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A biologia do desenvolvimento está no centro de toda a biologia; tratando do processo pelo qual os genes do óvulo fecundado controlam o comportamento das células no embrião, e dessa forma, determinam o seu padrão, a sua forma e muito de seu comportamento; o ponto central da biologia do desenvolvimento é compreender como os genes controlam o comportamento celular. (Wolpert et al., 2000) Atualmente, a biologia do desenvolvimento integra todas as áreas da biologia, desempenhando um papel crucial no estudo da herança natural. Contribui também nos estudos evolucionários, para compreender como as mudanças evolucionárias ocorreram; interage com a ecologia, para que seja possível compreender como mudanças ambientais podem promover alterações no desenvolvimento do organismo; e também se fundiu com a genética clínica para a explicação de malformações congênitas. Desta maneira é possível compreender os mecanismos e processos que atuam desde o início do desenvolvimento de um embrião, até se transformar num indivíduo adulto e capaz de se reproduzir para originar uma nova geração. A biologia do desenvolvimento é diretamente relacionada com a embriogênese, pois se preocupa em estudar o zigoto desde sua formação, e os processos consequentes da formação de um zigoto (em plantas, e animais vertebrados e invertebrados). Seria correto dizer que a embriologia é uma das bases da biologia do desenvolvimento, visto que durante o processo de embriogênese ocorrem diversos eventos que são focos de estudo na biologia do desenvolvimento, como por exemplo – compreender o passo a passo da formação do zigoto em embrião, em quais períodos de tempo (janelas temporais) a formação ou pré-formação de algum órgão ou membro ocorra, compreender como ocorrem as malformações dentro desta curtíssima janela temporal do desenvolvimento do embrião entre diversas outras. A compreensão de genética e genética molecular também é fundamental para a biologia do desenvolvimento, pois entender como e quando os genes agem, desde o zigoto até o embrião, é um dos pilares dessa área de conhecimento tão abrangente. Mesmo que a embriologia/embriogênese desempenhe papel tão importante na biologia do desenvolvimento, não é correto dizer que a segunda se ocupa apenas com a primeira. A embriologia determina o fim de seus estudos assim que o embrião nasce, se ocupando apenas com a janela temporal de desenvolvimento fetal/embrionário do ser, sendo as fases de divisão celular, formação de padrão, morfogênese diferenciação celular e migração celular; já a biologia do desenvolvimento vai além, buscando também compreender o comportamento e expressão gênica e fenotípica do ser na fase adulta também, abordando temas como morte celular e crescimento; o estudo do desenvolvimento contribui para o entendimento de como é gerada uma diversidade celular e seu ordenamento de cada geração e a continuidade da vida de uma geração para a próxima geração. A continuidade de geração a geração do material genético, a expressão de fenótipos e genótipos está diretamente ligada à biologia molecular e a genética, pois são essas áreas que estudam os genes e como eles se expressam ao longo da vida de um ser; contribuindo fortemente para a biologia do desenvolvimento e sua compreensão de eventos em determinados períodos de tempo, seja no estágio embrionário ou adulto. A expressão gênica e sua relação bioquímica com as células são de extrema importância para a embriologia e para a biologia do desenvolvimento, pois a partir do estudo destes é possível compreender o tempo e espaço que ocorrem as mudanças no embrião e no adulto. Para realizar tais estudos complexos são utilizados os chamados organismos modelos, os organismos modelos são seres que possuem mecanismos genéticos representativos, que sejam de fácil manutenção e que possuam um ciclo de vida curto. A escolha do organismo modelo também pode ser histórica, ou seja, uma vez que uma certa quantidade de pesquisa é desenvolvida com um determinado animal, passa a ser mais eficiente continuar-se o estudo do que começar desde o início com uma outra espécie.
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