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I - CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO 1. História do Eletromagnetismo Este texto é um relato introdutório da história do eletromagnetismo, com base em dois artigos publicados na Revista Brasileira de Ensino de Física, escritos pelo professor José Maria Filardo Bassalo, a saber, os artigos n. 2 do vol 18 de junho de 1996 e n. 4 do vol. 20 de dezembro de 1998, cujo o título de ambos é o Nascimento da Física. Bassalo, atualmente é professor aposentado do Departamento de Física da Universidade Federal do Pará, além de seu trabalho como pesquisador, é um dedicado historiador da Física, ele conta histórias curiosas e pouco conhecidas. O magnetismo já era conhecido desde as civilizações antigas. Tales, de Mileto, na Grécia já conhecia os efeitos de atração e repulsão de uma pedra de um tipo de óxido de ferro. Também existem registros de que a civilização chinesa já utilizava a bússola desde o século III A.C., e que os chineses já sabiam magnetizar o aço através de imãs naturais, mas não existia teoria que explicasse o fenômeno. Na Grécia Antiga também era conhecido o fato de que ao se atritar um pedaço de âmbar com o pêlo de algum animal esse adquiria a propriedade de atrair pequenas partículas. O matemático italiano Girolano Cardano (1501-1576) foi um dos primeiros a diferenciar fenômenos elétricos de magnéticos. Em 1544, o alemão Georg Hartmann (1489-1564) mediu a inclinação magnética encontrando o valor de 6º. Em 1600 o médico inglês William Gilbert Stevinus reuniu suas observações experimentais sobre os fenômenos elétricos e magnéticos. Observou que o âmbar, quando atritado, atraia corpos leves. Como em grego Elektron significa âmbar, Gilbert denominou todos os corpos que se comportam como o âmbar de Elétricos. Acreditava que os corpos Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 2 carregados, como os magnetizados, possuíam determinado fluído que os concedia estas propriedades. Em 1663, Guericke inventou o primeiro gerador eletrostático a manivela. Em 1733 Charles François Dufay propôs a existência de dois tipos de carga elétrica. Uma delas era do tipo da carga elétrica adquirida pelo vidro atritado com seda, chamada vítria, a outra era a carga adquirida por materiais resinosos, como o âmbar, atritado com lã, chamada de resinosa. Então se falava nesses dois fluídos. Por volta de 1750 Benjamim Franklin, propôs a teoria do fluído único, segundo esta teoria todo corpo tem certa quantidade normal de fluído (corpo neutro), quando atritado com outro, ele recebia ou perdia fluído, passando a ser ativo eletricamente. Franklin foi primeiro a usar os termos positivo (para o que ganhou fluído) e negativo (para o que perdeu fluído). Conectando as duas teorias, podemos dizer que negativo era o que tinha eletricidade resinosa e positivo o que tinha eletricidade vítrea. Os termos positivo e negativo foram se fortalecendo e os sinais (+ e -) auxiliavam a descrever matematicamente o fenômeno. Verificou-se, também, que era possível armazenar a eletricidade. Na Holanda em 1745, Peter von Musschenbroek (1692-1761) registrou a invenção chamada de garrafa de Leyden, por meio da qual poderia acumular consideráveis quantidades de eletricidade e depois descarregá-la facilmente através de um grande choque. Os primeiros estudos do movimento de cargas elétricas (eletrodinâmica) foram feitos pelo fisiologista italiano Luige Galvani em 1786. Por isso eletrodinâmica era chamada de galvanismo. Em 1801, o físico italiano Alessandro G. Volta (1745-1827) demonstrou o funcionamento da pilha ou bateria elétrica que havia inventado em 1800 (por esta descoberta Napoleão o fez Conde e Senador do reino de Lombardia). Em 1820, Oersted observou que uma corrente elétrica desorientava uma agulha imantada, foi descoberta do eletromagnetismo. A observação ocorreu no final de uma aula noturna num curso que ministrava na Universidade de Copenhague. No inverno europeu de 1819-1820, Oersted ministrou, na Universidade de Copenhague, um curso sobre Eletricidade, Galvanismo e Magnetismo. Nessa época Oersted procurava encontrar uma Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 3 relação entre eletricidade e magnetismo. Inicialmente ele colocava a bússola perpendicular ao fio com corrente e nada parecia acontecer, até um dia, no começo do mês de abril de 1820, no final de uma aula noturna, ocorreu-lhe a idéia de colocar a bússola paralela ao fio, aí, então, percebeu uma deflexão da agulha da bússola. Ainda, em 1820, Ampère, tratando da descoberta de Oersted, distinguiu tensão elétrica de corrente elétrica. Ampère, denominou de eletrostática e eletrodinâmica ao estudo das cargas elétricas em repouso e em movimento, respectivamente. Ainda, em 1820, B. Biot e F. Savart sugeriram uma lei para o cálculo do campo magnético devido a uma corrente elétrica (Lei de Biot-Savart). Em 1821 Faraday apresentou suas primeiras ideias sobre linhas de Força. Faraday, propôs que a variação do fluxo do campo magnético gera uma corrente elétrica induzida. Em 1822 Ampère afirmou que o magnetismo da matéria é devido a vários microímãs gerados por correntes circulares. Em 1825 o Alemão Georg Simon Ohm realizou uma série de experimentos onde produziu o galvanômetro para medir a intensidade da corrente elétrica. Também estudou a resistência elétrica que chamava inicialmente de perda de força. Ohm ainda nesta época introduziu o conceito de Força eletromotriz, estudou circuitos em série e paralelo, condutividade e lei de Ohm. O conceito correto de diferença de potencial foi introduzido por Green em 1828. Em 1831 Henry descobriu o princípio do motor elétrico ao converter energia elétrica em mecânica. O princípio da conservação da energia só foi formulado pelo fisiologista e físico alemão Hermann Ludwig Ferdinand von Helmhontz em 1847. Durante a segunda metade do século XIX, alguns cientistas estavam procurando obter comunicação sem fios, através de ondas eletromagnéticas. Por volta de 1870 o escocês J. C. Maxwell mostrou teoricamente que cargas elétricas aceleradas produzem ondas eletromagnéticas, mas foi H. Hertz, em 1887, que demonstrou experimentalmente a existência dessas ondas. Com a formulação das quatro equações de Maxwell podemos considerar que todo eletromagnetismo está devidamente compreendido. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 4 Por volta de 1898 Thomson descobre o elétron e Robert A Millikan entre 1910 e 1913, determinou o valor da carga elétrica elementar: Ce 19106,1 −= . Todas as partículas formadoras da matéria observadas até hoje tem cargas que são múltiplas de e. A tabela abaixo fornece a carga e massa de algumas partículas elementares. Partícula Elementar Carga elétrica Massa (kg) Próton + e 1,67 x 10-27 Neutro 0 1,68 x 10-27 Elétron -e 9,11 x 10-31 Pósitron +e 9,11 x 10-31 Neutrino 0 0 Antipróton -e 1,67 x 10-27 Um corpo terá carga igual a: neq = , onde n = 1, 2, 3, 4, 5, ... é número de cargas positivas ou negativas em excesso no corpo. Observação: segundo a teoria dos quarks (postulada sua existência em 1964), essas partículas teriam cargas 3 e − (quark d) e 3 2 e + (quark u); o próton, por exemplo, seria formado por dois quarks u e um quark d: e ee =−+ ) 3 ( 3 2 2 ; e o neutro seria formado por dois quark d e um quark u: 0) 3 (2 3 2 =−+ ee . Entretanto, isso não contradiz a quantização da carga, pois os quarks não são observados como partículas livres: elas sempre estão agrupadas. Exemplo 1: após atritar um canudinho de refrigerante com papel, o canudinho passa a atrair objetos leves, pois ficou eletricamente carregado ou eletrizado. Estima-se que há 1,5 x 104 elétrons em excesso no canudinho. Qual o valor de sua carga? Tabela 1: Carga e massa de algumas partículaselementares Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 5 2. Eletrização de um corpo: conservação da carga 2.1 Eletrização por Atrito Observe que somente os elétrons são transferidos de um corpo para outro, pois para arranca-los do átomo, é necessário uma energia muitas vezes menor que a energia necessária para arrancar um próton do núcleo. Observe também que a carga total do sistema antes e depois do atrito são iguais. 2.2 Eletrização por Contato Figura 2: Eletrização por contato Note que novamente ocorre conservação da carga e a força elétrica após o contato é repulsiva. Os dois corpos poderão obter a mesma quantidade de carga somente se forem condutores do mesmo tamanho e formato. + - + - + - - + - + - + ATRITO + + + + + + - - - - - - Transferência de elétrons Q = 0 Q = 0 - + - + - + - - - - - - CONTATO - - - - - - Q = - 6e Q = - 6e Figura 1: Eletrização por atrito. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 6 2.3 Eletrização por Indução Para verificarmos a conservação da carga precisamos considerar nosso sistema constituído pelo bastão, esfera e a terra. Em experimentos simples, a ligação com a terra pode ser substituída por um toque com o dedo. Após a eletrização por indução ocorre uma atração mais intensa do que antes do processo. Figura 3: Eletrização por Indução. + - - + - - - - - - APROXIMAÇÃO - - - - - - - + - + A T E R R A M E N T O - - - - - - - + - + - - - - - - + + FINAL - - Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 7 Figura 4: Balança de torção de Coulomb. Fonte; Keller, Gettys e Skove, vol 2. 3. Lei de Coulomb Veja que com a eletrização, passa existir uma força elétrica entre corpos, agora vamos tratar do valor desta força para o caso especial de cargas pontuais. Uma carga puntiforme não é necessariamente um ponto, mas as dimensões dos corpos envolvidos devem ser muito inferiores a distância entre eles. Charles Augustus Coulomb usando a balança de torção mostrada na figura ao lado, fez medidas da força elétrica relacionando a distância r entre as esferas A e B e ao valor de suas cargas. A força elétrica de repulsão, entre as esferas A e B gera uma torção de um certo ângulo no fio. Medindo o ângulo de torção e sabendo o valor da constante de torção do fio (a letra grega kappa) é possível encontrar o valor do torque usando a relação −= que é semelhante a relação kxF −= para molas. Agora basta usar a relação 𝜏 → = 𝑑 → × 𝐹 → e determinar o valor da força elétrica. Através destes experimentos, Coulomb deduziu a expressão abaixo que leva seu nome. tecons r qq F tan 2 21 = Mais tarde, a constante foi escrita como 04 1 , onde 0 é a constante de permissividade do vácuo e tem valor de 2 2 12 0 . 1085,8 mN c−= , assim 2 2 9 0 C Nm 1099,8 4 1 = . Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 8 Portanto, a lei de Coulomb pode ser escrita como 2 21 0 r qq 4 1 F = e na forma vetorial: ( ) 12212 21 0 21 ˆ 4 1 r r qq F = onde r é a distância entre as cargas q1 e q2. Exemplo 2: as cargas q1 e q2 possuem valores de -20,0 µC e 300,0 nC respectivamente e estão afastadas por uma distância de 5,0 cm, conforme a figura a seguir. Determine a força sobre a carga q2. Exemplo 3: as cargas q3 e q4 possuem valores de -30,0 µC e 60,0 µC respectivamente e estão afastadas por uma distância de 40,0 mm, conforme a figura ao lado. Determine a força sobre a carga q3. q1 q2 F21 r12 F12 Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 9 Exemplo 4: as cargas q1 e q2 possuem valores de 50,0 µC e 800,0 nC respectivamente e estão afastadas por uma distância de 9,0 cm, conforme a figura ao lado. Determine a força sobre a carga q1. Para calcular a força elétrica resultante exercida sobre a carga q devido a duas ou mais cargas, devemos somar vetorialmente as forças respectivas exercidas sobre q. ...FFFF 1413121 +++= →→→→ onde a notação ijF significa força exercida na carga i pela carga j. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 10 Exemplo 5: qual a força elétrica resultante exercida sobre a carga q1 devido as cargas q2, q3 e q4, distribuídas nos vértices de um quadrado de lado a. Considere qqq == 41 ; qq 22 = e qq −=3 . Resolução �⃗�1 = �⃗�12 + �⃗�13 + �⃗�14 �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞2 𝑟21 2 𝑟21̂ + 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞3 𝑟31 2 𝑟31̂ + 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞4 𝑟41 2 𝑟41̂ com qqq == 41 ; qq 22 = e qq −=3 : �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 𝑞. 2𝑞 𝑎2 𝑖̂ + 1 4𝜋ℰ0 𝑞. (−𝑞) 2𝑎2 (𝑐𝑜𝑠Ɵî + 𝑠𝑒𝑛Ɵ𝑗) + 1 4𝜋ℰ0 𝑞. 𝑞 𝑎2 𝑗̂ �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 2𝑞2 𝑎2 𝑖̂ + 1 4𝜋ℰ0 (−𝑞2) 2𝑎2 ( √2 2 î + √2 2 𝑗) + 1 4𝜋ℰ0 𝑞2 𝑎2 𝑗̂ �⃗�1 = 𝑞2 4𝜋ℰ0𝑎2 [2𝑖̂ − √2 4 î − √2 4 𝑗 + 𝑗̂] �⃗�1 = 𝑞2 4𝜋ℰ0𝑎2 [𝑖̂ (2 − √2 4 ) + 𝑗̂ (1 − √2 4 )] q2 q1 q4 q3 q2 q1 q4 q3 r21= î j a Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 11 Exemplo 6: Determine a força elétrica sobre a carga do canto superior esquerdo (carga 2q) do quadrado de lado a da figura abaixo. Em seguida assinale a alternativa que representa a resposta correta. ( ) �⃗� = 𝑞2 4𝜋𝜖0𝑎 2 [𝑖̂ (4 + √2 2 ) + 𝑗̂ (6 + √2 2 )] ( ) �⃗� = 𝑞2 4𝜋𝜖0𝑎 [𝑖̂ ( √2 2 ) + 𝑗̂ (2 − √2 2 )] ( ) �⃗� = 𝑞2 4𝜋𝜖0𝑎 2 [𝑖̂ (4 − √2 2 ) + 𝑗̂ (2 + √2 2 )] ( ) �⃗� = 𝑞2 4𝜋𝜖0𝑎 2 [𝑗̂ (4 − √2 2 ) + 𝑖̂ (2 + √2 2 )] ( ) Nenhuma das alternativas Resolução: q1=2q; q2=q; q3=q; q4=-2q; �⃗�1 = �⃗�12 + �⃗�13 + �⃗�14 �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞2 𝑟21 2 𝑟21̂ + 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞3 𝑟31 2 𝑟31̂ + 1 4𝜋ℰ0 𝑞1𝑞4 𝑟41 2 𝑟41̂ �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 2𝑞. 𝑞 𝑎2 𝑗̂ + 1 4𝜋ℰ0 2𝑞. (𝑞) 2𝑎2 (−𝑐𝑜𝑠Ɵî + 𝑠𝑒𝑛Ɵ𝑗) + 1 4𝜋ℰ0 2𝑞. (−2𝑞) 𝑎2 (−𝑖)̂ �⃗�1 = 1 4𝜋ℰ0 2𝑞2 𝑎2 𝑗̂ + 1 4𝜋ℰ0 (2𝑞2) 2𝑎2 (− √2 2 î + √2 2 𝑗) + 1 4𝜋ℰ0 4𝑞2 𝑎2 𝑖̂ �⃗�1 = 𝑞2 4𝜋ℰ0𝑎2 [2𝑗̂ − √2 2 î + √2 2 𝑗 + 4𝑖̂] �⃗�1 = 𝑞2 4𝜋ℰ0𝑎2 [𝑖̂ (4 − √2 2 ) + 𝑗̂ (2 + √2 2 )] Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 12 4. Definição de Campo Elétrico Suponha uma carga q2 sozinha no espaço, agora pense numa carga q1 que se aproxima da carga q2, a carga q2 será influenciada, sendo solicitada por uma força cada vez maior em direção a q1. Vamos pensar nas seguintes perguntas: (a) quem avisou q2 da existência de q1? (b) Um pequeno movimento de q1 será instantaneamente sentida por q2? Para responder a estas perguntas precisamos admitir a existência de um campo elétrico. Uma carga gera ao seu redor um campo chamado Campo Elétrico. É conveniente representar este campo invisível por linhas de força. A densidade das linhas é diretamente proporcional ao valor do campo e o sentido e direção das linhas representam o sentido e direção do Campo Elétrico. Através do campo podemos descrever a atração de duas cargas q1 e q2 da seguinte forma: A carga q1 gera um campo elétrico, quando a carga q2 é mergulhada neste campo ela sofre uma força elétrica. A introdução do Campo Elétrico facilita a descrição dos fenômenos elétricos,pois é mais fácil conhecer o Campo do que a distribuição de cargas. (a) (c) (d) (b) Figura 5: campo elétrico. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 13 Podemos determinar a existência e as propriedades (módulo, direção e sentido) do campo elétrico num certo ponto inserindo uma carga teste q positiva neste ponto. Se ela for solicitada por uma força elétrica, neste ponto existe campo elétrico e é determinado pela equação: q F E → → = Esta equação define que a direção e sentido de E é a igual a F, porém para q positivo. Figura 6: O Campo Elétrico em um ponto tem a mesma direção e sentido da força elétrica que age sobre uma carga teste positiva colocada naquele ponto. Fonte: Halliday, resnick e Walke, vol. 3. 5. Cálculo do Valor do Campo Elétrico Devido a Distribuições de Cargas Agora encontraremos as relações que nos fornecem o valor do Campo Elétrico devido a: cargas pontuais, anel carregado e um disco carregado. 5.1 Campo Criado por uma Carga Pontual Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 14 Figura 7: Força elétrica sobre q0 A Lei de Coulomb descrece a força F que está agindo na carga qo localizado no ponto P: 2 0 0 4 1 r qq F = (1) O valor do Campo em P é definido por: 0 0 EqF q F E =→= (2) Com (1) e (2) encontramos: 2 0 4 1 r q E = (3) e na forma vetorial: r r q E ˆ 4 1 2 0 = Onde o vetor unitário r̂ dá a direção e sentido do vetor r que tem origem na carga que promove o campo E e fim no ponto que está sendo determinado o campo. Figura 8: Campo Elétrico em P devido a uma carga pontual Exemplo 6: Determine o campo no ponto P, a 2,0 cm de uma carga elétrica q de -8,0 µC, conforme a figura se seguir. q r P E q r qo F P P q Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 15 Exemplo 7: Determine o campo no ponto P, a 12,0 mm de uma carga elétrica q de 500,0 nC, conforme a figura se seguir. No caso de duas ou mais cargas pontuais ....4321 ++++= →→→→→ EEEEE ou = = N i i i i r r q E 1 2 04 1 Onde 1 → E é o campo elétrico em P produzido pela carga 1 e → 2E é o campo em P produzido pela carga 2 e assim sucessivamente. Exemplo 8: Determine o campo elétrico no centro do quadrado imaginário formado pelas 4 cargas conforme a figura a seguir. P q a 3q q 2q -q q Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 16 Exemplo 9: Determine o campo elétrico no centro do quadrado imaginário formado pelas 4 cargas conforme a figura a seguir. 5.2 Campo Elétrico Criado por um Anel Carregado Inicialmente precisamos definir densidade linear de carga: dsdq ds dq =→= (4) dq é uma pequena quantidade de carga ou uma carga diferencial. Esta pode ser considerada pontual, portanto: 2 0 4 1 r dq dE = ou 2 0 4 1 r ds dE = (5) Uma carga diferencial dq gera um campo dE num ponto P situado a uma distância r. Em geral, o campo resultante neste ponto é encontrado pela somatória ou integração de dE devido a todas as cargas diferenciais que formam o corpo carregado. No caso do anel carregado, uma carga diferencial dq situada no comprimento diferencial ds gera um campo diferencial dE no ponto P conforme a figura 9. O campo resultante estará sobre o eixo Z sendo formado pela integral de dEcos. a 2q 2q -q -q Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 17 = R dEE 2 0 cos (6) onde 2 0 4 1 r ds dE = como 222 zRr += ainda temos que ( ) 2 1 2222 cos zR z zR z r z + = + == , portanto: ( ) 2 1 22 22 0 4 1 cos zR z zR ds dE ++ = ou Retornando a relação (6) escrevemos: Como z, e R são constantes a medida que percorremos o anel, teremos: ( ) + = R ds zR z E 2 02 3 22 0 4 1 ( ) + = 2 0 2 3 22 04 1 rd zR z E portanto: ( ) R zR z E 2 4 1 2 3 22 0 + = (7) 22 0 4 1 zR ds dE + = ( ) 2 3 22 0 4 1 cos zR dsz dE + = ( ) + == RR zR dsz dEE 2 0 2 3 22 0 2 0 4 1 cos Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 18 como Rqdsdqdsdq ds dq 2 =→=→=→= , substituímos este valor na equação (7) e encontramos: ( ) 2 3 22 0 4 1 zR zq E + = (8) onde q é a carga total do anel. Exemplos: (a) Estime o valor do campo no centro do anel e depois calcule esse valor com a equação acima. (b) Estime o valor do campo para uma um distância do anel (z) muito maior que R. Depois calcule esse valor com a equação acima. 5.3 Campo Elétrico devido a um disco carregado Agora precisamos definir a densidade superficial de carga : da dq area ac =→= arg Como mostra a figura 10, podemos dividir o disco em pequenos anéis com carga dq, portanto o Campo no ponto P produzido por um anel infinitesimal pode ser escrito como: ( ) 2 3 22 0 4 1 zr zdq dE + = A pequena área da pode ser escrita como rdrda 2= , assim rdrdq 2= , logo: ( ) 2 3 22 0 2 4 1 zr rdrz dE + = ( ) ( ) + = + == R R R zr rdr z zr rdrz dEE 0 0 0 2 3 22 0 2 3 22 0 2 4 12 4 1 Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 19 Esta integral pode ser resolvida por + = + 1 1 n u duu n n , onde 22 rzu += e rdrdu 2= , assim: Portanto: Então: + −= 22 0 1 2 Rz z E Exemplo 1: determine o campo elétrico em um ponto muito próximo do plano. Exemplo 2: determine o campo no ponto P, devido ao semianel carregado de cargas negativas. ( ) − == + − − 2 1 2 2 1 2 3 2 3 22 u duu zr rdr ( ) ( ) zRz rz zr rdr R R 22 2 1 2 22 0 2 1 22 0 2 3 22 + + −= − + = + − Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 20 6. FLUXO Figura 11: Fluxo para superfície planas com várias orientações em um campo uniforme. Fonte: Keller, Guetys e Skove, v. 2, p. 34 A superfície imaginária intercepta o fluxo afim de medi-lo. Em cada uma das três situações o fluxo é diferente devido a variação do ângulo entre a superfície e o fluxo. O vetor área A (na figura acima foi usado S no lugar de A), tem módulo A (área em m2), direção perpendicular a superfície e sentido para fora (no caso de superfície fechada). Na letra (a) da figura acima, o fluxo é dado por , onde VA= , na letra (b) não há fluxo e na letra (c) o fluxo é cosVA= onde cosA é a superfície que efetivamente intercepta o fluxo. A partir destas três situações podemos encontrar uma equação geral para fluxo: AV •= Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 21 7. Fluxo do campo Elétrico A figura ao lado representa uma superfície gaussiana interceptando um campo elétrico. Por definição esta superfície é fechada e imaginária (hipotética). Ela está dividida em pequenas áreas A O fluxo em cada uma é dado por EA •= . Tomando quadrados cada vez menores chegamos a: AdE •= Figura 12: Fluxo do campo elétrico. Fonte halliday, Resnic e Walker; v.3, p.41. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 22 Exemplo: Calcule o fluxo do campo elétrico através das superfícies Gaussiana cilíndrica abaixo. Figura 13: Superfície Gaussiana cilíndrica. 8. Lei de Gauss O Fluxo do Campo Elétrico para qualquersuperfície fechada é igual a carga resultante encerrada pela superfície, dividida pela constante 0. Φ = ∮ �⃗⃗� • 𝑑𝐴 = 𝑞 𝜀0 onde q é a carga líquida (total) dentro da superfície gaussiana e pode ser positiva ou negativa, q nesta equação não representa somente o módulo da carga. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 23 Exemplo 1: determine o fluxo do campo elétrico através das 4 superfícies representadas na figura abaixo. As cargas possuem os valores de: q1=17,7 nC e q2=-17,7 nC. Figura 14: Fluxo de E por quatro superfície diferentes. Φ = ∮ �⃗⃗� • 𝑑𝐴 = 𝑞 𝜀0 Φ = 𝑞 𝜀0 Φ1 = 𝑞1 𝜀0 = 17,7 𝑛𝐶 8,85 × 10−12 𝐶2 𝑁𝑚2 = 17,7 × 10−9 𝐶 8,85 × 10−12 𝐶2 𝑁𝑚2 = 2.000 𝑁 𝐶 𝑚2 Φ2 = 𝑞2 𝜀0 = −17,7 𝑛𝐶 8,85 × 10−12 𝐶2 𝑁𝑚2 = −17,7 × 10−9 𝐶 8,85 × 10−12 𝐶2 𝑁𝑚2 = −2.000 𝑁 𝐶 𝑚2 Φ3 = 𝑞3 𝜀0 = 0 𝜀0 = 0 Φ4 = 𝑞1 + 𝑞2 𝜀0 = 17,7 × 10−9 𝐶 + (−17,7 × 10−9 𝐶) 8,85 × 10−12 𝐶2 𝑁𝑚2 = 0 Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 24 Exemplo 2: a partir da lei de Coulomb encontramos a expressão 2 0 4 1 r q E = para o valor do campo elétrico num ponto P, a uma distância r de uma carga q. Encontrar esse resultado pela lei da Gauss. Figura 15: Campo Elétrico em P devido a uma carga pontual Ressolução: Precisamos usar a lei de Gauss 0 q AdE =• . Para isso Primeiramente imaginamos uma superfície passando pelo ponto que queremos saber o valor do campo elétrico. Após desenvolvemos os cálculos a partir da lei de Gauss. Veja os cálculos: q r P E q r P E Figura 16: aplicação da lei de Gauss para cálculo de E próximo a uma carga pontual dA dA Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 25 ∮ �⃗⃗� • 𝑑𝐴 = 𝑞 𝜀0 lei de Gauss ∮ 𝐸𝑑𝐴𝑐𝑜𝑠Ɵ = 𝑞 𝜀0 Ɵ=0 0 q dAE = pois dA é em toda superfície paralelo a E. 0 q dAE = E é constante 𝐸𝐴 = 𝑞 𝜀0 0 24 q rE = a área total da esfera é 24 r . Isto conduz a 𝑬 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 𝒒 𝒓𝟐 ; veja que a lei de Gauss é equivalente a lei de Coulomb. Exemplo 3: utilizar a lei da Gaus para mostrar que a carga em um condutor condutor em equilíbrio eletrostático está na superfície externa. Resolução: quando um condutor está descarregado, possui elétrons livres, porém o campo no interior e exterior é zero. Se o condutor receber carga, esta se distribuirá e alcançara o repouso ou equilíbrio eletrostático. Nessa condição não há mais movimentação de cargas (corrente elétrica) no interior do condutor. A força sobre uma carga é zero, como q F E = , temos E=0. Portanto, quando o condutor atinge o equilíbrio eletrostático, o campo no interior do condutor é zero. A lei de Gauss confirma que nessas condições, a carga em excesso no condutor deverá estar na superfície. Para uma superfície gaussiana logo abaixo da superfície do condutor, temos: 0 q AdE =•= ; 0 0 q == ; devido a E=0 teremos 0=q ; portanto “não há carga no interior do condutor”. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 26 Se a carga não está dentro da superfície gaussiana que está logo abaixo da superfície do condutor, ela somente poderá estar fora, isto é, na superfície do condutor. No exterior do condutor, haverá campo elétrico, este será perpendicular a superfície. Caso fosse tangente provocaria correntes eletrônicas retirando o condutor do equilíbrio. Isto também é válido para condutores com cavidade. Exemplo 4: calcular o campo proximo de uma placa isolante. Exemplo 5: caluclar o campo próximo de uma placa condutora. Exemplo 6: calcular o campo a distância r de uma linha carregada Exemplo 7: determinar o campo no interior e exterior de uma esfera condutora de raio R. Primeira lista de exercícios – Carga Elétrica e Campo Elétrico 1. Assinale com (V) a alternativa verdadeira e (F) se a alternativa for falsa. ( ) Na eletrização por contato ocorre transferência de carga no momento do contato até que os objetos atinjam o mesmo potencial elétrico. Se os objetos forem condutores de mesmo formato o objeto menor ficará com menos carga que o maior. ( ) Na lei de Gauss , a superfície imaginária ou superfície gaussiana deve ser fechada, podendo ter qualquer formato. A carga q é do sistema de cargas, não é necessariamente a carga de dentro da superfície Gauss, já que podem ser escolhidas superfícies muito pequenas. 0 q AdE =•= E=0 E E E Figura 17: condutor carregado positivamente em equilíbrio eletrostático. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 27 ( ) Quando você caminham sobre um tapete de náilon num dia bem seco e a seguir toca um objeto metálico grande, tal como uma maçaneta, pode ocorrer uma faisca e você sentirá o choque. Nesse caso ocorre a eletrização entre você e o tapete. Uma pessoa sente o choque quando está necessariamente cheio de cargas, quanto mais cargas elétricas num corpo, maior é o choque elétrico. ( ) Um objeto constituído de material isolante possui uma densidade de carga volumétrica distribuída em todo o objeto. Caso tivermos um objeto condutor como uma esfera de aço, o campo elétrico existirá somente no exterior, porém se essa esfera for oca, o campo não será zero no seu centro. ( ) Quando acionamos o interruptor, estamos fechando o circuito elétrico, com isso é estabelecido um campo elétrico nos condutores e como resultado haverá uma força elétrica que moverá os elétrons livres para percorrerem os fios condutores e transmitirem a energia elétrica para lâmpadas, ventiladores e outros consumidores. 2. Qual a carga de um corpo que possui 3,0 1025 elétrons em excesso. R: 4,8 106C 3. A massa de uma moeda de cobre é m = 3,11 g. Sendo eletricamente neutra, ela contém quantidades iguais de cargas positivas e negativas. Qual é o módulo q da carga total positiva (ou negativa) na moeda. Observação: Para saber o valor desta carga, teremos de saber inicialmente o número (estimado) de átomos contidos nesta moeda. Isto pode ser calculado por N=NA m/M, onde NA é o número de Avogadro igual a 6,0210 23 át/mol e M é a massa molar do cobre, 63,5 g/mol. Também é necessário levar em consideração o número atômico do cobre. R: ~ 137.000 C. 4. Vimos que na moeda de cobre do exercício 5, a carga total positiva (ou negativa) tem módulo igual a 1,37105 C. Suponhamos que as cargas positivas e negativas da moeda pudessem ser concentradas em dois pacotes distintos, afastados de 100 m um do outro. Que força atrativa atuaria sobre cada pacote? R: 1,691016 N Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 28 5. Segundo a teoria dos quarks (postulada sua existência em 1964), essas partículas teriam cargas (quark d) e (quark u); o próton, por exemplo, seria formado por dois quarks u e um quark d; e o neutro seria formado por dois quark d e um quark u. Mostre que a soma das cargas dos quarks formadores do próton e do nêutron é coerente com a carga do próton e nêutron apresentada na tabela 1. 6. A distância média r entre o elétron e o próton no núcleo do átomo de hidrogênio é de 5,310-11 m. Qual é o módulo da força eletrostática média entre estas duas partículas? R: 8,210-8 N 7. A força eletrostática entre dois íons iguais, separados por uma distância de 5,0 . 10-10 m, vale 1,48 . 10-8 N. (a) Calcule a carga de cada íon. (b) Quantos elétrons estão faltando em cada ion? (R: (a) 6,4 . 10-19 c (b) quatro) 8. Na formação do cristal de cloreto de sódio (NaCl) a distância entre o íon Na+ e o íon de Cl- é aproximadamente3,0 angstron (1 angstron=10-10m). Determine o módulo da força elétrica de atração. R:2,56x10-9 N 9. A Terra possui uma carga elétrica líquida que produz um campo elétrico orientado para o centro da Terra com modulo de 150 N/C em pontos nas vizinhanças de sua superfície. Qual seria o módulo e o sinal da carga líquida que uma pessoa de 60,0 kg deveria possuir para que seu peso fosse igual e contrário à força produzida pelo campo elétrico da Terra? R: 3,92C 10. De acordo com o manual de padrões de segurança do IEEE (Instute of Electrical and electronic and engineers), os seres humanos devem evitar exposições prolongadas a campos superiores de 614 N/C. Nessas condições (campo de 614 N/C), qual é o módulo da força elétrica que atua sobre um elétron? R: 9,8x10-17N 11. Calcule a força resultante que atua na carga do canto esquerdo inferior do quadrado? R: 3 e − 3 2 e + −+ + 2 2 2 2 2 4 4 1 2 2 ji a q o a +2q +q - q - 2q Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 29 12. O experimento da gota de óleo de Millikan. Em um experimento clássico , R. A. Millikan (1868-1953) mediu a carga eletrônica. Formaram-se gotas de óleo por um atomizador, e algumas delas caíram por um orifício em uma região de um campo elétrico uniforme entre as placas carregadas. Millikan podia observar uma determinada gota através de um microscópio e determinar sua massa medindo sua velocidade terminal. Millikan então carregou a gota, irradiando-a com raios- x, e ajustou o campo elétrico de modo que a gota ficasse em equilíbrio estático em razão das forças gravitacionais e elétricas iguais e opostas. (a) Qual é a carga em uma gota de massa 2,3210-14 Kg que permanece suspensa em um campo elétrico de 2,03105 N/C? Admita g=9,8 m/s2. (b) Quantas cargas eletrônica a resposta da parte (a) representa? R: (a) 1,12 10-18C (b)7 13. Calcule campo elétrico no centro do quadrado da igura ao lado? considere q = 1,0 . 10-8 C e a = 5 cm. R: 1,02 . 105 j a -q +2q +q -2q Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 30 14. Uma carga Q positiva é distribuída uniformemente sobre um fio semicircular de raio R. Determine o campo elétrico no ponto O. R: 15. O valor do campo elétrico sobre o eixo de um anel carregado é dado pela equação , onde q é a carga total do anel, R é o raio do anel. Apartir desta equação, determine: (a) o valor do campo elétrico para um ponto muito afastado do anel (z>>R). Comente a resposta. Resp: . (b) o valor do campo elétrico no centro do anel (z=0). Comente a resposta. Resp: E=0 16. Determine o campo elétrico próximo a um piso cerâmico carregado com densidade de carga . Este piso pode ser considerado como uma plano não condutor e infinito. A equação que permite determinar o campo elétrico sobre o eixo do disco a uma distância Z do seu centro é dado por onde R é o raio do disco. 17. Uma carga pontual de 1,8 C encontra-se no centro de uma superfície gaussiana cúbica com 55 cm de aresta. Calcule o valor do fluxo através desta superfície. R: 2,03x105Nm2/C 18. Calcule pela lei de Gauss o campo devido a um plano carregado (placa não condutora). R: 19. Uma esfera condutora uniformemente carregada, de 1,2 m de diâmetro, possui uma densidade superficial de cargas de 8,1 C/m2. (a) Determine a carga total sobre a esfera. (b) Qual é o valor do fluxo elétrico líquido que está deixando a superfície da esfera? (represente a superfície gaussiana) R: a) 3,7 . 10-5 C b) 4,14 . 106 Nm2/C R2 E 0 = 2 3 22 0 )zR( zq 4 1 E + = 2 0 z q 4 1 E = + −= 22 0 1 2 Rz Z E o E 2 = Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 31 20. Uma infinita linha de cargas produz um campo de 4,5 . 104 N/C a uma distância de 2 m. (a) Encontre pela lei de Gauss a expressão do campo a uma distância r do condutor. (b) Calcule a densidade de carga linear. 21. Determinou-se, experimentalmente, que o campo elétrico numa certa região da atmosfera terrestre, está dirigido verticalmente para baixo. Numa altitude de 300 m, o campo tem módulo de 60,0 N/C; e numa altitude de 200 m, 100 N/C. Determine a carga líquida contida num cubo de 100 m de aresta, com as faces horizontais nas altitudes de 200 e 300 m. Despreze a curvatura da terra. R: 3,54 10-6 C 22. Em meio a uma tempestade ocorre a formação de um raio. Esse raio é uma descarga elétrica ou simplesmente uma corrente elétrica formada de elétrons e íons do gás. Para ocorrer esse fenômeno, o meio precisa de um campo elétrico com um valor mínimo, para o ar é necessário um campo de 3,0x106 N/C. Qual é o valor da força elétrica sobre um elétron sob esse valor de campo elétrico. 23. Um dipolo elétrico com momento de 0,032x10-28 C.m faz um ângulo de 20O com um campo elétrico uniforme de 3x103 N/C. Calcular o valor do torque do campo sobre o dipolo. OBS: Um dipolo elétrico é formado por duas cargas de sinais contrários afastadas uma da outra por uma distância d. Este dipolo possui um momento, chamado de momento de dipolo (p=qd), onde q é o módulo das cargas. O módulo de p é qd e o sentido é da carga negativa para positiva. Quando este dipolo é mergulhado em um campo elétrico, sofre um torque 𝜏 = 𝑝𝐸𝑠𝑒𝑛Ɵ. Veja figura do exercício. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 32
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