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Módulo V Paleontologia e geociências

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Prévia do material em texto

PATRIMÔNIO CULTURAL E PALEONTOLOGIA
ASPECTOS PALEONTOLÓGICOS E
GEOCIÊNCIAS NO ESTADO DE
MATO GROSSO
Prof. M.e Caiubi Emanuel Souza Kuhn
Profª. Dra. Flávia Regina Pereira Santos de Siqueira
MÓDULO
 5
APRESENTAÇÃO ..........................................................................................3 
I. CONCEITOS BÁSICOS ......................................................................... 4
II. SISTEMA TERRA....................................................................................... 7 
III. INTRODUÇÃO À GEOLOGIA...................................... 9 
Minerais............................................................................................................... 9 
Rochas ........................................................................................................ 12 
Tipos de rocha.............................................................................................. 13
Tectônica de placas ............................................................................ 17 
O que são fósseis? ............................................................................ 19
IV. O TEMPO GEOLÓGICO E OSFÓSSEIS DA COLEÇÃO
DO MUSEUDE HISTÓRIA NATURAL CASA DOM
AQUINO .............................................................................................21
V.ESTRATIGRAFIA E CRONOLOGIA..................27
Paleogeografia e paleomagnetismo.........28
O registro geológico e ospaleoambientes........31
VI. GEOLOGIA DO ESTADO DE MATO
GROSSO......................35
VII. GEOMORFOLOGIA E SOLOS.............37
VIII. O DOMO DE ARAGUAINHA, O MAIOR
ASTROBLEMA DA AMÉRICA DO SUL.......39
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 40
 
Flávia Regina Pereira Santos de Siqueira
Graduada em Geologia (2011), mestra em
Geociências (2014) e doutora em Ciências
Ambientais (2019), todos pela Universidade
Federal de Mato Grosso. Atua como professora
adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso
na Faculdade de Engenharia. Ultimamente se
dedica a pesquisas na área de Geodiversidade,
Patrimônio Geológico e Geoconservação.
SUMÁRIO
SOBRE A AUTORA
Caiubi Emanuel Souza Kuhn
Graduado em Geologia (2011), especialista em
Gestão Pública (2018) e Mestre em Geociências
(2014) pela Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT) e doutorando em Geociências e Meio
Ambiente pela Universidade Estadual Paulista
(UNESP). Atua como professor no Faculdade de
Engenharia, campus Várzea Grande,
Universidade Federal de Mato Grosso.
SOBRE O AUTOR
2
APRESENTAÇÃO
I. CONCEITOS BÁSICOS 
II. SISTEMA TERRA
III. INTRODUÇÃO À GEOLOGIA 
Minerais 
Rochas 
Tipos de rocha
Tectônica de placas
O que são fósseis?
IV. O TEMPO GEOLÓGICO E OS FÓSSEIS DA
COLEÇÃO DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL CASA
DOM AQUINO
V.ESTRATIGRAFIA E CRONOLOGIA 
Paleogeografia e paleomagnetismo 
O registro geológico e os paleoambientes
VI. GEOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO
VII. GEOMORFOLOGIA E SOLOS
VIII. O DOMO DE ARAGUAINHA, O MAIOR
ASTROBLEMA DA AMÉRICA DO SUL
REFERÊNCIAS
3
4
7
9
9
12
13
17
19
21
27
28
31
35
37
39
40
Neste módulo iremos aprender alguns
conceitos relativos ao patrimônio
natural que nos cerca no estado de
Mato Grosso. O patrimônio natural, de
acordo com Pereira (2018), constitui
uma das categorias do patrimônio
cultural brasileiro menos privilegiadas
em termos de proteção. 
A seguir o conceito de patrimônio
natural por Holanda & Sales (2020):
“O patrimônio natural é composto de
diferentes elementos que interagem
constantemente entre si, na superfície
e em camadas subterrâneas da
Terra, promovendo transformações
no planeta, como as reservas
minerais, os
relevos, a hidrografia, a fauna, a flora,
o clima. Tudo isso resulta numa
configuração maior, que é a
paisagem”.
APRESENTAÇÃO
Para auxiliar na proteção do
patrimônio natural com auxílio da
população é necessário o
conhecimento de conceitos de
geociências e paleontologia. Com o
objetivo de auxiliar no entendimento e
disseminação das informações aqui
destacadas, além desta apostila,
iremos fornecer indicação de vários
conteúdos. Estes conteúdos podem
ser utilizados para o ensino/
comunicação dos assuntos tratados,
atendendo as várias faixas etárias de
estudantes/público. 
Então, vamos embarcar nas ciências
da Terra para aprender e ensinar a
valorizá-la?
Cachoeira da Martinha. Patrimônio natural no limite dos municípios de Chapada dos Guimarães e Campo Verde (Mato Grosso).
3
Para ajudar a nossa comunicação na
apostila deste módulo do curso vamos
alinhar alguns conceitos essenciais
quando o assunto são as geociências.
Iremos tratar dos conceitos de:
geodiversidade, geologia,
paleontologia e geomorfologia.
O termo geodiversidade, de acordo
com Gray (2004), compreende a
“variedade natural de aspectos
geológicos e geomorfológicos,
incluindo suas coleções, relações,
propriedades, interpretações e
sistemas”. Sendo assim, a
geodiversidade de um território
compreende o conjunto de minerais,
rochas, fósseis e paisagens que
ocorrem nele. A geodiversidade
portanto está ligada diretamente ao
patrimônio geológico. O patrimônio
geológico está incluso no patrimônio
natural. 
Atualmente um modo de valorização
do patrimônio geológico aliado à
cultura, história e turístico de um local
está no formato de geoparque.
Segundo o Serviço Geológico Brasileiro
(CPRM):
“É preciso esclarecer que um
geoparque não é uma unidade de
conservação, nem é uma nova
categoria de área protegida. A
ausência de um
enquadramento legal de geoparque
é a razão do sucesso dessa iniciativa
em nível mundial. 
I. CONCEITOS BÁSICOS
Atualmente, o único geoparque
reconhecido pela UNESCO do Brasil é o
Geoparque Araripe, no estado do Ceará..
PARA SABER MAIS!
Site oficial do Geoparque Araripe
http://geoparkararipe.urca.br/ 
FICA A DICA!
Geograficamente, um geoparque
representa uma área
suficientemente grande e com limites
bem definidos para servir ao
desenvolvimento econômico local.
Mas, para ser considerado um
geoparque, o local deve gerar
atividade econômica, notadamente
através do turismo, e envolver um
número de sítios geológicos de
importância científica e com
potencial uso didático ou turístico.
Além disso, aspectos
arqueológicos, ecológicos, históricos
ou culturais podem representar
importantes componentes de um
geoparque.”
Figura 2 Logotipo do projeto geoparque Araripe.
4
http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Gestao-Territorial/Saiba-Mais---Geoparques-5415.html
Atualmente, o único geoparque
reconhecido pela UNESCO do Brasil é o
Geoparque Araripe, no estado do Ceará.
Estes projetos de geoparques existem
devido à demanda expressa por muitos
países no sentido de aumentar o valor
do patrimônio da Terra, suas paisagens
e formações geológicas. 
No Mato Grosso há um projeto de
geoparque está sendo inventariado para
fornecer subsídios para concorrer ao
título de geoparque pela UNESCO
Geoparks (Figura 3). O inventário que
está sendo realizado é para a criação do
Geoparque Chapada dos Guimarães. Os
pesquisadores que atuam no inventário
são em maioria vinculados a
Universidade Federal de Mato Grosso e
ao Instituto Federal de Mato Grosso.
Agora vamos trabalhar o conceito de
geologia, a ciência que estuda a
Terra, sua composição, estrutura,
formação e processos superficiais que
ocorrem na crosta terrestre. Os
estudos de geologia buscam
informações sobre o planeta através
dos registros presentes nas rochas,
solo, águas subterrâneas e processos
de dinâmica superficial como a
erosão e o relevo. 
Estes estudos são realizados por
profissionais que são chamados de
geólogos. Estes profissionais podem
atuar em diversas áreas, como:
pesquisadores de institutos de
pesquisa, pesquisadores e professores
de universidades, atuação em
empresas de meio ambiente,
cartografia, água subterrânea (poços
tubulares), mineração, petróleo ou
mesmo em laboratórios de análise de
rochas e solos (Figura 4). 
Isso é apenas um resumo, porque as
atribuições dessa profissão vão além.
Figura 3 Logotipo da rede global de geoparquespela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO).
Figura 4 Ilustração de geólogos em trabalho em pesquisa com
rochas e minerais. Imagem by macrovector (br.freepik.com).
Site oficial da Unesco
Geoparkshttp://www.unesco.org/new/en
/natural-sciences/environment/earth-
sciences/unesco-global-geoparks/
FICA A DICA!
5
http://geoparkararipe.urca.br/
https://www.facebook.com/geoparquechapadamt/
O próximo conceito é Paleontologia,
que segundo Zielinski & Mouro (2017),
a paleontologia se dedica ao estudo
dos fósseis, que são os registros da vida
antiga. O profissional que atua nesta
área é chamado de paleontólogo. Ele
responsável por classificar, entender a
evolução e a interação dos seres com
seus antigos ambientes, além de
compreender a distribuição e a
possibilidade de datação das rochas
portadoras de fósseis (Figura 5).
“Paleontologia é ciência que tem
como objetivo conhecer a vida do
passado geológico e as outras que
ficaram preservadas nas rochas. Esses
restos e vestígios, são denominamos
de fosseis” (LAPA, 2020).
Por fim, vamos falar da Geomorfologia,
que segundo Winge (2020) é o ramo
que estuda as formas de relevo
(montanhas, vales, planaltos, planícies,
entre outros) e das drenagens
associadas. Esta ciência consegue
definir padrões morfológicos da
superfície terrestre, buscando a
interpretação da origem e evolução
desses padrões, principalmente em
relação aos tipos de rochas e fatores
climáticos que influenciaram.
Traduzindo, é o ramo das geociências
que trabalha para definir as diferentes
formas de relevo que ocorrem em um
território. E esta área de trabalho não é
restrita aos geólogos, ela abrange outras
profissões, como a geografia. 
Neste site aqui você terá acesso a
mapas geomorfológicos que são
disponibilizados gratuitamente pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Figura 5 Ilustração do trabalho do paleontólogo em escavação a
procura de fósseis e os analizando. Imagem by vectorpouch
(br.freepik.com).
Assista a uma videoaula no
Youtube sobre geodiversidade.
Glossário geológico.
Mapas geomorfológicos.
Mapas ilustrativos do relevo
Brasileiro: Atlas 1 e Atlas 2.
Mapa do relevo Brasileiro em vídeo.
Infográfico sobre relevo, solo e
rochas.
Atuação do geólogo
Para saber mais sobre geologia
uma sugestão é ler um bom livro
de Geologia Geral: dicas de livros
(Clique nos itens para obter acessar)
MATERIAL DE APOIO 
6
O Brasil possui um Serviço Geológico, o
nome do órgão é CPRM (Companhia
de Recursos Minerais). No site da CPRM
você pode ter acesso a informação de
fontes confiáveis a respeito de
geociências. Segue o link para você
acessar o glossário geológico que eles
disponibilizam online.
FICA A DICA!
https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/geomorfologia.html
https://www.youtube.com/watch?v=mCCO_3Ef4IQ
http://sigep.cprm.gov.br/glossario/
https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/geomorfologia.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades_de_relevo.pdf
https://atlasescolar.ibge.gov.br/mapas-atlas/mapas-do-brasil/diversidade-ambiental
https://www.youtube.com/watch?v=j_zHwaLVA6o
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/95add3e9a922862589f4a66f4b0dd2df.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=g6UfEK0Klt0
https://tecnicoemineracao.com.br/6-livros-de-geologia/
O planeta Terra é formado por três
sistemas: geodínamo, placas
tectônicas e clima (Figura 6). 
O primeiro deles surge da interação do
núcleo interno e externo,
II. SISTEMA TERRA
Figura 7 Ilustração do campo magnético terrestre, parte do
sistema geodínamo, que protege a Terra de radiação vinda do
sol (vento solar). Imagem by BBC. 
Figura 6 Ilustração da Terra e os seus três sistemas: clima, tectônica de placas e geodínamo (Imagem de Silva et al., 2008).
e é responsável pelo campo
magnético terrestre. Este campo
protege nosso planeta de parte da
radiação emitida em tempestades
solares (Figura 7).
O segundo sistema é responsável pela
movimentação das placas tectônicas,
ele é composto pelo manto, litosfera e
atmosfera. Esse sistema contribui para
diversidade mineral, rochas e relevo.
As movimentações das placas
tectônicas criam diversos ambientes
tectônicos com pressão e temperatura
distintas. Devido a isso, na natureza
uma mesma composição química, em
condições de pressão e temperatura
distintas, pode resultar em rochas e
minerais diferentes. 
7
Por exemplo, o diamante e o grafite
(Figura 8) são constituídos de carbono,
porém o diamante é formado interior
da crosta em grandes profundidades,
onde a pressão e temperatura são
altas. Já o grafite é formado mais
próximo a superfície, com pressão e
temperatura menor. Isso resulta em
minerais de mesma composição
química, mas a organização dos
átomos é bem distinta. 
Os átomos de carbono em diamantes,
têm fortes ligações em três dimensões,
ou seja, cada átomo está conectado a
outros quatro átomos de carbono. No
grafite as ligações dos átomos de
carbono são dispostas em camadas,
entre essas camadas as ligações são
fracas (Figura 9).
Os processos da dinâmica interna da
Terra tendem a deformar a superfície
do planeta, criando cadeias de
montanha, soerguendo ou rebaixando
imensas áreas continentais,
chamamos esses processos de
endógenos.
Enquanto o sistema das placas
tectônicas tende a deformar a
superfície, o sistema clima é o
responsável pelos processos que
suavizam o relevo, através da formação
de solo, erosão e deposição de
sedimentos nas bacias sedimentares. 
O sistema clima é composto pela
atmosfera, hidrosfera, litosfera e
biosfera. Os processos ligados a esse
sistema são chamados de processos
da dinâmica externa da Terra ou
exógenos. 
Sistema Terra - Aula USP
https://goo.gl/wf38Pv 
Agentes modeladores do relevo:
https://www.youtube.com/watch?
v=LiSxEOsouYM
FICA A DICA!
Figura 9 Estrutura formada pelos átomos de
carbono no diamante (esquerda) e no grafite
(direita). O grafite possui planos paralelos
hexagonais em uma estrutura hexagonal.
Ilustração: https://i.stack.imgur.com/l6tB1. 
Figura 8 Apesar de ambos serem compostos do mesmo
elemento, no entanto, o diamante é o mineral mais duro
conhecido pelo homem e o grafite é um dos mais macios.
Ilustração: https://www.steelcarbon.com.br/diamante-e-grafite/. 
8
https://goo.gl/wf38Pv
https://goo.gl/wf38Pv
https://www.youtube.com/watch?v=LiSxEOsouYM
Agora que você já está
contextualizado nas geociências,
iremos abordar conceitos importantes
de geologia. Iremos falar dos materiais
geológicos que encontramos todos os
dias e muitas vezes não percebemos
sua importância por desconhecer sua
origem. Ao longo do texto, sempre
iremos destacar onde encontramos e
para que servem os materiais
geológicos (minerais e rochas) que
vamos apresentar.
Minerais 
Você sabia que desde a hora que você
acorda e vai escovar os seus dentes,
você está em contato com materiais
que são feitos a partir de minerais? E
no seu almoço, você sabia que o que
dá sabor aos alimentos também é um
mineral? Estes e muitos outros
exemplos podem ser citados com
relação ao uso de minerais no nosso
dia-a-dia (Figura 10). 
III.     INTRODUÇÃO À GEOLOGIA
Figura 10 Mineral Halita, conhecido como sal de cozinha, figura à esquerda (Imagem by Racool studio, br.freepik.com) e pasta dente
composta de flúor que é extraído de um mineral chamado de Fluorita, à direita (Imagem by freepik, br.freepik.com).
Com objetivo de trazer mais interesse
ao nosso público alvo, vamos mostrar
aqui minerais e sua aplicação no
nosso dia-a-dia e curiosidades.
Mas afinal o que é um mineral? São
substâncias naturais, de origem
inorgânica, sólida em temperatura
ambiente, com arranjo de átomos
definido e composição química
definida. Um dos minerais mais
comuns na crosta terrestre é o
Quartzo e você o vê todos os dias em
muitos lugares, como no vidro, no
pedrisco em estacionamentos, nos
relógios, etc.
As outras substâncias naturais que não
atendem a todos os requisitos para
serem chamadas de minerais, são
então chamadas de Mineralóides.
São mineralóides: água, petróleo,
ágata, mercúrio, âmbar, obsidiana(vidro vulcânico, Figura 11) e muitos
outros materiais naturais.
9
Sabe o mercúrio dos termômetros
utilizados antigamente? O mercúrio é
um mineralóide com propriedade de
variação do seu volume de acordo
com a variação de temperatura (Figura
11).
Figura 6 Obsidiana, material muito usado em jogos de
videogame, filmes e séries como armas poderosas. Mas na
verdade é vidro de cor preta de origem natural, caracterizado
por fratura concoidal (lembrao formato de concha), devido a
rápido resfriamento de material vulcânico (Imagem by James
St. John). 
Figura 7 Termômetro de mercúrio, um mineralóide que se
expande ou contrai de acordo com a variação de temperatura.
Atualmente substituído pelos termômetros digitais (Imagem by
freepik, br.freepik.com).
Há também materiais semelhantes à
minerais criados sinteticamente pelo
homem, mas como são de origem
artificial estes não podem ser
considerados minerais. Uma
informação é importante que, quando
o mineral está em uma forma bonita
com faces retas e regulares ele
comumente é chamado de Cristal, e
quando tem valor econômico e pode
ser usado para produção de joias, ele é
chamado de Gema. As gemas muitas
vezes são chamadas de  pedras
preciosas. Outro termo muito utilizado
seja para no lugar de rocha ou mineral
é o termo Pedra. Este termo que pode
ser utilizado quando não é objeto de
estudo o objeto, por exemplo, são
pedras as gemas, cristais decorativos,
rochas ornamentais, entre outros. Já
quando a pedra é objeto de estudo,
deve ser designada corretamente,
como mineral ou rocha (que iremos
definir a seguir).
Vídeo sobre uso dos termos geológicos:
https://www.youtube.com/watch?
v=DzLrVEsSLAk
https://www.youtube.com/watch?v=C-
hDSi8D4bI
FICA A DICA!
O ouro é um metal, e assim como a
prata é encontrado associado a
minerais em pequenas quantidades.
Para o estado de Mato Grosso, o ouro
foi um dos motivos determinantes
para a migração populacional à nossa
região e fundação dos primeiros
povoados no século XVIII. É o metal
mais utilizado hoje em dia como ativo
financeiro. 
A cotação do ouro em junho de 2020
está em R$ 270,00 por grama (Figura
12). Para você ter uma ideia, o calcário
que é composto de um mineral muito
mais comum que o ouro e que têm
valor baixo, a Calcita, pode ser vendido
atualmente pelo preço de R$ 40,00 a
R$ 50,00 cada tonelada. 
10
https://www.youtube.com/watch?v=DzLrVEsSLAk
https://www.youtube.com/watch?v=C-hDSi8D4bI
diferentes durezas existentes na crosta
terrestre (Figura 14).
A escala varia 1 a 10, o número 10 é o
diamante, o mineral com máxima
dureza. E o mineral 1 é o talco, o de
menor dureza. A dureza é a resistência
do material a ser riscado ou de riscar.
Para saber mais sobre outras
propriedades dos minerais e como isto
pode ser utilizado em sala de aula de
forma didática (veja exemplos nos
links abaixo).
Ele é usado como insumo agrícola e
na construção civil é utilizado para
fazer cimento ou como agregado
(brita).
Figura 12 O ouro pelo seu alto valor é usado para fazer jóias e
como ativo financeiro, ilustrado à esquerda (Imagem by
Macrovector, br.freepik.com). O calcário, ilustrado à direita, é
carregado em caminhões (Imagem by vectorpocket,
br.freepik.com).
Um mineral que ocorre na nossa
região e que comumente vem
associado ao ouro é a Pirita. Este
mineral é conhecido como “ouro de
tolo”, pois muitos confundem com
ouro pela aparência semelhante com
cor dourada e brilho metálico (Figura
13).
Você sabe como os minerais são
caracterizados? Uma das formas de
caracterizá-los é pela dureza. Os
geólogos utilizam uma escala,
chamada de Escala de Mohs, ela vai de
1 a 10. Esta escala foi criada em 1812,
pelo mineralogista alemão Friedrich
Vilar  Mohs,  com dez minerais de
Figura 13 Cristais de pirita, o mineral chamado de “ouro de
tolo” pela sua aparência semelhante ao valioso metal
(Lutgens et al., 2012).
Figura 14 Escala de dureza de Mohs. Utiliza minerais como índices para marcação da escala de dureza de 1 a 10. Na tabela a dureza
é comparada a materiais comuns (unha, canivete e vidro). Conteúdo extraído de Lutgens et al. (2012). 
Escala de Mohs
https://www.youtube.com/watch?
v=PIscWHHN0z4
Vídeo sobre as propriedades dos minerais:
https://www.youtube.com/watch?
v=2DDwI9l_1OE
FICA A DICA!
11
https://www.youtube.com/watch?v=PIscWHHN0z4
https://www.youtube.com/watch?v=2DDwI9l_1OE
Rochas
 Após conhecer o conceito da
unidade dos materiais geológicos, os
minerais, vamos aprender sobre as
rochas. As rochas, por sua vez, são
agregados naturais de minerais (Figura
15). As rochas presentes na crosta
terrestre são compostas de minerais,
sendo que há alguns que são os mais
abundantes. Estes são chamados de
minerais formadores de rocha, são
eles: quartzo, feldspatos, piroxênio,
anfibólio, micas, argilas e calcita. 
Atenção, concreto não é rocha nem
mineral, pois é uma criação humana. 
 Há rochas formadas de origem
totalmente inorgânica, sem a
influência de matéria orgânica no seu
processo de formação. Rochas de
origem inorgânica que podem ser
citadas são: granito, basalto e arenito.
E há rochas formadas parcialmente ou
totalmente por materiais de origem
orgânica, por exemplo, os calcários
originados de corais ou o carvão que é
originado de plantas lenhosas
soterradas. 
Figura 15 Rochas são compostas de minerais, nesta imagem
temos um granito composto de quartzo, hornblenda e
feldspato. (modificado de Lutgens et al., 2012).
Figura 16 Esquema de Ciclo das Rochas
extraído do artigo de Carneiro et al. 2009.
Nesse artigo há uma explicação mais
aprofundada a respeito do ciclo das
rochas, vale a pena ler.
Além disso, as rochas se diferenciarem
por sua origem orgânica e inorgânica.
Elas podem ser divididas em três
classes que são referentes ao seu
processo de formação: magmáticas,
sedimentares e metamórficas. Dentro
de cada classe elas têm subdivisões de
acordo com as suas características.
Para entender como essas rochas se
formam de uma maneira simplificada,
podemos usar o “Ciclo das rochas”
(Figura 16). 
 No ciclo das rochas é possível
observar que esta divisão de tipos de
rochas é uma condição temporária
delas e que uma pode
se transformar em outra
dependendo das
condições a que a rocha
é submetida.
12
Tipos de rochas e exemplos no Mato Grosso 
https://www.youtube.com/watch?v=cIrXQ0MieA8
Ciclo das Rochas Animação:
https://www.youtube.com/watch?v=xJ1KfDzuAmc
FICA A DICA!
No Brasil, um exemplo muito bom de
rochas magmáticas é o arquipélago
de Fernando de Noronha, que é
constituído por três grupos de rochas
vulcânicas. Fernando de Noronha é
um pequeno arquipélago vulcânico
situado no oceano Atlântico Sul na
extremidade nordeste do Brasil, a 350
km de Natal (capital do estado de Rio
Grande do Norte). São um conjunto de
19 ilhas vulcânicas, sendo a principal
chamada de Fernando de Noronha.
Tipos de rochas
Rochas magmáticas
O primeiro tipo de rocha que iremos
trabalhar são as rochas magmáticas
que também são chamadas de ígneas.
Elas são resultantes do resfriamento
de material rochoso fundido,
chamado de magma. Quando o
resfriamento ocorre no interior da
crosta formam-se as rochas ígneas
intrusivas (plutônicas). Quando o
resfriamento ocorre na superfície do
planeta, forma-se uma rocha extrusiva
(vulcânica), nestes casos chamamos o
magma de lava (Figura 17). Veja a
seguir algumas rochas magmáticas
que são extraídas do território
brasileiro e exploradas como rochas
ornamentais (Figura 18).
Figura 18 Fotos de rochas ígneas de uso ornamental, ou seja,
são usadas para fazer bancadas, pisos, esculturas etc. As fotos
estão acompanhadas dos nomes fantasia de cada uma e os
minerais mais abundantes. Imagens extraídas de ALENCAR,
2013.
Figura 17 Formação das rochas ígneas ocorre fora da crosta
pela solidificação da lava. E pela cristalização do magma que
resfria aos poucos na crosta (Imagem by brgfx -
br.freepik.com).
Para saber mais sobre a geologia de
Fernando de Noronha clique aqui.
http://www.cprm.gov.br/publique/media/ge
stao_territorial/geoparques/noronha/index.
php?GEOPARQUE=7
Vídeo “I LAVA YOU” para entender sobre a
formaçãodas rochas vulcânicas e formação
de ilhas no meio do oceano. Ilhas que
vemos no oceano como as que formam o
arquipélago de Fernando de Noronha.
https://www.youtube.com/watch?
v=69nsU_Dj6nE&t
PARA SABER MAIS!
13
https://www.youtube.com/watch?v=cIrXQ0MieA8
https://www.youtube.com/watch?v=cIrXQ0MieA8
https://www.youtube.com/watch?v=xJ1KfDzuAmc
http://www.cprm.gov.br/publique/media/gestao_territorial/geoparques/noronha/index.php?GEOPARQUE=7
https://www.youtube.com/watch?v=69nsU_Dj6nE&t
Rochas sedimentares
São formadas de fragmentos de outras
rochas, que após serem transportados,
depositados, compactados e passar
cimentação, o conjunto de grãos passa
a formar uma rocha sedimentar
(Figura 19 e 20). A rocha anterior pode
ser ígnea, metamórfica ou outra
sedimentar. 
O processo de transformação da rocha
em material desagregado é
influenciado principalmente pelo
sistema clima. Quando uma rocha
sedimentar é formada por partículas
sólidas (chamadas de clastos) é
classificada como clástica. As rochas
sedimentares clásticas são
classificadas de acordo com o
tamanho dos grãos que a compõe
(Figura 21).
Outro grupo de rochas sedimentares
são as rochas não-clásticas. Este grupo
é dividido em químicas e orgânicas. As
rochas sedimentares químicas são
formadas por precipitação de sais
dissolvidos na água de rios, lagos e
mares. 
Por exemplo, um salar no topo de
montanhas (Salar de Uyuni na
Cordilheira dos Andes), sabe aquele sal
rosa do Himalaia que encontramos
nos supermercados? Ele vem de uma
rocha sedimentar do tipo química. Ele
se origina pela da evaporação da água
de um lago extremamente salgado.
As rochas sedimentares orgânicas são
originadas do acúmulo de matéria
orgânica, como por exemplo, restos de
vegetais e conchas de animais;
podendo originar carvão e coquina
respectivamente. 
Figura 19 Rochas e processos sedimentares: Intemperismo
(produzindo o sedimento quebrando ou dissolvendo rochas ou
organismos vivos preexistentes); Erosão (captação do sedimento
pela água, vento ou geleiras); Transporte (movimentação do
sedimento por água, vento ou geleiras); Deposição (deposição
do sedimento); Litificação (transformando o sedimento em
rocha). Imagem by USGS (Serviço Geológico Americano).
Figura 20 Ciclo das rochas com destaque para os processos de
formação da rocha sedimentar. Extraído de “ANARITABIO”.
14
As rochas metamórficas que você mais
encontra no seu dia-a-dia são o
mármore, gnaisse e filito. As rochas
metamórficas mais comuns são
resultantes de grandes eventos
geológicos como a formação de
cadeias montanhosas, este é o
metamorfismo regional (Figura 22). 
Mas também há as rochas
metamórficas formadas em outras
situações (Figura 22). 
As rochas sedimentares mais comuns
no nosso dia-a-dia são o calcário,
arenito, conglomerado e folhelho. 
Figura 21 Fotos de amostras de rochas sedimentares. A brecha sedimentar (clástica) é composta de fragmentos de calcário cinza
unidos por um “cimento” branco. O arenito apresenta cor vermelha (clástica), as partículas que o formam são do tamanho areia, por
isso este nome. E o calcário neste caso é de origem química e orgânica, pois em meio a suas camadas de calcário encontramos
restos de vegetais. (Imagem Flávia Siqueira)
Na Figura 21 podemos ver alguns
exemplos de rochas sedimentares.
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas resultam da
transformação de outra rocha pré-
existente por aumento de
temperatura e/ou pressão, sem atingir
a total fusão da rocha. Dentre os
processos metamórficos não são
consideradas as mudanças que
ocorrem por processos sedimentares. 
Mas porque mudaria a pressão e
temperatura de onde a rocha está?
Imagine uma barra de chocolate, hora
ela está mais dura porque a
temperatura ambiente diminuiu, hora
está mais macia por causa do
aumento da temperatura. E se você
apertar essa barra de chocolate? Ela
vai se deformar, vão ficar pistas dessa
deformação. Nas rochas as pistas são
chamadas de estruturas (Figura 22),
então, uma das maneiras de descobrir
se uma rocha é metamórfica é
procurando pistas dos processos pelos
quais ela passou.
Figura 22 Rochas metamórficas com dobras, típica estrutura que
ocorre pela convergência de placas tectônicas (imagem de Flávia
Siqueira).
15
Por exemplo, pelo impacto de
meteoro na crosta Terrestre, onde as
rochas que sofreram o impacto foram
submetidas à uma alta pressão e
temperatura em um curto intervalo de
tempo, este é o metamorfismo de
impacto. 
O metamorfismo em uma rocha
também pode ocorrer quando uma
rocha é submetida a altas temperatu-
Figura 22 Bloco ilustrativo dos diversos ambientes de formação das rochas metamórficas (imagem extraída de
www.geocaching.com/geocache/GC3KK35_as-duas-caras-metamorficas).
ras por estar próxima à uma câmara
magmática, este é chamado de
metamorfismo de contato. 
Outro exemplo, é o metamorfismo nas
zonas de falhas, o movimento das
rochas pode causar sua quebra e/ou
dobramento, dependendo da
profundidade que o movimento
ocorre, este é metamorfismo
dinâmico.
O filito, citado anteriormente, é uma
rocha muito comum na cidade de
Cuiabá e região metropolitana. É uma
rocha feita de grãos bem pequenos e
geralmente de cor amarela clara a
cinza (Figura 23). É uma rocha formada
pelo metamorfismo de uma rocha que
era originariamente sedimentar.
 Figura 23 Amostra de rocha metamórfica (filito) que ocorre na região de
Cuiabá, MT (imagem de Flávia Siqueira)..
16
Vídeos sobre rochas
metamórficas. 
https://www.youtube.com/watch?
v=RPuMUL3KOdk
https://www.youtube.com/watch?
v=1oQ1J0w3x0o
Música sobre as rochas.
https://www.youtube.com/watch?
v=G7xFfezsJ1s
Resumo sobre as rochas
https://www.youtube.com/watch?
v=KnMc6XIySmE
FICA A DICA!
Tectônica de Placas 
A tectônica de placas descreve os
deslocamentos relativos entre as
placas litosféricas, as interações entre
elas, e as consequências dessas
interações. No modelo mais recente
quatorze placas maiores e trinta e oito
placas menores são reconhecidas
(Neves, 2001). 
Mas onde como funciona? Como elas
podem se mover, se no manto temos
rocha e na crosta também?
Embora o manto seja sólido as
temperaturas elevadas fazem com
que ele se comporte como um fluido
numa escala de tempo geológico. Pelo
fato de que a temperatura média da
litosfera é relativamente baixa, ela
apresenta um comportamento rígido.
Uma placa tectônica pode consistir, na
sua porção superior, apenas de crosta
oceânica, ou de crosta oceânica e
continental (Figura 24).
As placas tectônicas estão
continuamente mudando de forma e
dimensão. O que influencia nestas
mudanças são os tipos de contato
entre as placas tectônicas.
Existem três tipos de contatos de
placas. O contato onde duas placas
adjacentes estão se separando é
chamado de divergente, ou
construtivo. Nestes locais há ascensão
de material do manto, para preencher
o espaço que está sendo criado, gera-
se nova litosfera oceânica. São
exemplos: dorsais oceânicas e riftes
continentais.
Limites de placas tectônicas ao longo
dos quais duas placas estão se
aproximando são chamados de
convergentes. Os locais onde isto
ocorre são chamados de zonas de
subducção e marcados por depressões
no oceano. 
Onde ocorre apenas deslocamento
relativo de placas adjacentes ao longo
de falhas transformantes, sem que
haja nem criação nem destruição da
litosfera, são chamados de contatos
conservativos.
Figura 24 Mapa com as principais placas tectônicas da Terra.
(Extraído de http://tag.eng.ankara.edu.tr/images/levhalar).
17
https://www.youtube.com/watch?v=RPuMUL3KOdk
https://www.youtube.com/watch?v=1oQ1J0w3x0o
https://www.youtube.com/watch?v=G7xFfezsJ1s
https://www.youtube.com/watch?v=KnMc6XIySmE
A Teoria da tectônica de placas foi
precedida pelas hipóteses da deriva
dos continentes e da expansão do
assoalho oceânico. A ideia da
migração dos continentes foi baseada
no pressuposto de que, antes do
Mesozóico, todos os continentes
estavam reunidos em uma massa
continental única, chamada de
Pangéia.
Os principais argumentos utilizados
em favor dessa hipótese foram: 
(a) o ajuste geométrico dos
continentes; 
(b) a presença de sedimentos,cuja
deposição é sensível ao clima, em
latitudes inesperadas; 
(c) a presença de plantas e animais
fósseis de um mesmo gênero em
continentes separados por grandes
oceanos; 
(d) estruturas e províncias orogênicas
similares em continente opostos que
se ajustam, caso o oceano entre eles
seja fechado.
Um dos principais problemas
enfrentados pela hipótese da deriva
continental foi encontrar um
mecanismo plausível para explicar a
migração dos continentes (Figura 25).
As dúvidas quanto a hipótese da
deriva continental foram removidas
quando se reconheceu que são as
placas litosféricas que se deslocam e
não os continentes.
O conceito da expansão do assoalho
oceânico foi formulado no início dos
anos sessenta para explicar a fisiografia
e as propriedades físicas recém-
descobertas das bacias oceânicas e
margens continentais. 
Link música sobre placas tectônicas
www.youtube.com/watch?
v=xYhphx8a4uo
FICA A DICA!
Podemos ver na ilustração (Figura 25)
que a ascenção de material mantélico
(magma) permite preencher os
espaços formados pelo afastamento
das crostas oceânica e continental.
Um aspecto importante para a
movimentação das placas tectônicas é
a diferença de densidade entre a
crosta oceânica e a continental. A
densidade da crosta oceânica varia
ligeiramente de acordo com a região
do planeta, mas é em geral próxima
de cerca de 2,9 gramas por centímetro
cúbico por oposição à crosta
continental, crosta que tem uma
densidade de cerca de 2,7 gramas por
centímetro cúbico. Esta diferença
permite que ao encontrar o limite de
uma outra placa uma delas seja
empurrada para baixo da outra,
ocorrendo a subducção. 
18
Figura 25 Esquema do movimento de convecção no manto da Terra
com destaque para a direção das correntes de convecção, que são
concordantes como movimento de entrada da crosta oceânica em
baixo da crosta continental (zona de subducação). Imagem extraída de:
<www.pmfias.com/divergent-boundary-great-rift-valley-african-rift-
valley/>.
https://www.youtube.com/watch?v=xYhphx8a4uo
O alto fluxo térmico observado acima
das dorsais oceânicas, em combinação
com o ambiente tectônico
extensional, foi interceptado como
resultado de subida de material do
manto para formar nova crosta
oceânica nestes locais. Além disso, a
presença de atividade sísmica
(terremotos) ser recorrente em limites
de placas tectônicas (Figura 26).
Muitas evidências confirmam a
existência do deslocamento relativo
das placas litosféricas desde a
proposição da tectônica de placas em
meados da década de sessenta.
O que são fósseis?
Os fósseis são fragmentos ou marcas
de plantas e animais. Os icnofóssies
são rastros, buracos, tocas e dejetos de
animais do passado, que são
encontrados nas rochas sedimentares.
As formas de vida do passado são
conhecidas devido aos processos de
fossilização que permitem com que
estes importantes registros se
preservem no tempo geológico. 
Para que os fósseis sejam formados
eles precisam ser soterrados
rapidamente, ou seja, cobertos por
sedimentos. Este processo costuma
ocorrer em ambientes subaquoso
(fundo de lagos, por exemplo). Na
medida que o tempo passa novas
camadas de sedimentos são
depositadas acima das que estão os
fósseis. 
Com o tempo, estas rochas
sobrejacentes podem ser erodidas e
aflorar na superfície a camada com os
fósseis, quando isto ocorre os
paleontólogos podem ter acesso aos
fósseis (Figura 27).
SE LIGA!
Quer se aprofundar neste tema? 
Veja o curso Sistema Terra da USP.
www.youtube.com/watch?
v=vMvPq5Wps1M&list=PL2BA4358B131D9E58
Para acessar aulas com animações sobre
minerais, rochas, solos e tectônica de placas
acesse: webgeology.alfaweb.no/
FICA A DICA!
Link tectônica de placas
www.youtube.com/watch?v=yBr-D1cFmEs.
Veja onde os últimos terremotos que
ocorreram.
ds.iris.edu/seismon/index.phtml 
Vulcões no mundo – usando o google Earth
www.youtube.com/watch?v=nnvoz01-TLI
Maiores montanhas do mundo – usando o
Google Earth
www.youtube.com/watch?v=80NIITwxgxE
Placas tectônicas: o que são e como se
movem?
www.youtube.com/watch?v=2IMLRS5sn_A
19
Figura 26 Distribuição global de terremotos, cada ponto
vermelho correponde à um epicentro de terremoto. Imagem by
Dr. Anne E Egger/ Cornell University/Institute for the Study of
the Continents.
https://www.youtube.com/watch?v=vMvPq5Wps1M&list=PL2BA4358B131D9E58
https://webgeology.alfaweb.no/
https://www.youtube.com/watch?v=yBr-D1cFmEs
http://ds.iris.edu/seismon/index.phtml
http://ds.iris.edu/seismon/index.phtml
http://www.youtube.com/watch?v=nnvoz01-TLI
https://www.youtube.com/watch?v=2IMLRS5sn_A
20
Figura 27 Processo de formação de um fóssil, da esquerda
para direita: morte do animal; soterramento; compactação;
erosão; afloramento das rochas com os fósseis. Extraído de:
https://planetabiologia.com/hipotese-heterotrofica/
FICA A DICA!
Fósseis:
www.youtube.com/watch?v=pFYuwu_rf38
www.youtube.com/watch?v=aqtyOwOiWKs
http://www.youtube.com/watch?v=pFYuwu_rf38
http://www.youtube.com/watch?v=aqtyOwOiWKs
IV. O TEMPO GEOLÓGICO E OS
FÓSSEIS DA COLEÇÃO DO MUSEU
DE HISTÓRIA NATURAL CASA DOM
AQUINO
21
Não existem rochas de idade
Hadeana, porém existem grãos de
minerais que comprovam que
existiam anteriormente rochas, que ou
foram erodidas ou refundidas devido a
processos da dinâmica interna e
externa da terra. O grão mais antigo
conhecido é de um mineral chamado
Zircão, ele foi encontrado na Austrália
e possui uma idade de 4,38 bilhões de
anos.
Após mais de 7 bilhões de anos depois
da explosão do Big Bang, em um
ponto da Via-Láctea, uma nuvem de
poeira, com restos oriundos de estrelas
que existiram anteriormente, começou
a se contrair e formar um novo sistema
planetário, a qual hoje conhecemos
como Sistema Solar. 
O Sol, a Terra e os outros planetas do
Sistema Solar concluíram seu ciclo de
formação a aproximadamente 4,6
bilhões de anos. Sabemos que essa é a
idade do nosso sistema planetário,
pois boa parte dos meteoritos que
caem em nosso planeta foram
formados nesta época. 
Quando usamos o termo Tempo
Geológico, nos referimos a toda a
história da Terra, ou seja, os 4,6 bilhões
de anos. 
O Tempo Geológico está dividido de
acordo com eventos que marcaram a
evolução do planeta e das formas de
vida. A divisão é feita em Eons, que são
a maior unidade temporal, compostos
por eras e posteriormente por
períodos. É difícil visualizar uma escala
de bilhões de anos, por isso, na Figura
28 o Tempo Geológico foi contado em
24h para que você possa ver com mais
facilidade quando ocorreu cada
evento e sua duração relativa.
O primeiro Eon é o Hadeano, ele leva
esse nome devido as condições
severas que provavelmente marcaram
o espaço de tempo entre a formação
da Terra e 4 bilhões de anos.
O Arqueano é o segundo Eon, ele tem
início a 4 bilhões de anos e se estende
até 2,5 bilhões de anos. Nele sugiram
os primeiros núcleos cratônicos, ou
seja, ou primeiros núcleos de
continentes. Nos mares surgiram as
primeiras formas de vida (Figura 29) e
se iniciou o processo de fotossíntese.
O Arqueano é o segundo Eon, ele tem
início a 4 bilhões de anos e se estende
até 2,5 bilhões de anos.
Nele sugiram os primeiros núcleos
cratônicos, ou seja, ou primeiros
núcleos de continentes. Nos mares
surgiram as primeiras formas de vida
(Figura 29) e se iniciou o processo de
fotossíntese. Ao final deste Eon é
completada a principal fase de
formação de crosta continental.
O início do Eon Proterozóico é
marcado pelos grandes eventos de
oxigenação da atmosfera, onde se
formaram os principais depósitos de
ferro do mundo.
Alguns episódios marcaram esse Eon,
como o Período Criogeniano, onde as
21
Figura 28 A história da Terra em 24h, onde os seres humanos surgem somente nos últimos segundos do dia. Modificado de
www.bookedwebcast.com/images/Geological-Clock.
geleiras recobriram praticamente todo
o globo. E o Período Ediacarano,
quando ocorreu a primeira tentativa
de grande diversificação das formas de
vida, conhecida como Fauna de
Ediacara.
No museu Casa Dom Aquino o
visitante pode observar estromatólitos,
com idade de aproximadamente 635 
milhões de anos, que são fósseis de
colôniasde cianobactérias, que
construíram estruturas carbonáticas
através do processo de fotossíntese. 
Os estromatólitos mais antigos no
mundo possuem idade de
aproximadamente 3,5 bilhões de anos.
Embora os três primeiros Eons
representem a maior parte do tempo
23
Figura 29 Figura esquemática da evolução da vida conforme o tempo geológico. Extraído de
<sinesiorgomes.blogspot.com/2017/08/eras-geologicas-e-evolucao-da-terra> 
geológico, é comum nos referirmos a
eles de maneira genérica como “Pré-
cambriano”.
O Eon Fanerozóico é dividido em três
eras: Paleozoica, Mesozoica e
Cenozoica. Ele se inicia com a grande
explosão da vida, que marca o início
da Era Paleozóica e do Período
Cambriano (Figura 29). 
No Fanerozóico surgiram a maioria
das formas de vida que conhecemos,
e por isso, iremos estudar este
‘‘pedaço’’ do tempo geológico com
mais detalhes.
A Era Paleozóica (541 – 252 milhões
de anos) é conhecida como era dos
peixes e dos anfíbios, é composta
pelos períodos: Cambriano,
Ordoviciano, Siluriano, Devoniano,
Carbonífero e Permiano. Nesta era a
vida se diversificou nos mares,
surgiram os primeiros peixes no
Ordoviciano, o continente começou a
ser ocupado no Devoniano, com o
surgimento das primeiras plantas, em
seguida pelos primeiros insetos,
anfíbios, e no Carbonífero surgiram os
primeiros répteis.
No período Carbonífero, surgiram as
florestas, sendo elas as responsáveis
pela formação das grandes reservas de
carvão, que foram exploradas na
Revolução Industrial. Nesta era
ocorreram ao menos 4 extinções em
massa, respectivamente há 510, 440,
370 e 250 milhões de anos. A primeira
delas foi causada por falta de
alimentos, a segunda e a terceira
foram causadas por glaciações e a
última foi a maior extinção da história
da Terra, onde cerca de 95% espécies
marinhas e 70% das espécies
terrestres sumiram para sempre. 
Atualmente os pesquisadores
atribuem que tenha sido causada por
um vulcanismo colossal na Sibéria
associado com queda de meteoritos
na Austrália. Ao final desta era estava
formado o supercontinente Pangea. 
Em rochas com idade Devoniana
(entre 419 e 358 milhões de anos) em
exposição no Museu existem fósseis de
animais marinhos encontrados em
Chapada dos Guimarães, como
Trilobitas, Tentaculites, Braquiópodes,
entre outros. 
Outro fóssil do Museu que possui um
significado especial é o de Mesosaurus
brasilienses, um vertebrado fóssil
típico do Paleozóico Superior (período
Permiano), importante na história da
Deriva Continental (Figura 30). 
Esta espécie foi um dos aspectos que
auxiliaram na construção da Teoria da
Deriva Continental e da Tectônica de
Placas. Os fósseis deste tipo de animal
são encontrados na África e na
América do Sul apenas, fato que 
24
permitiu sugerir que ambos os
continentes já estiveram ligados em
algum momento da história da Terra.
A Era Mesozóica (252 – 65 milhões de
anos), conhecida como era dos
dinossauros, é composta por três
períodos: Triássico, Jurássico e
Cretáceo. Ela foi marcada pelo
domínio dos dinossauros, surgimento
dos primeiros mamíferos, aves e pelas
angiospermas, plantas mais
complexas (Figura 29). 
Acredita-se que as angiospermas
tenham surgido período Cretáceo.
Durante os dois últimos períodos da
era Mesozoica ocorreu a fragmentação
do supercontinente Pangea para os
continentes que conhecemos hoje,
inclusive a separação entre a África e a
América do Sul, iniciando a abertura
do atlântico. 
Duas extinções em massa ocorreram
no Mesozoico, a primeira há 210
milhões de anos, devido a um evento
desertificação e a segunda há 65
milhões de anos, devido ao impacto
de meteorito no México, na Península
de Yucatan. 
Figura 30 Área de ocorrência de fósseis do Mesossauros
brasiliense no Brasil e na África, evidência do supercontinente
em que essas massas continentais estavam unidas (Teixeira et
al., 2000).
O 
25
0
Figura 31 Réplica do Pycnonemosaurus nevesi encontrada no museu de Pré-história e paleontologia Casa Dom Aquino, Cuiabá – MT. 
Deste período geológico, o museu
Casa Dom Aquino conta com uma
réplica em tamanho real do
Pycnonemosaurus nevesi (Figura 31),
que é uma espécie de dinossauro
descrita com fósseis encontrados em
Chapada dos Guimarães. Na
exposição também existem fósseis,
como dos Therópodes (carnívoros) e
Saurópodes (herbívoros). 
A Era Cenozoica (65 milhões de anos
até atualmente) é conhecida como a
era dos mamíferos, ela é composta
por dois períodos: Terciário e
Quaternário. O final desta era é
marcado pela intercalação de
períodos glaciais e períodos
interglaciais. Os animais da
Megafauna foram os grandes animais
que dominaram essa era, são eles:
preguiças gigantes, tatus gigantes,
mamutes e mastodontes. Porém boa
parte deles foram extintos após o final
último período glacial a cerca de 10
ou 11 mil anos. O Museu possui uma
coleção fantástica de animais da
Megafauna.
 Na exposição existem: dentes de
Mastodonte, que é um ‘’primo’’ do
mamute e do elefante; fósseis do
Pampatherium, um tatu gigante que
chegava a ter o tamanho similar à de
um fusca; e o Eremotherium, uma
preguiça gigante que chegava ter 6
metros de comprimento. Os filmes da
série de animação “A era do gelo”
mostram alguns destes animais e
pode ser um excelente material de
apoio para professores. 
FICA A DICA!
O Museu de História Natural Casa Dom
Aquino 
www.youtube.com/watch?v=E5O96i65TbY
Reportagem sobre o sítio arqueológico de
27 mil anos
www.rdnews.com.br/cultura/objetos-com-
27-mil-anos-em-sitio-de-mt-reabrem-
debate-de-ocupacao-na-america/92920
Os grandes comedores de frutos do
passado. Como as arvores se espalham nas
florestas?
www.youtube.com/watch?v=VdsAZjwSqWM
26
Estes animais gigantes chegaram a
conviver com o homem, e talvez nós
tenhamos contribuído para a extinção
destas espécies (Figura 32). Um dos
vestígios disto está no estado de Mato
Grosso, no município de Jangada. 
Onde há um sítio arqueológico com idade
27 mil anos. Lá foram encontrados ossos
de animais da Megafauna junto com
artefatos arqueológicos utilizados pelo
homem caçador e coletor (VIALOU &
VIALOU, 2019).
Figura 32 Réplica de mamute da Megafauna em exposição “A
Era do Gelo” no Itajaí Shopping. Imagem extraída de:
https://100fronteiras.com/itajai-shopping-lanca-campanha-
do-agasalho-com-tematica-da-animacao-a-era-do-gelo/
Conheça exemplos de megafauna do
Brasil:
PARA SABER MAIS!
Fonte: g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/ Fonte: aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje
Uma pergunta recorrente é: como
sabemos a idade das rochas? 
A geologia utiliza alguns métodos e
critérios, um deles é a sobreposição
de camadas. Neste método
consideramos que a rocha que está
por cima, em geral é mais recente que
a rocha que está por baixo, isso porque
as camadas de rochas se sobrepõem.
O conteúdo fossilífero também é um
importante aliado, uma vez que um
determinado fóssil pode ser usado
para correlacionar rochas em várias
partes do mundo (Figura 33). As
estruturas geológicas como falhas e
dobras também contribuem uma vez
que elas representam processos que
ficam impresso nas rochas.
longo do tempo, o intervalo para que
50% dos átomos destes átomos
radioativos faça essa transformação é
chamado de meia vida (Figura 34).
Por exemplo, se pegarmos um mineral
como o zircão, que possua Uranio 238,
em 4,47 bilhões de anos, 50% de
massa terá caído para sua forma
estável que é o Chumbo 206 (datação
Urânio-Chumbo), este intervalo de
tempo, chamamos de meia vida, e isto
pode ser calculado com métodos de
Datação Geológica.
V. ESTRATIGRAFIA
E CRONOLOGIA
27
Figura 33 Exemplo de correlação de camadas conforme conteúdo
fossilífero (Teixeira et al., 2000).
Figura 34 Processo de decaimento radioativo de elementos
químicos utilizados na datação isotópica (Teixeira et al., 2000).
O método mais preciso de correlação
é a datação isotópica, que é realizada
a partir da análise de minerais que
contém isótopos de elementos
químicos instáveis. Estes elementos
tendem a se transformar em outro ao 
Uma série de elementos químicos
instáveis podem ser usados para
datação. De acordo com a duraçãoda
sua meia vida e presença no material
eles são escolhidos para fazer a
datação. O exemplo do zircão citado
está na casa dos bilhões de anos, e
por isso, isto porque o Zircão serve
para datar rochas muito antigas. 
Uma série de elementos químicos
instáveis podem ser usados para
datação. De acordo com a duração da
sua meia vida e presença no material
eles são escolhidos para fazer a
datação. O exemplo do zircão citado
está na casa dos bilhões de anos, e por
isso, isto porque o Zircão serve para
datar rochas muito antigas. Outro
elemento que pode ser usado para
datações é o Carbono 14, que decai
para Carbono 12, que possui uma
meia vida de 5730 anos. Por isto ele é
usado para datar eventos muito mais
recentes, como para se determinar a
idade de fósseis.
Neste contexto temos a Estratigrafia,
uma área dentro da geologia que
posiciona as camadas no Tempo
Geológico. Nesta área as rochas são
agrupadas e organizadas. Um
conjunto de rochas com uma idade
determinada e que represente um
antigo ambiente pode ser organizado
em Formações, Grupos, Suítes ou
Complexos geológicos. 
Em um mapa geológico as rochas são
organizadas da mais antiga para a
mais recente na forma de uma coluna
estratigráfica, que em geral fica
localizada à direita em um mapa
(semelhante à Figura 33). 
Vídeo escala do tempo geológico
www.youtube.com/watch?v=J6qZBj2PzUY
Breve História da Terra
www.youtube.com/watch?v=JKOJqIHn9ZM
FICA A DICA!
Paleogeografia e paleomagnetismo
A maioria das pessoas já escutou falar
sobre o Pangea, que foi o último
supercontinente que existiu, mas
antes dele ao menos cinco outros
supercontinentes já se formaram e
fragmentaram (Figura 35). Embora
existam divergências na
literatura sobre a quantidade e a
forma destes continentes, é fato que
durante várias vezes no tempo
geológico a crosta continental esteve
reunida em um só continente. O
supercontinente mais antigo é
chamado de Ur (3 bilhões de anos),
seguido pela Kenorlândia (2,7 – 2,5),
Columbia (2 – 1,6 bilhões), Rodínia (1,1
bilhões a 750 milhões), Pannotia (600
a 540 milhões) e a Pangea (300 a 200
milhões).
28
Figura 35 Os supercontinentes da Terra, além do Pangea houve
mais cinco supercontinentes:Úr, Kenorlândia, Columbia, Rodínia
e Pannotia (Extraído de http://smfgeo12ano.blogspot.com/).
As reconstituições destes
supercontinentes são feitas através da
comparação das características das
rochas, métodos de datação e de
paleomagnetismo, que será explicado
logo a seguir. A crosta continental, isto
é, os continentes, possuem idade de
até 4 bilhões de anos e uma
densidade de cerca 2,7 g/cm³. Já a
crosta oceânica é reciclada a cada
ciclo de formação e fragmentação de
um supercontinente, devido a sua
densidade de 2,9 g/cm³, que faz com
que durante o processo de
convergência, a crosta continental
permaneça na superfície enquanto a
crosta oceânica volta para o manto
nas zonas de subducção. 
29
Figura 36 Idades progressiva da crosta oceânica conforme se distancia da dorsal mesoceanica. Cada linha corresponde a idade
das rochas naquele local. A linha em vermelho corresponde à dorsal mesoceânica onde a crosta oceânica recebe material para
expansão (Teixeira et al., 2000).
Por isto os continentes tendem a se
aglutinar e a crosta oceânica a ser
“reciclada” ao entrar no zona de
subducção. Hoje a crosta oceânica
mais antiga, possui idade entre 180 e
200 milhões de anos e, em geral, está
próxima de uma zona de subducção,
em um limite de placas destrutivo, ou
seja, logo ela será reciclada.
A crosta oceânica que está localizada
próxima das dorsais mesoceânicas
foram formada nos últimos milhares
ou milhões de anos. E a idade das
rochas da crosta oceânica é
progressivamente maior quanto maior
a distância do alinhamento da dorsal
mesoceanica (Figura 36).
Uma das comprovações sobre a
expansão do assoalho oceânico
(crosta oceânica), veio através de
estudo sobre o campo magnético da
Terra, estes estudos demostraram que
de fundo oceânico possui diferenças
no registro do campo magnético, que
hora indicavam que o norte 
magnético terrestre hora foi norte e
hora sul (Figura 37). Descobriu-se
então que o campo magnético da
Terra muda a posição dos polos de
tempo em tempo. Ou seja, se
voltássemos no tempo até uns 900
mil anos atrás, a bússola apontaria
para o sul e não para o norte. 
30
Mas como sabemos disso?
Os minerais magnéticos presentes
nestas rochas da crosta oceânica se
cristalizam apontados para o campo
magnético. Então quando passamos
com um sensor de campo magnético
sobre as rochas que se formaram a
900 mil anos, detectamos uma
anomalia negativa do campo, uma vez
que os minerais que compõem a
rocha interferem no campo local e
estavam apontando para o Sul. 
Da mesma forma, se o sensor passar
sobre rochas que no momento que o
campo magnético estava apontado
para o Norte, temos uma anomalia
positiva no campo magnético. Nos
últimos 100 milhões de anos
ocorreram 170 reversões de polaridade
magnética da Terra e a próxima deve
ocorrer em aproximadamente 1500
anos (SUGUIO & SUZUKI, 2003).
Figura 37 modelo esquemático da evolução da crosta oceânica, considerando a orientação magnética das camadas. (Extraído de
http://homepage.ufp.pt/biblioteca/Estratigrafia%20Sequencial/Pages/PageP2.html).
Vídeo sobre placas tectônicas: Plate
Tectonics, 540Ma
https://www.youtube.com/watch?
v=g_iEWvtKcuQ&t=210s 
Vídeo sobre placas tectônicas: 1.5 billion
years of Plate Tectonics by Scotese
https://www.youtube.com/watch?
v=IlnwyAbczog&list=RDCMUCpwbImp13QT
i4p1CaQJel1A&index=2 
FICA A DICA!
https://www.youtube.com/watch?v=g_iEWvtKcuQ&t=210s
https://www.youtube.com/watch?v=g_iEWvtKcuQ&t=210s
https://www.youtube.com/watch?v=IlnwyAbczog&list=RDCMUCpwbImp13QTi4p1CaQJel1A&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=IlnwyAbczog&list=RDCMUCpwbImp13QTi4p1CaQJel1A&index=2
O registro geológico e os
paleoambientes
Contar a história geológica é igual
brincar de detetive, mas juntando as
informações que existem ao longo de
todo o planeta. Se a Crosta Terrestre
fosse um livro, as rochas seriam as
páginas e os minerais e fósseis seriam
as palavras do texto. Mas este livro é
muito antigo e faltam algumas
páginas, assim não encontramos
todas as pistas para contar a história,
o mesmo ocorre com o registro
geológico (adaptado de VAINE,
2005). 
O registro geológico não é contínuo,
isso porque, enquanto em alguns
locais ocorrem o processo de erosão,
em outros está ocorrendo a
deposição de sedimentos. Ao longo
do tempo, e após processos, como
orogenias, soerguimento ou
subsidência de áreas continentais, os
locais onde está ocorrendo erosão e
deposição se alteram. 
Cada unidade geológica guarda um
pouco da história do nosso planeta,
com informações sobre o ambiente e
sobre os animais que viveram
naquele local (Figura 38).
31
Figura 38 Modelo esquemático do tempo geológico e os fósseis
correspondentes a cada período. Extraído de https://4.bp.blogspot.com/-
WA3fSOt0zjw/WL_IiWQzqrI/AAAAAAAAFgc/
Os geólogos utilizam as informações
que existem nas rochas, interpretam
como eram as condições ambientais e
os processos ocorreram do momento
em que a rocha começou a ser
formada até o dia de hoje. Para o leitor
entender melhor, vou contar a história
geológica de Cuiabá, Chapada dos
Guimarães e Santo Antônio. 
As rochas mais antigas desta região
pertencem a uma unidade geológica
chamada Grupo Cuiabá. Esta unidade
começou a se formar após a
fragmentação do supercontinente
Rodínia, por volta de 1 bilhão de anos
atrás. Neste tempo estas rochas
estavam no litoral do continente que
hoje conhecemos como Cráton
Amazônico, em uma margem passiva,
ou seja, sem subducção igual ao do
litoral brasileiro. 
Após milhões de anos, este oceano
começou a se fechar, e a margem
passou a ser uma margem ativa, ou
seja, com subducção da placa
oceânica que tinha se formado. Um
outro fragmento continental começou
a se aproximar, fechando esse oceano,
esse fragmento é chamado de Cráton
Paranapanema. 
Por fim, ambos os continentes
concluíram o ciclo de fechamento
oceano, há aproximadamente 600
milhões de anos, formando uma
cadeia demontanhas igual o Himalaia. 
As rochas do grupo Cuiabá guardam o
registro de um ciclo completo de
abertura e fechamento de um oceano.
E se você olhar nos locais onde
existem cortes de taludes nas estradas,
irá observar rochas dobradas, com
veios de quartzo. Não encontramos
fósseis nestas rochas, pois a deposição
delas ocorreu antes da explosão
cambriana, já citada anteriormente. 
32
Dentro desta imensa cadeia de
montanhas, em uma câmara
magmática, se formou o Granito de
São Vicente, há aproximadamente
500 milhões de anos atrás. 
O granito, como já foi dito, é uma
rocha intrusiva que se forma devido ao
resfriamento lento de um magma rico
em sílica e oxigênio.
Após mais de 100 milhões de anos
onde predominou a erosão, seguido
de subsidência da crosta
(rebaixamento), o mar recobriu
novamente essa região durante o
siluriano. Foram formadas as rochas
do grupo Rio Ivaí, que guarda o
registro, deposições litorâneas e em
mar raso, sob influência de glaciações,
nestas rochas são encontrados
icnofósseis de animais marinhos.
O mar recua mais uma vez, e logo em
seguida recobre novamente essa
região, depositando as rochas da
Formação Furnas e Ponta Grossa,
nestas rochas guardam o registro dos
fósseis de animais marinhos que estão
em exposição no museu. Sabemos
que são rochas marinhas devido aos
fósseis e as estruturas sedimentares
encontradas.
Entre o Devoniano e o Jurássico não
temos o registro de nenhum tipo de
rocha em Chapada dos Guimarães.
Isso significa que ou não foram
depositadas rochas durante esse
intervalo de tempo, ou que elas foram
depositadas e erodidas antes dos dias
atuais.
As rochas depositadas no final do
jurássico pertencem a Formação
Botucatu, que era uma grande deserto
que recobria uma área desde Mato
Grosso até a Argentina. 
Sabemos disso, pois ao olhar as rochas
que estão expostas nas escarpas, na
margem esquerda da rodovia que liga
Cuiabá à Chapada dos Guimarães,
podemos observar estruturas
chamadas de estratificações cruzadas,
que são pedaços de dunas que
ficaram preservadas. 
O ambiente desértico é excelente para
selecionar o tamanho das partículas
que compõem a rochas. Por isso se
observarmos com uma lupa o arenito
da formação Botucatu, vamos ver
grãos bem arredondados, com
pequenos espaços entre eles. Quando
chove, a água infiltra nas rochas e
preenche esses espaços vazios,
formando um aquífero. 
As rochas Formação Botucatu, ou seja,
do antigo deserto, hoje são
responsáveis por guardar a água que
pertence ao famoso Aquífero do
Guarani, que em nossa região
alimenta diversos rios como
Salgadeira, Paciência, Claro, entre
outros. 
Há 84 milhões de anos, houve um
movimento de distensão da crosta,
isto fez com que fraturas antigas
fossem reativadas. Por elas passaram o
magma, que quando chegou a
superfície deu origem a vulcões em
Chapada dos Guimarães. As rochas
que foram cristalizadas deste magma
são chamadas de basalto, e podem ser
observadas em vários pontos do
município, entre eles, próximo ao
acesso da Balsa que dá acesso a
Comunidade João Carro.
Sobre essas rochas vulcânicas, foram
depositas as rochas da Bacia
Cambambe. O ambiente nesta época
era semiárido, com rios intermitentes,
que migravam lateralmente em forma
de leque. Em meio a este cenário
viviam os dinossauros, Saurópodes e
Therópodes, entre outros animais
(Figura 39). 
Os Saurópodes foram um dos grupos
de dinossauros com corpos enormes,
um pescoço muito comprido e uma
cabeça muito pequena. E os
Theropodes são uma subordem de
dinossauros bípedes, geralmente
carnívoros ou omnívoros.  Este grupo
inclui dinossauros carnívoros extintos e
as aves.
33
Figura 39 À esquerda capa da revista “Planeta Ciência” com Saurópodes. E
à direita capa do livro “Encyclopedia of Dinosaurs The Theropods” com
diversos Therópodes ilustrados.
34
Se fossemos contar daqui há milhões
de anos a história geológica de hoje,
quais rochas nos ajudariam neste
desafio? Com certeza, seria as rochas
que estão hoje sendo depositadas no
pantanal, lá encontraríamos fósseis de
capivaras, jacarés entre outros animais,
além da camada de lixo que desce
pelo rio Cuiabá. 
O leitor deve ter percebido que o
registro não foi contínuo, mas em
outros locais do estado ou do país
existem rochas que ajudam a contar a
história do intervalo de tempo em que
nesta região não foi possível
desvendar. 
Da mesma forma, podemos supor que
algumas rochas que existem em
Chapadas dos Guimarães, em algum
momento já recobriram a região de
Cuiabá. E que os mesmos dinossauros
que lá são encontrados, também já
viveram na capital mato-grossense,
porém aqui não ficaram preservados
os fósseis, do mesmo modo, os fósseis
das capivaras atuais só ficarão
preservados nas rochas que estão se
formando no Pantanal.
Por que Chapada dos Guimarães deixou de
ser mar?
https://www.youtube.com/watch?
v=Fa7GgRdSwD8
Vulcanismo em Chapada dos Guimarães.
https://www.youtube.com/watch?
v=dcVqiypjr_w
Dinossauros em Chapada dos Guimarães.
https://www.youtube.com/watch?
v=bZYNCV-lr-k&t=8s
Um deserto em Chapada dos Guimarães e
o Aquífero do Guarani.
https://www.youtube.com/watch?
v=d4M91JQ9MQ8
Vídeos sobre dinossauros com fósseis
encontrados no Brasil. Nestes vídeos é
citado o Pycnonemosaurus nevesi,
descoberto em Chapada dos Guimarães,
Mato Grosso.
https://www.youtube.com/watch?
v=gWFcSleWX78
https://www.youtube.com/watch?v=xXgPl-
UjiHM
Para saber mais sobre os dinossauros no
Brasil acesse esta reportagem.
https://impa.br/noticias/brasil-e-berco-de-
pelo-menos-27-especies-de-dinossauros/
PARA SABER MAIS!
No estado de Mato Grosso são
encontradas rochas com idade entre 3
bilhões de anos até depósitos recentes
(Figura 40). 
O Cráton Amazônico é a unidade
geológica mais antiga da região e
possui inúmeros depósitos minerais,
de ouro, cobre entre outros minérios.
O Cráton e formado principalmente
por rochas metamórficas e ígneas. 
Outra unidade que também possui
uma grande relevância no Estado é a
Faixa Paraguai. Ela consiste em
rochas sedimentares dobradas e
rochas metamórficas, entre elas as
rochas do Grupo Cuiabá e Formação
Araras. 
Na primeira delas são encontrados
depósitos de ouro e na segunda de
calcário, sendo este usado na
construção civil e como corretivo
agrícola. 
No território do Estado existem
diversas bacias sedimentares, como
a do Parecis, Paraná, Bananal,
Pantanal, entre outras. Nestas bacias
são encontradas rochas sedimentares
de idade Fanerozóica. Se você possui
interesse em saber mais sobre a
geologia do Estado e sobre os recursos
minerais veja a bibliografia
complementar. 
Geologia e recursos minerais do estado de
Mato Grosso
http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/48
71
http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc
/4871/1/rel_geo_minerais_mato_grosso.pdf
PARA SABER MAIS!
VI. GEOLOGIA
DO ESTADO DE MATO GROSSO
35
Figura 40 Ilustração com o mapa geológico divulgada pela
SEPLAN/MT. Cada cor no mapa representa uma unidade
geológica distinta.
Figura 41 Mapa de províncias estruturais da macrocaracterização do Brasil. Unidade da Federação: Mato Grosso. Fonte:
IBGE. Livro Macrocaracterização dos Recursos Naturais do Brasil. 2019. 
36
As formas de relevo são resultado da
interação entre processos da
dinâmica interna e externa do nosso
planeta. Conforme já citado, a
dinâmica interna tende a deformar o
relevo, enquanto a dinâmica externa
tende a suavizar. 
Em regiões como na Cordilheira dos
Andes, o relevo tente a ser controlado
principalmente pelos processos da
dinâmica interna. Já no estado de
Mato Grosso por não existirem
grandes processos da dinâmica
interna atuantes, as características das
rochas e os processos da dinâmica
externa tendem a ser os principais
fatores no modelamento do relevo. 
De maneira simplificada, nos locais
onde predominam rochas
sedimentares, em geral, ocorrem
chapadas, planícies, morros e
morrotes. Em regiões onde existem 
VII. GEOMORFOLOGIA
E SOLOS
37
rochas metamórficas e ígneas, o relevo
em geral é composto por morros,
morrotes e até serras.
O relevo é um dos fatores que
influencia na formação do solo, além
dele, temos o clima, o material deorigem (solo), a cobertura vegetal e os
organismos vivos e o tempo de
exposição, são outros fatores que
também contribuem para o processo
de formação do solo. 
O solo é resultado da alteração das
rochas (Figura 42) e é um componente
fundamental para os seres vivos.
A velocidade de formação do solo,
depende principalmente da
temperatura e da precipitação (Figura
43), porém em todos os casos, o tempo
para se formar o solo está além da
escala da vida humana, por isso é
fundamental preservamos essa
camada vital para as atividades
humanas. 
Figura 42 Modelo esquemático de
formação de solo. Extraído de
www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquiv
os/12-58-10-estudodosolo.pdf
38
Figura 43 Intensidade dos processos de intemperismo, responsáveis pela formação do solo, em
diferentes condições climáticas e de precipitação (Teixeira et al., 2000).
Solos - IBGE Mapas 1.500.000
https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/solos
Mapas 1.500.000
http://www.seplan.mt.gov.br/-/mapas-1-500-
000
Pedologia a ciência que estuda os solos.
https://www.youtube.com/watch?
v=fjfI6YOifBc
PARA SABER MAIS!
O Domo de Araguainha, está
localizado na divisa entre os
estados de Mato Grosso e Goiás, a
estrutura de 40 km de diâmetro é
resultado da colisão de um meteorito
há 245 milhões de anos, no início do
período Triássico, da era Mesozoica.
Através de ferramentas como Google
Maps, é possível observar os
vestígios da estrutura circular que se
formou após o impacto (Figura 44).
Para encontrar antigas crateras na
Terra, precisamos de um olhar atento
e estudos científicos, que permitem
identificar e datar essas estruturas. Por
outro lado, quando observamos a Lua,
ou imagens de outros planetas como
Marte, inúmeras crateras são
identificadas com facilidade.
Porque esta diferença? Por que na
Terra não vemos tantas crateras de
impacto? Isso ocorre porque nestes
corpos celestes os processos de
dinâmica externa que podem “apagar”
os registros não existem com a mesma
intensidade. Além de não existir
tectônica de placas nestes planetas, ou
seja, a dinâmica interna também atua
de uma forma bem menos intensa.
Devido a isso as estruturas ficam mais
preservadas nestes outros corpos
celestes do que na Terra. 
VIII. O DOMO DE
ARAGUAINHA, O MAIOR
ASTROBLEMA DA AMÉRICA DO SUL
39
Figura 44 Localização do domo de Araguainha e representação
esquemática da cratera. Fonte: OLHARCONCEITO.
Imagens da lua em HD
https://www.youtube.com/watch?
v=kqpFAQYQEco
Domo do Araguainha
http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc
/17163/1/astroblema.pdf
PARA SABER MAIS!
MATERIAIS EXTRAS
No ambiente virtual deste curso há
arquivos para auxiliar na didática nas aulas
de geografia e ciências. 
Na pasta de anexos deste Módulo V há um
arquivo localidades_de_interesse.kmz, este
arquivo deve ser aberto em um programa
chamado Google Earth, que pode ser
usado gratuitamente. 
Iremos deixar no Ambiente virtual do curso,
no Módulo V, um tutorial de como abrir e
utilizar o arquivo.
Nele estão marcados vários locais de
interesse geológico citados nesta apostila. 
Segue o link para acessar o Google Earth:
https://earth.google.com/web/. 
ALENCAR, C. R. A. INSTITUTO EUVALDO LODI. 1969-I59m. Manual de caracterização, aplicação,
uso e manutenção das principais rochas comerciais no Espírito Santo: rochas ornamentais /
Instituto Euvaldo Lodi - Regional do Espírito Santo. Cachoeiro de Itapemirim/ES: IEL, 2013. 242 p. :
il. color.
ANARITABIO. 2020. Figura extraída do site ANARITABIO.BLOGSPOT Acesso em maio de 2020:
<http://anaritabio.blogspot.com/2012/12/ciclo-das-rochas-os-tres-grupos-de.html> 
BBC. Imagem disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-46825941. Acesso em maio
de 2020.
CARNEIRO, C. D. R., GONÇALVES, P. W., LOPES, O. R. (2009). O ciclo das rochas na
natureza. TerraeDidatica, 5(1), 50-62 <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica>.
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GRAY, M. Geodiversity: Valuing and conserving abiotic nature. John Wiley e Sons Ltd., Chichester,
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Holanda, C. R.; Sales, L. L. M. F. É pau, é pedra... o patrimônio natural. Apostila do módulo 3 do
curso EAD: Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio. Fundação Demócrito Rocha.
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Mato Grosso. Livro: Macrocaracterização dos Recursos Naturais do Brasil. 2019.
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mt-ha-250-milhoes-de-anos-pode-ter-causado-a-maior-extincao-de-especies-da-terra> 
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(Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Material didático). Londrina: Kroton
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REFERÊNCIAS
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