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APOSTILA-Educação-Física-8º-ano-Ens -Fundamental

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Universidade Federal de Pelotas 
Escola Superior de Educação Física 
Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física 
 
 
 
 
 
 
8ª Série 
 
 
 
Pelotas-RS 
2012 
 
2 
 
UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeelloottaass 
EEssccoollaa SSuuppeerriioorr ddee EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa 
GGrruuppoo ddee EEssttuuddooss eemm EEppiiddeemmiioollooggiiaa ddaa AAttiivviiddaaddee FFííssiiccaa 
 
EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa ++ 
PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa EEssccoollaa 
 
CCoooorrddeennaaççããoo ddoo pprroojjeettoo ee rreevviissããoo ffiinnaall ddoo mmaatteerriiaall ddiiddááttiiccoo 
 PPrrooff.. DDrr.. AAiirrttoonn JJoosséé RRoommbbaallddii ((EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell)) 
 PPrrooff.. DDrr.. MMaarriioo RReennaattoo ddee AAzzeevveeddoo JJúúnniioorr ((EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell)) 
 PPrrooffaa.. DDrraa.. SSaammaannttaa WWiinncckk MMaaddrruuggaa ((NNuuttrriiççããoo//UUFFPPeell)) 
 
EEqquuiippee rreessppoonnssáávveell ppeellaa eellaabboorraaççããoo ddoo mmaatteerriiaall ddiiddááttiiccoo 
DDoocceenntteess ddoo CCuurrssoo ddee MMeessttrraaddoo eemm EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell 
 PPrrooff.. DDrr.. AAlleexxaannddrree CCaarrrriiccoonnddee MMaarrqquueess 
AAlluunnooss ddoo CCuurrssoo ddee MMeessttrraaddoo eemm EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa//UUFFPPeell 
 PPrrooffaa.. CCaarrllaa FFrraanncciieellii SSppoohhrr 
 PPrrooffaa.. CCaarroolliinnaa BBoohhnnss MMaatttteeaa 
 PPrrooffaa.. DDaaiiaannaa LLooppeess ddaa RRoossaa 
 PPrrooff.. JJoorrggee OOttttee 
 PPrrooffaa.. LLaauurraa GGaarrcciiaa JJuunngg 
 PPrrooffaa.. MMiilleennaa ddee OOlliivveeiirraa FFoorrtteess 
 PPrrooffaa.. NNiiccoollee GGoommeess GGoonnzzaalleess 
 
3 
 
CCoonntteexxttuuaalliizzaannddoo 
 
O quadro atual de saúde pública na população em geral tem 
fomentado o debate sobre intervenções que possam vir a mudar o 
quadro adverso em relação às elevadas taxas de obesidade, 
hipertensão arterial, diabetes, entre outras doenças. No cerne deste 
problema, reconhece-se a contribuição dos altos índices de 
sedentarismo já observados desde a infância e adolescência. Sendo 
assim, surge a escola como possível foco de intervenção que tenha 
entre seus objetivos promover a saúde dos alunos e da comunidade 
em geral. 
A relação da saúde com a disciplina de Educação Física é 
histórica. Contudo, tal conteúdo assume diferentes olhares de acordo 
com as diferentes concepções pedagógicas e metodológicas. Por 
outro lado, percebe-se que nunca antes o debate sobre a temática 
saúde no ambiente escolar esteve tão presente. Portanto, ao assumir 
a promoção da atividade física e saúde enquanto um conteúdo, a 
disciplina de Educação Física também assume a responsabilidade de 
viabilizar formas de problematizar tais temáticas no espaço de sua 
aula. 
Há anos a Educação Física vem sendo debatida e várias são as 
críticas quanto aos conteúdos que a disciplina vem trabalhando na 
escola. Grande parte dos estudos tem mostrado a supremacia das 
modalidades esportivas e, além das experiências corporais, pouco 
tem sido mostrado em relação a outros conhecimentos que vão além 
das técnicas, táticas e regras dos esportes. Além disso, urge também 
a necessidade da disciplina buscar diferentes estratégias 
metodológicas para o trato de seus conteúdos, de forma a apresentar 
alternativas para além dos tradicionais exercícios técnicos e jogos no 
ensino do esporte. 
No âmbito desta discussão e acompanhando a tendência de 
algumas propostas pedagógicas, conteúdos direcionados às práticas 
corporais e sua relação com a saúde, assim como diferentes 
estratégias metodológicas, surgem como possibilidades para que o 
enfoque da disciplina seja ampliado. 
4 
 
““EEdduuccaaççããoo FFííssiiccaa++ :: PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa EEssccoollaa”” 
 
O Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física 
(GEEAF), da Escola Superior de Educação Física da Universidade 
Federal de Pelotas vem desenvolvendo estudos visando à promoção 
da Atividade Física e Saúde para a população em geral. Dentre suas 
possibilidades, entende-se o espaço escolar, especialmente a aula de 
Educação Física, como oportuno para a difusão do conhecimento 
acerca da promoção da saúde. 
Neste contexto, o GEEAF apresenta esta proposta de trabalho 
para ser pensada junto à disciplina de Educação Física no espaço 
escolar. O Projeto “Educação Física + : Praticando Saúde na Escola” 
resume-se numa proposta curricular simplificada para a disciplina de 
Educação Física, a ser acrescentada e adaptada ao planejamento das 
escolas envolvidas, a partir da sistematização de conteúdos 
relacionados à prática de atividades físicas e saúde em geral. Além de 
sugerir uma distribuição dos conteúdos para cada série, o projeto traz 
sugestões práticas de estratégias metodológicas a serem utilizadas 
em aula, de forma que os diferentes conteúdos possam ser 
abordados sob diversificadas maneiras. 
Quanto aos conteúdos, o projeto apresenta uma relação de 
temas que foram planejados para cada série, fruto de extensa 
pesquisa a partir de propostas concretas para a disseminação de 
conhecimentos relacionados à prática de atividade física em geral e 
sua relação com a saúde. Além disso, sugestões de professores 
ligados ao projeto foram também discutidas e incorporadas. 
No mesmo sentido, várias foram as obras que auxiliaram na 
concretização desta proposta. Pautado sempre pela idéia de 
aproximarmos a teoria da prática, várias são as estratégias sugeridas 
para o trato pedagógico dos diferentes conteúdos. Entre estas 
referências fundamentais destacamos a Proposta Curricular para a 
disciplina de Educação Física dos estados do Rio Grande do Sul 
(2009) e de São Paulo (2008), assim como as publicações específicas 
para a disciplina de Educação Física dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais. As obras de Nahas (2006), Darido e Souza Júnior (2007), 
Palma e colegas (2010), o artigo de Ribeiro e Florindo (2009) e 
5 
 
algumas propostas encontradas na Revista Nova Escola também 
foram fontes inspiradoras para a construção deste material. 
Contudo, cabe destacar que as possibilidades são infinitas e que 
acreditamos ser fundamental a adequação a cada realidade. Sendo 
assim, descrevemos abaixo diferentes possibilidades de estratégias a 
serem utilizadas no sentido de apresentar e problematizar as 
diferentes temáticas identificadas na literatura e/ou elaboradas pelo 
projeto: 
• Aulas práticas 
• Aulas expositivas 
• Jogos e brincadeiras 
• Debates 
• Vídeos 
• Trabalhos de pesquisa 
• Confecção de materiais (cartazes, folders, etc) 
• Seminários 
• Dramatizações 
• Músicas (elaboração de paródias, por exemplo) 
• Entrevistas 
• Produção textual 
• Saídas de campo 
 
Acima de qualquer objetivo, esperamos que este material sirva 
como incentivo para a diversificação e qualificação da intervenção da 
disciplina de Educação Física na escola. Assim, nosso esforço foi 
direcionado em direção a uma perspectiva de problematização das 
práticas corporais e sua relação com a saúde no seu aspecto 
individual e coletivo, contribuindo para a disseminação destes 
conhecimentos entre nossos alunos e comunidade. Mais que isso, 
acreditamos que a partir da experiência de cada docente e das 
diferentes realidades de nossas escolas, possamos também aprender 
e avançar através de novas possibilidades metodológicas para 
aproximarem os alunos de conhecimentos tão importantes e 
significativos em suas vidas. 
 
6 
 
RReeffeerrêênncciiaass FFuunnddaammeennttaaiiss 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros 
curriculares nacionais: ensinomédio. Brasília, MEC/SEF, 1998. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf. Acesso em: 18 
ago. 2011. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros 
curriculares nacionais: ensino fundamental. Brasília, MEC/SEMTEC, 2000. 
Disponível em: portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 
29 abr. 2011. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Parâmetros 
curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, MEC/SEMTEC, 2006. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf. 
Acesso em: 04 fev. 2012. 
 
DARIDO, SC; SOUZA JÚNIOR, OM. Para ensinar Educação Física - 
Possibilidades de intervenção na escola. 3. ed. Campinas, SP: Papirus 
Editora, 2007. 
 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Secretaria Estadual de Educação. Lições 
do Rio Grande: Linguagens Códigos e suas Tecnologias - Artes e 
Educação Física. Volume II. SEE, 2009. 
 
ESTADO DE SÃO PAULO, Secretaria Estadual de Educação do Estado de São 
Paulo. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Educação Física 
(Ensino Fundamental Ciclo II e Médio). SEE, 2008. 
 
NAHAS, MV. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: Conceitos e 
sugestões para um estilo de vida ativo. 4 ed. Londrina: Midiograf, 
2006. 
 
PALMA, APTV; OLIVEIRA, AAB; PALMA, JAV. Educação Física e a 
Organização Curricular. 2ª ed. Londrina: Eduel, 2010. 
 
REVISTA NOVA ESCOLA. Planos de aula. Editora Abril, 2011. Disponível 
em: http://revistaescola.abril.com.br/planos-de-aula/. Acesso em 04 fev. 
2012. 
 
RIBEIRO, EH; FLORINDO, AA. Efeitos de um programa de intervenção no 
nível de atividade física de adolescentes de escolas públicas de uma região 
de baixo nível: descrição dos métodos utilizados. Revista Brasileira de 
Atividade Física e Saúde, 2010; 15(1), 28-34. 
 
7 
 
PPrraattiiccaannddoo SSaaúúddee nnaa 88ªª sséérriiee 
O presente material é dirigido às atividades da 8ª série, 
apresentando conteúdos, sugestões de planos de aula, textos de 
apoio ao professor, tarefas e processos de avaliação a serem 
desenvolvidos. Cabe salientar que esta proposta não se apresenta 
como um “novo” currículo, e sim uma sugestão de conteúdos e 
métodos a serem acrescidos ao planejamento de cada professor ou 
escola. 
A apostila está organizada em capítulos e, em cada um deles, 
há um texto de apoio para o professor, sugestão de plano(s) de 
aula(s) para o trato de cada temática, bem como sugestões de 
atividades complementares ou de avaliação a serem desenvolvidas. 
No volume da 8ª série os temas norteadores objetivam 
proporcionar aos alunos aprender e refletir sobre: 
a) A importância do aquecimento e alongamento nas práticas de 
atividades físicas; 
b) A prática de atividade física e comportamento sedentário; 
c) Recomendações para uma alimentação saudável 
d) As diferenças entre os exercícios aeróbios e anaeróbios; 
e) A importância do balanço energético, através da relação gasto e 
o consumo de energia e a aplicação dos cálculos de gasto 
energético das atividades físicas. 
Este projeto, especialmente por seu caráter inovador, encontra-
se em constante avaliação e reestruturação. Toda e qualquer 
sugestão ou retorno de parte do professor será sempre bem-vinda. 
Contamos com teu apoio! 
8 
 
Capítulo 1 - Alongamento e Aquecimento 
 
TTeexxttoo ddee AAppooiioo 
O alongamento e o aquecimento são muito importantes para a 
melhora na qualidade da prática de atividades físicas. Contudo, 
diferente do que o senso comum às vezes aponta alongamento e 
aquecimento não são sinônimos. 
Antes de começar uma atividade física, seja na prática de 
esportes, treinamento ou jogos no período de lazer, o ideal é realizar 
um aquecimento, iniciando com exercícios de baixa intensidade, 
envolvendo todas as partes do corpo e enfatizando a musculatura que 
será envolvida na prática seguinte com maior intensidade. O objetivo 
deste momento é preparar o corpo para realização da atividade e 
prevenir lesões. Os objetivos fisiológicos são: aumentar a 
temperatura corporal geral e da musculatura, além de preparar o 
sistema cardiovascular e pulmonar. Nos dias frios nossos músculos 
demoram mais tempo para atingir a temperatura ideal e o 
aquecimento é fundamental para prevenir lesões. 
 O aquecimento pode ser feito de variadas formas, como 
brincadeiras, jogos recreativos, caminhadas ou trotes leves, 
movimentos amplos envolvendo membros superiores e inferiores. Se 
a atividade principal envolver uma musculatura específica, como no 
caso da musculação, podem ser realizados exercícios com cargas 
leves para cada grupo muscular que será trabalhado. 
Já o alongamento é mais útil ao organismo ao final do exercício, 
como uma atividade de volta à calma e de relaxamento. O 
estiramento muscular (alongamento), quando realizado além do 
limite habitual (sem dor), proporciona também ganhos de 
flexibilidade. Com esse propósito, ele deve ser realizado como uma 
atividade específica e não antes ou depois de outro exercício, sendo 
que o objetivo é chegar até a maior amplitude possível do 
movimento. A flexibilidade promove o aumento da elasticidade da 
fibra muscular. Quanto mais alongado o músculo, maior a mobilidade 
da articulação e assim maior será a amplitude de movimento. 
Na escola, o ideal é criar uma rotina de aquecimento antes de 
iniciar a aula de Educação Física. É importante que o professor 
reforce estes conceitos salientando que o aquecimento deve ser 
9 
 
realizado antes de qualquer atividade física e o alongamento pode ser 
mais benéfico após o exercício. 
 
Plano de Aula 
Aula 1: A importância do aquecimento e alongamento para prática 
de atividade física e suas diferenças 
 
Objetivos 
Proporcionar aos alunos o conhecimento sobre as diferenças 
entre aquecimento e alongamento, e ainda desenvolver a prática de 
cada uma delas. 
Dinâmica 
Primeira Etapa 
Esta aula pode ser agregada a qualquer conteúdo previamente 
planejado. 
Realize um aquecimento breve com a turma e explique a 
diferença entre aquecimento e alongamento. 
Segunda Etapa 
Desenvolva o conteúdo previamente planejado. 
Terceira Etapa 
 No final da aula, realize junto à turma exercícios de 
alongamento, reforçando o conteúdo discutido no início da aula, 
salientando a importância do alongamento após as atividades físicas. 
 
Sugestão de Atividades para Avaliação 
a) Esse conteúdo pode ser trabalhado a partir de pesquisa 
complementar sobre o alongamento e aquecimento. A partir das 
informações apresentadas pelos alunos, organize um breve material 
de estudos e disponibilize à turma como fonte de estudos e futuro 
conteúdo de prova. 
10 
 
b) Através de uma entrevista com professores de Educação Física 
ou Fisioterapeutas, os alunos poderão pesquisar as lesões mais 
comuns que podem ser prevenidas com alongamento e aquecimento 
adequados. 
IInnffoorrmmaaççõõeess CCoommpplleemmeennttaarreess 
Esse conteúdo pode ser reforçado em todas as aulas práticas a 
seguir. 
Nota sobre alunos com deficiência: 
- Os alunos com deficiências devem obedecer os mesmos critérios na 
execução dos exercícios de aquecimento e alongamento, levando em 
consideração o tipo de deficiência de cada indivíduo. 
- Um número significativo de alunos com Síndrome de Down possuem 
frouxidão ligamentar e hipotonia muscular, apresentando uma maior 
amplitude articular. Nesses casos é importante ao alongar, observar 
que não haja desconforto ou dor. 
- Alunos com Paralisia Cerebral podem apresentar rigidez muscular e 
contrações involuntárias na musculatura. Dependendo do tipo de 
paralisia apresentada (espástica, atáxica ou atetóide) é necessário 
verificar a forma de alongamento adequado (passivo ou ativo). Cuide 
especificamente os limites de movimento e, se necessário, ajude na 
realizaçãodos exercícios apoiando os membros ou facilitando o 
equilíbrio. O ideal é deixar que o aluno tenha cada vez maior 
independência e autonomia para realizar as tarefas propostas (PIN, 
2006). 
 
RReeffeerrêênncciiaass:: 
DARIDO, SC; SOUZA JUNIOR, OM. Para ensinar a Educação 
Física: Possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: 
Papirus, 2007. 
PIN, T; DYKE, P; CHAN, M. The effectiveness of passive 
stretching in children with cerebral palsy. Dev Med Child 
Neurol.;48(10) :855-62. 2006. 
 
11 
 
Capítulo 2 – Mudanças no Estilo de Vida: Atividade 
Física e Comportamento Sedentário 
 
Texto de Apoio 
As profundas mudanças nas preferências em termos de 
atividades de lazer dos adolescentes nos últimos anos são evidentes. 
O “mundo virtual” tem se configurado entre as primeiras opções de 
atividades no tempo livre, como a televisão, vídeo-game e o 
computador. Num passado nem tão distante, as práticas corporais 
como os jogos, brincadeiras e o esporte eram mais frequentes 
durante a adolescência. Nos dias de hoje, este quadro ainda tende a 
ser mais presente entre as meninas. 
Ainda mais recente, a utilização da internet, através de suas 
infinitas possibilidades de entretenimento (jogos, conhecimento, 
redes sociais, entre outras) tem despertado a atenção não só de 
jovens, mas de pessoas de todas as idades. O debate sobre o 
impacto deste impressionante veículo de comunicação é complexo, 
uma vez que podem ser observados benefícios e prejuízos à vida das 
pessoas. 
Evidências científicas recentes, além de reafirmarem a 
importância da prática de atividades físicas na prevenção de várias 
doenças, sugerem que o comportamento sedentário, por si só, 
também é um fator de risco independente à saúde. Ou seja, o tempo 
excessivo à frente da televisão, computador ou vídeo-game (à 
exceção dos modelos mais novos com sensores de movimento), 
independentemente da prática de atividades físicas, pode representar 
um risco aumentado para alterações negativas na pressão arterial, 
glicose sanguínea ou no índice de massa corporal. 
A Academia Americana de Pediatria (2001) sugere o tempo 
máximo de duas horas diárias para crianças e adolescentes se 
envolverem com atividades sedentárias. Será que nossos alunos 
estão próximos desta recomendação? 
Neste sentido, a aula de Educação Física pode representar um 
rico espaço de reflexão sobre os estilos de vida individual e coletivo 
dos alunos, pode ser o primeiro passo na consolidação de um 
conhecimento e de uma consciência a respeito do tema. 
 
12 
 
Plano de Aula 
Aula 1: Mudanças no estilo de vida e a relação com a saúde. 
Objetivos 
Problematizar sobre as atividades sedentárias no cotidiano dos 
alunos e os possíveis impactos à saúde. 
Recursos Necessários 
- Um questionário (em anexo) para cada aluno. 
Dinâmica 
Primeira Etapa 
Esta aula pode ser agregada a qualquer conteúdo previamente 
planejado. 
No início da aula, de forma a potencializar a reflexão, entregue 
o questionário proposto aos alunos (Anexo I) e solicite que 
preencham. Em seguida, questione a turma quanto às preferências 
da maioria para cada opção de atividades. Após, solicite que os 
alunos estimem o tempo diário que eles se envolvem com atividades 
sedentárias (televisão, computador, vídeo-game). Depois de um 
breve relato das respostas, informe sobre o tempo recomendado para 
tais atividades (máximo de 2 horas) e os possíveis malefícios à saúde 
deste padrão de comportamento. Dando sequência à discussão, 
solicite aos alunos que reflitam sobre suas opções de lazer e, em 
casos extremos, se é possível atender à recomendação. 
Segunda Etapa 
Desenvolva o conteúdo previamente planejado. 
Terceira Etapa 
Na parte final da aula, retome o conteúdo discutido no início da 
aula, destacando a importância das atividades em grupo, como as 
práticas corporais (jogos, esporte, andar de bicicleta, entre outras) 
tanto para a saúde no seu aspecto “biológico”, mas também 
psicossocial. Não é melhor ter os amigos por perto do que através de 
um computador? 
 
13 
 
Sugestão de Atividade para Avaliação: 
Organize a turma em grupos. Num primeiro momento, solicite 
aos alunos que questionem seus pais ou familiares sobre as opções 
de lazer do período de adolescência de cada um. Com base nessas 
informações e a reflexão sobre as importantes mudanças para os dias 
de hoje, solicite aos grupos que elaborem uma peça teatral sobre a 
seguinte temática: “Lazer ativo ou sedentário: eis a questão”. 
Incentive os alunos a criarem situações em que as preferências de 
lazer de antigamente sejam confrontadas com as preferências atuais 
de adolescentes, o impacto disso na vida das pessoas, situações 
engraçadas, etc. Por exemplo, o enredo da peça pode envolver 
alunos que voltam no tempo (ou que avançam), alunos que passam a 
morar numa ilha sem energia elétrica, etc. 
Se viável, articule o apoio da professora de Educação Artística 
para a discussão de idéias sobre cenários, figurinos e personagens 
elaborados. 
Utilize a apresentação da peça teatral como uma forma de 
avaliação da aula de Educação Física. 
 
Referências: 
 
FARIAS JÚNIOR, JC. (In)Atividade física e comportamento 
sedentário:estamos caminhando para uma mudança de paradigma? 
Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2011; 16(4): 
279-80. 
 
PROPER, KI; SINGH, AS; VAN MECHELEN, W; CHINAPAW, MJM. 
Sedentary behaviors and health outcomes among adults a systematic 
review of prospective studies. American Journal Prev Medicine, 
2011; 40(2): 174-82. 
 
 
 
 
14 
 
Anexo I 
Questionário de Atividades Diárias 
Questionário 
Quais atividades você mais gosta de fazer? Faça a escolha por 
uma destas opções: 
 
 
 
( ) Assistir Televisão X ( ) Praticar Esportes 
 
 
 
 
( ) Usar o Computador X ( ) Andar de Bicicleta 
 
 
 
 
( ) Jogar Vídeo Game X ( ) Jogar Taco 
 
 
 
 
( ) Conversar no MSN X ( ) Conversar na 
 Roda de Amigos 
 
15 
 
Capitulo 3 – Alimentação Saudável e Recomendações 
 
Texto de Apoio 
Um hábito alimentar saudável é um fator de grande importância 
para a prevenção e manutenção da saúde. O hábito alimentar se 
refere aos alimentos que o indivíduo consome com certa freqüência, 
os quais realmente fazem parte da sua rotina alimentar. Esse se 
diferencia do comportamento alimentar, o qual é definido pelo 
conjunto de ações em torno da alimentação, que vai desde a seleção, 
aquisição até o consumo dos alimentos. 
 É importante que se trabalhe com crianças e adolescentes 
esses dois aspectos, uma vez que, com a aquisição de um 
comportamento alimentar saudável, no sentido da escolha por um 
alimento com menos gordura ou uma fruta em melhor estado de 
conservação, naturalmente representará um hábito de consumo 
alimentar mais saudável. 
É de conhecimento público que o comportamento alimentar de 
grande parte de crianças e adolescentes precisa ser mudado. Entre as 
conseqüências desse quadro se destacam os elevados índices de 
sobrepeso e obesidade. Esse excesso de peso pode ser considerado 
como a raiz de uma árvore onde os ramos dessa são as doenças 
crônicas não-transmissíveis como: diabetes tipo II, hipertensão, 
colesterol elevado, etc. Ou seja, o excesso de peso é um dos 
principais fatores que desencadeiam várias doenças. 
A alimentação saudável e sua importância na prevenção das 
diversas doenças pode ser discutida a partir das variadas situações 
do dia-a-dia da escola ou da rotina dos alunos. De forma a embasar 
tal discussão, podem ser utilizadas as diretrizes do Ministério da 
Saúde chamadas de “10 Passos para uma Alimentação Saudável para 
Adolescentes”:1- Para manter, perder ou ganhar peso procure a orientação de 
um profissional da saúde; 
2- Se alimente 5 ou 6 vezes ao dia. Coma no café da manhã, 
almoço, jantar, e faça lanches saudáveis nos intervalos; 
16 
 
3- Tente comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, 
biscoitos recheados, lanches de fast-food, alimentos de 
preparo instantâneo, doces e sorvetes; 
4- Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência; 
5- Tente comer feijão todos os dias; 
6- Procure comer arroz, massas e pães todos os dias; 
7- Procure tomar leite e/ou derivados todos os dias; 
8- Evite consumo de bebidas alcoólicas; 
9- Movimente-se! Não fique horas em frente à TV ou 
computador; 
10- Escolha alimentos saudáveis nos lanches da escola e nos 
momentos de lazer. 
 Abaixo se encontra uma ilustração de um prato saudável, onde 
se recomenda que a metade do prato seja composta por vegetais e a 
outra, pelas porções de arroz, feijão e carne. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Plano de Aula 
Aula 1: A importância de uma alimentação saudável. 
 
Objetivos 
 Problematizar o tema alimentação saudável, a partir das 
recomendações vigentes e reflexão individual sobre os hábitos 
alimentares dos alunos. 
 
Recursos Necessários 
- Equipamentos para apresentação de vídeo (televisão, DVD, 
computador, datashow, etc) 
- Caderno ou folha 
- Caneta ou lápis 
 
Dinâmica 
Primeira Etapa 
Introduza a temática da aula a partir da apresentação da 
proposta da atividade do filme. Antes de apresentá-lo, questione os 
alunos sobre como percebem sua alimentação (saudável ou não) e o 
que acreditam que poderia ser modificado. 
Em seguida, apresente (um por um) os 10 passos para a 
alimentação saudável de um adolescente. Solicite que cada aluno 
escreva em seu caderno as recomendações e avalie individualmente 
se os seus hábitos estão de acordo com cada um dos passos de 2 a 
10. Por fim, sem utilizar nenhum exemplo individual como parâmetro, 
discuta brevemente sobre o quanto precisamos estar atentos ou 
mudar nossos hábitos para favorecer nossa saúde. 
Segunda Etapa 
Apresente o filme “Super Size Me” ou apresente o resumo do 
filme encontrado na internet (Ver Informações Complementares). 
18 
 
Terceira Etapa 
 Na parte final da aula, faça um apanhado geral das informações 
mais pertinentes do filme, bem como resgate os conceitos 
trabalhados no início da aula, buscando sempre associar com a 
realidade dos alunos, especialmente no que diz respeito às 
preferências por lanches (cachorro-quente, bauru, xis, etc) 
Sugestões de Atividades para Avaliação: 
1) Após a apresentação do filme, peça para os alunos fazerem, em 
casa, um relatório dos pontos mais importantes observados, além de 
relacionar com demais aspectos discutidos no início da aula. Na 
próxima aula, faça uma analogia com os alunos, sobre o filme e os 
hábitos alimentares corretos. 
2) Caso não seja possível trabalhar com o filme, utilize a leitura de 
uma resenha do mesmo (Anexo I) como o elemento a ser debatido 
em sala de aula. As demais etapas (inicial e final) da aula proposta 
podem ser igualmente utilizadas. 
Informação complementar 
Link do resumo do filme Super Size Me: 
http://www.youtube.com/watch?v=jBh_ioTwhJU 
 
Referências: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Alimentação e 
Nutrição. Dez passos da Alimentação Saudável para 
adolescentes. Disponível em: 
http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/10passosAdolescentes.pdf 
 
KNUTH, A.G.; AZEVEDO, M.R.; RIGO, L.C. A inserção de temas 
transversais em saúde nas aulas de Educação Física. Revista 
Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2007;12(3):73-78.
19 
 
Anexo I 
 
Resenha do Filme Super Size Me (A Dieta do Palhaço) 
 
Morgan Spurlock resolveu realizar o filme após ver uma notícia 
sobre duas adolescentes obesas que estavam processando a rede de 
fast-food McDonald´s. Roteirista de sucesso, ele trabalhou em 
videoclipes, comerciais e shows de TV. Este foi seu primeiro filme de 
longa-metragem. O filme começa mostrando fatos e dados sobre o 
crescente aumento da obesidade na América, assim 37% das 
crianças e adolescentes americanos são obesos, e 2 em cada 3 
adultos estão acima do peso ou obesos. A Organização Mundial da 
Saúde declarou a obesidade como uma epidemia global. Se nada for 
feito, a obesidade irá superar o fumo como a maior causa evitável de 
morte da América. De quem é a culpa: das pessoas que não 
conseguem se controlar, ou das corporações de fast-food? 
Ele então anuncia sua decisão de passar um mês se 
alimentando exclusivamente de produtos vendidos em lojas do 
McDonald´s. Ele determinou para si mesmo algumas regras. Regra 
número 1: Em opções: ele só poderia consumir o que viesse das lojas 
(incluindo a água). Regra número 2: Só consumir as porções super 
size (super lanches) quando fossem oferecidas (e ele não as poderia 
recusar). Regra número 3: Sem desculpas: ele deveria comer cada 
item do cardápio ao menos uma vez. 
Antes de começar a maratona, ele visitou três médicos (um 
cardiologista, um gastroenterologista e um clínico geral) e uma 
nutricionista, que o monitorariam periodicamente durante o mês da 
experiência, e fez um check-up completo. Seu peso era normal, sua 
saúde boa, e todos os profissionais concordaram que a idéia era uma 
estupidez completa. 
O estilo de vida americano, incluindo a dificuldade de se fazer 
as refeições em casa, fazem com que 40% das refeições dos 
americanos sejam feitas fora de casa (1 em cada 4 americanos 
visitam um restaurante fast-food por dia. O McDonald's representa 
43% deste mercado). Vemos lojas McDonald´s até em um hospital 
(segundo Morgan, fica mais fácil conseguir auxílio médico quando sua 
saúde se estragar por causa da comida). 
O documentário mostra como a comida fast-food pode viciar (o 
McDonald´s chama as pessoas que consomem muito de seus 
alimentos de Usuários Pesados); mostra os muitos problemas sérios 
20 
 
de saúde que podem ser causados pela obesidade (hipertensão, 
doença coronariana, diabetes adulto, derrame, doença na bexiga, 
osteoartrite, apnéia do sono, problemas respiratórios, câncer no 
endométrio, de mama, de próstata e de cólon, dislipidemia, 
esteatohepatite, resistência à insulina, falta de ar, asma, 
hiperuricemia, irregularidades hormonais, síndrome do ovário 
policístico, infertilidade e dor nas costas), e como algumas pessoas 
recorrem a cirurgias de estômago na tentativa de controlar uma 
obesidade mórbida. 
Um mês depois, Morgan estava 11 quilos mais gordo, estava 
com disfunção hepática, com sintomas de depressão, seu nível de 
ácido úrico subiu às alturas e seu condicionamento físico e sua libido 
despencaram (ele combinou que não andaria mais que o americano 
médio consumidor de Big Mac anda por dia, o que reduziu sua 
atividade física quase a zero). Ele levou um mês desintoxicando o 
organismo (com a ajuda da namorada, uma chef vegetariana, que 
criou uma dieta desintoxicante para ele), e mais 9 meses para 
retornar ao peso anterior (84 kg). Nas notas finais, ele explica que, 
após o filme ser exibido em Sundance (onde ganhou o prêmio de 
melhor Diretor), o McDonald´s retirou a porção super size dos 
cardápios. 
As garotas que processaram o McDonald´s perderam o 
processo, pois não ficou provado que os problemas de saúde foram 
causados pelos Big Macs ingeridos. Ao final do documentário, ficamos 
com vontade de comer um grande prato de salada. As refeições 
desintoxicantes preparadas pela namorada de Morgan parecem muito 
mais atraentes que os inúmeros big macs, milk-shakes, mac 
chickens, quarteirões e fritas que vimos no filme. 
 
Fonte: http://www.terracotabolsas.com/rato/?p=25 
 
 
 
 
 
 
 
21Capítulo 4 – Atividade física aeróbia e anaeróbia 
 
Texto de apoio: 
As atividades físicas aeróbias e anaeróbias diferenciam-se 
basicamente pela condição do organismo em utilizar o oxigênio 
disponibilizado pela respiração para a produção de energia durante a 
contração muscular. A atividade aeróbia é desempenhada numa 
intensidade que permite este equilíbrio dinâmico entre o consumo de 
oxigênio e a demanda criada, enquanto que nas atividades 
anaeróbias o movimento se dará em débito de oxigênio (onde a 
necessidade de oxigênio é maior do que a capacidade de oferecê-lo 
através da respiração). Além da condição física do praticante, o 
principal fator que interfere neste quadro é a intensidade da atividade 
física. 
As atividades predominantemente aeróbias requerem que o 
corpo transporte oxigênio utilizando o coração e os pulmões. Essas 
atividades utilizam grandes grupos musculares, geralmente durante 
períodos de tempo relativamente prolongados. A prática regular de 
atividades aeróbias faz com que nosso coração se adapte com a 
finalidade de realizar seu trabalho de forma mais eficaz e de levar 
maior quantidade de sangue aos músculos. Para que essas 
adaptações ocorram de maneira mais efetiva, é preciso que as 
atividades sejam feitas com certa intensidade. A corrida, caminhada, 
natação, ciclismo, entre outros, são exemplos de atividades físicas 
aeróbias. 
 As atividades físicas anaeróbias, ao contrário da aeróbia que na 
maioria das vezes é contínua, de modo geral se caracterizam por 
serem intermitentes, isto é, após uma duração relativamente curta de 
um primeiro estímulo, realiza-se uma recuperação parcial e volta-se a 
22 
 
repetir o estímulo. Entre essas, as cargas de força e resistência 
muscular são indicados para fortalecer músculos e ossos. A força 
muscular é a capacidade do músculo de gerar tensão. Já a resistência 
muscular é a capacidade do músculo de sustentar uma tensão 
durante um longo período de tempo. As atividades de força e 
resistência muscular são realizadas quando empurramos, puxamos ou 
carregamos, como por exemplo, as sacolas do supermercado. Outros 
exemplos que trabalham com esta capacidade são: 1) atividades com 
o próprio peso do corpo como saltar, pular, escalar, etc.; 2) 
atividades realizadas com um companheiro como cabo de guerra e 
lutar com um amigo, etc.; 3) ou ainda atividades como transportar 
objetos, musculação, utilização de bandas elásticas, ginástica 
localizada, etc. 
Outras atividades caracterizadas como predominantemente 
anaeróbias podem ser observadas no esporte. Algumas provas do 
atletismo são clássicas, como por exemplo, as corridas de velocidade 
(ex: 100 e 200 metros rasos, 110 metros com barreiras) e meio-
fundo (ex: 400 e 800 metros). Outras provas no atletismo também 
possuem característica anaeróbia devido às ações curtas e intensas, 
como os saltos, lançamentos e arremessos. 
Os esportes coletivos, como o futebol, futsal, voleibol, 
basquetebol, handebol, entre outros, são compostos por ações 
predominantemente anaeróbias (curtas e intensas), intercaladas por 
atividades aeróbias (quando caminhamos ou corremos lentamente 
sem participar ativamente de uma situação do jogo). Estas 
alternâncias entre ações aeróbias e anaeróbias é que nos permite, 
por exemplo, jogar futsal com amigos por uma hora ou mais. Por 
outro lado, se observarmos os esportes coletivos competitivos como o 
futsal que, em função do padrão de movimento ser intermitente 
(períodos curtos de atividades físicas de alta intensidade, intercalados 
23 
 
com igualmente curtos períodos de recuperação parcial de baixa 
intensidade ou em repouso), torna-se necessário e, quase que 
obrigatório, o revezamento de atletas em quadra a fim de suportar a 
exigência física do jogo. 
 Um importante fator que determina o potencial individual para 
o melhor desempenho em atividades aeróbias e anaeróbias diz 
respeito à composição das fibras musculares de cada indivíduo. Tal 
condição é definida geneticamente e, desta forma, diferencia as 
pessoas quanto ao potencial a ser respondido pelo treinamento 
adequado às solicitações específicas, como no esporte, por exemplo. 
Os dois principais tipos de fibras musculares que compõem 
nossa musculatura esquelética são: fibras tipo I (fibras lentas, 
aeróbias ou vermelhas) e fibras tipo II (rápidas, anaeróbias ou 
brancas). Esta última ainda pode ser dividida em fibras tipo IIa e tipo 
IIb. 
As fibras tipo I exibem a cor vermelho-escuro devido a sua 
grande vascularização e a grande quantidade de uma proteína 
avermelhada responsável por reter o oxigênio no interior da célula 
muscular - a mioglobina. Na presença de oxigênio, existe alta 
capacidade de oxidar carboidratos e ácidos graxos para gerar a 
energia necessária na contração muscular, permitindo movimentos 
duradouros. Essas fibras musculares, no alto rendimento esportivo, 
são características de corredores de grandes distâncias, como provas 
no atletismo de 10.000 metros rasos ou maratona. As fibras tipo I 
tem menor diâmetro, explicando em parte o biotipo magro e 
longilíneo destes corredores. 
24 
 
 
Samuel Wanjiru – campeão da Maratona nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008). 
Fonte: http://worldrecordsbrasil.blogspot.com/2011_05_01_archive.html 
As fibras tipo II ou brancas são de maior diâmetro, com 
predomínio de metabolismo energético anaeróbio (sem necessidade 
de oxigênio para produzir energia). O músculo esquelético constituído 
por esse tipo de fibras tem uma velocidade de contração maior que a 
fibra tipo I. Entre suas subdivisões, a fibra tipo IIb, também 
chamadas de rápidas-glicolíticas, constituem o subtipo mais 
característico. Durante sua contração, o componente aeróbio é muito 
pequeno, demandando energia quase que exclusivamente da glicólise 
anaeróbia (sem a necessidade da presença de oxigênio). O subtipo 
IIa (oxidativas-glicolíticas) possui uma capacidade aeróbia (utilização 
de oxigênio) pouco maior, tornando-as levemente mais resistentes à 
fadiga. Sua constituição sugere uma condição intermediária entre as 
fibras tipo I e tipo IIb. 
 No campo esportivo, podemos observar claramente a 
predominância de fibras tipo II entre atletas de alto rendimento de 
determinadas provas do atletismo, como as corridas de velocidade 
25 
 
(100 metros rasos, por exemplo), onde a definição da musculatura 
peitoral, de braços, coxas e pernas é característica marcante. 
 
Usain Bolt – Recordista mundial dos 100 metros rasos 
Fonte:http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL724295-9798,00-
PERSONAL+TRAINER+DAS+CELEBRIDADES+ANALISA+O+CORPAO+DE+ATLETAS
+COMO+CESAR+CI.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Plano de Aula 
 
Aula 1 - Exercício aeróbio e anaeróbio e suas diferenças. 
 
Objetivos 
Discutir sobre as diferenças entre atividades físicas aeróbias e 
anaeróbias. 
 
Recursos Necessários 
- Bola de Futsal. 
 
Dinâmica 
Este conteúdo está dividido em dois planos de aula que podem 
ser realizados em sequência ou em momentos diferentes do 
trimestre. 
Primeira Etapa 
Explique para os alunos as diferenças entre as atividades físicas 
aeróbias e anaeróbias, destacando a influência da intensidade das 
atividades físicas e a importância das fibras musculares para o 
adequado desempenho esportivo. Exemplifique tais diferenças 
através das atividades que serão realizadas na prática. 
 
Segunda Etapa 
Aquecimento – Atividade Aeróbia 
Como forma de exemplificar a atividade aeróbia peça que os 
alunos caminhem, realizem um trote ou corrida leve como 
aquecimento da aula. Reforce a importânciada manutenção da 
atividade por um tempo um tempo determinado e intensidade 
moderada. 
27 
 
Como sugestão, sugira um trote ou caminhada rápida 
(conforme autopercepção de capacidade do aluno) por um tempo 
determinado (exemplo: 3 minutos). Ainda se julgares que os alunos 
não costumam correr e que uma atividade de trote pode ser intensa, 
desenvolva ao longo do período, séries intervaladas de trote e 
caminhada (por exemplo, trocando a cada 30, 45 ou 60 segundos). 
Em seguida, resgate os conceitos de atividade física aeróbia e 
identifique a corrida como uma atividade desta natureza. Discuta com 
os alunos o “quanto intensa” foi a atividade, pois é possível que a 
mesma não tenha sido realizada de forma aeróbia por todos. 
Modalidade Esportiva – Atividade Anaeróbia 
Desenvolva atividades relacionadas à modalidade futsal 
(educativos, jogos adaptados, etc) e/ou organize o jogo de futsal 
propriamente dito. 
Terceira Etapa 
Na parte final da aula, estimule os alunos a identificarem quais 
as ações que o jogador de futsal realiza durante a partida (corridas 
em diferentes velocidades, trocas de direção, passes, chutes, etc). 
Com base nas respostas dos alunos e nos conceitos já trabalhados, 
caracterize a modalidade como tendo ações predominantemente 
anaeróbias (estímulos curtos e intensos, com períodos igualmente 
curtos de recuperação). Por outro lado, saliente que o futsal de 
caráter recreativo, normalmente praticado pelos alunos, possibilita 
tempos maiores de intervalo entre as ações, assim como menor 
intensidade na participação do jogo em função do desgaste. Esse 
contexto permite que os praticantes joguem por tempos maiores, 
utilizando também o metabolismo aeróbio no jogo (durante os 
períodos de recuperação). 
 
28 
 
 
Plano de Aula 
 
Aula 2 - Exercício aeróbio e anaeróbio e suas diferenças. 
 
Objetivos 
Discutir sobre as diferenças entre as atividades físicas aeróbias 
e anaeróbias. 
 
Recursos Necessários 
- Bola de Voleibol. 
 
Dinâmica 
Primeira Etapa 
Reforce com os alunos as diferenças entre as atividades físicas 
aeróbias e anaeróbias, destacando a influência da intensidade das 
atividades físicas e a importância das fibras musculares para o 
adequado desempenho esportivo. Exemplifique tais diferenças 
através das atividades que serão realizadas na prática. 
Segunda Etapa 
Aquecimento – Atividade Aeróbia 
Organize um aquecimento com a turma, desenvolvido 
inicialmente através de um trote ao redor da quadra/campo e, 
segundo sua instrução, oriente a realização de exercícios 
coordenativos durante o deslocamento como: 
- Tocar os calcanhares; 
- Elevar os joelhos; 
- Deslocamento lateral; 
29 
 
- Deslocamento cruzado; 
- Corrida de costas; 
- Tocar um dos calcanhares durante a corrida (só direito, só 
esquerdo); 
- Elevando um dos joelhos durante a corrida (só direito, só 
esquerdo); 
- Correr no lugar (para momentaneamente a corrida e simula o 
movimento de correr no lugar, com atenção ao movimento continuo 
dos braços); 
- Caminhada rápida. 
Em seguida, resgate os conceitos de atividades físicas aeróbias 
e identifique a corrida e as atividades realizadas dessa natureza. 
Discuta com os alunos o “quanto intensa” foi a atividade, pois é 
possível que a mesma não tenha sido realizada de forma aeróbia por 
todos (intensidade elevada que não permitiria a continuação da 
atividade por tempo prolongado). 
Modalidade Esportiva – Atividade Anaeróbia 
Desenvolva atividades relacionadas a modalidade voleibol 
(educativos, jogos adaptados, etc) e organize o jogo de voleibol 
propriamente dito. 
Terceira Etapa 
Na parte final da aula, estimule os alunos a identificarem quais 
as ações que o jogador de voleibol realiza durante a partida 
(deslocamentos na quadra, saltos para ataque e bloqueio, quedas, 
etc). Com base nas respostas dos alunos e nos conceitos já 
trabalhados, caracterize a modalidade como tendo ações de jogo 
predominantemente anaeróbias. Contudo, identifique também que o 
voleibol possibilita intervalos de recuperação entre os pontos, 
facilitando a recuperação entre os estímulos. 
Referência: 
POWERS, SK; HOWLEY, ET. Fisiologia do exercício: teoria e 
aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5a edição. 
Barueri: Manole, 2005. 
30 
 
Capítulo 5 – Balanço Energético e Atividade Física 
 
Texto de Apoio 
 
As elevadas taxas de sobrepeso e obesidade na população, 
somado às elevadas taxas de sedentarismo, tem sido foco de 
inúmeros estudos e muitas são as intervenções atuando neste 
contexto. 
Um dos pontos relevantes quando se trata de estado nutricional 
e nível de atividade física se refere ao que comemos e o que 
gastamos de acordo com o quanto de atividade física fazemos. Para 
essa relação chamamos de “balanço energético” o resultado da 
equação entre a ingestão de calorias e o gasto de energia para a 
manutenção do organismo. Quando a quantidade de energia 
(calorias) ingerida através dos alimentos é maior do que aquela que o 
organismo gasta com seu metabolismo basal somado às atividades 
físicas diárias, diz-se que há um balanço energético positivo e a 
pessoa aumenta a massa ou peso corporal. Ao contrário, o balanço 
energético se torna negativo acarretando em perda de massa 
corporal (magra e gorda). 
 Metabolismo basal ou taxa metabólica basal (TMB) é a 
quantidade de energia necessária para a manutenção das funções 
vitais do organismo, sendo medida em condições padrão de jejum, 
repouso físico e mental em ambiente tranquilo com controle de 
temperatura, iluminação e sem ruído (Harris e Benedict, 1919). A 
estimativa da TMB leva em consideração o sexo 
(masculino/feminino), peso, altura e a idade. 
Assim como os combustíveis, os alimentos que consumimos 
liberam energia durante sua queima (oxidação) no organismo 
(metabolismo), cuja quantidade é expressa em calorias (Kcal). Nesse 
sentido, podemos nos referir às calorias como sendo a energia que 
um alimento (sólido ou líquido) possui acumulada, a qual é liberada 
durante a sua queima no organismo. 
 A média de “necessidade calórica” diária de adolescentes é de 
2.200 kcal para as meninas e 2.800 kcal para os meninos. 
Evidentemente que estes valores genéricos precisam ser tratados 
com cautela, pois a necessidade calórica deve ser estimada 
individualmente, considerando tanto a TMB como o gasto energético 
31 
 
com as atividades do dia a dia, incluindo atividades físicas. Quanto 
mais ativo fisicamente, maior será a necessidade calórica. 
A crescente taxa de sobrepeso e obesidade em nossa população 
sugere que o consumo calórico tem sido maior do que a necessidade, 
explicando grande parte deste quadro. O exemplo abaixo descreve o 
valor calórico de alimentos comuns em nossa dieta a fim de fornecer 
uma idéia do que está sendo consumido: 
� Café da manhã: copo de leite com achocolatado (150 Kcal) e pão 
com manteiga (150 kcal) 
 Total: 300 kcal 
� Almoço: nove colheres de sopa de arroz (300 Kcal), duas conchas 
de feijão (200 Kcal), dois pedaços médios de carne de rês (200 kcal), 
uma porção de salada – 9 colheres de sopa (alface, tomate, 
cenoura)(100 kcal) e dois copos 200mL de suco industrializado (200 
kcal) 
 Total: 1000 kcal 
� Lanche da tarde: copo de leite com achocolatado (150 Kcal) e pão 
com manteiga, presunto e queijo (250 kcal) 
 
 TOTAL: 400 KCAL 
 
� Janta: idem ao almoço em menor quantidade (800 Kcal) 
* Fruta durante qualquer hora do dia: maçã (100 kcal) 
 TOTAL: 2600 kcal 
 
Entre essas refeições, salgados e doces comumente consumidos 
podem contribuir de forma bastante significante no valor calórico 
total diário. Veja os exemplos: 
� Um pacote de chips ou salgadinho médio: (em média 286 kcal)* 
* Variando conforme o sabor 
� Bolacha recheada(unidade): (70-80 kcal) *1 pacote em torno de 
770-900 kcal, variando conforme o sabor 
32 
 
� Pastel frito (~150g): (582 kcal) 
� Refrigerante (lata de 350 ml): (150 kcal) 
 
� Barra pequena de chocolate – 30g: (162 kcal) 
 
Na contramão daquilo que consumimos, a atividade física 
auxilia no gasto energético e na manutenção de um adequado 
balanço energético. A atividade física compreende todo o gasto 
calórico acima do que é necessário para manter o organismo 
funcionando, relacionado à movimentação voluntária dos músculos. 
Este é o componente do gasto calórico diário que mais varia entre os 
indivíduos. Praticamos atividades físicas quando nos envolvemos com 
esportes, jogos, algumas brincadeiras, quando nos deslocamos a pé 
ou de bicicleta e, ainda, em algumas atividades profissionais 
(pedreiro, carteiro, jardineiro, na indústria, entre outras). 
O cálculo do gasto energético para cada atividade física leva em 
consideração o peso do indivíduo, o tempo de atividade e o 
equivalente metabólico (MET) específico. O MET indica a intensidade 
da atividade física. Por exemplo, uma atividade que requer 3 METs 
significa que possui um dispêndio energético 3 vezes maior que no 
repouso (sentado, tranquilo). A fórmula para o cálculo do gasto 
energético é a seguinte: 
Gasto energético = MET atividade x peso (kg) x tempo (horas) 
 
 O exemplo abaixo exemplifica o gasto energético de uma aluna 
de ensino médio com as seguintes atividades: 
- Sujeito: Sexo feminino, 16 anos, 50 kg 
- Atividades físicas: 
 Caminhada para ir e voltar da escola (20minutos): 
 MET (caminhada) x peso (kg) x tempo (horas) 
 MET (4) x peso (50) x tempo (20/60) = 66,7 kcal 
 Aula de Educação Física (40 minutos): 
 MET (futebol) x peso (kg) x tempo (horas) 
 MET (7) x peso (50) x tempo (40/60) = 233,3 kcal 
33 
 
 O exemplo acima descreve atividades físicas bem demarcadas 
no dia do indivíduo em questão. Contudo, é necessário reconhecer 
que também há gasto energético de baixa intensidade, mas com 
muito volume, em atividades como ficar sentado, em pé, em todo o 
deslocamento que fazemos dentro de casa, escola ou qualquer outro 
lugar, quando realizamos atividades domésticas (lavar roupa ou 
louça, varrer, limpar, etc), entre outras. 
 
Plano de Aula 
Aula1 - A importância do balanço energético para saúde. 
 
Objetivos 
Problematizar a importância do balanço energético, assim como 
refletir sobre o consumo de energia e o gasto energético habitual. 
 
Recursos Necessários 
- Tabela com o valor energético de alimentos (Anexo I) 
- Tabela com os equivalentes metabólicos (METs) de atividades físicas 
(Anexo II) 
 
Dinâmica 
Primeira Etapa 
No início da aula, discuta brevemente o conceito de balanço 
energético – razão entre o que consumimos e o que gastamos. 
Enfatize a importância de um balanço energético equilibrado para a 
manutenção das funções vitais e do peso corporal. Por outro lado, 
identifique possíveis consequências negativas do desequilíbrio no 
balanço energético: 
a) consumo maior que gasto = ganho de peso 
b) consumo menor que o gasto = perda de peso 
34 
 
 Conceitue junto aos alunos a Taxa Metabólica Basal (TMB), 
estimativa mínima de demanda energética que necessitamos para 
manter as funções do organismo estando em completo repouso. 
Acrescente a informação de que conforme o estilo de vida (mais ou 
menos “movimento”), nossa necessidade energética se altera. 
Esclareça que, em média, adolescentes necessitam 2.200kcal 
(meninas) e 2.800kcal (meninos), devendo ser maior em casos de 
indivíduos que trabalham com atividades pesadas (pedreiros, 
carregadores, etc) ou ainda quem pratica atividade física regular, 
tanto por lazer como em treinamento. 
Segunda Etapa 
Em seguida, apresente o exemplo de refeição diária (texto de 
apoio) e sua contribuição energética. Em sequência, mostre o 
exemplo do valor calórico de algum doce ou salgado (Anexo I), 
destacando o seu elevado valor e seu potencial para desequilibrar o 
balanço energético, favorecendo assim o ganho de peso. 
Após, discutida a questão do consumo, introduza a fórmula do 
gasto energético e mostre o exemplo do texto de apoio. Em seguida, 
auxilie a turma no cálculo do gasto energético da última aula de 
Educação Física: considerando o conteúdo (observe o MET 
correspondente no Anexo II), o tempo de prática e o peso individual 
de cada aluno. De posse dos resultados, problematize sobre a 
discrepância entre o gasto energético da atividade em questão e o 
valor calórico de alguns doces e salgados. Saliente o quanto é difícil 
gastar aquilo que hoje, em geral, comemos em excesso. 
 Como exercício final dessa vivência, solicite que os alunos 
recordem: 
- Os lanches que consumiram “ontem” nos intervalos entre as 
refeições principais (café da manhã, almoço e janta). Por exemplo, 
bolachas salgadas e doces, chocolates, frutas, salgadinhos, 
refrigerantes, etc; 
- As atividades físicas praticadas “ontem”. Devem ser consideradas 
atividades como deslocamentos para a escola a pé ou de bicicleta, 
prática de esportes ou jogos recreativos na escola ou fora dela, 
atividades domésticas (como varrer ou limpeza em geral), etc. 
35 
 
De posse dessas informações e com o auxílio das tabelas de 
referência (Anexos I e II) e da fórmula do gasto energético, solicite 
que os alunos calculem: 
 - O valor calórico dos alimentos consumidos 
 - O gasto energético das atividades físicas praticadas 
 Caso alguma das atividades físicas ou alimentos citados pelos 
alunos não estejam descritas nas tabelas fornecidas, utilize os 
documentos encontrados nas “Informações Complementares”. 
Terceira Etapa 
Na parte final da aula, potencialize a discussão sobre “o quanto 
comemos” e o “quanto pode ser difícil gastar em energia”. Estabeleça 
relações com o padrão alimentar atual e o estilo de vida cada vez 
menos ativos dos adolescentes, apontando para possíveis 
conseqüências em curto e longo prazo (obesidade, doenças crônicas, 
etc). 
Sugestão de Atividade para Avaliação: 
Solicite que os alunos façam a mesma atividade realizada em 
aula com outra pessoa (amigo ou familiar). Estabeleça um dia a 
combinar para a entrega de um relatório sobre o consumo e o gasto 
energético da pessoa entrevistada. 
Informação complementar 
Artigo (Tabela de atividades físicas): FARINATTI, PTV. 
Apresentação de uma versão em português do compêndio de 
atividades físicas: uma contribuição aos pesquisadores e profissionais 
em Fisiologia do Exercício. Revista Brasileira de Fisiologia do 
Exercício, 2003; 2: 177-208. 
Disponível em: 
http://xa.yimg.com/kq/groups/18719196/1191340261/name/Comp
%25C3%25AAndio%2Bde%2Batividades%2Bf%25C3%25ADsicas%2
B%2Buma%2Bcontribui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Baos%2Bpe
squisadores%2Be%2Bprofissionais%2Bem%2Bfisiologia%2Bdo%2Be
xerc%25C3%25ADcio.pdf 
36 
 
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) 4ª Edição 
revisada e ampliada. Disponível em pdf. 
http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e
_revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf 
 
Nota sobre alunos com deficiência: 
 Os indivíduos com deficiências estão mais propensos ao 
desenvolvimento da obesidade. A obesidade é uma doença complexa 
e multifatorial que envolve vários outros fatores, como problemas 
endocrinológicos, distúrbios genéticos, fatores ambientais (ex.: 
sedentarismo) e comportamentais. Partindo do princípio de que o 
indivíduo acometido por uma lesão medular está mais propício ao 
sedentarismo, haveria uma contribuição potencial ao 
desenvolvimento da obesidade. Somado a esse fator, a distribuição 
da gordura corporal no indivíduo acometido pela lesão medular é 
caracterizada pela localização centralizada da gordura, que está 
altamente correlacionadacom o risco cardiovascular. O importante, 
como para as pessoas em geral, é haver o desequilíbrio entre a 
ingestão e o gasto calórico. 
Fonte: <http://www.deficienteciente.com.br/2010/11/cadeirantes-
atividades-fisicas-e.html> 
 
Referências: 
DARIDO, SC; SOUZA JUNIOR, OM. Para ensinar a educação física: 
possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: Papirus, 
2007. 
FARINATTI, PTV. Apresentação de uma versão em português do 
compêndio de atividades físicas: uma contribuição aos pesquisadores 
e profissionais em Fisiologia do Exercício. Revista Brasileira de 
Fisiologia do Exercício, 2003; 2: 177-208. 
HARRIS J, BENEDICT F. A biometric study of basal metabolism in 
man. Washington DC. Carnegie Institute of Washington. 1919. 
MAHAN, LK; ARLIN, MT. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Trad. 
AM. Peroco et al. São Paulo: Editora Roca, 1995. 
37 
 
 
 
 
 
 
Anexo I 
 
Relação de alimentos (lanches) e 
respectivas medidas e valor calórico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Relação de alimentos (lanches) e respectivas medidas e valor calórico. 
Alimento Medida caseira Calorias 
Pães, biscoitos e salgados 
Biscoito recheado 1 unidade 75 
Biscoito wafer 1 pacote mini porção (18g) 94 
Biscoito salgado 5 unidades 108 
Biscoito dentinho 35 unidades 100 
Empada 1 unidade média 197 
Pão francês 1 unidade 150 
Pão sanduíche 2 fatias 140 
Pão de queijo 1 unidade grande 145 
Pastel frito 1 unidade pequena 165 
Pastel assado 1 unidade pequena 200 
Pipoca 2 xícaras 100 
Salgadinho tipo chips 1 pacote médio 286 
 
Leites e derivados 
Bebida láctea 1 copo 200ml 110 
Iogurte 1 copo 200ml 134 
Leite condensado 1 colher de sopa 65 
 
Refrigerantes 
Cola 1 copo 300ml 102 
Guaraná 1 copo 300ml 117 
Laranja 1 copo 300ml 138 
Limão 1 copo 300ml 120 
 
Doces 
Bolo chocolate 1 fatia (60g) 246 
39 
 
Brigadeiro 1 unidade 100 
Chocolate ao leite 3 quadrados (25g) 135 
Picolé chocolate 1 unidade 100 
Sorvete chocolate 1 bola (60g) 112 
Batata frita 1 porção pequena 224 
Adaptado da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) 4ª 
Edição revisada e ampliada. 
40 
 
 
 
Anexo II 
 
Relação de atividades habituais de 
adolescentes e o equivalente 
metabólico (MET) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
Relação de atividades habituais de adolescentes e o equivalente 
metabólico (MET). 
Atividade MET 
Andar de skate 5 
Aparar a grama, cortador com motor 4,5 
Atividades teatrais 3 
Aulas de alongamento ou Yoga 2,5 
Basquete (jogo) 8 
Basquete sem ser jogo 6 
Caminhada de lazer 3,5 
Caminhadas longas em trilhas 6 
Caminhar com cachorro 3 
Caminhar para escola 4 
Caminhar, descer rampas ou escadas, ficar de pé, carregar objetos 
variando 11 a 22kg 
5 
Caminhar/correr brincando com animais 2,8 
Compras de mercado (carregar e fazer compras) 2,5 
Correr 7 
Cozinhar e preparar comida 2 
Cuidados pessoais (escovar os dentes, levar as mãos) 2 
Dança (balé, dança moderna, twist, jazz, sapatiado) 4,8 
Dança de Salão (valsa, tango, samba) 3 
Dar banho no cachorro em pé 3,5 
De pé (esperar numa fila) 1,2 
De pé, conversando ou falando ao telefone 1,8 
Ficar deitado, assistindo TV 1 
Futebol casual 7 
Handebol geral 12 
Hidroginástica (aeróbia, calistênica/localizada) 4 
Jogos infantis com movimentação corporal intensa (amarelinha, 
caçador, taco) 
5 
Judô, jiu-jitsu, karatê, tae-kwon-do 10 
Limpeza leve (espanar pó, passar aspirador, mudar roupa de cama, 
levar lixo para fora) 
2,5 
Nadar por lazer 6 
Nadar, estilo livre, em velocidade rápida, esforço vigoroso 10 
Pesca em geral 3 
Pular corda (velocidade moderada) 10 
Sentado, estudando incluindo ler e/ou escrever 1,8 
Sentado, jogando cartas ou jogos de mesa 1,5 
Sentado, lendo (livro, jornal) 1,3 
Tocar música (bateria) 4 
Tocar música (guitarra) 3 
Usar o computador 1,5 
Varrer o chão 3,5 
Voleibol 4 
Voleibol de praia 8 
Adaptado de FARINATTI, PTV (2003)

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