda, é natural que uma nuvem de 
preocupações se apoderem de você.
A questão agora é: Você não consegue fugir da 
situação que se encontra, embora você quisesse 
sumir deste ambiente. Seu amigo ainda está 
dentro de casa terminando de se arrumar e 
nem imagina o que está acontecendo ou o que 
vai acontecer, você também não sabe o que vai 
acontecer, mas imagina. 
Você não pode gritar por ele, nem pedir ajuda, 
você não pode fazer nenhum movimento 
brusco por que não sabe como aquele cão de 
guarda irá reagir.
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
60
Embora o Pastor Alemão só esteja te analisando 
ainda, você pode, ou pensa que pode prever o 
desfecho dessa situação.
N e s t e e x a t o 
momento , s eu 
corpo reage a 
uma condição tão 
estressante, típica 
de caça e caçador, 
l i b e r a n d o u m 
neurotransmissor 
mu i to espec ia l 
chamado Acetilcolina, conhecido com Ach, 
utilizado pelos neurônios que inervam os 
músculos que servem para impulsionar uma 
SINAPSE que é o ponto de união entre as 
células nervosas e as células efetoras (músculos 
ou glândulas) que dará condições de utilizar 
seus músculos caso precise lutar ou fugir. 
As sinapses podem ser : Elétrica, a partir de um 
Potencial de Ação ou Química, pela ação de
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
61
neurotransmissores. 
Além desse neurotransmissor Ach, há também a 
Adrenalina e Noradrenalina que servem como 
resposta de luta ou fuga que é acionada e 
posteriormente liberada a partir da medula 
adrenal que fica localizada acima dos rins (daí o 
friozinho na barriga quando sentimos uma 
sensação parecida com medo) que libera 80% 
de epinefr ina e 20% de norepinefr ina 
(Adrenalina e Noradrenalina). Isto ocorre 
porque seu organismo entende e toma 
providências para uma provável fuga ou luta que 
é instintivamente iminente. Toda essa reação 
química e/ou elétr ica ocorre alterando 
inevitavelmente sua energia corporal e seu 
estado mental e físico.
Agora você entende e acredita na energia que 
você representa? Entende como está seu estado 
fisiológico? Há muita adrenalina e noradrenalina 
na sua corrente sanguínea, pois seu corpo 
acredita que você precisará usar muita força e 
Capítulo5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
62
velocidade para fugir ou lutar nesta situação de 
vida e morte. Mas você ainda não moveu nem 
um único fio de cabelo. Mas já houve mudança 
na energia que você emana, seu coração pulou 
dos 70 batimentos cardíacos normais de um ser 
humano adulto, para 140 batimentos por 
minuto.
Sua pressão arterial aumenta, você transpira 
mais do que dever ia, seu corpo tenta 
termoregular e tudo em você está diferente 
agora (no treinamento militar alguns chamam de 
“cheiro do medo”), alguns até conseguem ver 
situações assim como se estivessem em “slow” 
ou em nosso idioma, em câmera lenta. 
É esta sensação que chamamos de “energia”, 
fatores psicológicos e emocionais que 
conseguem se traduzir em reações químicas e 
fisiológicas pelo nosso organismo físico. 
Você havia chegado com uma energia na casa de 
seu amigo, e agora diante de uma situação de 
estresse, você apresentou outra energia, os ani-
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
63
mais percebem essa mudança química, pois eles 
têm um faro super aguçado e percebem toda e 
qualquer mudança que ocorra ao seu redor, o 
que inclui a mudança em seu corpo.
Como sua energia mudou, você “agiu” e agora 
resta ao cão “reagir” a você, e à sua energia. 
Se esse Pastor Alemão for um treinado cão de 
guarda, ele não irá racionalizar com você, ou 
perguntar por que você está tão nervoso ou 
nervosa, simplesmente ele vai predar você, 
porque você apresenta uma energia típica 
encontrada nas presas. 
Se ele for um cão medroso, embora sua 
genética o empurre para ser um cão de guarda, 
talvez ele tenha vivido experiências negativas e 
traumáticas na presença de humanos, se ele for 
medroso ele não se sentirá à vontade próximo 
de uma pessoa estranha com esse tipo de 
energia estressante, então ele fugirá de você. 
Mas se ele for um cão socializado com pessoas e 
esteja acostumado a receber as visitas em sua
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
64
casa, ele irá perceber seu estresse, talvez venha 
cheirar os odores que exalam de você agora, e 
que pulam para o nariz dele pelos seus poros e 
talvez ele se sente ao seu lado, talvez, demonstre 
um pouco de empolgação ou talvez se retire 
repentinamente como surgiu.
Mas o desfecho da historia é outro, seu amigo 
chega e informa que este é Bob, aquele 
filhotinho que cresceu muito nestas últimas 
semanas, que você conhece bem, mas que seu 
medo não deixou você raciocinar ou pensar 
direito, então você solta um longo e aliviado 
suspiro e sua energia volta ao normal. Quando 
falarmos de energia a partir daqui, saberá do 
que estou falando. 
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
65
- MICROFISIOTERAPIA -
A técnica da Microfisioterapia foi desenvolvida 
na França por dois fisioterapeutas e osteopatas 
Dan ie l Gros jean e Pa t r i ce Ben in i . A 
Microfisioterapia permite ao terapeuta 
identificar os rastros deixados por agressões nos 
diferentes tecidos do organismo, através de 
movimentos palpatórios específicos seguindo 
mapas corporais. Recentemente esta técnica 
vem sendo aplicada à Medicina Veterinária.
Solicitei a que a Médica Veterinária Dra. Larissa 
Cescon da Universidade Estadual do Centro 
Oeste - UNICENTRO - do Paraná nos falasse 
cientificamente como tem utilizado a ciência da 
energia em seu trabalho inovador no Brasil.
 - Assim como a sua energia foi sentida pelo cão 
acima citado, os seres humanos também têm 
capacidade de sentir a energia de um determinado 
ambiente, de uma forma muito inferior que os ani-
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
66
mais. Pense você quando acorda bem-disposto, em 
um dia alegre que tem tudo para ser um dia feliz, e 
por uma infelicidade você encontra uma pessoa 
que não está na mesma situação, apresentando-se 
aparentemente estressada e liberando hormônios 
ditos como hormônio do estresse, o cortisol. Isso vai 
fazer com que você, inconscientemente, absorva 
um pouco dessa energia, e transforme seu bom 
humor, muitas vezes causando um desgaste físico 
que não se sabe a causa. Agora você já sabe que a 
troca de energia entre as pessoas pode causar 
esses tipos de sintomas, como cansaço, desgaste 
físico e mental e até mesmo tristeza. O contrário 
também é verdadeiro. Quando você encontra 
alguém empolgado, alegre, um verdadeiro 
e n t u s i a s t a , e m m u i t o s c a s o s v o c ê 
instantaneamente se alegra também. Os grandes 
nomes das relações humanas afirmam que você é 
a média das cinco pessoas que mais convive. Isso 
quer dizer que o ambiente em que você vive, ou 
seja, a energia em que você está inserido tem um 
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
67
enorme impacto em quem você se torna. 
É importante saber como funciona nos humanos 
para entender que nos animais funciona 
exatamente da mesma maneira, porém de uma 
forma muito mais intensa, porque os animais agem 
pelo instinto e conseguem sentir essa energia de 
uma forma muito mais aguçada e eficaz. Portanto, 
toda vez que chegamos em casa estressados, 
estaremos dividindo essa energia com nossos 
companheiros de quatro patas, que irão absorver 
essa informação com bastante eficiência e por 
consequência, podem vir a ficar estressados 
também e mudar o seu comportamento, ficando 
quietos no canto, não responsivos a estímulos 
externos e muitas vezes adotarem atitudes que 
irão levar à patologias, como dermatites por 
lambedura, entre outras, pois é a forma que o seu 
melhor amigo tem de responder a isso, liberando a 
energia que recebeu. Podem surgir outras formas 
de demonstrações como agressividade, ansiedade, 
agitação. 
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
68
É claro que a energia é apenas um dos fatores que 
podem estressar os animais, por isso a importância 
desse capítulo. 
E cada vez que o animal tem essa mudança 
drástica de energia, o corpo guarda essa 
informação nas células a fim de criar uma 
memória celular para se prevenir caso isso venha a 
acontecer novamente, o que chamamos de cicatriz 
patológica. O somatório dessas cicatrizes se 
desenvolvem em patologias diversas, é o que 
chamamos de somatização, o somatório de 
emoções vividas ou tentativa frustrada de ajudar o 
seu tutor. 
Nós humanos conseguimos liberar a energia, 
procurar ajuda, conversar sobre os problemas com 
alguém, mas o nosso melhor amigo que faz tudo 
por nós, não! Ele estará sofrendo tudo que você 
sofre, calado. Com isso, o surgimento de técnicas 
não invasivas e que olhem para o animal não 
humano como um todo, não só para a patologia ou 
sinais clínicos, são muito bem vistas nos dias atuais,
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
69
como a Microfisioterapia Veterinária, que é uma 
técnica de terapia manual. Tem muito mais 
explicação por trás de uma doença do que apenas 
seus sinais clínicos. A técnica da Microfisioterapia 
foi desenvolvida na França por dois fisioterapeutas 
e osteopatas Daniel Grosjean e Patrice Benini, 
(Osteopatia, do grego osteon, "osso" e pathos, 
"doença", é uma prática de medicina alternativa, 
que consiste na utilização de técnicas de 
mobilização e manipulação articular, bem como de 
tecidos moles. Osteopatia é um sistema autônomo 
de cuidados de saúde primário, que se baseia no 
diagnóstico diferencial, bem como no tratamento de 
várias disfunções e prevenção da saúde, sem o 
auxílio de fármacos ou cirurgia) cujo embasamento 
teórico e científico iniciou pelo estudo da 
embriologia, ontogenia, filogenia e anatomia, com 
objetivo de tratar a causa das doenças e 
patologias, não apenas seus sintomas. Sua 
aplicabilidade à Medicina Veterinária veio por meio 
da adaptação da técnica pelos mapas criados por
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
70
Michel Zaluski, que desenvolveu mapas corporais 
específicos, que refletem os traços de uma 
disfunção causada por um agente agressor, que o 
organismo não conseguiu se recuperar por contaprópria, uma vez que o corpo tem condições de 
promover a auto cura. Essa disfunção será 
armazenada pelo organismo como informação da 
memória celular, como já foi falado, atrapalhando o 
bom funcionamento das células. 
Agora pense em várias células com disfunção 
dentro do organismo, que não desempenham sua 
real função, elas acabam por adoecer e em alguns 
casos morrem. As doenças, sintomas e disfunções 
do organismo se dão por essas células doentes em 
grandes quantidades. Isso é o que chamamos de 
cicatriz patológica, que altera a vitalidade e função 
do tecido agredido, podendo essa cicatriz ser 
palpável pelo terapeuta, manifestando um ou mais 
sinais clínicos (sintomas) físicos, psíquicos ou 
emocionais sobre o local da agressão.
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
71
A Microfisioterapia permite ao terapeuta identificar 
os rastros deixados por agressões nos diferentes 
tecidos do organismo, através de movimentos 
palpatórios específicos seguindo mapas corporais. 
Uma vez localizada e identificada a cicatriz, o 
terapeuta passa uma nova informação ao corpo, 
por meio de movimentos de liberação do tecido 
para que então seja estimulado a desencadear os 
processos de autocorreção, auxiliando no 
restabelecimento da vitalidade e função do tecido. 
É semelhante à uma limpeza do corpo, e pode 
causar algumas manifestações que aparecem 
como um sinal de liberação das memórias 
agressoras. 
Portanto, sempre que entrar em contato com um 
animal, saiba que ele percebe quais são seus reais 
sentimentos e se for seu amigo vai fazer de tudo 
para compartilhar desse sentimento com você. Isso 
nem sempre é positivo, como em casos de medo, 
ansiedade, estresse. Ou ele vai absorver e 
somatizar essa energia, esses hormônios que são 
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
72
altamente perceptíveis, ou ele vai atacar, porque 
não está adaptado com tal situação. 
Capítulo 5 - Estado Mental dos Humanos vs. Energia dos Cães
73
Capítulo 6 
Idioma dos Cães
Apenas nós, animais humanos temos idiomas 
diferentes em relação às regiões que moramos 
no planeta, já os animais não humanos se 
comunicam do mesmo jeito em qualquer lugar 
do mundo respeitando as limitações de cada 
espécie. Nós tratamos a maioria das espécies 
pelo que são, no caso dos cães abrimos uma 
exceção, eles são humanizados por seus tutores. 
E em muitos casos, por esse motivo a maioria 
dos cães que vivem com os humanos tendem a 
serem psicologicamente instáveis, pois usamos a 
psicologia humana com eles, quando deveríamos 
trata-los com respeito, deveríamos trata-los 
como cães. 
A palavra técnica para o que fazemos com os 
cães neste respeito é ANTROPOMORFISMO, 
ou seja, humanizamos os cães da nossa relação 
pessoal.
O ideal para respeitarmos outra espécie é 
descobrir o que é importante para eles.
74
A forma de descobrir o que é importante para 
os cães é saber como eles agem e percebem o 
mundo à sua volta.
Por esse motivo evite o ANTROPOMORFISMO 
– Que é a raiz da maioria dos problemas.
Essa palavra é a junção de duas palavras gregas: 
“anthropos” (homem) e “morphe” (forma).
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
Imagem da Internet
75
O  a n t r o p o m o r fi s m o  é u m a f o r m a 
de  pensamento que atribui características ou 
aspetos humanos a deuses, elementos 
da natureza, e animais. 
A concepção de  antropomorfismo refere-se a 
dar característica humanas a animais ou objeto 
inanimados. Neste caso não nos referimos a 
deuses, objetos ou elementos da natureza e sim 
aos animais, aqui especificamente aos cães. É 
quando começamos a vir em nossos cães, nossas 
emoções refletidas neles. 
Por exemplo, quando olhamos para um cão 
quieto e imaginamos que ele está triste, então 
resolvemos brincar com ele e em seguida 
reclamamos por causa de sua empolgação. 
Ou quando percebemos um cão concentrado 
demais e começamos a adivinhar seus 
sentimentos, imaginando que ele está deprimido, 
triste ou insatisfeito com sua vida, daí decidimos 
que o que vai melhorar seu humor é comprar 
uma roupinha ou fazer uma festa de aniversário
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
76
para ele. Essas são decisões que gostaríamos que 
alguém tomasse por nós se estivéssemos tristes 
assim. São apenas nossas emoções que estão em 
questão. A pergunta é: O que fazer de verdade 
para agradar um cão? Como entender se o que 
estamos fazendo agrada o nosso melhor amigo? 
É importante lembrar que antropomorfismo 
não está ligado à falta de cuidados com um cão. 
Talvez seu cachorro tenha pelos curtos e em 
época de frio precisa de mais cobertor na 
caminha, isto não tem nada a ver com 
humanização do animal, tem a ver com satisfazer 
uma necessidade básica dos cães. Ou talvez seu 
cão seja um filhote e precisa de outras 
providências para se sentir aquecido e seguro. 
Essas são provisões que precisamos tomar já 
que escolhemos ser tutores responsáveis por 
esses cães.
E aqui uma dica interessante que eu uso 
bastante. Muitas pessoas perguntam o que fazer 
pra seu cachorro filhote se acostumar com a ca-
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
77
 minha que acabara de comprar? Bem, a verdade 
é que não só cães filhotes, mas também cães 
adultos tem dificuldade em se adaptar a caminha 
que seus humanos compraram para eles, com 
aquele cheiro industrializado tão agradável pra 
nós, mas tão estranhos para nossos cães.
Os cães preferem ficar no sofá ou na sua cama 
por causa do cheiro que você deixa nestes 
lugares e que fazem estes objetos serem tão 
familiares. Assim quando você não está em casa, 
seu cachorro prefere se deitar em lugares com 
cheiro familiar para eles, lugares que tenham o 
cheiro dos seus humanos. Quase sempre nestes 
lugares, existem restos de sua pele e de comida 
em proporções microscópicas, mas que para o 
seu cão com excelente faro, é o suficientemente 
convidativo pra ele se deitar. Então o que fazer 
para o filhote se acostumar com a caminha dele 
e parar de subir na sua cama, além de 
proporcionar mais conforto para os cães?
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
78
Pegue uma garrafa PET, encha com água a uma 
temperatura que imite o calor do seu corpo ou 
de um corpo “materno” para o filhote , vista na 
garrafa PET uma camisa sua, usada por você, 
com seu cheiro, de preferência não muito nova, 
pois ele poderá brincar e rasgar, e coloque ao 
lado do filhote, em contato com a pele dele, 
para ele ter a sensação de que você está 
l iteralmente dormindo ao seu lado. A 
temperatura e o cheiro familiar se tornará uma 
ambiente aconchegante para ele. Lembre-se de 
retirar a garrafa PET depois que água esfriar para 
não diminuir a temperatura corporal do filhote.
Além disso, sente-se de vez em quando na 
caminha dele, pois quanto mais cheiro seu 
estiver impregnado na caminha dele, mais 
confortável e familiar a caminha ficará para 
nossos melhores amigos. 
Se o cão for adulto, em muitos casos dispensa-se 
a garrafa PET e basta vestir uma almofada ou o 
próprio estofado da caminha, com sua camisa.
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
79
Desta forma a caminha será tão atrativa quanto 
a sua cama. E ele terá um descanso agradável e 
com um cheiro muito familiar, o seu. 
Percebeu a nítida separação e diferença de 
cuidados básicos e humanização dos cães?
A resposta está ligada diretamente com a 
espécie que estamos lhe dando. E para perceber 
o que é melhor para um cão, pense no mundo 
do ponto de vista dos cães, tente imaginar como 
canídeos se comportariam em uma vida livre na 
natureza. 
Naturalmente o habitat de nossos cães são 
nossas casas, mas lembre-se também que seu 
parente direto ainda vive livre na natureza, e 
como eles são geneticamente iguais devem ter 
necessidades parecidas. Se seu cão está 
estressado, agressivo, agitado, com disposição 
d e s t r u i d o r a o u a l g u m d i s t ú r b i o d e 
c o m p o r t a m e n t o c o m o o b s e s s ã o o u 
empolgação, o que seria rotineiro para ele ter de 
volta o equilíbrio natural?
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
80
Na maioria dos casos, cães assimtem pouca 
atividade física, haja vista que todos os cães 
nasceram para algum tipo de trabalho. Então ao 
invés de apenas consola-lo com caricia, ou 
presentes e festas de aniversário, pegue a coleira 
e vá fazer um logo passeio com seu cão (de 
acordo com a disposição física de cada 
indivíduo). 
Mais à frente falaremos de como este passeio 
deve ser estruturado e a importância do passeio 
para manter o equilíbrio na relação entre 
humanos e cães.
Minha intenção é falar como devemos perceber 
nossos cães e os passos para ter um cão 
mentalmente saudável. Como animais, eles não 
falam, não usam palavras, mas se comunicam 
através de energia constante. 
A energia representa o que você é, e o que 
emana para eles a cada momento. Por isso se 
mantenha sempre calmo e firme ao lhe dar com 
cães, não apenas calmo, ou calmo e passivo, 
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
81
antes se mantenha sempre calmo e assertivo, 
calmo e positivo. Assim, a resposta do cão à sua 
energia será sempre um conjunto de 
comportamento deles, dos cães, a você, que 
deve revelar no cão sempre uma energia calma 
e respeitosa.
De forma geral, o que alimentaremos ao nos 
relacionarmos com os cães em primeiro lugar, é 
uma energia calma, para ambos, para você e 
para seu cão. A diferença em relação ao que 
desejamos, é que no caso dos humanos, que 
pretendem liderar seus cães, devem permanecer 
calmos e firmes, ou seja, ao dizer “NÃO” para 
estabelecer um comando ao cão, não precisará 
gritar, apenas diga de forma branda e firme. 
Lembre-se, o cão nos escutará mais, quando 
falarmos menos. Nunca use o nome do 
cachorro, associado a um comando restritivo ou 
disciplinar. O nome será utilizado sempre para 
experiências positivas, dessa forma toda vez que 
o cão ouvir seu próprio nome, correrá para per-
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
82
to de você, pois entendeu e assimilou que seu 
nome representa boas experiências, talvez um 
petisco, ou hora de caminhar, ou até mesmo um 
afago.
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
Ao passo que a energia de um cão, que será 
influenciado direta e positivamente por você, 
deverá ser sempre calma, igual a você, deverá 
haver uma pequena diferença, ele deverá ser 
submisso, diferente da sua disposição de lidera-lo 
que será sempre com uma energia assertiva.
83
Resumidamente você fica sempre calmo e firme 
e seu cão calmo e submisso.
Lembre-se: Os cães irão influenciar você, ou 
você influenciará os cães.
Capítulo 6 - Idioma dos Cães
84
Capítulo 7
O Grande Erro
Este é sem dúvida, o mais frequente erro que as 
pessoas comentem, ao se relacionarem com 
seus cães ou com cães de de uma maneira geral. 
Quase que como um todo, os cães atualmente 
ganharam outro espaço em nossas vidas. Na 
minha época de criança (década de 80), os cães 
eram em sua grande maioria, para guarda, para 
caçar, para pastorear o gado, ou para algum tipo 
de trabalho, dormiam do lado de fora de casa e 
quase nunca comiam ração ou iam ao Médico 
Veterinário. 
Naturalmente em vários aspectos a vida dos 
cães melhoraram muito, houve uma evolução na 
área da saúde, da nutrição e do interesse do 
bem-estar animal, e da maioria dos animais não 
humanos que não havia há 20 anos e que trouxe 
muitos benefícios. E naturalmente não queremos 
regredir no que já melhoramos em relação à 
vida dos cães. Hoje eles dormem dentro de casa
85
e entendemos que isso também pode ser muito 
positivo para ambos na relação.
Hoje os cães, adquiriram outro perfil de 
convivência com os humanos, dormem dentro 
de casa, muitas vezes em nossas camas, usam 
roupas e sapatinhos, joias, tomam banho de sais, 
ofurô e tem festas de aniversário. 
Os cães estão em outro patamar de tratamento, 
mas estão cada vez mais estressados e cheios de 
problemas comportamentais. Muito parecido 
com nossos filhos que cada vez mais comem 
McDonald’s, ganham iPhones, vivem no 
WhatsApp e Youtube, mas estão cada vez mais 
insatisfeitos.
Normalmente, os cães estão no lugar dos filhos 
que cresceram e saíram de casa, estão no lugar 
de filhos para casais jovens ou casais alternativos 
que ainda não tem um bebê humano em casa, 
ou os cães são tratados como netos por casais 
mais velhos e são a companhia perfeita para 
quem mora sozinho.
Capítulo 7 - O Grande Erro
86
Resumindo os cães se tornaram um recipiente 
perfeito para nós depositarmos todo nosso 
amor que não conseguimos direcionar para 
outro lugar ou para outra pessoa. 
Algumas vezes sofremos frustrações amorosas 
na vida pessoal e mais uma vez derramamos 
todo nosso amor neste receptáculo especial – 
os nossos cães.
E por esses motivos as pessoas atualmente 
percebem ou veem os cães de uma forma 
diferente, deturpada e se convencem de que 
esta é a melhor maneira de tratar seus cães, 
porque gostariam de ter tratado assim por sua 
última frustração amorosa ou porque gostariam 
de ser tratados assim por seus pais ou por 
amigos, enfim. Os cães são tratados de uma 
maneira que embora não seja a forma ideal eles, 
os seus obcecados tutores se convenceram do 
contrário. Além do que, a possibilidade de amar 
os cães incondicionalmente até certo ponto é 
fácil. Só é você imaginar que em qualquer rela-
Capítulo 7 - O Grande Erro
87
cionamento humano, há troca de sentimentos 
positivos e negativos e isto por si só nos faz 
amar e odiar o outro quase que na mesma 
medida, no caso dos cães amamos eles de 
maneira desmedida porque só experimentamos 
o sentimento positivo do amor. O grade e mais 
chocante erro de todo relacionamento é 
esperar aquilo que a outra parte não pode nos 
oferecer por mais que haja boas intenções. No 
caso da relação entre humanos e cães, muitos 
tutores experimentam experiências negativas 
dos seus cães não porque eles são maus e sim 
porque seus tutores dão para eles e esperam de 
vo l t a u m t r a t a m e n t o t í p i c o d e u m 
relacionamento e tratamento entre humanos.
Então falaremos de uma fórmula para entender 
os cães, mas sabemos que esta não é uma 
ciência exata, o que quer dizer que, sempre 
utilizaremos o mesmo escopo para analisar os 
cães sabendo das nuanças e diferenças que 
podem ocorrer no processo de reconhecimento
Capítulo 7 - O Grande Erro
88
de cada indivíduo, tanto do cão quanto do seu 
tutor. 
Mas levaremos sempre alguns pontos em 
consideração, instruções óbvias que são 
ignoradas ou desconhecidas pela maioria das 
pessoas. Informações que podem evitar o mau 
comportamento dos cães, mau comportamento 
este que são ignorados, despercebidos ou até 
mesmo estimulados pelos humanos.
O maior de todos os erros é imaginar que os 
cães é uma extensão de nossa personalidade e 
que eles devem nos devolver todo investimento 
emocional que depositamos neles. Os cães nos 
amarão pelo que somos e não por uma troca de 
sentimentos imposta em uma negociação 
emocional.
Lembre-se sempre, por sermos espécies 
diferentes, haverá necessidades diferentes a 
serem supridas para os cães.
Capítulo 7 - O Grande Erro
89
Capítulo 8
Fórmula para entender os Cães
As pessoas percebem os cães de uma maneira 
muito convencional, cômoda e conveniente para 
elas mesmas. Conhecem eles como Bob, seu 
Border Collie, seu cachorro de estimação e um 
membro honorário da família. Nossa proposta 
aqui é apresentar os cães para que possa fazer 
uma abordagem adequada para seus cães que 
vivem com você em casa e outros cães que 
eventualmente venha a ter contato.
Como as pessoas percebem os cães:
a) Percebem como nome, cor ou forma;
b) Percebem como raça;
c) Percebem como espécie;
d) Percebem como membros da família.
90
Como devemos perceber os cães.
a) Perceber como animais não humanos 
(guiados pelos instintos que também somos 
dotados, mas ignoramos);
b) Perceber como espécie;
c) Perceber como raça;
d) Perceber como nome e membros da família 
multiespécie.
Se nunca esquecermos desta ordem, da última 
lista, de como vir ou perceber os cães, você 
evitará acidentes e incidentes, e por se lembrar 
sempre do básico primeiro, que os cães são 
animais não humanos e que de vez em quandoeles reagirão instintivamente , de forma 
animalesca, como é típico do universo e da 
natureza dos animais e da natureza dos cães, 
você evitará mordidas e brigas entre eles e entre 
nós.
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
91
Entender os cães primeiro como “Animal não 
humano” depois como “Espécie”, depois como 
“Raça” e por fim por seu “Nome” é recordar 
tudo de importante acerca dos canídeos e 
representa o início de um relacionamento 
respeitoso entre cães e humanos, onde não 
fazemos confusão sobre quem é o cão e qual é 
seu importante papel em nossas vidas.
Sei que para muitos à primeira vista parece cruel 
demais, encarar nossos cães como animais, mas 
tente recordar quando seu lindo Buldogue 
Francês rosna para você apenas por tentar 
chegar perto de sua comida. Ou tente se 
lembrar quando seu Labrador pula nas suas 
visitas e não escuta seus comandos para ficar 
quieto. Ou então tente recordar quando seu 
Border Collie te arrasta pelo passeio. Ou 
quando seu Pastor Malinois tenta atacar pessoas 
na rua. Ou seu Buldogue Inglês tenta atacar o 
cão da casa ao lado. 
Bem, talvez analisando por esse prisma, essas ati-
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
92
tudes isoladas demonstram que dentro de cada 
cão reside um lado bastante animal e natural 
para ele. E se em momentos assim você não 
consegue domina-lo pelo nome, é por que há 
uma lacuna na compreensão correta de seus 
cães. 
Se dominar isto, irá entender a conexão que 
você sempre sonhou, e que você sabe ou 
deveria supostamente saber, que justo por trata-
los como humanos, é que tem contribuído para 
seu desequilíbrio de comportamento, apenas 
porque, do nosso ponto de vista, trata-los como 
humanos seria a melhor forma de cuidar deles. 
Mas assim você esquece do básico, esquece qual 
é a espécie dele, e por isso o trata com 
desrespeito unicamente por não ter entendido e 
atendido às suas necessidades básicas. Por esse 
motivo, não irá se conectar da mesma forma 
que eles se conectam entre si. Por falta da mais 
primitiva das compreensões, vir o óbvio, que eles 
são cães e só pedem para ser tratados assim. 
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
93
Particularmente eu acho interessante a tentativa 
da humanidade de converter alguns valores, 
como se os humanos (principal responsável pela 
destruição do planeta soubesse o que está 
fazendo) e fazem isso para dar conotação de 
que o nosso tratamento dispensado é o melhor 
do mundo. 
Há algum tempo falando sobre educação 
ambiental, algumas pessoas insistiram em mudar 
o termo para educação humanitária, e querem 
nos fazer crer que este termo se aplica melhor 
do que qualquer outro, como se tratar alguém 
ou alguma coisa de maneira humana seja mais 
evoluído do que se tratarmos pelo que ela é, 
quer seja uma árvore ou um cavalo. De maneira 
direta pare de querer tratar seu cachorro como 
gente por você imaginar que esse seja o melhor 
tratamento para eles.
Deve aprender a se relacionar com eles. 
Relacionar com os cães é muito simples, os 
animais, e quase tudo na natureza são muito sim-
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
94
ples, os acontecimentos e fenômenos naturais 
seguem uma ordem óbvia, sem entrelinhas, nós 
humanos somos mais complicados, e isso 
prejudica nossa comunicação.
Assim percebemos a necessidade de aprender a 
linguagem deles, de atender suas necessidades e 
de percebe-los pelo que são, na ordem correta. 
Imagine que tenha um amigo de outro país em 
sua casa, naturalmente um dos dois tem que 
falar o idioma do outro, senão a comunicação 
entre vocês ficará muito incompreensível. Ela 
ocorrerá, mas será com muito ruído.
Com os nossos cães acontecem o mesmo, 
obviamente não podemos exigir que os cães 
aprendam nossa linguagem, é nossa obrigação 
intelectual, uma vez que fomos nós que 
convidamos os cães a viverem conosco. Assim é 
nosso dever entende-los e aceita-los com 
dignidade e respeito, compreendendo eles como 
animais não humanos e isso facilitará nossa 
comunicação. Se fizermos isso demonstraremos
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
95
respeito por eles e por seu lugar na natureza. 
Uma das coisas mais importante que devemos 
entender e aceitar a respeito dos cães é que 
eles não vivem projetando o futuro ou presos 
ao passado, eles vivem o presente e embora 
tenha suas memórias, vivem o que se apresenta 
agora. Nós humanos somos a única espécie que 
não vive intensamente o presente, nós não 
vivemos o momento, os cães e qualquer outra 
espécie do reino animal vivem o momento. Se 
estão com fome, comem, se estão com sono, 
dormem. Diferente dos humanos, que se estão 
com sono esperam até domingo para dormir 
melhor. Ou se amam esperam até a pessoa 
amada partir para entender isso, e aí é tarde 
demais. Isso é uma das coisas aprendidos com os 
cães, a viver o momento. Por isso, quando 
alguém traz um cão que aprendeu a atacar um 
humano, ou atacar outro cão, não o vejo assim, 
vejo como um cão que precisa de ajuda. Eu não 
o vejo pelo que fez, porque ele não fez isso de 
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
96
forma premeditada. Ele atacou porque aprendeu 
durante sua experiência de vida, que atacar seria 
a solução para sobreviver se fosse o caso de um 
cão de rua, ou se ele aprendeu que esta é uma 
maneira de dominar e manipular os humanos e 
outros cães à sua volta. 
Se pudéssemos arriscar e falar matematicamente 
em porcentagem e se fosse possível medir o 
tempo assim, arriscaria dizer que 60% do nosso 
tempo estamos preso ao passado, 30% do 
tempo perdemos projetando o futuro e vivemos 
apenas 10% no presente. 
Os cães são diferentes, eles vivem 100% do 
presente, eles vivem o agora. Sua experiência 
total é o que condicionamos o cão a fazer no 
momento do treinamento. A única coisa que 
eles vão querer saber, é se o treinamento que 
acabou de receber vai continuar valendo 
daquele momento em diante. 
Por exemplo, se você treina seu cão a não sair 
pelo portão da garagem quando você sai de car-
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
97
ro, ele pode até desafiar você no dia seguinte, 
porque o que ele quer saber é: “O que está 
valendo quando você abrir o portão da garagem 
hoje?” É o treinamento recebido no dia anterior 
ou o condicionamento do que sempre fez ao vir 
o portão aberto?
Talvez ele tente fugir pelo portão se for um cão 
um pouco mais tenaz, mas talvez ele se dobre 
rapidamente ao treinamento. Talvez tenha que 
repetir uma dezena de vezes ou talvez ele 
desista no primeiro dia.
Isto acontece porque ele não está preso ao que 
sempre fez, ou projetando o que fará, ele só 
quer saber do agora, ele só quer saber se faz o 
que era condicionado a fazer ao vir o portão 
aberto, ou se irá se dobrar ao treinamento que 
acabou de receber e ficar sentado observando 
você sair de carro enquanto o portão abre e 
fecha normalmente.
Eis o motivo de alguns casos serem mais difíceis 
que os outros, tem a ver com a tenacidade dos 
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
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cães e a indisciplina dos tutores. Isto não significa 
que os cães são menos que os humanos ou mais 
que os humanos, o que quero faze-lo entender, 
caro leitor, é que eles são uma espécie diferente, 
e se não o virmos como a espécie que são, eles 
não serão felizes. E não teremos uma vida 
equilibrada e centrada com nossos cães.
Isto é o que quero que aprendam dos cães, que 
vejam os cães como eles são. Que vivam o 
presente intensamente no treinamento do cães 
e que se concentre mais nos acertos do que nos 
erros durante o treinamento.
Os cães devem ser vistos primeiro como 
Animais não humanos; Depois os cães devem 
ser percebidos como Espécies; Depois os cães 
devem ser vistos como Raças; E por fim os cães 
devem ser convidados por seus Nomes. Esta é a 
formula para fazê-los completos.
Capítulo 8 - Fórmula para entender os Cães
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Capítulo 9
Como as pessoas percebem os Cães
Através da Psicologia Canina iremos descobrir 
ou apenas reafirmar como satisfazer um cão 
apropriadamente.
A forma correta de

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