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Capítulo 6 Clivagem embrionária e blastulação Morten Vejlsted Após a fertilização, a meiose é concluída, a ciclicidade celular retorna ao padrão mitótico. O genoma embrionário único é estabelecido por meio da mistura dos cromossomos paternos e maternos com a dissolução dos dois pronúcleos. Este evento provê ao zigoto a genética completa para o desenvolvimento embrionário. O citoplasma do zigoto, herdado do ovócito, contém a composição molecular e estrutural completa e necessária para iniciar as primeiras clivagens e, posteriormente, ativar o genoma do embrião para a nova transcrição embrionária. Assim, a fase inicial de desenvolvimento é guiada por informações armazenadas no ovócito e passadas ao zigoto e ao embrião recém-formado. Clivagens e ativação do genoma No zigoto, a fase S é concluída durante o primeiro ciclo celular após a fertilização. Assim, quando o zigoto cliva em um embrião de duas células na primeira mitose, cada uma das duas células, denominadas blastômeros, contém uma cópia completa do genoma embrionário (Figs. 2-1, 6-1). O embrião ainda é, e continuará sendo, circundado pela zona pelúcida por alguns dias. Uma série de divisões mitóticas continuam a ocorrer. Durante esta fase de desenvolvimento, as divisões mitóticas são peculiares, pois ocorrem quase sem crescimento celular, as células vão se tornando cada vez menores, pois o citoplasma original do zigoto é dividido em porções cada vez menores. Estas divisões celulares são denominadas clivagens. Os blastômeros podem ser de tamanhos desiguais devido a uma assincronia na clivagem. Esta assincronia torna-se aparente desde o início, mesmo entre os estágios de duas e quatro células, que resulta em um temporário embrião de três células. Ao menos no camundongo, o ponto de penetração do espermatozoide pode posicionar o plano da primeira clivagem. Além disso, no estágio duas células, o blastômero que herda o local de entrada do espermatozoide tende a se dividir mais precocemente e tem a maior probabilidade de originar as células posicionadas internamente no crescente montante celular. 115 Fig. 6-1 Cortes de um zigoto bovino (A) com dois pronúcleos (setas) e de um embrião de duas células (B) com núcleos (setas). As clivagens iniciam-se durante o transporte embrionário pelo oviduto, mas em um estágio espécie específico do desenvolvimento, o embrião chega ao útero (Tabela 6-1). A égua é muito particular no que diz respeito ao transporte pelo oviduto, a entrada no utero é permitida somente para embriões, enquanto ovócitos não fertilizados, por um mecanismo ainda desconhecido, ficam retidos no oviduto. Tabela 6-1 Momento de passagem do embrião do oviduto para o útero e de formação de blastocistos, em diferentes espécies Durante o crescimento ovocitário, transcritos e proteínas são armazenados nestas células especializadas para uso futuro (Fig. 6-2). No final da fase de crescimento a transcrição diminui. No entanto, o ovócito pode ser carregado em maior ou menor grau com os transcritos e proteínas necessários para a condução do desenvolvimento embrionário inicial e que governam, ao menos, a primeira clivagem. Os transcritos e 116 as proteínas são gradualmente degradados após a fertilização e, em certo estágio de desenvolvimento, a atividade do genoma embrionário é necessária. O genoma embrionário é ativado gradualmente; a transcrição é muito limitada no início, mas aumenta em estágios espécie-específicos e em duas fases: a ativação menor e a ativação principal do genoma embrionário (Tabela 6-2). Fig. 6-2 Controle materno versus embrionário do desenvolvimento inicial do embrião. Durante a fase de crescimento ovocitário nos folículos, transcritos e proteínas são acumuladas no ovócito. Com o desenvolvimento, esses componentes são gradualmente utilizados e degradados. Em paralelo, o genoma embrionário passa inicialmente por uma ativação menor e subsequentemente pela ativação principal. Este processo ocorre no estágio de quatro células em suínos e oito células em bovinos. Tabela 6-2 Momento da ativação menor e ativação principal do genoma embrionário em diferentes espécies Espécies Ativação menor do genoma Ativação principal do genoma Camundongo Fase G2 do primeiro ciclo celular (zigoto) Segundo ciclo celular (embrião de duas células) Suíno Desconhecido Terceiro ciclo celular (embrião de quatro células) Bovino Primeiro ciclo celular (zigoto) Quarto ciclo celular (embrião de oito células) Canino Desconhecido Quarto ciclo celular (embrião de oito células) Equino Desconhecido Do quarto para o quinto ciclo celular (embrião de oito a 16 células) Ovino Desconhecido Do quarto para o quinto ciclo celular (embrião de oito a 16 células) 117 Após poucas divisões celulares, o embrião adquire a forma de uma pequena massa de células denominada mórula, nome em latim para amora. Compactação Todas as células individuais da mórula são idênticas às iniciais, suas formas esféricas dão à mórula a aparência típica de uma amora. Mais tarde, porém, as células exteriores diferenciam-se em um epitélio firmemente unido atribuindo ao embrião uma superfície mais lisa. Este processo é conhecido como compactação (Fig. 6-3). As células externas constituem o trofectoderma ou trofoblasto. Neste livro, o termo trofectoderma será utilizado quando se referir a um período anterior à placentação e trofoblasto quando estas células já estiverem comprometidas com a formação da placenta. A firme união entre as células vizinhas do trofectoderma resultam em junções intercelulares especializadas, incluindo junções do tipo oclusivas e desmossomos. Assim, um típico epitélio com compartimentos celulares apicais e basolaterais é formado. Existem algumas diferenças entre as espécies para o período de compactação: no suíno ocorre muito cedo no desenvolvimento, ao redor do estágio de oito células, enquanto que em bovinos acontece mais tarde, por volta do estágio de 16 a 32 células. 118 Fig. 6-3 Cortes de embriões de suínos. A: embrião de quatro células apresentando três blastômeros e um núcleo (seta). 1: Zona pelúcida. B: Mórula no processo de compactação. Observe a estreita ligação (seta) entre as células externas. 1: Zona pelúcida. C: Blastocisto. 1: Zona pelúcida; 2: Trofectoderma; 3: MCI. D: Blastocisto expandido. 1: Zona pelúcida; 2: Trofectoderma; 3: MCI. Do ponto de vista molecular, a diferenciação dos blastômeros mais externos, ao menos em camundongos, parece ser dependente da diminuição na expressão do fator de transcrição Oct4, seguido do aumento na expressão de outros fatores de transcrição como Cdx2 e Eomesodermina (Fig. 6-4). Concomitantemente, as células internas conservam a expressão de Oct4. 119 Fig. 6-4 Ação sequencial dos fatores de transcrição Oct4, Nanog, Cdx2 e GATA-6 durante a diferenciação celular inicial no embrião de camundongo. Na compactação celular duas linhagens são derivadas de blastômeros totipotentes: a massa celular interna pluripotente (MCI) e o trofectoderma. O epiblasto mais tarde se diferencia em hipoblasto e epiblasto. Blastulação A compactação da mórula é um pré-requisito para posterior blastulação – formação de uma cavidade repleta de líquido no centro do embrião, a blastocele. A blastulação ocorre geralmente dentro do lúmen uterino durante a primeira semana de desenvolvimento e transforma o embrião em um blastocisto (Fig. 6-5). Fig. 6-5 Blastocisto suíno no dia seis de desenvolvimento, observado em estereomicroscópio. 120 1: Zona pelúcida; 2: Trofectoderma; 3: Blastocele; 4: Massa celular interna (MCI). A blastulação é provocada principalmente pelo controle do trofectoderma sobre o transporte de fluidos para a cavidade. Ao final, os blastômeros internos posicionam-se em um polo do embrião formando a massa celular interna (MCI). Células derivadas da MCI formarão o embrião propriamente dito, enquanto que as células do trofectoderma originarão a parte embrionária da placenta (Cap. 9). A proporção entre as células MCI e trofectoderma é de cerca de 1:3. A porção do trofectoderma que recobre a MCI é conhecidacomo trofectoderma polar enquanto que o restante é conhecido como trofectoderma mural (Fig. 6-6). Fig. 6-6 Blastocisto bovino no dia seis de desenvolvimento. O quadro (B) refere-se à figura observada na ultraestrutura em “B”. A: Corte em microscopia de luz. Observa-se que as células planas do hipoblasto (setas) começam a formar-se da MCI. 1: MCI; 2: Trofectoderma mural; 3: Trofectoderma polar; 4: Zona pelúcida. B: Microscopia eletrônica de transmissão de duas células adjacentes do trofectoderma. 5: Junção oclusiva; 6: Desmossoma; 7: Microvilos; 8: Zona pelúcida. Com a pressão osmótica no interior da cavidade do blastocisto subindo, o embrião gradualmente se expande. No lavado uterino para a coleta e transferência de embriões é comum encontrar blastocistos em colapso com capacidade de reexpandir. No entanto, não é conhecido se tratar de um artefato in vitro ou de um fenômeno fisiológico intrauterino. Ao final, a expansão do blastocisto leva à ruptura da zona pelúcida (Fig. 6-7) e permite que o embrião escape pela abertura. Em algumas espécies, este processo, conhecido como eclosão, é auxiliado por enzimas proteolíticas liberadas pelo endométrio e que agem nas glicoproteínas que compõem 121 a zona pelúcida. Em equinos, forma-se uma cápsula “compensatória” entre o trofectoderma e a zona pelúcida antes que esta seja rompida. A cápsula desempenha um importante papel na manutenção da prenhez precoce para esta espécie (Cap. 9). Fig. 6-7 Eclosão do blastocisto suíno. Os núcleos estão marcados com o corante fluorescente Hoechst 33342 e espermatozoides supranumerários são visualizados aderidos à zona pelúcida (seta). (Foto: Wouter Hazeleger.) Próximo ao período da eclosão, a MCI diferencia-se em duas populações de células: aquelas voltadas a blastocele formando uma camada achatada denominada hipoblasto (Fig. 6-8); e aquelas remanescentes formam uma camada multicelular chamada epiblasto. Pequenas cavidades intercelulares podem surgir no epiblasto. O hipoblasto, como o trofectoderma, tem característica epitelial. Gradualmente, ele forma um completo revestimento interno abaixo não apenas do epiblasto, como também do trofectoderma. Nos equinos, o hipoblasto inicialmente forma “colônias” separadas que posteriormente unem-se em um fechado compartimento interno. Em ambos os casos, uma cavidade denominada saco vitelino primitivo é formada. Do ponto de vista molecular, ao menos em camundongos, a expressão do fator de transcrição Nanog é essencial para a formação do epiblasto (Fig. 6-4), enquanto o fator de transcrição GATA-6 é um regulador-chave na formação hipoblasto. O epiblasto mais tarde formará o embrião propriamente dito enquanto o hipoblasto vai formar o epitélio interno do saco vitelino, que dependendo da espécie, pode estar envolvido com a placentação (Cap. 9). No camundongo e no coelho, entretanto, o hipoblasto também tem demonstrado desempenhar um papel importante na regulação da proliferação, sobrevivência e diferenciação do epiblasto sobrejacente. 122 Esta regulação é, em parte, mediada pela formação de uma membrana basal entre o hipoblasto e o epiblasto. Fig. 6-8 Blastocistos bovinos aos dias 10 (A) e 12 (B) de desenvolvimento. 1: Epiblasto; 2: Trofectoderma; 3: Hipoblasto. Observa-se a camada Rauber em processo de degeneração em B (seta). Nas espécies domésticas, o trofectoderma polar que recobre o epiblasto (conhecido como camada de Rauber) gradualmente se desintegra e é perdido, expondo o epiblasto para o ambiente uterino. No entanto, antes do desprendimento da camada de Rauber, junções do tipo oclusivas são formadas entre as células mais periféricas do epiblasto com o objetivo de selar o embrião, apesar da perda do trofectoderma polar. Após a perda da camada de Rauber, o epiblasto é claramente perceptível como uma estrutura brilhante, inicialmente circular tornando-se oval. Junto com hipoblasto subjacente é conhecido como disco embrionário (Figs. 6-9, 6- 10). 123 Fig. 6-9 Blastocisto suíno no dia 10 de desenvolvimento. O disco embrionário no quadro (B) observado em uma maior ampliação em B. Fig. 6-10 Disco embrionário em embrião bovino. A: Embrião ovoide no dia 14 de desenvolvimento com pouca visualização do disco embrionário (seta). A linha (B) indica o corte exibido em B. B: Corte através do disco embrionário (1). 2: Epiblasto; 3: Trofectoderma com microvilos; 4: Hipoblasto; 5: Saco vitelino primitivo. Alongamento do blastocisto Durante a formação do disco embrionário, o blastocisto ainda está em expansão. Uma vez que o disco é formado, o trofectoderma com o hipoblasto subjacente remodelam- se e o embrião torna-se ovoide (Fig. 6-10). Em ruminantes e suínos, o processo de alongamento continua, e o embrião se torna primeiro tubular e posteriormente filamentoso (Fig. 6-11). A massa embrionária total não aumenta na mesma proporção que o comprimento, assim o embrião torna-se filiforme e tremendamente 124 longo. Este fenômeno é particularmente marcante no suíno no qual o embrião desenvolve-se de uma esfera de cerca de um centímetro de diâmetro no dia 10 para uma estrutura filamentosa de aproximadamente um metro de comprimento no dia 13. O alongamento ocorre de modo intenso particularmente nos dias 12 e 13 (30-45 milímetros por hora!). Este aumento não pode ser explicado somente por mitoses, e envolve também a reestruturação do citoesqueleto e da forma celular. Em ruminantes, o alongamento do embrião é menos evidente; em bovinos o comprimento aumenta até 35 cm entre os dias 12 e 21 (Fig. 6-12). Fig. 6-11 Alongamento do embrião suíno. A: Embrião esférico (1) e tubular (2) no dia 11 de desenvolvimento. O embrião tubular é um pouco enovelado. B: Entremeado de embriões filamentosos no dia 13 de desenvolvimento. Observa-se o disco embrionário (3) e as extremidades terminais dilatadas do embrião (4). 125 Fig. 6-12 Alongamento de embriões bovinos ao redor de 16 (A), 18 (B), 22 (C), e 27 (D) dias de desenvolvimento. Cortesia de Rüsse e Sinowatz (1998). Em contraste com os ruminantes e os suínos, nos equinos o embrião não se alonga e permanece esférico durante esta fase do desenvolvimento. Resumo No zigoto, a meiose é finalizada e o genoma embrionário único é formado. Completada a fase S do primeiro ciclo celular pós-fertilização, o zigoto entra no ciclo celular mitótico e cliva em duas células. Esta clivagem, e as várias subsequentes, ocorrem sem o crescimento celular, assim as células ficam cada vez menores. Em um estágio de desenvolvimento variável entre as espécies, ocorre a ativação principal do genoma embrionário. Após um determinado número de divisões, o embrião chega ao útero na forma de um aglomerado celular semelhante a uma amora e denominado mórula. Durante o processo de compactação, os blastômeros mais externos da mórula unem-se uns aos outros para desenvolver o trofectoderma. Uma cavidade cheia de fluido, a blastocele, desenvolve-se no interior do trofectoderma 126 enquanto as células internas reunem-se em um polo do embrião para formar a massa celular interna (MCI) e o embrião passa a receber o nome de blastocisto. Em uma fase do desenvolvimento variávels entre as espécies, o blastocisto sai da zona pelúcida com a eclosão. Próximo ao período de eclosão, as celulas internas da MCI delaminam e formam um epitélio, o hipoblasto, no interior do blastocisto. A cavidade delimitada pelo hipoblasto é denominada saco vitelino primitivo. As células externas da MCI formam o epiblasto, que mais tarde originará o embrião propriamente dito. O trofectoderma que recobre o epiblasto, a camada de Rauber, é subsequentemente perdido, assim, o epiblasto é exposto ao ambiente uterino e torna- se confluente com o trofectoderma. Nesta fase, o epiblasto e o hipoblasto formam o disco embrionário. Após a eclosão, o blastocisto mantém inicialmente a forma esférica, mas em suínos e ruminantes (não em equinos), torna-se ovoide, e alongam- se, tornando-se sucessivamente tubular e filamentoso. Quadro 6-1 Regulação molecular da blastulação Próximo ao estágio de mórula, os blastômerosperdem a totipotência e duas linhagens celulares distintas tornam-se evidentes: células internas, formando a MCI e células externas formando o trofectoderma. A formação da MCI e do trofectoderma constitui o primeiro processo de diferenciação durante o desenvolvimento embrionário. Em termos moleculares, no entanto, recentes descobertas em camundongos demonstram que o padrão molecular para essa diferenciação é estabelecido tão cedo quanto na fase de quatro células. Como mencionado no Capítulo 2, a diferenciação celular e o desenvolvimento embrionário são epigeneticamente controlados, uma vez que todas as células (com algumas exceções, p. ex., a linhagem de linfócitos) descendem do zigoto e compartilham as mesmas sequências de DNA. A modificação nas histonas é um desses mecanismos de controle epigenético. Em camundongos, a dependência do arranjo espacial de cada dos quatro blastômeros e a ordem em que são gerados, faz com que alguns blastômeros aparentemente fiquem com mais metilações de resíduos de arginina em histona H3 do que outros. Os blastômeros mais metilados tendem a formar as células internas e, consequentemente, a MCI; os menos metilados tendem a formar células externas, e, portanto, o trofectoderma. Em termos morfológicos, a diferenciação da MCI e do trofectoderma é inicialmente evidenciada por alterações na superfície celular que aumentam a adesão entre blastômeros. Isso é mediado pela expressão de moléculas de adesão celular transmembrana dependentes de cálcio, ovomorulina, também conhecida como E-caderina. Quando a adesão mediada pela E-caderina ocorre, todos os blastômeros têm a superfície coberta com microvilos voltados para o exterior e a superfície mais lisa voltada para o centro do embrião. Subsequentemente às adesões mediadas pela E-caderina, junções oclusivas desenvolvem-se entre as células externas, definindo claramente os domínios de membrana plasmática apical e basolateral. 127 Assim, as células exteriores tornam-se polarizadas e epiteliais. Mais tarde, bombas de Na+, K+ são estabelecidas na região basolateral do trofectoderma para conduzir a formação da blastocele durante a blastulação. Leituras adicionais Betteridge K.J. Equine embryology: An inventory of unanswered questions. Theriogenology. 2007;68S:S9–S21. Betteridge K.J., Fléchon J.–E. The anatomy and physiology of pre-attachment bovine embryos. Theriogenology. 1988;29:155–187. Degrelle A.A., Campion E., Cabau C., Piumi F., Reinaud P., Richard C., Renard J.–P., Hue I. Molecular evidence for a critical period in mural trophoblast development in bovine blastocysts. Dev. Biol. 2005;288:448–460. Denker H.–W., Eng L.A., Mootz U., Hammer C.E. Studies on the early development and implantation in the cat. I. Cleavage and blastocyst formation. Anatomischer Anzeiger. 1978;144:457–468. Heuser, C.H. and Streeter, G.L. (1927): Early stages in the development of pig embryos, from the period of initial cleavage to the time of the appearance of limb-buds. Contributions to Embryology, 20, Carnegie Institution of Washington, Publication number 109:1-19. Holst P.A., Phemister R.D. The prenatal development of the dog: preimplantation events. Biol. 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