Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os sinais vitais fornecem informações críticas iniciais que influenciam o tempo e direção de sua avaliação; Caso já tiverem sido aferidos na triagem, revise- os no início da consulta e se estiverem anormais, é importante aferi-los novamente na consulta; Importância: - Permite identificar necessidades básicas dos pacientes; - É uma maneira rápida e eficiente; - São a base para solução de problemas clínicos. • A temperatura corporal normal é de aproximadamente 36,8ºC a 37,3ºC e varia cerca de 1ºC ao longo do dia; • É mais baixa no início da manhã e mais alta na tarde e à noite, sendo que as mulheres possuem maior variação da temperatura normal do que os homens; Oral: Geralmente é inferior à temperatura corporal central e superiores às temperaturas axilares em aproximadamente 1º. A temperatura desse local varia de 36 a 37,4ºC; - É preferível usar termômetro de vidro, no entanto, caso for utilizar um termômetro eletrônico, coloque com cuidado sob a língua, peça ao paciente que feche a boca e observe o mostrador digital por uns 10 segundos; - Os termômetros de vidro devem ser sacudidos de modo a baixar a coluna de mercúrio para 35 ºC ou 96ºF ou menos, coloque sob a língua do paciente, peça que ele feche a boca e espere de 3 a 5 minutos; Se a leitura for instável, recoloque na boca do paciente por um minuto até a leitura permanecer estável; - Consumo de líquidos quentes ou frios e fumar um cigarro podem modificar a leitura da temperatura. Nessas situações, espere 10 a 15 minutos para aferir a temperatura. Frequências respiratórias altas tendem a exacerbar a discrepância entre as temperaturas oral e retal. Nessas situações, as temperaturas retais são mais confiáveis. Retal: Possui maior precisão, no entanto é um método desagradável e ainda possui o risco de lesão e exposição a fluidos, além de ser contraindicado para recém-nascidos e pacientes com alguma doença retal. A temperatura desse local varia de 36 a 37,5ºC; - Peça ao paciente que se deite em decúbito lateral com o quadril flexionado, utilize um termômetro retal de ponta romba, lubrifique-o e introduza-o cerca de 3 a 4 cm no canal anal, com a ponta direcionada para o umbigo; aguarde 3 minutos para retirá-lo e fazer a leitura; - Outra opção é usar um termômetro eletrônico após lubrificar a tampa da sonda, sinais vitais aguarda 10 segundos para conferir o mostrador digital; Axilar: É considerada menos precisa do que as outras aferições, a sudorese pode interferir e possui um longo período de mensuração; A temperatura desse local varia de 35,5 a 37ºC, com uma média de 36,5ºC; - O local tradicional é o oco axilar e para utilização correta é necessária a higiene da axila e do termômetro, evitando-se umidade no local. O termômetro deve ser conservado em álcool absoluto ou álcool iodado. Timpânica: Pode ser mais variável do que as temperaturas oral ou retal; é uma aferição rápida de custo elevado e contra indicada para pacientes submetidos a cirurgia auditiva. A temperatura média desse local é de 37ºC; - É uma leitura precisa de temperatura, pois a membrana timpânica compartilha da mesma irrigação sanguínea que o hipotálamo, onde ocorre a regulação da temperatura; - Assegure que o meato acústico não tenha cerume para não haver influência na temperatura, posicione a sonda no meato acústico externo de modo que a luz infravermelha esteja apontada para a membrana timpânica. Espere de 2 a 3 segundos até que a temperatura apareça no mostrador digital. • Idade: mecanismos de controle da temperatura; no recém-nascido, os mecanismos de controle de temperatura ainda são imaturos já o idoso: possui uma faixa de regulação mais estreita, devido a uma deterioração dos mecanismos de controle; • Exercícios: aumentam o metabolismo; • Nível hormonal: Variações hormonais durante o ciclo menstrual podem alterar a temperatura do corpo feminino. Quando o nível de progesterona está baixo, a temperatura da mulher se encontra mais baixa do que o valor basal e isso perdura até que a ovulação ocorra. Com o aumento do nível de progesterona, a temperatura sobe. Já na menopausa é comum que “ondas de calor”; Estresse: estímulo hormonal e neural que aumenta o metabolismo; • Ambiente: ambientes muito frios ou muito quentes influenciam na regulação da temperatura do corpo. Sendo que os idosos e recém-nascidos são os mais afetados, pois seus mecanismos reguladores são menos eficientes. Redução da temperatura corporal para valores abaixo de 35ºC. Pode ser classificada em primária quando é acidental ou secundária, quando ocorre uma disfunção do centro regulador hipotalâmico; A temperatura corporal diminui quando a perda de calor excede sua produção. A principal causa de hipotermia é a exposição ao frio, outras causas incluem: - Hipofunção endócrina, como ocorre na Doença de Addison; - Hipopituitarismo; - Hipotireoidismo; - Perda da capacidade de apresentar calafrios; - Redução do movimento como na paralisia; - Mal funcionamento do sistema regulador hipotalâmico, o qual pode estar associado à hipoglicemia, a uma variedade de alterações neurológicas, AVC, tumores e trauma; - Interferência na vasoconstrição por sepse ou consumo excessivo de etanol; Os idosos são especialmente suscetíveis a hipotermia e, além disso, é menos provável que apresentem febre; Pacientes gravemente hipotérmicos devem ser tratados cuidadosamente, pois qualquer estímulo pode desencadear arritmias ventriculares; Elevação da temperatura corporal acima do ponto de regulação térmica, sendo que 38ºC já é o limiar para febre; As causas de febre incluem infecção, traumatismo, como cirurgia ou lesões por esmagamento, processos malignos, reações medicamentosas e distúrbios imunes, como as colagenoses; A febre causada por infecção deve ser tratada com antipiréticos e antimicrobianos apropriados; A hipertermia (temperatura acima de 40 °C) deve ser tratada com medidas de resfriamento tais como bolsas de gelo, névoa fria em frente a ventiladores, lavagem gástrica fria e medicamentos no caso de síndromes medicamentosas; Início: Pode ser súbito ou gradual. Quando súbito, o paciente irá perceber a elevação de temperatura de um momento para outro. Nesse caso, a febre pode ser acompanhada de sinais e sintomas que compõem a síndrome febril, como calafrios, cefaleias, sudorese e inapetência. Quando se instala de maneira gradual, o paciente nem percebe o seu início; Intensidade: Tomando como referência a temperatura axilar, a febre pode ser classificada em: - Leve ou febrícula: até 37,5ºC; - Moderada: 37,6ºC a 38,5ºC; - Alta ou elevada: acima de 38,6ºC. A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. Paciente em mau estado geral, em choque e idosos podem não apresentar febre ou ter apenas febrícula quando acometidos por infecções. Duração: É uma característica clínica importante. O conceito de febre prolongada está associado a uma permanência da febre por mais de uma semana que tenha ou não caráter contínuo. - Algumas doenças causam febre prolongada, são elas: tuberculose, septicemia, malária, endocardite infecciosa febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e esquistossomose. Modo de evolução: Para saber o modo de evolução da febre, é necessária a análise de um quadro térmico. No entanto, a simples informação obtida na anamnese pode servir de base para se conhecer essa característica. O registro da temperatura em uma tabela, dividida em dias, subdivididos em 4 ou 6 horários, compõe o que se chama gráfico ou quadro térmico, tomando como base a temperatura normal; A anotação costuma ser feita 1 ou 2 vezes/dia, mas, em certos casos, registra-se a temperatura de 4 em 4 ou de 6 em6 h; Descrevem-se os seguintes tipos evolutivos de febre: - Febre contínua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1°C e sem grandes oscilações, estando presente na febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia; - Febre irregular ou séptica: picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Não há uma padrão nestas variações. Mostram-se totalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se registra a temperatura várias vezes ao dia; Está presente em episódios de septicemia, abscessos pulmonares, empiema vesicular, tuberculose e na fase inicial da malária; - Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia. Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose; - Febre intermitente: a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal; isto é, registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde; ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro, não. Por vezes, o período de apirexia dura 2 dias. A primeira se denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. O exemplo mais comum é a malária. Aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas e nas septicemias; - Febre recorrente ou ondulante: período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febre não há grandes oscilações; por exemplo: brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas. Término: Pode ser em crise, quando a febre desaparece subitamente e o paciente apresenta sudorese profusa e prostração, típico no acesso malárico. Como pode ser em lise, quando a febre vai desaparecendo gradualmente até alcançar níveis normais. • O pulso é indicador do estado circulatório e é palpado para avaliar a frequência cardíaca; • As características de um pulso são: • Amplitude: corresponde ao grau de enchimento Exercício da artéria (sístole e diástole), podendo ser cheio o filiforme; • Ritmo: Sequência de pulsações que normalmente, ocorrem em intervalos iguais; Parâmetros de normalidade de acordo com a faixa etária: - Lactentes: 120-160bpm; - Crianças: 90-140bpm; - Pré-escolares: 80-110bpm: - Idade escolar: 75-100bpm; - Adolescente: 60-90bpm: - Adulto: 60-100bpm. Terminologia: - Normocardia: frequência cardíaca normal (60 a 100 bpm): - Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal (<60); - Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal (>100); - Bradisfgmia: pulso fino e bradicárdico; - Taquisfgmia: pulso fino e taquicárdico. Exercício físico: Em atletas condicionados a frequência cardíaca diminui, mas em exercícios de curta duração a frequência cardíaca se eleva; Temperatura; Febre e calor aumentam a frequência cardíaca enquanto a hipotermia diminui; Emoções: Dores agudas e ansiedade estimulam os sistema nervoso simpático e aumentam a frequência cardíaca, enquanto dor intensa estimula o sistema nervo parassimpático, diminuindo a frequência cardíaca; Drogas: Medicamentos cronotrópicos positivos como dopamina e epinefrina aumentam a frequência cardíaca, enquanto medicamentos cronotrópicos negativo, como os digitálicos diminuem a frequência cardíaca; Hemorragia: eleva a atividade simpática e aumenta a frequência cardíaca; Mudanças posturais: Ao levantar e senta a frequência cardíaca se eleva, enquanto ao deitar- se, a frequência cardíaca diminui; Distúrbios pulmonares: aumentam a frequência cardíaca devido a uma precária oxigenação. A palpação simétrica das artérias permite detectar diminuição, ausência ou hiperpulsatilidade, possibilitando o diagnóstico clínico de estenose, oclusão ou dilatação; A amplitude do pulso deve ser graduada de 0 a (++): 0 é ausente, (+) é diminuído e (++) é normal; As artérias acessíveis à palpação são: temporal superficial, carótida comum, facial, nasal, subclávia, braquial, radial, ulnar, aorta abdominal, ilíaca externa, femoral comum, poplítea, tibial anterior, tibial posterior, pediosa e digitais das mãos e pés; Na prática diária deve-se palpar rotineiramente: - Carótidas; - Braquiais: - Radial e ulnar; - Aorta abdominal; - Femoral comum; - Poplítea; - Tibial posterior; - Pediosa. A diminuição ou ausência sugere estenose crítica ou oclusão entre o segmento onde o pulso é normal e o segmento com pulso alterado; Vale ressaltar uma exceção, representada por malformação congênita, em que há ausência de pulso femoral e presença de pulsos poplíteo e distais, na persistência da artéria isquiática (Sinal de Cowie). A técnica consiste em comprimir a artéria radial com as polpas digitais dos dedos indicador e médio até detectar a pulsação máxima; - A artéria radial situa-se entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores. - Deve-se evitar a palpação com o polegar para não confundir com as pulsações do próprio examinador. - A mão do paciente deve repousar no leito ou na mesa de exame em completa supinação; - Se o ritmo for regular e a frequência parecer normal, conte-a durante 30 segundos e multiplique por dois. Se a frequência for rápida ou lenta, conte durante 60 segundos; - A variação comum da normalidade é de 60 a 100bpm; A análise do pulso radial abrange as seguintes características: • Estado da parede arterial: Em condições normais, a parede do vaso arterial não apresenta tortuosidades e é facilmente maleável. Uma parede endurecida, irregular e tortuosa, ´podendo ser comparada à “traqueia de passarinho”, é sinal de uma vasculopatia, chamada de arteriosclerose. No entanto, no caso da artéria radial, a condição que a tora tortuosa e dura é a mediosclerose de Monckeberg; Manobra de Osler palpação da artéria radial após insuflação do manguito acima da pressão sistólica. A manobra é positiva quando a artéria permanece palpável, mas sem pulsações. Geralmente, essa manobra é positiva em idosas e serve como um sinal de alerta nos pacientes com pressão arterial elevada; • Frequência: É necessário contar sempre o número de pulsações durante um minuto inteiro, comparando esse valor com o número de batimentos cardíacos. A frequência do pulso varia de acordo com a idade e outras condições fisiológicas; - Em adultos, a frequência normal está entre 60 a 100 bpm; - Taquisfgmia/Taquicardia: frequência acima de 100 bpm e pode estar relacionada a condições fisiológicas como exercício físico, emoção, gravidez e condições patológicas como nos estados febris, hipertireoidismo, insuficiência cardíaca, taquicardia paroxística, miocardite, colapso periférico e hipovolemia; - Bradisgmia/Bradicardia: frequência abaixo de 60 bpm e pode estar relacionada a atletas que possuem grande preparo físico ou condições patológicas como anormalidades cardíacas ou enfermidades infecciosas, hipertensão intracraniana e icterícia; • Déficit de pulso: ocorre quando o número de batimentos cardíacos é maior que o número de pulsações da artéria radial. Pode estar relacionado ao fato de algumas contrações ventriculares serem ineficazes ao impulsionarem sangue para a aorta. A extrassistolia ventricular e a fibrilação atrial são as principais causas de déficit de pulso; • Ritmo: Dado pela sequência das pulsações. O ritmo regular é quando a sequência de pulsações ocorre em intervalos iguais e o ritmo irregular é quando a sequência de pulsações ocorre em intervalos variáveis; - A irregularidade do pulso indica alteração do ritmo cardíaco (arritmia), que pode ser fisiológica ou patológica; - Na fibrilação atrial, chama a atenção do examinador a completa e constante irregularidade do pulso, sendo que os intervalos entre as pulsações variam de uma para outra e a amplitude das ondas se modificam o tempo todo. Além disso,é comum observar na fibrilação atrial o déficit de pulso, principalmente quando a frequência cardíaca é alta; • Amplitude/magnitude: essa característica é avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está relacionada ao grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole. O pulso pode ser amplo (magnus), mediano e pequeno (parvus); - Um exemplo de pulso amplo é o da insuficiência aórtica. Já o pulso pequeno é encontrado na estenose aórtica; • Tensão/Dureza: essa característica é avaliada pela compressão progressiva da artéria. - Pulso mole: quando a pressão necessária para interromper as pulsações é pequena; - Pulso duro: quando a interrupção da onda sanguínea exige forte pressão; • Comparação com a artéria homologa: Verifica-se a igualdade ou desigualdade dos pulsos radiais, palpando simultaneamente as duas artérias radiais e comparando a amplitude das pulsações; - A desigualdade dos pulsos é observada em afecções do arco aórtico ou dos vasos que dele emergem quando são sede de constrições ou oclusões; A pressão arterial é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob pressão do coração. O sangue flui através do sistema circulatório por causa de uma mudança de pressão, se movendo de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão; - A pressão máxima ou sistólica corresponde a ejeção de sangue para aorta quando o coração se contrai; - Já a pressão mínima ou diastólica corresponde ao relaxamento dos ventrículos; A acurácia das aferições da pressão arterial varia de acordo com a forma como são aferidas. Existem alguns métodos para aferir a PA, são eles: Ausculta de PA no consultório com esfigmomanômetro com coluna de mercúrio ou aneroide: método comum e acessível, no entanto sujeito a ansiedade do paciente (“Hipertensão do jaleco branco”), técnica do observador e recalibragem do esfigmomanômetro a cada 6 meses. - Demanda aferições ao longo de várias consultas; - Monitoramento ambulatorial ou domiciliar é necessário para detectar hipertensão arterial mascarada; - Aferições únicas com sensibilidade e especificidade de 75% em comparação com o monitoramento ambulatorial; Pressão arterial oscilométrica automatizada no consultório: Exige posicionamento ideal do paciente, tamanho e posicionamento do esfigmomanômetro e calibragem do dispositivo; Faz várias aferições em um curto período; - Demanda aferições confirmatórias para reduzir os diagnósticos incorretos; - Sensibilidade e especificidade comparáveis para aferições manuais. Monitoramento domiciliar da pressão: Dispositivo automatizado acurado aplicado por paciente, fácil de usar, mais acessível do que o monitoramento ambulatorial. É uma alternativa aceitável se o monitoramento ambulatorial não estiver acessível; mais preditivo de risco cardiovascular do que as aferições do consultório; - Demanda orientação do paciente em relação a técnica acurada, aferições repetidas (duas leituras pela manhã e duas à noite diariamente por 1 semana); não são verificadas durante a noite. - Detecta a hipertensão do jaleco branco – ocorre em 20%; - Detecta hipertensão mascarada – ocorre em 10% (pressão arterial é mais elevada do que as leituras no consultório); - Sensibilidade de 85% e especificidade de 62% em comparação com o monitoramento ambulatorial. Ao recomendar o monitoramento domiciliar da pressão arterial, é importante orientar os pacientes na escolha da melhor braçadeira de esfigmomanômetro para uso domiciliar e do modo de calibrar o aparelho. Informe-os que os monitores de punho e de dedos da mão são populares, mas menos acurados. A pressão sistólica aumenta nas artérias mais distais, enquanto a pressão diastólica cai; e os efeitos hidrostáticos apresentam erros devido a diferenças na posição em relação ao coração. Monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA): automatizado, método “padrão-ouro” de pesquisa e clínico, mais caro (pode não ser coberto pelo plano de saúde); - Afere a pressão arterial nos intervalos predefinidos ao longo de 24 a 48 horas, geralmente a cada 15 a 20 minutos durante o dia e a cada 30 a 60 minutos durante a noite. É considerado o padrão de referência para confirmar as pressões arteriais elevadas do consultório. - Mostra se pressão arterial noturna “cai” (normal) ou permanece elevada (fator de risco de doença cardiovascular). Hipertensão do jaleco branco (hipertensão clínica isolada): é definida como pressão arterial ≥ 140/90 em ambientes clínicos e leituras ambulatoriais com o paciente acordado <135/85; - Esse fenômeno presente em até 20% dos pacientes com pressão arterial elevada no consultório, é importante ser identificado pois carrega risco cardiovascular normal a levemente acentuado e não exige tratamento; - Ele é causado por uma resposta condicionada de ansiedade; - Portanto, uma técnica de aferição insatisfatória, o arredondamento dos valores, a presença de um médico ou enfermeiro ou até o diagnóstico prévio de hipertensão arterial podem modificar as leituras no consultório; - A substituição de aferições manuais por dispositivo automatizado que faz várias leitura com o paciente sozinho em uma sala demonstrou redução no “efeito jaleco branco”. Hipertensão mascarada: é definida como uma pressão arterial no consultório <140/90, mas no exame domiciliar e ambulatorial uma pressão arterial elevada >135/85. É mais grave e se não for tratada em adultos, corre maior risco de desencadear uma doença cardiovascular ou lesão do órgão terminal; Hipertensão noturna: é fisiológico que a pressão arterial seja reduzida na maioria dos pacientes durante a noite. Uma queda <10% dos valores diários ou uma queda acentuada >20% estão associadas a desfechos cardiovasculares ruins e só podem ser identificadas no monitoramento ambulatorial da pressão arterial de 24 horas. - A largura da bexiga inflável da braçadeira deve ter, aproximadamente, 40% da circunferência do braço (cerca de 12 a 14 cm no adulto de porte médio); - O comprimento da bexiga inflável deve ter cerca de 80% da circunferência do braço (quase o suficiente para envolver o braço); A braçadeira padrão tem 12 × 23 cm, apropriada para circunferências da parte média do braço de até 28 cm. • O paciente deve evitar tabagismo, ingerir cafeína ou praticar exercícios 30 minutos antes da aferição; • A sala do exame deve ser um local tranquilo e com temperatura agradável; • O paciente deve se sentar por 5 minutos, com as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; • O braço não deve ter fístulas arteriovenosas para diálise, cicatriz de dissecção de artéria braquial e nem sinais de linfedema consequente a dissecação de linfonodo axilar ou radioterapia; • O braço deve estar na altura do coração, ao nível do 4º espaço intercostal em sua junção com o esterno, apoiado com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro; • Se a artéria braquial estiver abaixo do nível do coração, a leitura da pressão arterial será maior; se ela estiver acima do nível do coração, a leitura será menor. • Em pacientes diabéticos, idosos ou em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada, é necessário aferir a pressão arterial na posição de pé; 1. Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre o acrômio e o olecrano; 2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço do paciente; 3. Coloque o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 4. Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 5. Para decidir até quanto se deve elevar a pressão na braçadeira, primeiro faça umaestimativa da pressão sistólica por meio de palpação da artéria radial; 6. Insufle rapidamente até ultrapassar 30 mmHg do nível estimado da pressão arterial sistólica obtido pela palpação; 7. Palpe a artéria braquial na fossa cubital e coloque a campanula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva; 8. Desinfle lentamente (velocidade de 2 mmHg a 3 mmHg por segundo); 9. Determine a pressão arterial sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff). 10. Continue a desinflar até os ruídos e sons desaparecerem. Determine a pressão arterial diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); 11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder a ̀ desinflação rápida e completa; Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o ponto de desaparecimento estão bem afastados. Em alguns indivíduos com regurgitação aórtica, os ruídos nunca desaparecem. Se a diferença for igual ou superior a 10 mmHg, anote os dois valores (p. ex., 154/80/68). Faça a aferição da pressão arterial em ambos os braços pelo menos uma vez. Existe normalmente uma diferença tensional de 5 mmHg, e, algumas vezes, essa diferença chega a 10 mmHg. As aferições subsequentes devem ser feitas no braço com o nível tensional mais elevado. À medida que o manguito é desinflado, volta a ocorrer passagem do sangue pela artéria antes colabada, surgindo ruídos chamados sons de Korotkoff, classificados em 5 fases. - Fase I (aparecimento de sons): o primeiro som é claro como uma pancada. A força da onda sistólica é maior que a resistência oferecida pelo manguito e o sangue volta a passar pela artéria; - Fase II (batimentos com murmúrio): com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente reverbera e cria murmúrios na parede dos vasos sanguíneos; - Fase III (murmúrio desaparece): os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar com a redução da pressão do manguito; - Fase IV (abafamento dos sons): os batimentos repentinamente tornam-se o menos acentuados. Há, portanto, abafamento dos sons; - Fase V (desaparecimento de sons): restabelece-se. O calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis à ausculta da artéria radial. A avaliação da hipertensão arterial também inclui seus efeitos nos “órgãos terminais” como olhos, coração, cérebro e rins. Verifique se o paciente apresenta retinopatia hipertensiva, hipertrofia ventricular esquerda e déficits neurológicos sugestivos de AVC ou acidente vascular encefálico (AVE). A avaliação renal exige exame de urina e provas de função renal (exame de sangue); Quando os valores sistólico e diastólico pertencem a categorias diferentes, deve-se usar a categoria mais alta. Se, por exemplo, o paciente apresentar 170/92 mmHg, então, ele tem hipertensão arterial no estágio 2; se tivesse 135/98 mmHg, seria hipertensão arterial no estágio 1; Na hipertensão arterial sistólica isolada, a pressão arterial sistólica é ≥ 140 mmHg, e a pressão arterial diastólica é < 90 mmHg; Pressão arterial baixa: Interprete níveis relativamente baixos da pressão arterial em relação às aferições anteriores e ao estado clínico do paciente; - Habitualmente, a pressão arterial de 110/70 mmHg seria normal, mas também poderia indicar hipotensão significativa se as aferições prévias forem elevadas. - Entre as causas de hipotensão ortostática estão: fármacos/drogas ilícitas, perda sanguínea de moderada a intensa, repouso prolongado no leito e doenças do sistema nervoso autônomo; Hipotensão ortostática: Se houver indicação, avalie a hipotensão ortostática, comum em adultos idosos. Faça a aferição dos níveis da pressão arterial e a frequência cardíaca em duas posições – em decúbito dorsal após o paciente repousar durante 3 a 10 min, depois 3 min assim que o paciente ficar em pé. Normalmente, quando o paciente passa da posição horizontal para a posição ortostática, a pressão sistólica cai discretamente ou permanece inalterada, enquanto a pressão diastólica se eleva um pouco; - A hipotensão ortostática consiste na queda da pressão arterial sistólica de pelo menos 20 mmHg ou da pressão arterial diastólica de pelo menos 10 mmHg nos 3 minutos seguintes à retomada da posição ortostática. A análise da eficiência respiratória deve ocorrer de maneira integrada, observando a frequência, o ritmo, a profundidade e o esforço respiratório; Conte o número de incursões respiratórias durante um minuto, seja por inspeção visual ou pela ausculta sutil com o estetoscópio pousado na traqueia durante seu exame da cabeça e do pescoço ou do tórax; Normalmente, a frequência respiratória normal dos adultos se situa entre 12 e 20 incursões por minuto em um padrão regular e tranquilo. Um suspiro ocasional é normal. Verifique se a expiração é prolongada. - Taquipneia: Frequência respiratória > 25 irm. É uma resposta normal à hipovolemia - Bradipneia: Frequência respiratória <8 irm. Taquipneia: respiração rápida e superficial. Diversas condições podem cursar com taquipneia, tais como síndromes restritivas pulmonares (derrames pleurais, doenças intersticiais, edema pulmonar), febre e ansiedade; Hiperpnéia: aumento da frequência respiratória com aumento da amplitude dos movimentos respiratórios. Pode estar presente na acidose metabólica, febre, ansiedade; Bradipnéia: redução do número dos movimentos respiratórios, geralmente abaixo de oito incursões por minuto. Pode surgir em inúmeras situações, tais como presença de lesões neurológicas, depressão dos centros respiratórios por drogas podendo preceder a parada respiratória; Apneia: interrupção dos movimentos respiratórios por um período prolongado. Pacientes com síndrome da apneia do sono podem permanecer sem respirar durante minutos, cursando com hipoxemia acentuada e riscos de arritmias cardíacas e morte. Indivíduos em apneia necessitam de suporte respiratório ou progredirão para óbito. Respiração suspirosa: entrecortada por suspiros frequentes, promovendo desconforto e fadiga ao paciente. Origem relacionada a conflitos emocionais; • Exercício físico; • Dor; • Ansiedade; • Tabagismo; • Posição corporal; • Medicações; • Lesão neurológica; • Alteração nos níveis de Hemoglobina. 1. Manter o paciente em posição confortável, de preferência sentado ou com a cabeceira da cama elevada; 2. Manter a privacidade do paciente, se necessário remover a roupa na altura do tórax; 3. Colocar o braço do paciente em uma posição relaxada, sem que isso bloqueie a visualização do tórax, ou colocar a mão diretamente sobre o abdome do paciente; 4. Colocar o braço do paciente em uma posição relaxada, sem que isso bloqueie a visualização do tórax, ou colocar a mão diretamente sobre o abdome do paciente; 5. Observar o ciclo respiratório completo (inspiração e expiração) e iniciar a contagem da frequência por 60 segundos. Registrar valores da FR, características da respiração e posição do paciente. Antes de tudo, obtenha o relato completo da dor do paciente, peça que ele descreva a dor e como surgiu, se ela está relacionada com o local de um ferimento, com algum movimento ou horário do dia, se ela é aguda, contínua ou em caráter de queimação, se irradia ou segue um padrão específico, se há fatores de piora ou melhora; Peça ao paciente que aponte o local da dor, porque as descrições verbais podem ser imprecisas; Pergunte ao paciente sobre os tratamentos que já foram tentados, inclusive medicamentos, fisioterapia e medicina alternativa; Explore quaisquer condições de comorbidade, como artrite, diabetes, HIV/AIDS, uso abusivo de substâncias psicoativas,anemia falciforme ou transtornos psiquiátricos; Todas essas condições podem exercer efeitos significativos sobre a dor sentida pelo paciente. As escalas da dor têm a desvantagem de serem subjetivas; Em adultos, prefere-se, uma escala analógica, a qual consiste em uma linha reta com um comprimento de 10 centímetros, tendo em seus extremos as designações sem dor e pior dor possível; É solicitado ao paciente que indique a intensidade da dor em algum ponto dessa linha. O resultado é registrado com um valor de zero a dez; Esta escala não exclui o componente subjetivo, mas melhora a avaliação da intensidade. Para adultos com baixa escolaridade, crianças e idosos, para os quais a compreensão da escala analógica visual pode ser difícil, podem-se utilizar as escalas de representação gráfica não numérica, como a de expressões faciais de sofrimento: sem dor, dor leve, dor moderada e dor intensa; Se o paciente tem dificuldade em definir a “pior dor possível”, solicita-se a ele que a compare com a dor mais intensa já experimentada. A dor do parto, a da cólica nefrítica, a de uma úlcera perfurada (no momento da perfuração) são referências adequadas para esse fim. Mas nem todo paciente tem estas referências Dor aguda: indica que o organismo está sendo agredido ou que sua integridade está em risco. Pode durar de fração de segundo a semanas. Se não for tratada adequadamente, pode se tornar crônica, passando a ser a “doença” do paciente, condição que deve ser abordada de maneira totalmente diferente da dor como “sintoma”; Dor crônica.: dura no mínimo 3 meses, mas que pode causar sofrimento por anos, demandando tratamento farmacológico adequado e terapias múltiplas, pois abala os laços familiares, interpessoais, sociais, laborais e educacionais, além de fragilizar afetiva e emocionalmente o paciente. Dor constante: é aquela que ocorre continuamente, podendo variar de intensidade, mas sem desaparecer completamente. O indivíduo dorme e acorda com dor; Dor intermitente: é aquela que ocorre episodicamente, sendo sua frequência e duração bastante variáveis. Em geral, é descrita como dor em choque, aguda, pontada, facada, fisgada; Dor referida: Pode ser definida como uma sensação dolorosa superficial percebida distante da estrutura onde se a originou; Dor irradiada: Caracteriza-se por ser sentida à distância de sua origem, mas em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em um nervo cuja estimulação é responsável pela dor. • Localização: região onde o paciente sente a dor; • Irradiação: A dor pode ser estritamente localizada ou irradiada, quando segue o trajeto de uma raiz nervosa ou nervo, ou referida, cujo mecanismo é diferente. Não se deve confundir dor referida e dor irradiada; • Qualidade ou caráter: Para que seja definida a qualidade ou o caráter da dor, solicita-se ao paciente para descrever a sensação que a dor provoca • Intensidade: É um componente relevante da dor. Aliás, é o que costuma ter mais importância para o paciente. Resulta da interpretação global dos seus aspectos sensoriais, emocionais e culturais. Como é uma experiência sensorial subjetiva, a avaliação da intensidade feita pelo paciente é o elemento fundamental desta característica; • Escalas de dor: pode ser subjetiva ou analógica, a depender da condição do paciente; • Duração: Inicialmente, determina-se com a máxima precisão possível a data de início da dor. Quando é contínua, calcula-se sua duração de acordo com o tempo transcorrido entre o início e o momento da anamnese. Se for cíclica, deve-se registrar a data e a duração de cada episódio doloroso. • Evolução: Trata-se de uma característica de grande relevância, que revela a maneira como a dor evoluiu, desde seu início até o momento da anamnese; • Relação com funções orgânicas: Essa característica é avaliada, tendo em conta a localização da dor e os órgãos e estruturas situados na mesma área; • Fatores desencadeantes ou agravantes: fatores que desencadeiam a dor, ou a agravam; • Fatores atenuantes: fatores que aliviam a dor, incluindo funções orgânicas, posturas ou atitudes que protegem a estrutura ou função do órgão onde é originada (atitudes antálgicas), incluindo repouso, distração, medicamentos, fisioterapia, acupuntura, bloqueios anestésicos, procedimentos cirúrgicos e outras intervenções; • Manifestações concomitantes: A dor aguda, nociceptiva, sobretudo quando intensa, costuma acompanhar-se de manifestações neurovegetativas, que se devem à estimulação do sistema nervoso autônomo, expressando-se por sudorese, palidez, taquicardia, hipertensão arterial, mal estar, náuseas e vômitos. Referências PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2009. 1308 p. BATES, Barbara; BICKLEY, Lynn S.; SZILAGYI, Peter G. Propedêutica Médica. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, c2010. 965 p. GOLDMAN, Lee et al. Cecil. Tratado de Medicina Interna; 24 ed; Rio de Janeiro: Elsevier, , 2014.
Compartilhar