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Aula 15 Livro (305-325) Qualidade de Vida

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Qualidade de Vida 
"Viver bem e alimentar-se bem, estar bem e amar alguem." 
Paulo Barsano 
15.1 lntrodu~ao 
Muitas pessoas buscam qualidade de vida em diversos lugares: em casa, no trabalho, 
num parque de diversoes, numa academia, num evento ou num lugar prazeroso. A qua-
lidade de vida atualmente e sinonimo de "status'; prestigio social, riqueza emocional e es-
piritual para todos que a valorizam. Diversas campanhas publicitarias mostram pessoas 
felizes, com o corpo em forma, boa alimenta~ao, idosos praticando atividades ffsicas como 
forma de erradica~ao do sedentarismo e estimulando um bem-estar social. 
Podemos definir, de uma maneira simples e objetiva, a qualidade de vida como todo 
bem-estar ffsico, pslquico, emocional e social do ser humano. Nao basta ter saude e passar 
fome, nao basta alimentar-se bem e ser obeso, nao basta ter dinheiro e nao ter saude etc. 
A qualidade de vida e algo fundamental para todos; sem ela podemos viver num mundo 
repleto de riquezas e nao ter condi~oes de usufrul-las. 
A qualidade de vida nas organiza~oes criou no ambiente empresarial uma marea de em-
presa com responsabilidade social: "uma organiza~ao que busca nao s6 lucros, mas tam-
bem qualidade de vida para seus colaboradores'; pois e sabedora que a maior riqueza de 
uma empresa nao e medida pelo seu capital financeiro, mas sim pelo seu capital humano, 
pessoas (presidentes, diretores, gerentes, funcionarios, fornecedores, clientes etc.). 
A qualidade de vida e muito complexa. Ela aborda diversos fatores que influenciam di-
reta ou indiretamente no bem-estar das pessoas. Para efeitos didaticos, abordaremos neste 
capltulo somente os fatores que influenciam os trabalhadores tanto de maneira positiva 
quanto negativa. Por exemplo, uma alimenta~ao saudavel, a questao dos vfcios ( drogas, 
tabagismo e alcoolismo), o sedentarismo e a obesidade, a pratica de atividades flsicas e o 
relacionamento intrapessoal. 
304 Seguranr,i do Trabalho - Guia Pra6co e Didatico 
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Figura 15.1 
15.2 Alimenta~ao Saudavel 
Uma alimenta~ao saudavel enriquece o organismo de nutrientes necessarios para alcan-
~ar uma performance muito desejada: um corpo sadio por dentro, com curvas e formas por 
fora, ou seja, um corpo muito atraente, a exemplo das modelos capas de revista, que passam 
uma sensa~ao de alimenta~ao perfeita complementada por muitos exercfcios ffsicos. 
Muitos pensam que para ter uma alimenta~ao saudavel, e necessario ter dinheiro, um 
grande engana. As frutas sao compradas nos supermercados e feiras por um pre~o bai-
xfssimo e tem uma rique-za nutricional espetacular, a exemplo da banana, que tem efeitos 
muito positivos no bem-estar, conforme veremos a seguir. 
15.2.1 A Magnifica Fruta Banana 
Pesquisas recentes provaram que apenas duas bananas fornecem energia o suficiente para 
um exercfcio intenso de 90 minutos. A banana ea fruta preferida dos atletas em todo o mun-
do devido a sua riqueza nutricional. Alem de fornecer energia, tambem ajuda a prevenir um 
numero substancial de doen~as, entre elas a depressao, a anemia e a pressao arterial: 
Depressao 
Conforme uma recente pesquisa feita com pessoas que sofrem de depressao, muitos se 
sentiram melhor depois de corner banana. Isso por causa do triptofano, um tipo de protei-
na que o corpo converte em serotonina, conhecida por relaxar e melhorar o humor, fazen-
do com que se fique mais contente. 
Anemia 
Rica em ferro, a banana pode estimular a produ~ao de hemoglobina no sangue, que aju-
da no caso de anemia. 
Qualidade de Vida 305 
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Pressio arterial 
A banana, por ser muito rica em potassio, portanto com baixa quantidade de s6dio, e 
muito indicada pelos medicos e nutricionistas para combater a pressao alta. 
Logo, essa magnffica fruta, a banana, e real-
mente um remedio natural para varias doen-
c;:as. Se voce comparar a banana com uma 
mac;:a, vera que ela tem quatro vezes mais pro-
tefnas, duas vezes mais carboidratos, tres vezes 
mais f6sforo, cinco vezes mais vitamina A e 
ferra, e o dobro de outros minerais e vitaminas 
essenciais para o ser humano. Entao, nao perca 
tempo, alimente-se melhor, coma frutas! 
Figura 15.2 
15.2.2 Dicas para uma Alimenta~io Saudavel 
Para garantir uma alimentac;:ao saudavel, e essencial seguir estas dez dicas, recomenda-
das pelos mais nobres especialistas da area de nutric;:ao e qualidade de vida: 
~ 11 dica: e bom consumir, pelo menos, de dois a tres litros de agua por dia (mesmo 
no frio). 
21 dica: tomar lfquidos somente uma hora antes e/ou uma hora ap6s as refeic;:oes. 
~ 31 dica: evite refrigerantes. Engordam muito. De preferencia a sucos naturais. 
~ 41 dica: evite alimentar-se em demasia ap6s as 20 h. 
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51 dica: alimente-se bem no cafe da manha e va diminuindo a comida conforme 
acaba o dia. 
61 dica: procure alimentar-se de tres em tres horas; traz bons resultados em curto 
tempo. 
71 dica: procure dormir, pelo menos, oito horas por dia, e nao mais que isso. Des-
frute mais a vida. 
81 dica: fac;:a exercfcios regularmente (caminhada, corrida, bicicleta) pela manha, 
assim que acordar, em jejum por 30 a 40 minutos. 
91 dica: procure sempre misturar a refeic;:ao protefnas (em maior quantidade) e car-
boidratos (em menor quantidade). 
101 dica: consulte regularmente um nutricionista, pois e o profissional mais indica-
do para auxilia-lo nas suas refeic;:oes, dietas etc. 
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15.2.3 Alimenta~ao Saudavel na Industria 
0 empregador exerce papel fundamental na alimenta~ao de seus funcionarios, que mui-
tas vezes iniciam as atividades de madrugada, sem tomar refei~oes, a exemplo dos pedrei-
ros na industria da constru~ao civil, os vigilantes, motoristas de onibus, porteiros etc. 
Uma refei~ao balanceada, servida no cafe da manha pelas empresas, nao custa nada, se 
compararmos com os gastos futuros oriundos de acidentes durante os trabalhos em altura 
de funcionarios que nao se alimentaram bem. Estes muitas vezes iniciam os trabalhos em 
andaimes sem tomar cafe da manha, e por apresentarem queda da glicemia, baixo a~ucar, 
passam mal e podem sofrer um acidente leve ou ate fatal. 
Uma empresa que valoriza a qualidade de vida de seus colaboradores s6 tem a ganhar. 
Com trabalhadores bem alimentados, o ambiente torna-se mais agradavel, reduz o estresse 
entre os funcionarios, aumenta a produtividade dos servi~os e deixa os funcionarios com a 
sensa~ao de bem-estar. 
Por isso, os estabelecimentos que prezam a qualidade de vida devem, a medida do possfvel: 
~ Adotar um cafe da manha de qualidade, rico em frutas, servido antes do infcio das 
atividades a todos os funcionarios, Figura 15.3. 
Figura 15.3 
Realizar testes de pressao arterial e de glicemia (fndice de a~ucar no sangue) nos 
trabalhadores que vao trabalhar em altura. 
Servir almo~o de qualidade, sob a supervisao de um nutricionista, Figura 15.4. 
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Figura 15.4 
15.3 Recomenda~oes de Qualidade de Vida 
"Com dicas simples, preparadores ftsicos, nutricionistas e medicos ajudam paulistanos a 
abandonar v{cios, sair do sedentarismo, melhorar habitos alimentares e, assim, conquis-
tar a tao sonhada qualidade de vida." 
Revista Veja Sao Paulo, 20/08/03 
A revista Veja Sao Paulo, na edi1yao de 20/08/2003 (1816)28, trouxe diversos ensinamen-
tos de como levar uma vida saudavel. Foram varios mandamentos pronunciados pelos 
mais nobres autores da area, entre eles Nuno Cobra, Alfredo Halpern, Fernanda Lima, Ari 
Stiel Radu, Mauricio Hirata, TaniaRodrigues e Hong Jin Pai, os quais veremos a seguir. 
15.3.1 Os Dez Mandamentos de Nuno Cobra (Preparador Fisico) 
1. Durma pelo menos oito horas e tente acordar sem despertador. "Ele e uma agressao 
. " ao organismo . 
2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada tres horas. 
3. Cheire a comida, pegue as folhas com as maos e mastigue o mais devagar possfvel. 
4. Exer1ya alguma atividade ffsica pelo menos tres vezes por semana. Uma hora de ca-
minhada pode ser praticada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e e suficiente 
para obter os beneffcios do esporte, Figura 15.5. 
28 Revista Veja Sao Paulo, 20/08/03, edi~o 1816. Disponivel tambem no site: http://veja.abril.com.br 
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5. Evite ficar nervoso. Em situa~oes de estresse, experi-
mente bocejar e espregui~ar. 
6. Dedique pelo menos quinze minutos do dia a medita-
~ao. Escolha um local silencioso, sente-se numa posi-
~ao confortavel e se esque~a da vida; 
7. Tome ao menos dois banhos frios por dia. Esse habita 
e energizante. 
8. Nenhum tratamento ira funcionar se voce nao aban-
donar seus vlcios, a come~ar pelo cigarro. 
9. Quando fizer exercfcios ffsicos, concentre-se apenas 
neles. Nao leia enquanto pedala na bicicleta nem ou~a 
musica enquanto corre. 
10. Preste aten~ao ao fluxa de ar que entra e sai de seu 
pulmao e procure respirar mais profundamente; fa~a 
elogios com mais frequencia. Essa tatica funciona 
como um fma e faz com que todos queiram estar ao 
seu lado. Figura 15.5 
15.3.2 Os Cinco Mandamentos de Alfredo Halpern (Endocrinologista) 
1. Niio se culpe por ser gordo. Procure ajuda e emagre~a. 
2. Fuja das formulas magicas e das dietas milagrosas. 0 que vale e aprender a corner. 
3. Niio ha alimento proibido. 0 segredo e niio exagerar em nada. 
4. E possfvel corner bem e ter um peso normal. 
5. Obesidade e uma doen~a e, as vezes, seu tratamento requer a interven~iio de medi-
camentos. Mas lembre-se: eles precisam ser receitados por um medico. 
15.3.3 Os Cinco Mandamentos de Fernanda Lima e Ari Stiel Radu 
(Reumatologistas) 
1. Niio pratique exercfcios em locais expostos a polui~iio, como avenidas movimenta-
das. Escolha horarios com menos trafego ou deixe para se exercitar em casa, numa 
esteira, por exemplo. 
2. A regularidade traz mais beneffcios a saude do que a intensidade da atividade ffsica. 
3. Fique atento a postura. Se voce nao se cuidar, todo o seu esfor~o com atividades ffsi-
cas padera ser em viio. 
4. Seja paciente com seu corpo. Em um mes, voce nao vai recuperar o atraso de dez 
anos. 
5. Evite exercitar-se em horarios de calor excessivo, para nao sofrer desidrata~iio. 
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15.3.4 Os Cinco Mandamentos de Mauricio Hirata (Clinico Geral) 
1. Arrume um espac;:o na agenda para fazer ginastica, como o horario do almoc;:o. 
2. Coma alimentos saudaveis. Se for o caso, leve a comida de casa. 
3. Ponha um comedouro para passaros na janela de sua casa ou apartamento e observe 
os movimentos dos animais. ".E excelente para relaxar". 
4. Nao perca muito tempo de seu dia no transito. Se voce mora longe do trabalho, mu-
de-se para mais perto. 
5. Deixe a janela do quarto entreaberta se voce tem dificuldade em acordar de manha. 
Aluz ajuda o cerebro a perceber que ja e dia. 
15.3.5 Os Cinco Mandamentos de Tania Rodrigues (Nutricionista) 
1. Acostume-se a beber mais agua. Deixe uma garrafa de meio litro sobre a mesa de 
trabalho e outra dentro do carro. 
2. Inclua pelo menos tres frutas na alimentac;:ao diaria. Elas garantem quantidades mf-
nimas de vitaminas, fibras e minerais, que ajudam a prevenir diversos tipos de cancer. 
3. Nao saia de casa sem se alimentar. Se sua refeic;:ao for apenas um cafezinho, pelo 
menos acrescente um pouco de leite a .xfcara. 
4. 0 jantar deve ser a refeic;:ao mais leve do dia. Se voce tem mais fome a noite, fac;:a 
um esforc;:o e coma menos nesse honirio. 0 corpo se acostumara e voce tera mais 
apetite de manha. 
5. Coma uma pequena porc;:ao de algum alimento rico em carboidrato trinta minutos 
antes das atividades ffsicas . Isso vai melhorar seu rendimento. 
15.3.6 Os Cinco Mandamentos de Hong Jin Pai (Acupunturista) 
1. Reclamar da vida s6 causa estresse. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um 
agasalho. 
2. Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, voce precisa amar o que faz. 
3. Aproveite o transito para escutar alguma musica de que goste, estudar um idioma 
ou, se nao estiver dirigindo, ler. 
4. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises sao passageiras. 
5. A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar para-
do s6 acelera o envelhecimento. 
15.4 Alcoolismo 
0 alcoolismo e um dos problemas mais graves nas industrias que buscam a qualidade de 
vida para seus funcionarios. Ele e o conjunto de problemas relacionados ao consumo ex-
cessivo e prolongado do alcool, entendido como o vlcio de ingestao excessiva e regular de 
bebidas alco6licas e todas as consequencias decorrentes. 
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0 consumo excessivo do al.cool pode causar: 
.,, Sfndromes amnestica (perdas restritas de mem6ria), demencial, alucinat6ria, deli-
rante, de humor . 
.,, Disturbios de ansiedade, sexuais, do sono e disturbios inespecfficos . 
.,, Por fim, o delirium tremens, que pode ser fatal. 
15.4.1 0 Fenomeno da Dependencia 
0 fen6meno da dependencia, ou seja, o comportamento de repeti(i'.aO obedece a dois 
mecanismos basicos nao patol6gicos: o refor'ro positivo e o refor'ro negativo . 
.,, 0 refor(i'.O positivo refere-se ao comportamento de busca do prazer: quando algo e 
agradavel, prazeroso, a pessoa busca os mesmos estimulos para obter a mesma satis-
fa(i'.ao. 
0 refor(i'.O negativo refere-se ao comportamento de evita(i'.aO de dor, angustia ou des-
prazer. Quando algo e desagradavel, a pessoa procura os mesmos meios para evitar 
a dor ou desprazer causados num dado momento. 
15.4.2 Classificagio dos Estados de Embriaguez 
0 C6digo Penal, para fins de condena(i'.ao por crime cometido em estado de embriaguez, 
considera os seguintes tipos de embriaguez: 
.,, Incompleta: quando na fase de excita(i'.aO . 
.,, Completa: quando nas fases de depressao ou do sono . 
.,, Simples: quando nao traz consequencias maiores . 
.,, Patologica: quando produz delfrios, paranoias ou agressividade . 
.,, Voluntaria: quando o sujeito behe com a inten(i'.aO de se embriagar . 
.,, Culposa: quando nao e voluntaria, mas vem a embriagar-se . 
.,, Acidental: quando nao e voluntaria nem culposa (caso fortuito ou de for(i'.a maior). 
Preordenada: quando o indivfduo se embriaga de prop6sito para cometer um crime. 
15.4.3 Primeiros Socorros 
Sao recomenda(i'.oes de primeiros socorros a vftimas, quando alcoolizadas: 
.,, Colocar o paciente em lugar calmo e protegido e monitorar frequentemente os si-
nais vitais. 
Observar o paciente cuidadosamente e garantir a via aerea adequada. 
Encaminhar a vltima ao pronto-socorro mais pr6ximo. 
Qualidade de Vida 
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Observa~ao 
Deve-se observar os sintomas da abstimincia do alcool, que podem ser leves (ressaca, cefaleia, tremedei-
ras, nausea, vomito, ataxia leve) ou graves (convulsoes, nivel de consciencia diminuido, nausea, vomito, 
fotofobia, alucina9oes, ataxia). Em ambos os casos, encaminhe ao hospital mais proximo. 
15.4.4 Alcoolismo na Industria 
Quando o empregador souber de algum funcionario que tem por habita o uso de bebi-
das alco61icas durante oservi1yo, e ex:tremamente recomendavel o encaminhamento para 
tratamento medico e psicol6gico, antes de qualquer outra providencia. Tambem e impor-
tante que, durante as SIPAT, seja abordado em forma de palestras ou teatro o tema do al-
coolismo na empresa, suas causas, efeitos e acidentes etc. 
15.4.5 Alco61icos Anonimos 
15.4.5.1 Filosofia 
')!..A. pode ser descrito como um metodo para recuperarao do alcoolismo, no qual os 
membros ajudam-se mutuamente, compartilhando entre si uma enorme gama de expe-
riincias semelhantes em sofrimento e recuperafiiO do alcoolismo.» 
Bili W. 
Alco61icos Anonimos e uma irmandade mundial de homens e mulheres que comparti-
Iham suas experiencias, fon;:as e esperan1yas, a fim de resolver seu problema comum e aju-
dar outros a se recuperarem do alcoolismo. Eles se ajudam mutuamente a permanecerem 
s6brios e oferecem o mesmo auxilio a qualquer um que tenha um problema com a bebida 
e queira parar de beber. Por serem todos alco61icos, eles tem uma compreensao mutua 
especial. Sabem como essa doen1ya os atinge - e aprenderam como se recuperar do alcoo-
lismo dentro de A.A. (Alco61icos Anonimos), Figura 15.6. 
Figura 15.6 
15.4.5.2 Requisitos para Novos Membros 
Para se tornar um membro de A.A. (Alco61icos Anonimos), o unico requisito e o desejo 
de parar de beber. Nao ha taxas ou mensalidades para ser membro dessa entidade. Ela e 
autossuficiente, gra1yas as contribui1y6es que recebe. 
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Os Alco61icos Anonimos nao estao ligados a nenhuma seita ou religiao, bem como a 
nenhum movimento polftico, organiza1yao ou institui1yao, e tambem nao desejam entrar em 
qualquer controversia, nao apoiam nem combatem quaisquer causas. Seu prop6sito primor-
dial e manter os membros s6brios e ajudar outros alco6licos a alcan1yarem a sobriedade. 
Observagao 
Maiores informa~s a respeito da irmandade Afco61ioos Anonimos estao disponiveis no site: 
www.alcoolicosanonimos.org.br 
15.5 Tabagismo 
A Organiza1yao Mundial da Saude (OMS) define tabagismo como o ato de consumir ci-
garros ou outros produtos que contenham tabaco, cuja droga ou princfpio ativo seja a ni-
cotina. Ela ainda afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, 
uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido. 
A fuma1ya do cigarro e um verdadeiro veneno, pois e uma mistura de aproximadamente 
4.720 substancias t6xicas diferentes, a qual se constitui de duas fases fundamentais: a fase 
particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa e composta, entre outros, por monoxido de 
carbono, amonia, cetonas, formaldefdo, acetaldefdo, acrolefna. A fase particulada contem 
nicotina e alcatrao, Figura 15.7. 
2'F.,. 
Ama-. Monoxido de Ceri,o,,o 
t • Fose 
Nicotino. AJeotrio 
Figura 15.7 
Essas toxinas atuam nos mais diversos sistemas e 6rgaos. Elas contem mais de 60 subs-
tancias cancedgenas, sendo as principais citadas a seguir: 
~ Nicotina: e a causadora do vfcio; cancedgena. 
Benzopireno: substancia que facilita a combustao existente no papel que envolve o 
fumo. 
~ Substincias radioativas: polonio 210 e carbono 14. 
~ Agrot6xicos: DDT. 
~ Solvente: benzeno. 
~ Metais pesados: chumbo e cadmio (um cigarro contem de 1 a 2 mg, concentrando-
-se no ffgado, rins e pulmoes, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda 
Qualidade de Vida 313 
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de capacidade ventilat6ria dos pulmoes, alem de causar dispneia, enfisema, fibrose 
pulmonar, hipertensii.o, cancer nos pulmoes, prostata, rins e est6mago). 
Nfquel e ars!nico: armazenam-se no ffgado e rins, corac;ao, pulmoes, ossos eden-
tes, resultando em gangrena dos pes, causando danos ao miocardio etc. 
15.5.1 Fumante Passivo 
A proibic;ao de fumar em diversos lugares (restaurantes, lanchonetes, bares, empresas) 
foi justamente para proteger a integridade daqueles que nii.o fumavam. Estes, por ficarem 
pr6.ximos de fumantes, inalavam a fumac;a da mesma forma, as vezes ate mais t6xica do 
que a inalada pelos pr6prios fumantes, criando a figura do fumante passivo, que por de-
finic;ao e o indivfduo que convive com fumantes e inala a fumac;a de derivados do tabaco 
em ambientes fechados. 
Pesquisas recentes mostram que o tabagismo passivo e estimado como a terceira maior 
causa de morte evitavel no mundo, s6 perdendo para o tabagismo ativo e o consumo ex-
cessivo de alcool. Os nii.o fumantes que respiram a fumac;a do tabaco tem um risco maior 
de desenvolver doenc;as relacionadas ao tabagismo. 
Quanto maior o tempo em que o fumante passivo fica exposto a poluic;ao tabagfstica 
ambiental, maior a chance de adoecer. 
As crianc;as, por terem uma frequencia respirat6ria mais elevada, sii.o mais atingidas, so-
frendo consequencias drasticas na sua saude, incluindo doenc;as como bronquite, pneu-
monia, asma e infecc;oes do ouvido medio. 
15.5.2 Legisla~ao Antifumo 
A qualidade de vida nas organizac;oes ganhou uma importante aliada para o bem-estar 
de seus colaboradores. A presidente Dilma Rousseff aprovou, em 15/12/2011, a lei que de-
ereta a proibic;ii.o do fumo em lugares fechados em todo o territ6rio brasileiro. Segundo a 
lei, "e proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer produto 
fumfgeno, derivado ou nao do tabaco, em recinto coletivo29 fechado, privado ou publico''. 
A alterac;ao na legislac;ii.o foi anunciada no Diario Oficial da Uniao (DOU), edic;ao de 
15/12/2011. A decisao profbe que as pessoas fac;am uso de cigarros em lugares fechados, os 
tambem nomeados "fum6dromos~ algo tii.o comum nas industrias. No entanto, a mudan-
c;a precisa ainda ser regulamentada pelo governo para poder entrar em vigor eser devida-
mente cumprida em todo o pafs. 
A proibic;ao de fumo nesses locais ja vigora em Sao Paulo, no Rio de Janeiro e no Parana, 
onde foram aprovadas leis estaduais sobre o assunto. 
No dia 7 de agosto de 2009, o Estado de Sao Paulo deu um importante passo em defesa 
da saude publica. Com a entrada em vigor da nova legislac;ii.o antifumo (Lei n2 13.541, de 
29 Considera-se recinto coletivo o local fechado. de acesso pllblico. destinado a permanente utiliza~o simuJtaJle.a 
por v3rias pessoas. 
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7 de maio de 2009), ficou proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo, como 
bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Mesmo os fumo-
dromos em ambientes de trabalho e as areas reservadas para fumantes em restaurantes fi-
cam proibidos. A nova legisla~ao estabelece ambientes 100% livres do tabaco. 
Essa medida acompanha uma tendencia internacional de restri~ao ao fumo ja adotada 
em cidades como Nova Iorque, Londres, Paris e Buenos Aires. Inumeros estudos reali-
zados comprovaram os males do cigarro nao apenas para quem fuma, mas tambem para 
aqueles que se veem expostos a fuma~a do cigarro. E principalmente a saude do fumante 
passivo que a nova lei busca proteger. Vejamos a seguir essa legisla~ao na fntegra: 
Qualidade de Vida 
( ... ) LEI N11 13.541, DE 7 DE MAJO DE 2009 
Profbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro 
produto fumfgeno, derivado ou niio do tabaco, na forma que especifica 
Artigo 111 - Esta lei estabelece normas de protefao a saude e de responsabilidade par 
dano ao consumidor, nos termos do artigo 24, incisos V, VIII e XII, da ConstituifiiO Fe-
deral, para criafiiO de ambientes de uso coletivo livres de produtos fum{genos. 
Artigo 211 - Fica proibido no territ6rio do Estado de Sao Paulo, em ambientes de uso 
coletivo, publicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qual-
quer outroproduto fumfgeno, derivado ou niio do tabaco. 
t PROIBIDO FUIAR 
NESTE LOCAL 
._.kAsr •••uc:-,1 u1o•1e1 
---7713M1 ... a111 ... 
su rJr1D 111 ma•• 11 Jw 
Lal11.Mt ______ _ 
Figura 15.8 
• 
§ 111 - Aplica-se o disposto no "caput" deste artigo aos recintos de uso coletivo, total ou 
parcialmente fechados em qualquer dos seus /ados por parede, divis6ria, teto ou telha-
do, ainda que provis6rios, onde haja permanencia ou circulafao de pessoas. 
§ 211 - Para os fins desta lei, a expressiio "recintos de uso coletivo" compreende, dentre 
outros, os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de es-
porte ou de entretenimento, areas comuns de condominios, casas de espetaculos, teatros, 
cinemas, bares, lanchonetes, boates, restaurantes, prafas de alimentafao, hoteis, pousa-
das, centros comerciais, bancos e similares, supermercados, afougues, padarias, farma-
cias e drogarias, repartif6es publicas, instituif6es de saude, escolas, museus, bibliotecas, 
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316 
espafOS de exposif6es, vefculos publicos ou privados de transporte coletivo, viaturas ofi-
ciais de qualquer especie e taxis. 
§ Jll - Nos locais previstos nos paragrafos 1 !I e 2il deste artigo devera ser afixado aviso 
da proibifiiO, em pontos de ampla visibilidade, com indicafiio de telefone e enderefO dos 
6rgaos estaduais responsaveis pela vigilancia sanitaria epela defesa do consumidor. 
Artigo Jll - 0 responsavel pelos recintos de que trata esta lei devera advertir os even-
tuais infratores sobre a proibifiiO nela contida, bem como sobre a obrigatoriedade, caso 
persista na conduta coibida, de imediata retirada do local, se necessario mediante o au-
x{lio de forfa policiaL 
Artigo 4/l - Tratando-se de fornecimento de produtos e servifOS, o empresario devera 
cuidar, proteger e vigiar para que no local de funcionamento de sua empresa nao seja 
praticada infrafiiO ao disposto nesta lei. 
Paragrafo unico - 0 empresario omisso ficara sujeito as sanf6es previstas no artigo 56 
da Lei federal n !1 8. 078, de 11 de setembro de 1990 • C6digo de Defesa do Consumidor, 
aplicaveis na forma de seus artigos 57 a 60, sem prejuizo das sanf6es previstas na legis-
layao sanitaria. 
Artigo Sll - Qualquer pessoa podera relatar ao 6rgao de vigilancia sanitaria ou de de-
fesa do consumidor da respectiva area de atuafiio, fato que tenha presenciado em desa-
cordo com o disposto nesta lei. 
§ J ll - 0 relato de que trata o "caput" deste artigo contera: 
1 - a exposifiio do fato e suas circunstancias; 
2 - a declarafiio, sob as penas da lei, de que o relato corresponde a verdade; 
3 - a identificafiio do autor, com nome, prenome, numero da cedula de identidade, seu 
enderefO e assinatura. 
§ 21l - A criterio do interessado, o relato podera ser apresentado por meio eletr6nico, no 
sftio de rede mundial de computadores - "internet" dos 6rgaos referidos no "caput" deste 
artigo, devendo ser ratificado, para atendimento de todos os requisitos previstos nesta lei. 
§ Jll · 0 relato feito nos termos deste artigo constitui prova id6nea para o procedimento 
sancionat6rio. 
Artigo 61l - Esta lei nao se aplica: 
I • aos locais de culto religioso em que o uso de produto fum{geno fafa parte do ritual; 
II - as instituif6es de tratamento da saude que tenham pacientes autorizados a fumar 
pelo medico que os assista; 
III - as vias publicas e aos espafOS ao ar livre; 
IV • as residencias; 
V - aos estabelecimentos espec{fica e exclusivamente destinados ao consumo no pr6prio 
local de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumi-
geno, derivado ou nao do tabaco, desde que essa condifiio esteja anunciada, de forma 
clara, na respectiva entrada. 
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Paragrafo unico - Nos locais indicados nos incisos I, II e V deste artigo deverao ser 
adotadas condifi5es de isolamento, ventilafiiO ou exaustao do ar que impefam a conta-
minafiiO de ambientes protegidos por esta lei. 
Artigo 7!l - As penalidades decorrentes de infraf6es as disposifi5es desta lei serao impos-
tas, nos respectivos dmbitos de atribuifi5es, pelos 6rgaos estaduais de vigildncia sanita-
ria ou de defesa do consumidor. 
Paragrafo unico - 0 infcio da aplicafiiO das penalidades sera precedido de ampla cam-
panha educativa, realizada pelo Governo do Estado nos meios de comunicafiiO, como 
jomais, revistas, radio e televisao, para esclarecimento sobre os deveres, proibif6es e 
sanf6es impostos por esta lei, alem da nocividade do fumo a saude. 
Artigo Sfl - Cabera ao Poder Executivo disponibilizar em toda a rede de saude publica 
do Estado, assistencia terapeutica e medicamentos antitabagismo para os fumantes que 
queiram parar de fumar. 
Artigo 9fl - Esta lei entra em vigor no prazo de 90 (noventa) dias ap6s a data de sua 
publicafiio. 
15.6 Ginastica Laboral 
15.6.1 lntrodu~ao 
Foi em 1925 que surgiram os primeiros registros da pratica de ginastica laboral. Na Po-
lonia, nesse ano, funcionarios se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupac;iio 
particular. Ap6s alguns anos essa ginastica foi introduzida tambem na Holanda e na Rus-
sia. No inkio da decada de 1960, ela comec;ou a ser praticada na Alemanha, Suecia, Belgi-
ca e Japiio. E, em 1968, os Estados Unidos adotaram tambem a ginastica laboral. 
Por volta de 1973, surgiram no Brasil as primeiras manifestac;oes de atividades ffsicas 
entre funcionarios como forma de melhoria de sua saude, bem como de seu desempenho 
profissional. 
Algumas empresas comec;aram a investir em empreendimentos com opc;oes de lazer e 
esporte para os seus colaboradores, como a Fabrica de Tecido Bangu, a pioneira, e o Banco 
do Brasil, com a posterior criac;iio da Associac;iio Atletica do Banco do Brasil (AABB). 
Foi no inlcio da decada de 1970 que a Federac;iio de Estabelecimento de Ensino Superior 
(FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), por meio da Escola de Educac;iio Ffsica, publicou 
uma proposta de exerclcios baseada em analises biomecanicas, educac;iio ffsica compensa-
t6ria e recreac;iio. Em 1979, a mesma entidade, em convenio com o SESI (Servic;o Social da 
Industria), elaborou e executou o projeto de ginastica laboral (CONFEF, 2004). 
15.6.2 Tipos de Ginastica Laboral 
A ginastica laboral, hoje em dia, e uma das ferramentas utilizadas pelo empregador com 
a maior capacidade de reduzir o fndice de LER (Lesoes por Esforc;os Repetitivos) e DORT 
Qualidade de Vida 317 
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(Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Alem de essa ginastica propor-
cionar redu1rao desses disturbios, tambem estimula o bem-estar entre os funcionarios e 
uma melhoria contfnua de suas atividades. 
Existem dois tipos de ginastica laboral, sendo a preparat6ria e a compensat6ria. 
~ A ginastica preparat6ria e a inicial, ou seja, e realizada logo nas primeiras horas do 
infcio das atividades ou antes del as. Ela e constitufda de aquecimentos e/ ou alonga-
mentos especfficos para determinadas estruturas exigidas. 0 objetivo e aumentar a 
circula1rao sangufnea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articula1roes e tendoes. 
Geralmente tem dura1rao de cinco a dez minutos. 
~ A ginastica compensat6ria e realizada durante a jornada de trabalho (geralmente 
no meio do expediente), como uma pausa ativa para executar exercfcios especfficos 
de compensa1rao. Praticada perto das maquinas, mesas do escrit6rio e, as vezes, no 
refeit6rio ou em espa1ro livre, utilizando exercfcios de descontra1rao muscular e rela-
xamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades profissionais croni-
cas. Por exemplo, os profissionais que trabalham com digita1rao, que a cada 50 mi-
nutosfazem uma pausa de dez minutos seguida de alongamentos, relaxamento etc. 
A ginastica laboral deve ser praticada com intervalos de cinco a dez minutos diarios. Sua 
meta e proporcionar ao funcionario melhor utiliza1rao de sua capacidade funcional por 
meio de exercfcios de alongamento, de preven1rao de lesoes ocupacionais e dinamicas de 
recrea1rao. 0 programa de atividades deve ser desenvolvido ap6s uma avalia1rao criteriosa 
do ambiente de trabalho e de cada colaborador em particular, respeitando a realidade da 
organiza1rao e as condi1roes disponfveis, Figura 15.9. 
Figura 15.9 30 
30 Imagem meramen te ilustrativa. pois a pr3tica de ginastica laboral nas empres-as deve ser conduzida por um professor de 
educa~o fisica. com registro no respectivo cons-elho de classe (ver 15.6.4). 
318 Seguranr,i do Trabalho - Guia Pra6co e Didatico 
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15.6.3 Beneficios para a Empresa 
Uma empresa que contrata um profissional (professor de educa1rao ffsica) para ministrar 
treinos de ginastica laboral a seus funcionarios s6 tem a ganhar. Alem de despertar um 
significado de qualidade de vida em quem a pratica, a ginastica laboral tambem e respon-
savel pela redu1rao de despesas por afastamento medico, acidentes e lesoes (LER e DORT), 
melhorando a imagem da institui1rao perante os funcionarios e a sociedade, alem de au-
mentar a produtividade ea qualidade dos servi1ros prestados. 
15.6.4 Quem Pode Ministrar a Ginastica Laboral 
A pratica de ginastica laboral nas empresas deve ser conduzida por um professor de 
educa1rao ffsica com registro no respectivo conselho de classe. 
Neste sentido, o CONFEF (Conselho Federal de Educa1rao Ffsica) ja regulamentou: 
( ... ) quando niio se tratar de individuo ou grupo de indivfduos diagnosticados como por-
tadores de um quadro patol6gico e formalmente definidos como "pacientes" em tratamen-
to, o programa de atividade ffsica no local de trabalho, denominado Ginastica Labora~ 
devera ser legalmente, planejado, orientado e conduzido por um Profissional de EducQfiio 
F{sica devidamente registrado no sistema CONFEF!CREFs. Isto, certo de estar asseguran-
do aos trabalhadores serem devidamente atendidos em seus direitos constitucionais. 
15.6.5 Programas de Ginastica Laboral 
Os programas de ginastica laboral introduzidos nas empresas devem ser realizados de 
acordo com as caracterfsticas e necessidades de cada estabelecimento, destacando-se como 
fatores determinantes os seguintes itens: 
1. Perfil da empresa e ramo de atividade 
E fundamental para o profissional de educa1rao ffsica, antes de elaborar o progra-
ma de ginastica laboral, conhecer profundamente a cultura da empresa, sua missao, 
valores, bem como a peculiaridade de sua rotina diaria, tendo assim condi1r6es de 
fazer um excelente programa. 
2. Inse~es adaptadas aos horarios/turnos da empresa 
Muitas empresas possuem diversos turnos de trabalho (manha, tarde e noite), em 
que os trabalhadores realizam a mesma tarefa, diante dos mesmos riscos. Por isso, o 
programa de ginastica laboral deve procurar atender a todos. 
3. Areas de risco 
Os profissionais de educa1rao ffsica devem conhecer antecipadamente os setores da 
empresa, preparando-se adequadamente para respeitar suas normas de seguran1ra, 
bem como os riscos provenientes do ambiente de trabalho, que podem ser ffsicos, 
qufmicos, biol6gicos, ergonomicos e de acidentes, podendo estar relacionados a 
suas atividades. 
Qualidade de Vida 319 
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4. Causas de afastamento 
A partir de uma analise das atividades desenvolvidas em cada setor da empresa, e de 
acordo com as principais causas de afastamentos, queixas mais frequentes ou outro 
objetivo relacionado a qualidade de vida dos trabalhadores, e que os profissionais 
de educa~ao ffsica devem planejar parte do programa de ginastica laboral. Algumas 
empresas implantam o programa dentro de um conjunto de a~oes motivacionais e 
nao especificamente relacionado a preven~ao de lesoes, dificultando a eficacia desse 
programa. 
15.7 Resumo 
A qualidade de vida e muito complexa. Ela aborda diversos fatores que influenciam dire-
ta ou indiretamente no bem-estar das pessoas. Por exemplo, uma alimenta~ao saudavel, a 
questao dos vfcios (drogas, tabagismo e alcoolismo), o sedentarismo ea obesidade, a pra-
tica de atividades ffsicas e o relacionamento intrapessoal. 
Uma alimenta~ao saudavel enriquece o organismo de nutrientes necessarios para alcan-
~ar uma performance muito desejada: um corpo sadio por dentro, com curvas e formas por 
fora, ou seja, um corpo muito atraente, a exemplo das modelos capas de revista, que passam 
uma sensa~ao de alimenta~ao perfeita complementada por muitos exercfcios ffsicos. 
Pesquisas recentes provaram que apenas duas bananas fornecem energia o suficiente para 
um exercfcio intenso de 90 minutos. A banana ea fruta preferida dos atletas em todo o mun-
do devido a sua riqueza nutricional. Alem de fornecer energia, tambem ajuda a prevenir um 
numero substancial de doen~as, entre elas a depressao, a anemia e a pressao arterial. 
Para garantir uma alimenta~ao saudavel, e essencial seguir estas dez dicas, recomenda-
das pelos mais nobres especialistas da area de nutri~ao e qualidade de vida: 
~ 11 dica: e bom consumir, pelo menos, de dois a tres litros de agua por dia (mesmo 
no frio). 
21 dica: tomar Hquidos somente uma hora antes e/ou uma hora ap6s as refei~oes. 
~ 31 dica: evite refrigerantes. Engordam muito. De preferencia a sucos naturais. 
~ 41 dica: evite alimentar-se em demasia ap6s as 20 h. 
~ 51 dica: alimente-se bem no cafe da manha e va diminuindo a comida conforme 
acaba o dia. 
320 
61 dica: procure alimentar-se de tres em tres horas; traz bons resultados em curto 
tempo. 
71 dica: procure dormir, pelo menos, oito horas por dia, e nao mais que isso. Des-
frute mais a vida. 
81 dica: fa~a exercfcios regularmente (caminhada, corrida, bicicleta) pela manha, 
assim que acordar, em jejum por 30 a 40 minutos. 
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CJII dica: procure sempre misturar a refei~ao protefnas (em maior quantidade) e car-
boidratos (em menor quantidade). 
IOI dica: consulte regularmente um nutricionista, pois e o profissional mais indica-
do para auxilia-lo nas suas refei~oes, dietas etc. 
0 alcoolismo e um dos problemas mais graves nas industrias que buscam a qualidade de 
vida para seus funcionarios. Ele e o conjunto de problemas relacionados ao consumo ex-
cessivo e prolongado do alcool, entendido como o vfcio de ingestao excessiva e regular de 
bebidas alco61icas e todas as consequencias decorrentes. 
Quando o empregador souber de algum funcionario que tem por habito o uso de bebi-
das alco6licas durante o servi~o, e extremamente recomendavel o encaminhamento para 
tratamento medico e psicol6gico, antes de qualquer outra providencia. Tambem e impor-
tante que, durante as SIPAT, seja abordado em forma de palestras ou teatro o tema do al-
coolismo na empresa, suas causas, efeitos e acidentes etc. 
Alco6licos Anonimos e uma irmandade mundial de homens e mulheres que comparti-
lham suas experiencias, for~as e esperan~as, a fim de resolver seu problema comum e aju-
dar outros a se recuperarem do alcoolismo. Eles se ajudam mutuamente a permanecerem 
s6brios e oferecem o mesmo auxflio a qualquer um que tenha um problema com a bebida 
e queira parar de beber. Por serem todos alco6licos, eles tem uma compreensao mutua 
especial. Sabem como essa doen~a os atinge - e aprenderam como se recuperar do alcoo-
lismo dentro de A.A. (Alco6licos Anonimos). 
A Organiza~ao Mundial da Saude (OMS) define tabagismo como o ato de consumir ci-
garros ou outros produtos quecontenham tabaco, cuja droga ou princfpio ativo seja a ni-
cotina. Ela ainda afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, 
uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido. 
Pesquisas recentes mostram que o tabagismo passivo e estimado como a terceira maior 
causa de morte evitavel no mundo, s6 perdendo para o tabagismo ativo e o consumo ex-
cessivo de alcool. Os nao fumantes que respiram a fuma~a do tabaco tem um risco maior 
de desenvolver doen~as relacionadas ao tabagismo. Quanto maior o tempo em que o fu-
mante passivo fica exposto a polui~ao tabagfstica ambiental, maior a chance de adoecer. 
No dia 7 de agosto de 2009, o Estado de Sao Paulo deu um importante passo em defesa 
da saude publica. Com a entrada em vigor da nova legisla~ao antifumo (Lei n2 13.541, de 
7 de maio de 2009), ficou proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo, como 
bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Mesmo os fum6-
dromos em ambientes de trabalho e as areas reservadas para fumantes em restaurantes fi-
cam proibidos. A nova legisla~ao estabelece ambientes 100% livres do tabaco. 
A ginastica laboral, hoje em dia, e uma das ferramentas utilizadas peto empregador com 
a maior capacidade de reduzir o fndice de LER (Lesoes por Esfor~os Repetitivos) e DORT 
(Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Alem de essa ginastica propor-
cionar redu~ao desses disturbios, tambem estimula o bem-estar entre os funcionarios e 
uma melhoria contfnua de suas atividades. Existem dois tipos de ginastica laboral, sendo a 
preparat6ria e a compensat6ria. 
Qualidade de Vida 321 
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Uma empresa que contrata um profissional (professor de edueac;ao ffsica) para ministrar 
treinos de ginastica laboral a seus funcionarios s6 tem a ganhar. Alem de despertar um 
significado de qualidade de vida em quem a pratica, a ginastica laboral tambem e respon-
savel pela reduc;ao de despesas por afastamento medico, acidentes e lesoes (LER e DORT), 
melhorando a imagem da instituic;ao perante os funcionarios ea sociedade, alem de au-
mentar a produtividade e a qualidade dos servic;os prestados. 
A pratiea de ginastica laboral nas empresas deve ser conduzida por um professor de 
educac;ao ffsica eom registro no respectivo conselho de elasse. 
15.8 Exercf cios 
15.8.1 Exercicios de Revisao 
1. 0 que e qualidade de vida? 
2. Qual a finalidade da qualidade de vida nas organizac;oes? 
3. Quanto as recomendac;oes de qualidade de vida, eite no mfnimo tres mandamentos 
de Nuno Cobra. 
4. Quanto as recomendac;oes de qualidade de vida, eite no mfnimo tres mandamentos 
de Mauricio Hirata. 
5. Quanto as recomendac;oes de qualidade de vida, eite no mfnimo tres mandamentos 
de Hong Jin Pai. 
322 Seguranr,i do Trabalho - Guia Pra6co e Didatico 
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6. 0 que o consumo de al.cool em excesso pode causar? 
7. Qual a finalidade dos Alco6licos Anonimos? 
8. Como a OMS define o tabagismo? 
9. 0 que e fumante passivo? 
10. Ginastica laboral e uma atividade muito importante para a qualidade de vida. Nas 
empresas, quem pode ministra-la? 
15.8.2 Exercicios de Fixa~ao 
1. A lei n2 13.541, de 7 de maio de 2009, profbe o consurno de cigarros, cigarrilhas, cha-
rutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumfgeno, derivado ou niio do tabaco, 
em todo o Estado de Sao Paulo. Essa lei tambem se aplica: 
a. Aos locais de culto religioso em que o uso de produto fumfgeno fa<;a parte do 
ritual. 
b. As institui<;oes de tratamento da saude que tenham pacientes autorizados a fumar 
pelo medico que os assista. 
Qualidade de Vida 323 
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c. As padarias. 
d. As residencias. 
2. Sao recomendac;oes de primeiros socorros a vltimas, quando alcoolizadas, EXCETO: 
a. Colocar o paciente em lugar calmo e protegido e monitorar frequentemente os 
sinais vitais. 
b. Observar o paciente cuidadosamente e garantir a via aerea adequada. 
c. Provocar vomito. 
d. Encaminhar a vftima ao pronto-socorro mais pr6ximo. 
3. Sao dicas para uma alimentac;ao saudavel, EXCETO: 
a. E bom consumir, pelo menos, de dois a tres litros de agua por dia (mesmo no frio ). 
b. Tomar llquidos somente uma hora antes e/ou uma hora ap6s as refeic;oes. 
c. Evitar alimentar-se em demasia ap6s as 20 h. 
d. Alimentar-se bem no jantar. 
4. A pratica de ginastica laboral nas empresas deve ser conduzida por: 
a. Enfermeiro do trabalho com registro no respectivo conselho de classe. 
b. Um professor de educac;ao flsica com registro no respectivo conselho de classe. 
c. Tecnico de seguranc;a do trabalho com registro no respectivo conselho de classe. 
d. Um professor de educac;ao flsica. 
5. Quanto a pratica de ginastica laboral, podemos afirmar, EXCETO: 
a. A ginastica laboral deve ser praticada com intervalos de trinta a cinquenta minu-
tos por dia. 
b. Sua meta e proporcionar ao funcionario melhor utilizac;ao de sua capacidade 
funcional por meio de exerclcios de alongamento, de prevenc;ao de lesoes ocupa-
cionais e dinamicas de recreac;ao. 
c. 0 programa de atividades deve ser desenvolvido ap6s uma avaliac;ao criteriosa do 
ambiente de trabalho e de cada colaborador em particular, respeitando a realida-
de da organizac;ao e as condic;oes disponlveis. 
d. Alem de despertar um significado de qualidade de vida em quem a pratica, agi-
nastica laboral tambem e responsavel pela reduc;ao de despesas por afastamento 
medico, acidentes e lesoes (LER e DORT), melhorando a imagem da instituic;ao 
perante os funcionarios ea sociedade, alem de aumentar a produtividade ea qua-
lidade dos servic;os prestados. 
324 ~eo@eo Seguranr,i do Trabalho - Guia Pra6co e Didatico 
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