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ENERGIA EÓLICA RECURSOS ENERGÉTICOS E BIOCOMBUSTÍVEIS UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA Michaela Coradi Pinhalzinho, 2020. HISTÓRICO • O uso da energia eólica não é recente. • Ainda há dúvidas de quando e onde exatamente a energia eólica começou a ser usada. • Especula-se que os moinhos de vento foram usados no Egito, perto de Alexandria, há supostamente 3.000 anos, no entanto, não há provas convincentes de que povos mais desenvolvidos, como egípcios, romanos e gregos, realmente conheciam os moinhos de vento. HISTÓRICO • A primeira informação confiável extraída de fontes históricas é de que os moinhos de vento surgiram na Pérsia por volta de 200 a.C., onde eram usados na moagem de grãos e bombeamento d’água. • Eram moinhos bem primitivos, com baixa eficiência e de eixo vertical. • Alguns séculos mais tarde chegaram à Europa notícias de que chineses já usavam os moinhos de vento na drenagem dos seus campos de arroz. • Não se sabe há quanto tempo os chineses conheciam essa tecnologia, mas o que se tem conhecimento é de que eram estruturas simples feitas de bambu, velas de pano e tinham eixo de rotação vertical. Trataremos disto no slide 63 HISTÓRICO • Os tradicionais moinhos de ventos de eixo de rotação horizontal provavelmente foram inventados na Europa. • A primeira informação documentada registra o seu aparecimento no ano de 1180, em Duchy, Normandia. • As máquinas primitivas de eixo vertical persistiram até o século XII, quando os moinhos de vento de eixo horizontal do tipo holandês começaram a ser usados em larga escala em vários países da Europa, tais como Inglaterra, França e Holanda. Trataremos disto no slide 66 HISTÓRICO • Os moinhos na Europa tiveram, sem dúvida, uma forte e decisiva influência na economia agrícola por vários séculos substituindo a força humana e animal. • Com o desenvolvimento tecnológico das pás, do sistema de controle, dos eixos etc., o uso dos moinhos de vento propiciou a otimização de várias atividades que utilizavam a força motriz do vento. • No século 17, a Holanda foi o país da Europa onde os moinhos de vento tiveram uma importância maior: moagem dos grãos e drenagem de terras. HISTÓRICO • Outros usos: acionamento de serrarias para processar madeira e fabricação de papel, entre outros. • Com o surgimento da máquina a vapor no século 19, iniciou-se o declínio da energia eólica na Holanda e em outros países europeus. • Os moinhos de vento foram finalmente abandonados quando as áreas rurais começaram a ser eletrificadas. • Atualmente encontram-se moinhos de vento – alguns preservados, outros nem tanto – na Alemanha (400), Holanda (1.000) e Bélgica (160). Moinho de vento do tipo holandês. HISTÓRICO • Mesmo com o declínio no uso desses equipamentos na Europa, houve uma expansão de seu uso nos Estados Unidos em função da necessidade de energização de áreas que não possuíam reservas hídricas. • Dessa forma, tais equipamentos receberam inúmeros aperfeiçoamentos, o que proporcionou o desenvolvimento de equipamentos mais simples, menos pesados, mais eficientes e menos custosos. • O equipamento denominado Eclipse, desenvolvido pelo Reverendo Leonhard R. Wheeler de Wisconsin, bem semelhante aos cata-ventos utilizados atualmente no bombeamento de água, tornou-se o modelo padrão da turbina eólica americana Exemplo de um cata-vento multipás utilizado em áreas rurais. HISTÓRICO Energia elétrica e aerogeradores • Quando a energia dos ventos começou a ser transformada em eletricidade por meio dos aerogeradores na segunda metade do século XIX, cidades de maior porte de vários países já recebiam energia elétrica via rede de distribuição gerada por meio de usinas hidrelétricas e termelétricas, porém, as áreas rurais eram desprovidas de energia elétrica, pois não era viável estender a rede até esses locais. • Assim, nessa época, o moinho de vento (cata-vento) era a principal tecnologia usada como fonte de energia no meio rural para bombeamento de água. HISTÓRICO Energia elétrica e aerogeradores • O marco inicial no desenvolvimento das modernas turbinas eólicas se deu na Dinamarca com Poul La Cour, professor de um centro educacional para adultos em Askov. • Poul La Cour construiu um protótipo de turbina eólica para realizar seus experimentos em 1891. Tratava-se de uma turbina eólica acoplada a um gerador de corrente contínua (CC), cuja energia gerada era utilizada na eletrólise e no armazenamento do gás hidrogênio produzido, o qual foi utilizado em lâmpadas. HISTÓRICO Acontecimentos históricos como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial contribuíram para o desenvolvimento da tecnologia. Turbina eólica Balaklava desenvolvida em 1931 na Rússia. Aerogerador Jacobs utilizado na década de 1930. Aerogerador Smith-Putnam (1941) – primeira turbina de grande porte desenvolvida. HISTÓRICO Desenvolvimento das turbinas eólicas após A crise do petróleo (1970) • O governo americano, por meio de seus órgãos de pesquisa, iniciou projetos com modelos de eixo horizontal, vertical e de grande porte, testando e aprimorando várias configurações. • Diversos materiais foram utilizados e novas concepções implementadas de forma a obter os melhores resultados de aproveitamento do vento e de geração de energia. Turbina eólica Mod-5B instalada na Ilha de Oahu-Hawaii, em 1987. Turbina eólica de eixo vertical de 4 MW instalada em Quebec, 1990. HISTÓRICO Evolução do tamanho das turbinas • O comércio das turbinas eólicas no mundo se desenvolveu rapidamente em tecnologia e tamanho durante os últimos anos. • As turbinas modernas são mais confiáveis, custam menos e são mais silenciosas. • Apesar do nível tecnológico atingido, os aperfeiçoamentos continuam. • Ainda é possível diminuir os custos gerados por essa tecnologia em sítios onshore com menores intensidades de ventos, mas o desenvolvimento de turbinas para aplicação offshore ainda não atingiu sua fase madura, pois esse é um mercado mais recente e que está em fase acelerada de exploração. Evolução do tamanho dos aerogeradores nos últimos 20 anos. A energia eólica offshore é a fonte de energia limpa e renovável que se obtém aproveitando a força do vento que sopra em alto-mar, onde este alcança uma velocidade maior e mais constante, devido à inexistência de barreiras. Para explorar ao máximo esse recurso, são desenvolvidas megaestruturas assentadas sobre o leito marinho e dotadas das últimas inovações técnicas. Trataremos de usinas offshore no slide 73 HISTÓRICO Turbinas Offshore • A primeira fazenda offshore a operar comercialmente foi a Fazenda Eólica de Vindeby, instalada em 1991 na Dinamarca e projetada pela concessionária dinamarquesa Elkraft. • Cada turbina utilizou uma larga fundação de base cônica pesando aproximadamente 1.000 t no total. • Cerca da metade do peso da fundação era formada por cascalho e areia do fundo do mar, o que melhora consideravelmente sua sustentação. Vista geral da Fazenda Eólica de Vindeby. HISTÓRICO Turbinas Offshore • As primeiras centrais offshore comerciais começaram a ser instaladas no final da década de 1990. • Hoje, turbinas eólicas na classe de MW estão disponíveis para essa aplicação e, tendo em vista o aumento da potência com o consequente aumento no diâmetro das pás, as centrais eólicas estão sendo instaladas em profundidades maiores. • Países como Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, Suécia e Holanda, entre outros, possuem planos para instalação de centrais eólicas offshore. Vista geral da Fazenda Eólica de Vindeby. HISTÓRICO Evolução mundial na oferta de energia eólica • Nos últimos anos o vento tem sido a fonte primária de energia elétrica de maior ritmo de expansão no mundo, apresentando incremento exponencial da potência instalada. Evolução da potência eólica instalada (MW). HISTÓRICO Evolução mundial na oferta de energia eólica Evolução da capacidade instalada por continente (MW). HISTÓRICO Evolução mundial na oferta de energia eólica Adições de potência e capacidade instalada em 2008HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil • A primeira turbina eólica instalada no país, em 1992, no Arquipélago de Fernando de Noronha, possuía gerador com potência de 75 kW, rotor de 17 m de diâmetro e torre de 23 m de altura. Primeira turbina eólica – Arquipélago de Fernando de Noronha. • Outra instalação antiga é a Central Eólica Experimental no Morro de Camelinho, instalada na cidade de Gouveia (MG), em 1994. Com capacidade nominal de 1 MW, a central é constituída por quatro turbinas de 250 kW, tem rotor de 29 m de diâmetro e torre de 30 m de altura. HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 A geração total das usinas em operação comercial e em teste de cada fonte atingiu, em dezembro de 2018, 64,4 GW médios, sendo que a fonte eólica foi responsável por 4,9 GW médios dessa geração. HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 A curva da capacidade instalada da fonte eólica demostra o crescimento virtuoso da fonte no decorrer dos anos. A composição dos dados é feita através da consolidação das capacidades contratadas nos ambientes de contratação livre e regulado, ACL e ACR, respectivamente. Ao final de 2023 serão 19,39 GW instalados em território brasileiro. HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 Os parques instalados são subdivididos em duas categorias: operando em teste e operando comercialmente. A capacidade instalada no início de fevereiro foi 14,79 GW. Os parques em construção são subdivididos em duas categorias: em construção e contratados e somaram, no mesmo período, 4,59 GW. HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil Números ABEEólica - Fevereiro de 2019 Além de ser uma fonte com reduzido impacto ao longo de sua implantação, a eólica não emite CO2 em sua operação, substituindo, portanto, outras fontes de geração de energia elétrica com emissão. O gráfico mostra a quantidade de emissões de CO2 evitada pela fonte eólica a cada mês. Para base de comparação, vale informar que a cidade de São Paulo tem uma frota de mais de 6,2 milhões de automóveis e o Estado de São Paulo possui mais de 18,9 milhões de automóveis. * O total de emissões evitadas em 2018 foi de 20,58 milhões de toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de cerca de 15,5 milhões de automóveis. HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil CONTRIBUIÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA FONTE EÓLICA https://www.youtube.com/watch?v =EWBUNhBbH3c&feature=emb_log o https://www.youtube.com/watch?v=EWBUNhBbH3c&feature=emb_logo HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil CONTRIBUIÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil CONTRIBUIÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil CONTRIBUIÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil CONTRIBUIÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil INVESTIMENTOS NO SETOR EÓLICO HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DA FONTE EÓLICA HISTÓRICO Oferta de energia eólica no Brasil HISTÓRICO Oferta de energia eólica em SC • A contribuição da geração eólica é ainda pouco representativa na matriz energética catarinense. • Atualmente, existem parques eólicos em operação na região de Água Doce e Bom Jardim da Serra. • Dentre as dificuldades consideradas no cenário de desenvolvimento da geração eólica em Santa Catarina, se destaca o fator de capacidade relativamente baixo dos parques eólicos já em operação, quando comparados a parques instalados nos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará, por exemplo. • Esta característica é própria do regime de ventos dominante no Estado. • Contudo, os parques de Santa Catarina estão mais próximos centros consumidores de carga, o que justificaria a instalação, pois a geração mais baixa seria compensada por perdas elétricas menores na transmissão. • Ainda assim, medições de vento distribuídas sobre o Estado durante um período de 4 anos, apontam para uma capacidade de produção anual de cerca de 3.700GWh, notadamente no sudeste de Santa Catarina. HISTÓRICO Oferta de energia eólica em SC https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/complexo-eolico-no-oeste- de-sc-devera-produzir-energia-para-12-milhao-de-pessoas.ghtml https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/complexo-eolico-no-oeste-de-sc-devera-produzir-energia-para-12-milhao-de-pessoas.ghtml VOCÊ SABE COMO FUNCIONA A ENERGIA EÓLICA? https://www.youtube.com/watch?v=6Fc 3V0-ZA7k&feature=emb_logo https://www.youtube.com/watch?v=6Fc3V0-ZA7k&feature=emb_logo MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS • O movimento das massas de ar na atmosfera é percebido como “ventos”, e sua formação tem como causas o aquecimento da terra, a rotação da terra e a influência de efeitos térmicos. • Os ventos que sopram na terra podem ser classificados como ventos de circulação global e local. • Os ventos de circulação global são resultantes das variações de pressão, temperatura e densidade causadas pelo aquecimento desigual da terra pela radiação solar, que varia em função da distribuição geográfica, período do dia e sua distribuição anual. Ventos de circulação global MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS • A utilização dos recursos eólicos para a produção de energia elétrica depende destes fatores locais, que permitem predizer a viabilidade econômica e as características técnicas e operacionais do empreendimento: • Velocidade do vento; • Rugosidade do terreno; • Altura; • Direção do vento. • A velocidade e direção dos ventos locais, que acontecem próximo à superfície da Terra, sofrem a influência de diversos parâmetros do local, que devem ser conhecidos. MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS VELOCIDADE DO VENTO • O vento apresenta variação em sua velocidade, intensidade e direção, nas quais são observadas alterações em períodos curtos, médios e longos, tornando de grande importância o conhecimento do comportamento dos ventos na região em estudo, ou seja, a caracterização das diferentes formas de variação da velocidade. RUGOSIDADE DO TERRENO • Em geral, quanto mais acentuada a rugosidade do terreno, maior será a diminuição da velocidade do vento. Dessa forma, a rugosidade do terreno onde será feito o aproveitamento eólico deve ser baixa, de modo a diminuir a menores taxas a velocidade do vento na altura do rotor. Baixas rugosidades também são desejáveis no entorno do terreno, na direção principal do vento. MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS ALTURA O perfil do vento se modifica de acordo com a altura em que é medido, sendo que maiores velocidades são verificadas na medida em que se afasta do solo. Tal consideração é de grande importância quando da especificação de um aerogerador, isso porque as medidas de velocidade do vento nem sempre são feitas exatamente na altura do eixo das turbinas, sendo então necessário extrapolar a velocidade do vento. DIREÇÃO DO VENTO Uma vez que os ventos também variam a sua direção ao longo de um determinado período, é muito importante a determinação desse comportamento como forma de avaliar a possível conformidade de uma determinada turbina ao comportamento variável das direções predominantes do vento. A direção do vento é também imprescindível para o projeto do parque e a definição do layout das máquinas. A rosa dos ventos permite verificar as informações da distribuição da velocidade do vento e a frequência da variação de sua direção. MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS • Informações sobre as condições de contorno do local podem ser obtidas através de mapas topográficos, dados de satélites ou visitas ao local deinstalação. • A variação da velocidade do vento com a altura em relação ao solo influencia não apenas a avaliação do recurso eólico como também o projeto da turbina eólica e, consequentemente, a escolha da turbina mais adequada ao perfil do vento, considerando-se a velocidade média, a densidade do ar e o índice de turbulência. • Em estudos de aproveitamento energético dos ventos, dois modelos ou “leis” matemáticas são comumente utilizados para representar o perfil vertical dos ventos: a Lei de Potência e a Lei Logarítmica. Importância do entendimento dos Fenômenos de transporte de movimento, temperatura e massa Perfil de velocidade de escoamento externo MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS • A Lei de Potência representa o modelo mais simples e resultou de estudos da camada limite sobre uma placa plana. É a mais simples de ser aplicada, porém sem uma precisão muito apurada. A Lei de Potência é expressa por: 𝑉 = 𝑉𝑟 𝐻 𝐻𝑟 𝑛 Onde: V = velocidade do vento na altura H; Vr = velocidade do vento na altura de referência (medida); H = altura desejada; Hr = altura de referência; n = expoente da Lei de Potência–coeficiente de rugosidade. Cuidados devem ser tomados ao se usar a Lei de Potência em locais que apresentam orografia elevada, ou seja, terrenos com elevações e depressões e valores de H maiores que 50 m. MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS • O modelo com base na Lei Logarítmica é aplicado a terrenos complexos, com orografia mais acentuada, e leva em conta que o escoamento na atmosfera é altamente turbulento. • Para velocidades elevadas, o perfil vertical do vento segundo a Lei Logarítmica é calculado pela seguinte equação, 𝑉(𝑧) = 𝑉0 𝐾𝐶 𝑙𝑛 𝑍 𝑍0 Onde: • V(z) é a velocidade do vento na altura z; • z0 é o comprimento de rugosidade (caracteriza a rugosidade do terreno); • Kc é a constante de Von Kármán (Kc = 0,4); • vo é a velocidade de atrito relacionada com a tensão de cisalhamento na superfície e a massa específica do ar. MODELO DE CIRCULAÇÃO DOS VENTOS ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • A potência é definida como a razão pela qual a energia é usada ou convertida por unidade de tempo, por exemplo, Joules/s. A unidade da potência é o Watt (W), e um Watt é igual a 1 Joule/s, de acordo com a unidade do Sistema Internacional (SI). • A energia contida no vento é a energia cinética, ocasionada pela movimentação de massas de ar. Influência da mudança da rugosidade no perfil vertical do vento. ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • A energia cinética do vento (E) é dada pela seguinte equação: 𝐸 = 1 2 𝑚𝑉2(𝐽) em que: m = massa de uma partícula de ar, em kg; V = sua velocidade, em m/s. • A energia por unidade de tempo é igual à potência. Assim, 𝑃 = 𝐸 ∆𝑡 = 1 2 ሶ𝑚𝑉2(𝑊) Sendo: ሶ𝑚 = fluxo de massa ou vazão mássica, em kg/s; P = potência, em watts. ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • Pode-se calcular a energia cinética do vento se, em primeiro lugar, imaginarmos o ar passando por um anel circular (circundando uma área A em m2), a uma velocidade “V”. Considera-se a área do anel circular como a área varrida pelas pás de uma turbina eólica do tipo “hélice de eixo horizontal” ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • À medida que o ar se move à velocidade de 10 m/s, um cilindro de ar com um comprimento de 10 metros vai se formando a cada segundo. Portanto, um volume de ar de 100 × 10 = 1000 metros cúbicos passará pelo anel a cada segundo. Multiplicando esse volume pela massa específica do ar, obtemos a massa de ar movendo-se através do anel a cada segundo. Isto é, a massa de ar que se move por determinada área na unidade de tempo (fluxo de massa) é igual à massa específica do ar × volume de ar passando a cada segundo, que é igual a: massa específica do ar × área × distância percorrida pelo ar a cada segundo (velocidade do ar), ou seja: ሶ𝑚 = 𝜌𝐴V • O produto A·V representa a taxa de fluxo volumétrico de ar passando pelo anel circular. sendo D o diâmetro do rotor. ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • Tendo em vista que locais que apresentam a mesma velocidade média dos ventos podem apresentar diferentes potências eólicas em função da variação na massa específica do ar, é mais adequado comparar o potencial eólico desses locais por intermédio da potência por unidade de área ou densidade de potência (P/A). • P/A é a potência contida no vento que atinge a parte frontal da turbina. • Varia linearmente com a massa específica do ar e com o cubo da velocidade do vento. • Apenas uma parte dessa potência é aproveitada nas pás do rotor. A parte não aproveitada é levada pelo ar que deixa as pás movendo-se com velocidade reduzida. Pequenas variações da velocidade do vento podem ocasionar grandes alterações na potência. 𝑃 𝐴 = 1 2 𝜌𝑽𝟑 ESTIMATIVA DO POTENCIAL EÓLICO • A massa específica ou densidade do ar ρ varia com a pressão e temperatura, conforme a seguinte expressão: 𝜌 = 𝑝 𝑅 𝑇 em que: p = pressão do ar, em kPa; T = temperatura em escala absoluta, em K; R = constante particular do gás, em kg/kmol. Em condições padrão (no nível do mar, 15 °C e 1 atm de pressão), a massa específica do ar é de 1,2256 kg/m3. Como a temperatura do ar e a pressão atmosférica variam com a altura, turbinas eólicas instaladas em um mesmo local, porém em diferentes alturas, podem captar energia com diferentes densidades de potência tendo em vista: variação na massa específica e velocidade do ar. MEDIÇÃO DO VENTO • No estudo de dimensionamento e viabilidade técnica e econômica de uma central eólica, é necessário ter conhecimento, com a maior exatidão possível, do regime de vento do local de interesse. • Nem sempre esses dados estão disponíveis na forma mais adequada, sendo estimados por atlas eólicos. Porém não se trata de dados precisos que possam ser usados em projeto e instalação de usina eólica. Recordando que a energia gerada por uma turbina (P/A) é proporcional ao cubo da velocidade do vento. A partir de dados conhecidos de um ou mais locais, se obtêm dados para diversos locais, construindo-se, assim, o que se chama de mapas ou atlas eólicos. MEDIÇÃO DO VENTO • É imprescindível instalar no local de interesse um sistema de medição e coletar dados por um período de pelo menos um ano para que se possam conhecer as variações sazonais da velocidade do vento. • Uma torre meteorológica de coleta de dados de vento para aplicações de energia eólica contém os seguintes tipos de instrumentos: ➢ anemômetros para medir a velocidade do vento; ➢ lemes para medir a direção do vento; ➢ termômetro para medir a temperatura do ar; ➢ barômetro para medir a pressão do ar; ➢ sistema para aquisição e armazenamento de dados. Modelo de estação meteorológica do tipo estaiada. MEDIÇÃO DO VENTO Anemômetro do tipo três conchas. Modelo de sensor de velocidade de vento mais utilizado. Se constitui de três braços horizontais montados em um pequeno eixo vertical, cada braço possuindo na extremidade uma concha de metal. Esse sensor tem diâmetro em torno de 15 cm. Sua precisão apresenta valores próximos a ± 2 %. Modelo de sensor de direção da velocidade do vento. Os sensores de direção da velocidade do vento usualmente utilizados têm formato de leme. Um leme é acoplado a um eixo vertical. Do lado oposto ao leme coloca-se um contrapeso para criar um balanço na junção do leme com o eixo. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA • A produção de energia em turbinas eólicas depende da interação do rotor com os ventos. • Experiências têm mostrado que os principais aspectos relacionados à eficiência de uma turbina eólica (potência e carga mecânica média) são determinados pelas forças aerodinâmicas geradas pela velocidade média dos ventos. • As diversas forças induzidas nos componentes de uma turbina, sejam causadas pela velocidade média dos ventos, pela flutuação dos ventos, pelo modo de operação da turbina e pelos efeitos dinâmicos, são fontes de fadiga e fatores que contribuem para o pico de carga a que a turbina estásujeita. • Esses fatores só são compreendidos quando a aerodinâmica da operação da turbina no regime estável é compreendida. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA Energia mecânica extraída do vento por uma turbina eólica • A Equação que define a potência eólica, que é função da massa específica do ar, área de captação e velocidade do vento ao cubo, se refere ao vento não perturbado, ou seja, perfil de velocidade do vento antes de atingir as pás do rotor. • Esse vento, ao encontrar um obstáculo ao seu fluxo (no caso as pás da turbina), terá seu perfil modificado. • Nessa passagem pela turbina eólica, parte da potência será transformada em potência mecânica no eixo da turbina, em função do torque e da rotação resultantes. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA Energia mecânica extraída do vento por uma turbina eólica • A lei de continuidade de fluxo estabelece que o fluxo de massa é sempre o mesmo, porém a velocidade do vento atrás do conversor eólico deve decrescer. O decréscimo na velocidade do vento significa que, simultaneamente, um fluido ocupará uma seção transversal maior, para que a mesma quantidade de massa por unidade de tempo passe por ele. Perfil do vento em função da extração da energia mecânica V1 = velocidade do vento não perturbado; V = velocidade do vento no ponto de extração da energia mecânica; V2 = velocidade do vento atrás do conversor eólico. Sendo V1 > V > V2. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA Energia mecânica extraída do vento por uma turbina eólica • Pela lei da continuidade de fluxo: 𝜌 1𝐴1𝑉1 = 𝜌 2𝐴2𝑉2 • Ou seja, todo fluxo de massa de ar que chega até o conversor eólico é igual ao que sai do mesmo. Se a velocidade do ar é menor na saída, esse ar ocupará uma seção transversal maior. • A potência mecânica que o conversor extrai do fluxo de ar corresponde à diferença entre a potência do fluxo de ar antes e após sua passagem pelo conversor: 𝑃𝑚 = 1 2 𝜌𝐴1𝑉1 3 − 1 2 𝜌𝐴2𝑉2 3 𝑃𝑚 = 1 2 ሶ𝑚(𝑉1 2 − 𝑉2 2) em que: 𝑃𝑚 = potência mecânica extraída pelo conversor eólico; ሶ𝑚 = massa de ar por segundo (fluxo) CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA • Os sistemas eólicos de conversão de energia são classificados em dois tipos, a saber: aqueles que utilizam a força de arrasto e os que utilizam a força de sustentação. • As turbinas modernas utilizam preferencialmente a concepção da sustentação. Nelas são usados aerofólios que interagem com o vento. • As turbinas eólicas que utilizam a concepção da força de sustentação podem ser divididas, de acordo com a orientação do seu eixo de giro, em turbinas de eixo vertical ou de eixo horizontal. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO VERTICAL (TEEV) • As turbinas de eixo vertical são comumente denominadas Darrieus e fazem uso de aerofólios simétricos e ligeiramente curvados em forma de “C”, movidos por forças de sustentação e com as duas pontas atadas ao eixo vertical. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO VERTICAL (TEEV) Vantagens: • Operam independentemente da direção do vento (sistema de direção de pás de fluxo principal); • E também por terem a parte eletromecânica (rotor – caixa de transmissão e gerador) alocadas no nível do solo, reduzindo, portanto, os custos de instalação e manutenção. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO VERTICAL (TEEV) Desvantagens: • Elevados níveis de flutuação no torque em cada giro; • Falta de capacidade de autopartida, requerendo um sistema de partida para acionamento em baixas velocidades; • Capacidade limitada de regulação em altas velocidades; • Menor capacidade de produção de energia devido às baixas velocidades do vento no solo; • A fabricação das pás de alumínio tem custo elevado e apresenta problemas por fadiga. Portanto, modelos de segunda geração utilizam pás de poliéster e fibra de vidro; • A natureza do escoamento nas pás é muito mais complexa que nas turbinas eólicas de eixo horizontal, havendo dificuldades na obtenção de um adequado modelamento das forças aerodinâmicas. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) • Todos os aerogeradores hoje conectados à rede elétrica são construídos com turbinas de eixo horizontal. • Para a orientação do rotor na direção do vento, os aerogeradores de eixo horizontal fazem uso de diferentes tecnologias: • rotor multipás, que é mais utilizado para o bombeamento de água, podendo chegar a 20 ou mais pás e funcionando bem a baixas velocidades; • rotor de duas ou três pás, em sua grande maioria usado para a geração de energia elétrica. “O número de pás a serem utilizadas é inversamente proporcional à velocidade no eixo do rotor e diretamente relacionada ao torque gerado; dessa forma, quanto menor o número de pás, mais rápido o eixo gira” CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) Como Funcionam As Turbinas Eólicas? https://www.youtube.com/watch ?v=V6lyCuw7VfU&feature=emb_l ogo https://www.youtube.com/watch?v=V6lyCuw7VfU&feature=emb_logo CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) Os principais componentes de um aerogerador de Eixo Horizontal: • Torre: geralmente de estrutura tubular, sustenta a nacele e o rotor acima do solo para capturar melhor a energia contida nos ventos onde a rugosidade é menor. • Nacele: contém os principais componentes da turbina: caixa de engrenagens, controlador de freio e o gerador elétrico. Protege os componentes de elementos externos. • Pás do rotor: captam o vento e convertem sua potência ao centro do rotor. • Rotor: sistema de captação de energia cinética dos ventos a qual converte em energia mecânica no seu eixo. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) • Transmissão: transmite a energia mecânica do eixo do rotor para o gerador. • Caixa multiplicadora: “Tradicionalmente é colocada uma caixa de transmissão entre o rotor e o gerador, de forma a adaptar a baixa velocidade do rotor à velocidade mais elevada dos geradores convencionais, pois a velocidade angular dos rotores varia de 20 a 150 RPM, enquanto os geradores trabalham a rotações mais elevadas, na faixa de 1220 a 1800 RPM”. No entanto, alguns fabricantes, utilizando geradores multipolos de baixa velocidade e grandes dimensões, conseguiram abandonar a utilização da caixa de transmissão. CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) • Gerador de eletricidade: converte a energia mecânica em energia elétrica, ou seja, converte o torque do giro do rotor em eletricidade. É uma bobina girando em um campo magnético. • Mecanismos de controle: usam sensores para o bom funcionamento e a segurança do sistema, para melhor aproveitar o vento. • Controle de potência: visa evitar o sobrecarregamento elétrico e do sistema de transmissão quando ocorre o aumento do fluxo de ar e o consequente aumento das forças de sustentação aerodinâmicas, causando o aumento na energia extraída da turbina. Para isso, deve-se reduzir as forças motrizes que atuam em cada pá do rotor, bem como a carga total que atua na estrutura da turbina. Esse controle pode ser do tipo Estol (Stall), Controle de Passo (Pitch) ou Controle Ativo de Estol. • Anemômetro: mede a intensidade e a velocidade dos ventos, normalmente de 10 em 10 minutos. CONVERSÃO DA ENERGIA EÓLICA TURBINAS EÓLICAS DE EIXO HORIZONTAL (TEEH) Outros fatores determinantes para a escolha do tipo de turbina eólica podem ser: Tipo de projeto: três tendências de construção são as que predominam no mercado: i. Turbinas projetadas para suportarem elevadas cargas. São turbinas que possuem três ou mais pás, de alta resistência e controle de passo não otimizado. São turbinas de confiabilidade otimizada. ii. Turbinas projetadas para se ajustar à carga e também liberá-la. São turbinas com pás de baixa resistência e controle de passo otimizado, possuindo elevada relação de velocidade. Seu desempenho é otimizado. iii. Turbinas projetadas para gerenciar o controle de carga de forma mecânica e/ou elétrica. São turbinas comduas ou três pás, com moderada relação de velocidade e com diversas inovações mecânicas e elétricas, como geradores de velocidade variáveis, controles no movimento das pás etc. Essas turbinas possuem o controle otimizado. APLICAÇÕES DA ENERGIA EÓLICA Um sistema eólico pode ser utilizado em três aplicações distintas: sistemas isolados, sistemas híbridos e sistemas interligados à rede de energia elétrica. • Os sistemas isolados são em geral de pequeno porte e utilizam alguma forma de armazenamento de energia, como baterias ou energia gravitacional (armazenamento de água em reservatórios). Existem, porém, algumas aplicações que não necessitam desse armazenamento de energia, como nos casos dos sistemas de irrigação, em que a energia eólica é utilizada para bombear a água. • Os sistemas híbridos apresentam, além da energia eólica, outras fontes de energia, aumentando a complexidade do sistema como um todo. Esses sistemas são, em geral, de médio porte e atendem a um número maior de usuários que os sistemas isolados. • Os sistemas interligados fornecem energia de forma complementar ao sistema de grande porte ao qual estão conectados, não sendo necessários, portanto, sistemas de armazenamento de energia. APROVEITAMENTOS OFFSHORE • O aproveitamento dos recursos eólicos offshore no mundo se deu inicialmente em território europeu. Estes projetos estão hoje localizados, em sua quase totalidade, no norte da Europa, onde terras com boas condições para o aproveitamento eólico são mais escassas que em outras regiões do globo, como nos EUA ou na China. • Estes aproveitamentos se situam entre 1 e 30 km da costa, a uma profundidade de aproximadamente 10 m. • A condição de existência de baixa profundidade e proximidade da costa, em áreas offshore potencialmente aproveitáveis em termos de disponibilidade de vento, são fundamentais para a viabilização do projeto, face aos custos vinculados a estas variáveis. APROVEITAMENTOS OFFSHORE • Segundo a IEA (2008), a tecnologia offshore se encontra menos madura e ainda é 50% mais cara que a onshore, apesar de que, devido a melhores condições dos ventos, os geradores offshore geram até 50% a mais de energia. • Devido aos efeitos combinados das diferentes cargas nas partes da turbina eólica, assim como na sua fundação, uma nova geração de turbinas mais robustas deve ser desenvolvida, projetada desde o princípio para o ambiente offshore. O projeto dessas turbinas “dedicadas” deve ser baseado em condições de operação offshore específicas (IEA, 2008; IEA 2009). • Embora diversas companhias estejam testando e fabricando aerogeradores construídos para o ambiente offshore, a maioria dessas turbinas são apenas turbinas onshore modificadas. Isto acontece porque as necessidades reais dessas turbinas em condições offshore são insuficientemente entendidas, e, assim, suas características ainda não estão satisfatoriamente otimizadas (IEA, 2009). ASPECTOS ECONÔMICOS Estrutura de custos de uma central eólica ASPECTOS ECONÔMICOS ASPECTOS AMBIENTAIS • O aproveitamento da energia cinética dos ventos como fonte de geração de eletricidade é um dos mais interessantes e promissores em nível mundial. • Embora seja uma fonte de energia renovável, de maneira não diversa das demais fontes, a energia eólica também apresenta impactos ambientais negativos, oriundos das fases de preparação do sítio eólico e instalação das turbinas. • Contudo, é entendida como alternativa limpa tendo em vista que, de forma direta, não causa impactos nocivos ao meio ambiente, tais como emissões de poluentes na atmosfera. • Em geral, os benefícios ambientais da energia eólica são calculados em função das emissões que se deixa de produzir quando essa substitui as outras fontes de energia poluidoras, a exemplo das centrais termoelétricas que usam combustíveis fósseis. ASPECTOS AMBIENTAIS • A implantação de parques eólicos pressupõe que todos os projetos sejam precedidos de estudos ambientais, cujas características, em profundidade e abrangência, devem depender das especificidades de cada projeto e dos efeitos resultantes de sua localização. • A realização de estudos de impacto ambiental decorre da aplicação da legislação ambiental vigente. • Na fase do estudo de viabilidade se obtém as primeiras informações do local, e estudos são feitos para se verificar a melhor forma de mitigar os impactos. A obtenção de licenças ambientais é um dos requisitos fundamentais para que os projetos sejam aprovados. São três as licenças ambientais necessárias: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. • Os impactos positivos e negativos da energia eólica ocorrem na fase de construção e operação dos parques. ASPECTOS AMBIENTAIS • Os principais impactos ambientais que ocorrem na fase de instalação e operação nesse tipo de empreendimento podem ser divididos em: • Paisagem • Ecologia: fauna e flora • Ruído • Solo • Recursos hídricos • Qualidade do ar • Socioeconômico • Patrimônio arqueológico, arquitetônico, etnológico ASPECTOS AMBIENTAIS Paisagem Fase de construção: • alteração da forma da paisagem; • desordem visual resultante da execução de obras de construção civil, fundação de torres dos aerogeradores, edifício de comando e subestações; • destruição da cobertura vegetal; • presença, movimentação e circulação de máquinas pesadas; • emissão de poeiras associadas à execução de obras. Fase de operação: A presença de aerogeradores, subestações, edifício de comando e estradas pode causar impacto sobre a estrutura biofísica da paisagem. Do ponto de vista paisagístico, os aerogeradores são elementos de apreciação subjetiva, sendo a magnitude de seus impactos dependente da maior ou menor visibilidade do parque eólico, da frequência e número de observadores a partir dos locais adjacentes (aglomerados populacionais e vias de acesso). ASPECTOS AMBIENTAIS Ecologia: fauna e flora Fase de construção: • Flora: destruição da cobertura vegetal por conta da necessária movimentação de terras e dos desmatamentos associados às intervenções indicadas. • Fauna: perturbação dos locais de repouso, alimentação e reprodução de todas as espécies, esmagamentos ou ferimento de vários animais, como répteis, anfíbios e pequenos mamíferos. Fase de operação: • Flora: facilitação da circulação de veículos e pessoas na zona do parque eólico, que geralmente corresponde a locais poucos frequentados (cumes de serras), podendo ocorrer pisoteio até mesmo de espécies protegidas. • Fauna: facilitação da circulação de veículos e pessoas na zona do parque eólico, que geralmente corresponde a locais pouco frequentados (cumes de serras), podendo afetar as populações existentes; possibilidade de colisão de aves contra aerogeradores e redes elétricas; perturbações causadas às aves que utilizam a zona para alimentação, repouso e reprodução. ASPECTOS AMBIENTAIS Ruído Fase de construção: Aumento dos níveis de ruído contínuo e pontual devido à utilização de maquinários pesados e tráfego de veículos para transporte de pessoas, materiais e equipamentos; utilização eventual de explosivos para abertura de cavidades para a fundação das torres, subestações, edifícios de comando e caminhos. Fase de operação: Ruído gerado pelas turbinas eólicas, ou seja, ruído aerodinâmico e ruído mecânico. ASPECTOS AMBIENTAIS Solo Fase de construção: Ocupação e utilização definitiva de zonas de implantação das obras, como: fundações das torres, subestações, edifício de comando, caminhos, valas para cabos elétricos; restrição aos usos preexistentes; rejeição de diversos tipos de resíduos; movimentação de terras e terraplanagem; exposição do solo a fenômenos erosivos; ocorrência de derrames de óleos e combustíveis resultantes da utilização de máquinas e veículos. Fase de operação: Eventuais despejos de óleos e produtos afins nas operações de manutenção e reparo; rejeição eventual de produtos sólidos; restrição aos potenciais usos da terra. ASPECTOS AMBIENTAIS Recursos hídricos Fase de construção: Impactos nas redes de água/córregos,por conta de efluentes de estaleiro; eventuais derramamentos de óleos, combustíveis e produtos semelhantes; águas residuais resultantes da lavagem das betoneiras; sedimentos arrastados pelas chuvas. Fase de operação: Eventuais despejos de óleos e produtos afins nas operações de manutenção e reparo. ASPECTOS AMBIENTAIS Qualidade do ar Fase de construção: Deve-se à utilização de maquinário pesado e aumento do tráfego de veículos pesados que contribuem para a emissão de gases, como: CO, CO2, NOx, partículas sólidas, entre outras. Fase de operação: Não há impactos negativos decorrentes da exploração de um parque eólico sobre a qualidade do ar. ASPECTOS AMBIENTAIS Socioeconômico Fase de construção: Receitas locais resultantes dos contratos de arrendamento dos terrenos; utilização de mão de obra local para as obras de construção civil (pavimentação e abertura de estradas, construção de subestações, edifício de comando e fundação da torre); a montagem das torres, dos aerogeradores e das redes elétricas requer mão de obra especializada, que, em geral, corresponde a pessoas de fora da região; incentivo ao desenvolvimento do comércio de localidades vizinhas e de atividades hoteleiras pela presença de trabalhadores na obra. Fase de operação: Receitas locais resultantes dos contratos de arrendamento dos terrenos; criação de postos de trabalho para operação e manutenção dos parques eólicos; produção de energia elétrica a partir de uma fonte de energia renovável, sem emissão de poluentes atmosféricos, beneficiando na qualidade de vida da população em geral. ASPECTOS AMBIENTAIS Patrimônio arqueológico, arquitetônico, etnológico Fase de construção: Eventuais danos aos elementos patrimoniais existentes na zona de implantação do parque eólico. Fase de operação: Divulgação do patrimônio existente, que deverá ser documentado, sinalizado e conservado; eventuais danos aos elementos patrimoniais na zona de implantação do parque eólico. Referências: • ENERGIAS renováveis, geração distribuida e eficiência energética. Rio de Janeiro LTC 2017 1 recurso online ISBN 9788521633785. • FADIGAS, Eliane A. Faria Amaral. Energia eólica. São Paulo Manole 2011 1 recurso online ISBN 9788520446539. • FONTES de energia nova e renovável. Rio de Janeiro LTC 2013 1 recurso online ISBN 978-85-216-2474-5. • JIM PIPE. Energia eólica. Callis 33 ISBN 9788574168906 • PINTO, Milton de Oliveira. Fundamentos de energia eólica. Rio de Janeiro LTC 2012 1 recurso online ISBN 978-85- 216-2193-5.
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