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Introdução à Sociologia: Ciência e Sociedade

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Prévia do material em texto

Profº Cristiano Bodart
E.E.E.F.M. PROFª “FILOMENA QUITIBA”
SOCIOLOGIA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Eixo: Ciência, Vida e Sociedade
Aluno(a): ______________________________________
Piúma, ES
2010
A SOCIOLOGIA estuda as relações sociais e as formas 
de associação, considerando as interações que ocorrem na 
vida em sociedade. Desta forma, estudar Sociologia é 
buscar compreender criticamente o mundo que está ao 
nosso redor e entender nosso papel como agente de 
mudança nele. A Sociologia nos permite enxergar o mundo 
com outros olhos. Bom estudo!
Primeiro trimestre
Unidade 1: Sociologia como 
ciência e suas origens 
 
A Sociologia é uma ciência? Qual 
é o seu campo de estudo? Por que 
existe?
O homem só consegue sobreviver em 
sociedade. Isto implica numa série de inferências.
Sem certas regras seria impossível viver em 
grupo, pois a todo momento aconteceriam choques 
de interesses.
Viver em sociedade exige o estudo de 
fenômenos, chamados “sociais”, que vão aparecer 
por exigência deste fato. É para estudá-los que existe 
Sociologia. 
A Sociologia vai além do estudo dos 
fenômenos sociais e parte para o levantamento de 
soluções e estuda como interferir nestes fenômenos, 
tendo por fim o bem estar coletivo. Podemos definir a 
sociologia como uma ciência que estuda os 
fenômenos sociais, refletindo sobre eles e tentando 
explicá-los através de certos conceitos, técnicas e 
métodos.
A sociologia não pode ter uma posição 
determinista em relação ao seu objeto de estudo, por 
se tratar de uma ciência humana e não exata, a 
possibilidade de quantificação das variáveis para seu 
estudo e sua transmissibilidade futura, assim como a 
generalização das relações entre as variáveis 
descobertas, é algo relativo e precário. Ela é ciência 
porque usa métodos e técnicas que lhe permitem 
estudar o social. Podemos afirmar que sem a 
estatística dificilmente a sociologia poderia ser 
considerada uma ciência. Seu campo de estudo é a 
organização da sociedade (a estática) e tudo o que 
acontece entre seus membros (dinâmica).
ATIVIDADE
1. Por que podemos afirmar que a 
sociologia é uma ciência?
2. Cite regras sociais sem as quais seria 
impossível conviver em grupo.
3. Dê uma de sociólogo. Faça o 
levantamento de um fenômeno social existente no 
seu ambiente escolar, sugira soluções viáveis e 
que obedeçam as regras deste ambiente, fazendo 
o estudo de como interferir neste fenômeno, 
tendo por fim o bem estar coletivo.
Sociologia X Senso Comum 
A observação e o estudo do 
mundo em que vivemos pode ser feita 
de maneiras diversas. Há pessoas, por 
exemplo, que baseiam suas opiniões sobre a 
sociedade que lhes abriga em dados cientificamente 
confirmados. No entanto, existem pessoas que optam 
por enxergar o mundo em que vivem através de seus 
próprios olhos, criando assim conceitos particulares e 
uma definição de mundo própria, sem quaisquer 
outras fontes de confirmação senão o próprio 
indivíduo.
O que muitos chamam de "achismo" ou de 
"ciência particular" é formalmente chamado de Senso 
Comum. A sociologia, conhecimento e estudo 
científico da sociedade formulado através de 
pesquisas históricas e pesquisas de campo, é 
antagônica ao senso comum. Isto ocorre no momento 
em que as teorias sociológicas são baseadas em 
pesquisas científicas, ou seja, em que são 
confirmadas através de todo um processo de 
observação e resgate de informações históricas.
Tomemos como exemplo uma situação 
social: numa cena de assalto, em que o assaltante é 
negro encontram-se dois observadores. Um deles, 
baseando-se apenas no senso comum, afirma: "O 
negro é assaltante porque tem preguiça de trabalhar". 
Contrapondo-se ao senso comum, ou seja, baseando 
sua afirmação em dados históricos e sociológicos, o 
segundo observador rebate: "Na verdade, o 
assaltante é negro devido às conseqüências de um 
processo de exploração chamado escravidão".
Como se pôde observar, a necessidade de 
confirmação de hipóteses mostra-se essencialmente 
presente na sociologia ou em qualquer outro estudo 
científico. Eis aí o que difere a sociologia e a ciência 
em geral do senso comum: a necessidade de uma 
base sólida, obtida através de pesquisas, para 
comprovar teorias. 
Fonte:
 http://re-bo-lina.blogspot.com/2009/03/sociologia-x-
senso-comum.html
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE
Para a Sociologia, sociedade é 
o conjunto de pessoas que compartilham 
propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que 
interagem entre si constituindo uma comunidade. A 
sociedade é o objeto de estudo das ciências sociais, 
especialmente da Sociologia.
Também se chama de sociedade ou 
associação o agrupamento de pessoas para a 
2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_humanas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_(biologia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://re-bo-lina.blogspot.com/2009/03/sociologia-x-senso-comum.html
http://re-bo-lina.blogspot.com/2009/03/sociologia-x-senso-comum.html
http://re-bo-lina.blogspot.com/2009/03/sociologia-x-senso-comum.html
realização de atividades privadas, sendo reservada à 
primeira expressão à reunião com fins empresariais e 
a segunda para o conjunto que visa resultados 
sociais independentemente de benefícios financeiros.
Uma sociedade é um grupo de indivíduos 
que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior 
parte das interações é feita com outros indivíduos 
pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade é 
uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma 
sociedade é uma comunidade interdependente. O 
significado geral de sociedade refere-se 
simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas 
numa comunidade organizada.
A origem da palavra sociedade vem do latim 
societas, uma "associação amistosa com outros". 
Societas é derivado de socius, que significa 
"companheiro", e assim o significado de sociedade é 
intimamente relacionado àquilo que é social. Está 
implícito no significado de sociedade que seus 
membros compartilham interesse ou preocupação 
mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, 
sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para 
o coletivo de cidadãos de um país governados por 
instituições nacionais que lidam com o bem-estar 
cívico.
Pessoas de várias nações unidas por 
tradições, crenças ou valores políticos e culturais 
comuns, em certas ocasiões também são chamadas 
de sociedades (por exemplo, Judaico-Cristã, Oriental, 
Ocidental etc.). Quando usado nesse contexto, o 
termo age como meio de comparar duas ou mais 
"sociedades" cujos membros representativos 
representam visões de mundo alternativas, 
competidoras e conflitantes.
Também, alguns grupos aplicam o título 
"sociedade" a eles mesmos, como a "Sociedade 
Americana de Matemática". Nos Estados Unidos, isto 
é mais comum no comércio, em que uma parceria 
entre investidores para iniciar um negócio é 
usualmente chamada de uma "sociedade". No Reino 
Unido, parcerias não são chamadas de sociedade, 
mas cooperativas.
O SURGIMENTO DA 
SOCIOLOGIA: cenário de seu 
surgimento
A sociologia propriamente dita é fruto da 
Revolução Industrial, e nesse sentido é chamada de 
"ciência da crise" - crise que essa revolução gerou 
em toda a sociedade européia. 
A história da civilização ocidental talvez não 
tenha enfrentado período tão conturbado quanto 
aquele compreendido entre o fim do regime feudal 
europeu e o nascimento do capitalismo. Período este 
que se arrasta do século XVI ao XVIII.
Conturbado não apenas no sentido de 
conflitos bélicos1[1]. Mas, principalmente, em relação 
às mudanças radicais nos aspectos econômicos, 
políticos e sociais. Mudanças que ao interferir na 
forma como a sociedade produze distribui suas 
riquezas e na forma como passam a ser geridos os 
governos – e que por isso vão interferir também na 
forma como homens e mulheres se relacionam em 
seu cotidiano – criam uma nova visão de mundo tanto 
em relação a expectativas individuais e coletivas 
1[1] A Guerra dos Trinta Anos (1618-48) e as Campanhas 
Napoleônicas são os mais característicos exemplos. 
quanto em relação à compreensão dessa nova 
sociedade. Mudam-se hábitos e pensamentos. 
Muda-se a forma de agir e de como ver e 
compreender o mundo.
A economia eminentemente agrária e de 
comércio dá lugar à produção industrial de larga 
escala. O poder político muda não apenas de mãos – 
da nobreza para a nova classe, a burguesia – como 
também de forma – do regime monárquico ou similar, 
baseado na hereditariedade, para um regime de 
representação, a democracia. No Séc. XVI 
desenvolve-se o movimento que ficou conhecido por 
“Reforma Protestante”, propiciando tendência 
comportamental que contribuiu de modo significativo 
para a valorização do conhecimento racional. Com 
essa nova maneira de se relacionar com as coisas 
sagradas, a sociedade da época passou a analisar o 
universo de outra forma. Com isso a razão passa a 
ser soberana e é colocada como elemento essencial 
para se conhecer o mundo.A visão mítica e mágica 
do mundo foi substituída aos poucos pelo que foi 
chamado de razão – o homem assume seu papel 
como protagonista da história e o desenvolvimento 
tecnológico e científico torna-se meta da sociedade. 
A solidariedade comunitária dos servos camponeses 
do sistema feudal perde-se em meio às novas 
necessidades da massa das cidades, que apesar de 
ocupar um mesmo espaço geográfico se individualiza 
e se fragmenta – agora é cada um por si na batalha 
por uma vaga em uma indústria ou mineradora e na 
luta pela garantia da sobrevivência de seu núcleo 
familiar.
O avanço tecnológico e científico jamais 
experimentado pela humanidade num período tão 
curto, numa quantidade tão grande e variada e numa 
qualidade até então inimaginável foi outra 
característica importante desse período. Mas tão 
significante quanto o crescimento tecnológico e 
científico foram as condições a que a grande maioria 
da população das cidades industrializadas foi 
submetida. Uma enorme massa humana – incluindo-
se aí idosos, crianças de até oito anos e mulheres 
grávidas – era colocada em situações completamente 
insalubres em fábricas ou minas de carvão2[2]. 
Jornadas que chegavam a catorze ou dezesseis 
horas de trabalho, salários reduzidos às 
necessidades mínimas de compra de alimentos, 
pagamentos de aluguéis (geralmente aos próprios 
empregadores) e aquisição de vestimentas básicas, 
mínima ou nenhuma segurança no local de trabalho 
(encurtando a vida ou a utilidade do operário). Estas 
eram condições comuns da nova classe que se 
formava como peça fundamental da lógica capitalista: 
a classe dos trabalhadores assalariados.
É neste período de nascimento e afirmação 
do capitalismo como relação social de produção 
hegemônica na Europa que surgem movimentos 
filosóficos3[3], explodem acontecimentos políticos e 
históricos marcantes4[4] e se dão saltos tecnológicos e 
científicos5[5] que reconfiguram não somente as 
relações econômicas, políticas e sociais como 
também acabam interferindo em toda a história da 
humanidade.
2[2] Principal fonte energética para a maquinaria industrial.
3[3] Como o iluminismo, apostando na razão para o 
desenvolvimento da humanidade.
4[4] A Revolução Francesa, que deu o poder político a quem já 
detinha o poder econômico, a burguesia.
5[5] Sua maior expressão foi a chamada Revolução Industrial, em 
meados do século XVIII.
3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cooperativa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
Em decorrência da complexidade da 
sociedade agora posta, surge a necessidade de uma 
ciência que possa compreender essa nova ordem. 
Uma ciência que possa entender a dinâmica das 
relações específicas e mais gerais que mulheres e 
homens mantêm entre si e com o mundo que os 
cerca. Nasce a sociologia em meio a um cenário 
enriquecido de variados e ainda incompreendidos 
elementos. E, por isso mesmo, extremamente 
desafiador para os que se dispunham a ordenar, 
transformar ou simplesmente decifrar as 
aparentemente caóticas relações sociais.
Atividade
4) O que é sociedade na visão da Sociologia? 
1) A sociologia é necessária para a 
compreensão da sociedade em que 
vivemos? Por quê?
2) Apresente, em poucas palavras, os 
principais fatores colaboradores para o 
surgimento da Sociologia.
A CONTRIBUIÇÃO DOS 
CLÁSSICOS
1. Durkheim
O AUTOR
David Émile Durkheim 
nasceu em 15 de abril de 1858, na 
França, e morreu em 1917. O 
princípio sociológico de Durkheim 
está fundado no social. Para ele, 
o que não advém do social não 
tem importância para a sociologia 
que ele pretende fazer. Isso 
porque a sociedade é a pré-condição de ser humano: 
é na sociedade que o indivíduo. A vida social unifica, 
estrutura e gera significados para a existência 
humana. Ele é determinista, dando absoluto 
predomínio ao social tanto no plano causal quanto no 
plano das ações.
O social existe no plano ideal. Para 
Durkheim, é no social que está tudo aquilo que a 
gente sabe, que os antepassados descobriram e que 
as futuras gerações irão descobrir. O social é 
universal e, por isso, objetivo e racional.
REPRESENTAÇÕES COLETIVAS
O social cria representações coletivas, que 
são atitudes comuns de uma determinada 
coletividade em uma determinada época. Esta 
representação coletiva independe dos indivíduos, 
pois o indivíduo não tem poder criativo. Em 
Durkheim, o social que determina o indivíduo. É 
como se cada indivíduo trouxesse em si a marca do 
social, e esta marca determinasse suas ações.
DIVISÃO DO TRABALHO E FUNCIONALISMO
A divisão do trabalho, para ele, pode ser: 
normal ou geral e anômica ou patológica. Normal é o 
que se repete de maneira igual, o que funciona 
espontaneamente, gerando a solidariedade 
necessária à evolução do social. O patológico é 
aquilo que difere do normal. Durkheim acha que as 
coisas tendem à normalidade: até o patológico 
caminha para a normalidade.
Durkheim compara a sociedade a um corpo 
humano, onde o Estado é o cérebro, elaborando 
representações coletivas que aperfeiçoem a 
solidariedade. Para ele, todas as partes do corpo tem 
uma função, não havendo hierarquias entre as 
diferentes partes. É uma sociedade harmônica.
Até o crime é considerado normal porque 
não há sociedade onde não haja crime e também tem 
uma função social, a função de manter e gerar uma 
coesão social. Quando acontece um crime, a 
consciência coletiva é atingida: o social é agredido 
pelo indivíduo. Um ato não ofende a consciência 
coletiva porque seja criminoso, mas é criminoso 
porque ofende a consciência coletiva. No entanto, o 
Estado pode fortalecer a consciência coletiva através 
da punição do criminoso. É através da punição do 
criminoso que a consciência coletiva mantém a sua 
vitalidade. A pena impede um crescimento exagerado 
do crime, não permitindo que ele se torne patológico.
Numa visão durkheimiana, a impunidade, 
não-punição do crime pelo Estado, enfraquece aconsciência coletiva, os laços de solidariedade, 
gerando um estado de anomia. Quando o patológico 
prevalece sobre o normal, há uma desestruturação 
social. O estado de anomia é uma situação limite e 
sem função na sociedade.
SOLIDARIEDADE MECÂNICA À 
ORGÂNICA 
ÿ Solidariedade mecânica
Em De la Division du Travail Social, Durkheim 
esclarece que a existência de uma sociedade, bem 
como a própria coesão social, está baseada num 
grau de consenso entre os indivíduos e que ele 
designa de solidariedade. De acordo com o autor, há 
dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica prevalece 
naquelas sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", 
ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal 
formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos 
que a integram compartilham das mesmas noções e 
valores sociais tanto no que se refere às crenças 
religiosas como em relação aos interesses materiais 
necessários a subsistência do grupo, essa 
correspondência de valores assegura a coesão 
social.
ÿ Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade 
orgânica que é a do tipo que predomina nas 
sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do 
ponto de vista da maior diferenciação individual e 
social (o conceito deve ser aplicado às sociedades 
capitalistas). Além de não compartilharem dos 
mesmos valores e crenças sociais, os interesses 
individuais são bastante distintos e a consciência de 
cada indivíduo é mais acentuada. 
A divisão econômica do trabalho social é 
mais desenvolvida e complexa e se expressa nas 
4
diferentes profissões e variedade das atividades 
industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das 
ciências naturais, em particular da biologia (muito em 
uso na época em que ele começou seus estudos 
sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação 
entre a diferenciação crescente sobre a qual se 
assenta a solidariedade orgânica. 
Durkheim concebe as sociedades 
complexas como grandes organismos vivos, onde os 
órgãos são diferentes entre si (que neste caso 
corresponde à divisão do trabalho), mas todos 
dependem um do outro para o bom funcionamento do 
ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz 
aumentar também o grau de interdependência entre 
os indivíduos.
Para garantir a coesão social, portanto, onde 
predomina a solidariedade orgânica, a coesão social 
não está assentada em crenças e valores sociais, 
religiosos, na tradição ou nos costumes 
compartilhados, mas nos códigos e regras de 
conduta que estabelecem direitos e deveres e se 
expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.
O FATO SOCIAL
• “É fato social toda maneira de fazer, fixada 
ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma 
coerção exterior", ou ainda, "que é geral no conjunto 
de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, 
uma existência própria, independente das suas 
manifestações individuais”.
• Três características dos fatos sociais:
a. COERÇÃO SOCIAL
b. EXTERIORIDADE
c. GENERALIDADE
Coerção social
• A força que obriga o indivíduo a conduta e 
a formas de pensar específicas – manifestas em 
representações coletivas e regras de comportamento.
• Exemplos: modelos de relações familiares, 
religião, língua, códigos legais etc.
• Coerção social direta: direito, educação, 
família e religião; coerção social indireta: língua, 
sistema econômico, desenvolvimento tecnológico.
• “A coerção social não exclui 
necessariamente a personalidade individual”.
Exterioridade
• Existem e atuam sobre os indivíduos 
independentemente de sua vontade ou de sua 
adesão consciente, ou seja, eles são exteriores aos 
indivíduos.
• As regras sociais, as crenças, os 
costumes, as leis e os valores já existem antes do 
nascimento das pessoas; são a elas impostos por 
mecanismos de coerção social, como a educação. 
Portanto, os fatos sociais são ao mesmo tempo 
coercitivos e dotados de existência exterior às 
consciências individuais.
• Uma conclusão lógica importante é que 
todo processo de socialização implica um alto grau 
de coerção (imposição).
Generalidade
• É social todo fato que é geral, que se 
repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na 
maioria deles.
• Os fatos sociais manifestam sua natureza 
coletiva ou um estado comum ao grupo, como as 
formas de habitação, de comunicação, os 
sentimentos e a moral.
• A generalidade distingue o essencial do 
fortuito e especifica a natureza sociológica dos 
fenômenos.
• Mas, ATENÇÃO: um fato social é geral 
porque é coletivo, mas não pode ser considerado um 
fenômeno coletivo apenas por ser geral. Quando 
falamos em um fato coletivo, afirmamos que esse fato 
é independente de suas manifestações individuais. 
Dito de outro modo, um fato não é social por ser 
generalizado em uma dada coletividade, porém é 
geral para a coletividade por ser social.
FATO SOCIAL NORMAL
• Quando se encontra generalizado pela 
sociedade ou quando desempenha alguma função 
importante para sua adaptação ou sua evolução.
• A generalidade de um fato social, isto é, 
sua unanimidade, é garantia de normalidade na 
medida em que representa o consenso social, a 
vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito 
de uma determinada questão.
"Para saber se o estado econômico atual 
dos povos europeus, com sua característica ausência 
de organização, é normal ou não, procurar-se-á no 
passado o que lhe deu origem. Se estas condições 
são ainda aquelas em que atualmente se encontra 
nossa sociedade, é porque a situação é normal, a 
despeito dos protestos que desencadeia”.
FATO SOCIAL PATOLÓGICO
• Quando um fato põe em risco a harmonia, 
o acordo, o consenso e, portanto, a adaptação e a 
evolução da sociedade, então estamos diante de um 
acontecimento de caráter mórbido e de uma 
sociedade doente.
• Patológico é aquele que se encontra fora 
dos limites permitidos pela ordem social e pela moral 
vigente. Como as doenças, são transitórios e 
excepcionais.
• Uma sociedade que não consegue se 
proteger punindo seus membros, pois lhe falta os 
parâmetros do “certo” e do “errado” é uma sociedade 
anômica.
• Anomia: ausência de regras instituídas e 
orientadoras da conduta dos indivíduos.
Atividades
3) Qual a contribuição de Durkheim para a 
Sociologia?
4) Segundo Durkheim, qual é o objeto de 
estudo da Sociologia?
5) Quais são as características do Fato 
Social? Explique cada uma delas.
6) O que é o fato social normal e 
patológico? Dê exemplo para cada um 
deles.
7) De acordo com a definição de Fato Social 
formulada por Durkheim, assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) A escola é um fato social e – como instituição – 
cumpre um relevante papel na formatação do 
comportamento individual em consonância com as 
regras e valores presentes na consciência coletiva.
5
b) O ato de adoecer é um fato social, pois possuindo 
motivações biológicas podem ser percebidos como 
exteriores aos indivíduos; excetuando-se as doenças 
psicossomáticas e influenciadas por fatores sociais.
c) A arquitetura de nossas casas constitui um fato 
social, na medida em que seguimos padrões e 
obedecemos a um senso estético exterior às nossas 
consciências individuais.
d) O sistema eleitoral é um fato social, porque 
pertence à esfera da vida política.
8) Sobre a Sociologia de Durkheim assinale 
com (V) as afirmativas verdadeiras e com 
(F) as falsas.
a) ( ) O objeto de estudo da Sociologia segundo 
Durkheim é a ação social.
b) ( ) O casamento, a educação, a escola, a religião, 
o crime, são exemplos de fato social.
c) ( ) Durkheim se esforçou para emancipar a 
Sociologia das demais teorias da sociedade.d) ( ) Segundo Durkheim, a sociologia tinha por 
finalidade não só explicar a sociedade como também 
encontrar soluções para vida social.
e) ( ) O objetivo máximo da vida social, de acordo 
com Durkheim é promover a harmonia da sociedade 
consigo mesma e com as demais sociedades.
f) ( ) O crime não pode ser considerado um fato 
social normal.
g) ( ) A sociedade apresenta como todo organismo, 
estados normais e patológicos.
h) ( ) Sanções espontâneas são aquelas prescritas 
pela sociedade em forma de leis nas quais se 
estabelece a infração e a penalidade subseqüente.
1. WEBER 
O AUTOR
Max Weber nasceu em 
Erfurt, em 21 de abril de 1864, e 
faleceu em junho de 1920. 
Weber vive numa época em que 
as idéias de Freud impactavam 
as ciências sociais e em que os 
valores do individualismo 
moderno começavam a se 
consolidar. A grande inovação 
que Weber trouxe para a 
sociologia foi o individualismo metodológico. Para 
ele, o indivíduo escolhe ser o que é, embora as 
escolhas sejam limitadas pelo grau de conhecimento 
do indivíduo e pelas oportunidades oferecidas pela 
sociedade. O indivíduo é levado a escolher em todo 
instante, o que faz da vida uma constante 
possibilidade de mudança. O indivíduo escolhe em 
meio aos embates da vida social. Essa idéia faz com 
que o sentido da vida, da história, seja dado pelo 
próprio indivíduo. Os processos não têm sentido 
neles mesmos, mas são os indivíduos que dão 
sentido aos processos.
AÇÃO SOCIAL
AÇÃO SOCIAL: é a conduta humana dotada de 
sentido.
• A ação social é o comportamento humano 
com uma intenção. Ex: uma festa, um assalto.
• A ação social, pode ser positiva ou negativa, 
dependendo do sentido que o ser humano dê a ela.
• A ação social gera efeitos sobre a realidade, 
pois toda ação modifica alguma coisa, causa reação 
positiva ou negativa. Este processo ação-reação 
causa efeitos que contribuirá para modificar a 
realidade. 
Ex: Ataque coordenado de criminosos em São 
Paulo tem gerado sentimento de medo, pânico e 
completa insegurança entre a população da região e 
de outros Estados. 
A sociedade em Weber é vista como um 
conjunto de esferas autônomas que dão sentido às 
ações individuais. Mas só o indivíduo é capaz de 
realizar ações sociais. A ação social é uma ação cujo 
sentido é orientado para o outro. Um conjunto de 
ações não é necessariamente ação social. Para que 
haja uma ação social, o sentido da ação deve ser 
orientada para o outro. Seja esta ação para o ‘bem’ 
ou o ‘mal’ do outro. A ação social não implica uma 
reciprocidade de sentidos: o outro pode até não saber 
da intenção do agente.
Para Weber há quatro tipos de ação social: 
ação social tradicional, ação social afetiva, ação 
social racional quanto aos valores, ação social 
racional quanto aos fins.
Ação social tradicional é aquela que o 
indivíduo toma de maneira automática, sem pensar 
para realiza-la.
Ação social afetiva implica uma maior 
participação do agente, mas são respostas mais 
emocionais que racionais. Ex.: relações familiares. 
Segundo Weber, estas duas primeiras ações sociais 
não interessam à sociologia.
Ação racional com relação a valores é 
aquela em que o sociólogo consegue construir uma 
racionalidade a partir dos valores presentes na 
sociedade. Esta ação social requer uma ética da 
convicção, um senso de missão que o indivíduo 
precisa cumprir em função dos valores que ele preza.
Ação racional com relação aos fins é 
aquela em que o indivíduo escolhe levando em 
consideração os fins que ele pretende atingir e os 
meios disponíveis para isso. A pessoa avalia se a 
ação que ela quer realizar vale a pena, tendo em 
vista as dificuldades que ele precisará enfrentar em 
decorrência de sua ação. Requer uma ética de 
responsabilidade do indivíduo por seus atos.
Relação social não é o encontro de pessoas, 
mas a consciência de ambas do sentido da ação. A 
relação social é sempre probabilística, porque ela se 
fundamenta na probabilidade de ocorrer determinado 
evento, o que inclui oportunidade e risco. A vida 
social é totalmente instável: a única coisa estável da 
vida social é a possibilidade (e necessidade) de 
escolha. Não há determinismos sobre a o que será a 
sociedade. Por isso, as análises sociológicas são 
baseadas em probabilidades e não em verdades.
DOMINAÇÃO
Como já dissemos a vida social para Weber 
é uma luta constante. Por conta disso, ele não vê 
possibilidade de relação social sem dominação. 
Todas as esferas da ação humana estão marcadas 
por algum tipo de dominação. Não existe e nem vai 
existir sociedade sem dominação, porque a 
dominação é condição de ser da sociedade. A 
dominação faz com que o indivíduo obedeça a uma 
ordem acreditando que está realizando sua própria 
vontade. O indivíduo conforma-se a um padrão por 
6
sua própria escolha e acha que está tomando uma 
decisão própria.
Existem pelo menos três tipos de dominação 
legítima: legitimação tradicional, legitimação 
carismática e legitimação racional. Para Weber a 
burocracia é a mais bem acabada forma de 
dominação legítima e racional. A burocracia baseia-
se na crença na legalidade ou racionalidade de uma 
ordem. A burocracia mais eficaz de exercer a 
dominação. E é uma conseqüência do processo de 
racionalização da vida social moderna, sendo 
responsável pelo gerenciamento concentrado dos 
meios de administração da sociedade.
 
Atividades
9) Para a teoria sociológica de Max Weber, 
em toda sociedade há dominação, que é 
entendida como uma “[...] probabilidade de 
haver obediência para ordens específicas 
(ou todas) dentro de um determinado grupo 
de pessoas [...]”. Fonte: WEBER, M. 
Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe 
Barbosa. Economia e Sociedade, Brasília: 
Ed. UnB, 1991, p. 139.
De acordo com a teoria sociológica do autor, é 
correto afirmar que os três tipos puros de 
dominação legítima são:
a) Racional, tradicional e carismática.
b) Econômica, social e política.
c) Feudal, capitalista e comunista.
d) Monárquica, absolutista e republicana.
e) Socialista, neoliberal, social-democrata.
2. MARX
O AUTOR
Karl Marx (1818-1883) 
talvez seja o mais conhecido 
cientista social e também o 
menos conhecido. Explico 
melhor: é difícil encontrar 
alguém que nunca tenha 
ouvido falar de Marx, mas 
também é difícil encontrar 
pessoas que conheçam bem as idéias deste autor. 
Talvez porque o pensamento de Marx seja muito 
aberto, o que possibilita leituras diferenciadas. Mas o 
pensamento de Marx é mais bem aproveitado pelos 
economistas que pelos cientistas sociais. Isso 
porque para Marx, a mercadoria é a base de todas as 
relações sociais, e este é o ponto-chave para a 
compreensão de suas idéias. Para ele, há uma 
tendência histórica das relações sociais se 
mercantilizarem: tudo vira mercadoria.
Provavelmente Marx tenha dado tanta 
importância à economia porque estivesse 
presenciando as mudanças sociais provocadas pela 
Revolução Industrial, principalmente nas relações de 
trabalho. A partir da centralidade da mercadoria no 
pensamento de Marx, podemos entender alguns de 
seus conceitos mais importantes. Comecemos pela 
divisão do trabalho. 
DIVISÃO DO TRABALHO
Evolutivamente, a divisão do trabalho é a 
segunda maneira de construir relações sociais de 
produção, que são formas como as sociedades se 
organizam para suprir suas necessidades. A primeira 
é a cooperação. Falar em divisão do trabalho em 
Marx é falar em formas de propriedade. Isso porque 
a divisão do trabalho se dá entre quem concede e 
quem executa o trabalho, entre os donos dos meios 
de produção e os donos da força de trabalho.
CLASSES
Da divisão do trabalho surgem as classes.Para Marx, as classes não são constituídas de 
agregados de indivíduos, mas são definidas 
estruturalmente: as classes são efeito da estrutura. 
No modo de produção antigo as classes eram a dos 
patrícios e dos escravos; no modo de produção 
feudal, havia senhores e servos; no modo de 
produção capitalista, burgueses e operários. Há 
sempre uma relação de oposição entre duas classes, 
de modo que uma não existe sem a outra. Esta 
oposição ele chamou de luta de classes.
LUTA DE CLASSES
A luta de classes, assim como as classes 
decorrem da divisão do trabalho. Nas sociedades 
modernas a luta de classes se dá entre capitalistas 
ou burgueses (donos dos meios de produção) e 
trabalhadores ou proletariado (donos da força de 
trabalho). O trabalho nas sociedades modernas é 
denunciado por Marx pelo seu caráter exploratório do 
trabalhador. No entanto, Marx vê uma solução para 
esta relação exploratória: a revolução que seria feita 
pelo proletariado. No entanto, a revolução do 
proletariado contra o modo de produção capitalista só 
não acontece, segundo Marx, devido à alienação.
FETICHISMO
A separação da mercadoria produzida pelo 
trabalhador dele mesmo esconde o caráter social do 
trabalho. O fetichismo se dá quando a relação entre 
os valores aparece como algo natural, independente 
dos homens que os criaram. A criatura se desgarra 
do criador. O fetichismo incapacita o homem de 
enxergar o que há por trás das relações sociais. E o 
maior exemplo de fetichismo da mercadoria é a mais-
valia.
MAIS-VALIA
A mais-valia é o excedente de trabalho não 
pago, não incluído no salário do trabalhador. É a 
mais-valia que forma o lucro que será investido para 
aumentar o capital.
ALIENAÇÃO
A alienação faz com que o trabalhador não 
se reconheça no produto de seu trabalho, não 
percebendo a sua condição de explorado. A solução 
para o problema da alienação passa por uma luta 
política do próprio proletariado e não pela educação.
IDEOLOGIA
Como dissemos, as classes dominantes 
controlam os meios de produção. A infraestrutura 
(conhecimentos, fábricas, sementes, tecnologia etc.), 
que está nas mãos da classe dominante, determina a 
7
superestrutura (Estado, Direito, Religião, Cultura 
etc.). A superestrutura é uma construção ideológica 
que serve para garantir o poder da classe dominante, 
mantendo a classe trabalhadora alienada.
Charge e Sociologia
Atividade
10) Produza uma charge abordando a 
temática “classes” ou desigualdade 
social.
Sugestão: Assista ao Vídeo: Alienação 
e Trabalho em: http://www.youtube.com/watch?v=7-
3GNPM9Wok&feature=player_embedded#
Aplicando a teoria a prática 
cotidiana: questões para a reflexão 
sociológica
11) Por que as pessoas de um bairro se 
unem para criar uma associação 
comunitária, ou de bairro?
12) 2 – Por que os brasileiros que nunca 
entraram em uma igreja se dizem ser 
católicos?
13) 3 – Por que a sociedade repugna o 
usuário de maconha?
14) 4 – Por que existem leis e normas na 
escola? Elas são necessárias?
15) 5 – Por que usamos roupas para sair de 
casa? Usar roupa é um fato social? Por 
quê?
Atividade
16) Produza um resumo abordando as 
principais idéias apresentadas pelos três 
sociólogos estudados (Durkheime, Weber 
e Marx).
8
http://www.youtube.com/watch?v=7-3GNPM9Wok&feature=player_embedded#
http://www.youtube.com/watch?v=7-3GNPM9Wok&feature=player_embedded#
Segundo trimestre
Unidade 1: Comunidade e 
rivalidade
Comunidade e rivalidade
VIOLÊNCIA NAS TORCIDAS ORGANIZADAS 
CARIOCAS 
 por Renato Lanna
As histórias de vida, as estratégias dos 
indivíduos munidos de paixão, os sentimentos que 
unem o torcedor ao seu time, mostram um conjunto 
diversificado, formado principalmente por jovens do 
sexo masculino num universo social no qual alguns 
indivíduos radicalizam seu pertencimento e tornam-se 
militantes profissionais de seus times, abandonando 
família, trabalho etc... para serem somente a acima 
de tudo torcedores.
De acordo com Maurício Murad os 
torcedores organizados são originários de todas as 
classes, de todas as faixas de renda, de 
escolaridade, de profissionalização, de informação, 
alem disso, cerca de 80% concentram-se na faixa 
etária dos 14 aos 25 anos e destes 50% são menores 
de idade, esses dados são nacionais, não se 
restringindo a um determinado estado, região ou 
cidade, embora os problemas mais agudos ocorram 
principalmente nas cidades de São Paulo, Rio de 
Janeiro e Belo Horizonte, nesta ordem.
A presença de torcedores nos jogos 
incentivando um time de futebol é fato que remonta a 
década de 10 do século passado. Nessa época, o 
futebol era um esporte amador e os jogadores 
pertenciam à elite, ou seja, para freqüentar os clubes 
era preciso ser branco e de boa família. O primeiro 
clube fundado para a prática do futebol no Rio de 
janeiro foi o Fluminense em 1902, em 1904 surge o 
Botafogo, iniciando-se o conhecido clássico vovô.
Nascido inicialmente como clube de regatas 
o Flamengo só se forma para o futebol em 1912 após 
uma dissidência do Fluminense.
A divulgação do futebol entre as classes 
populares já pode ser observada em fins dos anos 
20, conquistando simpatias e espaços cada vez 
maiores, atraindo mais e mais espectadores, aos 
poucos os clubes vão abrindo suas portas para os 
torcedores mais simples. Até então, não era bem 
aceita a participação de negros nos clubes de elite. 
Entretanto um clube de Segunda divisão veio 
contrariar o rumo dos fatos, seu nome Vasco da 
Gama, clube de comerciantes portugueses do 
subúrbio dá seus passos no futebol a partir de 1916, 
aceitando negros em seu elenco.
A popularização do Flamengo, nos anos 30 
e 40, faz surgir uma rivalidade importante no futebol 
carioca com o Vasco, a partir daí surgem as primeiras 
bandeiras e torcedores organizados com as cores 
dos clubes, morteiros, fogos e balões. Em 1942 
Jaime de Carvalho funda a primeira torcida 
organizada: a charanga rubro-negra, banda musical 
que passou a apoiar o time sem qualquer apoio 
financeiro do clube. Outra personagem de destaque é 
Dulce Rosalina fundadora da Torcida Organizada do 
Vasco (TOV) em 1944.
Uma figura igualmente famosa foi o mineiro 
Otacílio Batista conhecido como Tarzã. Durante 
muitos anos líder da Torcida Organizada do Botafogo 
(TOB). Seu apelido vinha de seu porte atlético 
adquirido por anos de alterofilismo. Entre as décadas 
de 50 e 70 se tornou conhecido por investir de peito 
aberto contra as torcidas adversárias tendo nas mão 
uma bandeira do Botafogo. “Sou o maior anti-
flamenguista da história” dizia com orgulho.
Todos esses nomes parecem se constituir 
como torcedores-símbolos, figuras que 
representavam toda a torcida.
Na década de 70, principalmente após a 
conquista da Taça Jules Rimet, o futebol assume 
outras dimensões com a criação de novos espaços, 
interesses políticos e investimentos econômicos. 
Nesse período o país vivia uma fase de otimismo que 
ficou conhecida como “milagre brasileiro”. A 
propaganda oficial falava do Brasil como o “País do 
futuro”. Paralelamente as estas transformações a 
relação torcedor – futebol assume outros aspectos. 
Afirmam-se as primeiras organizações burocratizadas 
de torcedores, inaugurando um novo padrão de 
relacionamento entre si e com os dirigentes dos 
clubes, com mais cobranças e críticas a jogadores e 
dirigentes. Outro fator relevante desse período é o 
aumento do número de jovens nestas torcidas.
Ao longo dos anos 80 as torcidas 
organizadas fortaleceram-se enquanto grupo, 
explicitando uma outra forma de sociabilidade em 
relação ao futebol, fundamentado em um modo 
diversode torcer que se respalda, entre outras 
coisas, na crença de tais torcedores em seu poder de 
escolher, demitir e projetar jogadores técnicos e 
dirigentes. 
Definidos substancialmente como grupos 
perigosos, essas organizações nos anos 90, foram 
diversas vezes responsabilizadas na mídia, pelo 
afastamento das famílias dos estádios. Os 
enfrentamentos entre torcedores rivais, e entre estes 
e a polícia, fortalecendo a imagem de um torcedor 
organizado violento ligado a gangues.
Para alem do espetáculo de cores, cânticos 
e bandeiras, expressando o clima de disputa e 
reforçando a rivalidade que se travará no campo, tais 
associações se teriam tornado um local privilegiado 
de desmedida violência juvenil sob tutela dos próprios 
clubes, devendo, pois, serem banidas do futebol 
profissional.
A Torcida Jovem do Flamengo dividi-se em 
“pelotões”, a Torcida Jovem do Botafogo em 
“esquadrões”, A Força Jovem do Vasco em “famílias” 
e a Young Flu em “núcleos”. Para cada um desses 
seguimentos existe um líder que pode ser indicado ou 
eleito, sua função e representa-los, aumentar os 
sócios, arrecadar capital (as torcidas mantém-se com 
as mensalidades, venda de material e eventos).
As torcidas organizadas têm representantes 
que participam de reuniões do Conselho Deliberativo 
de cada clube, contando com salas na sedes dos 
clubes para guardar material.
Dependendo da diretoria dos clubes as 
relações podem ser bem amistosas e interesseiras 
(patrocínios e distribuições de ingressos). Uma 
exceção a essa regra é a Torcida Jovem do Vasco 
que após uma série de conflitos e discussões rompeu 
com a diretoria em 1998: “O Eurico Miranda tentou 
9
proibir a nossa entrada, não porque nós arrumamos 
confusão ou briga, mas porque a gente ficava 
gritando: Eurico, 171”
Outro aspecto é a relação das torcidas com 
os jogadores. Nesse sentido diferenciam os bons 
jogadores dos ídolos. Estes, segundo eles, vestem a 
camisa, honram o clube, defendem suas cores, dão 
identidade ao time, ajudam a escrever sua história. 
Além disso atraem novos torcedores. Tornam-se 
assim heróis, verdadeiros mitos os maiores exemplos 
são os de: Zico (Flamengo), Roberto Dinamite 
(Vasco) e Garrincha (Botafogo). Outra forma de 
relacionamento com os jogadores se dá de forma 
menos nobre, são muitos os casos de jogadores que 
financiam torcedores para não serem hostilizados nas 
arquibancadas.
As torcidas e seus símbolos
A década de 80 aparece como um momento 
privilegiado para afirmação da identidade coletiva das 
torcidas organizadas, com a criação de símbolos e de 
divisões internas que os caracterizam até hoje. A 
Jovem do Flamengo denomina-se Exército rubro-
negro. Tem como marca um tanque com três 
canhões e o escudo do Flamengo ao centro. Seu 
lema é: “Nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo”.
A Jovem do Botafogo é representada por 
uma caveira com dois ossos cruzados, tendo na testa 
a estrela solitária. A Forças Jovem do Vasco, por sua 
vez, tem como mascote Eddie, uma criatura cujo o 
rosto é uma caveira apropriada do grupo de Heavy-
metal Iron Maiden.
Finalmente a Young Flu tem como marca o 
próprio nome registrado no escudo do time. Alem 
destes são usados dragões, personagens poderosos 
como Hulk, He-Man e líderes político que esteja em 
evidência que expressem bravura e coragem como 
Aiatolá Khomeini, Sadan Hussein e Che Guevara.
A que remete tais símbolos? O que estariam 
enfatizando? Observando atentamente percebemos a 
presença predominante de elementos tomados de 
empréstimo do universo militar (tanques, canhões, 
exercito, esquadrão, pelotão) e figuras que indicam 
perigo ou morte (caveiras, caveiras com adagas 
cravadas, caveiras com dois ossos cruzados e 
monstros com armas).
Isso significa que sobre tais símbolos são 
projetadas noções e sentimentos que estão fora 
deles, mas através dos quais as torcidas colocam em 
foco valores como força, garra, astúcia, coragem e 
fidelidade. Os símbolos constituem sua marca, 
tornam-se um sinal coletivo, indicador de sua 
identidade, estando seus significados, não neles 
mesmos, mas nas associações que possibilitam. O 
conjunto de símbolos de cada torcida é compartilhado 
por seus membros como verdadeiros sinais de 
distinção expressos em todo o material que 
produzem.
A partir daí se desenvolve um processo 
bélico entre essas torcidas que vão desde cantos 
ofensivos e preconceituosos, xingamentos do mais 
obscenos até, o que é pior, enfrentamentos diretos 
fora e dentro dos Estádios que muitas vezes levam a 
morte desses torcedores.
A violência
Se os códigos de guerra ou de morte estão 
ai presentes e se mantém é porque de alguma forma 
comunicam com especial eficácia as percepções 
desses torcedores sobre o mundo em que vivem. 
Não basta dizer que escolhem porque são violentos. 
Isso não explica o fenômeno, nem sua permanência, 
nem sua eficácia. É possível que através do futebol, 
os torcedores elaborem sentimentos, contradições, 
vivências que são ali ritualizadas. 
A violência e igualmente um objeto de 
ritualização no espaço do estádio. Todavia, se ela 
ultrapassa os limites aceitáveis, há que se endagar, o 
que está ocorrendo com a sociedade e não com os 
torcedores organizados isoladamente, como se 
fossem grupos que se reúnem pela violência, sem 
referencia com outros contextos. Condenar o futebol 
ou as torcidas organizadas, como faz a maior parte 
da mídia, não vai tornar mais compreensível o 
fenômeno que está se desenrolando. Partindo então 
de que a violência não seja causada pelo futebol, 
mas apenas expressa através dele, vale então 
perguntar o que estimularia tais conflitos?
Na visão de Nobert Elias, a função 
compensadora da excitação através do jogo aumenta 
à medida que as inclinações para as excitações 
sérias e ameaçadoras diminuem.
Isso significa que o esporte se constitui 
numa espécie de antídoto ao excesso de controle e 
tensão dos indivíduos, fazendo-os liberar 
moderadamente suas emoções. Na excitação séria, 
as pessoas podem perder o autocontrole e tornarem-
se uma ameaça, tanto para si próprio como para os 
outros, ao passo que aquela promovida pelas 
atividades de lazer, não apenas seria despojada de 
perigo, como pode ter um efeito cartático, contudo, o 
autor admite a possibilidade da última forma 
transforma-se na primeira, suscitando o que 
denominou de jatos de descivilização, admitindo que 
esse tipo de violência respalda-se na realidade, é 
preciso estar atento ao que se passa na sociedade 
que, de algum modo, encontra expressão entre os 
torcedores organizados. Torna-se crucial, pois, 
conhecer as tensões existentes para se compreender 
porque os mecanismos de controle capazes de 
garantir a excitação agradável, mas controlada, se 
monstram ineficazes em certos momentos.
BIBLIOGRAFIA: Esse Texto foi escrito 
baseado na pesquisa feita por: TEIXEIRA, Rosana da 
Camara. Os perigos da paixão: visitando jovens 
torcidas cariocas – São Paulo, Annablume, 2003.
INTERAÇÃO SOCIAL / 
SOCIALIZAÇÃO 
Conceito de interação social 
É a ação social, mutuamente orientada, de 
dois ou mais indivíduos em contato. Distingue-se da 
mera interestimulação em virtude de envolver 
significados e expectativas em relação às ações de 
outras pessoas. Podemos dizer que a interação 
social é a relação de ações sociais. O aspecto mais 
importante da interação social é que ela modifica o 
comportamento dos indivíduos envolvidos, como 
resultado do contato e da comunicação que se 
estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o 
simples contato físico não é suficiente para que haja 
uma interação social. Os contatos sociais e a 
interaçãoconstituem, portanto, condições 
indispensáveis à associação humana. Os indivíduos 
se socializam por meios dos contatos e da interação 
social; e a interação social pode ocorrer entre uma 
10
pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo e 
outro. 
Conceito de contato social e processo social
 Os indivíduos estão constantemente 
envolvidos em uma infinidade de processos sociais 
que os levam a aproximar-se ou afastar-se de seus 
semelhantes, modificando situações de distância 
anteriormente existentes. As relações sociais, por sua 
vez, não correspondem a outra coisa senão a estas 
situações de maior ou menor distância entre os 
sujeitos, tomadas em um dado momento do 
desenvolvimento de processos de associação e 
dissociação. São o resultado de processos sociais 
em determinado instante. A intensidade das relações 
é, pois, determinada pela distância existente entre as 
pessoas. O conceito de distância social, em Wiese, é 
multifacetado, sendo inúmeros os fatores que 
conduzem à aproximação e ao afastamento entre os 
homens - a linguagem, o sexo, a idade, a classe 
social, os hábitos etc. - e diversos, também, os 
pontos de vista sob os quais esta distância pode ser 
medida. Entre um grupo de indivíduos que obedece 
certas regras de etiqueta, por exemplo, pode-se 
identificar a proximidade decorrente do convívio, que 
é facilitado por tais regras, e, ao mesmo tempo, o 
distanciamento imposto pela preservação da 
intimidade, também imposta pela etiqueta. A 
categoria do contato social é ampla, e compreende 
contatos físicos, psíquicos e físico-psíquicos. São 
fenômenos de curta duração, que não constituem 
processos sociais de associação e dissociação mas 
que podem, todavia, desencadeá-los, dando origem a 
novas relações sociais. Os contatos sociais 
provocam, também, modificações e até a eliminação 
de relações já existentes. A principal classificação 
dos contatos sociais é a que os divide em primários e 
secundários. Aqueles são contatos próximos, 
imediatos, estabelecidos através do tato, da visão 
frente à frente, da fala ou até do olfato, ao passo que 
estes últimos são contatos que se produzem a 
maiores distâncias . Os contatos secundários podem 
ser mantidos com o auxílio de meios de comunicação 
a distância - telefone, carta, rádio, internet, etc. 
A noção de contato social é, em comparação 
a estas outras categorias, uma noção ainda mais 
geral e abstrata, já que são caracterizados como 
contatos sociais tanto aqueles contatos que resultam 
no aparecimento de processos sociais (um encontro 
entre pai e filho, por exemplo) como aqueles que 
desaparecem sem deixar vestígios (o contato, que 
pode ser meramente visual, entre dois desconhecidos 
que viajam juntos no mesmo ônibus e que nunca 
mais voltam a se encontrar).
17) PARA PENSAR E RESPONDER 
EM FORMA DE TEXTO DISSERTATIVO:
A internet propicia maiores contatos entre os 
indivíduos da sociedade ou os reduz? Quais suas 
vantagens e suas vantagens relacionados a 
interação social?
18) PARA PENSAR E RESPONDER 
NO CADERNO
De que forma os consensos sociais, de acordo com 
Durhkeim e Rousseau, colaboram para o bem da 
sociedade? O que você acha a esse respeito?
ATIVIDADE AVALIATIVA INDIVIDUAL
Para entregar em folha A-4
1.Construa um glossário sobre os conceitos 
abaixo :
a. Vida Social;
b. Classe social;
c. Status e papel social;
d. Grupo social;
e. Processo social:
i. Conflito
ii. Competição
iii. Acomodação
iv. Cooperação
v. Assimilação.
f. Interação social e comunicação
g. Contato social
h. Socialização
i. Cultura e etnocentrismo
j. Raça e etnia
l. Estrutura social
m. Poder e etnia
n. Movimento Social
2. Discuta como esses conceitos podem 
contribuir para o estudo da sociedade, e para a 
percepção do “outro” (individuo) como ser social.
11
Conceitos importantes: 
Contatos sociais (direto, indireto, 
primário, secundário); 
Processos sociais (comunicação, 
socialização, cooperação, competição, conflito, 
acomodação, assimilação).
PENSADOR: J.J.Rousseau (1712-1778)
Em sua obra Contrato Social, Rousseau 
firmava que a base da sociedade estava no interesse 
comum pela vida social, no consentimento unânime 
dos homens em renunciar as suas vontades 
particulares em favor de toda a comunidade.
Para alicerçar suas idéias a respeito da 
legitimidade do Estado a serviço dos interesses 
comuns e dos direitos naturais do homem, Rousseau 
procurou traçar a trajetória da humanidade a partir do 
igualitarismo primitivo até a sociedade diferenciada. 
Para ele, a origem dessa diferenciação estava na 
propriedade privada. 
As crianças deveriam ser educadas para se 
tornarem bons cidadãos e se comportarem dentro de 
um espírito coletivo. O benefício próprio é um mal.
3. Recorte pequenas matérias de jornais 
que trate de conflitos de natureza familiar 
e as analise conforme os conceitos acima 
(escolha um tema e desenvolva-o).
ELEMENTOS PRINCIPAIS DA 
SOCIEDADE HUMANA 
O homem sempre viveu em 
grupos e não podemos imaginar a sua 
existência fora deles. Sem contato com o grupo 
social, o homem dificilmente pode desenvolver as 
características que chamamos de humanas, como, 
por exemplo: organizar instituições, chorar e sentir 
pela morte de seus entes queridos, transmitir 
mensagens através de símbolos... O processo de 
hominização ocorre, justamente, na sociedade em 
que ele aprende a viver com outros homens e a se 
comportar como tal. Portanto, o ser humano é 
produto da interação social. É interagindo com os 
outros homens, ou seja, é influenciando e sendo 
influenciado que ele irá aprender a conviver.
Segundo Durkheim que o homem só é 
homem porque vive em sociedade. A criança não 
nasce sabendo se comportar em sociedade. É 
convivendo, primeiramente, com seus grupos mais 
íntimos (família e escola) e depois com outros grupos 
que irá se tornar um membro ativo da sociedade em 
que nasceu. A esse processo chamamos de 
socialização.
Conseqüentemente, podemos observar que 
a criança tem poucas possibilidades de seguir seus 
desejos e suas vontades, que normalmente são 
hedonistas e egoístas e que muitas vezes são 
opostas às vontades do grupo, o qual exige restrição, 
disciplina, ordem e abnegação. E nesta relação, a 
sociedade normalmente sai ganhando.
Embora o ambiente físico seja também 
importante, o ambiente social é o fator 
verdadeiramente determinante na socialização da 
criança. Mas este processo durará pela vida toda, 
pois ele é permanente e nós estamos sempre 
aprendendo coisas novas em nossa sociedade.
O ambiente social influencia até no tipo de 
personalidade dos indivíduos, assim observamos, ao 
longo da História, sociedades que geraram homens 
guerreiros, homens caçadores, homens viajantes, 
homens executivos com tino para negócios, etc. De 
um modo geral, pode-se dizer que cada cultura 
produzirá seu tipo especial ou tipos especiais de 
personalidades.
ATIVIDADE AVALIATIVA EM DUPLA
Assistir o filme “Cão de Briga” e relaciona-lo 
ao conteúdo “Elementos principais da sociedade 
humana”, especialmente enfocando o processo de 
socialização vivido pelo personagem Danny (Jet Li). 
A atividade deve ser entregue em forma de texto 
digitado em papel A-4, fonte 12 (uma lauda).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CONTRIBUIÇÃO DE PIERRE 
BOURDIEU
O HABITUS
Os valores orientadores dos indivíduos são 
posturas básicas denominadas, por Bourdieu, de 
habitus: normas e condutas básicas que são 
reproduzidas através das leis, costumes etc, 
inculcados de forma mais ou menos refletidos e mais 
ou menos irrefletidos pelos indivíduos.
O habitus funciona como uma orquestração 
de valores impostosa uma coletividade (geral ou 
específica) sem que haja um maestro específico que 
a execute sua regência.
OS CAPITAIS
Para Bourdieu, há dois tipos de capital 
cultural: o capital cultural herdado (a cultura de 
berço), e o capital cultural adquirido (a escola).
A inserção do indivíduo no “mercado 
escolar” já pressupõe que ele chegue com um capital
cultural. No entanto, a escola vai valorizar o capital 
que lhe seja semelhante (ou seja valorizar aquele 
capital que seja igual ao dela, - classificado como 
legítimo), e desvalorizar o capital cultural adquirido 
que lhe é diferente, classificado como ilegítimo 
(aquele relacionado às classes populares, os “pouco 
eruditos”).
Com isto, a escola impõe normas de 
comportamento: regras de falar, de agir 
legitimamente, de acordo com o capital legítimo. 
Assim sendo, a escola vai ser o instrumento por 
excelência de reprodução e inculcação dos valores 
dominantes (que correspondem aos valores das 
classes dominantes).
A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA
Para Bourdieu, os valores da escola são os 
valores das classes dominantes. O que ocorre são 
imposições de verdades, de modo arbitrário, como 
forma de inculcações de verdades. Por exemplo, há 
uma adequação e valorização de uma certa estética 
e verdade da classe dominante (de beleza e justiça) 
em detrimento dos valores das classes dominadas 
Em consequência, o conceito de Beleza e de Justiça 
sempre é definido arbitrariamente. Não existem o 
bom, o belo, ou o justo. Tudo é relação de forças. Ou 
seja, não existe um símbolo que represente em 
absoluto um desses valores.
Este processo de imposição de verdades (ou 
colonização de valores) vem a ser denominado por 
Bourdieu de violência simbólica.
A violência simbólica é fruto da dominação 
simbólica (capacidade que uma classe tem de 
exercer seu domínio sobre outra de forma doce e 
sedutora). Ela revela-se quando é exercida de forma 
sutil e imperceptível, de modo que o dominado tome 
os valores do dominante como naturais e seus, e os 
inculque de forma irrefletida e docilmente.
Enquanto maior for a dominação simbólica, 
menor será a violência física (a percebida e sentida) 
e maior será a violência simbólica (a doce, não 
percebida). 
Quando as formas de dominação simbólica 
enfraquecem, maior é a necessidade do uso da 
violência física para manter a dominação.
12
Socialização: processo de aprendizagem da 
cultura da sociedade em que nascemos.
Hedonista: ligado aos prazeres.
ATIVIDADES
Com base no texto responda:
19) Dê um exemplo de habitus.
20) Podemos afirmar que a escola está a 
serviço da classe dominante? Como isso 
ocorre?
21) Explique em suas palavras o que vem a 
ser Violência Simbólica?
22) Dê um exemplo que como ocorre a 
violência simbólica?
Sociologia e Música: 
Admirável Chip Novo
Composição: Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
refrão
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
ATIVIDADES
23) Qual a relação da música com o conteúdo 
estudado?
24) O que a compositora quis transmitir no 
refrão da música? 
13
Refrão
http://letras.terra.com.br/pitty/
Terceiro trimestre
Unidade 4: CULTURA, 
NACIONALIDADE E 
IDENTIDADE CULTURAL
Cultura Erudita/Cultura Popular
A maioria dos historiadores 
atuais continua a estabelecer a partir do século XVI 
uma distinção entre "cultura erudita" e "cultura 
popular". Em relação ao período anterior esta 
distinção parece não ter existido. Terá havido um 
grande circulação de idéias entre as várias formas 
de expressão cultural, o que esbateria as suas 
fronteiras. O século XVI funciona como uma data de 
referência para assinalar o momento a partir do qual 
se reconhece que distinção entre grupos sociais se 
traduz também de forma nítida em termos de gostos 
e consumos culturais.
A Cultura Popular
O conceito de cultura popular é contudo 
recente, está intimamente associado ao processo de 
urbanização que ocorre a partir do século XVIII, e ao 
despertar uma outra forma de cultura- a cultura de 
massas. A cultura popular, divulgada pelo 
romantismo, ocupará no imaginário da burguesia 
oitocentista as memórias de uma sociedade que 
estava a desaparecer. Neste imaginário aparece 
retratada uma cultura feita por camponeses. Símbolo 
de um povo idealizado, puro e feliz na sua ignorância. 
Trata-se de uma imagem que é a antítese das 
massas de operários e pobres que se arrastam pelas 
cidades em vias de industrialização.
A imagem deste "povo"- ator desta cultura, 
identifica-se aos olhos dos românticos com o espírito 
nacional. Os seus usos, costumes, romances, 
cantares dão origem a um conceito novo de 
"Folclore", expressão deste saber ancestral 
preservado pelo povo.
A cultura popular surge frequentemente 
decomposta nas suas múltiplas manifestações, como 
sejam: a arte, o teatro, o folclore, a música, 
arquitetura, as festas e romarias, a culinária, a 
poesia, os jogos, os divertimentos. 
O conceito de cultura popular apesar de 
persistir, revela-se hoje profundamente limitativo para 
descrever a própria realidade social dos campos. As 
comunidades rurais estão impregnadas de valores 
próprios da cultura de massas, sem, no entanto, 
terem abandonado por completo as suas referências 
culturais. Constituem já uma cultura intermédia em 
fase de rápida integração na cultura de massas.
A Cultura Erudita
Por oposição ao conceito de arte popular, a 
partir do século XVI ter-se-á consolidado uma cultura 
erudita, alta cultura ou cultura cultivada, própria dos 
grupos sociais dominantes.
O traço mais importante desta cultura devia-
se ao fato dos grupos dominantes serem os mecenas 
(patrocinadores de artistas) e os principais 
compradores das obras produzidas pelas elites dos 
criadores culturais.
IDENTDADE CULTURAL: 
IDENTIDADE BRASILEIRA
A cultura faz parte da totalidade de uma 
determinada sociedade, nação ou povo. Essa 
totalidade é tudo o que configura o viver coletivo.
São os costumes, os hábitos, a maneira de 
pensar, agir e sentir, as tradições, as técnicas 
utilizadas que levam ao desenvolvimento e a 
interação do homem com a natureza. Ou seja, é tudo 
mesmo! Tudo que diz respeito a uma sociedade. 
Muitos sociólogos e historiadores brasileiros, a partir 
do século XIX, buscaram explicar a formação do povo 
brasileiro, caracterizado pela diversidade cultural, 
enquanto uma nação. E o olhar de alguns desses 
autores foi exclusivamente dedicado ao aspecto 
cultural. O legado cultural que herdamos dos povos 
que se misturam deu origem aos brasileiros.
Fomos colonizados primeiramente pelos 
europeus, especificamente pelos portugueses e 
espanhóis. Temos também uma marcante presença 
dos africanos, que foram trazidos para cá como 
escravos e os indígenas que aqui já viviam... depois, 
por volta de 1870 em diante, é que imigraram muitos 
outros povos, como os italianos,alemães e 
holandeses, em busca de trabalho e de uma vida 
melhor e promissora no Brasil! Somos um povo que 
surgiu de uma grande confluência! Miscigenados! Ou 
seja, o povo brasileiro foi formado, a princípio, a partir 
de uma miscigenação, que foi a mistura de 
basicamente três “raças”, quais sejam: o índio, o 
branco e o negro. Vamos entender o que é raça, 
etnia e cultura.
O conceito de etnia distingue-se do conceito de 
raça e cultura. Etnia é um conceito associado a uma 
referência e/ou origem comum de um povo. Ou seja, 
são grupos que compartilham os mesmos laços 
lingüísticos, intelectuais, morais e culturais.
Embora possuam uma mesma situação de 
dependência de instituições e organização social, 
econômica e política, não constitui ainda em uma 
nação, mas apenas um agrupamento étnico. Etnia é, 
portanto, um conceito diferente de raça e cultura.
São exemplos de grupos étnicos, entre outros, 
os índios xavantes e javaés do interior de Goiás, que 
são reconhecidos pelo etnômino de tapuios. Hoje 
habitam no Parque Nacional do Xingu, em número 
extremamente reduzido.
Já a cultura é tudo que as diferentes raças e as 
diferentes etnias possuem em matéria de vida social, 
o conjunto de leis que regem o país, a moral, a 
educação-aprendizagem, as crenças, as expressões 
artísticas e literárias, costumes e hábitos, ou seja, é a 
totalidade que abrange o comportamento individual e 
coletivo de cada grupo, sociedade, nação ou povo.
O termo raça significa dizer que há grupos de 
pessoas que possuem características fisiológicas e 
biológicas comuns. No entanto, o uso do termo raça 
acaba classificando um grupo étnico ou sociedade, 
levando também à hierarquização.
Como se todos nós, seres humanos, fôssemos 
postos em uma grande escadaria, e em ordem de 
classificação e hierarquização pelo grau de 
importância das características físicas de cada grupo 
étnico; os mais importantes ficariam no topo e assim 
iria descendo até chegar nos menos importantes. 
Contudo, qual raça ou grupo étnico pode dizer que é 
melhor ou mais desenvolvido que outro?
14
Muitas críticas a esse pensamento foram 
levantadas, principalmente no final do século XIX, 
pois tais concepções ajudaram a reforçar a 
discriminação e o preconceito e, conseqüentemente a 
legitimação das desigualdades sociais. Apesar de 
todas as críticas, ainda é possível observar que nos 
séculos XIX e XX houve um retorno de práticas 
racistas como, por exemplo, a eugenia e estudos do 
genoma, que foram muito defendidas por estudiosos 
adeptos às teorias evolucionistas sobre o progresso 
físico e comportamental do homem. Tais teorias 
concebiam que determinadas raças e etnias 
deveriam ser conservadas, por serem modelos de 
pureza, de superioridade, etc.
Contudo, outras que não se enquadrassem nos 
modelos estabelecidos, ou que fossem, pela situação 
social que viviam, vítimas de doenças ou epidemias 
tornavam-se um perigo para o progresso da 
humanidade e não deveriam existir. Podemos tomar 
como um exemplo claro deste pensamento, o 
apartheid ocorrido na África do Sul nos anos de 1948 
a 1991, quando toda a população negra foi obrigada 
a seguir normas e regras rígidas com relação ao 
convívio social, trabalho, etc., além de toda a forma 
de violência e discriminação sofrida. Ou ainda, quem 
não se lembra do genocídio dos judeus ou mais 
conhecido como o Holocausto dos Judeus, durante a 
II Guerra Mundial?
O pensamento ideológico que estava por trás 
daquele terrível ato que exterminou cerca de 6 
milhões de judeus, que não eram reconhecidos como 
seres humanos, era a idéia de superioridade da “raça 
ariana” alemã. A perseguição e o extermínio dos 
nazistas alemães contra os judeus ficou conhecido na 
história por anti-semitismo, uma forma de repudiar 
tudo o que era contrário à ideologia nazista.
Quando olhamos os três grupos étnicos que se 
miscigenaram no Brasil Colônia, séculos XVI e XVII, 
com suas características biológicas específicas e 
também sócio-culturais, suas tradições, vemos como 
fizeram toda a diferença no processo de colonização 
e formação do povo brasileiro, diferentemente de 
outras colonizações empreendidas pelo mundo.
Nosso país é uma “aquarela” de grupos étnicos! 
Constituída por meio da colonização (século XVI) e 
depois, pelas imigrações por volta dos séculos XVIII e 
XIX. Temos então uma pluralidade de identidades, 
caracterizada pelas diferenças. Por conta dessa 
variedade de identidades, povos e tradições, os 
diferentes grupos étnicos fizeram com que 
ocorressem em nosso país, um processo chamado 
de etnicidade.
É interessante saber que o contato interétnico 
é um fenômeno que não ocorreu somente no período 
das colonizações, ainda ocorre, a ocupação por parte 
de alguns grupos, como por exemplo, os madeireiros, 
garimpeiros, e etc., em territórios indígenas, assim 
como pela utilização do trabalho manual dos índios.
A situação de conflito, como já sabemos, 
decorre do sentimento e da atitude etnocêntrica, que 
foi uma característica do pensamento evolucionista, 
apoiando o empreendimento colonialista pelo mundo.
Etnicidade
Na nossa vida social cotidiana, muitas vezes, 
deparamos-nos com notícias de grupos étnicos 
lutando e reivindicando algo na sociedade, tanto no 
âmbito econômico ou político, como ocorre com os 
índios e os negros. As várias etnias indígenas se 
unem em prol da luta pelos direitos de suas terras. 
Não se trata de direitos à igualdade de distribuição de 
renda ou de Reforma Agrária, mas, sim da posse 
legítima que os índios têm das suas reservas de 
terras.
Outro exemplo de etnicidade e mobilização é a 
luta pela igualdade de oportunidades no trabalho e na 
educação, distribuição de renda, contra a 
discriminação étnica-racial (racismo), etc., que os 
negros travam no Brasil.
As cotas, termo que também faz parte das 
chamadas Políticas Afirmativas. Essas são medidas 
que buscam reparar ou minimizar o racismo e a 
exclusão social que afetam os negros e 
descendentes retirando as oportunidades de ingresso 
nas universidades e nos concursos públicos. O Brasil 
é conhecido como o país de maior número de negros 
e afrodescendentes depois do Continente Africano, 
no entanto, o racismo que muitas vezes aparece 
“camuflado”, estabelece uma grande distância entre 
estes e as suas efetivas e plenas participações na 
vida social.
ATIVIDADE
25) Como você descreveria o povo 
brasileiro?
26) Quais os fatores colaboradores para a 
existência de racismo?
27) Qual a diferença entre cultura, raça e 
etnia?
28) O que é etnicidade? 
29) Dê um exemplo de etnicidade existente 
próximo de você (em Piúma ou no 
Espírito Santo, se possível)?
TRABALHO AVALIATIVO
Tarefa: produzir um pequeno documentário 
em vídeo utilizando o “Windows Movie maker” 
abordando uma manifestação cultural típica da 
nossa região;
Formato obrigatório do vídeo: “Windows 
Media Player”
Tempo máximo: 8 minutos;
Número de alunos: No máximo 5 alunos por 
grupo.
CULTURA POPULAR E O 
FOLCLORE
O termo Folclore surgiu em 
meados do século XIX e ganhou força quando, em 
1846, o inglês William Thoms (1803-1885) inventou o 
termo folk-lore, (folk = povo e lore = saber, então, o 
“saber do povo”).
Brandão em seu livro, O que é Folclore, 
discute sobre a dificuldade de se conceituar e 
diferenciar os termos Folclore e Cultura Popular. Mas, 
apresenta que no caso brasileiro, foi em 1950, com a 
15
intenção de efetivar as pesquisas e o estudo sobre as 
manifestações populares, na Carta de Folclore 
Brasileiro, redigida no I Congresso Brasileiro de 
Folclore, que pela primeira vez se buscou definir o 
que era o Folclore, e como tal fenômeno se expressa:“Constituem o fato folclórico as maneiras de 
pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela 
tradição popular e pela imitação, e que não sejam 
diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e 
instituições que se dedicam ou à renovação e 
conservação do patrimônio científico e artístico 
humano ou à fixação de uma orientação religiosa e 
filosófica”
(BRANDÃO, 1982: 31).
Cultura popular e folclore são dois termos que, 
para muitos antropólogos, inclusive para Brandão, 
possuem o mesmo significado, pois, não são formas 
culturais estáticas e irreversíveis, mas que fazem 
parte das construções sociais, e por isso é dinâmica. 
No Brasil, vão além dos ritos, característicos das 
culturas africanas e indígenas, configuram também, a 
religiosidade, as danças, os pratos típicos de 
diferentes regiões, vivências e costumes regionais e 
tradicionais do povo. Ao manter a sua própria 
expressão cultural, a classe popular trabalhadora 
está se opondo à cultura dominante e oficial, fazendo 
com que as tradições populares permaneçam não 
somente no imaginário das pessoas, mas tornando-
as cada vez mais reais em seu cotidiano.
Por outro lado, a grande tendência de 
padronização cultural está fazendo com que as 
expressões culturais populares caiam no 
esquecimento ou quando muitas vezes é vista pelo 
próprio povo e a sociedade em geral, como uma 
cultura “pitoresca”. Uma outra crítica levantada com 
relação à padronização, é que quando as expressões 
culturais populares são planejadas, possuindo datas 
e regras para acontecerem, já não estão mais no 
controle e organização do povo para si mesmo no 
seu cotidiano.
O folclore torna-se nesse processo um 
instrumento de manipulação e controle social quando 
deixa de ser uma manifestação popular e passa a 
servir de “apaziguamento” entre grupos e classes 
sociais, como por exemplo, o carnaval e as festas 
religiosas, superficialmente demonstram uma 
integração harmônica das classes. Mas que na 
realidade cotidiana vivem em conflitos sociais.
O Folclore Brasileiro
A palavra Folclore, segundo o 
dicionário significa conjunto das 
tradições, conhecimentos ou 
crenças populares expressas em provérbios, contos 
ou canções. ( veja mais no Dicionário Aurélio da 
Língua Portuguesa, Editora Nova Fronteira) Folclore 
é tudo que simboliza os hábitos do povo, que foram 
conservados através do tempo, como conhecimento 
passado de geração em geração, por meio de lendas, 
canções, mitos, hábitos (incluindo comidas e festas) , 
utensílios, brincadeiras, enfeites. 
Para conhecermos a história de um povo, de 
um país ou de uma região do país é importante que 
conheçamos a sua cultura, suas tradições, ou seja o 
seu folclore. O folclore é também uma forma de 
manifestação cultural dos povos. 
No Brasil o folclore recebe influências 
determinante dos povos que aqui já habitavam como 
os índios, e os que vieram depois como os negros e 
os brancos. Desde 1965 , no Brasil, temos um dia 
oficial para comemoramos as nossas tradições 
folclóricas: o dia 22 de agosto é o dia do folclore. 
Fazem parte do nosso folclore as canções de ninar 
que são passadas de pais para filhos, cantigas de 
roda, brincadeiras, jogos, lendas e mitos, 
superstições, artes. Além disso, as danças típicas 
das regiões e as festas típicas como a Festa do Boi 
(do Boi-bumbá ou Bumba-meu-boi que recebe outros 
nomes dependendo do estado) as festas juninas, 
Carnaval, o Maracatu entre outras são todas 
manifestações do nosso folclore. Os utensílios 
usados por nossos antepassados (brancos, negros e 
índios) para caça, pesca , artesanato e outros, tudo 
faz parte do folclore. 
Folclore é cultura e quem estuda as 
tradições folclóricas de um povo estuda a sua 
história. Alguns estudiosos consagrados das 
tradições folclóricas do nosso país foram: Luís da 
Câmara Cascudo, Jerusa Pires Ferreira e Veríssimo 
de Melo. O autor Monteiro Lobato por meio das suas 
obras também ajudou a propagar lendas e mitos do 
Brasil. 
O Brasil é um país muito grande, por isso 
cada região do país tem sua tradição folclórica. 
Algumas vezes o que muda é o nome de uma 
determinada festa, lenda ou outra tradição, outras 
vezes uma festa é mais tradicional em uma região do 
que em outra, assim como comida, música e danças. 
Na Região Sul temos as danças típicas 
conhecidas como congada, chula, entre outras. 
Algumas das festas tradicionais desta região são: a 
festa de Nossa Senhora dos Navegadores; a festa da 
uva, festa da cerveja, Além das festas juninas e 
outras que são tradicionais em todo o país. 
As lendas mais conhecidas nesta região são: O 
Negrinho do Pastoreio, O Boitatá, O Curupira, O 
Saci-pererê, entre outras. As comidas típicas são o 
churrasco, o arroz-carreteiro, a feijoada, o chimarrão 
(bebida feita com erva-mate, tomado em uma cuia).
 Na Região Sudeste podemos destacas as 
danças típicas: fandango, o batuque, a folia de reis, 
entre outros. As lendas mais conhecidas são: O 
Lobisomem, A Mula-sem-cabeça, A Iara. As comidas 
típicas são tutu de feijão, feijoada, entre outras. 
Na região Centro-Oeste podemos destacar 
a congada, a folia de reis nas danças típicas. A 
tourada é uma festas bem tradicional. Entre as 
lendas a do Lobisomem e do Saci-pererê são das 
mais conhecidas.
Entre as comidas típicas estão os pratos preparados 
com os peixes dos rios da região. 
Na Região Nordeste podemos destacar as 
danças típicas: frevo, o bumba-meu-boi, o maracatu, 
as cirandas, o baião. 
As festas tradicionais são muitas, algumas 
delas: do Senhor do Bonfim, da Iemanjá, Paixão de 
Cristo, as romarias como a de Juazeiro do Norte no 
Ceará, Vaquejada. 
Na Região Norte temos as festas do Boi- 
bumbá, as festas indígenas e outras. O carimbó e a 
ciranda são algumas das danças típicas da região. 
As lendas podemos destacar a da mãe-d’água, O 
Curupira, da Vitória-régia, do Uirapuru.
16
Atividade
30) Destaque três manifestações folclóricas 
de Piúma.
31) Qual a importância do folclore para a 
sociedade?
32) Produza um pequeno glossário de 
palavras típicas de Piúma, cujo 
significado faz parte da cultura popular 
local. Para ajudá-lo nessa empreitada 
sugere-se que ouça a música “As Gírias 
de Piúma”. No blog “Café com 
Sociologia” é possível assistir um vídeo 
elaborado pelos alunos Ully Assunção e 
Victor Zetum referente a essa música.
Link:
http://cafecomsociologia.blogspot.com/2010/01/t
rabalho-as-girias-de-piuma.html
Sociologia e Música: 
Paratodos - de Chico Buarque 
O meu pai era paulista 
Meu avô, pernambucano 
O meu bisavô, mineiro 
Meu tataravô, baiano 
Meu maestro soberano 
Foi Antonio Brasileiro 
Foi Antonio Brasileiro 
Quem soprou esta toada 
Que cobri de redondilhas 
Pra seguir minha jornada 
E com a vista enevoada 
Ver o inferno e maravilhas 
Nessas tortuosas trilhas 
A viola me redime 
Creia, ilustre cavalheiro 
Contra fel, moléstia, crime 
Use Dorival Caymmi 
Vá de Jackson do Pandeiro 
Vi cidades, vi dinheiro 
Bandoleiros, vi hospícios 
Moças feito passarinho 
Avoando de edifícios 
Fume Ari, cheire Vinícius 
Beba Nelson Cavaquinho 
Para um coração mesquinho 
Contra a solidão agreste 
Luiz Gonzaga é tiro certo 
Pixinguinha é inconteste 
Tome Noel, Cartola, Orestes 
Caetano e João Gilberto 
Viva Erasmo, Ben, Roberto 
Gil e Hermeto, palmas para 
Todos os instrumentistas 
Salve Edu, Bituca, Nara 
Gal, Bethania, Rita, Clara 
Evoé, jovens à vista 
O meu pai era paulista 
Meu avô, pernambucano 
O meu bisavô, mineiro 
Meu tataravô, baiano 
Vou na estrada há muitos anos 
Sou um artista brasileiro
Link:
http://www.youtube.com/watch?v=u_M1DvZBL2c
Atividade
33) Por que Chico Buarque se auto referiu 
como brasileiro e não

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