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2015 Gestão por CompetênCia e do ConheCimento Prof.ª Daniele de Lourdes Curto da Costa Prof.ª Daniele Cristine Maske Prof.ª Jerusa Betina Schroeder Copyright © UNIASSELVI 2015 Elaboração: Prof.ª Daniele de Lourdes Curto da Costa Prof.ª Daniele Cristine Maske Prof.ª Jerusa Betina Schroeder Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: 658.3 C837g Costa, Daniele de Lourdes Curto da Gestão por competência e do conhecimento/ Daniele de Lourdes Curto da Costa, Daniele Cristine Maske, Jerusa Betina Schroeder. Indaial : UNIASSELVI, 2015. 187 p. : il. ISBN 978-85-7830-899-5 1.Administração de Pessoal – Administração de Recursos Humanos. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. III apresentação Olá Acadêmico(a)! A disciplina de Gestão por Competência e do Conhecimento é muito importante no atual contexto em que as organizações estão inseridas. Como temos uma competitividade muito alta no mercado em termos de produtos, o que pode distinguir as organizações são os talentos que as mesmas empregam. Para tanto, é preciso compreender quais são as competências organizacionais que podem levar a empresa a ter um diferencial e quais as competências individuais necessárias para que o objetivo seja alcançado. Além disso, hoje estamos na Era da Informação e do Conhecimento e se torna necessário compreender estes conceitos dentro do ambiente organizacional e como o conhecimento pode influenciar a gestão das organizações e das pessoas. Assim, nesta disciplina trabalharemos conceitos importantes para o gestor de pessoas: as Competências e o Conhecimento. Vamos iniciar apresentando um breve histórico sobre a gestão por competência, apresentando a você o conceito, sua origem, desenvolvimento, e a base do CHA, que são: conhecimento, habilidades e atitudes. Destaca-se ainda, as competências em nível individual e organizacional. No que se refere às competências em nível individual, vamos relacionar as habilidades e conhecimentos dos profissionais que podem levar ao desenvolvimento de uma competência. Já as organizacionais que são conhecidas como competências essenciais e que podem levar a organização a um diferencial competitivo. Sendo que para isso, as organizações devem utilizar de um conjunto de estratégias envolvendo recursos e capacidades orientados para o mercado e para a satisfação das necessidades de seus clientes. Trabalharemos, também, o conceito de seleção por competência, pois partimos do princípio de que a organização somente terá a gestão por competência inserida em sua gestão organizacional, se o processo de competência ocorrer desde a seleção das pessoas. Para tanto, vamos apresentar a você o modelo de mapeamento de competências, para que seja possível, a partir desse levantamento, alinhar os gap’s com as competências individuais para que sejam buscadas na seleção de pessoas e/ou desenvolvidas nos colaboradores das organizações. Neste sentido, vamos identificar as etapas de seleção por competências e, por fim, conhecer como ocorre a certificação. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Para finalizar, abordaremos a gestão do conhecimento, tratando seus conceitos básicos, evolução e distinção entre os conceitos de conhecimento, aprendizagem e capital intelectual. Desde já fazemos votos de uma ótima jornada de estudos e reflexões! Bons estudos! Prof.ª MSc Daniele Cristine Maske Prof.ª MSc Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins Prof.ª MSc Jerusa Betina Schroeder V VI VII UNIDADE 1 – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS.......... 1 TÓPICO 1 – PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ............... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 ORIGEM DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ........................................................................... 3 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 9 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ....................... 17 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17 2 CONCEITOS DE GESTÃO E DE COMPETÊNCIA ...................................................................... 17 2.1 CONCEITO DE GESTÃO ............................................................................................................... 18 2.2 CONCEITO DE COMPETÊNCIA ................................................................................................. 20 2.3 CONCEITO DE CONHECIMENTO, HABILIDADE E ATITUDE ........................................... 24 2.4 O QUE É GESTÃO POR COMPETÊNCIAS? ............................................................................... 34 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 38 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 43 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 44 TÓPICO 3 – AS COMPETÊNCIAS NO CONTEXTO INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL .....45 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45 2 AS COMPETÊNCIAS NO CONTEXTO INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL ................... 45 2.1 COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS ................................................................................................. 46 2.1.1 Tipologias de competências individuais ............................................................................. 47 2.2 COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS ....................................................................................49 2.2.1 Tipologias de competências organizacionais ..................................................................... 52 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 58 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 61 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62 TÓPICO 4 – REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O TEMA ...................................................................... 63 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63 2 REFLEXÃO CRÍTICA ........................................................................................................................... 63 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 68 RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 72 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73 UNIDADE 2 – MAPEAMENTO E SELEÇÃO POR COMPETÊNCIAS ........................................ 75 TÓPICO 1 – CONCEITOS DO MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS ..................................... 77 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 77 2 GESTÃO POR COMPETÊNCIA: PRIMEIROS PASSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO ...... 77 sumário VIII LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 79 3 COMO FAZER A IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIA ......................... 81 4 INDICADORES DA GESTÃO POR COMPETÊNCIA ................................................................. 84 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 85 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86 TÓPICO 2 – COMO MAPEAR AS COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS E DA FUNÇÃO .......................................................................................................................87 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87 2 MAPEAMENTO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIA ................................................................ 87 3 INVENTÁRIO COMPORTAMENTAL ............................................................................................ 89 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................104 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................105 TÓPICO 3 – SELEÇÃO POR COMPETÊNCIA ................................................................................107 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107 2 CONCEITOS DE SELEÇÃO POR COMPETÊNCIA ...................................................................107 3 A SELEÇÃO POR COMPETÊNCIA ................................................................................................108 4 AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIA ..............................................................................................113 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................115 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................120 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121 TÓPICO 4 – CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ....................................................................123 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123 2 O QUE SÃO OS CERTIFICADOS DE COMPETÊNCIAS .........................................................123 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................126 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................127 UNIDADE 3 – GESTÃO DO CONHECIMENTO ...........................................................................129 TÓPICO 1 – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO .....................131 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131 2 CONCEITOS GERAIS .......................................................................................................................132 3 ORIGEM DA GESTÃO DO CONHECIMENTO .........................................................................136 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO ...................................................................................................137 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................142 LEITURA COMPLEMENTAR II .........................................................................................................144 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................145 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................146 TÓPICO 2 – CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM ..................................................................147 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147 2 CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM ......................................................................................147 3 EXPERIÊNCIAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NO BRASIL ....................................155 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO E GESTÃO POR COMPETÊNCIAS, ANÁLISE EM CONJUNTO DOS CONCEITOS .....................................................................................................156 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................161 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162 IX TÓPICO 3 – MODELOS DE GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL .....................................163 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163 2 CAPITAL INTELECTUAL .................................................................................................................164 2.1 CONTABILIDADE TRADICIONAL ...........................................................................................168 3 MODELOS DE GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL ..........................................................172 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................180 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................181AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................182 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183 X 1 UNIDADE 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • descrever a perspectiva histórica da gestão por competências; • relacionar os principais conceitos da gestão por competências; • debater o conceito de competência individual e organizacional; • apresentar as tipologias de competências individuais e organizacionais; • expressar uma reflexão crítica sobre o tema. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles você encontrará o resumo do conteúdo e as autoatividades que reforçarão o seu aprendizado. TÓPICO 1 – PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS TÓPICO 3 – AS COMPETÊNCIAS NO CONTEXTO INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL TÓPICO 4 – REFLEXÃO CRÍTICA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO Você já ouviu falar em gestão por competências? Este é um assunto de grande importância, e que se torna cada vez mais necessário para as organizações no mundo moderno, pois este tema tem relação direta em escolher a pessoa correta para determinado cargo em uma empresa. Para começarmos a entender do que se trata a gestão por competências, temos um longo caminho pela frente. Iniciaremos a abordagem do tema falando da sua origem. Perceberemos que a gestão por competências e sua aplicação nas organizações é recente, datando das décadas de 1960 e 1970. É a partir deste momento que iniciaremos o resgate histórico sobre o tema, chegando até os dias atuais. A partir do estudo deste tópico, portanto, você verá como surgiu a gestão por competências no contexto organizacional, como iniciou sua aplicação neste contexto e também começará a entender o real conceito do tema dentro das organizações. 2 ORIGEM DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS O termo competência, no final da Idade Média, era associado exclusivamente à linguagem jurídica. Estava relacionado a uma capacidade atribuída a uma pessoa ou instituição para apreciar e avaliar determinados assuntos. De acordo com Isambert-Jamati (apud BITENCOURT; BARBOSA, 2010, p. 176), [...] os juristas declaravam que determinada corte ou indivíduo era competente para um dado julgamento ou para realizar certo ato. Por extensão, o termo veio a designar o reconhecimento social sobre a capacidade de alguém pronunciar-se a respeito de determinado assunto. Mais tarde, o conceito de competência passou a ser utilizado de forma mais genérica, para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 4 Nos anos 60 e 70 podemos iniciar um resgate histórico sobre o tema já voltado mais para a realidade organizacional. Nos anos 1960 o conceito de competência foi utilizado junto ao conceito de remuneração, pela Procter & Gamble nos Estados Unidos, e nos anos 1970 outras empresas passaram a aplicar o termo junto às suas estratégias organizacionais e políticas de recompensas para seus colaboradores. Em 1979 a Shell implantou a remuneração por competências para todos os seus funcionários, e a partir daí houve grande crescimento na aplicação do termo (RUZZARIN; PRATES DO AMARAL; SIMIONOVSCHI, 2006). Outro estudioso que não podemos deixar de mencionar aqui, que contribuiu grandiosamente com a gestão por competências na década de 70, é o famoso psicólogo americano David McClelland. UNI Você já deve ter ouvido falar de McClelland, não é? Ele se tornou muito conhecido com a sua teoria das necessidades, que aborda sobre a motivação humana. Nessa teoria, McClelland afirma que as pessoas possuem três necessidades para serem motivadas no trabalho: necessidade de realização, necessidade de afiliação e necessidade de poder. Você pode compreender melhor cada uma dessas necessidades acessando: <http://www. portal-gestao.com/item/7391-teoria-das-necessidades-de-mcclelland.html>. Em 1973 ele publicou o artigo intitulado “Testing for competence rather than for intelligence” (Selecionando por competências e não pelo QI), e em seus estudos ele percebeu que existia uma baixa relação entre o QI das pessoas e seu desempenho nas organizações. Foi a partir daí que se tentou compreender de maneira diferente o perfil das pessoas, incluindo o termo competências. Nesse contexto, McClelland expõe que “a compreensão dos padrões de sucesso de alguém não se dá pelo ‘visível’ do comportamento, e sim pelo que ‘está por detrás’ dele” (BRUNO, 2005, p. 77). Com isso ele quer dizer que não apenas os aspectos tangíveis, que são avaliados, por exemplo, através de testes para identificar o QI das pessoas, mas também os aspectos intangíveis, como habilidades e atitudes das pessoas, influenciam no desempenho no trabalho. Diante desse fato, McClelland sugere uma mudança na compreensão e avaliação da conduta humana. De acordo com Bruno (2005, p. 77), A mudança aponta para a necessidade de redefinição dos indicadores de sucesso para o que ele (McClelland) passa a chamar de competências, e o processo avaliativo precisa ser um processo dinâmico, de interação com a pessoa, um processo que capte as pessoas “em ação”. Só então entenderemos o que as pessoas fazem e por que fazem. Só então entenderemos quais são os recursos que elas usam para obter bons resultados. TÓPICO 1 | PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 5 A partir da década de 1980 o conceito de remuneração por competências, adotado por algumas empresas nas décadas de 60 e 70, se difundiu em diversos setores, várias empresas se interessaram pelo tema e adotaram seu conceito. É a partir daqui que se passa também a fazer uso do termo Gestão por Competências e que pesquisadores passam a se interessar pelo tema (RUZZARIN; PRATES DO AMARAL; SIMIONOVSCHI, 2006). Um dos pesquisadores dessa época, muito citado quando vamos procurar entender a origem da gestão por competências, é Richard Boyatizis. Segundo Wood e Payne (1998, apud BITENCOURT; BARBOSA, 2010), ele foi um dos primeiros a utilizar o termo “competências” no contexto organizacional, em seu livro The Competent Manager: a Model for Effective Performance, de 1982 (que pode ser traduzido como: O gerente competente: um modelo para um desempenho eficaz), no qual iniciou um debate sobre o tema. O modelo de Boyatizis apresenta 21 atributos que, segundo ele, são essenciais na concepção de um perfil ideal de gestor. O quadro a seguir sintetiza estas 21 características: QUADRO 1 – AS 21 COMPETÊNCIAS DE BOYATIZIS Metas e gestão pela ação 1. Orientação eficiente 2. Produtividade 3. Diagnóstico e uso de conceitos 4. Preocupação com impactos (proativo) Liderança 5. Autoconfiança 6. Uso de apresentações orais 7. Pensamento lógico 8. Conceitualização Recursos humanos 9. Uso de poder socializado 10. Otimismo 11. Gestão de grupo 12. Autoavaliação e senso crítico Direção de subordinados 13. Desenvolvimento de outras pessoas 14. Uso de poder unilateral 15. Espontaneidade Foco em outros clusters 16. Autocontrole 17. Objetividade perceptual 18. Adaptabilidade 19. Preocupação com relacionamentos próximos Conhecimento especializado 20. Memória21. Conhecimento especializado FONTE: Wood e Payne (1998 apud BITENCOURT; BARBOSA, 2010, p. 179) UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 6 Ainda vale ressaltar que nos anos 70 e 80 a avaliação por competências se tornou um processo bastante difundido em consultorias de seleção, afirma Bruno (2005). O mesmo autor ainda descreve sobre a evolução do uso do termo competências, descrevendo quena década de 90 o marco foi a criação do termo core competence (competências centrais) pelos estudiosos Hamel e Prahalad, que passou a ser adotado no âmbito dos negócios. A ideia desses estudiosos é de que as empresas, para serem competitivas, precisavam focar nos aspectos mais essenciais, no caso as competências centrais, que passam a ser foco das preocupações na área da gestão. Diante disso, as empresas passam a concentrar seus esforços nas competências organizacionais e passam a buscar também as competências dos indivíduos que nelas trabalham, ou seja, buscam por modelos de gestão por competências também na gestão das pessoas (BRUNO, 2005). Mesmo após vários anos, na década de 90 muitas pesquisas sobre o tema competências ainda estavam relacionadas exclusivamente à remuneração. E é nesta década que no Brasil temos os primeiros indícios da aplicação da remuneração por competências e de sua discussão nas universidades. Veja o que expõem Ruzzarin, Prates do Amaral e Simionovschi (2006, p. 22): No Brasil, esse conceito só passa a ser discutido nas universidades nos anos 90, e em 1993/1994 a Adubos Trevo, DuPont e Copesul são percebidas como pioneiras na implantação de um sistema de remuneração baseado em competências e habilidades. A primeira, por exemplo, buscou romper com o seu modelo tradicional de compensação do trabalho, verificando que o mesmo havia “caducado” frente aos novos paradigmas impostos pelo mercado. Esta última, ousou e inovou ao amparar o seu processo de reengenharia organizacional nessas novas tendências. Nos dias atuais, o tema gestão por competências é bastante discutido mundo afora e no Brasil, sendo destaque nas organizações que buscam por excelência e procuram ser cada vez mais competitivas no mercado global. O conceito de competência, apesar de ser hoje um dos mais empregados, é também bastante ambíguo dentro da administração, pois são diversos os conceitos e aplicações nas organizações e academia que encontramos descritos na literatura (RUZZARIN; PRATES DO AMARAL; SIMIONOVSCHI, 2006). Isso ocorre pois, ao longo dos anos, diversos estudiosos, de diferentes países, passaram a estudar o conceito e a aplicação das competências, e apresentaram diferentes aspectos sobre o tema que, conforme podemos verificar no Quadro 2, apresentam aspectos contraditórios (VELDE, 1996 apud BITENCOURT; BARBOSA, 2010). Vejamos os exemplos: TÓPICO 1 | PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 7 QUADRO 2 - DIFERENTES ASPECTOS SOBRE COMPETÊNCIAS Estudiosos Aspectos Boyatizis Junior (1982); Spencer e Spencer (1993); Hipólito (2000) Desenvolvimento de conceitos, habilidades e atitudes (formação). Moscovici (1994); Magalhães e Rocha (1997); Zarifian (2001) Capacitação (aptidão). Sparrow e Bognanno (1994); Cravino (1997); Perrenoud (1998); Fleury e Fleury (2000) Práticas de trabalho, capacidade de mobilizar recursos, fato que a diferencia do conceito de potencial (ação). Boyatizis (1982); Parry (1996); Ruas (1999); Davis (2000) Busca de melhores desempenhos (resultados). Bruce (1996) Processo de aprendizagem individual cuja responsabilidade maior deve ser atribuída ao próprio indivíduo (autodesenvolvimento). Sandberg (1996) Relacionamento com outras pessoas (interação). FONTE: Adaptado de Bitencourt e Barbosa (2010, p. 183) UNI Faça uma breve pesquisa no Google para conhecer alguns desses autores citados e entender melhor suas teorias. Independente da área de estudos deles, uma leitura extra é sempre um aprendizado a mais que se leva para a vida toda. Isso ocorre, pois o debate sobre esse tema é ainda muito recente; vimos que na área da gestão iniciou nas décadas de 1960/1970. Por isso, afirmam Ruzzarin, Prates do Amaral e Simionovschi (2006) que ainda há muito o que aprender sobre o conceito de competências para aplicá-lo aos diversos processos de RH e da organização como um todo no novo ambiente em que estamos inseridos na atualidade. Como os estudos sobre o tema ainda estão em andamento, e não finalizarão tão cedo, podemos dizer que não existe modelo certo ou errado, mas existem diferentes modelos, com diferentes abordagens. Por isso, conforme estabelecem Ruzzarin, Prates do Amaral e Simionovschi (2006, p. 21), “... ao UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 8 se optar por um modelo baseado nesse conceito, as organizações dediquem- se a definir claramente qual será a abordagem a ser adotada sobre o conceito alinhando-a à sua realidade”. Você conseguiu notar a diferença de entendimento sobre o tema entre os diversos autores? Reafirmamos aqui que não existe uma abordagem certa e outras erradas, pois, dependendo do ponto de vista e do objeto de estudo desses autores, eles formaram o seu conceito. E todos esses conceitos foram levados em consideração para se chegar aos conceitos mais aplicados dentro do contexto organizacional, nos dias atuais. Vejam que alguns autores focam na competência relacionada à formação do indivíduo, outros focam nas aptidões, no autodesenvolvimento ou, ainda, na capacidade de interação com outras pessoas. Mais adiante, quando estudarmos os conceitos mais aplicados na atualidade, vocês perceberão que todos estes aspectos, direta ou indiretamente, estão associados com o conceito de competência no contexto organizacional. UNI E você, já conseguiu conceber um conceito de competência com o que estudamos até agora? Não se surpreenda se achar difícil, pois ainda temos muito a estudar. Porém, fica o desafio: escreva um conceito seu agora, e ao finalizar os estudos dessa unidade, formule um novo conceito para verificar o quanto avançou no tema. Para finalizar este tópico vamos, neste momento, fazer uma apreciação do texto de Oderich (2005), que trata de um fragmento de um capítulo do livro “Aprendizagem organizacional e competências”. Este trecho traz informações que já abordamos neste tópico, sobre a evolução do conceito, e também já inicia a discussão do assunto que veremos a seguir, sobre o conceito de competência. Boa leitura! TÓPICO 1 | PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 9 COMPETÊNCIAS: NOÇÕES E EVOLUÇÃO DO CONCEITO A busca por indivíduos capacitados não é recente; na época em que se utilizava o princípio taylorista, já se procurava selecionar indivíduos preparados e/ou treiná-los, apesar de haver apenas a preocupação com as habilidades técnicas relacionadas ao trabalho. Com as novas teorias advindas pelas pressões e pela complexidade das relações de trabalho, como a Teoria das Relações Humanas, aspectos sociais e comportamentais do trabalho passaram a ser considerados. Na década de 1930 começaram a ser desenvolvidos programas estruturados para supervisores, como o TWI – Training Within Industry, introduzido no Brasil na década de 1950, que envolvia os seguintes cursos: ensino correto de um trabalho, relações humanas no trabalho, métodos de trabalho e desenvolvimento de programas de treinamento. Passou-se a requerer, das pessoas em cargos de chefia, habilidades interpessoais, para um melhor clima organizacional. “Tratava- se, entretanto, do desenvolvimento de habilidades e não de competências sociais, que agregassem valor à organização” (FLEURY; FLEURY, 2000a, p. 59). A abordagem sociotécnica, surgida na Europa na década de 1960, superava as preocupações de caráter humanista, buscando a visão de um sistema integrado. Após essa abordagem, temos o Modelo Japonês, nos anos 1980, e a visão estratégica da empresa faz-se mais presente. Finalmente, os anos 1990, com os novos desafios, “levaram ao alinhamento definitivo das políticas de gestão de Recursos Humanos às estratégias empresariais, incorporando à prática organizacional o conceito de competência, como base no modelo para se gerenciar pessoas”. (FLEURY; FLEURY, 2000a, p. 64). A palavra competência, no fim da Idade Média, era associada à linguagem jurídica e dizia respeito à faculdade atribuída a alguém ou a uma instituição para apreciar e julgar certasquestões. Por extensão, o termo passou a designar o reconhecimento social sobre a capacidade de alguém se pronunciar a respeito de determinado assunto e, mais tarde, passou a ser usado para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho (BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999). Henri Pestalozzi (apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999), pedagogo suíço, idealizou a educação como desenvolvimento natural, espontâneo e harmônico das capacidades humanas que se revelam na tríplice atividade da cabeça, das mãos e do coração (head, hand and heart), ou seja, na vida intelectual, técnica e moral da pessoa. A partir disto, Durand (apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999) construiu um conceito de competência baseado em três dimensões: knowledge, know-how e attitudes, ou seja, conhecimento (informação, saber o quê, saber o porquê), habilidade (técnica, capacidade, saber como) e atitude (querer fazer, identidade, determinação), dimensões estas interdependentes e necessárias a determinado propósito. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 10 Atualmente, o significado de competências tem ganhado força a partir dos trabalhos de Hamel e Prahalad (1995) -, em especial o livro Competindo pelo Futuro -, que passam a propagar o conceito das core competencies, que, segundo os autores, “são as portas para as oportunidades futuras” (p. 228). Uma competência essencial é um conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos clientes, diferente do de sua concorrência, que só são desenvolvidas com o apoio direto da empresa e com a soma de forças entre unidades de negócios. Para ser considerada uma competência específica de uma organização, é preciso que haja valor percebido pelo cliente, diferenciação entre concorrentes e que gere capacidade de expansão (HAMEL; PRAHALAD, 1995). Green (1999, p. 43) afirma que “os sistemas de RH voltados para as competências têm que estar relacionados aos cargos/trabalho e devem refletir competências essenciais, capacidades, valores essenciais e prioridades”. As competências organizacionais são desenvolvidas coletivamente dentro da organização, com a premissa do desenvolvimento de competências individuais. Segundo Nonaka (1997), o novo conhecimento sempre inicia pelo indivíduo e é transformado em conhecimento organizacional. O desenvolvimento das competências individuais, portanto, não leva necessariamente às competências organizacionais; é necessário haver um direcionamento e as condições para que tal ocorra. As competências organizacionais geram mais valor para a organização, devendo haver essa perspectiva coletiva no desenvolvimento das competências. Nessa linha de análise de resultados, Fleury e Fleury (2000b, p. 2) afirmam que “as competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo”. Scott B. Parry (1996) é um autor que questiona se os traços de personalidade, os valores e os estilos devem ser considerados competências, dividindo-as em soft competencies, que incluiriam os traços de personalidade, estilos e valores, e hard competencies, que seriam as habilidades exigidas para um trabalho específico. Já Neri (1999) entende que o conceito de competências trouxe uma nova forma de administrar recursos humanos, pois é uma “junção da vertente educacional, voltada para o aprimoramento das pessoas, e da vertente estratégica, calcada na identificação e no desenvolvimento das competências organizacionais a fim de que as empresas obtenham competitividade” (p. 19). As competências estão em diferentes níveis organizacionais; há os níveis estratégico (dimensão corporativa), funcional (dimensão das áreas ou grupos da empresa) e gerencial (dimensão da atividade gerencial). A partir das competências essenciais, que estão no nível estratégico, diretamente ligadas à missão e à visão da empresa e são coletivas, desenvolvem-se as competências funcionais, também coletivas e relacionadas à missão específica da área funcional. Decorrentes destas, no nível gerencial, temos as competências gerenciais, individuais e relacionadas ao desempenho da gerência. TÓPICO 1 | PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 11 Segundo Boterf (1999), esses conhecimentos, habilidades e atitudes que constituem as competências são recursos de competências, pois são essenciais para o desenvolvimento das mesmas. O autor apresenta o desdobramento desses recursos de competências como: conhecimento (gerais e teóricos, operacionais e sobre o ambiente), saber-fazer (operacional, experiencial e relacional cognitivo), atitudes (atributos pessoais e relacionais) e recursos do ambiente (sistemas de informação e banco de dados). Esses recursos mobilizados geram o desempenho. (...) A competência não se reduz ao saber, tampouco ao saber-fazer, mas sim à sua capacidade de mobilizar e aplicar esses conhecimentos e capacidades numa condição particular, onde se colocam recursos e restrições próprias à situação específica. Alguém pode conhecer métodos modernos de resolução de problemas e até mesmo ter desenvolvido habilidades relacionadas à sua aplicação, mas pode não perceber o momento e o local adequados para aplicá-los na sua atividade. (...) A competência, portanto, não se coloca no âmbito dos recursos (conhecimentos, habilidades), mas na mobilização desses recursos e, portanto, não pode ser separada das condições de aplicação (RUAS, 1999, p. 4). Destaca-se uma mudança de enfoque, de um conceito de recurso estocado para um conceito dinâmico, relacionado ao desempenho. Assim, temos uma visão moderna do conceito de competência, que é concretizada na atitude, na capacidade de saber agir mobilizando conhecimentos e habilidades. Portanto, segundo Ruas (2000b, p. 6), a “competência gerencial é a capacidade de mobilizar, integrar e colocar em ação conhecimentos, habilidades e formas de atuar a fim de atingir/superar desempenhos configurados na missão da empresa e da área”. Dentro do tríplice aspecto das competências (CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) da linha francesa de estudos, há diferentes adoções quanto ao último aspecto, sendo utilizado atitudes, atributos, valores, entre outros termos. Kanaane (1995, p. 59) define atitude como “uma reação avaliativa, apreendida e consolidada no decorrer da experiência de vida do indivíduo”. O autor sustenta que a atitude tem componentes básicos, presentes em sua formação: componente afetivo-emocional, componente cognitivo, componente comportamental e componente volitivo, sendo este último constituído de motivações, desejos, expectativas e necessidades inatos e adquiridos. O principal a ser considerado para este estudo é a representação desse aspecto, que evoluiu do saber ser para o saber ser/agir, ou seja, de uma concepção que contemplava o potencial para a ação para uma que contempla a ação, o desempenho propriamente dito. Conforme Ruas (2000b), temos os recursos de competências gerenciais: • Recursos Associados à Categoria Conhecimento (saber): podem ser divididos em conhecimentos do ambiente, que muitas vezes estão em bancos de dados, como conhecimentos sociais, sobre a cultura e as atividades da organização, sobre produtos e processos; conhecimentos gerais e teóricos, que englobam UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 12 conceitos, conhecimentos disciplinares e aplicados; e conhecimentos operacionais, que é saber como agir ou como funciona (não necessariamente agir ou fazer funcionar). • Recursos Associados à Categoria Habilidades (saber fazer): englobam o que é aprendido pela experiência, a experiência profissional associada sob a forma de habilidades. • Recursos Associados à Categoria Atributos (saber ser/agir): predominam o implícito e o subentendido. Temos, em primeiro, os atributos profissionais (tácitos), que se constroem a partir da experiência profissional e permitem percepções que transcendem os processos formais e as normase procedimentos específicos; a seguir, os atributos pessoais, cada vez mais valorizados, em termos de gestão contemporânea, e que podem se subdividir em intrínsecos (disposição, iniciativa, saber ouvir, responsabilidade, autoconfiança, imaginação, abertura à mudança) e relacionais (capacidade de atuar em grupo, de negociar e se comunicar). Referências Bibliográficas: BOTERF, Guy Le. Compétence et navigation professionalle. Paris: Éditions d´Organisation, 1999. FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências. São Paulo: Atlas, 2000a. _____. Desenvolvendo competências em diferentes arranjos empresariais: o caso da indústria brasileira de plástico. In: Anais... do 24 ENANPAD, Florianópolis: 2000b. GREEN, P. C. Desenvolvendo competências consistentes: como vincular sistemas de recursos humanos a estratégias organizacionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1995. KANAANE, R. O comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1995. NERI, A. (Org.) Gestão de RH por competências e a empregabilidade. São Paulo: Papirus, 1999. TÓPICO 1 | PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 13 NONAKA, I. A empresa criadora de conhecimento. In: STARKEY, K. Como as organizações aprendem. São Paulo: Futura, 1997. PARRY, S. B. The quest for competence. Training, July, p. 48-54, 1996. RUAS, R. L. A problemática do desenvolvimento de competências e a contribuição da aprendizagem organizacional. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL COMPETITIVIDADE BASEADA NO CONHECIMENTO. São Paulo, ago. 1999. _____. Elementos de referência para a gestão das competências gerenciais. Porto Alegre: PPGA, 2000b. n. 4, Mimeo. FONTE: ODERICH, Cecília. Gestão de competências gerenciais: noções e processos de desenvolvimento. In: RUAS, Roberto Lima; ANTONELLO, Claudia Simone; BOFF, Luiz Henrique (org.). Os novos horizontes da gestão: aprendizagem organizacional e competências. Porto Alegre: Bookmann, 2005. 14 Nesse tópico, você aprendeu que: • A gestão por competências é um tema recente dentro do ambiente organizacional, datando da década de 1960. • O primeiro registro do tema acontece nos Estados Unidos, associado ao conceito de remuneração. • McClelland contribuiu para os estudos sobre o tema na década de 1970, afirmando que a seleção de pessoas não deve ser feita apenas pelo QI (aspectos tangíveis), mas também pelos aspectos intangíveis (competências). • A partir da década de 1980 o conceito se difunde por diversas organizações e setores. • Na década de 1990 temos os primeiros indícios da aplicação do tema no Brasil dentro das organizações e em discussões dentro das universidades. • Na atualidade, o tema é destaque em todas as organizações que buscam a excelência e a vantagem competitiva. RESUMO DO TÓPICO 1 15 1 Descreva os principais acontecimentos no âmbito da gestão por competências nos seguintes períodos: a) Década de 1960 b) Década de 1970 c) Década de 1980 d) Década de 1990 AUTOATIVIDADE 16 17 TÓPICO 2 PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Para entender o conceito do termo gestão por competências precisamos, inicialmente, ter bem claros alguns outros conceitos, por isso iniciaremos este tópico falando sobre o conceito de gestão e de competência. O significado de gestão você já deve ter estudado em outras disciplinas, mas o de competência, que é essencial para o entendimento deste conteúdo, abordaremos de maneira mais aprofundada. Dessa forma, estudaremos o conceito do CHA: conhecimento, habilidade e atitude, que são os três componentes da competência. Com o entendimento desses conceitos você perceberá que o conceito de competência dentro das organizações é um pouco diferente do que estamos habituados a usar no dia a dia, e estará preparado para entender o termo Gestão por Competências. Dessa forma, a finalização desse tópico será o conceito de gestão por competência. 2 CONCEITOS DE GESTÃO E DE COMPETÊNCIA Em todas as áreas de conhecimento somos surpreendidos constantemente com novos termos, que na grande maioria das vezes estão relacionados a novas pesquisas e inovações na área. Podemos observar isso nas diversas áreas relacionadas à gestão. A gestão por competências é um clássico exemplo dessas inovações, que com o passar dos anos passou a ser estudada por diversos pesquisadores e adotada por diversas empresas. Com o avanço dos estudos sobre a gestão por competências surgiram diversos conceitos que foram sendo aprimorados ao longo dos anos. Agora que já entendemos onde, como e quando surgiu o termo Gestão por Competências, chegou o momento de estudarmos a sua definição sob o enfoque de diversos autores. Para isso, vamos iniciar este tópico definindo brevemente o que significa o termo GESTÃO, e em seguida vamos definir o termo COMPETÊNCIA. Entendendo o que significam gestão e competência, entenderemos facilmente o que é a gestão por competências. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 18 2.1 CONCEITO DE GESTÃO Se você der uma olhada em algum dicionário, encontrará que a palavra gestão significa o “ato de gerir”, e aparece também como sinônimo de direção e administração. Portanto, aqui usaremos muito a palavra administração como sinônimo de gestão, uma vez que na maior parte dos livros acadêmicos é este o termo utilizado. Existe, como para qualquer outro conceito, uma infinidade de conceitos para a palavra administração ou gestão. Vamos explorar aqui alguns conceitos mais importantes, pois não é nosso objetivo o aprofundamento nesse tema, mas sim, apenas a assimilação do termo para o posterior entendimento do conceito de gestão por competências, que é nosso foco de estudos. Para iniciar a compreensão do termo, Chiavenato (2011) esclarece que a palavra administração deriva do latim ad + minister, onde ad significa direção ou tendência para alguma coisa e minister significa subordinação ou obediência. Dessa maneira, o autor explica que a palavra expressava “aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a outro” (CHIAVENATO, 2011, p. 12). Porém, com o passar do tempo a palavra sofreu muitas transformações, modificando radicalmente seu significado original surgido do latim. Dessa forma, um dos conceitos atuais para administração/gestão que Chiavenato (2010, p. 12) propõe é: A tarefa da administração passou a ser a de definir os objetivos da organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação e garantir a competitividade em um mundo de negócios altamente concorrencial e complexo. Outro conceito que nos ajuda a explicar o que é gestão é o proposto por Daft (2010, p. 6), que diz: “Administração é o atingimento de metas organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. Complementando esse conceito, Stoner e Freeman (1995, p. 5) descrevem a administração como “...o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”. Percebam que neste último conceito são enfatizados os recursos humanos (membros da organização), que são essenciais para que o processo de gestão ocorra em qualquer ambiente, tanto que Stoner e Freeman (1995, p. 5) citam que a administração já foi conceituada como “a arte de fazer coisas através das pessoas”, ou seja, “os administradores alcançam os objetivos das organizações conseguindo que outros realizem as tarefas necessárias”. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 19 Outroponto importante, do qual não podemos esquecer, que foi abordado nestas duas últimas definições e que certamente você irá observar na grande parte da literatura sobre o assunto, é o fato de a administração/gestão ser um processo. Processo é uma maneira sistemática, ordenada de fazer as coisas. Neste caso, a administração é o processo de planejar, organizar, liderar (ou direcionar) e controlar os recursos organizacionais (humanos e não humanos) para alcançar o objetivo final (lucro) de maneira eficiente e eficaz. Quando você fizer mais leituras sobre o tema, irá perceber que o planejamento, a organização, liderança e controle também são chamados de funções da administração. UNI Você lembra quais são os recursos organizacionais de que uma empresa dispõe? As organizações são compostas por recursos humanos e não humanos. Os recursos humanos, como o próprio termo já elucida, são as pessoas que nela trabalham. Já os recursos não humanos são diversos, entre eles podemos citar: os insumos, a tecnologia, os recursos financeiros, o tempo, a estrutura, as máquinas, a informação, entre outros. Para relembrar brevemente o objetivo de cada uma dessas funções da administração, veja a figura a seguir: FIGURA 1 – FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FONTE: A autora PLANEJAR ORGANIZAR CONTROLAR LIDERAR ouDIRECIONAR • Pensar antecipadamente nos objetivos e ações. • Determinar objetivos para alcançar resultados futuros. • Visualizar o futuro e estabelecer ações hoje para enfrentar os desafios de amanhã. • Monitoramento e manutenção dos objetivos propostos. • Avaliar o desempenho, dar feedback e executar ações corretivas. • Dirigir, influenciar e motivar as pessoas a realizarem as tarefas. • Orientar as pessoas na execução dos trabalhos para que os objetivos sejam alcançados. • Os administradores ajudam os empregados a dar o melhor de si. • Arranjar e distribuir as tarefas para as pessoas, equipes e departamentos. • Estabelecer autoridades e os recursos necessários para que os objetivos sejam atingidos pelos integrantes da organização. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 20 Essas quatro funções da administração são interligadas e formam um ciclo, ou seja, “o processo de administração não envolve quatro conjuntos frouxamente relacionados de atividades, e sim um grupo de funções interativas” (STONER; FREEMAN, 1995, p. 7). Isso quer dizer que essas funções não acontecem de uma maneira linear, ou seja, primeiro o planejamento, depois a organização, a liderança e o controle. Essas ações são cíclicas, quando se finaliza o processo ele inicia novamente, e ainda podem acontecer também simultaneamente. 2.2 CONCEITO DE COMPETÊNCIA Antes de entendermos efetivamente o que significa o termo Gestão por Competências, ainda falta entendermos qual a definição da palavra competência. Competência é uma palavra que você provavelmente já usou no seu dia a dia. Em algum momento você já deve ter usado ou ouvido alguém falar: “Fulano é muito competente no que faz”, ou o oposto, “Ciclano é um incompetente para fazer este tipo de serviço”. Competência, lembra Maturo (2005, p. 210), “...é uma palavra do senso comum, utilizada para designar pessoa qualificada para realizar algo. Seu oposto não apenas implica negação dessa capacidade, mas também guarda um sentimento pejorativo, depreciativo”. Maturo (2005) ainda explica que a palavra competência pode trazer alguma confusão entre o seu uso comum e seu uso técnico, por isso é importante entender muito bem o seu verdadeiro conceito. Quando temos dúvidas sobre o significado de alguma palavra, o primeiro lugar ao qual recorremos é o dicionário, certo? Por isso gosto de iniciar o entendimento dos conceitos, buscando a palavra competência em alguns dicionários. A autora Maturo (2005, p. 210-211) faz esta mesma pesquisa, portanto vamos aproveitar o que ela pesquisou em alguns dicionários: Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa: 1. Capacidade legal, que um funcionário ou um tribunal tem, de apreciar ou julgar um pleito ou questão; 2. Faculdade para apreciar e resolver qualquer assunto; 3. Aptidão, idoneidade; 4. Presunção de igualdade; 5. Concorrência, confronto; 6. Conflito, luta, oposição. Antônimo (acepções 1, 2 e 3): incompetência. Dicionário Universal da Língua Portuguesa: Idoneidade; aptidão; capacidade; luta; conflito; oposição; confronto; concorrência; poder; capacidade que um falante de uma língua possui de produzir e compreender enunciados nunca antes ouvidos ou realizados; faculdade legal de um funcionário ou tribunal para apreciar ou julgar certos pleitos e questões; qualidade de quem é capaz de apreciar e julgar certo assunto. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 21 Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: 1. Faculdade concedida por lei a um funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões; 2. Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade; 3. Oposição, conflito, luta. Dictionnaire.com: Direito de julgar ou decidir de certas matérias conferidas pelo conhecimento exaustivo ou habilidade reconhecida no domínio julgado. Dictionnaire de l´Académie Française: Diz-se, por extensão da aptidão de uma pessoa julgar uma obra, falar sabiamente sobre uma matéria etc. “Aquilo não é da vossa competência”; “Esta pergunta está completamente fora da sua competência”. Dictionary.com: O estado ou a qualidade de adequadamente ou bem qualificado; habilidade. Uma escala específica da habilidade, do conhecimento. Merriam-Webster OnLine: Suficiência para as necessidades e as conveniências da vida; a qualidade ou o estado de ser competente; o conhecimento que permite a uma pessoa falar e compreender uma língua. Cambridge Dictionary: Habilidade de fazer algo a um nível que seja aceitável. “Sua competência como professora é inquestionável”. Percebemos nessas definições que existem algumas diferenças e algumas similaridades. Você conseguiu perceber quais são os aspectos que mais se repetem nesses conceitos obtidos em alguns dicionários? Não? Leia novamente, com bastante atenção, e tente fazer esse exercício de extrair as palavras que mais se repetem nesse conceito. Algumas palavras que precisamos gravar desses conceitos e que mais adiante iremos retomar são: conhecimento, habilidade e atitude. Antes de falar sobre estas palavras, vamos agora analisar alguns conceitos de competência elaborados por pesquisadores e estudiosos da gestão por competências. Dessa maneira já podemos começar a entender melhor uma definição técnica para a palavra, ou seja, qual o significado para a palavra competência dentro do termo gestão por competências. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 22 Bitencourt e Barbosa (2010) fizeram um amplo estudo sobre este conceito e sua evolução ao longo dos anos. Notaram que existem diferentes perspectivas e ênfases nesses conceitos, muitas vezes até contraditórias. Porém, vamos observar nos conceitos e ênfases apresentados no Quadro 3 que se destacam, da mesma maneira que nas definições encontradas nos dicionários, as palavras (e outras relacionadas a estas): conhecimento, habilidade e atitude. Vejamos os diversos conceitos levantados por Bitencourt e Barbosa (2010): Autor Conceito Ênfase Boyatizis (1982) “Competências são aspectos verdadeiros ligados à natureza humana. São comportamentos observáveis que determinam, em grande parte, o retorno da organização”. Formação, comportamento, resultado. Boog (1991) “Competência é a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; significa capacidade, habilidade, aptidão e idoneidade”. Aptidão, valores e formação. Spencer Jr. e Spencer (1993) “A competência refere-se a características intrínsecas ao indivíduo que influencia e serve de referencial paraseu desempenho no ambiente de trabalho”. Formação e resultado. Moscovici (1994) “O desenvolvimento de competências compreende os aspectos intelectuais inatos e adquiridos, conhecimentos, capacidades, experiência, maturidade. Uma pessoa competente executa ações adequadas e hábeis em seus afazeres, em sua área de atividade”. Aptidão e ação Parry (1996) “Um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionados que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com o desempenho, que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento”. Resultado, formação. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 23 Durand (1998) “Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes e necessárias à consecução de determinado propósito”. Formação e resultado. Dutra e Silva (1998) “Capacidade da pessoa gerar resultados dentro dos objetivos estratégicos e organizacionais da empresa, traduzindo-se pelo mapeamento do resultado esperado (output) e do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para o seu alcance (input)”. Aptidão, resultado, formação. Becker, Huselid e Ulrich (2001) “Competências referem-se a conhecimentos individuais, habilidades ou características de personalidade que influenciam diretamente o desempenho das pessoas”. Formação e desempenho. FONTE: Adaptado de Bitencourt (2001 apud BITENCOURT; BARBOSA, 2010, p. 180-181) Conseguiram identificar as palavras-chave nessas concepções? Já entenderam por que o grande foco nas palavras conhecimento, habilidade e atitude? Uma das teorias mais adotadas para tentar entender a palavra competência é de que competência seria a soma dos conhecimentos, habilidades e atitudes que um indivíduo possui. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 24 FIGURA 2 – SIGNIFICADO DE COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA CONHECIMENTO HABILIDADE ATITUDE FONTE: A autora Em diversas literaturas vamos encontrar que a soma dessas três dimensões - conhecimento+habilidade+atitude - também é conhecida por CHA ou árvore das competências. 2.3 CONCEITO DE CONHECIMENTO, HABILIDADE E ATITUDE No início desta unidade já falamos muito do pesquisador Boyatizis, que fez diversas pesquisas sobre o que seriam as competências. Foi a partir dos estudos de Boyatizis, na década de 1980, que o conceito de competência é pensado como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA – que justificam um alto desempenho, na medida em que há o pressuposto de que os melhores desempenhos estão fundamentados não somente na inteligência, mas também na personalidade das pessoas (SPENCER; SPENCER, 1993 apud OLIVEIRA; SANTOS; LOURENÇÃO, 2008, p. 190). Além disso, outra abordagem que encontramos na literatura para explicar as competências, também baseada no CHA, é a árvore de competências. Oliveira, Santos e Lourenção (2008) explicam que a finalidade dessa abordagem é esclarecer como as competências podem ser constituídas a partir da combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes. Eles descrevem que TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 25 A copa corresponde às habilidades – agir com aptidão, capacidade e técnica em relação à realidade, resolvendo problemas e obtendo resultados positivos; o tronco e os galhos correspondem ao conhecimento – referem-se ao conjunto de informações que a pessoa armazena e utiliza, quando necessário, e a raiz corresponde às atitudes – ao conjunto de valores, crenças e princípios que são formados no decorrer da vida. Estão relacionados com o querer ser e o querer agir e implicam o grau de comprometimento com o trabalho. (OLIVEIRA; SANTOS LOURENÇÃO, 2008, p. 191). Na Figura 3 fica muito bem ilustrado o conceito que lemos anteriormente. FIGURA 3 – ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS Habilidades (saber fazer): São a copa e os frutos de uma árvore, quanto mais se aplica os conhecimentos, mais ramificada e com frutos fica a nossa árvore de competências. É aquilo que a pessoa sabe executar, ou seja, os conhecimentos que cada um possui e sabe aplicar, por exemplo, idiomas, práticas de trabalho, negociação, planejamento etc. Conhecimentos (saberes): Representados pelo tronco e pelos galhos de uma árvore, ou seja, quanto mais se aprende mais a árvore cresce. Consistem na bagagem cognitiva que cada pessoa tem, por exemplo, formação escolar, cursos de aperfeiçoamento, saber procedimentos etc. Atitudes (saber ser): São as raízes de uma árvore. Caso cortemos a raiz de uma árvore, ela morre. Assim também são as nossas atitudes, elas que permitem (ou não) que tenhamos disponibilidade e motivação para aprender. São os valores, princípios e comportamentos de cada pessoa, que podem ou não ser favoráveis a um bom desempenho. FONTE: Adaptado de RIGGENBACH, Deborah. Disponível em: <http:// comportamentohumanonotrabalho.com/2014/05/competencia-2-seja-protagonista/>. Acesso em: 31 jan. 2015. Agora que já entendemos de uma maneira geral o que são os conhecimentos, habilidades e atitudes, vamos aprofundar um pouco mais cada uma dessas três dimensões. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 26 O conhecimento é sinônimo de SABER. Conhecimento se adquire nos estudos, desde o dia em que aprendemos a ler e escrever, até quando finalizamos nossa graduação e entramos num processo de aprendizagem contínua. Uma pós- graduação, um curso de idiomas, um curso técnico ou um treinamento na empresa na qual trabalhamos são algumas maneiras de adquirir novos conhecimentos. Também adquirimos conhecimentos ao ler um livro ou um artigo, ao assistir a um documentário e no dia a dia do nosso trabalho. Segundo Chiavenato (2011), o conhecimento é, nos dias atuais, o recurso mais importante nas organizações. Todos os recursos são importantes nas empresas, precisamos usá-los conjuntamente, mas o conhecimento ficou na dianteira. E você, saberia responder onde fica “estocado” o conhecimento? Ele está na cabeça das pessoas. Por isso Chiavenato (2011, p. 562) enfatiza que São as pessoas que aprendem, desenvolvem e aplicam o conhecimento na utilização adequada dos demais recursos organizacionais. Os recursos são estáticos, inertes e dependentes da inteligência humana que utiliza o conhecimento. O conhecimento é criado e modificado pelas pessoas e é obtido por meio da interação social, estudo, trabalho e lazer. Mas por que o conhecimento, as pessoas, o capital intelectual, são tão importantes para as organizações na atualidade? O mundo mudou e continua mudando. Uma dessas mudanças é o volume e a velocidade das informações, que acontece principalmente devido às novas tecnologias, como, por exemplo, a internet. Você mesmo já deve ter feito uma pesquisa no Google e se deparado com milhares de resultados para esta busca, não é? É neste ambiente repleto de informações que chegam do mundo todo que as empresas precisam sobreviver e se destacar. E como elas conseguem isso? Somente com pessoas amplamente qualificadas, que possuem amplo conhecimento em sua área de atuação. Chiavenato (2011, p. 563) diz que existe uma urgência no conhecimento devido a cinco principais fatores: 1. Intensidade do conhecimento. O aumento do conteúdo de conhecimento incorporado em produtos e serviços está se tornando um fator crítico de produção. Em muitas indústrias, o conhecimento está se tornando mais importante do que os tradicionais fatores de produção, como natureza, capital e trabalho. Cada vez mais, as organizações estão dependendo do conhecimento para melhorar seus produtos, serviços, processos, reduzir seus tempos de ciclos etc. 2. Obsolescência do conhecimento. Ao mesmo tempo em que a intensidade do conhecimento está aumentando nas organizações, também estamos experimentando um encurtamento do ciclo de vida do uso de alguns conhecimentos específicos, que se tornam rapidamente ultrapassados e obsoletos.No passado, poucas coisas mudavam. As pessoas ocupavam TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 27 cargos durante todo o seu tempo de trabalho e a sua carreira e conhecimento se associavam indissoluvelmente a esses cargos. Atualmente, o trabalho das pessoas requer contínua aprendizagem de novos conhecimentos para sobreviver. O conhecimento está se tornando uma variável e o aumento gradativo do índice de mudança está provocando um forte estresse nas pessoas. 3. Conexões globais. Estamos experimentando um aumento da velocidade e compreensão do tempo, especialmente na internet. O tempo significa que os ciclos são medidos em meses e não mais em anos. Por meio da internet temos um mundo conectado. O conceito de “aldeia global” de Marshall McLuhan tornou-se realidade. A internet elimina demoras em todos os níveis – entre trabalhadores, entre trabalhadores e gerentes, entre negócios e consumidores, entre parceiros e fornecedores de organizações etc. 4. Aumento da produtividade no trabalho. As pressões da concorrência global fazem com que as organizações se tornem seletivas e focalizem quais os negócios em que pretendem se manter e quais os ativos intelectuais que devem ser competitivos. Em consequência, a melhoria e o aumento da produtividade do conhecimento por meio da força de trabalho estão se tornando o principal desafio dos negócios no século XXI. 5. Foco no crescimento. A razão pela qual a produtividade do conhecimento está se tornando tão importante é que a inovação passou a ser o termo do crescimento na equação dos negócios. Redução de custos e aumento da produtividade estão se tornando um estilo de vida e o crescimento está sendo o objetivo global a ser perseguido. Por essa razão, o conhecimento está se constituindo em uma tendência fundamental para as organizações. Estas cinco particularidades descritas por Chiavenato certamente nos fazem entender a importância de estar aprendendo coisas novas constantemente. Somente pessoas preparadas e detentoras de um bom volume de informações de qualidade, globais e que contribuam para a expansão e competitividade das organizações, é que terão essa competência – o conhecimento – devidamente desenvolvida. Cramigna (2007, p. 123) explica muito bem a importância de estar sempre atento às mudanças do mercado: Hoje, quem acompanha os movimentos do mercado atua com um pé no presente e outro no futuro, construindo seu mapa de metas. O tempo não para... Agir como um sensor, antenar-se, procurar ver além das fronteiras e muros, perceber em seu contexto as novas demandas do mercado e buscar fontes de pesquisa são comportamentos que tornam a caminhada pessoal mais divertida e rica. Para finalizar essa reflexão, a autora ainda esclarece que “quanto mais conhecimento colocamos em nossa bagagem, mais nos tornamos fortes e nos UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 28 permitimos ser flexíveis para enfrentar as mudanças e rupturas que surgem em microintervalos de tempo” (CRAMIGNA, 2007, p. 123). Concluindo, Chiavenato (2011, p. 5) sintetiza que “o conhecimento é necessário e fundamental; mas não é suficiente para o sucesso profissional”. Ele precisa estar somado com as duas outras competências, a habilidade e a atitude. Então vamos continuar nossos estudos entendendo o que significa a nossa segunda competência, a habilidade. Habilidade é sinônimo de SABER FAZER, é a capacidade técnica para realizar determinada atividade, é colocar a teoria na prática. É, conforme Cramigna (2007, p. 123), “usar o conhecimento de forma adequada”, ou seja, produzir algum resultado com o conhecimento que possui. Cramigna complementa ainda que Algumas pessoas acumulam um baú de informações teóricas e têm dificuldade de abri-lo para uso. Com o tempo, o baú é esquecido e ninguém se beneficiou de seu conteúdo. As habilidades precisam ser demonstradas na prática. O gerente-líder, além de ser bom, precisa demonstrar que é bom por meio de ações. De nada adianta colecionar cursos, leituras e informações em geral se estes não são úteis e não trazem benefício algum para a coletividade na qual o profissional está inserido. (CRAMIGNA, 2007, p. 123-124) Oliveira, Santos e Lourenção (2008, p. 191) definem que a habilidade “está relacionada ao saber fazer algo ou à capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido; instaurar informações e utilizá-las em uma ação, com vistas à consecução de um propósito específico”. Já Queiroz (2008, p. 22) explica que habilidade “é a dimensão prática que desenvolvemos na medida em que empregamos o conhecimento adquirido”. E para Katz (1955, apud CHIAVENATO, 2011, p. 3) “uma habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho desejado”. Katz (1955 apud CHIAVENATO, 2011) propôs três tipos de habilidades que são essenciais para qualquer administrador ou gerente. Porém, nos tempos atuais, tenho certeza de que essas habilidades não são essenciais apenas aos administradores e gerentes bem-sucedidos, mas para qualquer profissional que está em busca de uma boa colocação no mercado de trabalho. Essas três habilidades são a técnica, a humana e a conceitual. Daft (2010) e Chiavenato (2011) fazem um compilado dos estudos de Katz sobre essas habilidades. Vejamos: A habilidade técnica é a compreensão e a proficiência no desempenho de tarefas específicas. Ela inclui o domínio de métodos, técnicas e equipamentos envolvidos em funções específicas, tais como engenharia, manufatura ou finanças. Habilidade técnica também inclui conhecimento especializado, capacidade analítica, e o uso competente de ferramentas e técnicas para resolver problemas naquela disciplina específica. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 29 Já as habilidades humanas estão relacionadas ao trabalho com as pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. As habilidades humanas estão relacionadas com a interação com as pessoas. O desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação, sem medo ou receios e o envolvimento das pessoas são aspectos típicos de habilidades humanas. Saber trabalhar com pessoas e por meio de pessoas. Por último, a habilidade conceitual envolve a visão da organização ou unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as funções da organização, complementá-las entre si, entender como a organização se relaciona com seu ambiente e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela. As habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos problemas. Representam as capacidades cognitivas mais sofisticadas do administrador e que lhe permitem planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver a visão e perceber oportunidades onde ninguém enxerga nada. FONTE: Katz (1955, apud CHIAVENATO, 2011, p. 3) e Katz (1974, apud DAFT, 2010, p. 10-11) A combinação desses três tipos de habilidades é muito importante para qualquer profissional. Dependendo do nível organizacional no qual se trabalha – operacional, intermediário ou institucional –, a necessidade de cada uma dessas habilidades muda. Quando trabalhamos no nível operacional, existe maior necessidade de habilidades técnicas. À medida que subimos na pirâmide organizacional e chegamos ao nível institucional, a habilidade conceitual deve ser mais presente. Perceba a distribuição dessas habilidades na Figura 4. UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 30 FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO DAS HABILIDADES POR NÍVEL HIERÁRQUICO Execução das operações Fazer e executar Nível operacional Nível intermediárioNível institucional Habilidades técnicas Habilidades humanas Habilidades conceituais (manuseio de coisas físicas) (relacionamento interpessoal) (ideias e conceitos abstratos) FONTE: ULTRA SOLUÇÕES EMPRESARIAIS. Disponível em: <http://ultrasolucoesempresariais. blogspot.com.br/2012/07/habilidades-necessarias-para-o-sucesso.html>. Acesso em: 2 fev. 2015 Esta figura deixa bem claro que no nível operacional há necessidade de muitas habilidades técnicas, algumas habilidades humanas e pouca habilidade conceitual. Já no nível intermediário, chamado também de nível tático, existe praticamente um equilíbrio entre os três tipos de habilidades, sendo um pouco mais necessárias as habilidades humanas. E no nível institucional ou estratégico, no qual se concentra a alta direção da empresa, a habilidade conceitual é a mais requerida, seguida das habilidades humanas, e necessária pouca habilidade técnica. Percebam que apesar das habilidades requeridas em cada nível da pirâmide organizacional serem diferentes, todas as habilidades são requeridas em todos os níveis, mesmo que num grau bastante reduzido. Por isso, independente do nosso cargo, precisamos possuir os três tipos de habilidades e saber como equilibrá-las. E para finalizar, vamos falar um pouco sobre atitude. Atitude é o QUERER FAZER. Está relacionada com a ação, com a proatividade e iniciativa. Oliveira, Santos e Lourenção (2008, p. 191) explicam que a atitude “refere-se a aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho, que são estados complexos do ser humano que afetam o comportamento em relação a pessoas e eventos, determinando a escolha de um curso de ação pessoal”. Com isso eles querem dizer que a escolha por fazer ou não fazer algo, a ação, tem relação com a motivação que as pessoas possuem em determinado ambiente, ou seja, pessoas que se sentem motivadas em seu trabalho estão mais propensas a ter e usar esta última competência, a atitude. Queiroz (2008, p. 22) complementa bem essa explicação, descrevendo a atitude como “a predisposição pessoal em fazer ou não alguma ação. É o que nos leva a pôr em prática os conhecimentos e habilidades”. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 31 Já Chiavenato (2011, p. 5-6) nos traz um conceito bastante completo sobre o termo, dizendo que ele significa: o comportamento pessoal do administrador frente às situações com que se defronta no seu trabalho. A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as coisas para a frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas e fazer as suas cabeças. Daft (2010, p. 639) nos explica que a atitude “é uma avaliação – positiva ou negativa – que predispõe uma pessoa a agir de determinada maneira”. E, nos dias atuais, as empresas querem descobrir cada vez mais cedo como as pessoas irão se comportar frente a determinadas situações, pois as atitudes “determinam o nível de confiança entre as pessoas, o clima de trabalho, o grau de comprometimento com os objetivos e metas organizacionais e, consequentemente, com os resultados maximizados” (CRAMIGNA, 2007, p. 122). Entender as atitudes dos colaboradores é muito importante, pois elas refletem como as pessoas compreendem o ambiente de trabalho, como reagem ao seu cargo/trabalho diário e como elas se relacionam com os outros. E as empresas estão cada vez mais interessadas em indivíduos que possuem reações positivas. Em estudos descobriu-se que a característica mais comum das pessoas que estão ocupando cargos no topo das organizações é o otimismo. Elas são mais positivas, saudáveis, eficazes, produtivas e conseguem enxergar oportunidades onde outros enxergam problemas (DAFT, 2010). Outras atitudes importantes listadas por Cramigna (2007, p. 122-123), e que segundo a autora fazem a diferença, são: • Sensibilidade interpessoal (qualidade no contato com os pares, clientes e fornecedores internos e externos); • Energia e iniciativa para resolver problemas; • Disponibilidade para ouvir; • Disponibilidade para receber feedback (dos pares, liderados e líderes); • Interesse e curiosidade; • Tenacidade, persistência; • Flexibilidade, adaptabilidade: demonstração de atitude aberta e receptiva a inovações; • Postura positiva que demonstre dinamismo; • Integridade e bom senso no trato com as pessoas; • Compartilhamento do sucesso com a equipe de trabalho, com reconhecimento público das contribuições; • Senso de honestidade e ética nos negócios; • Compromisso com resultados; • Senso de orientação para metas; • Automotivação e autocontrole; • Busca permanente de desenvolvimento. Para nos tornarmos gestores, colaboradores de alto desempenho ou mesmo para aumentar nossa empregabilidade, é importante conhecermos e entendermos quais são os três componentes das atitudes. Daft (2010, p. 640) nos explica muito bem esses três elementos: UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 32 Os cientistas do comportamento consideram as atitudes como tendo três componentes: cognição (pensamentos), afeto (sentimentos) e comportamento. O componente cognitivo de uma atitude inclui as crenças, opiniões e informações inerentes à pessoa sobre o objeto da atitude, tais como o conhecimento que o trabalho envolve e as opiniões sobre capacidades pessoais. O componente afetivo são as emoções ou os sentimentos sobre o objeto da atitude, deleitar-se com um trabalho agradável ou odiá-lo. O componente comportamental de uma atitude é a intenção da pessoa de se comportar de certa maneira em relação ao objeto da atitude. A Figura 5 ilustra os três componentes de uma atitude positiva em relação ao trabalho. FIGURA 5 – COMPONENTES DA ATITUDE Afetivo... Sentimentos... "Eu amo meu trabalho." Comportamental... Intenção de agir... "Vou chegar cedo ao trabalho com um sorriso no rosto." "Meu trabalho é interessante." Cognitivo... Pensamentos... FONTE: Adaptado de Daft (2010, p. 641) O elemento cognitivo é o pensamento consciente de que “Meu trabalho é interessante e desafiador”. O elemento afetivo é o sentimento de que “Eu amo meu trabalho”. Esses elementos, por sua vez, estão relacionados com o componente comportamental – um empregado pode chegar ao trabalho cedo porque está feliz com ele. Para finalizar nossos estudos sobre as competências (CHA – conhecimento, habilidade e atitude), vamos entender mais uma abordagem bem importante. As competências anteriormente estudadas podem ainda ser divididas em competências técnicas e competências comportamentais. TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS EM GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 33 As competências técnicas são aquelas que os profissionais precisam para desempenhar seu papel. Já as competências comportamentais são aquelas que tornam o profissional mais competitivo no mercado de trabalho e que efetivamente impactam no resultado final. É o diferencial competitivo. Dessa maneira, as competências técnicas são o conhecimento e as habilidades (o saber e o saber fazer) e a competência comportamental é a atitude (querer fazer). Veja na Figura 6 o resumo final do que aprendemos neste tópico. FIGURA 6 – RESUMO DO CHA COMPETÊNCIA = CHA CONHECIMENTO = SABER HABILIDADE = SABER FAZER ATITUDE = QUERO FAZER COMPETÊNCIAS TÉCNICAS COMPETÊNCIA COMPORTAMENTAL FONTE: A autora Agora que finalizamos este tópico e compreendemos melhor o que são os conhecimentos, habilidades e atitudes, quero sugerir duas atividades que certamente ajudarão no desenvolvimento de suas competências. Para a primeira atividade, baseie-se na Árvore de Competências (Figura 3). Desenhe uma árvore em uma folha de papel, e ao lado da copa, tronco e raízes, relacione os seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Após finalizada esta primeira parte, desenhe novamente uma árvore e descreva os conhecimentos,
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