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1 Julho, 2020 Joana Costa UFCD: 0382 GESTÃO DO TEMPO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 2 Objetivos Gerais Aplicar técnicas de gestão do tempo no âmbito da atividade profissional. Aplicar os princípios de organização do trabalho em equipa e elaborar um plano de ação pessoal. Conteúdos Gestão do tempo Auto-avaliação na gestão do tempo -Tempo como recurso - Leis e princípios de gestão de tempo - Identificação de características pessoais - Análise de desperdiçadores de tempo Planeamento na gestão do tempo - Determinar metas e objetivos - Elaboração de planos detalhados, diários e semanais - Utilização de check-lists - Definição e gestão de prioridades Técnicas de gestão do tempo - Organização do dia de trabalho - Agrupamento de tarefas - Controlo das interrupções e dos telefonemas - Utilização da agenda como recurso estratégico - Otimização das novas tecnologias Organização do trabalho Trabalho em equipa - Organização e condução de reuniões - Produção de resultados através de reuniões - Delegação de tarefas à equipa de apoio comercial Plano de ação pessoal 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 3 Índice 1. Gestão do tempo.......................................................................................................... 6 1. 1. Auto-avaliação na gestão do tempo.....................................................................6 1.1.1. Tempo como recurso....................................................................................... 6 1.1.2. Leis e princípios da gestão de tempo...............................................................9 1.1.3. Identificação de características pessoais....................................................... 14 1.1.4. Análise de “desperdiçadores de tempo”....................................................... 15 1. 2.Planeamento na gestão do tempo.......................................................................18 1.2.1. Determinar metas e objetivos........................................................................20 1.2.2.Elaboração de planos detalhados, diários e semanais................................... 21 1.2.3. Utilização de check-lists ................................................................................ 26 1.2.4. Definição e gestão de prioridades..................................................................26 1. 3. Técnicas de gestão do tempo..............................................................................29 1.3.1. Organização do dia de trabalho..................................................................... 29 1.3.2. Agrupamento de tarefas................................................................................ 30 1.3.3. Controlo das interrupções e dos telefonemas...............................................32 1.3.4. Utilização da agenda como recurso estratégico............................................36 1.3.5. Otimização das novas tecnologias................................................................. 37 2. Organização do Trabalho............................................................................................38 2. 1. Trabalho em equipa.............................................................................................39 2.1.1. Organização e condução de reuniões............................................................40 2.1.2. Produção de resultados através de reuniões.................................................43 2.1.3. Delegação de tarefas à equipa de apoio comercial.......................................44 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 4 2.2. Plano de ação pessoal.......................................................................................... 46 Conclusão........................................................................................................................ 48 Bibliografia e webgrafia..................................................................................................49 Anexos.............................................................................................................................50 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 5 1. Gestão do tempo Todos nós sabemos, pelo menos teoricamente, que a vida não é só trabalho. Mas o dia-a-dia vai-nos demonstrando que este vai invadindo e reduzindo assustadoramente outras dimensões fundamentais para o equilíbrio e bem-estar do ser humano: a família, o convívio social e cultural e a dimensão psicológica. Os níveis de pressão com que somos confrontados no exercício das nossas atividades profissionais são hoje consideravelmente maiores, sendo-nos solicitado que façamos cada vez mais, melhor e, se possível, em menos tempo. Ora, na pretensão de uma rentabilização máxima dos recursos básicos que temos à nossa disposição, os padrões de exigência são cada vez mais elevados. Se o dia tem sempre as mesmas 24 horas, como conseguimos rentabilizar estes recursos? A resposta é incontornável: planeando de forma mais eficiente e profissional o trabalho (pessoal e da equipa); selecionando de forma equilibrada as tarefas e separando criteriosamente as atividades urgentes das importantes. 1. 1. Auto-avaliação na gestão do tempo 1.1.1. Tempo como recurso O tempo, visto aos olhos do conhecimento atual científico, é um conceito abstrato e relativo, em conexão com o espaço, cujo desenvolvimento se encontra estritamente relacionado com o conceito de adaptação à realidade. É um conceito relativo e uma experiência psicológica individual visto que muitas vezes ouvimos dizer que as horas parecem segundos quando estamos de férias ou os segundos parecem uma eternidade em situações adversas. Aparentemente, para uns, o tempo avança com lentidão, para outros avança rapidamente. Definição de gestão do tempo Gerir o tempo é a capacidade de decidir o que é importante na sua vida, tanto a nível profissional como pessoal, e de atribuir prioridade a certos aspetos de forma a completar as tarefas de que necessita e as que considera realmente importantes. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 6 A gestão do tempo pode ainda ser definida como um plano de utilização e de controlo do tempo, da forma mais eficiente e eficaz possível. Este plano será adaptável e flexível de modo a poder ajustar-se ao dia-a-dia e à mudança. Na gestão do tempo é essencial fazer a distinção de dois conceitos: o que controlo e o que não controlo. Uma boa gestão do tempo dá-nos a possibilidade de manter o equilíbrio das nossas vidas, ao mesmo tempo que permite identificar onde é que está o desequilíbrio. A gestão do tempo é uma capacidade que... pode ser aprendida; pode ser praticada; pode ser melhorada ao longo do tempo. O que não posso controlar? O que posso controlar? Situações imprevisíveis: ex. Morte, doença, acidentes, eventos naturais como tempestades, sismos,... Acontecimentos da vida diária (rotina) e o modo como reajo às situações imprevisíveis A reter... Gestão do tempo implica eficiência. Com eficiência, adquirimos controlo. Logo, há uma chave para o controlo do tempo: a priorização! Importante ter serenidade para aceitar o que não se controla. Importante ter coragem para enfrentar e mudar a favor do bem-estar e da produtividade. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 7 A gestão do tempo é uma ferramenta essencial que tanto pode ser utilizada nas empresas como na vida pessoal, permitindo a organização de metas pessoais e profissionais com menor dispêndio de energia física e mental. Gerir o nosso tempo é importante para conseguirmos atingir os nossos objetivos na vida. Muitas pessoas perdem tempo, a desempenhar atividades rotineiras e ineficazes que: levam a aumento do stress; proporcionam pouca satisfação. Apresentamos algumas das vantagens associadas a boa gestão do tempo edesvantagens decorrentes de uma desadequada gestão: Na vida pessoal a gestão do tempo permite: conseguir mais no trabalho, em casa ou nos tempos livres; redução do stress; ter mais energia; ser mais auto- disciplinado; ter mais alvos em que concentrar os esforços; ter motivação para atingir objetivos; ter sucesso na carreira; aumento da autoestima, da autoconfiança e da auto-realização. Na vida profissional, uma boa gestão de tempo permite: aumentar a confiança e produtividade; desenvolver uma maior capacidade de explorar oportunidades de carreira: aumentar a organização dos métodos de trabalho; ser mais eficaz no controlo das interrupções, melhorar a capacidade de trabalhar em áreas de destaque, ser mais eficaz nas reuniões e na criação de um bom espírito de equipa. Desvantagens da má gestão do tempo Vantagens da boa gestão do tempo Desvalorização do homem e da organização Valorização do Homem e da organização Perda de autoridade Maior responsabilização Perturbação Melhor comunicação Penalização Mais justiça Custos mais elevados Maior rentabilidade Falhas no desempenho Melhor desempenho Impossibilidade de previsão do tempo Favorecimento da previsão do tempo Menos tempo livre Mais tempo disponível 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 8 Gerir o tempo é a capacidade de decidir o que é importante na vida, tanto a nível profissional como pessoal, e de atribuir prioridade a certos aspetos de forma a completar as tarefas de que necessita e as que considera realmente importantes. A gestão do tempo pode ainda ser definida como um plano de utilização e de controlo do tempo, da forma mais eficiente e eficaz possível. Este plano será adaptável e flexível de modo a poder ajustar-se ao dia-a-dia e à mudança. 1.1.2. Leis e princípios da gestão de tempo A – Lei dos ritmos biológicos Cada ser humano é atravessado por múltiplos ritmos biológicos. O nosso ciclo energético sofre alterações ao longo do dia, na sequência do nosso ciclo biológico. Os estudos indicam que, a seguir ao almoço, o nosso nível de energia está mais baixo devido a fatores fisiológicos relacionados com o fenómeno da digestão. A curva de energia varia de indivíduo para indivíduo; há pessoas cujo pico de energia é logo pela manhã, ao passo que para outras é à noite. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 9 Se souber respeitar o seu ritmo biológico e se gerir o seu dia de acordo com o seu ciclo de eficácia, aumentará notavelmente a produtividade, sem necessidade de efetuar grandes mudanças. Os períodos de quebra de eficácia devem ser aproveitados para descansar, ou utilizados, por exemplo, para contactos sociais e atividades de rotina. Ao aprendermos a escutar o nosso organismo potenciamos o nosso ritmo natural e o tempo pode ser otimizado através da planificação de determinadas atividades em determinados períodos do dia. B – Lei de Parkinson Verifica-se que a distribuição do trabalho varia em função do tempo disponível e não do tempo necessário. A figura mostra que: Curva A – o colaborador recebe uma tarefa para executar na semana 0. Familiarizar-se com a tarefa, reflete sobre o que deve fazer, procura compreender o problema. Solicita informações e delega parte das tarefas. Executa o trabalho e termina-o dentro do prazo. Bons resultados. Curva B – o colaborador põe de lado o trabalho. Inicia a tarefa já próximo do prazo estabelecido para a sua conclusão. Procura 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 10 informações à pressa e trabalha sobre pressão. Termina com atraso. Resultados medíocres. Curva C – trabalho iniciado tardiamente, como em B, mas sem atingir o objetivo. Algum tempo de trabalho inútil. Não há resultados concretos ou são claramente insuficientes. C – Lei das sequências homogéneas de trabalho A interrupção de um trabalho leva a que se perca eficácia e levará mais tempo do que se fosse executado de modo contínuo. As perturbações e interrupções do trabalho devoram grande parte do tempo. Após cada interrupção é necessário retomar o encadeamento dos pensamentos anteriores e a fazer um grande esforço de reflexão. Em duas horas de atividade ininterrupta de trabalho pode-se avançar rapidamente enquanto que, com interrupções frequentes, para efetuar o mesmo trabalho serão necessárias três ou mais horas. Tempo de execução: 120 minutos Bons resultados! 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 11 Tempo de execução: 150 a 180 minutos Resultados frequentemente dececionantes! D – Lei de Pareto (20/80) Com muita frequência, a partir de um pequeno período de tempo atinge-se grande parte dos resultados. O essencial leva pouco tempo, o acessório muito! Por isso é fundamental distinguir o essencial do acessório e concentrar os nossos esforços no ESSENCIAL! Apenas 20% dos nossos esforços geram 80% dos nossos resultados. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 12 E – Lei da contraprodutividade Para além de um certo limite, a produtividade do tempo investido decresce e torna-se negativa. É importante saber parar e posteriormente retomar! Aqui mais uma vez é essencial conhecer o ritmo biológico próprio. F – Lei da alternância Há um tempo para tudo e um tempo para cada coisa; não fazer mais do que uma coisa de cada vez e fazê-la bem! G – Lei da dimensão subjetiva do tempo O tempo tem uma dimensão objetiva e uma dimensão subjetiva, que é função do interesse pela atividade exercida. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 13 1.1.3. Identificação de características pessoais Porque perdemos tempo? falta de objetivos claros: específicos, mensuráveis, possíveis, realistas e definidos no tempo; falta de planeamento eficiente: o quê e quando, o que é possível de realizar por agenda, “planeador” de parede ou “to do lists” (lista de afazeres); falta de autodisciplina. Depende igualmente das características individuais de cada um, nomeadamente ao nível da: capacidade de ser disciplinado no trabalho; capacidade para dizer “não”; capacidade de ser disciplinado ao telefone; capacidade de controlo e de gestão de mim próprio; capacidade de comunicação; capacidade de ser disciplinado em reuniões; capacidade para rever sistemas e procedimentos. Fazemos normalmente: O que gostamos antes do que não gostamos; O que é mais rápido antes do que demora mais tempo; O que é mais fácil antes do que é mais difícil; O que sabemos antes do que é novo; O que é urgente antes do que é importante; O que os outros nos impõem antes do que nós escolhemos; O que está anotado na agenda antes do que não está; O que provem dos outros antes das nossas prioridades; O que está à nossa frente antes do que é importante; Adiamos a execução de uma tarefa até ao limite máximo; Fazemos as coisas em função das suas consequências. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 14 Características pessoais que nos fazem ganhar tempo estilo de trabalho: dinâmico, pró-ativo, multifuncional, discreto, ágil e objetivo. estilo interpessoal: negociador, líder, capaz de tomar decisões, cooperativo, comunicativo, social e persuasivo. estilo de pensamento: lógico, flexível, adaptável, sistémico e estratégico. Para aproveitar ao máximo o tempo de que dispõe, importa, finalmente, que tenha sempre presentes duas dimensões: a eficiência – fazer a tarefa de forma otimizada, rápida ou com menos gastos – e a eficácia – executar bem a tarefa. Sendo ambas fundamentais, importa, contudo, não perder de vista o objetivo último, que é o de alcançar resultados, isto é, ser eficaz! Habitue-se a questionar, com regularidade, a sua eficácia: Quanto tempo poderia economizar se não fizesse algumas coisas não essenciais? Há tarefas que se poderiam fazer com mais facilidade e mais rapidamente, melhorando os processos de trabalho? Em que tarefas gastou mais tempo do que julgava?Eficiência Eficácia Execução (como fazer) Resultados (o que fazer) Processos, normas, métodos Objetivos, resultados Execução mais rápida com menor esforço e menor custo Execução em função dos fins Desempenho interno Gerar alternativa Solução de problemas Otimização dos recursos Cumprimento de deveres Obtenção de resultados Resumindo: 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 15 Embora os problemas variem de uma pessoa para outra, existem algumas dificuldades comuns em muitas situações profissionais. Exemplos: Ter demasiado trabalho e tempo insuficiente; Trabalhar para além das horas normais de trabalho; Pessoal sem formação adequada; Prazos impossíveis de cumprir; Reuniões que duram para além do tempo necessário; Pressão no trabalho que compromete a vida pessoal; Interrupções e distrações; Crises inesperadas; Tempo gasto em deslocações para reuniões e encontros; Falta geral de controlo e de disciplina; Falta de formação em novas tecnologias; Sentir-se pressionado e levar trabalho para casa. 1.1.4. Análise de “desperdiçadores de tempo” A nossa cultura prepara-nos algumas armadilhas: fazemos muitas coisas; assumimos muitas responsabilidades; dizemos sim a muitas oportunidades. Somos esmagados por: planos que não podem ser executados; compromissos que não podem ser honrados; agendas e prazos que não podem ser cumpridos. Fazemos parte de uma sociedade rica materialmente, mas pobre em relação ao tempo. A qualidade do tempo dedicado ao convívio humano desapareceu das nossas vidas. Vários estudos revelam que após 4 ou 5 horas de trabalho, os nossos gestores podiam ir embora para casa. No entanto, permanecem na empresa a fazer horas 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 16 extra... Antigamente, quanto mais rica, menos a pessoa trabalhava, podendo dedicar- se a si, à família e aos amigos. Hoje, quanto mais rica, mais a pessoa trabalha. O trabalho passou de privilégio a castigo. E para quem não tem grandes capacidades económicas, obriga-se a trabalhar cada vez mais para poder fazer face às despesas gerais familiares e ter um pouco mais de qualidade de vida. Contudo, em ambos os casos, desperdiçamos muito tempo, que poderia ser aproveitado de outra forma. Fatores que “devoram” o nosso tempo e nos fazem gastá-lo sem qualquer proveito: Cronófagos Soluções Perfeccionismo Não fazer melhor do que é solicitado. O ótimo é inimigo dobom. Querer fazer tudo Delegar. Fazer muitas coisas ao mesmo tempo Fazer uma coisa após a outra. Fixar prioridades. Colaboradores e colegas que não respeitam prazos Fixar prazos e escrevê-los na agenda. Introduzir o princípio do compromisso voluntário. Cumprir prazos e encorajar constantemente os outros a fazê-lo. Frequentes interrupções telefónicas Analisar as mensagens recebidas. Fixar períodos de não interrupção. Desviar chamadas por ocasião de reuniões. Adiar as coisas desagradáveis Liquidar antes de mais as tarefas desagradáveis ou pelomenos realizá-las parcialmente. Trabalhar sem plano de ação, sem fixar prioridades Fixar objetivos para cada dia. Fazer as coisas importantes antes das coisas urgentes. Interrupções frequentes provocadas por visitas internas Concentrar os contactos com os subordinados/colegas. Uma entrevista bem preparada vale mais do que numerosas conversas espontâneas. Fadiga e falta de autodisciplina Harmonizar o tempo de trabalho com o tempo de lazer.Adquirir bons hábitos de trabalho. Contactos/reuniões não preparadas sem objetivos Fixar os objetivos do contacto. Preparar documentação. Adiamento de tarefas O que me faz adiar o trabalho? Tarefas complicadas; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 17 Preferir conviver a trabalhar; Falta de concentração e de autodisciplina; Existência de conflitos; Não estar familiarizado com a tarefa; Desejo de manter a zona de conforto (só fazer aquilo que se sabe fazer bem); Receio de cometer erros. Como ultrapasso o adiamento? 1. Pensando que as tarefas são importantes; 2. Começando pelas tarefas desagradáveis; 3. Dividindo as tarefas em ações mais pequenas, atribuindo-lhe prioridades; 4. Construindo uma lista de verificação das tarefas (já executadas e que faltam executar). 1.2. Planeamento na gestão do tempo O melhor método de atividade? Fazer o plano do seu trabalho e, depois, fazer o trabalho do seu plano. Baden-Powell O planeamento é o pensamento que antecede a ação. Planear é estabelecer metas e fixar objetivos, determinar as atividades a realizar; a sua sequência de execução e prazos de cumprimento. Questões a colocar: 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 18 Finalidades da planificação: Projetar o futuro; Definir objetivos realizáveis e claros; Estabelecer uma organização da ação por forma a alcançar os objetivos definidos; Controlar a ação desenvolvida, interpretando os desvios ao estabelecido; Disciplinar a forma de pensar e agir; Rentabilizar recursos humanos; Possibilidade de eliminar práticas de trabalho rotineiras, erróneas ou desatualizadas. Obstáculos ao processo de planeamento Dificuldade em pensar em termos de futuro Dificuldade em aceitar a necessidade de mudar Dificuldade em trabalhar em grupo Falta de preparação em termos de competências sociais e relacionais Poucos conhecimentos técnicos no que se refere ao planeamento Falta de tempo Ausência de disciplina Ausência de motivação Comunicação deficiente Falta de hábito relativamente à sistematização dos processos de trabalho Existência de rotinas ultrapassadas. Prever, planificar e hierarquizar são os grandes pilares de uma organização de tempo mais eficaz. Ter objetivos previstos para o nosso dia-a-dia permite-nos concentrar naquilo que realmente devemos fazer, evitando distrações e esquecimentos. Planear exige tempo, pelo que muitas vezes é ignorado, mas “1 minuto de planificação pode significar menos 10 minutos na execução”. Deste modo, pode ser bastante recompensador. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 19 1.2.1. Determinar metas e objetivos Alice perguntou: Gato Cheshire... pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar? Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato. Eu não sei para onde ir! – disse Alice. Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. (Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll) Numa boa organização há sempre um plano de ação escrito e acessível a todos. Assim, as pessoas que fazem parte da organização sabem e sentem-se envolvidos nos planos existentes, e têm conhecimento do seu papel no atingir dos objetivos. Cada vez mais nos é exigido que pensemos em termos de objetivos e que orientemos as nossas condutas para a obtenção de resultados, dentro de prazos previamente estabelecidos. Este exercício que nos é requerido constitui um desafio constante, obrigando- nos permanentemente a: orientar o raciocínio e a ação para o futuro; definir exatamente para onde queremos ir; estabelecer prioridades. Como definir um objetivo/ meta de forma adequada? Existem cinco critérios (REMAR) para a fixação de objetivos e metas adequados: Exemplo correto Exemplo incorreto (relevantes) Aumentar o nível de produtividade em “x”%, a partir do próximo mês Promover formação profissional (numa área desajustada às necessidades) (específicos) Reduzir o tempo médio de realização da tarefa “x” em 5 minutos Melhorar a qualidade de vida (mensuráveis) Diminuir o nº de reclamações em 15% a partir do próximo mês Melhorar, tanto quanto possível, as técnicas de trabalho (alcançáveis) Obter a certificação de qualidade, de acordo com as Normas ISO9000, no prazo de 1 ano Formar o pessoal de vendas em técnicas avançadas de marketing, no prazo de 2 dias (registáveis) “Controlar a pontualidade dos trabalhadores” Exemplo: Entrada ao serviço 9.00h Melhorar o clima social da empresa (registaro quê, onde e como?) https://www.pensador.com/autor/lewis_carroll/ 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 20 Para além destas regras, um objetivo/meta deve permitir dar resposta às seguintes questões: Para onde quero ir? O que quero realizar? O que devo evitar? Qual é o resultado final que quero alcançar? Em que prazo pretendo atingi-lo? Que condições tenho que respeitar? De que apoios necessito? A definição de objetivos permite: Aumentar a autoconfiança; Ajudar a produzir mais e melhora o desempenho; Ajudar a decidir como usar o tempo; Eliminar e clarificar expectativas; Aumentar a motivação; Ajudar a diminuir o stress e a ansiedade. Em suma quem planeia concretiza mais. Quem não planeia pode ter sucesso ocasional a curto prazo, mas longo prazo irá eventualmente sentir-se num caos à medida que as condições de trabalho e a competição o forem cercando cada vez mais. 1.2.2. Elaboração de planos detalhados, diários e semanais Se preparar um registo de tempo, este dar-lhe-á informações, que lhe mostrarão como é que o tempo desaparece. Este registo de tempo: poderá ser diário ou semanal; dá informações sobre a altura em que teve interrupções; dá informação sobre a espécie de interrupções; revela quais as horas do dia em que tem mais sossego para executar tarefas relacionadas com o trabalho. A agenda seja ela tradicional (papel) ou eletrónica (telemóvel, app, computador, tablet...) é um valioso instrumento de planificação e esquematização do trabalho, daí que não se devam regatear esforços a geri-la da melhor maneira. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 21 Na realização do seu plano de trabalho, há que ter em consideração: - Em primeiro lugar, deve definir-se os objetivos e posteriormente elaborar tarefas que levam aos objetivos. - De seguida, é imprescindível estabelecer as prioridades para todas as atividades. Estabelecer a prioridade centrando-se na tarefa. - Um trabalho complexo deve ser dividido. Posteriormente deve estimar-se quanto tempo pode ou deve disponibilizar-se para cada parte, permitindo uma sequência proveitosa para cada conjunto de atividades. - Reservar um espaço para os imprevistos, porque de certeza que eles irão ocorrer; - Respeitar ao máximo o seu ritmo de trabalho. Cada pessoa tem o seu próprio relógio interno que ajuda a definir o seu ritmo de trabalho. Para trabalhar com eficácia, é essencial conhecer bem o próprio ritmo e aprender a fazer uso dele. A investigação indica que a maioria das pessoas atinge o seu ponto alto de atenção e assimilação por volta do meio-dia. O fim de tarde parece igualmente eficaz. No entanto convém sublinhar que cada pessoa tem os seus ritmos biológicos e intelectuais próprios. Muitos fatores entram em jogo: o temperamento, os hábitos individuais e as condições exteriores. O nível de energia e de performance flutuam ao longo do dia inteiro, pelo que convém descobrir quando se funciona otimamente e quando se funciona menos bem. Assim, compete ao indivíduo observar-se e descobrir as suas horas mais rentáveis, as horas em que por norma se sente com mais energia e capacidade de assimilação. Estas devem ser aproveitadas para realizar as tarefas mais complexas. As tarefas mais fáceis ou que exijam menores níveis de concentração (tarefas rotineiras, por exemplo) podem ser deixadas para ocasiões de menor frescura. O padrão de energia pode ser também influenciado pela alimentação. Logo a seguir a uma refeição, a capacidade de concentração diminui, pelo que é aconselhável ingerir refeições ligeiras antes de grandes esforços intelectuais. Isto porque, de acordo com os estudos, a seguir ao almoço, o nosso nível de energia está mais baixo devido a fatores fisiológicos relacionados com o fenómeno da digestão. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 22 Plano/ agenda semanal Um plano semanal deve descrever aquilo que pretende concretizar até ao final dessa mesma semana e as ações necessárias para conseguir fazê-lo. Os planos semanais podem ser elaborados na sexta-feira para a semana que se segue; ou então durante o fim-de-semana ou segunda-feira logo de manhã. Os planos semanais podem ser simples ou complexos. O exemplo abaixo pode servir de ponto de partida para os planos semanais. Depois de finalizado deverá ser mantido à mão para consultá-lo com frequência. O plano semanal é por vezes mais eficaz para as pessoas do que o plano diário, porque permite uma visão mais abrangente das tarefas e da altura certa para as executar. Plano/ agenda diário Após a elaboração do plano semanal, pode-se passar ao plano diário. Em cada dia estabelecem-se os objetivos e vão-se acrescentando outras tarefas que irão aparecer e que aparentemente têm de ser feitas. A melhor hora para planear o dia seguinte é ao fim do dia, o mesmo se passará com o plano semanal ao fim de cada semana. Sendo possível avaliar o que se fez ou o que ficou por fazer. De manhã não há necessidade dessa preocupação, a memória está 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 23 fresca porque não houve a preocupação durante a noite com as coisas que haveria de ter feito. As folhas de planeamento diário devem especificar as atividades a desenvolver, que prioridades, o tempo que demoram e o horário para cada tarefa. Regras a observar na elaboração de um plano: Considerar o dia, a semana, o mês e o ano como conjuntos. Fazer figurar, no plano, tempos fortes e tempos de respirar, de modo a reduzir ao máximo os momentos de pressão. Prever os compromissos e obrigações fixas de curto, médio e longo prazo. Utilizar grelhas / fichas de planeamento que permitam uma fácil leitura. Se lhe der jeito, use símbolos e cores. Exemplo: Ao fazer o plano diário deve: Agrupar as atividades relacionadas. Reservar tempo para pensar (seja flexível – não é possível ocupar o tempo todo). Deverá planear apenas cerca de 60% do seu tempo de trabalho, deixando os restantes 40% para os imprevistos. Tornar rentável o espaço entre acontecimentos. Centrar-se nos objetivos e resultados a atingir. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 24 Planear os assuntos mais importantes nos períodos do dia em que a sua energia e concentração estão mais elevadas (reserve a parte da tarde para as tarefas de rotina, período do dia em que um grande número de pessoas já revela uma menor frescura) Utilizar os últimos minutos no seu local de trabalho para planear o dia seguinte, na medida em que tal lhe permitirá rever o dia que acaba. De seguida apresentam-se algumas reflexões sobre atitudes que poderá colocar em prática para melhorar a gestão da agenda: Conserve a agenda 24 horas por dia (por esta razão é muito importante o seu tamanho, pois devem caber todas as anotações); Faça as anotações a lápis de modo a que as alterações não afetem a sua apresentação (no caso de ser agenda ou plano em papel) Tenha um controlo total da agenda, pois não é conveniente que a mesma esteja à disposição de muitas pessoas; Anote as ideias que surjam de forma imprevista e que não podem ser trabalhadas e pensadas nesse momento; Anote as alterações, os cancelamentos ou os adiamentos; Coloque um visto nas tarefas concluídas. Uma lista de prioridades diárias é a melhor maneira de focar a atenção nos seus objetivos mais importantes. Trabalhe a partir do topo da sua lista. Caso surjam imprevistos avalie o grau de prioridade e trate deles em conformidade. Não os utilize como desculpa para o distrair. No final de cada dia reveja o que foi concluído e remeta para a frente os itens que têm de ser concluídos. Depois redefina-os em termos de prioridade com os itens do dia seguinte. O formato da sua lista não é importante. Pode fazê-la em qualquer lado: numa agenda, numa folha de papel em branco ou num formulário de sua autoria. Encontrará disponível em papelarias ou na internet uma grande variedadede plannings. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 25 1.2.3. Utilização de Check-lists Uma lista de verificação (checklist) é uma lista de itens que devem ser verificados. Algumas vezes, os itens são colocados como perguntas para serem respondidas. A vantagem duma checklist é que ela foca a atenção do revisor nos potenciais problemas que poderão surgir na realização das tarefas. Qualquer falha encontrada deve ser analisada para verificar se o item da lista garante o foco neste problema. Os itens da checklist que não são eficientes em encontrar erros durante a inspeção devem ser removidos, pois uma grande quantidade de itens na checklist irá prejudicar a eficiência da inspeção. Em suma, a checklist serve para... documentar rotina; possibilitar a verificação dos itens. Simples, porém muito eficaz! Utilize a sua lista de “coisas a fazer” para esquematizar a sua rotina diária. Nela deverão constar reuniões e compromissos além do tempo necessário para realizar itens com prioridade na sua lista. 1.2.4. Definição e gestão de prioridades Devemos fazer uma listagem das tarefas a realizar contudo é importante separá-las em função da lógica urgência /importância. Trata-se de uma técnica de gestão do tempo essencial para impedir que as coisas urgentes e importantes sejam deixadas para último, ou que fiquem por fazer por falta de tempo. Coisas a fazer hoje Tratar dos preparativos para a viagem Reunião de revisão orçamental às 10 horas Reservar sala para a conferência de 4.ª feira Telefonar ao agente de seguros Marcar consulta no dentista 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 26 Tarefas importantes – são estratégicas e são as que contribuem direta ou indiretamente para o alcance dos objetivos a que nos propomos, ajudam a desenvolver o negócio e a conseguir obter rentabilidade e lucro. Usualmente, dada a sua importância, requerem níveis de concentração e criatividade mais elevados, pelo que implicam uma maior duração na sua realização. Devem ser executadas sem interrupções, em períodos de otimização intelectual. Tarefas urgentes – são operacionais e ajudam a manter o funcionamento normal do dia-a-dia. Devem ser realizadas num período relativamente imediato e implicam uma duração mais curta na sua realização. Podem ser executadas rapidamente e num ambiente usual, com interrupções ou em períodos de menor rentabilização intelectual, dependendo obviamente da tarefa. Faça agora e bem feito Faça logo Não perca muito tempo com isso Delegue Exige bastante tempo Merece esforço Não deixar de lado, senão passa à condição de urgente Delegar eventualmente Faça depois ou tente negociar para eliminar essa tarefa. As tarefas podem (e devem) ser repartidas por 4 categorias: Importante e urgente; Importante, não urgente; Urgente, não importante; Desperdício de tempo (não urgente e não importante) Tarefa Importante e urgente – Prioridade 1 São tarefas que têm que ser feitas de imediato. Exemplos: crises e imprevistos; projetos com prazos determinados; atividades a serem executadas sob pressão externa; situações de conflito ou atrito com familiares ou amigos; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 27 problemas familiares. Tarefa Importante e não urgente – Prioridade 2 São tarefas que terão influência significativa na conclusão dos projetos. Irão tornar-se de Prioridade 1 a curto prazo. Exemplos: atividades de efeito a curto prazo; trabalho levado para casa que pode ser feito no dia seguinte; resposta imediata a todas as solicitações vindas de terceiros. Tarefa Urgente, não importante – Prioridade 3 São tarefas que não são importantes, mas que exigem intervenção imediata. Exemplos: prevenção de um problema; planeamento; prospeção de oportunidades; fortalecimento de relacionamentos pessoais e profissionais; procura de novas metodologias de trabalho; reflexão e auto-avaliação. Tarefa não urgente e não importante: Desperdício de tempo – Prioridade 4 São tarefas que usamos para nos convencermos a nós próprios que estamos muito ocupados. Não devem fazer parte do nosso plano de ação. Exemplos: manter-se ativo para parecer que trabalha muito; reuniões e discussões infindáveis e sem motivo; hiperatividade social no trabalho; arquivo morto. As tarefas, já com as prioridades atribuídas, podem ser englobadas numa útil lista de coisas a fazer. As tarefas mais complicadas deverão ser feitas no período em que estamos mais ativos e mais atentos. Devemos conceder intervalos (de 10 minutos) a nós próprios, quando estamos a executar as tarefas mais complicadas, de modo a sentirmo-nos com mais energia quando as retomarmos: 45 minutos é o tempo aceite para manter níveis de concentração elevados. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 28 1.3. Técnicas de Gestão de Tempo 1.3.1. Organização do dia de trabalho Antes da organização diária é essencial a organização do nosso espaço de trabalho. É fundamental que ele se encontre limpo, organizado e livre de tudo aquilo que não é necessário para as nossas tarefas diárias. Observe a sua secretária: 1. Está coberta de papel? 2. O tabuleiro dos pendentes está sempre a deitar fora? 3. Tem muitas pessoas à espera que lhes telefone? 4. Nunca consegue cumprir prazos? 5. Leva trabalho para casa? 6. Tem que fazer horas extras, porque não acabou o trabalho? 7. O computador está cheio de post-its? 8. Sente-se cheio de stress? Mesmo que apenas duas destas descrições se apliquem a si, precisa de repensar a forma como gere o seu tempo no local de trabalho... Como vamos então arranjar tempo para nos organizarmos? pode ser necessário fazer umas horas extras; pode ser necessário ficar a trabalhar até tarde; pode ser necessário trabalhar durante o fim-de-semana. O que pode causar perder tempo com a família ou com os amigos. Orientações para ajudar a trabalhar de forma mais eficiente: analise a sua eficácia; anote os maus hábitos dos membros da sua equipa, colegas e chefias que prejudiquem a sua eficácia; considere os objetivos prioritários no trabalho (máximo: 3); considere as suas áreas de responsabilidade (quais são as minhas funções na organização?). 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 29 Importante ainda: • Definir e clarificar os objetivos; escrevê-los e estabelecer prioridades; • Centrar-se nos objetivos e não nas atividades; • Estabelecer, pelo menos, um objetivo por dia e atingi-lo; • Registar regularmente o tempo; • Eliminar, pelo menos, um “desperdiçador de tempo” por semana • Planificar o tempo; elaborar planos de curto, médio e longo prazo. • Escrever uma lista do que fazer todos os dias, incluindo objetivos, prioridades e tempos estimados; • Preconizar limites de tempo por tarefa; • Eliminar as “crises repetitivas”; agir em vez de reagir; • Acabar o que se começou; não deixar tarefas inacabadas. Ao organizar o seu dia de trabalho será prudente também evitar, tanto quanto possível, marcar compromissos: Para o princípio da manhã (deve dar-se, ao menos, uma margem de segurança de 30 minutos após o início do expediente) ou fim da tarde, para permitir uma gestão mais eficaz das tarefas planificadas e para fazer face a imprevistos, deixando também intervalos de pelo menos 15 minutos entre cada um; Logo a seguir a uma ausência (viagem profissional, férias, doença, etc.), para permitir que assuntos sejam primeiramente postos em dia. 1.3.2. Agrupamento de tarefas A divisão em categorias e a junção do trabalho podem ser chamados de "agrupamento". Se processar as informações e as tarefas semelhantes em lotes, reduzirá dessa forma, o desperdício. Podendo executar cada tarefa de forma mais eficiente. Muitos elementos do trabalho podem ser reduzidos a simples rotinas que lhe permitirão concluir tarefas semelhantes no mínimo tempo possível. Levando a vantagensóbvias na gestão do tempo. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 30 O agrupamento de tarefas permite, assim, que se prepare e organize de uma só vez, ao invés de ter de fazê-lo várias vezes se o trabalho for feito aleatoriamente. Proceda ao agrupamento de tarefas de acordo com o tipo ou similaridade. Estabeleça horários para atendimento ao público e/ou estagiários/funcionários/colegas de trabalho; preencha todos os relatórios de uma vez; estabeleça intervalos durante o dia para ler e responder a e-mails, pois se fizer isto durante todo o dia irá desperdiçar muito tempo, enfim, agrupe a tarefas. Mais uma vez é fundamental preparar o dia antes de o começar, fazer uma lista das tarefas e enumerar o que se quer ter feito até ao final do dia, mas de modo flexível. Convém que a lista seja realista e exequível, caso contrário ocasionará frustração, pois chegamos ao final do dia e constatamos que não fizemos tudo aquilo a que nos propusemos. Podemos igualmente dividir a lista de tarefas em três secções: Tarefas que têm que ser realizadas; Tarefas que devem ser realizadas; Tarefas que seria bom realizar. Exemplo de planeamento de tarefas Tarefas que têm que ser realizadas (Tarefas tipo A) Prioridade Exemplo de tarefa Passos Tempo 1 Trabalhar no relatório X para apresentar na reunião com a administração. 1. Pesquisa; 2. Seleção da informação; 3. Estrutura e índice; 4. Gráficos e tabelas; 5. Textos com conteúdos; 6. Conclusões; 7. Cronograma. 3 horas Tarefas que têm que ser realizadas (Tarefas tipo B) Prioridade Exemplo de tarefa Passos Tempo 2 Preparar uma reunião deequipa 1. Estrutura e assuntos 2. Preparar informações e distribuir; 3. Argumentos para cada 40 minutos 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 31 ponto; 4. Estratégias para pedir sugestões; 5. Estratégias de controlo de participação; 6. Encerramento. Tarefas que têm que ser realizadas (Tarefas tipo C) Prioridade Exemplo de tarefa Passos Tempo 3 Telefonemas 1. Devolver chamadas telefónicas a pessoas que não conseguiram falar comigo; 2. Fazer telefonemas urgentes; 3. Preparar telefonema para dar feedback ao cliente (atraso no projeto). 40 minutos 4 E-mails 1. Identificar e selecionar; 2. Abrir e responder a assuntos urgentes; 3. Reencaminhar assuntos para tratamento. 35 minutos In Gestão Emocional de Equipas (2008) 1.3.3. Controlo das interrupções e dos telefonemas Segundo vários estudos, as perdas de tempo no trabalho são originadas sobretudo por: Chamadas telefónicas desnecessariamente longas, repetitivas ou imprevistas; Interrupções constantes de colegas, clientes, fornecedores, etc.; Falta de pessoal; Má perceção das instruções recebidas; Perfeccionismo em excesso; Dificuldade na gestão de assuntos pessoais; Lacunas de formação ou incapacidades; Dificuldades e comunicação; Indefinição de objetivos; Objetivos demasiado ambiciosos; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 32 Local de trabalho confuso/ desorganizado; Equipamento insuficiente, subdimensionado ou defeituoso; Resistência humana à mudança; Dificuldade em dizer não; Insegurança; Fadiga/ doença. Dado que muitas das perdas de tempo resultam de fatores controláveis parcialmente, indicam-se algumas formas de o fazer, melhorando cada uma das atividades desenvolvidas: Chamadas telefónicas o Preparar a chamada com os pontos a abordar o Cingir-se aos pontos essenciais o Pedir para ligar mais tarde se estiver ocupado de momento o Abordar a questão por e-mail sempre que possível o Escolher a altura do dia mais propícia para efetuar chamadas (aquela em que houver menos interrupções, que exija menos concentração ou em que não haja coincidência de prazos) Ex.: O telefone toca. - É do escritório do Dr. Morais. - Posso falar com ele, por favor? - Lamento, mas o doutor não está. - Sabe a que horas poderei encontrá-lo? - Não, desculpe, mas não sei. Quer deixar mensagem? - Ah, não. Obrigado. Voltarei a ligar mais tarde. Este exemplo demonstra que a informação que se pretendia receber não foi conseguida. Um inquérito recentemente elaborado conduziu ao resultado deprimente de que 60% das chamadas telefónicas não produziam a informação pretendida à primeira 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 33 tentativa. Provou também que apenas menos de 10% das pessoas que ficavam de ligar ligavam de facto. Com formação adequada o/a técnico/a poderá aprender a lidar com uma chamada deste tipo de forma muito diferente. - Cumprimento (por exemplo: bom dia). - Daqui fala o Pedro, da firma Ferreira & Ferreira Lda. O Sr. Morais está? - Estou a contar que ele volte entre as 3 e as 3 e meia. - É algum assunto de que eu possa tratar, Sr.Pedro? - Sim, creio que sim. Poderia... Quando adiantamos o nosso nome desta forma, incentivamos as pessoas que estão do outro lado do fio a apresentar-se também. Escapamos, assim, à desnecessária pergunta “Quem Fala?”, em especial naqueles casos em que o nosso interlocutor acha que temos a obrigação de lhe reconhecer a voz. Sabendo com quem estamos a falar, podemos decidir o que lhe vamos transmitir. Podemos dar-lhe, “notícias más” duma forma positiva. Indicámos-lhe um período durante o qual o Dr. Morais estará livre para receber e fazer chamadas. É um fator positivo dar liberdade às pessoas para trabalharem com independência (e não à sombra de outra pessoa): poupa tempo e satisfaz o desejo de autonomia das pessoas. Como preparar a lista de chamadas a fazer? 1. Decida quem vai contactar e pense numa alternativa para o caso de essa pessoa estar. 2. Anote o número, indicativo, extensão/departamento e mantenha essa anotação junto de si. 3. Tome umas quantas notas rápidas sobre o que vai dizer ou pedir. 4. Organize todos os papéis a que necessitar de recorrer. 5. Faça a chamada. Nunca deixe o telefone tocar mais de cinco vezes. 6. Quando atenderem o telefone: a. Diga quem fala; b. Explique em linhas gerais o que o levou a telefonar; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 34 c. Envie a mensagem ou a pergunta e verifique se a outra pessoa percebeu bem. 7. Se não puder obter uma resposta imediata, não fique à espera. Ofereça-se para telefonar outra vez e combine a hora. 8. Volte a ligar à hora que marcou. Como ganhar tempo nas chamadas recebidas: reduzindo as conversas sociais; dando respostas breves e diretas; ouvindo ativamente; pensando na possibilidade de instalar um atendedor ou voice-mail; pensando na hipótese de recusar chamadas numa parte do dia; fazendo um resumo do conteúdo da conversa; tendo por perto caneta e papel para anotações; agradecendo à pessoa por ter ligado; se disser que liga de volta, não deixe de o fazer. Princípios gerais da utilização do telefone no escritório os telefones devem ser atendidos tão rápido quanto possível, de preferência nunca depois dos três toques; quem atende, deve ter os conhecimentos necessários; quem atende deve ser capaz de encaminhar chamadas para o departamento adequado; as mensagens devem ser corretamente entregues ao destinatário; suspenda a chamada se tiver necessidade de falar com outra pessoa; se não sabe responder a uma questão, não responda! Assegure ao interlocutor que liga assim que tiver uma resposta. Interrupções A interrupção de um trabalho leva a que se perca eficácia e levará mais tempo do que se fosse executado de modo contínuo. Após cada interrupção é necessário 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 35 retomar o encadeamento dos pensamentos anteriores e a fazer um grande esforço de reflexão. Em duas horas de atividade ininterrupta de trabalho pode-se avançar rapidamente enquanto, com interrupções frequentes, para efetuar o mesmo trabalho serão necessárias três ou mais horas. Daí ser importante: o Arranjar “truques” para quando o interrompem no seu trabalho: Continuara olhar para o monitor Fazer perguntas fechadas Responder com monossílabos Não parar ao ser-se interpelado no caminho, etc. o Dizer que a altura não é oportuna de forma assertiva o Refugiar-se num local que não favoreça as interrupções o Desviar a extensão para um colega ou para a caixa de mensagens 1.3.4. Utilização da agenda como recurso estratégico Seja agenda tradicional (papel) ou eletrónica, a agenda deve ser utilizada como recurso estratégico: anotar acontecimentos importantes num futuro próximo para evitar esquecimentos; usar a função alarme do computador no caso das agendas eletrónicas/ digitais. As agendas eletrónicas atualmente estão disponíveis em diversos formatos e permitem: Uma forma interativa de gestão do tempo; Uma maior rapidez de consulta, uma maior interligação e exploração de assuntos afins; Uma apresentação diária, semanal ou mensal; Uma possibilidade de transportar a informação para outra pessoa, outra máquina ou outro documento; Proceder à alteração de dados rapidamente; Interligar diversas agendas (chefe e restante equipa); 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 36 Visualizar fichas para contactos, assuntos, hierarquização de tarefas, etc.; Uma cuidada apresentação do produto final. 1.3.5. Otimização das novas tecnologias A tecnologia rodeia-nos atualmente e é inegável as transformações que impôs às nossas vidas e ao funcionamento das empresas. Com as inovações tecnológicas que surgem diariamente, o fluxo de trabalho nas empresas mudou e com ele estabeleceu- se uma nova forma de relacionamento entre as pessoas e as empresas. Por isso é crucial saber tirar o melhor partido do que a tecnologia nos tem para oferecer, melhorando a nossa produtividade, satisfação e bem-estar no local de trabalho, E-mails Os e-mails são uma forma muito eficaz para a gestão do nosso tempo mas é necessário criar determinadas regras quanto à sua utilização. Caso contrário, tornam- se um enorme desperdiçador de tempo. Então podemos atender a: Definir remetente por cores - se tivermos os remetentes definidos por cores, saberemos quem são os interlocutores prioritários e os que devemos abrir em primeiro lugar; Utilizar a funcionalidade de filtrar o spam (lixo eletrónico) – filtrar os endereços que não queremos receber para uma pasta específica; Estabelecer determinados períodos para consulta e resposta a e-mails – definir períodos de tempo para consulta dos e-mails (exemplo: uma vez de manhã, outra ao final da tarde, três vezes por dia, de duas em duas horas, de meia em meia hora, etc.), dependendo obviamente do quão dependente está o nosso trabalho da revisão dos e-mails. Internet A Internet é um excelente meio ao alcance para pesquisa, recolha de informação e forma de comunicação. Contudo, caso seja utilizada de forma desregrada, “navegar na Internet” pode tornar-se um vício e, consequentemente, um 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 37 desperdiçador de tempo. A sua utilização deve estar associada a objetivos e finalidades perfeitamente definidas. Deve tentar não desviar-se do objetivo a que se propõe, como por exemplo, entrar em sítios que, apesar de lhe suscitarem curiosidade, vão descentrá-lo do seu propósito. Aconselham-se as seguintes medidas: Definir o objetivo da pesquisa ou consulta – temas, palavras, fontes, sítios, etc.; Lista de favoritos organizada – devem adicionar-se os sítios mais importantes ou de utilização frequente à lista de favoritos, de modo a que estejam sempre acessíveis quando necessário de forma mais fácil e rápida. Microsoft Messenger/ WhatsApp O Messenger ou o WhatsApp ou qualquer outra aplicação digital de comunicação pode beneficiar bastante a comunicação numa empresa se for utilizado para fins profissionais e que garantam a eficiência no dia-a-dia de trabalho. Todavia, quando utilizado abusivamente, indiscriminadamente e com fins exclusivamente pessoais, constitui um ladrão de tempo. Deve ser utilizado apenas para: Esclarecimento de dúvidas de trabalho – utilizado como um meio de comunicação interna na empresa; Assuntos do foro profissional – não deve ser utilizado para conversas triviais e fora do âmbito do trabalho. Desta forma se utilizamos estas plataformas no nosso local de trabalho devemos ter uma grande capacidade para não ceder à tentação de ir verificar as mensagens pessoais enquanto estamos a utilizá-lo para fins profissionais, especialmente se o acedemos através do telemóvel pessoal. 2. Organização do Trabalho A organização do trabalho é, nos dias de hoje, um dos parâmetros de medição de eficiência e eficácia dos trabalhadores das empresas. É importante ter consciência, portanto, das nossas ações diárias no que à organização do trabalho diz respeito para atingirmos níveis mais elevados de produtividade, bem-estar e satisfação global no local de trabalho. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 38 2.1. Trabalho em equipa Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.” Henry Ford A equipa é um conjunto de pessoas que contribuem para alcançar um objetivo comum, agindo de forma coordenada. Este sistema necessita de uma gestão inteligente, e de uma constante monitorização por parte de todos os seus elementos. Os erros cometidos terão de ser assinalados, as formas de atuação remodeladas, e o sistema reestruturado, para que a equipa trabalhe sempre de forma eficaz e harmoniosa. Para que uma equipa funcione é necessário um ingrediente fundamental e muitas vezes, escasso: tempo. Tempo para que se ajustem as diferenças individuais, se fomente uma visão partilhada e uma organização interna: papéis, objetivos, perceções individuais, relações interpessoais, graus de autonomia, etc.. Fatores que determinam as equipas funcionais e disfuncionais: Retirado de https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf Existem vantagens e desvantagens relacionadas com o trabalho em equipa de acordo com a imagem abaixo indicada: https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 39 Retirado de https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf Para retirar o melhor proveito do trabalho em equipa é essencial uma excelente organização do trabalho, a definição clara de papéis, funções e responsabilidades, limites e regras claramente definidos, uma comunicação clara, direta e assertiva entre os membros, o fortalecimento do espírito de grupo e sem sombra de dúvida um bom líder, capaz de aproveitar e potenciar o melhor de todos e de cada um em prol da equipa e da empresa, respeitando as individualidades. 2.1.1. Organização e condução de reuniões As reuniões fazem parte do dia-a-dia na gestão de uma empresa mas devem, na medida do possível, seguir as seguintes regras: Agendamento por antecipação – é importante que cada participante que seja informado com uma antecipação razoável que garanta integração da reunião com as restantes atividades do seu dia-a-dia. E tendo em consideração os seus compromissos e tarefas (urgentes e importantes) https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 40 Planeamento – o plano da reunião cabe ao gestor e implica uma planificação que contemple os assuntos a tratar, a estrutura e sequência, e os tempos de discussão para cada assunto; Difusão dos temas e pontos a discutir – a difusão por antecipação dos assuntos a discutir permite que os participantes possam estar melhor preparados, através do avanço com ideias, propostas, argumentos, etc.. Se todos souberem o que vai ser tratado vão mobilizar-se e envolver-se mais e, também, estar mais orientados para os objetivos; Orientação para objetivos – asreuniões não devem desviar-se do assunto que contribui para o alcance dos objetivos a que se propõe, para tal é importante gerir elementos monopolizadores, atitudes de críticas destrutivas e outros elementos que inviabilizem a obtenção dos objetivos; Ações futuras e compromissos dos participantes – deve terminar com um balanço sobre o que foi discutido e decidido, com ênfase no avanço dos trabalhos e com a atribuição de tarefas pelos diversos participantes; Cumprimento do tempo estabelecido – deve ser planeada com tempos de discussão para cada ponto e não se desviar em demasia do tempo previsto para a mesma; Contar com a presença de elementos válidos – é escusada a presença de elementos que não têm um papel significativo (quer pelo cargo, quer pela competência que desempenham no projeto); Esclarecimento de dúvidas de trabalho – utilizado como um meio de comunicação interna na empresa; Assuntos do foro profissional – não devem ser utilizados para conversas triviais e fora do âmbito do trabalho. Antes de se marcar uma reunião deve refletir-se acerca da sua finalidade: Qual a necessidade da reunião? O que pretende alcançar? Qual o tempo necessário/disponível? 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 41 Agenda da reunião Lista de assuntos que vão ser debatidos; Deve ser curta, clara e simples; Deve conter data, hora, local e objetivos da mesma; Deve indicar os participantes e as suas funções; Deve indicar o tempo dedicado a cada ponto da reunião; Deve ser sempre distribuído o agendamento antes da reunião. Aspetos práticos a ter em conta antes da reunião: Local (onde?); Material necessário (o que preciso?); Horário (quando?); Função dos participantes (Quem faz o quê?); Ordem de trabalhos. Durante as reuniões A Principal técnica de que a pessoa que está a dirigir a reunião se deve servir é ser hábil a colocar as questões que vão provocar discussão, não se afastar do assunto que está a ser tratado, ir resumindo o que é dito, rejeitar habitualmente o que for irrelevante e convocar pessoas calmas. Para que a reunião seja produtiva, os participantes deverão: 1. Estar por dentro do assunto a tratar; Saber qual o objetivo da reunião; Estar interessados; Mostrar-se conscienciosos (em particular no que se refere à preparação antecipada para a reunião). 2. Chegar à hora marcada e ir munidos dos documentos necessários. 3. Estar preparados para defender com firmeza os seus pontos de vista: Não se afastar do assunto; Estar disposto a escutar as outras opiniões; Deixar-se influenciar dentro de limites razoáveis. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 42 4. Ser disciplinado e paciente: Preparar-se para contribuir, dando as suas melhores ideias e relatando a sua experiência, duma forma sucinta e no momento oportuno. 5. Ser sincero ao aceitar a decisão tomada, submetendo-se ao controlo do presidente e, ainda, desempenhando a tarefa que lhes for atribuída dentro do prazo previsto. 6. Poderão também revelar a sua capacidade para: Produzir novas ideias. Ajudar a esclarecer e a desenvolver as ideias das outras pessoas. Escutar. Ajudar a manter a discussão dentro do objetivo previsto. Pedir esclarecimentos e síntese. Não deverá permitir que se expressem batalhas interdepartamentais ou políticas de gabinete, como forma de injetar “ordens de trabalhos” sub-reptícias na reunião. Não esquecer ainda que durante a reunião o líder deve: Ter disponibilidade para ouvir coisas novas Anotar toda a informação útil Esclarecer todas as dúvidas na reunião Contribuir para a discussão de ideias Distribuição de tarefas 2.1.2. Produção de resultados através das reuniões Uma vez terminada a reunião, o líder da equipa ou a pessoa responsabilizada por ele, deve: Rever as notas tiradas na reunião Executar todas as tarefas atribuídas Fazer uma planificação do que ainda falta fazer Redistribuir as tarefas pendentes pelos colaboradores competentes por forma a produzir-se o resultado esperado; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 43 Monitorizar o trabalho de cada elemento da equipa. 2.1.3. Delegação de tarefas à equipa de apoio comercial A delegação consiste em encarregar outra pessoa de uma tarefa pela qual quem delega fica como último responsável. Os princípios fundamentais da delegação são a autonomia e o controlo. Saber quando e como delegar é uma pedra basilar na gestão eficaz do tempo no local de trabalho. Muitas pessoas não entendem a diferença entre delegar uma tarefa e declinar a sua responsabilidade nela. Muitos têm receio de delegar, caindo na armadilha de pensar que é mais rápido e mais fácil se forem eles a fazer tudo. Porque receamos delegar? desejo de perfeccionismo; falta de confiança nos colegas mais novos; crença de que detemos mais poder se mantivermos o máximo de tarefas possível; continuar com a responsabilidade. A delegação permite: tirar maior partido da sua equipa; ter mais tempo para as tarefas que de facto lhe competem; ter mais tempo para as suas prioridades. A delegação promove: o desenvolvimento das capacidades do seu pessoal; a motivação da sua equipa. O que é e o que não é delegável Numa primeira linha de tarefas delegáveis aparecem, sem dúvida, as vulgarmente designadas de “operacionais de nível inferior”. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 44 A título de exemplo: Atividades repetitivas; Operações de menor importância; Detalhes que ocupam mais tempo; Atividades para as quais, quem delega, se sinta menos preparado. Pelo contrário, não será uma boa ideia delegar áreas-chave, como, por exemplo, o planeamento estratégico, a gestão ocasional de crises, os assuntos confidenciais de recursos humanos, a gestão da carteira de clientes importantes. Tarefas não delegáveis: Liderança: Essencial para impulsionar e administrar um projeto. Sistema de recompensas: Estabelecimento de níveis gerais e individuais de remunerações financeiras e não financeiras significativas; Controlo: Trata-se da responsabilidade pela eficácia de desempenhos mais favoráveis. Pessoal: Demonstração de interesse pela carreira e pelo desempenho pessoal, procedendo a avaliações e tomando decisões confidenciais sobre promoções, revisões, contratações e demissões. Clientes-alvo: Atenção redobrada no relacionamento com estes destinatários. Estratégia: Estabelecimento de planos para o futuro e seleção de meios para a sua consecução. Comunicações: Assegurar a eficiente e regular transparência interna de informações. Resultados: Avaliar os resultados e a aplicação de medidas corretivas no caso de desvio das metas propostas. Plano prático de delegação As cinco fases que um qualquer processo de delegação deve respeitar: 1- Aceitação da responsabilidade por parte do colaborador que vai receber a delegação; 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 45 2- Transmissão à pessoa habilitada (ao colaborador em quem vai delegar) da tarefa delegada; 3- Comunicação perfeita – explicitação de todos os pormenores importantes para uma boa execução da tarefa; 4- Verificação da existência das condições necessárias à realização com sucesso da tarefa delegada; 5- Acompanhamento pela chefia (mais ou menos próximo, consoante o nível de desenvolvimento do colaborador). 2.2. Plano de ação pessoal O Plano de Ação é o planeamento de todas as ações necessárias e específicas que serão utilizadas para atingir um resultado final. Há um ganho significativo em ser flexível ao montar o seu plano de ação, há várias maneiras de se alcançar um objetivo ou meta. Se um conjunto de ações não der resultado, um outro poderá dar. A maioria de nós tem uma visão a curto prazo da vida. Quer fazer o seu trabalho, chegar a casa e ter tempo suficiente para se divertir. Mas se não tiver uma visão a longo prazo e nãosouber para onde quer que a sua vida vá, não pode planear como lá chegar. Imagine que está a atravessar uma colina, podemos perfeitamente ver os objetivos que se encontram no primeiro plano e rapidamente os alcançamos (objetivos a curto prazo). De seguida, existe um plano médio que está menos próximo (objetivos a médio prazo). O último plano encontra-se nas colinas mais altas e por isso mais distante (objetivos a longo prazo). Assim quando planeamos devemos sempre planear estes três níveis: Objetivos a longo prazo – implicam planeamento e pensar no futuro, e o planeamento da vida dessa forma depende dos valores. Independentemente da definição dos objetivos, das estratégias que utilizamos e do esforço que fazemos para a sua realização, existem sempre obstáculos, situações desconhecidas e inesperadas que por vezes inviabilizam ou enviesam a sua concretização. Por outro lado, mesmo que os 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 46 definamos, podem existir alterações que são do nosso desejo e, por isso, seguimos outros caminhos e delineamos outros objetivos. Depois de pensarmos no futuro, devemos pensar também no passado, pois isso poderá ajudar a evitar não esquecer de integrar alguns passos fundamentais. Um bom plano responderá sempre a questões: O quê? Quando? Quem? Onde? Como? Porquê? Objetivos a médio prazo – são definidos quanto ao seu início e fim. Podem ser realizados nos próximos meses ou nos próximos anos. Deve formular-se um plano operacional com um número de metas a atingir e deve possuir medidas para a concretização da tarefa. É importante que esse plano tenha em consideração a resposta às questões: O quê? Quando? Quem? Onde? Como? Porquê? Quais são as suas metas e objetivos para os próximos três meses? O que é importante que termine, que continue e que inicie? Daqui a um ano ou dois, o que deverá estar diferente? Objetivos a curto prazo – são tangíveis e imediatamente alcançáveis, salvo algum impedimento inesperado. Pode ser o que definimos para hoje, amanhã ou até para a semana. Precisa de uma ideia objetiva sobre a sua vida futura. Em vez de se ajustar à vida cedendo às exigências dos outros, reagindo a crises ou simplesmente executando tarefas por acomodação, pode controlá-la. Mas para o fazer precisa de saber o que realmente pretende. O que gostaria de fazer daqui a cinco, dez, vinte anos? O que gostaria de ter alcançado na idade da reforma? Como gostaria de passar o tempo a partir dai? Procurar tornar a vida o mais próxima dos sonhos. Definir as suas metas e objetivos na vida ajudá-lo-á a atingir os seus sonhos ou caminhar na direção deles. Ao definir as suas metas pode organizar a sua vida de acordo com elas. A reter… Decida o que realmente quer da vida. Não tenha receio de desejar as estrelas. Utilize a regra 80/20 para decidir o que é importante. Lembre-se que pode alcançar grandes feitos dando pequenos passos. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 47 Defina as suas metas e objetivos para cada área da sua vida. Estabeleça objetivos atingíveis, mensuráveis e positivos. Ordene as suas metas e objetivos por prioridades. Não desperdice tempo em atividades que não contribuem para as suas metas. Conclusão Para uma boa gestão do tempo e organização do trabalho, é importante: Definir objetivos Gerir prioridades; Evitar/gerir/ eliminar os desperdiçadores de tempo; Envolver a equipa; Avaliar tarefas; Aprender a arte da delegação; Dar importância à vida além do trabalho; Ter consciência da importância da prevenção do stress, para o bem-estar físico e psicológico. 0382 - Gestão do tempo e Organização do trabalho Joana Costa 48 Bibliografia AA VV (2002).Manual de formação: Gestão do tempo, AEP/ PRONACI Abreu, J. & Moreira, R. (2002). Gestão do Tempo. Porto: AEP. Almeida, F. (2010). Gestão do Tempo. Coimbra: Peritia. Alves, E. A. & Páscoa, T. (1999). Jogo em formação. Lisboa: Companhia Nacional de Serviços. Bird, P. (2008). Gestão do Tempo. Lisboa: Actual Editora. Borges, Maria João, Secretariado – Uma visão prática, Edições ETEP Conrad, P. J. (1992). Projecto de carreira e vida. Lisboa: Monitor. Fachada, M. O. (2003). Psicologia da Relações Interpessoais, Volume 1 e 2. Lisboa: Rumo. 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Webgrafia https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em- equipa.pdf https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf https://www.utad.pt/tutoria/wp-content/uploads/sites/40/2017/docs/trabalho-em-equipa.pdf 49 Anexos Esquema - Resumo 50 1.Gestão do tempo 1.1. Auto-avaliação na gestão do tempo 1.1.1. Tempo como recurso 1.1.2.Leis e princípios da gestão de tempo A – Lei dos ritmos biológicos B – Lei de Parkinson C – Lei das sequências homogéneas de trabalho D – Lei de Pareto (20/80) E – Lei da contraprodutividade Para além de um certo limite, a produtividade do t F – Lei da alternância G – Lei da dimensão subjetiva do tempo 1.1.3.Identificação de características pessoais Porque perdemos tempo? Características pessoais que nos fazem ganhar temp 1.1.4.Análise de “desperdiçadores de tempo” 1.2.1. Determinar metas e objetivos Tarefa Importante e urgente – Prioridade 1 Tarefa Importante e não urgente – Prioridade 2 Tarefa Urgente, não importante – Prioridade 3 Tarefa não urgente e não importante: Desperdício d Microsoft Messenger/ WhatsApp 2.Organização do Trabalho 2.1.Trabalho em equipa Agenda da reunião Aspetos práticos a ter em conta antes da reunião: 2.2.Plano de ação pessoal Conclusão Bibliografia Anexos
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