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INTRODUÇÃO AOS POLÍMEROS Profa. Dra. Claudia Merlini Graduação em Engenharia de Materiais Centro de Blumenau Importância dos polímeros Aplicações em diversas áreas: Produtos utilizados no dia a dia Aplicações avançadas Polietileno (PE) Poli (cloreto de vinila) PVC Poli(tereftalato de etileno) PET Resina epóxi, etc Puros ou combinados com cargas Polímero • A palavra polímero origina-se do grego: poli – muitos meros - unidades de repetição Polímero: é uma macromolécula composta por muitas unidades (dezenas de milhares) unidades de repetição, denominadas meros, ligadas por ligação covalente. • São materiais orgânicos (ou eventualmente inorgânicos) • Elevada massa molar – (104 – 107) • Origem natural ou sintética Polímero Monômero: é uma molécula simples, constituída por um único mero, que se combina com outras moléculas do mesmo tipo ou de tipos diferentes para formar um polímero. É a matéria-prima para a produção do polímero Deve apresentar funcionalidade (número de pontos reativos) de no mínimo 2 ( bifuncional) Mero: unidades de repetição na cadeia polimérica Polietileno Origem dos polímeros Naturais Madeira, borracha, algodão, lã, couro, seda, proteína, enzima, amidos e celulose. Celulose mundoeducacao. bol.uol.com.br Borracha natural poli cis-1,4-isopreno Presente em quase todos os vegetais Estrutura química: unidades de glicose ligadas por átomos de O, formando uma longa cadeia. É um produto natural obtido do látex da seringueira Normalmente misturados com várias componentes como agentes de vulcanização, cargas de reforço, óleos lubrificantes, etc http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/recursos-naturais.htm Origem dos polímeros Modificação de Polímeros Naturais: A reação da celulose com o ácido acético forma o acetato de celulose Os três grupos OH da celulose formam forte ligações secundárias entre as cadeias, impedindo a fusão da celulose. Para se obter capacidade de fluxo, estes grupos devem ser eliminados ou reduzidos. Origem dos polímeros Sintéticos • Oriundos principalmente do petróleo . • Obtidos a partir do processo de polimerização de um monômero. • Polimerização – processo de conversão de um monômero ou de uma mistura de monômeros em polímeros. Poli(tetrafluoroetileno) (PTFE) Teflon Poli (cloreto de vinila) PVC Polipropileno (PP) Nafta : composto incolor retirado do petróleo que serve como base para a obtenção de inúmeros polímeros Origem dos polímeros Sintéticos Cadeia petroquímica – Transformação Petróleo em Nafta Nafta em monômero Monômero em polímero Polímero em produto Refinaria Petroquímica de 1ª. geração Petroquímica de 2ª. geração Indústria de 3ª. geração Fonte: Quattor Petroquímica S.A., 2011. Cadeia petroquímica – Transformação Origem dos polímeros Sintéticos Petróleo GLP Nafta Etano Etileno Moléculas insaturadas utilizadas para a síntese de polímeros Propano Propileno Butadieno Isobutileno Gasolina Querosene Óleo diesel Asfalto Destilação fracionada Pirólise (800°C) Origem dos polímeros: Sintéticos Monômero = molécula pequena capaz de reagir Mero = estrutura química repetitiva da molécula Oligômero = molécula com poucos meros Polímero = macromolécula com muitos meros Monômero (gás/liquido) Polímero (sólido) Temperatura Pressão Iniciadores Catalisadores 13 Monômeros olefínicos mais importantes Fonte: Mano e Mendes, 1999 Origem dos polímeros: Sintéticos Etileno Cloro Benzeno Oxigênio Cloreto de Vinila Estireno Oxido de etileno PVC PS Poliésteres e Poliéter PE Amônia Benzeno Cianeto de hidrogênio Acrilonitrila Fenol Resinas acrílicas Resinas fenólicas PMMA PP Propileno Oxigênio Oxido de propileno PU Amônia Cloro Estireno Hexametileno diamina Cloropreno Neopreme SBR PB Butadieno PA 6,6 Polimerização • Polimerização: reações químicas intermoleculares pelas quais os monômeros são ligados na forma de meros à estrutura molecular da cadeia: adição ou condensação Polimerização por adição (reação em cadeia): formação de uma cadeia a partir da instabilizarão da dupla ligação de um monômero e sua posterior ligação com outras moléculas. 1- Iniciação: formação de sítio reativo a partir de uma espécie iniciadora (ou catalisadora) e monômero. 2- Propagação da reação: crescimento linear da molécula. 3- Terminação da reação: desativação do sítio reativo Combinação: ligação de duas cadeias em crescimento Desproporcionamento: A extremidade ativa de uma cadeia remove um átomo de H de outra cadeia POLIETILENO *R-iniciador Polimerização • Polimerização condensação (reação em etapas): Este mecanismo envolve diferentes moléculas iniciadoras ou precursoras. Uma molécula pequena como água, etanol ou metanol resulta da polimerização. Grau de polimerização O grau de polimerização (n) refere-se a quantidade total de unidades repetitivas na cadeia. (n): massa molar média do polímero massa da unidade repetitiva Grau de polimerização Condições para formar uma macromolécula Para que um polímero possa ser formado, é essencial que sua estrutura química apresente funcionalidade (f) igual a 2: • Apresente dois sítios suscetíveis para permitir o crescimento da cadeia. • Cada monômero deve ser capaz de se combinar com no mínimo outros dois monômeros. Nem todos os compostos de baixa massa molar geram polímeros Para sua síntese é necessário que pequenas moléculas (monômeros) se liguem entre si para formar a cadeia polimérica Funcionalidade: é o número de pontos reativos (passíveis de reação em condições favoráveis) Molécula Monofuncional produz apenas uma ligação, com formação de molécula pequena (composto de baixa Massa Molar) Molécula Bifuncional (f≥ 2): Produz polímero Molécula polifuncional (f≥ 3): Produz uma rede tridimensional Fonte: Canevarolo, 2013 Pode ser conseguida via dupla ligação reativa ou dois radicais reativos Condições para formar uma macromolécula Duplas ligações reativas Moléculas com duplas ligações reativas podem ter a ligação π instabilizada, dissociada, levando a formação de duas ligações simples. • D • + • D • → •D—D • + • D • → ....•D—D —D —D —D • Fonte: Canevarolo, 2013 20 Condições para formar uma macromolécula Grupos funcionais reativos Moléculas com dois ou mais grupos funcionais reativos podem, em condições propícias, reagir entre si, produzindo uma macromolécula. Nesta reação foi consumido apenas um grupo funcional de cada reagente, formando uma molécula de éster, que ainda contém dois grupos funcionais reativos (-OH) que podem reagir levando ao aumento da molécula. Fonte: Canevarolo, 2013 Massa molar Oligômero: compostos de baixa massa molar (MM<10.000) Polímeros: massa molar superior a 10.000 Da ou g/mol. Polímeros: • se diferenciam dos demais por possuir uma longa cadeia, isto é, alta massa molar. • normalmente envolvem uma larga faixa de valores de massa molar. Massa molar Massa molar numérica média (Mn): Depende do número de moléculas i i i ii i i in N MN MnM Mn= Massa total do sistema N° total de moléculas do sistema Massa molar ponderal média (Mw) i ii i ii i i i i i w MN MN m Mm M 2 ni - número de moléculas da espécie i; Mi – massa molar da espécie i. Ni – Número total de moléculas do sistema A massa molar de cada fração contribui de maneira ponderada para a média. Depende do número de moléculas e da massa molar da espécie i Polidispersividade n w M M sãoPolidisper Mw = Mn monodisperso, ou seja todas as cadeias tem o mesmo comprimento. Ligações moleculares em polímeros Ligação Intramolecular (dentro da cadeia)- ligações primárias (covalentes) presentes entre os átomos que compõem a cadeia polimérica. - Ligações moleculares em polímeros Ligação Intramolecular ccA ligação C-C é a mais simples, presente na maioria dos polímeros (PE) Menores valores de energia indicamligações mais instáveis e vice-versa Fonte: Canevarolo, 2013 Quebra de ligação intramolecular Degradação do polímero Algumas ligações covalentes em polímeros Ligações moleculares em polímeros Ligação Intermolecular: Ligações Secundárias entre as moléculas: Forças de Van der Waals. Interação dipolo-dipolo Poliacrilonitrila Ligações de Hidrogênio Poliamida: Ligações de H entre o H da amida e O da carbonila Quando dois dipolos permanentes de sinais opostos se aproximam aparece uma forte atração entre eles. Ocorre em moléculas polares. É o segundo tipo de força secundária fraca envolvendo longas distâncias e baixas energias Fonte: Canevarolo, 2013; Akcelrud, 2007 Forças dispersivas (London) Ocorre polarização instantânea na molécula, provocando interação com suas vizinhas. Ocorre em moléculas apolares, como as poliolefinas Ligações moleculares em polímeros Forças primárias intramoleculares Forças secundárias intermoleculares Energia de ligação ~100 Kcal/mol (fortes) ~ 5 Kcal/mol (fracas) Comprimento da ligação ~1,5 A ~ 3 A Tipo Covalente -Van de Walls - Ligação de hidrogênio Influência - Estrutura química, arranjo das unidades de repetição, tipo de cadeia polimérica - Estabilidade da molécula (térmica, química, fotoquímica) - Propriedades físico-químicas (Tg, Tm, solubilidade) Fonte: Canevarolo, 2013 Estrutura molecular dos polímeros – Tipos de cadeias Linear: a cadeia polimérica é constituída apenas por cadeia principal Ramificada: Da cadeia principal partem prolongamentos, que podem ser longos ou curtos, formado pelo mesmo mero ou por outro mero. Em rede: As cadeias poliméricas estão ligadas entre si através de segmentos de cadeias, unidos por forças covalentes primárias (fortes) Baixa densidade de ligações cruzadas: elastômeros Elevada densidade de ligações cruzadas: termofixos ou termorrígidos Fonte: Canevarolo, 2013 Número de monômeros na cadeia Homopolímero: polímeroderivado de apenas uma espéciede monômero Copolímero: é um polímero que apresenta mais de um mero diferente na cadeia principal. Monômero A Monômero B Alternado: poli(estireno-ran-butadieno) (SBR), poli[etileno-ran-(acetato de vinila)] (EVA) poliestireno-bloco-polibutadieno-bloco-poliestireno (SBS), poliestireno-bloco-poliisopreno-bloco-poliestireno (SIS), poliestireno-bloco-poli(etileno-ran-butileno)-bloco-poliestireno (SEBS) poliestireno de alto impacto (PSAI) polibutadieno-graft-poliestireno Aleatório Em bloco: Grafitizado ou enxertado: poli(anidrido maleico-alt-estireno) Fonte: Canevarolo, 2013 Copolímeros Exemplo: Copolímero etileno-acetato de vinila - EVA EVA com teores de acetato de vinila entre 18-28% em massa possui grande aplicação na indústria de calçados. Esses teores podem ser maiores Aumento no teor de acetato de vinila provoca aumento na elongação na ruptura e redução da rigidez. Configuração das cadeias poliméricas Encadeamento: a configuração de uma cadeia são arranjos moleculares espaciais fixados por ligações intramoleculares, por isso pode ser alterado apenas pela quebra de ligações químicas primárias. Onde R representa um átomo ou grupo lateral diferente do hidrogênio (Cl, CH3, anel benzênico) Encadeamento cabeça-cauda: durante o crescimento da cadeia é sempre o carbono cauda do monômero que se apresenta pra ligar com ela Encadeamento cabeça-cabeça (ou cauda-cauda): ocorre quando os grupos R estão ligados a átomos adjacentes na cadeia. É sempre o outro carbono que se apresenta pra ligar com o C da cadeia em crescimento. Encadeamento misto: não existe ordem fixa de encadeamento Fonte: Canevarolo, 2013 Configuração das cadeias poliméricas Isomeria: é a regularidade com que os grupos laterais são alocados na cadeia. Cis: a cadeia cresce do mesmo lado da dupla ligação. Trans: o crescimento se dá em lados opostos O monômero de isopremo é assimétrico com uma ligação simples C-C no centro e duas duplas Considerando que os C ligados por ligação simples podem girar livremente, temos no monômero igual probabilidade de posicionamento dos carbonos CH2 das pontas , tanto do mesmo lado, como em lados opostos. Fonte: Canevarolo, 2013 Configuração das cadeias poliméricas Taticidade:é a regularidade com que os grupos laterais são alocados na cadeia. Isotático: todos os grupos laterais dispostos de um mesmo lado do plano definido pela cadeia principal Sindiotático: os grupos laterais são dispostos de maneira alternada, ora por cima, ora por baixo Atático: não há regularidade nesta disposição Fonte: Canevarolo, 2013 Estrutura molecular A maneira pela qual as moléculas de polímero se organizam umas em relação as outras no espaço depende de fatores esféricos e da regularidade estrutural. Organização - Empacotamento das moléculas Enovelamento das moléculas Polímero SEMICRISTALINO Polímero AMORFO Configuração molecular Regular • Cadeias lineares • Cadeias isotáticas/sindiotáticas • Forças intermoleculares fortes • Grupos laterais pequenos • Homopolímeros Configuração molecular Irregular • Cadeias ramificadas e reticuladas • Cadeias atáticas • Forças intermoleculares fracas • Grupos laterais grandes/volumosos • Copolímeros Estrutura molecular Regiões desordenadas Polímero amorfo (formado apenas por zonas amorfas) Polímero semicristalino (formado por zonas crisalinas e amorfas ) Estado desordenado, cadeias enoveladas ao acaso Regiões ordenadas: distribuição regular no espaço Existe polímero 100% cristalino? A cristalização completa de um polímero de elevada massa molar, só ocorre em condições muito específicas em laboratório, sendo que na prática, a cristalização é sempre parcial, e forma-se um polímero semicristalino. As condições de processo podem alterar o grau de cristalinidade do polímero: • Velocidade de resfriamento • Estiramento Diferença estrutural básica entre o Polietileno de baixa densidade (PEBD) e o Polietileno de alta densidade: CC H H H H Polietileno PEAD: cadeia linear PEBD: cadeia ramificada Fonte: De Paoli , M.A., 2009 Estrutura molecular dos polímeros Grande variação das características físico-químicas de cada um, levando a mudanças de propriedades. PEAD PEBD Tipo de cadeia Linear Ramificada Densidade (g.cm3) 0,95 - 0,96 0,92 – 0,93 Temperatura de fusão (°C) 135 110 Cristalinidade (%) 85 -95 40-60 Resistência a tração (MPa) 21,4 -37,9 8,3 -24,1 36 Temperaturas de transição em polímeros A mobilidade de uma cadeia polimérica determina as características físico-químicas do produto, seja um material frágil, borrachoso, tenaz. A mobilidade é função da agitação dos átomos nas moléculas, sendo esta diretamente proporcional a temperatura. De modo geral os polímeros apresentam 3 temperaturas de transição importantes: Temperatura de transição vítrea (Tg) Temperatura de fusão (Tf ou Tm do inglês melting) Temperatura de cristalização (Tc) Temperatura de transição vítrea (Tg) Temperatura (oC) Volume específico Entalpia Entropia Tg Tg Polímero não tem energia interna suficiente para permitir a mobilidade das cadeias poliméricas; Sem movimentação molecular; Polímero caracteriza-se por estar no estado vítreo; É a temperatura na qual começam os movimentos dos segmentos das cadeias Cadeias poliméricas apresentam mobilidade Temperatura Esta temperatura é o valor médio da faixa de temperatura que durante o aquecimento, permite que as cadeias poliméricas da fase amorfa adquiram mobilidade. Temperatura de fusão cristalina (Tf ou Tm) Destruição da ordem cristalina Estado viscoso - líquido (amorfo) Transição de primeira ordem termodinâmica: É valor médio da temperatura que durante o aquecimento, a ordem cristalina é completamente destruída, com a fusão dos cristalitos. Tm Sólido - semicristalino Tm: Neste ponto, a energia do sistema é suficiente para vencer as forças intermoleculares secundárias entre as cadeias de fase cristalina,mudando do estado borrachoso para o estado viscoso (fluido) 39 Cristalização • A cinética de cristalização depende do tempo (t) e da temperatura (T). • Grau de cristalização depende da taxa de resfriamento durante a solidificação. Para que isso ocorra, as cadeias devem ter tempo suficiente para se moverem e se alinharem umas com as outras. Certos polímeros cristalizam muito rapidamente, enquanto que outros demoram mais tempo. As cadeias que estão completamente aleatórias e entrelaçadas no líquido viscoso Devem adquirir uma configuração ordenada Formação do estado ordenado: 40 Classificação dos polímeros Classificação dos polímeros Polímero Com ligações cruzadas Sem ligações cruzadas Linear ou ramificado Termoplástico Amorfo PS Semi-cristalino PP, PET, etc Com elevada densidade de ligações cruzadas Com baixa densidade de ligações cruzadas Termofixos Resina Fenólica Elastômeros Borracha Natura (NR) POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS 42 Esses polímeros consistem de moléculas lineares ou ramificadas, com ligações intramoleculares fortes (ligação covalente), porém ligações intermoleculares fracas (ligações secundárias). • Cuidado durante o processamento ou reprocessamento de polímeros em que a temperatura de processamento é próxima a temperatura de degradação, para que não ocorra a sua degradação. Temperatura Amolecer e fluem Solidificarem Reversíveis 43 Fonte: (CANEVAROLLO, 2013) Termoplásticos de uso geral (commodities) Polietileno (PE) Polipropileno (PP) Poli(cloreto de vinila) (PVC) Poli)acetato de vinila) (PVA) Copolímero de etileno acetato de vinila (EVA) Poliestireno (PS)...entre outros Baixo custo; Facilidade de processamento Utilizados quando não há exigência de boas propriedades mecânicas. Termoplásticos de engenharia Policarbonato (PC) Poliacetal (POM) Poli(butileno tereftalato) (PBT) Poli(etileno tereftalato) (PET) Poliamidas, entre outros Alta resistência mecânica (rigidez), Boa tenacidade e estabilidade dimensional. Bom desempenho mecânico para aplicação em dispositivos mecânicos (engrenagesn, peças técnicas para a indústria eletroeletrônica e automobilística, etc) Termoplásticos de uso especial Poliimidas, Poli(éter-éter-cetona) (PEEK) Polisulfeto de para fenileno (PPS) Estabilidade térmica para uso ininterrupto em temperaturas superiores a 150 oC (grande quantidade de anéis aromáticos na cadeia principal) POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS Polímeros de alto desempenho Polímeros de uso de engenharia Polímeros de uso geral preço volume Conteúdo tecnológico consumo Uso Especial > US$7/Kg Ex: Poliimidas Poli(éter-éter-cetona) (PEEK) Polisulfeto de para fenileno (PPS) Termoplásticos de engenharia US$2-7/Kg Ex.: Policarbonato (PC) Poliacetal (POM) Poli(butileno tereftalato) (PBT) Poli(etileno tereftalato) (PET) Poliamidas, entre outros Commodities <US$2/Kg Ex: Polietileno (PE) Polipropileno (PP) Poli(cloreto de vinila) (PVC) Poli(acetato de vinila) (PVA) Copolímero de etileno acetato de vinila (EVA) Fonte: (CANEVAROLLO, 2013) 44 POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS 45 A estrutura da cadeia polimérica dos termoplásticos controla o comportamento geral de processamento. Pellets Temperatura e pressão/solvente Amolecimento ou fusão - Moldagem Solidificação Produto final Polímeros com maior massa molar, maior resistência ao fluxo no estado fundido maior viscosidade. Fonte: (CANEVAROLLO, 2013) POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS 46 Polímeros termofixos apresentam ligações cruzadas em sua estrutura com ligações covalente entre todas as moléculas: insolúveis e infusíveis. Uma vez solidificados pelo processo que forma ligações cruzadas (cura), eles não podem ser reprocessados e decompõem-se com aquecimento. Cadeias poliméricas de polímeros termofixos Fonte: (AGARWAL e BROUTMAN, 1990; MARINUCCI, 2011) Cura: gera a formação de ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas, pela ação de um catalisador ou calor, resultando em mudanças nas propriedades físicas de uma resina. Ligações cruzadas: ligações covalentes formados entre duas cadeias, que as mantêm unidas por força primária, formando uma rede tridimensional. POLÍMEROS TERMOFIXOS OU TERMORRÍGIDOS 47 Desta forma, durante o processamento, deve-se controlar o fornecimento de calor para que não ocorra a solidificação prematura do componente. Facilmente conformados antes da cura Solidificação do polímero: ocorre por reações químicas termo ativadas, levando a formação de ligações cruzadas C om p. B C om p. b ai xa m as sa m ol ar C o m p . A A g e nte e nd ure ce d o r Polímero Fonte: (CANEVAROLLO, 2013) Decompõem-se com aquecimento Para quebra a ligação cruzada é necessário fornecer um nível de energia tão alto que seria suficiente para destruir também a cadeia polimérica. POLÍMEROS TERMOFIXOS OU TERMORRÍGIDOS 48 Fonte: CANEVAROLLO, 2013 . TERMOFIXOS Poliésteres, poliuretanos, vinil- ésteres e resinas fenólicas, Mais utilizadas e mais baratas, usadas principalmente para compor o compósitos reforçados com fibra de vidro Resinas epóxi São mais caras e além das aplicações estruturais, em aplicações aeroespaciais por possuírem melhores propriedades mecânicas; melhor resistência a umidade; Seu limite superior de temperatura para utilização em regime contínuo é de 230 oC. POLÍMEROS TERMOFIXOS OU TERMORRÍGIDOS 49 Resinas epóxi Os materiais iniciais para a síntese da resina epóxi, são normalmente resinas líquidas orgânicas de baixa massa molar, com anéis de três membros contendo um átomo de oxigênio e dois átomos de carbono. Fonte: (LEVY NETO e PARDINI, 2006) POLÍMEROS TERMOFIXOS OU TERMORRÍGIDOS Um material base utilizado é o éter diglicidílico do bisfenol A (DGEBA), que contém dois grupos epoxídicos, um em cada extermidade da molécula. Reação da epicloridrina e Bisfenol A para formar o pré-polímero de resina epóxi a base de éter diglicidílico do bisfenol A (DGEBA) ELASTÔMEROS 50 Elastômeros ou borrachas são materiais flexíveis que na temperatura ambiente podem deformar- se no mínimo duas vezes o seu comprimento inicial, retornando as dimensões originais depois que o esforço é retirado. Ligações cruzadas Apresentam cadeias flexíveis amarradas umas às outras, com baixa densidade de ligações cruzada Essas ligações cruzadas proporcionam uma força para retornar as cadeias às suas conformações não deformadas. Fonte: (CALLISTER JR e RETHWISCH, 2013) 51 Classificação quanto a estrutura química Dentro desta classificação, analisa-se o polímero através da sua estrutura química do seu mero Classificação quanto a estrutura química Cadeia Carbônica Poliolefinas; Polímeros de dienos, Polímeros estirênicos, Polímeros Clorados e fluorados, Polímeros acríl icos, Polivinil ésteres Cadeia heterogênea Poliéteres , poliésteres, policarbonato, poliamidas, poliuretanos, silicnes, derivados de celulose, aminoplásticos Fonte: Canevarolo, 2013 52 Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Poliolefinas São polímeros originados de monômeros de hidrocarboneto alifático insaturado, contendo uma dupla ligação carbono-carbono reativa. •Não apresentam ligações duplas na cadeia principal. Possui alta resistência à umidade e ao ataque químico, mas tem baixa resistência mecânica. O polietileno é um dos polímeros mais usados pela indústria. Mais duro e resistente ao calor, quando comparado com o polietileno. É muito usado na fabricação de artigos moldados. Outros Exemplos: polibutileno, polisobutileno, EPDM. Polietileno (PE) Polipropileno (PP) Fonte: Canevarolo, 2013 Polímeros de dienos Derivados de monômeros de dienos os quais apresentam duas ligações duplas carbono- carbono reativas gerando cadeias poliméricas flexíveis com uma dupla ligação residual passível de reação posterior. Exemplos: Polibutadieno (BR), policloropropeno (CR), borrachanitrílica (NBR), borracha natural (NR- poliisopropeno). Estes polímeros são borrachas que podem ser vulcanizados com enxofre, fazendo-se uso da dupla ligação residual presente no mero Esta alta reatividade conduz à reação com oxigênio, catalisado pela T, determinando uma baixa estabilidade térmica devido à oxidação Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Fonte: Canevarolo, 2013 Polímeros de dienos Polibutadieno (BR) Este polímero constitui uma borracha sintética com propriedades não totalmente satisfatórias, e por esse motivo o 1,3-butadieno costuma ser utilizado em conjunto com borracha natural ou SBR, em níveis inferiores a 50%. Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Fonte: Canevarolo, 2013 Polímeros de dienos Policloropreno– Neoprene® Melhor resistência a óleos e ao calor que a borracha natural, Aplicações: artigos expostos ao intemperismo, água do mar, etc Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Fonte: Canevarolo, 2013 Polímeros de dienos Borracha nitrílica (NBR) – Copolímero de Butadieno-Acrilonitrila (18 a 40% de acrilonitrila) Boa resistência a gasolina Aplicações: mangueiras e demais itens em contato com gasolina Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Fonte: Canevarolo, 2013 Classificação quanto a estrutura química POLIMEROS ESTIRÊNICOS São polímeros derivados do estireno Mais importante e mais comum: Poliestireno Poliestireno Expandido (conhecido como Isopor) Outros exemplos: • copolímero de estireno-acrilonitrila (SAN) • terpolímero de estireno-butadieno-acrilonitrila (ABS) • copolímero aleatório de butadieno-estireno (SBR) • copolímero de estireno-butadieno-estireno (SBS) Fonte: Canevarolo, 2013 Classificação quanto a estrutura química POLIMEROS CLORADOS Monômeros clorados (com um ou mais átomos de cloro) definem uma outra classe de polímeros com boas propriedades mecânicas geradas pelas altas forças intermoleculares, devido a polaridade dos átomos de cloro. Exemplos: Poli(cloreto de vinila) –PVC Poli(cloreto de vinilideno) - PVDC Maior barreira a gases e vapores 1,1 dicloroeteno Com plastificantes, o PVC torna-se mais flexível Fonte: Canevarolo, 2013 Classificação quanto a estrutura química POLIMEROS FLUORADOS Polímeros que apresentam átomos de flúor Altas forças intermoleculares gerados pela presença de grandes átomos de flúor, conferem: • rigidez a molécula dificultando mudanças de conformação • Elevada estabilidade térmica • Inércia química Poli(tetrafluoretileno) (PTFE) é o polímero fluorado mais conhecido (TEFLON). Resistente ao calor e à corrosão por agentes químicos, baixa aderência Cristalinidade: 95%; Tg: 127°C; Tm 327°C Outros exemplos: poli(fluoreto de vinilideno) - PVDF Poli(fluoreto de vinila) – PVF Fonte: Canevarolo, 2013; MANO e MENDES, 1999 POLIMEROS ACRÍLICOS São derivados do ácido acrílico Poliacrilonitrila (PAN) Poli(metacrilato de metila) (PMMA) grupos nitrila altamente polares apresenta fortes interações intermoleculares ao ser aquecido, o polímero inicia o processo de degradação por volta de 200°C, antes de atingir seu ponto de fusão Produção de fibras acrílicas: processos conhecidos como fiação em soluções (uso de solvente). Precursor das fibras de Carbono Tem característica óticas (transparência) e mecânicas superiores ao PS, porém tem custo mais elevado Boa resistência ao impacto e ao risco Polímero amorfo: Tg 105°C Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica Fonte: Canevarolo, 2013; MANO e MENDES, 1999 POLIVINIL ÉSTERES Poli(acetato de vinila) (PVA) pertence a esta classe. • É obtido a partir do acetato de vinila. É muito usado na produção de tintas à base de água (tintas vinílicas), de adesivos e de gomas de mascar Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Carbônica POLIÉTERES Apresentam ligação éter -C-O-C- na cadeia principal. Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea Cristalinidade: 75%; Tg: 82°C; Tm: 180°C Excelente propriedades mecânicas e estabilidade dimensional Boa resistência à fadiga e abrasão Baixa estabilidade térmica Poliacetal Fonte: Canevarolo, 2013; MANO e MENDES, 1999 POLIÉSTERES Nesta classe, a ligação característica é a ligação éster Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea polímeros a base de poliéster poliéster saturados são comercializados na forma de filmes, fibras e polímeros termoplásticos poliéster insaturado polímeros termofixos Fonte: Canevarolo, 2013 POLIÉSTERES Exemplos: poli(tereftalato de etileno) – PET poli(tereftalato de butileno) – PBT Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea PET: Tg: 70-74°C; Tm: 250-270°C Termoplástico Baixa permeabilidade a gases Alta resistência mecânica, química e térmica Fonte: Canevarolo, 2013; MANO e MENDES, 1999 POLICARBONATO Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea Apresentam a ligação -O-CO-O- na cadeia principal. •Normalmente apresentam anéis aromáticos na cadeia principal e com cadeias lineares Fonte: Canevarolo, 2013 POLIAMIDAS (Nylons) Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea Possui a ligação amida NH-CO A alta resistência mecânica se deve à ligações do tipo pontes de H entre as C=O de uma cadeia e amida de outra São higroscópicas: Apresentam diferentes propriedades e níveis de absorção de umidade em função no número de CH2 e pontes de H. Fonte: Canevarolo, 2013 POLIURETANOS Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea O=C=N R1 N=C=O + HO R2 OH Diisocianato Poliol Poliuretano O N O O C O R2 ( ) n H H C N R1 Di ou poli-isocianatos: Segmentos rígidos; TDI, MDI, HDI, IPDI e isocianatos especiais. Polímeros hidroxilados de baixa massa molar (polióis): Segmentos flexíveis; poliéteres, poliésteres e compostos naturais como óleos de mamona e de soja. Através da variação da quantidade e composição do isocianato e do poliol utilizados na síntese, poliuretanos com diferentes propriedades podem ser preparados, para aplicações específicas. Apresentam ligação -NH-CO-O- na cadeia principal • Termofixos • Termoplásticos • Espumas • Fibras Depende da estrutura química e da funcionalidade dos reagentes Fonte: Canevarolo, 2013 SILICONES Classificação quanto a estrutura química - Polímeros de Cadeia Heterogênea Apresentam ligação -Si-O- na cadeia principal. •As duas outras ligações do átomo de silício podem ser ocupadas por vários radicais diferentes, produzindo vários tipos de silicones. Polidimetil siloxano Fonte: Canevarolo, 2013 • Esses sinais são impressos nos rótulos dos produtos ou estampados na própria peça. 69 Fonte: ABNT NBR 13230:2008 Identificação de Polímeros Referências AKCELRUD, LENI. Fundamentos da Ciência dos Polímeros. Editora Manole, Barueri –SP, 2007 ASKELAND, D.R.; WRIGHT, W.J.; Ciência e Engenharia dos Materiais.3ª. Edição. CENGAGE Learning, São Paulo, 2014. CALLISTER Jr, WILLIAN D.; RETHWISCH, DAVID G. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Editora LTC. Rio de Janeiro, 2013. CANEVAROLLO, SEBASTIÃO V. Ciência dos Polímeros: Um texto básico para tecnólogos e engenheiros, Editora Artliber, 3ª. Edição, 2013. MANO, E.B.; MENDES, L.C.; Introdução a Polímeros, 2ª. Edição revisada e ampliada. Editora Blucher, 1999. RUDIN, A.; CHOI, P.; Ciência e Engenharia de Polímeros. Elsevier 3ª. Edição, Rio de Janeiro, 2015
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